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Rui Alexandre Grácio
A INTERACÇÃO ARGUMENTATIVA
Grácio Editor
A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 3
Ficha técnica
Título:
A interacção argumentativa
Autor:
Rui Alexandre Grácio
Colecção:
Comunicação e Sociedade — n.º 19
Director da colecção:
Moisés de Lemos Martins
Centro de Estudos Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho
Capa:
Frederico da Silva
Coordenação editorial:
Rui Grácio
Design gráfico:
Grácio Editor
Impressão e acabamento:
Tipografia Lousanense
1ª Edição: Março de 2010
ISBN: 978-989-96375-7-3
Dep. Legal: 306849/10
© Grácio Editor
Avenida Emídio Navarro, 93, 2.º, Sala E
3000-151 COIMBRA
Telef.: 239 091 658
e-mail: editor@ruigracio.com
sítio: www.ruigracio.com
Reservados todos os direitos
4
A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 4
Índice
Prefácio: Argumentação e pensamento: uma nova perspectiva . . 7
1. Argumentação, técnica de persuasão?. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2. Argumentação e diálogo: consensos ou dissentimentos? . . . 17
3. Qual o terreno dos assuntos argumentativos? . . . . . . . . . . . 21
4. O que insta a argumentar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5. Haverá um vínculo filosófico entre argumentador . . . . . . .
e argumentação?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
6. Como se relacionam retórica e argumentação? . . . . . . . . . . 41
7. Teoria do argumento e teoria da argumentação: . . . . . . . . .
que vias de acesso? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
8. Excessos e reducionismos na teorização da . . . . . . . . . . . . .
argumentação: onde encontrar a adequação descritiva? . . . 59
9. Falácias ou estratégias de interacção? . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
10. O que diferencia a análise argumentativa . . . . . . . . . . . . . .
da argumentação enquanto oposição entre . . . . . . . . . . . . .
discurso e contra-discurso? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
11. Algumas noções fundamentais no estudo da argumentação . . 81
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
5
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A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 6
13
1 Argumentação, técnica de persuasão?
Uma das formas mais generalizadas de abordar a argumentação con-
siste em inseri-la na problemática da influência através do discurso, ou seja,
em explicá-la através dos seus efeitos persuasivos: argumentamos para per-
suadir. Esta visão instrumental e funcional, que define a argumentação a
partir de uma finalidade, é o primeiro passo para dela fazermos uma abor-
dagem técnica, em termos de meios para.
O facto de podermos usar o discurso para persuadir — como o fará
qualquer técnico de vendas empenhado na sua profissão, qualquer político
que procure angariar eleitores, qualquer pregador que queira disseminar a
sua fé ou qualquer chefe de família que tente educar os filhos — é algo de
indesmentível. A comunicação persuasiva é, aliás, essencial do ponto de
vista relacional e sociológico.
A questão que aqui queremos levantar não é a da legitimidade e da efi-
cácia da comunicação persuasiva mas, sim, a de saber se ao pensarmos a
argumentação em função dela não estamos a passar ao lado de algo que
é mais essencial. Observa Willard (1989: 3), a este propósito, que
«a falha profunda é que a preocupação com a técnica obscurece com-
promissos pessoais vitais, percepções e estratégias interpessoais e
variáveis organizacionais. Se procuramos procedimentos e técnicas
que terão sucesso apesar das fraquezas humanas, arriscamo-nos a
ignorar as condições organizacionais e interpessoais que encorajam
a boa vontade — as crenças pessoais, disciplinas, compromissos, as
condições conversacionais e as práticas e costumes institucionais
que permitem aos argumentadores usarem técnicas deliberativas
com o melhor proveito».
