Piscopaniquia - Doutrina do sono da alma

FACULDADES EVANGELICAS INTEGRADAS CANTARES DE SALOMÃO
CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA
EZEQUIEL OLIVEIRA GOIS MACHADO
EXEGESE: PSICOPANIQUIA – A DOUTRINA DO SONO DA ALMA
CUIABÁ
2017

EZEQUIEL OLIVEIRA GOIS MACHADO
EXEGESE: PSICOPANIQUIA – A DOUTRINA DO SONO DA ALMA
Trabalho apresentado como avaliação
parcial da disciplina de Exegese de
Grego, à Faculdades Evangélicas
Integradas Cantares de Salomão.
Orientador: Prof. Ms. Marcos César.
CUIABÁ
2017

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
AUTORIA ........................................................................................................... 5
DATA E LUGAR................................................................................................. 6
DESTINATÁRIO................................................................................................. 7
OCASIÕES E OBJETIVOS ................................................................................ 8
LINGUAGEM E ESTILO..................................................................................... 9
CANONICIDADE.............................................................................................. 10
DIVISÃO DO LIVRO......................................................................................... 11
PRÓLOGO ....................................................................................................... 13
APRESENTAÇÃO DO TEXTO EM GREGO.................................................... 14
APRESENTAÇÃO DO TEXTO TRANSLITERADO.......................................... 15
TRADUÇÃO LITERAL...................................................................................... 16
TRADUÇÃO DO TEXTO.................................................................................. 17
PARÁFRASE DO TEXTO EXEGETADO ......................................................... 32
COMENTÁRIO FILOLÓGICO .......................................................................... 33
COMENTÁRIO TEOLÓGICO........................................................................... 34
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................. 50

4
INTRODUÇÃO
A Psicopaniquia é uma doutrina herética que surgiu na a Arábia, que diz
que a alma do ser humano fica em um estado inconsciente após a morte, ou
seja, “sono da alma”. Ou seja, que a alma é inconsciente após a morte. Essa
doutrina e conhecida também como Sono Da Alma, tal doutrina é defendida
principalmente pelos Mórmons e Adventistas, tal doutrina considerada herética
foi amplamente difundida pelos Anabatistas. Como base desse estudo faremos
embasamento teórico no Livro de Lucas 23:43 “E disse-lhe Jesus: Em verdade
te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”, passagem essa que relata o ladrão
na cruz que dialoga com Cristo e lhe pede a salvação.
Porém devemos atentar que a bíblia mais defende que a alma é dotada de
sentidos e inteligência, do que propriamente defenda a razão dos
piscopaniquistas.O termo Psicopaniquia vem do grego Psykhe (alma) +
pannykhinos que daria a entender algo como que dura toda a noite.

5
AUTORIA
O Evangelho de Lucas escrito pelo próprio Dr. Lucas, um dos
evangelhos mais completos e minuciosos do N.T., contém segundo Champlin
mais material do as treze epístolas paulinas. Champlin alega que Lucas e Atos
escritos por Dr. Lucas constituem dois livros de mesmo esforço literário.
Encontramos afirmações de que ele escrevera no livro de Irineu, intitulado Contra
as Heresias de 185 D.C, outro testemunho vem do Cânon Muratoriano, do fim
do século II da era cristã, testemunhos similares, como de Tertuliano, Origens,
Eusébio e Jerônimo atestam tal fato. 1.
1 CHAMPLIN, Russell Norman. Novo testamento interpretado, O, v.4: versículo: Lucas -Atos .
São Paulo: Candeia, [197-]. Pg.1.

6
DATA E LUGAR
Conforme Champlin, é provável que o livro de Lucas possa ter sido
escrito logo após o evangelho de Marcos. Provavelmente foi escrito entre os
anos de 50 ou 60 D.C, mais se levar em conta o evangelho de Marcos seria entre
70 e 80 D.C, pois alguns creem que ele fora escrito após a destruição de
Jerusalém. Não é, porém, uma afirmação quanto ao local exato onde se
escrevera o evangelho de Lucas. A tradição antiga associa Lucas a Antioquia da
Síria, outros sugerem Roma, Éfeso e Corinto. Mais o certo é que Lucas em suas
inúmeras viagens que fez, e nelas fazendo suas visitas às testemunhas oculares,
que reuniu todo o material e o editou. 2

7
DESTINATÁRIO
Conforme alega Champlim, Lucas escreveu para Teófilo, isso é
mencionado tanto em Lucas quanto em Atos, muito provavelmente Teófilo seja
uma autoridade romana, a qual o Dr. Lucas quis apresentar Jesus e defender os
cristãos.3

8
OCASIÕES E OBJETIVOS
O próprio Lucas, declara, que um dos objetivos, ao escrever a obra, que
desejava suprir de maneira completa e sem contradições, uma narrativa em
ordem e digna de confiança para Teófilo (um provável alto funcionário romano),
e possivelmente recém-convertido ao cristianismo. Porém Teófilo não fosse o
único destinatário porque Lucas pode ter tido interesse de suprir um evangelho
em ordem e completo para os leitores não-judeus. Lucas também tinha intenção
de esclarecer ao governo imperial de Roma, que os cristãos não eram alguma
seita sediciosa ou subversiva, nem mera facção do judaísmo; pelo contrário, que
a sua mensagem é universal, e, por isso, importante para todos os povos. O
império romano havia aprendido a tolerar o judaísmo em virtude de suas antigas
profundas raízes culturais, evidentemente o que o cristianismo tinha origem
recente. Segundo Champlin esse evangelho pouco efeito tever na situação
política.

9
LINGUAGEM E ESTILO
O Evangelho segundo Lucas é o terceiro dos quatro evangelhos
canônicos, este livro detalha mais amplamente sobre o nascimento e a ascensão
de Cristo.
O estilo de Lucas é o mais literário entre os evangelhos, seu estilo é
helenístico, seu estilo de escrita muito se assemelha com a septuaginta, as
vezes a linguagem de Lucas contém hebraísmos e aramaísmos. Entretanto de
todos evangelhos o de Lucas, o qual não fora discípulo de Cristo direto, é o
evangelho mais rico de detalhes.

