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                    Tópico 5-                                                  Ligações Químicas

                                                                        	
  

                                                                        	
  

                                                                        	
  

                                                                        	
  

                                                                        	
  

                                                                        	
  

                                                                        	
  

                                                                        	
  

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   vai	
   examinar	
   as	
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   forças	
   de	
  
ligações	
   químicas	
   e	
   tipos	
   de	
   ligações	
   químicas.	
   Veremos	
   também	
   como	
   as	
   propriedades	
   das	
  
substâncias	
   iônicas	
   e	
   covalentes	
   são	
   originadas	
   a	
   partir	
   das	
   distribuições	
   de	
   carga	
   eletrônica	
  
nos	
  átomos,	
  íons	
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  Este	
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  da	
  aula	
  	
  
                                                                  Diferenciar	
  os	
  diferentes	
  tipos	
  de	
  ligações	
  químicas	
  e	
  	
  
                                                         quais	
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  presentes	
  nas	
  substâncias	
  químicas.	
  

                                           Representar	
  	
  as	
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                                             Conhecer	
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                                                   Aula 5 - Ligações químicas


                                                                                                                                                 2	
  
	
  
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5.1 Conceitos

       •   Ligação química: é a força atrativa que mantém dois ou mais átomos unidos.
       •   Ligação iônica: resulta da transferência de elétrons de um metal para um não-
           metal.
       •   Ligação covalente: resulta do compartilhamento de elétrons entre dois átomos.
           Normalmente encontrada entre elementos não-metálicos. Os exemplos mais
           familiares de ligações covalentes são vistos nas interações entre elementos não-
           metálicos. Exemplo: Br2; C12H22O11.
       •   Ligação metálica: é a força atrativa que mantém metais puros unidos. São
           encontradas em metais como o cobre, ferro, alumínio. Nesses metais cada átomo
           está ligado a vários átomos vizinhos. Os elétrons ligantes estão relativamente
           livres para mover-se pela estrutura tridimensional do metal. As ligações
           metálicas dão origem a tais propriedades metálicas como altas condutividades
           elétricas e brilho. Exemplo: Au; Cu

5.2 Símbolos de Lewis

O químico americano G. N. Lewis sugeriu uma maneira simples de mostrar os elétrons
de valência dos átomos.
O símbolo do elemento representa o núcleo e os elétrons das camadas internas. Os
elétrons da camada de valência são representados por pontos, que são colocados em
torno do símbolo.
    • Para um entendimento através de figuras sobre a localização dos elétrons em um
        átomo, representamos os elétrons como pontos ao redor do símbolo do elemento.
    • O número de elétrons disponíveis para a ligação é indicado por pontos
        desemparelhados.
    • Esses símbolos são chamados símbolos de Lewis.
    • Geralmente colocamos os elétrons nos quatro lados de um quadrado ao redor do
        símbolo do elemento.




5.3 A regra do octeto


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       •   Na natureza, todos os sistemas tendem a adquirir a maior estabilidade possível.
           Os átomos ligam-se uns aos outros para aumentar a sua estabilidade.
       •   Os átomos frequentemente ganham, perdem ou compartilham seus elétrons para
           atingir o número de elétrons do gás nobre mais próximo deles na tabela
           periódica.
       •   A regra do octeto: os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons
           até que eles estejam rodeados por 8 elétrons de valência (4 pares de elétrons).
       •   Um octeto de elétrons que cerca um átomo é considerado uma configuração
           estável.
       •   Todos os gases nobres, com exceção do He, têm uma configuração s2p6.
       •   Os gases nobres têm distribuições eletrônicas muito estáveis, como evidenciados
           por suas altas energias de ionização, baixas afinidades por elétrons e deficiência
           geral de reatividade.
       •   Cuidado: existem várias exceções à regra do octeto.

