SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
Goiânia
2012
BYANA CRISTINA FERREIRA SILVA
ENI VENÂNCIO DA SILVA
KELLY ALVES SILVA
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO:
vivenciando a gestão no espaço educativo
Goiânia
2012
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia – (5º
Semestre) da Unopar – Universidade Norte do Paraná,
Produção Textual Interdisciplinar Coletiva para obtenção
de no nota das disciplinas: Ensino e Alfabetização II,
Ensino da Natureza e Sociedade, Ensino das Artes e
Músicas e Ensino da Matemática na Educação Infantil.
Profs: Raquel Rodrigues Franco; Andrea Zômpero, Laura
Célia S. Cabral e Helenara Sampaio.
BYANA CRISTINA FERREIRA DA SILVA
ENI VENÂNCIO DA SILVA
KELLY ALVES SILVA
SUMÁRIO
Sumário........................................................................................................................3
INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
...17
3
INTRODUÇÃO
Na atualidade um grande desafio do sistema educacional brasileiro é
viabilizar ações eficazes para a acessibilidade e permanência dos alunos com
necessidades educacionais, principalmente os cadeirantes, nas unidades do ensino
regular. Garantir sua matricula não pressupõe a inclusão propriamente dita, mas
apenas um passo na sua conquista.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.349/96)
estabelece que a educação seja um direito de todos, garantindo atendimento
educacional especializado às pessoas com necessidades especiais. A Lei n.º
10.098, de 19 de dezembro de 2000 institui normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida,
mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no
mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios, nos meios de transporte e
de comunicação.
Nesta mesma lei consta que para possibilitar o acesso de alunos
com necessidades especiais (cadeirantes) todas as escolas devem eliminar suas
barreiras arquitetônicas tendo ou não alunos com deficiências matriculados ou não,
pois já prepararia a Instituição Escolar de antemão a receber alunos cadeirantes.
Porém, a inclusão destes alunos continua sendo um grande desafio
para as Instituições de Ensino, seja pública ou particular, a dificuldade de se
adaptarem requer mudanças ou modificações tanto nos espaços físicos, quanto na
prática e na qualidade do ensino, pois a inclusão tem como prioridade um ensino
que seja para todos e de qualidade.
Este trabalho tem o objetivo de encontrar respostas para a questão
proposta: Quais os desafios e possibilidades da inclusão de alunos cadeirantes nos
anos iniciais do Ensino Fundamental?
Da formação interna do grupo, em principio, não houve dificuldade a
ser relatada e cada uma das integrantes desempenharam suas respectivas tarefas
de modo bastante satisfatório, desde a pesquisa de campo até a argumentação final
deste. A interação e compatibilidade de opiniões pode ser observada entre as três
integrantes do grupo, durante todo o processo de desenvolvimento do presente
trabalho em questão. A escolha da Instituição a ser pesquisada foi sugerida pela
4
colega Eni e esta, ficou encarregada de agendar o encontro com as responsáveis
pela área administrativa e pedagógica da mesma. De posse das observações, ficou
estabelecido, que a introdução, a conclusão e a postagem seriam deferidos à líder
do grupo, Byana, o desenvolvimento dividido entre Eni e kelly.
A pesquisa Central deste trabalho foi realizada na Escola Cantinho
Feliz Ltda, situada na Rua C-40, Qd. 117, Lt.. 03, Setor Sudoeste, Goiânia Go, a
mesma é composta por aproximadamente 408 alunos nos níveis de Educação
Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, nos turnos matutino e vespertino,
possui 21 docentes, e sua filosofia é contribuir para a formação de um ser, que seja
cidadão de fato, participativo, critico, consciente e humano para enfrentar problemas
do mundo atual.
Quanto a organização do trabalho está divido da seguinte forma:
Primeiramente vem a introdução, que dá uma breve apresentação do corpo desta
pesquisa, da Instituição de Ensino onde foi realizada a mesma e da formação do
grupo.
Logo a seguir inicia-se uma questão muito importante que é o
levantamento do problema no contexto escolar, onde foi definida a problemática
prioritária da escola e as estratégias de sua resolução. Após, encontra-se o
referencial teórico que é a base do diagnóstico da problemática levantada, para que
se possa encontrar possíveis soluções para a mesma.
O plano de ação vem logo a seguir e nele estão expostas ações
práticas para enfrentar a problemática levantada.
Por último vem a conclusão deste trabalho, que com certeza não
terá seu fim aqui, mas será apenas o primeiro passo para muitas outras descobertas
e reflexões.
5
1. PROBLEMA LEVANTADO NO CONTEXTO DA ESCOLA
O movimento pela inclusão escolar é um assunto debatido em todo o
mundo e, nas últimas décadas, esta discussão cresceu consideravelmente no Brasil.
A proposta da inclusão escolar parte do princípio de que pessoas, com ou sem
necessidades especiais beneficiem-se do compartilhamento do processo
pedagógico inclusivo em que estejam inseridos. No entanto, vários são os
obstáculos enfrentados na concretização dos objetivos da inclusão, como pode ser
observado durante o período em que uma das autoras deste trabalho esteve
inserida na instituição pesquisada.
Foi observado que dentro da escola a adaptação ao deficiente físico
é praticamente inexistente, inibindo assim sua presença.
Através dos dados coletados, foram levantadas as seguintes
questões: A instituição está apta a receber alunos portadores de deficiência física?
As barreiras arquitetônicas do espaço observado podem ser sanadas? De que
maneira poderia ser melhorada a acessibilidades do cadeirante na escola? As salas
de aulas conseguem abrigar satisfatoriamente o aluno com algum tipo de dificuldade
de locomoção? A equipe gestora dentro de suas atribuições faria as adaptações
necessárias para resolver o problema da acessibilidade? E, quanto a equipe
pedagógica e docente, estas estão preparadas para lidarem com alunos portadores
de limitação física?
Foi diante da observância das questões citas acima que chegou-se
ao contexto da necessidade de adaptação da espaço escolar, derrubando assim, as
barreiras para a inclusão de alunos com dificuldade de locomoção. O acesso a
quase todos os locais da escola, é feito por meio de degraus, os banheiros não são
adaptados, os bebedouros também não atendem às especificações para
cadeirantes, o acesso ao andar superior, onde as salas de Ensino Fundamental
estão situadas, se dá através de escadas, não há na instituição estacionamento
próprio e com isso a acessibilidade para portadores de deficiência física ou
mobilidade reduzida, fica prejudicado a partir de sua chegada na escola.
Com base nos fatos coletados, fez-se o exposto dos mesmos para a
equipe gestora. Esta acatou as observações apresentadas e se dispôs a reavaliar a
arquitetura do espaço interno da escola, a mesma é regida pela diretora a qual
detêm plenos poderes de decisão. A reforma contará com o apoio da parte
6
pedagógica, através da coordenadora e também do corpo docente.
A intenção desta pesquisa foi relatar as barreiras arquitetônicas
enfrentadas pelos deficientes físicos, especificamente os cadeirantes. Buscou-se
através desta, algumas respostas da questão de como e quais são as condições de
acessibilidade nas instituições de ensino da região. Após o estudo de campo, foi
apresentado junto à gestora da escola, projeto de melhoria para que as ditas
barreiras, possam ser sanadas ou pelo menos amenizadas, tendo como principais
objetivos apresentar soluções cabíveis de serem realizadas para o próximo ano
letivo, mostrar à coordenação pedagógica, bem como ao corpo docente, a
intencionalidade de melhoria do espaço físico para que a inclusão possa ocorrer de
forma plena, sugerir formação continuada aos docentes para que estes possam lidar
com a inclusão sem receios, passando assim, segurança aos demais alunos.
De acordo com Escolano (1998, p. 27, 45)
Os espaços educativos, como lugares que abrigam a liturgia acadê-
mica, estão dotados de significados e transmitem uma importante quan-
tidade de estímulos, conteúdos e valores do chamado currículo oculto.
[...] a arquitetura escolar pode ser vista como um programa educador,
ou seja, como um elemento do currículo invisível ou silencioso, ainda que
ela seja, por si mesma, bem explicita ou manifesta.[...].
Começando a mudança dentro da escola, permite que desde cedo
todos aprendam que com ou sem deficiência, as pessoas são iguais, possuem os
mesmos direitos de cidadão e podem exercer funções tal e qual uma pessoa
considerada normal, em perfeitas condições motoras ou de comunicação e intelecto.
7
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Este trabalho consistiu numa revisão de literatura em que foram