10
CANONICIDADE
A palavra Cânon tem sua origem na palavra grega Kanwn (Kanon), que
significa originalmente “cana de medir”. Era um padrão, uma forma de medida,
“Cânon”, aplicado as Escrituras, significa o padrão ou critério para que alguém
possa julgar se o ensino é verdadeiro ou não. Então o fator básico para atestar
a canonicidade do NT foi a inspiração divina, e a medida aplicada para isso foi o
reconhecimento dos apóstolos.
Segundo Champlin alega que no século IV D.C. chegou-se ao cânon
final, tal como se tem hoje. Os 27 livros foram oficialmente canonizados no
Concílio de Nicéia. 4
O evangelho segundo Lucas foi prontamente reconhecido pelo Apostolo
Paulo, o qual fazendo isso, atestou como sendo fidedigno e posteriormente
aceito pelas igrejas.
4 CHAMPLIN, Russell Norman. Novo testamento interpretado, O, v.4: versículo: I Corintios –
II Corintios – Galátas – Efésios. São Paulo: Candeia, [197-]. Pg. 2.

11
DIVISÃO DO LIVRO
Esboço pormenorizado
1. Prefácio, 1:1-4
2. Nascimento e infância de Jesus, 1:5 2:52 ‫־‬
a. Anunciações a Zacarias e a Maria, 1 :5 -2 5
b. Promessa a M aria sobre o nascimento de Jesus, 1:25-56
c. Nascimentos de João Batista e de Jesus 1:57- 2:20
d. Infância e meninice de Jesus 2:21- 52
3. Introdução ao ministério público de Jesus, 3:1 - 4:13
a. Ministério de João Batista 3:1-20
b. Prelúdio do ministério de Jesus, com seu batismo, genealogia e tentação 3:21
4:13 ‫־‬
4. Ministério Galileu, 4:14 - 9:50
a. Início, volta à Galiléia, rejeição em Nazaré 4:14-30
b. Ministério em Cafarnaum e cercanias, cura do endemoninhado, da sogra de
Simão, chamada dos primeiros discípulos, cura de um leproso. 4:31: -5:16
c. Controvérsias com as autoridades, cura de um paralítico, chamada de Levi,
parábola dos convidados ao casamento, outras parábolas, colheita de grãos no
sábado, a escolha dos doze. 5:17-6:11
d. Grande sermão, paralelo do sermão do monte de Mateus. 6:12-49
e. Ministério de curas de Jesus. 7:1-17
f. Relações entre Jesus e João Batista. 7:18-35
g. Relação de Jesus com um pecador penitente. 7:36-50.
n. Jesus como mestre itinerante e operador de milagres, parábola do semeador,
da candeia e outras, parentesco espiritual, acalmando a tempestade, o
endemoninhado geraseno, a filha de Jairo, a mulher com hemorragia. 8:1-56
i. Relações entre Jesus e os discípulos, missão dos doze, primeira multiplicação
dos pães, confissão de Pedro, primeira predição de Jesus sobre sua morte, a
transfiguração, exorcismo de demônios, segunda predição de Jesus sobre sua
morte, disputa sobre posições, amor aos discípulos desconhecidos. 9:1-50
5. Viagem a Jerusalém, 9:51 19:27 ‫־‬
a. Os samaritanos hostis, 9:51-56
b. Missão dos setenta, 10:1-24

12
c. Controvérsias e perguntas, 10:25-42
d. Ensino sobre a oração, 11:1-13
e. Exorcismo de demônios, 11:14-28
f. Sobre os sinais, 11:29-36
g. Denúncia contra as autoridades, 11:37-54
h. Responsabilidades e privilégios do discipulado.
12:1-13:9
i. Ensino na sinagoga no sábado, 13:10-21
j. Ensino durante a viagem, 13:22-35
k. Cura e ensinos, 14:1-24
1. Condições do discipulado, 14:25-35
m. Amor de Deus pelos perdidos, 15:1-32
n. Uso e abuso das riquezas, 16:1-31
0. O perdão, a fé, a graça e a ingratidão, 17:20-37
p. O reino e o Filho de homem, 17:1-19
q. Prática da oração, 18:1-14
r. Entrada no reino dos céus. 18:15-34
s. Jesus em Jericó, 18:35-19:27
6. Ministério de Jesus em Jerusalém, 19:28-24:12
a. Entrada, 19:28-46
b. Tentativas de incriminar a Jesus, 19:47-21:4
c. O pequeno Apocalipse, 21:5-38
d. A última ceia, 22:1-23
e. Discursos de despedida. 22:24-38
f. Aprisionamento de Jesus, 22:39-65
g. Condenação de Jesus, 22:66-23:25
h. O Calvário, 23:26-56
1. O túmulo vazio. 24:1-12
7. O Cristo ressurreto, 24:13-53
a. Na estrada de Emaús 24:13-35
b. Aparecimento de Cristo em Jerusalém 24:36-43
c. Mensagem final aos discípulos 24:44-49
d. A despedida 24:50-53

13
PRÓLOGO
Psicopaniquia ou Sono da Alma, é uma doutrina duramente defendida
pelos adventistas, mórmons e ou qualquer outra seita que aceita tal doutrina. A
quem defenda a crença do estado intermediário, porém essas ideias provem do
gnosticismo. Porém o evangelho vai contra essa ideia.
Vamos expor se alma entra em sono profundo, quem defende isso, e
também mostraremos o quão herético é essa doutrina. Pois sabemos que a
bíblia refuta essa ideia, pois a mesma mostra que a alma é dotada de inteligência
e sentidos.

14
APRESENTAÇÃO DO TEXTO EM GREGO
καὶ εἶπεν αὐτῷ· ἀμήν σοι λέγω, σήμερον μετ’ ἐμοῦ ἔσῃ ἐν τῷ παραδείσῳ.
( Lc 23:43)

15
APRESENTAÇÃO DO TEXTO TRANSLITERADO
kai eipen autō Amēn soi legō sēmeron met’ esē en tō Paradeisō
(Lc 23:43)

16
TRADUÇÃO LITERAL
E hoje mesmo você estará comigo no paraíso5,
(Lc 23:43)
5Disponível em: http://bibleapps.com/study/luke/23-43.htm

17
TRADUÇÃO DO TEXTO
-Ele responder: “Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no
Paraíso”6.
(Lc 23:43)
6 GORGULHO, Gilberto da Silva. Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2012, pg. 1831

18
- E Jesus lhe assegurou: “Com toda a certeza te garanto: Hoje mesmo
estarás comigo no Paraíso! ”. 7
11 JAMES, King. Bíblia Sagrada King James Atualizada. São Paulo: Sociedade Bíblica, 2012,
pg. 1999.