5.4 Ligação Iônica

Resulta da transferência de um ou mais elétrons de um átomo para outro.
O termo ligação iônica refere-se às forças eletrostáticas que existem entre íons de cargas
de sinais opostos. Ocorre quando um ou mais elétrons são transferidos da camada de
valência de um átomo para a camada de valência para outro átomo.
O átomo que perde um ou mais elétrons torna-se um íon positivo (cátion), enquanto que
o átomo que ganha elétrons torna-se negativamente carregado, um ânion.
As substâncias iônicas geralmente são resultantes da interação de metais do lado
esquerdo da tabela periódica, com não-metais do lado direito (excluindo-se os gases
nobres, do grupo 8A). Exemplo: NaCl; NiO.
Quando o sódio metálico, Na(s), é colocado em contato com o gás cloro, Cl2(g), ocorre
uma reação fortemente exotérmica, liberando tanto calor quanto luz.

                       Na(s) + ½ Cl2(g) → NaCl(s)       ∆Hf = - 410,9 kJ

O cloreto de sódio é composto de íons Na+ e Cl-, arranjados em uma rede tridimensional
regular.
A formação do Na+ a partir do Na e de Cl- a partir de Cl2 indica que o átomo de sódio
perdeu um elétron e um átomo de cloro ganhou um. A transferência de elétrons para
formar íons de cargas opostas ocorre quando átomos envolvidos diferem enormemente
em suas atrações por elétrons. O NaCl é um composto comum porque consiste em um
metal de baixa energia de ionização e um não-metal com alta afinidade por elétrons.

5.5 Energias envolvidas na formação da ligação iônica

A principal razão para os compostos iônicos serem estáveis é a atração entre os íons de
cargas opostas. Essa atração mantém os íons unidos, liberando energia e fazendo com
que eles formem um arranjo ou rede. Uma medida da quantidade de energia necessária
para a estabilização que se obtém quando os íons de cargas opostas são agrupados em
um composto iônico é dada pela energia de rede.

Energia de rede é a energia requerida para separar completamente um mol de um
composto iônico em íons gasosos.


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         NaCl(s) → Na+ (g) + Cl- (g)         ∆Hrede = + 788 kJ /mol (endotérmico)

O processo oposto, portanto, a aproximação do Na+ (g) + Cl- (g) para formar NaCl(s) é
altamente exotérmico (∆H = - 788 kJ /mol).
O valor da energia de rede de um sólido depende das cargas dos íons, de seus tamanhos
e de seus arranjos no sólido. O estudo da Termoquímica nos mostra que a energia de
interação entre duas partículas carregadas é dada por:
                                                     Q1Q2
                                            El = κ
                                                      d

Onde:
 Q1 e Q2 são as cargas nas partículas;
 d é a distancia entre seus centros e
 k é uma constante, 8,99 × 109 Jm/C2.
A equação anterior indica que as interações de atração entre dois íons com cargas de
sinais contrários aumentam à medida que os módulos de suas cargas também aumentam
e que a distância de seus centros diminui, isto é, que seus raios diminuem, lembrando
que os tamanhos dos íons aumentam à medida que descemos um grupo na tabela
periódica.
                      Energias de rede de alguns compostos iônicos

                          Energia de rede                              Energia de rede
       Composto              (kJ/mol)                 Composto            (kJ/mol)
         LiF                   1030                     KBr                  671
         LiCl                   834                     CsCl                 657
         LiI                    730                     CsI                  600
         NaF                    910                     MgCl2               2326
         NaCl                   788                     SrCl2               2127
         NaBr                   732                     MgO                 3795
         NaI                    682                     CaO                 3414
         KF                     808                     SrO                 3217
         KCl                    701                     ScN                 7547

5.6 Configurações eletrônicas de íons dos elementos representativos

O estudo das energias envolvidas na formação da ligação iônica ajuda a explicar a
tendência que muitos íons possuem da adquirir configurações eletrônicas de gás nobre.
Por exemplo, o sódio perde rapidamente um elétron para formar Na+, que tem a mesma
configuração eletrônica do Ne:

Na      1s2 2s2 2p6 3s1 = [Ne] 3s1
Na+     1s2 2s2 2p6 = [Ne]

Mesmo que a energia de rede aumente com o aumento da carga iônica, nunca
encontraremos compostos iônicos que contenham íons Na2+. O segundo elétron a ser
removido teria de vir de um nível mais interno do átomo de sódio, que requer uma
quantidade muito grande de energia. O aumento da energia de rede não é suficiente para
compensar a energia necessária à remoção de um elétron de um nível mais interno.


