O autor argumenta que os futuros colegas de trabalho deveriam participar do processo de seleção de novos funcionários. Isso ajudaria a garantir uma melhor integração e reduziria o risco de demissões durante o período de experiência. Ele também sugere que os recursos humanos deveriam solicitar referências não apenas de gerentes anteriores, mas também de ex-colegas, para avaliar melhor os candidatos a cargos de gestão.
1. Em Quantas Entrevistas Seu Futuro Colaborador Te Entrevistou ?
Eu? Em nenhuma e me pergunto por que não?
O máximo que aconteceu foi ser entrevistado pelos meus futuros pares, o que também me causou certa surpresa.
Digamos que esta empresa estaria a um passo de fazer isso que proponho.
Em um processo de seleção prevalece a idiossincrasia do recrutador, ou seja, a sua percepção sobre o candidato é
única e pessoal. Depois de passado por este filtro, vem a idiossincrasia do superior imediato.
A visão é única e pode estar distorcida por algum fato ou “esperança” que tanto o recrutador como o superior
tenham sobre o novo colaborador.
Este modelo não é muito pobre? Creio que sim.
Sempre que possível incluo as pessoas da equipe para avaliar um possível novo colega. Isso corrobora com a
minha opinião sobre o candidato. Ajuda a perceber pontos que ficaram obscuros ou que não achava relevante.
São as pessoas da equipe que irão passar todos os dias em companhia do novo colaborador e nada mais justo dar
esta chance a eles. Fazer esta mudança na contratação de novos colaboradores está ao alcance de qualquer gestor
e acreditem, traz um resultado muito bom. A equipe sente responsável pelo novo colega e a integração torna-se
muito mais fácil.
Já para a função de um gerente, por que não permitir que seus pares o entreviste?
Mais importante, por que não permitir que sua futura equipe ou um representante deles o entreviste?
Desculpar-se dizendo que o processo se tornará lento é um tanto quanto simplista. É preferível perder um pouco
mais de tempo na contratação do que ter que desligar o novo funcionário no período de experiência, tendo que
começar com todo o processo de seleção.
Penso que ainda prevalece a visão de que os profissionais são apenas recursos humanos, ou seja, você é
contratado como gestor e recebe uma “porção” de recursos humanos para fazer o trabalho.
Esta “porção” ainda é tratada como cavalos ou mulas de carga. Imagine se você passaria pelo crivo de seus
atuais colaboradores se eles o tivessem entrevistado quando você ainda era um mero candidato. Qual seria o seu
discurso para um futuro colaborador sabendo que ele poderia te vetar na contratação?
Já pensaram o que aconteceria se os RHs começassem a pedir não só referências de seus últimos superiores,
mas também dos seus últimos colaboradores?
Teriam coragem de passar o contato de todos?
Acredito que muitos gestores não estariam ocupando cargos de direção ou gerência se isso acontecesse.
Talvez isso nunca aconteça, afinal de contas, deve ter muito gestor com medo do que antigas equipes possam
falar dele.
Autor : Eduardo Slepetys | Publicado em: 26/04/2011 | Site: In 1 Shoot
Endereço Eletrônico: http://in1shoot.com/wp/?p=566