1) O texto discute possíveis conexões entre os fenícios, portugueses e brasileiros, notando semelhanças como nomes derivados de árvores e a fundação de cidades portuárias.
2) A Pedra da Gávea no Rio de Janeiro possui inscrições que podem ser fenícias, sugerindo uma colônia, embora não haja provas concretas.
3) Embora os fenícios possam ter visitado o Brasil, é improvável que se estabelecessem permanentemente devido às distân
História das Missões Espaciais - Centenário - Soyuz TMA-8
Povos Vermelhos
1. Povos Vermelhos
O texto abaixo descreve as relações entre fenícios, portugueses e brasileiros. Povos
aparentemente distantes entre si, mas ligados por coincidências.
A Pedra da Gávea no Rio de Janeiro é uma formação geológica envolta em mistérios. Segundo
alguns autores a formação geológica corresponde a uma esfinge típica da arte da Mesopotâmia,
existindo também inscrições que alguns
entusiastas defendem como sendo escritas
em caracteres fenícios. A transcrição desses
caracteres corresponderia aos seguintes
dizeres: TYRO PHENICIA, JETHBAAL,
PRIMOGÊNITO DE BADEZIR.”
De acordo com o Professor Henrique José de
Souza, Badezir era um rei fenício que reinara
em cerca de 800 a.C. e fora expulso de Tiro
junto com sua família e seguidores. Essa
frota real teria aportado na região do atual Rio
de Janeiro, e de alguma maneira teria
estabelecido uma colonia fenicia e utilizado a
Pedra da Gávea como câmara mortuária. O professor vai além ao estabelecer que o próprio nome
Brasil é possivelmente derivado de Badezir. Porém ainda não existem provas concretas da
existencia de uma colonia fenícia no Brasil. É muito mais provável que os fenícios pudessem sim
ter aportado em terras brasileiras, já que eram grandes navegadores, e foram os primeiros a
realizar expedições no Atlântico. Porém é improvável que tenham se estabelecido definitivamente,
já que no Brasil do primeiro milênio antes de Cristo, inexistia uma hinterlândia organizada e os
nossos índios estavam ainda na Idade da Pedra. Também não existiam condições fávoraveis para
o comércio maritimo, que era a base da economia
fenicia na Antiguidade, devido as distâncias das
principais colônias fenícias do Mediterrâneo
Ocidental, da própria Fenícia e das altas civilizações
das Penínsulas Balcânica, Itálica e Anatólica, da
duas Sirtis, do Egito, da Mesopotâmia, etc. Os
fenícios certamente não iriam abandonar suas terras
para comercializar do outro lado do imenso oceano,
sendo que as áreas mais povoadas estavam nas
regiões do Mediterrâneo, Mar do Norte, Mar
Vermelho e Golfo Pérsico. O próprio Oceano Índico
só foi efetivamente explorado a partir do primeiro
milenio depois de Cristo com a descoberta das
monções, e para se chegar a Índia só era possível
durante metade do ano. E os fenícios e púnicos
nesse período já haviam sido absorvidos pelas novas potências do Mediterrâneo, gregos no
oriente e romanos no ocidente. O Oceano Atlântico permaneceria como o Mar Tenebroso,
instranponível, e de onde nunca chegara uma embarção, ou um mensageiro, ou um produto
relevante para o tráfico mediterrâneo. O Mediterrâneo permanecia voltado para o nascer do Sol,
notavelmente as estepes asiáticas.
Vale ressaltar que a lendaria fundação de Cartago, principal colonia tíria, no Norte da África,
tambem foi devido a expulsão de um soberano e de seus partidários. A rainha Dido foi expulsa de
sua terra natal pelo seu irmão usurpador Pigmalião e ela e seus suditos refugiaram-se no Norte da
África onde fundaram a “Nova Cidade”, a cidade de Cartago, que se tornaria a senhora do
Mediterrâneo Ocidental, até a sua destruição completa pelos romanos em 146 a.C. A lendária
fundação de Cartago é atribuida a 814 a.C. período da expansão colonial fenicia pelo
Mediterrâneo Ocidental-Meridional.