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Assim, o sódio e os outros elementos metálicos do grupo 1A são encontrados em
substâncias iônicas com apenas íons 1+.
Do mesmo modo, a adição de elétrons aos não-metais é exotérmica ou apenas
ligeiramente endotérmica desde que os elétrons sejam adicionados ao nível de valência.
Portanto, um átomo de cloro recebe facilmente um elétron para formar Cl-, que tem a
mesma configuração eletrônica do Ar:

Cl         1s2 2s2 2p6 3s23p5 = [Ne] 3s23p5
Cl-        1s2 2s2 2p6 3s23p6 = [Ne] 3s23p6 = [Ar]

Um segundo elétron teria que ser adicionado ao próximo maior nível do átomo de cloro,
que seria energicamente muito desfavorável. Conseqüentemente, nunca observaremos
Cl2- em compostos iônicos.
As configurações eletrônicas podem prever a formação de íon estável:

                •   Mg: [Ne]3s2
                •   Mg+: [Ne]3s1          não estável
                •   Mg2+: [Ne]            estável
                              2   5
                •   Cl: [Ne]3s 3p
                •   Cl-: [Ne]3s23p6 = [Ar]        estável

5.7 Íons de metais de transição

Como as energias de ionização aumentam de forma rápida para cada elétron removido
sucessivamente, as energias de rede dos compostos iônicos são em geral grandes o
suficiente para compensar apenas a perda de três elétrons dos átomos. Naturalmente,
encontramos cátions com cargas 1+, 2+ ou 3+ em compostos iônicos. Entretanto,
muitos metais de transição têm mais de três elétrons além do cerne do gás nobre.
Para formação do cátion precisamos lembrar que quando os elétrons são removidos de
um átomo para formar um cátion, eles sempre são removidos primeiro do orbital com
maior número quântico principal disponível, n. Portanto, para formar íons, os metais de
transição perdem primeiro os elétrons s do nível de valência, em seguida, tantos elétrons
d quantos necessários para atingir a carga do íon.
Consideremos o ferro com configuração eletrônica [Ar] 3d64s2 ao formar o cátion Fe2+,
os dois elétrons 4s são perdidos, levando a uma configuração eletrônica [Ar] 3d6. A
remoção de um elétron adicional fornece o íon Fé 3+, cuja configuração eletrônica é
[Ar] 3d5
Como nesse exemplo, os metais de transição quase sempre não formam íons com
configurações de gases nobres.
Portanto:
            • As energias de rede compensam a perda de até três elétrons.
            • Em geral, os elétrons são removidos dos orbitais em ordem decrescente
               de n (i.e. os elétrons são removidos do 4s antes do 3d).

5.8 Íons poliatômicos

       •
       Os íons poliatômicos são formados quando há uma carga global em um
       composto contendo ligações covalentes. Por exemplo, SO42-, NO3-.
5.9 Ligação Covalente