abordados temas relacionados aos direitos dos deficientes físicos e as
possibilidades inclusivas no espaço escolar. A partir das observações durante o
período de estágio na instituição, pode-se constatar que a acessibilidade
arquitetônica na mesma não possibilita o acesso de alunos cadeirantes.
Sabe-se que historicamente o ingresso dos deficientes aos espaços
sociais passou por processos intensos marcados pela exclusão, políticas de
segregação, integração e inclusão de centros especializados para as escolas
comuns. É fácil perceber os desafios de ordem pedagógica e até mesmo estruturais
para a inclusão dos deficientes, sejam eles sensoriais, físicos ou mentais. A ênfase
nos processos de acessos físicos às escolas é analisada sob os desafios
enfrentados por pessoas cadeirantes e por profissionais que os recebem no interior
da escola. A deficiência física pode ser compreendida pelo fato de uma pessoa ter
alguma limitação física temporária ou mesmo permanente que o impeça de realizar
movimentos básicos para uma vida adaptada ao uso de espaços sociais, públicos e
privados, segundo NBR 9050, entende-se por deficiência:
Redução, limitação ou inexistência das condições de percepção
das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização
de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elemen-
tos, em caráter temporário ou permanente.
Sendo assim, alunos cadeirantes precisam de escolas totalmente
acessíveis arquitetonicamente com o intuito de beneficiar a educação igual e sem
barreiras físicas para todos, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, nº. 9394.
Ainda falta muito a ser feito para encontrar no país um acesso livre a todos
os portadores de necessidades especiais e pessoas que possuam algum tipo dificuldade
de locomoção, sejam motores, neurológicas ou visuais. Segundo Mullick (1999):
A adaptação para se viver mais seguro é apenas um conceito, pois
não se deve esperar somente que a escola pública se adapte para
atender a essas necessidades, mas sim os lugares em geral para
que seja possível trazer essas crianças novamente ao convívio social
8
É necessário lutar pela inclusão das pessoas com deficiência física,
pela qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem
aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com
suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades.
A escola é um terreno fértil de aprendizagens diversas e constitui espaço
privilegiado para as manifestações de ordem afetiva, social e cognitiva dos sujeitos
frente ao outro e à cultura. A acessibilidade às dependências físicas da escola é de
grande importância para toda sociedade e está relacionada com as condições
viáveis de mobilidade disponíveis oferecidas aos indivíduos, tanto aos que possuem
alguma deficiência física ou aos que tenham alguma limitação de locomoção. Silva
(2006) considera as barreiras arquitetônicas, como os maiores empecilhos para a
deficiência física que fazem uso de cadeira de rodas, bengalas ou muletas para se
locomoverem. Para o autor tais barreiras nem sempre são voluntárias, mas sem
dúvida, são frutos do imenso descaso e da não obediência às leis vigentes. Estas
influenciam a vida de todos, uns mais, outros menos, e no caso dos deficientes
físicos, especificamente para os cadeirantes, este tipo de transtorno é bem maior,
chegando a impedi-los de frequentar a escola e muitos desistem de seus estudos
prematuramente.
Muito se fala em inclusão, mas sabe-se que pouco tem sido feito dentro
do espaço físico da maioria das instituições, sejam elas públicas ou privadas. A
desinformação, a falta de interesse ou mesmo a falta de habilidade em lidar com a
questão, levam a maioria das instituições a empurrarem o problema, para uma
solução posterior, adiando dia após dia as adequações necessárias para o ingresso
do cadeirante nas escolas, independentemente da idade ou classe social.
Para Martins et al. (2006 apud MANZINI; CORRÊA ([2007?],
p.3) é preciso que as escolas pensem em formas de se reestruturarem para
solucionar fatores que atrapalham a inclusão de alunos com deficiência na escola
regular. Um dos fatores que a escola deve preocupar-se é a preparação em relação
a sua acessibilidade física. Com base na Constituição Federal (art. 227/§2°), e com
a edição do Decreto lei nº. 5296 em Dezembro de 2004 atualmente tem ocorrido um
maior número de discussões a respeito da inclusão de deficientes físicos e uma
maior preocupação acerca do assunto tem sido mostrada. Este decreto estabelece
normas gerais e critérios básicos para promoção de acessibilidade das pessoas
9
portadoras de deficiência e/ou mobilidade reduzida.
A acessibilidade tornou-se um dos temas mais reivindicados por
portadores de deficiência (BUENO, 2007), porém, ainda hoje, mesmo tratando-se de
século XXI, onde as discussões estão voltadas para o fim das exclusões
principalmente social, digital e educacional. Deparamo-nos com uma população de
deficientes que são excluídos pela simples falta de acesso. Assim, podemos
compreender que um dos instrumentos mais importantes e capazes de promover a
inclusão do meio físico e o exercício da cidadania para o deficiente é a
acessibilidade.
Ações que garantam a acessibilidade para pessoas com restrição de
mobilidade aos sistemas de transportes, equipamentos urbanos e a
circulação em áreas públicas são, nada mais, que o respeito de seus
direitos fundamentais como indivíduos. (BRASIL, 2008, p. 46)
Entretanto, enquanto o espaço físico construído atualmente for
direcionado apenas ao “homem padrão”, ainda há de existir pessoas que se
contentem e acreditem que a acessibilidade e inclusão se resumem apenas a
construção de rampas em vias públicas e a uma porcentagem mínima de vagas em
estacionamentos para deficientes. Pode-se ainda ressaltar que a inclusão do meio
físico e a acessibilidade aos deficientes são muito mais do que isso. O principal
objetivo de promover a acessibilidade através de ambientes físicos adaptados está
na possibilidade de proporcionar uma maior autonomia e segurança aos portadores
de necessidades especiais, principalmente no meio escolar.
Para Aranha (2004 apud MANZINI; CORRÊA, ([2007?], p.3) a
acessibilidade é um dos primeiros requisitos que possibilita a todos os alunos o
acesso à escola, pois: ''[...] garante a possibilidade, de todos, de chegar até a
escola, circular por suas dependências, utilizar funcionalmente todos os espaços,
frequentar a sala de aula, nela podendo atuar nas diferentes atividades. ''
Em relação ao ambiente escolar, portanto pode-se dizer que
dentre os inúmeros elementos em que a escola necessita para se ajustar e receber
os alunos portadores de necessidades especiais a adaptação do meio físico está
entre as principais, uma vez que ira proporcionar o acesso de todos ao meio
educacional.
10
3. PLANO DE AÇÃO
De acordo com a problemática levantada, ficou claro que na escola
pesquisada será necessário investimentos urgentes para se tentar sanar o
problema da acessibilidade, uma vez que a mesma não está preparada para receber
estudantes com limitações de mobilidade e está longe de se adequar às normas
estabelecidas pela NBR 9050 da ABNT. A pesquisa mostrou ainda que a escola
apresenta capacidade de melhorias na estrutura arquitetônica de seu prédio, pelo
menos na parte inferior do mesmo, que são: adaptar as entradas da escola com
rampas de acesso para receber possíveis alunos e/ou visitantes cadeirantes,
eliminar o maior número possível de barreiras arquitetônicas dentro do espaço com
a ampliação dos corredores e construção de rampas onde existe degraus, as portas
de entrada das salas de aula necessitam ser ampliadas de acordo com as normas
estabelecidas. Os banheiros devem receber reformas de modo geral, pois não
apresentam nenhum tipo de acesso ao cadeirante ou mesmo para pessoas com
dificuldades de locomoção, as portas de entrada deverão ser ampliadas para dar
passagem à cadeira de rodas, deve ser implantado um sanitário apropriado e com
barras de apoio, em dois banheiros, sendo um de uso masculino e outro de uso
feminino. Um dos bebedouros aparentemente está dentro dos padrões exigidos pela
NBR 9050 da ABNT, faltando apenas a eliminação dos degraus que dão acesso ao
mesmo.
De acordo com a ABNT/NBR9050: 1994 são acessíveis:
Espaço, edifício, mobiliário, equipamento ou elemento que possa ser alcan-
çado, visitado e utilizado por qualquer pessoa, inclusive as portadoras de
deficiência. O termo acessível implica tanto em acessibilidade física como de
comunicação.
Ao corpo docente, foi sugerido cursos de capacitação e
formação continuada, para que se receba treinamento adequado de como lidar com
alunos com este tipo de limitação, a coordenação pedagógica apóia a iniciativa e se
propõe a participar dos cursos sugeridos.
Quanto ao estacionamento, ficou explicito que no momento a
instituição, não terá como sanar o problema, visto não possuir espaço apropriado