É interessante notar que apenas dois países do mundo possuem seu nome e bandeiras
associados a árvores: o Líbano e o Brasil. O cedro do Líbano estampa a bandeira libanesa e era
um dos principais produtos de subsistência dos fenícios, que extraiam de sua floresta de cedros a
matéria-prima para a construção de sua frota e por extensão, o domínio dos mares. O nome Brasil
deriva da árvore pau-brasil árvore que fornecia tinta vermelha apreciada na Europa e utilizada na
2. confecção de roupas utilizadas pelos nobres como símbolo de distinção social. Os fenícios
também tem o seu nome derivado da
púrpura, tinta extraída da concha de
um molusco, o múrice, e que fornecia
o corante escarlate digno das altas
linhagens reais, dos césares e
posteriormente dos bispos e papas.
O corante cinabre também poderia
ter originado o nome Brasil e o
cinabre era um corante rubro
explorado inicialmente pelos fenícios.
Outra curiosidade é que os fenícios
fundaram importantes cidades que
se tornariam talassocracias em séculos posteriores. Cartago se tornou a rainha do Mediterrâneo
após a queda de Tiro, na sua pátria mãe. Posteriormente cidades como Lisboa, um entreposto
comercial fenício de pequena importância na Antiguidade, se tornou a sede dos maiores
navegadores do mundo moderno: os portugueses. Outro importante porto fenício, a cidade de
Cádiz, foi também o portal de entrada da riqueza extraída das Américas pela Espanha. Argel,
também cidade de origem fenícia, foi nos séculos XVIII e XIX base de piratas que saqueavam as
riquezas por sua vez já saqueados pelos europeus de outros povos das Américas, África e Ásia.
Túnis e Barcelona cidades também de origem fenícia foram cidades comerciais importantes
durante a Baixa Idade Média, porém seu poder não podia ser comparado a Veneza e Gênova.
Tanger é a porta de entrada do Mediterrâneo e ainda é um importante ponto estratégico entre
África e Europa. Outra cidade de origem fenícia, a cidade de Cartagena na Espanha, foi fundada
por Amilcar Barca, no século III a.C. mas até a atualidade é a principal base naval espanhola no
Mediterrâneo. A razão da formação de grandes cidades com vocação marítima de origem fenícia
talvez se deva a uma fundação racional de cidades em zonas de encontro de rotas comerciais
aliado ao fator natural, como por exemplo, a portos naturais, a portos bem protegidos - como é
Lisboa, que foi fundada no encontro entre o Atlântico e o Tejo -, a cidadelas-promontórios, etc.
Vale ressaltar que a única capital europeia voltada para o Atlântico é justamente Lisboa, e
portanto o seu destino estaria ligado de alguma forma a esse oceano. Os portugueses fundaram
no Brasil cidadelas tanto no litoral quanto no interior. Cidadelas como Rio de Janeiro, Goiás e
Salvador foram intencionalmente fundadas entre montanhas e vales como elementos defensivos
naturais. Beirute, Cartago e Lisboa também originaram-se a partir de cidadelas.
Os espanhóis herdeiros dos fenícios fundaram na América a cidade de Cartagena de Índias e a
despeito da curiosidade linguistica, tornou-se sede da principal base naval dos espanhóis em toda
a América Hispânica. É também uma das únicas cidades amuralhadas da América. Os povos
ibéricos são herdeiros da tradição marítima fenícia que possivelmente em um futuro próximo
manifestará em países de terceira geração da América Ibérica.
O Brasil é também o maior país onde vivem descendentes de libaneses no mundo, assim como
de portugueses. Certamente no futuro alguma cidade portuária brasileira se destacará como
capital de uma talassocracia. Minha opinião: Rio de Janeiro. O fator natural influencia bastante o
destino econômico de um povo. Os fenícios foram antes de navegantes pescadores de muríce e
madeireiros. Os portugueses antes de chegarem as Índias foram grandes pescadores e baleeiros.
Os brasileiros já foram grandes negreiros, mas agora o ouro negro do Brasil Sudeste está voltado
para o mar: o petróleo. Certamente o gene fenício da maritimidade um dia manifestará na América
Ibérica.
SALLES, Catherine. Larousse das Civilizações Antigas Vol I Dos Faraós à Fundação de Roma.