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São ligações que ocorrem pelo compartilhamento de par ou pares de elétrons.
Normalmente ocorre entre não-metais, entre semi-metais (metalóides) ou entre ambos.
Numa situação rara, o Berílio (Be), apesar de ser um metal, também participa das
ligações covalentes.
O compartilhamento de um par de elétrons constitui uma ligação covalente simples. Em
muitas moléculas, os átomos atingem os octetos pelo compartilhamento de mais de um
par de elétrons entre eles. Quando dois pares de elétrons são compartilhados, dois traços
são desenhados na fórmula estrutural plana, representando uma ligação covalente dupla.
Uma ligação covalente tripla corresponde ao compartilhamento de três pares de
elétrons, como na molécula de N2.
Ocorre quando um átomo está estável e possui um ou mais pares de elétrons não
ligantes e outro átomo que está com deficiência de elétron. O átomo que possui o par de
elétrons livres compartilha este par de elétrons com o outro átomo.
        Logo:
    • Quando dois átomos similares se ligam, nenhum deles quer perder ou ganhar um
        elétron para formar um octeto.
    • Quando átomos similares se ligam, eles compartilham pares de elétrons para que
        cada um atinja o octeto.
    • Cada par de elétrons compartilhado constitui uma ligação química.
    • Por exemplo: H + H → H2 tem elétrons em uma linha conectando os dois
        núcleos de H.




5.10 Estruturas de Lewis

       •   As ligações covalentes podem ser representadas pelos símbolos de Lewis dos
           elementos:


       •   Nas estruturas de Lewis, cada par de elétrons em uma ligação é representado por
           uma única linha:




5.11 Ligações múltiplas

       •   É possível que mais de um par de elétrons seja compartilhado entre dois átomos
           (ligações múltiplas):


              •   Um par de elétrons compartilhado = ligação simples (H2);
              •   Dois pares de elétrons compartilhados = ligação dupla (O2);

                                                                                         7	
  
	
  
Universidade do Estado do Amazonas – UEA
                                                Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral	
  
	
  
               • Três pares de elétrons compartilhados = ligação tripla (N2).
       •   Em geral, a distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de
           pares de elétrons compartilhados aumenta.
       •   Em uma ligação covalente, os elétrons estão compartilhados.
       •   O compartilhamento de elétrons para formar uma ligação covalente não significa
           compartilhamento igual daqueles elétrons.
       •   Existem algumas ligações covalentes nas quais os elétrons estão localizados
           mais próximos a um átomo do que a outro.
       •   O compartilhamento desigual de elétrons resulta em ligações polares.




                                                                                        8	
  
	
  

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Ligações Químicas: Iônicas e Covalentes

