O documento discute como aproximar os jovens da escola, considerando-os como sujeitos de experiência e saberes. Aborda noções de juventude, a relação dos jovens com a tecnologia e o mundo do trabalho, e a visão dos jovens sobre a escola. Defende que a educação deve considerar a totalidade existencial do jovem.
1. O jovem como sujeito do Ensino Médio
Everaldo Fernandes Barbosa
“Ser mestre é facilitar que o outro descubra e desperte a sua própria maestria”
Roberto Crema
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2. Questões
O que significa ser jovem e estudantes em nossos dias?
Como deverá ser o nosso relacionamento com os jovens?
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3. Objetivos
Discussão sobre como aproximar os jovens da escola e como proporcionar conhecimento, considerando os jovens como sujeito de experiência, saberes e desejos.
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4. Focos
•Noção de juventude
•Relação: jovem x tecnologia
•Relação: jovem x mundo do trabalho
•Visão do jovem acerca da escola
COMPLEMENTARIDADE
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11. Complementaridade
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“O todo sem a parte não é o todo, a parte sem o todo não é parte”.
O ato de educar não pode ser fragmentado, dissociado da totalidade existencial do jovem, pois fazer isto seria fazer uma educação sintomática de buscas de respostas imediatas, temporais.
12. Situação Hipotética
Vamos considerar um objeto ainda desconhecido, mas que queremos conhecer. No primeiro momento o objeto atua sobre nossos pensamentos de maneira espontânea. Cada nova informação captada a partir da espontaneidade do pensamento é relacionada com os conhecimentos que já possuímos. Dessa forma, existe uma interação entre o que já sabemos e o que queremos conhecer, ou seja, esses dois objetos permitem a compreensão do todo.
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13. O turista
Um turista inglês visitando a Amazônia vê um animal bastante grande, nas margens de um rio, e pergunta ao seu guia: que tipo de animal é aquele? O guia responde que é uma capivara. No entanto, essa resposta não cria nenhuma relação com que o turista já conhece. Para que o ele possa criar uma imagem com significado a partir de algumas relações o guia diz que o animal é um “porco d’água”. Acende-se uma luz para o turista e ele diz: “hahaha”, realmente acreditando que havia entendido o que é. O fato é que ele é capaz de criar algo significativo com as palavras “água” e “porco”, pressupondo um ponto de partida para conhecer o animal.
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14. Noção de juventude
Consideramos a categoria juventude parte de um processo de crescimento totalizante, que ganha contornos específicos a partir do conjunto das experiências vivenciadas pelos indivíduos no seu contexto social. (p. 15).
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16. Noção de juventude
A juventude é, ao mesmo tempo, uma condição social e um tipo de representação. De um lado há um caráter universal, dado pelas transformações do indivíduo numa determinada faixa etária. De outro, há diferentes construções históricas e sociais relacionadas a esse tempo/ciclo da vida. A entrada na juventude se faz pela fase da adolescência e é marcada por transformações biológicas, psicológicas e de inserção social. (p. 14).
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19. Jovem, culturas, identidades e tecnologias
[...] A constituição da identidade se define a partir de um conjunto de relações . (p. 18).
Uma das mais importantes tarefas das instituições educativas hoje está em contribuir para que os jovens possam realizar escolhas conscientes sobre suas trajetórias pessoais e constituir os seus próprios acervos de valores e conhecimentos. (p. 19)
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20. Jovem, culturas, identidades e tecnologias
A escola e seus educadores têm o desafio de compreender o “ser jovem” no contexto das transformações sociais contemporâneas e da multiplicidade de caminhos existentes para a vivência do tempo de juventude.
Um dos enganos mais comuns é tomarmos a nossa própria experiência para estabelecer quadros comparativos com os “jovens de hoje”. (p. 21)
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22. Os sentidos e significados da escola para os jovens
As pesquisas indicam que os jovens demandam uma escola que faça sentido para a vida e que contribua para a compreensão da realidade. Eles reivindicam que o que se ensina na escola tenha vínculos com o seu cotidiano. Muitos jovens estudantes expressam suas dificuldades para estabelecer uma conexão entre os conteúdos curriculares e suas vidas. (p. 52).
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23. Os sentidos e significados da escola para os jovens
Se a escola é lugar de aprender, é importante compreender como os jovens aprendem e quais são os conhecimentos que demandam da escola. Os jovens enfatizam a importância de que seus interesses sejam considerados, o que é possível quando se estabelece um diálogo entre os conteúdos curriculares e a realidade. (p. 52).
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24. Os sentidos e significados da escola para os jovens
Não existe processo educativo sem sujeitos concretos, com suas práticas, experiências, valores e saberes. A tarefa da escola é construir um vínculo entre a identidade juvenil e a experiência de ser aluno. (p. 52).
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26. Os sentidos e significados da escola para os jovens
A escola pode ser muito diferente para jovens de classe média, filhos de pais escolarizados. Para eles, uma longa escolarização é algo esperado e na qual “apostam suas fichas”. Para jovens das camadas populares, as experiências dos pais e de outros amigos de bairro nem sempre acenam para um futuro promissor a partir da escolarização. (p. 50).
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28. 28
http://www.niase.ufscar.br/comunidades-de-aprendizagem
O conceito de Comunidades de Aprendizagem dialoga estreitamente com os conceitos de Bairro-escola, Território Educativo e de Cidade Educadora. Comunidades de Aprendizagem dizem respeito a projetos educativos que extrapolam os limites da escola, envolvendo toda a comunidade no processo de formação de seus indivíduos.
31. Os jovens e a escola
A possibilidade de transitar por diferentes instituições, os múltiplos pertencimentos e seus heterogêneos processos formativos conferem aos jovens um desejo e uma necessidade de se fazerem ouvir e de valorizar suas formas de sociabilidade que repercutem no cotidiano escolar. Eles reconhecem o papel da escola, mas querem também que a instituição escolar esteja aberta ao diálogo com suas experiências do presente e expectativas de futuro.(p. 49)
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32. 32
Quem eu sou, para onde eu vou?
A elaboração de um projeto de vida é fruto de um processo de aprendizagem, no qual o maior desafio é aprender a escolher. (p. 32).
[...] será que os jovens estudantes estão tendo oportunidade de exercitar, de aprender a escolher no cotidiano escolar? Quais os espaços e tempos que vêm estimulando a formação de jovens autônomos? (p. 33).
34. Jovem e tecnologias
As manifestações culturais juvenis, notadamente as que se fazem notar pelas mídias eletrônicas, podem e devem ser utilizadas como ferramentas que facilitem a interlocução e o diálogo entre os jovens, profissionais da educação e a escola, contribuindo assim para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras em comunidades de aprendizagens superadoras das tradicionais hierarquias de práticas e saberes ainda tão presentes nas instituições escolares. (p. 27 – 28)
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35. Jovem e tecnologias
“sou discriminado por não participar de nenhuma rede social. É como se eu fosse um alien!”
“Digita no Google. Se não aparecer nada é porque não existe. Se não está no Google, definitivamente não existe!”
“Não sei como era possível paquerar quando não existia o Orkut!”.
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