A história da igreja São Sebastião e sua importância para a comunidade local. As tradições e festividades religiosas realizadas ao longo dos anos, como a Via Sacra e festa de São Sebastião. O desejo da comunidade em preservar a história do "Casarão" e do Campo de Aviação Francesa.
6. '(
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Há quase dois séculos a igrejinha reúne devoção
e festividades da comunidade do Campeche
A igrejinha São Sebastião foi construída em 1826
por escravos livres que viviam com Dona Maria
Palmeira, uma senhora que viveu aqui, não tinha
filhos e era proprietária de uma imagem de São
Sebastião. Preocupada com a segurança da peça
sacra, ela tomou a iniciativa de construir uma ca-pela,
pois, assim, a imagem estaria protegida. Por
isso São Sebastião é o padroeiro da igrejinha até
os dias de hoje.
Tombada como patrimônio histórico cultural pelo
decreto municipal de n. 125 de maio de 1988, de lá
para cá a igrejinha já passou por três restaura-ções.
No passado, quem administrava a capela
eram pessoas que integravam o apostolado da ora-ção,
mas hoje a administração cabe a uma comis-são
escolhida entre voluntários da comunidade.
Muitas mudanças ocorreram desde a sua cons-trução.
As festas, que eram muito mais freqüen-tes,
não acontecem na mesma proporção. A festa
de Santa Catarina, que era um evento muito gran-de,
não acontece mais. Já as festividades de São
Sebastião – o padroeiro, do Sagrado Coração de
Jesus e do Divino Espírito Santo são comemora-das
até hoje. Em 2003 foi promovido o primeiro
evento sem álcool na busca de uma coerência com
os trabalhos de recuperação de dependentes que a
igreja mantém.
Há seis anos, nas Sextas-feiras Santas é realiza-da
a encenação da Via Sacra, em que vivenciamos
o ato da crucificação de Cristo. O cenário inicial é
a Capela, mas o cortejo sai em direção à praia nas
trilhas onde são relembradas as estações passa-das
por Cristo. No alto das dunas acontece a con-sumação
da crucificação. É a Paixão de Cristo vis-ta
pela comunidade do Campeche.
Acontecimentos como este são importantes na vida
das pessoas que vivem aqui, pois muita coisa já não
é como antes e o legado que passa para outras gera-ções
tem outras características. A comunidade reli-giosa
do Campeche vem tentando passar sua fé e
sua história de geração em geração. Mesmo a festa
do Divino Espírito Santo, com seu lado histórico a
partir da cultura açoriana, para os católicos é um
ato de fé e devoção ao Divino Espírito Santo. Tanto
famílias nativas do Campeche quanto pessoas que
vieram de outros lugares participam - alguns com
espírito devoto e outros com espírito apenas festi-vo.
Também há os que, na primeira semana após a
festa, cumprem a tradição de visitar as casas de
membros da comunidade.
)'
7. *
+
Sr. Onofre: “ O fortalecimento da fé”
D. Valdécia: “A marca do batismo, crisma, pri-meira
eucaristia, casamento e espaço onde busco
a energia divina para meu dia-a-dia”
Emerson: “Marco das minhas origens religiosas”
Inez: “ Não é apenas mais uma igreja. É uma his-tória
viva de um povo que no seu passado sofrido
colocava suas esperanças nas mãos de Deus. E
hoje, nós católicos,
buscamos a energia
cósmica para forta-lecer
nossa fé, nossa
coragem para en-frentar
os desafios
que a vida moderna
apresenta”.
Inez Jalcira de
Souza Nascimento
,-- %
No mês passado o Movimento Campeche Qua-lidade
de Vida encaminhou moções à 2ª. Conferên-cia
da Cidade de Florianópolis solicitando o tom-bamento
do ‘Casarão’ do Campeche como
patrimônio histórico e cultural do município e pe-dindo
que o Campo de Aviação passe para a guar-da
do município como Parque Cultural, e que as
definições de uso sejam feitas pela comunidade.
Ao lado da Escola Brigadeiro Eduardo Gomes,
na esquina das avenidas Pequeno Príncipe e
Campeche, o que os antigos nativos chamavam
“bâtiment” abriga atualmente a Intendência, uma
família, e duas salas utili-zadas
por um grupo de se-nhoras
idosas. Em vez de
mantê-lo como Patrimônio
Histórico construído pela
Compagnie Générale
Aéropostale em 1927, a In-tendência
instalou portões
(para proteger-se do povo),
construiu muros que impe-dem
o acesso, e permitiu a
construção de um puxado
que desfigurou a antiga
construção (mas serviu de
vendinha de artigos de praia no verão retrasado).