19
- E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
Paráíso, 8
8 FIEL, Almeida Corrigida. Bíblia de Estudo Scofield. São Paulo: Holy Bible 2009, pg. 958.

20
- Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso. 9
9 DAKE, Finis Jennings. Bíblia de estudo Dake. 2.ed. Belo Horizonte – MG: Atos, 2013, Pg.
1506.

21
- Jesus respondeu:
Eu afirmo a você que isto é verdade: hoje você estará comigo no paraíso.
10
10 SEM AUTOR. Bíblia de estudo NTLH. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011, Pg.
1251.

22
- Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo
paraíso, 11
11 THOMPSON, Frank Charles: Bíblia Thompson: versículo em cadeia temática, estudos
ilustrados, suplimento arqueológico, concordância a mapas. 2.ed. São Paulo: Editora vida, 2010,
Pg 957.

23
- Jesus disse: “Pode ter certeza. Hoje você irá comigo para o paraíso”.
12
12 PETERSON, Eugene H.. A MENSAGEM BIBLIA: em linguagem contemporânea, São Paulo:
Vida Crista, 2011, pg. 1499

24
- Respondeu-lhe:
- Eu te asseguro que hoje estarás comigo no paraíso. 13
13 SCHOKEL, Luis Alonso. Bíblia do Peregrino. 3.ed. São Paulo: Paulus, 2011, Pg. 2536.

25
- Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo, hoje, estarás comigo no
paraíso”. 14
14 SEM AUTOR. BIBLIA TRADUÇÃO ECUMÊNICA. São Paulo: Loyola, 1994, pg. 2032.

26
- Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no
paraíso”.15
15SEM AUTOR. Bíblia de estudo NVI. São Paulo: NVI; VIDA, 2007, pg. 1779.

27
- E disse-lhe Jesus: Em verdade Te digo que hoje estarás Comigo no
Paraíso. 16
16 SWAGGART, Jimmy. Bíblia de estudo do expositor. Baton Rouge: Ministério de Jemmy
Swaggart, 2012, Pg. 1882

28
- Jesus respondeu: “Eu lhe garanto: hoje mesmo você estará comigo no
Paraíso”. 17
17 SEM AUTOR. Bíblia Sagrada: edição pastoral. São Paulo: Paulus, 1990, Pg. 1287.

29
- Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso. 18
18 SHEDD, Russell P. Bíblia vida nova, A. 2a ed. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida
Nova, 1999, Pg. 1478

30
- Yeshua lhe disse: “Sim, eu lhe prometo que você estará comigo no
Gan-‘Eden”. 19
19 STERN, David H. Bíblia Judaica Completa: o Tanakh [AT] e a B´rit Hadashah [NT]. 2.ed. São
Paulo: Vida, 2010, Pg 1320.

31
- E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso, 20
20 LUCADO, Max. Bíblia de devocional: graça diária. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, Pg. 562.

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PARÁFRASE DO TEXTO EXEGETADO
Jesus respondeu:
— Eu afirmo a você que isto é verdade: hoje você estará comigo no paraíso.

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COMENTÁRIO FILOLÓGICO
καὶ: Conjunção, E.
εἶπεν: Verbo, aoristo indicativo ativo, 3° pessoa do singular, Ele disse.
αὐτῷ : Pronome Pessoal /Possessivo, dativo, masculino, 3° pessoa do singular,
Com ele.
Ἀμήν: Palavra Hebraica
σοι:Pronome Pessoal /Possessivo, dativo, masculino, 2° pessoa do singular, Te
λέγω: Verbo, presente, indicativo, 1° pessoa do singular, Eu digo.
Σήμερον: Advérbio, Hoje.
μετ’: Preposição, Com.
ἐμοῦ: Pessoal /Possessivo, genitivo, 1° pessoa do singular,
ἔσῃ: Verbo, Futuro, indicativo, 2° pessoa do singular, Você estará.
ἐν: Preposição, No.
τῷ: Artigo, dativo, masculino, singular.
Παραδείσῳ: Substantivo, dativo, masculino, singular, Paraíso.

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COMENTÁRIO TEOLÓGICO
O termo Pscopaniquia ou sono da alma, é uma antiga heresia que surgiu
na Arábia, que ainda hoje é defendida por algumas seitas como Adventismo,
Cristadelfianos, e os Testemunhas de Jeová. Na opinião de alguns hereges, por
exemplo Nestório, sono das almas após a morte, até à ressurreição dos corpos.
Para se entender o que é Psicopaniquia ou Sono da Alma, devemos entender
nem que seja um pouco, que é alma, como se do o seu surgimento, para depois
argumentarmos se a alma dorme, fica inerte ou ela fica num estado inconsciente.
Que fique claro que antes de tudo defendemos o criacionismo, como tal esse
comentário tratara com mais afinco a respeito dessa visão a respeito do Sono da
Alma da alma.
Temos três vertentes, o criacionismo, o tradicionismo e pré-
existencialismo:
1 Criacionismo: João Calvino defende essa ideia, que a alma é criada no
momento do nascimento da pessoa. (Zacarias 12:1)
2 Tradicionismo: Defendido por Lutero, a alma não é criada por Deus, são os
pais que transmitem a alma para os filhos. Ou seja, os pais não são responsáveis
somente pelo corpo, e sim pelo espirito.
3 – Pré-Existencialismo: É uma linha que a maioria dos teólogos da ala
tradicional e pentecostal não defendem, os mórmons defendem essa ideia. Essa
ideia defende que as almas já existiam esperando somente o nascimento dos
corpos.
Como embasamento usaremos Lucas 23:43, como base de nosso estudo onde
Champlin alega que já uma certa controvérsia, que se arrasta desde tempos
antigos. Jesus teria prometido ao ladrão penitente que ele haveria de entrar
imediatamente, em um estado infinitamente melhor que o deste mundo, onde a
sua alma haveria de viver na consciência de um ambiente mais excelente.
Champlin alega que segundo certos estudiosos, Jesus teria
simplesmente feito uma promessa, naquele media, de que, algum dia, talvez em
futuro distante (após ressurreição dos corpos), aquele home finalmente estaria
em companhia de Jesus, em seu reino. Esta última interpretação não é nova,
mas tem sido defendida pelos que tem procurado sustentar a crença de que a