Os factores situacionais, relacionais, organizacionais, contextuais,
pessoais e práticos, bem como o facto de à situação argumentativa ser
inerente uma forma de tratarmos o outro, fazem com que uma visão
técnica seja sempre algo de muito redutor e unilateral. Para além do
mais, as práticas argumentativas nunca são dissociáveis da «enciclopédia
pessoal» dos argumentadores, nem das suas opções enquanto pessoas que
habitam espaços comunitários. Se é certo que, em muitas situações, temos
o poder último de decidir, o facto é que a força dessas opções extravasa em
A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 13

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  • 2. Ficha técnica Título: A interacção argumentativa Autor: Rui Alexandre Grácio Colecção: Comunicação e Sociedade — n.º 19 Director da colecção: Moisés de Lemos Martins Centro de Estudos Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho Capa: Frederico da Silva Coordenação editorial: Rui Grácio Design gráfico: Grácio Editor Impressão e acabamento: Tipografia Lousanense 1ª Edição: Março de 2010 ISBN: 978-989-96375-7-3 Dep. Legal: 306849/10 © Grácio Editor Avenida Emídio Navarro, 93, 2.º, Sala E 3000-151 COIMBRA Telef.: 239 091 658 e-mail: editor@ruigracio.com sítio: www.ruigracio.com Reservados todos os direitos 4 A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 4
  • 3. Índice Prefácio: Argumentação e pensamento: uma nova perspectiva . . 7 1. Argumentação, técnica de persuasão?. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2. Argumentação e diálogo: consensos ou dissentimentos? . . . 17 3. Qual o terreno dos assuntos argumentativos? . . . . . . . . . . . 21 4. O que insta a argumentar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 5. Haverá um vínculo filosófico entre argumentador . . . . . . . e argumentação?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 6. Como se relacionam retórica e argumentação? . . . . . . . . . . 41 7. Teoria do argumento e teoria da argumentação: . . . . . . . . . que vias de acesso? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 8. Excessos e reducionismos na teorização da . . . . . . . . . . . . . argumentação: onde encontrar a adequação descritiva? . . . 59 9. Falácias ou estratégias de interacção? . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 10. O que diferencia a análise argumentativa . . . . . . . . . . . . . . da argumentação enquanto oposição entre . . . . . . . . . . . . . discurso e contra-discurso? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 11. Algumas noções fundamentais no estudo da argumentação . . 81 Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 5 A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 5
  • 4. A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 6
  • 5. 13 1 Argumentação, técnica de persuasão? Uma das formas mais generalizadas de abordar a argumentação con- siste em inseri-la na problemática da influência através do discurso, ou seja, em explicá-la através dos seus efeitos persuasivos: argumentamos para per- suadir. Esta visão instrumental e funcional, que define a argumentação a partir de uma finalidade, é o primeiro passo para dela fazermos uma abor- dagem técnica, em termos de meios para. O facto de podermos usar o discurso para persuadir — como o fará qualquer técnico de vendas empenhado na sua profissão, qualquer político que procure angariar eleitores, qualquer pregador que queira disseminar a sua fé ou qualquer chefe de família que tente educar os filhos — é algo de indesmentível. A comunicação persuasiva é, aliás, essencial do ponto de vista relacional e sociológico. A questão que aqui queremos levantar não é a da legitimidade e da efi- cácia da comunicação persuasiva mas, sim, a de saber se ao pensarmos a argumentação em função dela não estamos a passar ao lado de algo que é mais essencial. Observa Willard (1989: 3), a este propósito, que «a falha profunda é que a preocupação com a técnica obscurece com- promissos pessoais vitais, percepções e estratégias interpessoais e variáveis organizacionais. Se procuramos procedimentos e técnicas que terão sucesso apesar das fraquezas humanas, arriscamo-nos a ignorar as condições organizacionais e interpessoais que encorajam a boa vontade — as crenças pessoais, disciplinas, compromissos, as condições conversacionais e as práticas e costumes institucionais que permitem aos argumentadores usarem técnicas deliberativas com o melhor proveito». Os factores situacionais, relacionais, organizacionais, contextuais, pessoais e práticos, bem como o facto de à situação argumentativa ser inerente uma forma de tratarmos o outro, fazem com que uma visão técnica seja sempre algo de muito redutor e unilateral. Para além do mais, as práticas argumentativas nunca são dissociáveis da «enciclopédia pessoal» dos argumentadores, nem das suas opções enquanto pessoas que habitam espaços comunitários. Se é certo que, em muitas situações, temos o poder último de decidir, o facto é que a força dessas opções extravasa em A interacção argumentativa8_Layout 1 10/03/18 16:38 Página 13