Até 1945 a casa foi residência do administrador e
abrigo dos pilotos franceses. Em 89, o casarão foi
cedido pela União gratuitamente à Prefeitura para
uso social. Mas, no início do século, desapareceu
de vez a pintura que caracterizava o lugar como
“Centro Comunitário”.
Neste inverno o trator da Intendência foi acio-nado
para “limpar” a área do Campo para construír
o novo Posto de Saúde do Campeche. Passou por
uma sólida base quadrada de cimento ao lado do
Clube Catalina, por alicerces de tijolos vermelhos
maciços, e encontrou uma outra base quadrada de
cimento. Nela subsistem enormes parafusos nos
quatro cantos: eram as amarrações das torres da
radio-telegrafia que deu segurança aos vôos da fa-mosa
“Linha”, a primeira ligação de Correio Aé-reo
França - Santiago do Chile.
Alertada, a Gerência de Patrimônio da União pe-diu
informações a estudiosos da história local e, a par-tir
daí, o trator parou antes de eliminar os vestígios
da “casa do telegrafista” onde trabalhou o sertanejo
Odilon Muniz Barreto e cujos muitos descendentes
moram por aqui. Um deslocamento de 20m dos ali-cerces
históricos permitiu a preservação da história
sem comprometer a construção do novo posto.
Quantas histórias poderiam ser editadas e
publicadas pelos
servidores públi-cos
sentados nas
repartições cultu-rais
e
patrimoniais da
municipalidade!
Poderiam contar
da parada técnica
do primeiro Cor-reio
Aéreo Rio de
Janeiro – Buenos
Aires saído do Rio
em 27/11 e chega-do
em Buenos-Aires em 3/12/1927. Foi o piloto Jean
Mermoz, um herói nacional na França, que pilo-tou
esta “Linha” por mais de um ano. Por iniciati-va
própria ele iniciou os “vôos noturnos”: na 2a
feira, 16 de abril de 1928 chegou no Campeche ao
raiar do sol, saído à meia noite do Rio de Janeiro,
após apenas uma escala na praia de Santos. Nati-vos
acendiam três latões de querosene na praia de
Santos e no campo do Campeche para guiar o avião.
Nesta mesma época, o pai da dona Nicota levava
outros “lampiões” no ombro para onde conhecemos
como o “Morro do Lampião”.
O famoso escritor Antoine de Saint Exupéry, di-rigiu
a Aeroposta Argentina, baseado em Buenos
Aires, de 12/10/29 até 31/1/31, e pousou algumas
vezes no Campeche. Durante o descanso entre os
vôos, conviveu com os ‘nativos’, sendo famosa a ami-zade
com Manoel Rafael Inácio, o Seu Deca, con-tada
no livro “Zé Perry e o Deca” pelo seu filho,
Getúlio Manoel Inácio. Na época, Seu Deca, com
19 anos, foi levado pela curiosidade não só pelas
máquinas voadoras, mas também pelos homens de
“calça larga” e língua “enrolada”.
A luta pelo Casarão é antiga. Em 1995, foi soli-citada
a restauração, tombamento e uso social do
prédio no orçamento participativo; em 1997, enti-dades
reunidas no I Seminário de Planejamento
do Campeche encaminharam o pedido à Funda-ção
Franklin Cascaes, Câmara de Vereadores e à
Prefeita. Em 2004, o MCQV, a AMOCAM, a Rádio
Campeche e a APP da Escola Brigadeiro Eduardo
Gomes reiteraram os pedidos. Em maio de 2005,
um documento do IPUF encaminhado à Gerência
de Patrimônio da União afirmava que o processo
estava paralisado. Em 30 de maio, a solicitação de
tombamento foi entregue de novo no evento “Pre-feitura
nas Comunidades”.
Esta luta pelo Campo da Aviação Francesa tem
mais de 20 anos. Houve cartas enviadas a três su-cessivos
presidentes da República. Em 2002,
ameaçada de venda pelo Comando da Aeronáutica
em Brasília, a área foi defendida através de repre-sentação
no Ministério Público e ofícios aos órgãos
públicos. Em 11/2003 foi entregue ao ministro das
Cidades, Olívio Dutra, uma petição para uso pú-blico
do Campo. Em 3/2004, a Secretária do
Patrimônio da União e o Comandante da Base
Aérea, junto com deputados federais, estaduais e
vereadores, escutaram o desejo da sociedade no
próprio Campo. Dali, uma comissão formada por
22 entidades da Planície do Campeche e o Coman-do
da Base Aérea buscaram, junto a parlamenta-res
catarinenses, verbas para construir um hospi-tal,
um restaurante e um hotel para a Base Aérea,
o que possibilitaria uma permuta com o Campo de
Aviação para a comunidade.