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alma dorme (o que é contrário a doutrina da imortalidade da alma) e que os
homens que faleceram, só tornarão a viver depois de sua ressurreição.
Segundo Champlin os manuscritos gregos originais do N.T. enfatizam
que o ladrão tivera apenas a esperança de algum lugar obscuro no reino de
Deus, algum tempo ou algum lugar, talvez no futuro distante, após a
ressurreição. Isso era tudo quanto ele esperava; mais o ladrão ganhou muito
mais do que pedira. Pois Cristo disse “...hoje estarás comigo no paraíso ...”, ou
seja, no reino celestial do Senhor. A palavra “hoje”, que nesse caso foi usada
para dar ênfase, tem um sentido muito importante, e radia um sentimento de
esperança. Desta forma Jesus, quis demonstrar o grande poder do
arrependimento, como também as realidades da vida eterna e da imortalidade
da alma. Conforme Champlin essa passagem é usada para combater a falsa
doutrina do purgatório, porquanto naquele mesmo dia, o ladrão haveria de estar
na companhia de Cristo. Vale ressaltar que isso equivale a aceitar que o paraíso
nada tem de semelhante ao purgatório, tal suposição tem de ser provada à base
de outras considerações, portanto tal versículo não confirma e nem nega tal
possibilidade acerca do Sono da Alma.
Lucas 23:43 mostra verdades importantes, a saber:
1. O Sono da Alma é uma doutrina falsa, porquanto a alma é imortal. Sendo
permanentemente capaz de sentir e de existir em outra dimensão.
2. Fica aqui demonstrado que existe um verdadeiro estado espiritual para
onde vão as almas dos remidos, intitulado paraíso, céu, etc.
3. Fica demonstrado aqui, acima de tudo, que Jesus é o Salvador, estado
dotado de autoridade para pronunciar a palavra que garante a salvação
eterna da alma do pecador.
A teologia judaica gradualmente foi aceitando certa doutrina de
imortalidade (já nos dias de Jesus era bem difundida), onde as almas, imortais,
haveriam de ir para o Hades – quer para punição, quer para o seio de Abrão. Tal
doutrina deslocou o conceito mais antigo do seol, onde espíritos destituídos de
corpo levariam uma existência à não-existência, teoria essa aceita pelos
Adventistas, dependendo da ressurreição e do julgamento final.
Por conseguinte, nesse sentido, ao ladrão foi prometido que, naquele
mesmo dia, haveria de encontrar-se no céu, na companhia de Jesus. Assim
entendemos que a promessa feita aquele home, não haveria de ser adiada até

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algum dia distante, o dia da ressurreição, más haveria de ter início ainda naquele
momento.
Entretanto esse assunto é alvo de inúmeras discussões entre os
Aniquilacionistas, estes são os Adventistas e Testemunhas de Jeová, que
defendendo sim o Sono da Alma, ou a inexistência da alma após a morte.
Os Aniquilacionistas creem que quando uma pessoa falece, ele entra num
estado de inconsciência, ou seja, não tem noção do que acontece. Para os
adventistas essa doutrina leva a alma ao Juízo investigativo, já para os
Testemunhas de Jeová esta doutrina é questão do paraíso na Terra.
Devemos nos atentar que a bíblia não ilustra em parte alguma a doutrina
do Sono da Alma, a bíblia é enfática ao dizer que nossa alma vai diretamente
para a presença de Deus (Lc 23:43, Fl 1:23), isso demonstra que tal doutrina
sono da alma está errada, pois ela alega que quando a pessoa morre, ela entra
num estado de inexistência, e voltará a consciência quando Cristo voltar para
ressuscitá-lo para a vida eterna . Em João 11:11 Jesus diz “...Lázaro, o nosso
amigo, dorme, más vou despertá-lo do sono.” Claramente podemos notar que
as Escrituras muitas vezes mencionam a morte como o ato de “dormir”. Outra
menção de que uma pessoa dorme esta em Marcos 5:39 Jesus Cristo diz: “E,
entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não esta
morta, mais dorme.” Logicamente as Escrituras usam tal metáfora visando
explicar que a morte é apenas temporal para os que estão em Cristo, tal como o
sono é algo temporário. Tais passagens explicitam que Jesus disse que
realmente Lazaro ou Talita Cumi estavam realmente mortos no sentido físico,
porém Ele como o Senhor de todas as coisas, detentor da vida, sabia que a
almas deles não estava morta ou exterminada. A doutrina do sono da alma só
poderia ser aceita caso houvesse afirmação de que a alma haveria morrido, o
que claramente não é confirmado. Há algumas passagens bíblicas que
mencionam que os mortos não podem adorar a Deus, o que da a entender que
qualquer atividade consciente finaliza com a morte, porem essa afirmação tem
que ser compreendida do ponto de vista terreno. Ou seja, morreu não ´há como
fisicamente prestar adoração, porém a alma ainda continua consciente, O Salmo
115 diz “Os mortos não louvam o Senhor (fisicamente falando), nem os que
descem a região do silêncio” (sepultura). O próximo versículo mostra que os que
creem no Senhor o louvarão para sempre, “Nós, porém, bendiremos o Senhor