para este fim.
11
Tais adequações começarão a serem executadas após o
término do atual ano letivo. Espera-se que tenham início tão logo os alunos entrem
de férias para que sua conclusão seja já para o próximo ano letivo.
A seguir, haverá representação de algumas figuras referentes a
espaço, deslocamento, adaptações, dimensões e sinalização de acordo com a
Norma NBR 9050, segundo a qual foram consideradas as medidas entre 5% a 95%
da população brasileira, ou seja, os extremos correspondentes a mulheres de baixa
estatura e homens de estatura elevada. Vale lembrar que as mesmas constam no
projeto apresentado à instituição em questão.
 Referência ao espaço físico utilizado por uma pessoa que se utiliza de cadeiras
de rodas para realizar sua locomoção.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50
 Módulo de referência: Segundo a norma, considera-se como módulo de
referência a projeção ocupada por uma pessoa que utiliza cadeira de rodas. Sua
ocupação exige as dimensões de 0,80 m por 1,20 m no piso,
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50
12
 Área de circulação: A figura a seguir mostra as dimensões referenciais para
deslocamento em linha reta de pessoas em cadeiras de rodas.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50
 Área para manobra da cadeira de rodas: As figuras que se seguem demonstram
o espaço utilizado para que se realize uma manobra de cadeira de rodas sem
deslocamento e com deslocamento, respectivamente.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50
Área para manobra sem deslocamento
 A seguir, a figura estabelece as determinadas condições para manobra da
cadeira de rodas com deslocamento e o espaço exigido para que o fato ocorra.
13
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50
Figura 6 – Área para manobra de cadeira de rodas com deslocamento
A presença de um cadeirante em uma escola
totalmente acessível poderá promover uma vivência com liberdade dos tempos e
espaços propícios para sua formação e socialização. É isto que se espera para as
escolas, todos em idade escolar estudando e se socializando em um mesmo espaço
que se aprimora cada vez mais.
14
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, verificamos que há, ainda, um longo
caminho a ser percorrido para que a escola se torne de fato inclusiva. Pode-se
a partir deste trabalho, refletir sobre os desafios e possibilidades da inclusão de
alunos cadeirantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
A questão foi bastante investigatória, pois exigiu também uma
adequação da estrutura pedagógica escolar que envolveu instituição, professores
bem como todos pertinentes a esta. Há no seio da escola uma forte resistência
a mudanças. Ela é pensada e projetada para o aluno idealizado, padrão, difícil de
ser encontrado.
Embora observemos avanços na legislação e nas políticas
públicas no cenário nacional, inúmeros e persistentes são os obstáculos à
construção de ambientes flexíveis e propícios ao atendimento à diversidade.
A concepção de desenho universal, aquele que visa atender às
necessidades específicas de todos os usuários e, para isso, busca criar
espaços e equipamentos que proporcionem conforto, segurança e
autonomia aos usuários, ainda não faz parte do cotidiano das escolas. Sendo
assim, a acessibilidade espacial intra e extra escola não está assegurada às
pessoas com mobilidade reduzida, dessa forma, lhes são negadas direitos
fundamentais ao cidadão, como por exemplo, o direito de ir e vir. Em alguns
casos, os alunos ficam impedidos até de satisfazer suas necessidades
fisiológicas por falta de banheiros adaptados. Esta inacessibilidade física
compromete as demais atividades do sujeito, os quais, muitas vezes, desistem
da escola por reconhecer que ali não é seu lugar.
O conceito de lugar, resgatado da Geografia, como parcela do
espaço onde estão nossas marcas, nossa história, nossas referências
pessoais e nossos vínculos afetivos. Quando a escola não reconhece ou nega
as diferenças, não se constitui um lugar para esses alunos.
A acessibilidade é, pois, a possibilidade de interagir com o
ambiente, podendo participar dos espaços, dos serviços, das atividades
15
pedagógicas, de lazer e sociais da escola, da forma mais independente
possível, preservando a autonomia e a dignidade dos alunos com NEE.
Os autores estudados proporcionaram uma ótima reflexão sobre a
questão central deste trabalho, mas que não irão ficar somente nestes tópicos pois
continuam a nos possibilitar maior aprofundamento e pesquisas sendo este um tema
pertinente que faz parte do nosso contexto profissional e pessoal.
Para tanto, faz-se necessário vencermos as barreiras
arquitetônicas, físicas, metodológicas, comunicacionais e, sobretudo, atitudinais,
para que, coletivamente, possamos construir a tão desejada escola inclusiva.
O primeiro passo, após a formação e delegação de tarefas do grupo,
foi identificar através de estudos, as orientações obtidas em teoria no decorrer do
presente semestre, o que muito contribuiu para um maior esclarecimento e reflexão
dos fatos que permearam a pesquisa em questão.
O maior desafio, este superado com êxito pelas participantes da
equipe, tão logo determinado a cada uma suas funções e escolha da instituição a
ser pesquisada, foi conscientizar a equipe gestora dos problemas de acessibilidade
observados pelo grupo durante a pesquisa de campo, já que a escola não possuí
nenhum um caso de criança com necessidades especiais . Os demais desafios
foram vencidos ao início deste, com reuniões nos intervalos das aulas, troca de e-
mails e telefones, visto se tratar as integrantes, carentes de tempo disponível para
uma aproximação maior. Paralelamente, houve integração da equipe no que
concerne às ideias e conclusões dos dados coletados.
16
REFERÊNCIAS
AMARAL, L. Conhecendo a deficiência. SP: Robe, 1995.
AMARAL, L. Histórias da exclusão: e de inclusão? – na escola pública. In:
CONSELHO REGIONAL DE PSICÓLOGOS. Educação Especial em debate. SP:
Casa do Psicólogo/ Conselho Regional de Psicologia, 1997, p 23-24.
AMIRALIAN, M. Conceituando Deficiência – Revista Pública de Saúde, 2000.
Disponível em <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102000000100017>. Acesso em: 11 de novembro de 2012..
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Rio de Janeiro,
2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13994. Rio de Janeiro,
2000.
BRASIL, MEC/ SEESP. Política nacional de educação especial na perspectiva
da educação inclusiva. Documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado
pela portaria ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007.
BRASIL, Lei 10098, 19 de dezembro de 2000.
BRASIL, Decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
BITTENCOUT, L. Acessibilidade e Cidadania: Barreiras Arquitetônicas e
Exclusão Social dos Portadores de Deficiências Físicas. 2004. Disponível em
<http://www.ufmg.br/congrext/Direitos/Direitos10.pdf>. Acesso em: 09 de nov. de
2012.
BUENO, C. L. R. ; PAULA, A. R. . Acessibilidade no mundo do trabalho. São
Paulo: SORRI-BRASIL, 2007 (Artigo).
COHEN, Regina. Estratégia para a promoção dos direitos das pessoas
portadoras de deficiência. Crônica In Jornal Superação, Rio de Janeiro, v. 2, n. 6,
out./nov./dez., 1993
CONSTITUIÇÃO (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:
promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4.
ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p. (Série Legislação Brasileira).
CURY, C. R. J. Os Fora de Serie na Escola. Campinas: Armazém do Ipê (Autores
Associados), 2005.
DUARTE, Cristiane Rose de Siqueira ; COHEN, R. Proposta de Metodologia de
Avaliação da Acessibilidade aos Espaços de Ensino Fundamental. In: Anais
NUTAU 2006: Demandas Sociais, Inovações Tecnológicas e a Cidade. São Paulo,
USP: 2006.
ESCOLANO, Agustin. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como
17
programa. Tradução: Alfredo Veiga-Neto. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.
InterMeio: revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, Campo
Grande, MS, v.13, n.27, p.118-128, jan./jun. 2008 127
JANNUZZI, G.M. A Educação do Deficiente no Brasil: dos primórdios ao início
do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2004.
MANZINI, E. J. ; CORRÊA, P. M.. Avaliação da acessibilidade em escolas do
ensino fundamental usando a tecnologia digital. In: 31ª REUNIÃO ANUAL DA
ANPED, 2008, Caxambu. Anais: Constituição Brasileira, direitos humanos e
educação. Rio de Janeiro: Anped, 2008. v. 1. p. 1-13
MARCOS, M. et all. Avaliação e Análise de acessibilidade de um deficiente
físico motor, através do software Catia, em habitações de interesse social.
Disponível em: www.acessoBrasil.com.br. Acesso em: 10 de novembro de 2012.
MORAES, R. Um novo olhar sobre a cidade. O papel do município em
acessibilidade. Recife, p. 5, 2004.
18
19