  • 1.   Tópico 5- Ligações Químicas                 INFORMAÇÃO  SOBRE  O  PRÓXIMO  ASSUNTO     Nesse   próximo   assunto,   você   vai   examinar   as   relações   entre   estrutura   eletrônica,   forças   de   ligações   químicas   e   tipos   de   ligações   químicas.   Veremos   também   como   as   propriedades   das   substâncias   iônicas   e   covalentes   são   originadas   a   partir   das   distribuições   de   carga   eletrônica   nos  átomos,  íons  e  moléculas.  Este  assunto  vai  ser  dividido  em  duas  partes.                        
  • 2. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral     Ligações   Químicas       Metas  da  aula     Diferenciar  os  diferentes  tipos  de  ligações  químicas  e     quais  as  ligações  estão  presentes  nas  substâncias  químicas.   Representar    as  ligações  presentes  nessas  substâncias  por  símbolos.     Conhecer  os  fatores  que  influência  as  forças  das  ligações  químicas.     .     Objetivos   Esperamos  que,  ao  final  desta  aula,  você     seja  capaz  de:   •  Identificar  quais  os  tipos  de  ligações  presentes     nas  substâncias  químicas.   •  Utilizar  as  estruturas  eletrônicas  dos  átomos   envolvidos  e  a  regra  do  octeto  para  representar   as  ligações  das  substâncias  pelos  símbolos  de  Lewis.   as  substâncias  como  covalente  polar  e  apolar,   de  acordo  com  a  diferença  de  eletronegatividade  dos  átomos.   •  Calcular  a  carga  formal  dos  átomos  nas  ligações  covalentes,   e  usar  para  escolher  a  estrutura  mais  plausível.     •  Conhecer  os  fatores  que  influência  as  forças  das  ligações   Iônicas  e  covalentes.   Aula 5 - Ligações químicas 2    
  • 3. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral     5.1 Conceitos • Ligação química: é a força atrativa que mantém dois ou mais átomos unidos. • Ligação iônica: resulta da transferência de elétrons de um metal para um não- metal. • Ligação covalente: resulta do compartilhamento de elétrons entre dois átomos. Normalmente encontrada entre elementos não-metálicos. Os exemplos mais familiares de ligações covalentes são vistos nas interações entre elementos não- metálicos. Exemplo: Br2; C12H22O11. • Ligação metálica: é a força atrativa que mantém metais puros unidos. São encontradas em metais como o cobre, ferro, alumínio. Nesses metais cada átomo está ligado a vários átomos vizinhos. Os elétrons ligantes estão relativamente livres para mover-se pela estrutura tridimensional do metal. As ligações metálicas dão origem a tais propriedades metálicas como altas condutividades elétricas e brilho. Exemplo: Au; Cu 5.2 Símbolos de Lewis O químico americano G. N. Lewis sugeriu uma maneira simples de mostrar os elétrons de valência dos átomos. O símbolo do elemento representa o núcleo e os elétrons das camadas internas. Os elétrons da camada de valência são representados por pontos, que são colocados em torno do símbolo. • Para um entendimento através de figuras sobre a localização dos elétrons em um átomo, representamos os elétrons como pontos ao redor do símbolo do elemento. • O número de elétrons disponíveis para a ligação é indicado por pontos desemparelhados. • Esses símbolos são chamados símbolos de Lewis. • Geralmente colocamos os elétrons nos quatro lados de um quadrado ao redor do símbolo do elemento. 5.3 A regra do octeto 3    
  • 4. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral     • Na natureza, todos os sistemas tendem a adquirir a maior estabilidade possível. Os átomos ligam-se uns aos outros para aumentar a sua estabilidade. • Os átomos frequentemente ganham, perdem ou compartilham seus elétrons para atingir o número de elétrons do gás nobre mais próximo deles na tabela periódica. • A regra do octeto: os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons até que eles estejam rodeados por 8 elétrons de valência (4 pares de elétrons). • Um octeto de elétrons que cerca um átomo é considerado uma configuração estável. • Todos os gases nobres, com exceção do He, têm uma configuração s2p6. • Os gases nobres têm distribuições eletrônicas muito estáveis, como evidenciados por suas altas energias de ionização, baixas afinidades por elétrons e deficiência geral de reatividade. • Cuidado: existem várias exceções à regra do octeto. 