1. CAMINHOS E POSSIBILIDADES A PARTIR DO
GIROSER:
um projeto em arteterapia
Néclea Dantas de Carvalho
Wecsley Santa Bárbara Oliveira
2. Arteterapia é: (...) a utilização de recursos artísticos em contexto
terapêutico, baseando-se na percepção de que o processo criativo
envolvido na atividade artística é terapêutico e enriquecedor na
qualidade de vida das pessoas. Age a serviço das leis da necessidade
interior do Homem e facilita o entrar em contato com o poder de
cada um (...). (ARCURI, 2006, p.21)
3. O QUE É GIROSER?
• Projeto em Arteterapia baseado nas oficinas criativas de Cristina
Dias Alessandrini (1996), em ateliê Arteterapêutico com materiais
artísticos;
• O presente projeto tem o propósito de relacionar a arteterapia
como os quatro elementos a serviço da potencialização do
processo criativo do SER, da autonomia, revigoração e
ressignificações de aprendizagens .
• A partir do contato com materiais artísticos em oficinas criativas, o
sujeito pode elaborar questões internas que precisam ser
evidenciadas no cotidiano, sempre a serviço da saúde desse ser
único que vive em meio a desafios e dificuldades, associadas ao
seu processo de desenvolvimento.
5. Proporcionar caminhos de transformação do
processo de germinação do ser a serviço de
frutificar ações de saúde.
6. Trabalhar com recursos artísticos na
construção de caminhos e possibilidades a
serviço da aprendizagem.
7. Compreender-se e expandir a percepção em relação
ao outro, num processo de sintonia com a pulsação
do universo.
8. Exercitar a empatia aprimorando-se da arte para
emergir sentimentos de renovação a favor do
processo de subjetivação do ser.
9. O que são as oficinas criativas?
• Sensibilização
• Expressão livre
• Elaboração da expressão
• Transposição da linguagem
• Avaliação
10. SENSIBILIZAÇÃO
• Na sensibilização, o sujeito estabelece uma relação com o mundo
apoiando-se na sensibilidade e percepção de seu eu e de todos os
objetos que o cercam. Este “perceber” implica no uso dos canais
sensoriais integrados aos sentimentos, proporcionando a
organização das impressões ao nível de imagens. As estratégias
usadas no decorrer da sensibilização podem se apoiar no jogo
lúdico, em observação dirigida ou sugerida, em construção no
imaginário. O importante é que seja garantido o envolvimento na
relação do sujeito com a situação
11. Expressão livre
• O indivíduo mostra a experiência vivida através de uma linguagem
não-verbal. Consideramos importante possibilitar ao indivíduo a
expressão livre de seu sentimento e pensamento, utilizando as
diversas áreas artísticas: plástica, cênica e musical, “(...), em um ir e
vir de movimentos que surgem naturalmente.” (ALESSANDRINI,
2004, p.83).
12. Elaboração da expressão
• É o aprimoramento da linguagem escolhida pelo sujeito em um
retrabalhar ainda ao nível da arte e da representação não-verbal
do conteúdo emergente. “Essa elaboração pressupõe um
redimensionamento do que foi feito até então. Observa-se a partir
de um ângulo novo, localizam-se novas formas nas figuras que
emergem e que saltam aos nossos olhos.” (ALESSANDRINI, 2004,
p.84).
13. Transposição da linguagem
• Na transposição de linguagem, há o (re) significar do processo: a
imagem interna sugere a criação de mensagens e textos. É o momento
em que se pode trabalhar de forma mais diretiva e estruturada os
recursos técnicos necessários ao aperfeiçoamento da linguagem oral e
escrita, associados aos processos de raciocínio e de operacionalização do
pensamento, onde ocorre a “(...) passagem daqueles conteúdos para
uma nova linguagem.” (ALESSANDRINI, 2004, p.84)
• A escrita criativa também constitui um recurso utilizado na transposição
de linguagem, como uma forma eficaz de autoanálise, uma vez que
fortes emoções podem ser liberadas no ato de escrever.
14. Avaliação
• É onde ocorre a retomada do processo, permitindo a
conscientização e percepção crítica do indivíduo na aquisição de
novos conhecimentos. Ao mesmo tempo, esta avaliação é o
conjunto de informações que permitem identificar os processos
que foram significados e funciona como “recomposição das etapas
processuais, o que permite que a aprendizagem produzida seja
tornada consciente.” (ALESSANDRINI, 2004, p.85).
15. Benefícios
• Delegar ao sujeito o papel que deve ser seu, o de construtor ativo
do seu conhecimento, possibilitando superar suas dificuldades.
• Conexão com um espaço de elaboração de conteúdos que
emergirão como um caminho a trilhar pelo autoconhecimento e
(re) significação de aprendizagens.
• Expandir a consciência, revigorar e ressignificar aprendizagens a
partir da arteterapia conectada com a energia vital presente no
universo, os quatro elementos da natureza.
18. Eu acredito no tempo. Acredito que ele cura, que ele
acalma, que ele nos ensina a esperar, que ele nos
amadurece como pessoas. Acredito ainda, que ele traz
soluções e respostas que em outros momentos estavam
"escondidas". O tempo tem o poder de colocar cada coisa
no seu devido lugar. (Priscilla Rodighiero)
20. REFERÊNCIAS
• ALLESSANDRINI, Cristina Dias. Oficina Criativa e Psicopedagogia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 3ª ed. 1996.
• _____________. Tramas Criadoras na Construção do “ser si mesmo”- SP: Casa do Psicólogo, 1999.
• _____________. Análise Microgenética da Oficina Criativa: Projeto de modelagem em argila. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.
• ARCURI, Irene G. (org.) Arteterapia: um novo campo do conhecimento. 1ª ed São Paulo: Vetor, 2006.
• CIORNAI, Selma (org.). Percursos em Arteterapia. v. 62. São Paulo: Summus, 2004.
• COUTINHO, Vanessa. Arteterapia com Crianças. Rio de Janeiro: Wak. 2005.
• KAGIN, Sandra L. ETC – The Expressive Therapies Continuum. Texto mimeografado. Traduzido por Sema Ciornai. Compilado e revisado por Cristina Dias Allessandrini. Departamento
de Arte Terapia, Instituto Sedes Sapientiae, 1995.
• MORAES, M. C. Pensamento eco-sistêmico, educação, aprendizagem e cidadania no século XXI. Petrópolis: Vozes, 2004.
• PAIN, S. e JARREAU, G. Teoria e Técnica da Arte-terapia: A compreensão do sujeito. Porto Alegre: Artes Médicas,1996.
• SAVIANI, Iraci. O Espiritual e a Arte na Arte Terapia. In: Revista de Arte Terapia: Reflexões, ano I, nº I, Departamento de Arte – Terapia do Instituto Sedes Sapientiae, São Paulo, 1995.
• URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: A transformação pessoal pelas imagens. 3 ed. Rio de Janeiro: Wak, 2006.