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Adequações curriculares-individualizadas
Adequações curriculares-individualizadasAdequações curriculares-individualizadas
Adequações curriculares-individualizadas
genarui
 
Pedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusivaPedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusiva
Carina Zandonai
 
O que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagemO que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagem
Maria Masarela Passos
 
Educação inclusiva deficiência_e_contexto_social
Educação inclusiva deficiência_e_contexto_socialEducação inclusiva deficiência_e_contexto_social
Educação inclusiva deficiência_e_contexto_social
Ccns Psi
 
Todas as crianças são bem
Todas as crianças são bemTodas as crianças são bem
Todas as crianças são bem
Alana Bregantin
 
Currículo funcional no contexto da educação inclusiva
Currículo funcional no contexto da educação inclusivaCurrículo funcional no contexto da educação inclusiva
Currículo funcional no contexto da educação inclusiva
sararaimundo6
 
Fundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusãoFundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusão
mhlrute
 

Mais procurados (20)

Fracasso escolar
Fracasso escolarFracasso escolar
Fracasso escolar
 
Indisciplina na sala de aula algumas reflexoes
Indisciplina na sala de aula  algumas reflexoesIndisciplina na sala de aula  algumas reflexoes
Indisciplina na sala de aula algumas reflexoes
 
Adequações curriculares-individualizadas
Adequações curriculares-individualizadasAdequações curriculares-individualizadas
Adequações curriculares-individualizadas
 
Artigo bioterra v20_n1_05
Artigo bioterra v20_n1_05Artigo bioterra v20_n1_05
Artigo bioterra v20_n1_05
 
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
Projeto de extensão Sextas Inclusivas UFAL ano 2016 mês de fevereiro - AVALIA...
 
Pedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusivaPedagogia da educação inclusiva
Pedagogia da educação inclusiva
 
Educação Inclusiva - Débora Martins
Educação Inclusiva - Débora MartinsEducação Inclusiva - Débora Martins
Educação Inclusiva - Débora Martins
 
O que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagemO que são realmente as dificuldades de aprendizagem
O que são realmente as dificuldades de aprendizagem
 
Slides sextas inclusivas needi tea
Slides sextas inclusivas needi  teaSlides sextas inclusivas needi  tea
Slides sextas inclusivas needi tea
 
educação inclusiva
educação inclusivaeducação inclusiva
educação inclusiva
 
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
Desenvolver a Educação Inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional, ...
 
Artigo jurema 12 09 2018
Artigo jurema 12 09 2018Artigo jurema 12 09 2018
Artigo jurema 12 09 2018
 
Educação inclusiva deficiência_e_contexto_social
Educação inclusiva deficiência_e_contexto_socialEducação inclusiva deficiência_e_contexto_social
Educação inclusiva deficiência_e_contexto_social
 
MODALIDADES ESPECÍFICAS DE EDUCAÇÃO: INCLUSÃO OU INTEGRAÇÃO?
MODALIDADES ESPECÍFICAS DE EDUCAÇÃO: INCLUSÃO OU INTEGRAÇÃO?MODALIDADES ESPECÍFICAS DE EDUCAÇÃO: INCLUSÃO OU INTEGRAÇÃO?
MODALIDADES ESPECÍFICAS DE EDUCAÇÃO: INCLUSÃO OU INTEGRAÇÃO?
 
Todas as crianças são bem
Todas as crianças são bemTodas as crianças são bem
Todas as crianças são bem
 
El acompañamento a la prática y la inserción: desafios, perfiles y responsabi...
El acompañamento a la prática y la inserción: desafios, perfiles y responsabi...El acompañamento a la prática y la inserción: desafios, perfiles y responsabi...
El acompañamento a la prática y la inserción: desafios, perfiles y responsabi...
 
Maria teresa eglér mantoan inclusão escolar
Maria teresa eglér mantoan   inclusão escolarMaria teresa eglér mantoan   inclusão escolar
Maria teresa eglér mantoan inclusão escolar
 
Currículo funcional no contexto da educação inclusiva
Currículo funcional no contexto da educação inclusivaCurrículo funcional no contexto da educação inclusiva
Currículo funcional no contexto da educação inclusiva
 
Necessidades educacionais especiais
Necessidades educacionais especiaisNecessidades educacionais especiais
Necessidades educacionais especiais
 
Fundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusãoFundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusão
 

Destaque

PRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVO
PRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVOPRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVO
PRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVO
Pröva Lo
 

Destaque (20)

Presentación1
Presentación1Presentación1
Presentación1
 
Lição 1
Lição 1Lição 1
Lição 1
 
Rodolfofernandezagudelo actividad1 2_mapac
Rodolfofernandezagudelo actividad1 2_mapacRodolfofernandezagudelo actividad1 2_mapac
Rodolfofernandezagudelo actividad1 2_mapac
 
ADVANCE DIPLOMA ACC & FINANCE
ADVANCE DIPLOMA ACC & FINANCEADVANCE DIPLOMA ACC & FINANCE
ADVANCE DIPLOMA ACC & FINANCE
 
Introducción al aprendizaje colaborativo
Introducción al aprendizaje colaborativoIntroducción al aprendizaje colaborativo
Introducción al aprendizaje colaborativo
 