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Desde agora e para sempre” (Sl 115:17-18), provando que após a morte física,
a alma prossegue consciente e servindo a Deus.
Várias vezes a bíblia relata que após a morte física do cristão, sua alma
imediatamente vai para a presença de Deus, ou seja, passam a desfrutar da
comunhão com ele.
Em 2Co 5:8 Apostolo Paulo diz: “Mas temos confiança e desejamos
antes de deixar este corpo, para habitar com o Senhor”, E em Fl. 1:23 “Mas em
ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor.” E Lc 23:43 “ E disse-lhe Jesus: Em verdade
te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. Jesus não disse “hoje não terás
mais consciência de nada que esta acontecendo”, mais foi enfático “Hoje estarás
comigo no Paraíso”. Naquela época certamente o conceito de paraíso não era
de existência inconsciente, mais sim de existência de benção e galardão diante
Deus.
Tampouco Apostolo Paulo disse “Tenho o desejo de partir e ficar
inconsciente por muito tempo”, sem duvida alguma ele sabia que até nisso o
culto era racional, e Cristo não era um Salvador inconsciente, mas sim que esta
vivo e reina no céu. Diante de tal afirmação, Paulo sabia que estar com Cristo
era desfrutar da sua comunhão e doce presença, e esta era a maior razão pela
qual ele ansiava em partir, pois tinha certeza que estar com Ele era
incomparavelmente melhor.
Em Apocalipse 6:9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as
almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do
testemunho que deram.
10 E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo
dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
11 E foram dadas a umas compridas vestes brancas e foi-lhes dito que
repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o
número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles
foram.” E em Apocalipse 7:9-10 “9 Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma
multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e
línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes
brancas e com palmas nas suas mãos;

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10 E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está
assentado no trono, e ao Cordeiro.” Esses versículos veementemente afirmam
as almas dos mortos que já foram ao céu orando e adorando a Deus. Esses
versículos claramente negam a doutrina da Psicopaniquia, Aniquilacionismo ou
sono da alma (todos tem mesmo significado), pois claramente se entende que a
alma do crente passa a ter uma comunhão consciente com Deus no céu após a
morte.
“Agostinho baseando-se em Plotino, concluiu que o homem é uma alma
que faz uso de um corpo. Até naquele conhecimento que se adquire pelos
sentidos, a alma se mantém em atividade e ultrapassa o corpo.” Agostinho de
Hipona.
Existem duas palavras no grego se que usam no NT, uma é Katheudo,
usada para sono natural, esta vinculada à perda da consciência, usada no NT
cerca de 22 vezes, todas com mesmo sentido, à exceção de uma, referente a
Talita Cumi, a filha de Jairo. Jesus usou o esse termo para mostrar que a morte
dela duraria apensa o tempo de um sono. A segunda palavra é Koimaomai,
aparece 18 vezes, é refere-se ao sono físico como em Lucas 22:45. Outras 15
vezes ela ilustra a morte física. O significado concreto da palavra Koimao, que
se extrai do verbo Keimai, significa deitar. Esta palavra é utilizada como antônimo
para o termo ressureição, Anástasis (Ana = elevação; histemi = ficar ereto). O
que “deita” e depois “levanta” é o corpo e não a alma. Tal termo, portanto, trata
da morte corporal de forma eufêmica. Sendo assim, não há passagem alguma
que sugira o fato que a alma permanece adormecida durante a morte, tal
argumento é refutado em outras passagens. O termo usado nada tem a ver com
o estado de consciência e estado da alma dos que morreram.
Porém para defender a crença herética os Aniquilacionistas, insistem
que a alma do homem, após sua morte é aniquilada caso morra sem ser salva,
e se for salva fica em sono profundo até o dia da ressureição; e uma das
passagens que eles usam de forma errônea é a mesma defendida por este artigo
que é em Lucas 23:43, em que Os Adventistas e Testemunhas de Jeová
traduziram da seguinte forma:
“Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso”.

39
Essa tradução é defendida pelos sectários com o argumento fraco e inútil
de que no Códice Vaticano datado do século IV há uma virgula depois da palavra
hoje e que isso indica que Jesus estava somente falando sobre o dia da sua
crucificação, que iria salvar o ex ladrão, porém, Jesus não dissera que ele o
salvaria naquele presente dia. Tal argumento não tem fundamento algum, e os
Adventistas e Testemunhas de Jeová, desprezam no mínimo duas regras de
critica textual que são elas: Datação do manuscrito e quantas ocorrências já na
mesma palavra nos demais manuscritos, pois só assim após haver uma
averiguação é que o critico decide qual o melhor texto e o tradutor se for fiel fará
a tradução coerente. Claramente fazendo o uso indevido dessa virgula teremos
um entendimento diferente dessa passagem, porém isso não passa de uma
manipulação nefasta da palavra de Deus. Em Mt 5:18 ““Porque em verdade vos
digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um
só i (iota=letra), uma só virgula da Lei, sem que tudo seja realizado” (Biblia Nova
Jerusalém).
Temos aí a certeza que tais grupos omitem e deturpam a palavra para
defender suas teses heréticas. Porém segundo os seguidores de tal doutrina
(entende-se seguidores de Ellen G. White – profetisa adventista), os cristãos que
não creem no sono da alma são colocados em pé de igualdade com os espiritas.
Para refutar de vez e desfazer essa tese herética, temos que combater
a má interpretação de passagens bíblicas como Ec 9:5, Sl 6:5, Sl 146:4, 1Co
16:16-18, 1 Ts 4:16-18. Após a morte, tanto com o ímpio quanto com o justo, a
alma de ambos não são aniquilados, não deixam de existir, ambos ficam
conscientes. Para os defensores do sono da alma eles acreditam após na
aniquilação da alma do ímpio e como base usam Salmos 37:10 “10 Um pouco de
tempo, e os ímpios não mais existirão; por mais que os procure, não serão
encontrados”. A controvérsia surge Aniquilistas / Psicopaniquistas, alegam que
os justos não deixarão de existir. Ou seja, sua alma entrará em estado de
inexistência até o dia do julgamento.
Como não cremos na doutrina do sono da alma, que após a morte, a
alma fica inconsciente, em estado de inexistência, pois de acordo com as
escrituras:

40
a. O homem tem uma alma que sente e tem emoções, esta é imortal
conforme relata em Mt 10.28.
b. A alma é imortal e foi criada por Deus.
“7 Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em
suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.” Gn 2.7
c. A alma não é inconsciente. A alma goza de todas faculdades mentais.
“Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles
que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho
que deram. 10 Eles clamavam em alta voz: "Até quando, ó Soberano
santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar
o nosso sangue? " Ap 6:9-10.
d. Ela tem um destino final seja céu ou inferno.
“19 "Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e vivia
no luxo todos os dias.20 Diante do seu portão fora deixado um mendigo chamado
Lázaro, coberto de chagas;21 este ansiava comer o que caía da mesa do rico.
Em vez disso, os cães vinham lamber as suas feridas.22 "Chegou o dia em que
o mendigo morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. O rico também
morreu e foi sepultado.23 No Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou
para cima e viu Abraão de longe, com Lázaro ao seu lado.24 Então, chamou-o:
‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do
dedo na água e refresque a minha língua, porque estou sofrendo muito neste
fogo’.25 "Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembre-se de que durante a sua vida
você recebeu coisas boas, enquanto que Lázaro recebeu coisas más. Agora,
porém, ele está sendo consolado aqui e você está em sofrimento.26 E além disso,
entre vocês e nós há um grande abismo, de forma que os que desejam passar
do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não conseguem’.27 "Ele
respondeu: ‘Então eu lhe suplico, pai: manda Lázaro ir à casa de meu pai,28 pois
tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise, a fim de que eles não venham
também para este lugar de tormento’.29 "Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e
os Profetas; que os ouçam’.30 " ‘Não, Pai Abraão’, disse ele, ‘mas se alguém
dentre os mortos fosse até eles, eles se arrependeriam’.31 "Abraão respondeu:
‘Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda
que ressuscite alguém dentre os mortos’ ".Lc 16:19-31.

41
Então temos de concordar que há mais passagens defendendo o estado
de consciência da alma, do que propriamente a sua inexistência ou inércia. E
que o ensino ou defesa do sono da alma ou estado de inconsciência da alma é.
As passagens de Lucas 16:19-31 e Lucas 23:43 (está base de nosso estudo),
refutam eficazmente a doutrina do sono da alma, pontuando que a parte
espiritual do ser humano fica ativa e consciente após a morte.
Em momento algum lá na cruz Jesus sugeriu que o ladrão não iria aquele
momento para o paraíso, e tampouco que a historia de Lázaro e o Rico fosse
uma mera ficção. Devemos entender finalmente que Psicopaniquia ou sono da
alma é uma heresia, tal qual deve ser combatida veementemente através da
palavra. Os textos que tratam do assunto nos levam para o mesmo caminho, a
crer na imortalidade e consciência da alma, os contrários, ou seja, os adeptos da
morte da alma ou sono da alma, são poucos (Adventistas, Testemunhas de
Jeová, e outros de igual linha doutrinaria) e não encontram representação nas
denominações históricas e, por isso, tais doutrinas são vistas como heréticas.
Entretanto, na primeira metade do século XVI, a ideia de um estado de
inconsciência entre a morte e a ressurreição ganhou força e chegou a ser uma
ameaça. Foi em 1534 que reformador João Calvino, lançou sua obra que refuta
qualquer ideia a favor do sono da aula. Este era o seu segundo livro, o qual era
o primeiro a respeito de religião. Seu livro chamou “Psychopannychia”, palavra
que do grego significa “A vigília da alma”. A tradução francesa tinha como título
“A vigília da alma – contra o sono da alma”. Essa obra critica a crença a respeito
da mortalidade da alma, ou como era conhecido como “mortalismo cristão”,
doutrina essa defendida por Lutero.
Calvino faz uma crítica severa aos anabatistas, acusa-os de serem uma
seita nefasta. Em sua obra ele defende a imortalidade da ala, pelo qual se prova
que as almas permanecem vigilantes e vivas uma vez que tenha deixado os
corpos. Essa noção, como Calvino apresentou, é perversa e jamais deveria ser
sustentada pelos Cristãos. Ela corrói e aniquila a empresa deles em Cristo,
reaviva o terror da morte. Como um exímio exegeta Calvino, primeiramente
reconhece a variação de significado na terminologia “sono da alma”. Pelo fato
que existem os que creem e admitem um estado de insensibilidade entre a morte
e o dia do julgamento, outros, porém negam veementemente a real existência
da alma neste período, entendendo que a alma é aniquilada com o corpo, e

42
somente voltara a existir no dia que for ressuscitada com ele. Em resposta as
essas visões, Calvino alega que a alma é uma substancia, e após a morte do
corpo vive verdadeiramente sendo dotada de sentido e entendimento. Pensando
na imortalidade da alma, Calvino cita Mt 10:28 “E não temais os que matam o
corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no
inferno a alma e o corpo”, como prova contundente que alma sobrevive a morte.
Combatendo os “assassinos da alma”, João Calvino, discorre quase toda
Santa Escritura, são inúmeras passagens comentadas e citadas, Calvino
reconhece que esse assunto deve ser tratado com muito cuidado. Calvino alega
que nossa esperança de glória com Cristo é baseada nas palavras ditas por
Cristo ao ladrão na cruz na passagem de Lucas 23:43, Calvino diz que alguém
que realmente crê que Jesus quis dizer “Você estava comigo, mas não saberá”
ou que “seu paraíso consistirá no fato que você perdera a consciência de
existência até que milhares de anos tenham passado e o fim finalmente cheque”?
Ronald Hank em seu livro Doctrine according to Godlines, faz citações
sobre Calvino a respeito da Psicopaniquia, onde diz que algumas passagens
mostram a morte dos crentes como sono (Mt 27,52, At 13:36, 1Co 11:30, Ef 5:14,
1Ts 4:14) a luz de tais passagens, não há como afirmar tal como sono da alma.
Elas referem a morte, somente como um adormecer. Sendo assim não é
estranho que a mortes de alguns crentes na morte são descritas como sono. É
dessa forma que eles entraram no descanso eterno (Is. 57:1, Ap 14:13).
Conforme Hank, a escritura sugere que dentro do intervalo entre a morte
e a ressurreição final, Deus permitiu que a alma sem o corpo pode desfrutar a
gloria que ele prometeu. Hank cita o Apóstolo Paulo que em 2Co 5:1 diz
“1 Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer,
temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. ” Por
isso, estar ausente do corpo é estar presente com o Senhor.
O sono da alma reflete um afastamento do cristianismo ortodoxo,
entretanto ele permanece, como uma minoria firmemente infiltrada no meio
cristão (adventistas). A visão tradicional é chamada de estado intermediário,
essa visão crê que após a morte, a alma do crente vai imediatamente estar com
Cristo e experimentara uma existência pessoal continua e consciente enquanto
aguarda a ressurreição final do corpo em glória.