Comunidade insiste no tombamento do Casarão
,-
Pág. 12
9. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
FALA CAMPECHE
Uma Publicação dos Moradores do Bairro
Participaram dessa edição: Antoninha Santiago, Silvio
Costa Pereira, Maurice Bazin, Tereza Barbosa, Telma
Pitta, Eva Carneiro, Raul Burgos, Roberto Malamud,
Fernando Moraes, Karla Simm
Tiragem: 5.000 exemplares
-
10. O Cursinho pré-vestibular
gratuito teve uma procura
além das expectativas: qua-se
o dobro de candidatos es-perados.
Esta iniciativa do
Fórum Permanente de Saú-de
e entidades do Sul da Ilha,
e com apoio da Secretaria de
Educação, UDESC, Colégio
Autonomia e Eletrosul neces-sita
agora de mais professo-res
e mais apostilas. Colabo-re!
Os candidatos a professo-res
que estiverem cursando o
último ano de graduação te-rão
bolsa de estágio de R$
200,00. O curso está sendo
ministrado desde o dia 8 de
agosto das 19h30 às 22h30 na
Escola Básica do Rio Tavares
(ao lado do TIRIO). Contatos
com José Luiz, tel. 237 3714
ou 9142-1422; Janete tel:
9962-2524 ou Eva tel. 9921
8422 A ser imitado em outros
b a i r r o s ! E - m a i l :
grupodocursinho@campeche.org.br
)
12. Mais uma obra ilegal au-torizada
pela Fatma e Flo-ram,
embargada em dezem-bro
foi retomada em julho,
apesar das inúmeras denún-cias
da comunidade. Trata-se
da canalização do caminho
das águas que vem do Cam-po
de Aviação e desemboca no
Rio do Noca, frente ao Bar do
Nunes. Numa área de
restinga, a desembocadura do
“Riozinho” forma um lago que
trará mais poluição à praia.
Obra encima de curso d’água
é proibido. Ponto! Mas o pro-prietário
insiste, ignorando
que em 69 um barracão
construído ali foi levado pelo
mar numa destas
chuvaradas. Por isso e mui-tas
outras razões valeria res-peitar
as Leis ambientais.
*
O posto de gasolina constru-ído
em frente a Pedrita foi
embargado por riscos ambi-entais
e de segurança. Situa-do
em nível acima da Lagoa
Pequena, no local o lençol fre-ático
está muito próximo à
superfície. Sem estudos am-bientais
preconizados pelo
CONAMA, outra dúvida é o
destino das águas e produtos
utilizados, além de vazamen-tos
ocasionais que correrão
naturalmente para a Lagoa
Pequena, área de lazer para
a comunidade e de nidifica-ção
de aves locais e migrató-rias.
Outro dado preocupan-te
para os moradores é a pro-ximidade
com as explosões da
Pedrita. Apesar de tudo, a
FATMA, que deveria prote-ger
o meio ambiente, não
cumpriu as determinações
legais e se manifesta favorá-vel
ao empreendimento. Se o
posto vier a funcionar, quem
vai pagar pelos danos? A
FATMA?
Mais um gol-pe
baixo na pai-sagem,
na quali-dade
de vida e no
meio ambiente
foi desferido con-tra
a Lagoa da
Conceição, seus
moradores e visi-tantes.
Trata-se
da última área
verde que está sendo loteada
em frente ao TILAC, atrás do
posto de gasolina. O lugar há
anos era utilizado como cam-po
de pouso para pilotos de
asa delta e parapente, expul-sos
do Morro da Cruz pela
mesma especulação imobili-ária
que enriqueceu alguns e
desfigurou a paisagem de to-dos.
Contrariando o Estatu-to
da Cidade, a FATMA auto-rizou
o condomínio em ques-tão.
Indignados com mais
este crime ambiental e soci-al,
moradores, ambienta-listas
e membros do Lagoa
Clube de Vôo Livre e da Fe-deração
Catarinense de Vôo
Livre promoveram manifes-tações
e abaixo-assinados.
Mais um caso sem Estudo de
Impacto de Vizinhança e sem
audiência pública na comuni-dade.
-
-
A Rua Cristóvão Luiz
Martins (Rua do
Bar do Mingas)
é um dos poucos
acessos públicos
à praia. Como
se não bastasse
não ter
calçamento e o
esgoto escorrer a
céu aberto, um
morador cons-truiu
rampas de
acesso a sua re-sidência,
desni-velando
a rua. Com isso, as
águas ficam empoçadas nas
partes mais baixas, inundan-do
jardins, impedindo a pas-sagem
de pedestres e trazen-do
riscos de doenças. Foi so-licitada
à Intendência o
nivelamento da rua.