352 химия. 9кл. раб. тетр. к габриеляну микитюк-2014 -144с
352  химия. 9кл. раб. тетр. к габриеляну микитюк-2014 -144с352  химия. 9кл. раб. тетр. к габриеляну микитюк-2014 -144с
352 химия. 9кл. раб. тетр. к габриеляну микитюк-2014 -144с
 
Sneha's Trip to Vietnam
Sneha's Trip to VietnamSneha's Trip to Vietnam
Sneha's Trip to Vietnam
 
350 физика. 8кл. тематич. и поурочн. планир. к уч. перышкина гутник е.м. и д...
350  физика. 8кл. тематич. и поурочн. планир. к уч. перышкина гутник е.м. и д...350  физика. 8кл. тематич. и поурочн. планир. к уч. перышкина гутник е.м. и д...
350 физика. 8кл. тематич. и поурочн. планир. к уч. перышкина гутник е.м. и д...
 
administracion
administracionadministracion
administracion
 
Eq nao lin
Eq nao linEq nao lin
Eq nao lin
 
Capítulos 5
Capítulos 5Capítulos 5
Capítulos 5
 
Bioetica (1)
Bioetica (1)Bioetica (1)
Bioetica (1)
 
Circular vra 8-2014
Circular vra 8-2014Circular vra 8-2014
Circular vra 8-2014
 
Interval Type-2 fuzzy decision making
Interval Type-2 fuzzy decision makingInterval Type-2 fuzzy decision making
Interval Type-2 fuzzy decision making
 
Trabajo area comunicación integral
Trabajo area comunicación integralTrabajo area comunicación integral
Trabajo area comunicación integral
 
PRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVO
PRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVOPRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVO
PRÖVA-LO DOSSIER INFORMATIVO
 
Sopa de letras
Sopa de letrasSopa de letras
Sopa de letras
 
Camiguin Travel Map 2nd Edition
Camiguin Travel Map 2nd EditionCamiguin Travel Map 2nd Edition
Camiguin Travel Map 2nd Edition
 
MICROSOFT CERTIFICATE
MICROSOFT CERTIFICATEMICROSOFT CERTIFICATE
MICROSOFT CERTIFICATE
 
Persiguiendo a la felicidad
Persiguiendo a la felicidadPersiguiendo a la felicidad
Persiguiendo a la felicidad
 

Semelhante a Trabalho em grupo 2012 2

Função social da escola
Função social da escolaFunção social da escola
Função social da escola
Johnny Ribeiro
 
geografia realidade_escolar_lana_souza
geografia realidade_escolar_lana_souza geografia realidade_escolar_lana_souza
geografia realidade_escolar_lana_souza
Polyana Artilha
 
Trablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusãoTrablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusão
Caroll Lima
 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete Mantovani
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete MantovaniDiretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete Mantovani
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete Mantovani
IveteMantovani
 
Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...
Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...
Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...
NTE
 
PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...
PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...
PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...
Alexandre da Rosa
 

Semelhante a Trabalho em grupo 2012 2 (20)

Educação Inclusiva
Educação InclusivaEducação Inclusiva
Educação Inclusiva
 
Função social da escola
Função social da escolaFunção social da escola
Função social da escola
 
Lana de Souza Cavalcanti - Realidade Escolar
Lana de Souza Cavalcanti - Realidade EscolarLana de Souza Cavalcanti - Realidade Escolar
Lana de Souza Cavalcanti - Realidade Escolar
 
ARTIGO ESTAGIO GEO ENSINO FUNDAMENTAL.pdf
ARTIGO ESTAGIO GEO ENSINO FUNDAMENTAL.pdfARTIGO ESTAGIO GEO ENSINO FUNDAMENTAL.pdf
ARTIGO ESTAGIO GEO ENSINO FUNDAMENTAL.pdf
 
geografia realidade_escolar_lana_souza
geografia realidade_escolar_lana_souza geografia realidade_escolar_lana_souza
geografia realidade_escolar_lana_souza
 
Trablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusãoTrablho pnaic inclusão
Trablho pnaic inclusão
 
FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...
FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...
FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...
 
Educação de jovens e adultos
Educação de jovens e adultosEducação de jovens e adultos
Educação de jovens e adultos
 
A inclusão de alunos deficientes intelectuais nas instituições regulares de e...
A inclusão de alunos deficientes intelectuais nas instituições regulares de e...A inclusão de alunos deficientes intelectuais nas instituições regulares de e...
A inclusão de alunos deficientes intelectuais nas instituições regulares de e...
 
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projetoCadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
 
AVALIAÇÃO-ESCOLAR-E-CONCEPÇÕES-PEDAGÓGICAS-DE-ENSINO.pdf
AVALIAÇÃO-ESCOLAR-E-CONCEPÇÕES-PEDAGÓGICAS-DE-ENSINO.pdfAVALIAÇÃO-ESCOLAR-E-CONCEPÇÕES-PEDAGÓGICAS-DE-ENSINO.pdf
AVALIAÇÃO-ESCOLAR-E-CONCEPÇÕES-PEDAGÓGICAS-DE-ENSINO.pdf
 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete Mantovani
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete MantovaniDiretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete Mantovani
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ivete Mantovani
 
Curriculo_Heber_Sônia
Curriculo_Heber_SôniaCurriculo_Heber_Sônia
Curriculo_Heber_Sônia
 
Ciclos progressivos de aprendizagens
Ciclos progressivos de aprendizagensCiclos progressivos de aprendizagens
Ciclos progressivos de aprendizagens
 
Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...
Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...
Um diagnostico-sobre-a-educacao-inclusiva-organizacao-escolar-concepcoes-de-p...
 
Poster aprovado
Poster aprovadoPoster aprovado
Poster aprovado
 
Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.
 
Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.
 
PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...
PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...
PROEJA-FIC - Evasão Escolar dos Alunos do Curso PROEJA-FIC da EMEF Leopoldina...
 
MANIFESTO DA ESCOLA TRANSVERGENTE
MANIFESTO DA ESCOLA TRANSVERGENTEMANIFESTO DA ESCOLA TRANSVERGENTE
MANIFESTO DA ESCOLA TRANSVERGENTE
 