43
Segundo essa visão o conceito clássico é que na morte as almas dos
crentes são imediatamente glorificadas, santificados em entram imediatamente
na glória. O corpo físico, contudo, permanece na cova, esperando a ressureição
final, apesar da morte trazer consigo o descanso para a alma, as Escrituras
frequentemente referem-se a morte usando o eufemismo do “sono”, então não é
correto alegar que no estado intermediário, a alma dorme, ou que ficaremos
inconscientes ou num estado suspenso até a ressureição final.
Podemos notar que a morte é uma interrupção temporária da vida no
corpo, e a separação da alma do corpo. Embora quando o crente morre, e o
corpo permaneça na terra e seja sepultado, no momento da morte, a alma vai
imediatamente para a presença de Deus, consciente e cheia de alegria. E a bíblia
não ensina a respeito da doutrina do sono da aula, fato é que alma vai
imediatamente para presença de Deus. E essa doutrina contradiz, alegando que
a alma entra num estado de inconsciência e que voltarão a consciência somente
na ressureição, e indubitavelmente pelo fato que a alma do crente vai
imediatamente para presença de Deus, nos leva a concluir que não existe algo
como purgatório. Segundo a crença católica romana, este lugar é onde a alma
do cristão é purificada do pecado até que esteja pronta para ser aceita no céu.
Este ensino herético a respeito do purgatório entra em contradição com o
ensinamento de Jesus na parábola do Rico e Lazaro.
Berkof argumenta que a Bíblia nunca diz que a alma cai no sono, nem
que o corpo cai no sono, mas somente que a pessoa que morre o faz. E esta
descrição baseia-se simplesmente na similaridade existente entre um corpo, e
um corpo dormente. Não é improvável que a Escritura empregue esta expressão,
eufemística a fim de lembrar aos crentes a consoladora esperança da
ressurreição. Além disso, a morte é um rompimento com a vida do mundo que
nos rodeia, e neste sentido, é somo, é repouso.
Finalmente, não devemos esquecer que a Bíblia reta os crentes como
desfrutando vida consciente na comunhão com Deus e com Jesus,
imediatamente após a morte Lc 16:19-31, Lc 23:43. At 7:59, 2 Co 5.8, Fp 1.23,
Ap 6.9, Ap 7.9 20. As passagens que parecem ensinar que os mortos estão
inconscientes visam claramente a salientar o fato de que, no estado de morte, o
homem não pode mais tomar parte nas atividades do presente mundo.

44
1° COMENTÁRIO HOMILÉTICO
O ESTADO DA ALMA APÓS A MORTE
O Adventismo ensina que após a morte do corpo a alma é reduzida ao
estado de silêncio, de inatividade e de inteira inconsciência, isto é, entre a morte
e a ressurreição, os mortos dormem. Este ensino contradiz vários textos das
Escrituras, dentre os quais destacam-se Lucas 16.22-30 e Apocalipse 6.9,10.
O primeiro texto registra a história do rico e Lázaro logo após a morte, e
mostra que o rico, estando no inferno, a. levantou os olhos e viu Lázaro no seio
de Abraão (v.23);
b. clamou por misericórdia (v.24);
c. teve sede (v.24);
d. sentiu-se atormentado (v.24);
e. rogou em favor dos seus irmãos (v.27);
f. ainda tinha seus irmãos em lembrança (v.28);
g. persistiu em rogar a favor dos seus entes queridos (v.30).
Já o texto de Apocalipse 6.9,10 trata da abertura do quinto selo, quando João
viu debaixo do altar "as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da
palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam".
Segundo o registro de João, elas
a. clamavam com grande voz (v.10);
b. inquiriram o Senhor (v.10);
c. reconheceram a soberania do Senhor (v.10);
d. lembravam-se de acontecimentos da Terra (v.10);
e. clamavam por vingança divina contra os ímpios (v. 10).
Raimundo Oliveira – Seitas e heresias – CPAD

45
HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO
Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe
Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lc 23:42-43)
Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Crucificado entre eles como se
fosse um. A Bíblia nos relata que um ladrão o ofendia e o outro o defendia. Não
temos referência bíblica do nome deles, mas historicamente existe uma pesquisa
de que o ladrão que se arrependeu se chamava Dimas e o outro Agesta. Eles
eram comparsas de Barrabás que era para ter sido crucificado.
Jesus estava em um verdadeiro massacre psicológico e físico naquela
hora. O seu corpo, literalmente estraçalhado, mas mesmo assim o seu amor para
com aquele moço foi maior do que a sua própria dor.
É interessante pensar que Jesus de forma alguma questionou os
pecados daquele ladrão. Aquele ladrão estava na cruz, pagando pelo seu erro.
Não foi Jesus que o colocou ali, foi ele mesmo. Muitas vezes é ensinado que por
causa dos nossos erros e pecados no passado, temos que ficar a nossa
caminhada Cristã pagando pelos nossos erros. Como aconteceu com o ladrão,
existe sim a consequência dos nossos erros e pecados e no caso dele foi a
condenação e crucificação, mas temos que compreender e receber o abundante
e maravilhoso perdão de Deus por meio de sua infinita graça.
a. Perdoarei suas maldades (Jeremias 31:34)
b. Serei misericordioso (Hebreus 8.12)
c. Esquecei seus pecados (Hebreus 10:17)
Ao decidirmos caminhar com Jesus, os nossos erros e pecados
passados são literalmente apagados e Deus se esquece de todos eles. Por que
então existem algumas pessoas que acham que estão sendo punidas por Deus
por pecados já perdoados? Isso não existe! Creia que Jesus ja esqueceu do seu
passado. Viva intensamente e livre de qualquer condenação a respeito do seu
passado, pois ja foi apagado e esquecido por Jesus.
Gabriel Felix