5.4 Ligação Iônica Resulta da transferência de um ou mais elétrons de um átomo para outro. O termo ligação iônica refere-se às forças eletrostáticas que existem entre íons de cargas de sinais opostos. Ocorre quando um ou mais elétrons são transferidos da camada de valência de um átomo para a camada de valência para outro átomo. O átomo que perde um ou mais elétrons torna-se um íon positivo (cátion), enquanto que o átomo que ganha elétrons torna-se negativamente carregado, um ânion. As substâncias iônicas geralmente são resultantes da interação de metais do lado esquerdo da tabela periódica, com não-metais do lado direito (excluindo-se os gases nobres, do grupo 8A). Exemplo: NaCl; NiO. Quando o sódio metálico, Na(s), é colocado em contato com o gás cloro, Cl2(g), ocorre uma reação fortemente exotérmica, liberando tanto calor quanto luz. Na(s) + ½ Cl2(g) → NaCl(s) ∆Hf = - 410,9 kJ O cloreto de sódio é composto de íons Na+ e Cl-, arranjados em uma rede tridimensional regular. A formação do Na+ a partir do Na e de Cl- a partir de Cl2 indica que o átomo de sódio perdeu um elétron e um átomo de cloro ganhou um. A transferência de elétrons para formar íons de cargas opostas ocorre quando átomos envolvidos diferem enormemente em suas atrações por elétrons. O NaCl é um composto comum porque consiste em um metal de baixa energia de ionização e um não-metal com alta afinidade por elétrons. 5.5 Energias envolvidas na formação da ligação iônica A principal razão para os compostos iônicos serem estáveis é a atração entre os íons de cargas opostas. Essa atração mantém os íons unidos, liberando energia e fazendo com que eles formem um arranjo ou rede. Uma medida da quantidade de energia necessária para a estabilização que se obtém quando os íons de cargas opostas são agrupados em um composto iônico é dada pela energia de rede. Energia de rede é a energia requerida para separar completamente um mol de um composto iônico em íons gasosos. 4    
  • 5. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral     NaCl(s) → Na+ (g) + Cl- (g) ∆Hrede = + 788 kJ /mol (endotérmico) O processo oposto, portanto, a aproximação do Na+ (g) + Cl- (g) para formar NaCl(s) é altamente exotérmico (∆H = - 788 kJ /mol). O valor da energia de rede de um sólido depende das cargas dos íons, de seus tamanhos e de seus arranjos no sólido. O estudo da Termoquímica nos mostra que a energia de interação entre duas partículas carregadas é dada por: Q1Q2 El = κ d Onde: Q1 e Q2 são as cargas nas partículas; d é a distancia entre seus centros e k é uma constante, 8,99 × 109 Jm/C2. A equação anterior indica que as interações de atração entre dois íons com cargas de sinais contrários aumentam à medida que os módulos de suas cargas também aumentam e que a distância de seus centros diminui, isto é, que seus raios diminuem, lembrando que os tamanhos dos íons aumentam à medida que descemos um grupo na tabela periódica. Energias de rede de alguns compostos iônicos Energia de rede Energia de rede Composto (kJ/mol) Composto (kJ/mol) LiF 1030 KBr 671 LiCl 834 CsCl 657 LiI 730 CsI 600 NaF 910 MgCl2 2326 NaCl 788 SrCl2 2127 NaBr 732 MgO 3795 NaI 682 CaO 3414 KF 808 SrO 3217 KCl 701 ScN 7547 5.6 Configurações eletrônicas de íons dos elementos representativos O estudo das energias envolvidas na formação da ligação iônica ajuda a explicar a tendência que muitos íons possuem da adquirir configurações eletrônicas de gás nobre. Por exemplo, o sódio perde rapidamente um elétron para formar Na+, que tem a mesma configuração eletrônica do Ne: Na 1s2 2s2 2p6 3s1 = [Ne] 3s1 Na+ 1s2 2s2 2p6 = [Ne] Mesmo que a energia de rede aumente com o aumento da carga iônica, nunca encontraremos compostos iônicos que contenham íons Na2+. O segundo elétron a ser removido teria de vir de um nível mais interno do átomo de sódio, que requer uma quantidade muito grande de energia. O aumento da energia de rede não é suficiente para compensar a energia necessária à remoção de um elétron de um nível mais interno. 5    