Trabalho em grupo 2012 2

  • 1. Goiânia 2012 BYANA CRISTINA FERREIRA SILVA ENI VENÂNCIO DA SILVA KELLY ALVES SILVA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO: vivenciando a gestão no espaço educativo
  • 2. Goiânia 2012 Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia – (5º Semestre) da Unopar – Universidade Norte do Paraná, Produção Textual Interdisciplinar Coletiva para obtenção de no nota das disciplinas: Ensino e Alfabetização II, Ensino da Natureza e Sociedade, Ensino das Artes e Músicas e Ensino da Matemática na Educação Infantil. Profs: Raquel Rodrigues Franco; Andrea Zômpero, Laura Célia S. Cabral e Helenara Sampaio. BYANA CRISTINA FERREIRA DA SILVA ENI VENÂNCIO DA SILVA KELLY ALVES SILVA
  • 4. INTRODUÇÃO Na atualidade um grande desafio do sistema educacional brasileiro é viabilizar ações eficazes para a acessibilidade e permanência dos alunos com necessidades educacionais, principalmente os cadeirantes, nas unidades do ensino regular. Garantir sua matricula não pressupõe a inclusão propriamente dita, mas apenas um passo na sua conquista. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.349/96) estabelece que a educação seja um direito de todos, garantindo atendimento educacional especializado às pessoas com necessidades especiais. A Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000 institui normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios, nos meios de transporte e de comunicação. Nesta mesma lei consta que para possibilitar o acesso de alunos com necessidades especiais (cadeirantes) todas as escolas devem eliminar suas barreiras arquitetônicas tendo ou não alunos com deficiências matriculados ou não, pois já prepararia a Instituição Escolar de antemão a receber alunos cadeirantes. Porém, a inclusão destes alunos continua sendo um grande desafio para as Instituições de Ensino, seja pública ou particular, a dificuldade de se adaptarem requer mudanças ou modificações tanto nos espaços físicos, quanto na prática e na qualidade do ensino, pois a inclusão tem como prioridade um ensino que seja para todos e de qualidade. Este trabalho tem o objetivo de encontrar respostas para a questão proposta: Quais os desafios e possibilidades da inclusão de alunos cadeirantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Da formação interna do grupo, em principio, não houve dificuldade a ser relatada e cada uma das integrantes desempenharam suas respectivas tarefas de modo bastante satisfatório, desde a pesquisa de campo até a argumentação final deste. A interação e compatibilidade de opiniões pode ser observada entre as três integrantes do grupo, durante todo o processo de desenvolvimento do presente trabalho em questão. A escolha da Instituição a ser pesquisada foi sugerida pela 4
  • 5. colega Eni e esta, ficou encarregada de agendar o encontro com as responsáveis pela área administrativa e pedagógica da mesma. De posse das observações, ficou estabelecido, que a introdução, a conclusão e a postagem seriam deferidos à líder do grupo, Byana, o desenvolvimento dividido entre Eni e kelly. A pesquisa Central deste trabalho foi realizada na Escola Cantinho Feliz Ltda, situada na Rua C-40, Qd. 117, Lt.. 03, Setor Sudoeste, Goiânia Go, a mesma é composta por aproximadamente 408 alunos nos níveis de Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, nos turnos matutino e vespertino, possui 21 docentes, e sua filosofia é contribuir para a formação de um ser, que seja cidadão de fato, participativo, critico, consciente e humano para enfrentar problemas do mundo atual. Quanto a organização do trabalho está divido da seguinte forma: Primeiramente vem a introdução, que dá uma breve apresentação do corpo desta pesquisa, da Instituição de Ensino onde foi realizada a mesma e da formação do grupo. Logo a seguir inicia-se uma questão muito importante que é o levantamento do problema no contexto escolar, onde foi definida a problemática prioritária da escola e as estratégias de sua resolução. Após, encontra-se o referencial teórico que é a base do diagnóstico da problemática levantada, para que se possa encontrar possíveis soluções para a mesma. O plano de ação vem logo a seguir e nele estão expostas ações práticas para enfrentar a problemática levantada. Por último vem a conclusão deste trabalho, que com certeza não terá seu fim aqui, mas será apenas o primeiro passo para muitas outras descobertas e reflexões. 5
  • 6. 1. PROBLEMA LEVANTADO NO CONTEXTO DA ESCOLA O movimento pela inclusão escolar é um assunto debatido em todo o mundo e, nas últimas décadas, esta discussão cresceu consideravelmente no Brasil. A proposta da inclusão escolar parte do princípio de que pessoas, com ou sem necessidades especiais beneficiem-se do compartilhamento do processo pedagógico inclusivo em que estejam inseridos. No entanto, vários são os obstáculos enfrentados na concretização dos objetivos da inclusão, como pode ser observado durante o período em que uma das autoras deste trabalho esteve inserida na instituição pesquisada. Foi observado que dentro da escola a adaptação ao deficiente físico é praticamente inexistente, inibindo assim sua presença. Através dos dados coletados, foram levantadas as seguintes questões: A instituição está apta a receber alunos portadores de deficiência física? As barreiras arquitetônicas do espaço observado podem ser sanadas? De que maneira poderia ser melhorada a acessibilidades do cadeirante na escola? As salas de aulas conseguem abrigar satisfatoriamente o aluno com algum tipo de dificuldade de locomoção? A equipe gestora dentro de suas atribuições faria as adaptações necessárias para resolver o problema da acessibilidade? E, quanto a equipe pedagógica e docente, estas estão preparadas para lidarem com alunos portadores de limitação física? Foi diante da observância das questões citas acima que chegou-se ao contexto da necessidade de adaptação da espaço escolar, derrubando assim, as barreiras para a inclusão de alunos com dificuldade de locomoção. O acesso a quase todos os locais da escola, é feito por meio de degraus, os banheiros não são adaptados, os bebedouros também não atendem às especificações para cadeirantes, o acesso ao andar superior, onde as salas de Ensino Fundamental estão situadas, se dá através de escadas, não há na instituição estacionamento próprio e com isso a acessibilidade para portadores de deficiência física ou mobilidade reduzida, fica prejudicado a partir de sua chegada na escola. Com base nos fatos coletados, fez-se o exposto dos mesmos para a equipe gestora. Esta acatou as observações apresentadas e se dispôs a reavaliar a arquitetura do espaço interno da escola, a mesma é regida pela diretora a qual detêm plenos poderes de decisão. A reforma contará com o apoio da parte 6
  • 7. pedagógica, através da coordenadora e também do corpo docente. A intenção desta pesquisa foi relatar as barreiras arquitetônicas enfrentadas pelos deficientes físicos, especificamente os cadeirantes. Buscou-se através desta, algumas respostas da questão de como e quais são as condições de acessibilidade nas instituições de ensino da região. Após o estudo de campo, foi apresentado junto à gestora da escola, projeto de melhoria para que as ditas barreiras, possam ser sanadas ou pelo menos amenizadas, tendo como principais objetivos apresentar soluções cabíveis de serem realizadas para o próximo ano letivo, mostrar à coordenação pedagógica, bem como ao corpo docente, a intencionalidade de melhoria do espaço físico para que a inclusão possa ocorrer de forma plena, sugerir formação continuada aos docentes para que estes possam lidar com a inclusão sem receios, passando assim, segurança aos demais alunos. De acordo com Escolano (1998, p. 27, 45) Os espaços educativos, como lugares que abrigam a liturgia acadê- mica, estão dotados de significados e transmitem uma importante quan- tidade de estímulos, conteúdos e valores do chamado currículo oculto. [...] a arquitetura escolar pode ser vista como um programa educador, ou seja, como um elemento do currículo invisível ou silencioso, ainda que ela seja, por si mesma, bem explicita ou manifesta.[...]. Começando a mudança dentro da escola, permite que desde cedo todos aprendam que com ou sem deficiência, as pessoas são iguais, possuem os mesmos direitos de cidadão e podem exercer funções tal e qual uma pessoa considerada normal, em perfeitas condições motoras ou de comunicação e intelecto. 7