46
PARA ONDE FOI O LADRÃO?
Onde está o ladrão que ouviu estas palavras de Jesus? Com Cristo no
Paraíso ou dormindo o sono da morte esperando Cristo voltar? O grupo religioso
chamado “Testemunhas de Jeová”[1] dizem que este versículo deve ser
traduzido da seguinte forma:
“E Ele disse: Deveras te digo hoje: Estarás comigo no paraíso.”
Bem, seguindo o conselho das próprias “Testemunhas” no seu livro “A
Verdade que Conduz à Vida Eterna”:
"Precisamos examinar não só o que nós mesmos cremos, mas também
o que é ensinado pela organização religiosa com que talvez nos associemos.
Estão os seus ensinos em plena harmonia com a Palavra de Deus ou baseiam-
se em tradições de homens? Se amarmos a verdade, não precisaremos temer
tal exame. Cada um de nós deve ter o desejo sincero de aprender a vontade de
Deus para nós e depois faze-la- João 8:32".[2]
a). Contrariamente a todos os textos do Novo Testamento grego
reconhecidos no mundo, estas pessoas acham que se deve tirar a vírgula de
depois da palavra digo, e colocar dois pontos depois da palavra hoje. Fazendo
Jesus dizer que estava falando “hoje”, que um dia ladrão estaria com Ele no
paraíso. E não que Jesus disse que o ladrão estaria com Ele naquele mesmo
dia.
b) Durante toda história da Igreja este texto ensinou que o ladrão estaria
com Jesus naquele mesmo dia, mas estes grupos religiosos acham que todo
mundo estava errado, e eles descobriram a verdade. Será?
c) Mas nós temos como tirar a prova. Esta expressão: “Em verdade te
digo” foi muito usada por Jesus e para descobrir como Jesus falava é só dar uma
olhada em todas as vezes que ele empregou esta frase. Observe:
a) Mateus: 5:18, 26; 6:2, 5, 16; 8:10; 10:15, 23; 11:11; 13:17; 18:13, 18;
21:31; 23:36; 24:47; 25:12, 40, 45.
b) Marcos: 3:28; 8:12; 9:1, 41; 10:15, 29; 11:23; 12:43; 13:30; 14:9, 18,

47
c) Lucas: 4:24-25; 12:37; 23:43.
d) João: 1:51; 3:3, 5, 11; 5:19, 24-25; 6:26, 32, 47, 53; 8:34, 51, 58; 10:1,
7; 12:24; 13:16, 20-21, 38; 14:12; 16:20, 23; 21:18.
Em todas as ocorrências desta expressão (em verdade te digo) nos
evangelhos Jesus nunca diz: “Em verdade te digo hoje”, Ele sempre diz: “Em
verdade te digo” e o que vem depois é sempre o complemento. Assim, Lc. 23:43
deve ser: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso”. Se Jesus
sempre falava de uma maneira, porque Ele iria mudar só aqui em Lucas
colocando uma palavra “hoje” fora de lugar, falando de um jeito que se mudar a
pontuação a frase fica sem sentido? Não posso mudar a pontuação de um
versículo para que ele se encaixe na minha doutrina. A pontuação de Lc. 23:43
não foi colocada ao acaso, ela foi posta observando como Jesus usava a
expressão: “Em verdade te digo”, e Ele sempre usava a mesma de uma só forma,
portanto, a palavra “hoje” não faz parte da primeira sentença, mas da segunda.
O hoje não é o dia em que Jesus está falando, pois, o ladrão sabia que Jesus
estava falando naquele dia, não precisava Jesus dizer. O hoje se refere ao dia
no qual o ladrão estaria no paraíso com Jesus. Assim, naquele dia os corpos dos
dois foram para a sepultura, mas seus espíritos/almas para o paraíso.

48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que temos mais vistos nesses últimos dias são muitas discussões em
torno de assuntos teológicos, alguns assuntos sem fundamento, ou no jargão
popular “sem pé, e sem cabeça”, outros assuntos são de extrema importância, e
de grande valia teológica, a qual podemos investir horas a fio para melhor
compreensão. É conhecido que o ser humano é composto de corpo (físico)
alma/espirito, muito é questionado à respeito do que acontece com a alma após
a morte.
Há várias teorias, teses e doutrinas e cada uma delas afirmam deter a
verdade a respeito do que acontecem com a alma do ser humano após a morte.
Uns acreditam que ela fica no purgatório, outros que ela fica vagando esse
mundo buscando um sentido final de existência, outros creem que alcançam a
perfeição ou incorporam em animais e etc.
Mas este estudo retrata uma doutrina que tem por nome Psicopaniquia, a
qual é chamada também de “sono da alma”, e o qual outros autores a chamam
também de Aniquilacionismo ou Estado Intermediário. Fica compreendido que
Pisconaniquia é a doutrina a qual as almas, após a morte, se tornam inexistentes,
imersas em sono, até a ressureição dos corpos, doutrina herética essa defendida
pelos Adventistas e Testemunhas de Jeová e outros de mesma linha teológica,
os quais creem que após a morte, a alma é “destruída” ou fica inexistente, sem
sentidos ou faculdades mentais, ou seja, não tem sentimentos, não percebe o
que se passa com ela ao seu redor, não tem ação alguma.
Como embasamento desse estudo usamos a passagem de Lucas 23:43,
que diz “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
Paraíso.”
Nessa passagem podemos compreender que Cristo, disse que naquele
dia, não no próximo dia, ou futuramente, o ladrão estaria com Ele no Paraíso,
pelo contrário Jesus afirmou enfaticamente que seria naquele momento. E o
Paraíso é o local onde a alma desfruta de comunhão com Senhor, e ela tem
plena faculdades mentais, e lá esta ciente de tudo que acontece. Temos
inúmeras passagens bíblicas que defendem o estado consciente da alma,
exemplo disso é a passagem do Rico e Lázaro em Lucas 16:19-31, essa
passagem narra claramente a situação do Rico E do Lázaro, que o rico estava

49
no Hades e Lazaro no Seio de Abraão, e ambos desfrutam de sensações,
sentimentos, emoções.
Porém o Psicopaniquistas ou Aniquilacionismas, deturpam a palavra, e
procuram provar de forma maliciosa essa doutrina herética e errônea usam
passagens bíblicas sem ao menos destacarem o seu contexto. Usam a seguintes
passagens Jó 14:10, Ec 9:5 , Dn 12:2, Jo 3:13, At 2:29 e entre outras.
Entretanto nós que somos de vertente tradicional, participantes das
igrejas históricas, as quais creem que a Alma do Cristão ela não morre, não entra
no estado de sono ou inexistência, e sim a alma continua viva e Deus a toma pra
si, em suas plenas faculdades mentais e sentimentais. Assim refutamos a
doutrina do sono da alma essa tão defendida pelos Adventistas e Testemunhas
de Jeová.

50
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51
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52
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sono-da-alma-durma-com-um-barulho.html>. Acesso em: 08 dez. 2017.

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