  • 6. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral     Assim, o sódio e os outros elementos metálicos do grupo 1A são encontrados em substâncias iônicas com apenas íons 1+. Do mesmo modo, a adição de elétrons aos não-metais é exotérmica ou apenas ligeiramente endotérmica desde que os elétrons sejam adicionados ao nível de valência. Portanto, um átomo de cloro recebe facilmente um elétron para formar Cl-, que tem a mesma configuração eletrônica do Ar: Cl 1s2 2s2 2p6 3s23p5 = [Ne] 3s23p5 Cl- 1s2 2s2 2p6 3s23p6 = [Ne] 3s23p6 = [Ar] Um segundo elétron teria que ser adicionado ao próximo maior nível do átomo de cloro, que seria energicamente muito desfavorável. Conseqüentemente, nunca observaremos Cl2- em compostos iônicos. As configurações eletrônicas podem prever a formação de íon estável: • Mg: [Ne]3s2 • Mg+: [Ne]3s1 não estável • Mg2+: [Ne] estável 2 5 • Cl: [Ne]3s 3p • Cl-: [Ne]3s23p6 = [Ar] estável 5.7 Íons de metais de transição Como as energias de ionização aumentam de forma rápida para cada elétron removido sucessivamente, as energias de rede dos compostos iônicos são em geral grandes o suficiente para compensar apenas a perda de três elétrons dos átomos. Naturalmente, encontramos cátions com cargas 1+, 2+ ou 3+ em compostos iônicos. Entretanto, muitos metais de transição têm mais de três elétrons além do cerne do gás nobre. Para formação do cátion precisamos lembrar que quando os elétrons são removidos de um átomo para formar um cátion, eles sempre são removidos primeiro do orbital com maior número quântico principal disponível, n. Portanto, para formar íons, os metais de transição perdem primeiro os elétrons s do nível de valência, em seguida, tantos elétrons d quantos necessários para atingir a carga do íon. Consideremos o ferro com configuração eletrônica [Ar] 3d64s2 ao formar o cátion Fe2+, os dois elétrons 4s são perdidos, levando a uma configuração eletrônica [Ar] 3d6. A remoção de um elétron adicional fornece o íon Fé 3+, cuja configuração eletrônica é [Ar] 3d5 Como nesse exemplo, os metais de transição quase sempre não formam íons com configurações de gases nobres. Portanto: • As energias de rede compensam a perda de até três elétrons. • Em geral, os elétrons são removidos dos orbitais em ordem decrescente de n (i.e. os elétrons são removidos do 4s antes do 3d). 5.8 Íons poliatômicos • Os íons poliatômicos são formados quando há uma carga global em um composto contendo ligações covalentes. Por exemplo, SO42-, NO3-. 5.9 Ligação Covalente 6    
  • 7. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral     São ligações que ocorrem pelo compartilhamento de par ou pares de elétrons. Normalmente ocorre entre não-metais, entre semi-metais (metalóides) ou entre ambos. Numa situação rara, o Berílio (Be), apesar de ser um metal, também participa das ligações covalentes. O compartilhamento de um par de elétrons constitui uma ligação covalente simples. Em muitas moléculas, os átomos atingem os octetos pelo compartilhamento de mais de um par de elétrons entre eles. Quando dois pares de elétrons são compartilhados, dois traços são desenhados na fórmula estrutural plana, representando uma ligação covalente dupla. Uma ligação covalente tripla corresponde ao compartilhamento de três pares de elétrons, como na molécula de N2. Ocorre quando um átomo está estável e possui um ou mais pares de elétrons não ligantes e outro átomo que está com deficiência de elétron. O átomo que possui o par de elétrons livres compartilha este par de elétrons com o outro átomo. Logo: • Quando dois átomos similares se ligam, nenhum deles quer perder ou ganhar um elétron para formar um octeto. • Quando átomos similares se ligam, eles compartilham pares de elétrons para que cada um atinja o octeto. • Cada par de elétrons compartilhado constitui uma ligação química. • Por exemplo: H + H → H2 tem elétrons em uma linha conectando os dois núcleos de H. 5.10 Estruturas de Lewis • As ligações covalentes podem ser representadas pelos símbolos de Lewis dos elementos: • Nas estruturas de Lewis, cada par de elétrons em uma ligação é representado por uma única linha: 5.11 Ligações múltiplas • É possível que mais de um par de elétrons seja compartilhado entre dois átomos (ligações múltiplas): • Um par de elétrons compartilhado = ligação simples (H2); • Dois pares de elétrons compartilhados = ligação dupla (O2); 7    
  • 8. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Tecnologia - EST – Química Geral     • Três pares de elétrons compartilhados = ligação tripla (N2). • Em geral, a distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de pares de elétrons compartilhados aumenta. • Em uma ligação covalente, os elétrons estão compartilhados. • O compartilhamento de elétrons para formar uma ligação covalente não significa compartilhamento igual daqueles elétrons. • Existem algumas ligações covalentes nas quais os elétrons estão localizados mais próximos a um átomo do que a outro. • O compartilhamento desigual de elétrons resulta em ligações polares. 8