  • 8. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Este trabalho consistiu numa revisão de literatura em que foram abordados temas relacionados aos direitos dos deficientes físicos e as possibilidades inclusivas no espaço escolar. A partir das observações durante o período de estágio na instituição, pode-se constatar que a acessibilidade arquitetônica na mesma não possibilita o acesso de alunos cadeirantes. Sabe-se que historicamente o ingresso dos deficientes aos espaços sociais passou por processos intensos marcados pela exclusão, políticas de segregação, integração e inclusão de centros especializados para as escolas comuns. É fácil perceber os desafios de ordem pedagógica e até mesmo estruturais para a inclusão dos deficientes, sejam eles sensoriais, físicos ou mentais. A ênfase nos processos de acessos físicos às escolas é analisada sob os desafios enfrentados por pessoas cadeirantes e por profissionais que os recebem no interior da escola. A deficiência física pode ser compreendida pelo fato de uma pessoa ter alguma limitação física temporária ou mesmo permanente que o impeça de realizar movimentos básicos para uma vida adaptada ao uso de espaços sociais, públicos e privados, segundo NBR 9050, entende-se por deficiência: Redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elemen- tos, em caráter temporário ou permanente. Sendo assim, alunos cadeirantes precisam de escolas totalmente acessíveis arquitetonicamente com o intuito de beneficiar a educação igual e sem barreiras físicas para todos, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394. Ainda falta muito a ser feito para encontrar no país um acesso livre a todos os portadores de necessidades especiais e pessoas que possuam algum tipo dificuldade de locomoção, sejam motores, neurológicas ou visuais. Segundo Mullick (1999): A adaptação para se viver mais seguro é apenas um conceito, pois não se deve esperar somente que a escola pública se adapte para atender a essas necessidades, mas sim os lugares em geral para que seja possível trazer essas crianças novamente ao convívio social 8
  • 9. É necessário lutar pela inclusão das pessoas com deficiência física, pela qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades. A escola é um terreno fértil de aprendizagens diversas e constitui espaço privilegiado para as manifestações de ordem afetiva, social e cognitiva dos sujeitos frente ao outro e à cultura. A acessibilidade às dependências físicas da escola é de grande importância para toda sociedade e está relacionada com as condições viáveis de mobilidade disponíveis oferecidas aos indivíduos, tanto aos que possuem alguma deficiência física ou aos que tenham alguma limitação de locomoção. Silva (2006) considera as barreiras arquitetônicas, como os maiores empecilhos para a deficiência física que fazem uso de cadeira de rodas, bengalas ou muletas para se locomoverem. Para o autor tais barreiras nem sempre são voluntárias, mas sem dúvida, são frutos do imenso descaso e da não obediência às leis vigentes. Estas influenciam a vida de todos, uns mais, outros menos, e no caso dos deficientes físicos, especificamente para os cadeirantes, este tipo de transtorno é bem maior, chegando a impedi-los de frequentar a escola e muitos desistem de seus estudos prematuramente. Muito se fala em inclusão, mas sabe-se que pouco tem sido feito dentro do espaço físico da maioria das instituições, sejam elas públicas ou privadas. A desinformação, a falta de interesse ou mesmo a falta de habilidade em lidar com a questão, levam a maioria das instituições a empurrarem o problema, para uma solução posterior, adiando dia após dia as adequações necessárias para o ingresso do cadeirante nas escolas, independentemente da idade ou classe social. Para Martins et al. (2006 apud MANZINI; CORRÊA ([2007?], p.3) é preciso que as escolas pensem em formas de se reestruturarem para solucionar fatores que atrapalham a inclusão de alunos com deficiência na escola regular. Um dos fatores que a escola deve preocupar-se é a preparação em relação a sua acessibilidade física. Com base na Constituição Federal (art. 227/§2°), e com a edição do Decreto lei nº. 5296 em Dezembro de 2004 atualmente tem ocorrido um maior número de discussões a respeito da inclusão de deficientes físicos e uma maior preocupação acerca do assunto tem sido mostrada. Este decreto estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção de acessibilidade das pessoas 9
  • 10. portadoras de deficiência e/ou mobilidade reduzida. A acessibilidade tornou-se um dos temas mais reivindicados por portadores de deficiência (BUENO, 2007), porém, ainda hoje, mesmo tratando-se de século XXI, onde as discussões estão voltadas para o fim das exclusões principalmente social, digital e educacional. Deparamo-nos com uma população de deficientes que são excluídos pela simples falta de acesso. Assim, podemos compreender que um dos instrumentos mais importantes e capazes de promover a inclusão do meio físico e o exercício da cidadania para o deficiente é a acessibilidade. Ações que garantam a acessibilidade para pessoas com restrição de mobilidade aos sistemas de transportes, equipamentos urbanos e a circulação em áreas públicas são, nada mais, que o respeito de seus direitos fundamentais como indivíduos. (BRASIL, 2008, p. 46) Entretanto, enquanto o espaço físico construído atualmente for direcionado apenas ao “homem padrão”, ainda há de existir pessoas que se contentem e acreditem que a acessibilidade e inclusão se resumem apenas a construção de rampas em vias públicas e a uma porcentagem mínima de vagas em estacionamentos para deficientes. Pode-se ainda ressaltar que a inclusão do meio físico e a acessibilidade aos deficientes são muito mais do que isso. O principal objetivo de promover a acessibilidade através de ambientes físicos adaptados está na possibilidade de proporcionar uma maior autonomia e segurança aos portadores de necessidades especiais, principalmente no meio escolar. Para Aranha (2004 apud MANZINI; CORRÊA, ([2007?], p.3) a acessibilidade é um dos primeiros requisitos que possibilita a todos os alunos o acesso à escola, pois: ''[...] garante a possibilidade, de todos, de chegar até a escola, circular por suas dependências, utilizar funcionalmente todos os espaços, frequentar a sala de aula, nela podendo atuar nas diferentes atividades. '' Em relação ao ambiente escolar, portanto pode-se dizer que dentre os inúmeros elementos em que a escola necessita para se ajustar e receber os alunos portadores de necessidades especiais a adaptação do meio físico está entre as principais, uma vez que ira proporcionar o acesso de todos ao meio educacional. 10
  • 11. 3. PLANO DE AÇÃO De acordo com a problemática levantada, ficou claro que na escola pesquisada será necessário investimentos urgentes para se tentar sanar o problema da acessibilidade, uma vez que a mesma não está preparada para receber estudantes com limitações de mobilidade e está longe de se adequar às normas estabelecidas pela NBR 9050 da ABNT. A pesquisa mostrou ainda que a escola apresenta capacidade de melhorias na estrutura arquitetônica de seu prédio, pelo menos na parte inferior do mesmo, que são: adaptar as entradas da escola com rampas de acesso para receber possíveis alunos e/ou visitantes cadeirantes, eliminar o maior número possível de barreiras arquitetônicas dentro do espaço com a ampliação dos corredores e construção de rampas onde existe degraus, as portas de entrada das salas de aula necessitam ser ampliadas de acordo com as normas estabelecidas. Os banheiros devem receber reformas de modo geral, pois não apresentam nenhum tipo de acesso ao cadeirante ou mesmo para pessoas com dificuldades de locomoção, as portas de entrada deverão ser ampliadas para dar passagem à cadeira de rodas, deve ser implantado um sanitário apropriado e com barras de apoio, em dois banheiros, sendo um de uso masculino e outro de uso feminino. Um dos bebedouros aparentemente está dentro dos padrões exigidos pela NBR 9050 da ABNT, faltando apenas a eliminação dos degraus que dão acesso ao mesmo. De acordo com a ABNT/NBR9050: 1994 são acessíveis: Espaço, edifício, mobiliário, equipamento ou elemento que possa ser alcan- çado, visitado e utilizado por qualquer pessoa, inclusive as portadoras de deficiência. O termo acessível implica tanto em acessibilidade física como de comunicação. Ao corpo docente, foi sugerido cursos de capacitação e formação continuada, para que se receba treinamento adequado de como lidar com alunos com este tipo de limitação, a coordenação pedagógica apóia a iniciativa e se propõe a participar dos cursos sugeridos. Quanto ao estacionamento, ficou explicito que no momento a instituição, não terá como sanar o problema, visto não possuir espaço apropriado para este fim. 11
  • 12. Tais adequações começarão a serem executadas após o término do atual ano letivo. Espera-se que tenham início tão logo os alunos entrem de férias para que sua conclusão seja já para o próximo ano letivo. A seguir, haverá representação de algumas figuras referentes a espaço, deslocamento, adaptações, dimensões e sinalização de acordo com a Norma NBR 9050, segundo a qual foram consideradas as medidas entre 5% a 95% da população brasileira, ou seja, os extremos correspondentes a mulheres de baixa estatura e homens de estatura elevada. Vale lembrar que as mesmas constam no projeto apresentado à instituição em questão.  Referência ao espaço físico utilizado por uma pessoa que se utiliza de cadeiras de rodas para realizar sua locomoção. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50  Módulo de referência: Segundo a norma, considera-se como módulo de referência a projeção ocupada por uma pessoa que utiliza cadeira de rodas. Sua ocupação exige as dimensões de 0,80 m por 1,20 m no piso, Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50 12
  • 13.  Área de circulação: A figura a seguir mostra as dimensões referenciais para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeiras de rodas. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50  Área para manobra da cadeira de rodas: As figuras que se seguem demonstram o espaço utilizado para que se realize uma manobra de cadeira de rodas sem deslocamento e com deslocamento, respectivamente. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50 Área para manobra sem deslocamento  A seguir, a figura estabelece as determinadas condições para manobra da cadeira de rodas com deslocamento e o espaço exigido para que o fato ocorra. 13
  • 14. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 90/50 Figura 6 – Área para manobra de cadeira de rodas com deslocamento A presença de um cadeirante em uma escola totalmente acessível poderá promover uma vivência com liberdade dos tempos e espaços propícios para sua formação e socialização. É isto que se espera para as escolas, todos em idade escolar estudando e se socializando em um mesmo espaço que se aprimora cada vez mais. 14
  • 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, verificamos que há, ainda, um longo caminho a ser percorrido para que a escola se torne de fato inclusiva. Pode-se a partir deste trabalho, refletir sobre os desafios e possibilidades da inclusão de alunos cadeirantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A questão foi bastante investigatória, pois exigiu também uma adequação da estrutura pedagógica escolar que envolveu instituição, professores bem como todos pertinentes a esta. Há no seio da escola uma forte resistência a mudanças. Ela é pensada e projetada para o aluno idealizado, padrão, difícil de ser encontrado. Embora observemos avanços na legislação e nas políticas públicas no cenário nacional, inúmeros e persistentes são os obstáculos à construção de ambientes flexíveis e propícios ao atendimento à diversidade. A concepção de desenho universal, aquele que visa atender às necessidades específicas de todos os usuários e, para isso, busca criar espaços e equipamentos que proporcionem conforto, segurança e autonomia aos usuários, ainda não faz parte do cotidiano das escolas. Sendo assim, a acessibilidade espacial intra e extra escola não está assegurada às pessoas com mobilidade reduzida, dessa forma, lhes são negadas direitos fundamentais ao cidadão, como por exemplo, o direito de ir e vir. Em alguns casos, os alunos ficam impedidos até de satisfazer suas necessidades fisiológicas por falta de banheiros adaptados. Esta inacessibilidade física compromete as demais atividades do sujeito, os quais, muitas vezes, desistem da escola por reconhecer que ali não é seu lugar. O conceito de lugar, resgatado da Geografia, como parcela do espaço onde estão nossas marcas, nossa história, nossas referências pessoais e nossos vínculos afetivos. Quando a escola não reconhece ou nega as diferenças, não se constitui um lugar para esses alunos. A acessibilidade é, pois, a possibilidade de interagir com o ambiente, podendo participar dos espaços, dos serviços, das atividades 15
  • 16. pedagógicas, de lazer e sociais da escola, da forma mais independente possível, preservando a autonomia e a dignidade dos alunos com NEE. Os autores estudados proporcionaram uma ótima reflexão sobre a questão central deste trabalho, mas que não irão ficar somente nestes tópicos pois continuam a nos possibilitar maior aprofundamento e pesquisas sendo este um tema pertinente que faz parte do nosso contexto profissional e pessoal. Para tanto, faz-se necessário vencermos as barreiras arquitetônicas, físicas, metodológicas, comunicacionais e, sobretudo, atitudinais, para que, coletivamente, possamos construir a tão desejada escola inclusiva. O primeiro passo, após a formação e delegação de tarefas do grupo, foi identificar através de estudos, as orientações obtidas em teoria no decorrer do presente semestre, o que muito contribuiu para um maior esclarecimento e reflexão dos fatos que permearam a pesquisa em questão. O maior desafio, este superado com êxito pelas participantes da equipe, tão logo determinado a cada uma suas funções e escolha da instituição a ser pesquisada, foi conscientizar a equipe gestora dos problemas de acessibilidade observados pelo grupo durante a pesquisa de campo, já que a escola não possuí nenhum um caso de criança com necessidades especiais . Os demais desafios foram vencidos ao início deste, com reuniões nos intervalos das aulas, troca de e- mails e telefones, visto se tratar as integrantes, carentes de tempo disponível para uma aproximação maior. Paralelamente, houve integração da equipe no que concerne às ideias e conclusões dos dados coletados. 16
  • 17. REFERÊNCIAS AMARAL, L. Conhecendo a deficiência. SP: Robe, 1995. AMARAL, L. Histórias da exclusão: e de inclusão? – na escola pública. In: CONSELHO REGIONAL DE PSICÓLOGOS. Educação Especial em debate. SP: Casa do Psicólogo/ Conselho Regional de Psicologia, 1997, p 23-24. AMIRALIAN, M. Conceituando Deficiência – Revista Pública de Saúde, 2000. Disponível em <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 89102000000100017>. Acesso em: 11 de novembro de 2012.. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13994. Rio de Janeiro, 2000. BRASIL, MEC/ SEESP. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela portaria ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007. BRASIL, Lei 10098, 19 de dezembro de 2000. BRASIL, Decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004. BITTENCOUT, L. Acessibilidade e Cidadania: Barreiras Arquitetônicas e Exclusão Social dos Portadores de Deficiências Físicas. 2004. Disponível em <http://www.ufmg.br/congrext/Direitos/Direitos10.pdf>. Acesso em: 09 de nov. de 2012. BUENO, C. L. R. ; PAULA, A. R. . Acessibilidade no mundo do trabalho. São Paulo: SORRI-BRASIL, 2007 (Artigo). COHEN, Regina. Estratégia para a promoção dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. Crônica In Jornal Superação, Rio de Janeiro, v. 2, n. 6, out./nov./dez., 1993 CONSTITUIÇÃO (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p. (Série Legislação Brasileira). CURY, C. R. J. Os Fora de Serie na Escola. Campinas: Armazém do Ipê (Autores Associados), 2005. DUARTE, Cristiane Rose de Siqueira ; COHEN, R. Proposta de Metodologia de Avaliação da Acessibilidade aos Espaços de Ensino Fundamental. In: Anais NUTAU 2006: Demandas Sociais, Inovações Tecnológicas e a Cidade. São Paulo, USP: 2006. ESCOLANO, Agustin. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como 17
  • 18. programa. Tradução: Alfredo Veiga-Neto. Rio de Janeiro: DP&A, 1998. InterMeio: revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, Campo Grande, MS, v.13, n.27, p.118-128, jan./jun. 2008 127 JANNUZZI, G.M. A Educação do Deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2004. MANZINI, E. J. ; CORRÊA, P. M.. Avaliação da acessibilidade em escolas do ensino fundamental usando a tecnologia digital. In: 31ª REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 2008, Caxambu. Anais: Constituição Brasileira, direitos humanos e educação. Rio de Janeiro: Anped, 2008. v. 1. p. 1-13 MARCOS, M. et all. Avaliação e Análise de acessibilidade de um deficiente físico motor, através do software Catia, em habitações de interesse social. Disponível em: www.acessoBrasil.com.br. Acesso em: 10 de novembro de 2012. MORAES, R. Um novo olhar sobre a cidade. O papel do município em acessibilidade. Recife, p. 5, 2004. 18
  • 19. 19