123
Corre um zum-zum no
bairro de que o Cezarium
comprou o terreno quase em
frente ao grande empreendi-mento
Cezarium com 126
apartamentos, na Avenida
Campeche. Pretenderia cons-truir
uma pousada, outra
ameaça ao rio do Noca, A Lei
não permite construir a me-nos
de 30 metros do rio e a
menos de 300 metros da
orla marítima. No empreen-dimento,
os empresários co-locaram
uma estação de tra-tamento
do esgoto e contra-taram
uma engenheira sani-tarista
da comunidade para
acompanhar a construção do
projeto. Nisto estão de para-béns!
Contudo faltam estu-dos
de impactos de vizinhan-ça!
O bairro não tem a me-nor
infra-estrutura para
mais 126 carros! Que respei-tem
as Leis Ambientais que
definem a paisagem, a natu-reza,
os rios como direitos de
todos os cidadãos e exigem
um planejamento
participativo, além de uma
ocupação do solo que favore-ça
o bem coletivo e não os lu-cros
individuais.
O Fala Campeche retorna num momento de desilusões e
descrenças para chamar os moradores a olharem ao redor e
reagir!
Vende-se tudo! Aqui, casas e terrenos. Lá, coligações e
votos. E reciprocamente, lá e cá! As elites governantes e
tecnocratas locais não imaginam políticas de desenvolvimento
da cidade apoiadas em conhecimentos concretos da realida-de,
e em favor do interesse coletivo. Inventam uma série de
mutretas para favorecer amigos: os donos dos transportes
coletivos, os donos de terrenos, os donos da construção civil,
do turismo,... vale apenas o lucro individual. Neste intuito,
assinam decretos e votam leis (muitas vezes inconstitucionais,
contra o texto magno que define o interesse público para o
povo) para apoiar iniciativas comerciais dos grandes capita-listas
locais ou facilitar a entrada dos de fora.
Com isto, vai o capital público da nossa cidade, suas ca-racterísticas
não urbanas, aquela “beleza sem par”. Aterram-se
banhados, mangues, rios, lagoas, autoriza-se loteamentos,
prédios, outdoors, postos de gasolina, antenas de celulares,
subestações elétricas em qualquer lugar. E nenhuma infra-estrutura
social como praça, centro cultural, biblioteca, cine-ma,
teatro, lazer, espaço social e comunitário, correio, etc.
Afloram na cidade a marginalidade, a delinqüência, o tráfico
de drogas, atropelamentos, pequenos e grandes crimes,
privatização da paisagem e dos acessos à praia.
A mídia televisiva nos isola uns dos outros, nos prende à
telinha com suas novelas, catástrofes e valores sem ética, e
acabamos pactuando com o individualismo dinheirista. Nes-te
contexto, uns ganham 80 a 1800 Reais por mês para alu-gar
espaços que serão poluídos e enfeiados por anúncios,
outdoors, antenas ou, quem sabe, subestação elétrica? Vive-mos
estas contradições!
Neste FALA trazemos ponto e contraponto: a transfor-mação
ilegal do bairro acobertada pelos órgãos ambientais
em conivência com o Legislativo e Executivo e as atividades
da sociedade civil organizada da Planície do Campeche que
tenta reverter o quadro caótico dos bairros.
Acorda Campeche! Todos têm que fazer sua parte, soci-alizar
seu conhecimento e buscar soluções para problemas
que crescem dia a dia. Participe ! Mude, encontre-se com
ilhéus novos e antigos, engenheiros, poetas, médicos, profes-sores
e todos os que trabalham pela dignidade e qualidade
de vida. Temos que sair do individualismo e discordar deste
modelo arcaico de produzir riqueza destruindo a beleza, a
vida, a cultura. Diga que é a favor de uma cidade onde pre-valeça
a justiça e o bem coletivo. O Fala Campeche é uma
das vozes da comunidade, aberto à participação de todos.
Contatos com Tereza 237.4376 e Maurice 237.3140
2 -
Escutou-se no rancho de pesca do Getúlio na Praia
do Campeche. Agora “é clima de verão”: o vento
continua do Norte há mais de uma semana. Espe-ra-
se o vento virar; quando é do Sul a tainha se
aproxima da costa na sua viagem da Lagoa dos
Patos. “A tainha gosta do frio. Ela é fresca!” diz
um dos pescadores que observam o mar manso,
manso. Uma bandeira branca flutua no pico da
duna ao lado, avisando os surfistas que a praia,
durante a “safra”, é dos pescadores artesanais; que
por enquanto surfar está liberado apenas do lado
Norte do Bar do Chico, acima da Vala. Este acordo
, feito entre as Associações de Surfistas e de Pes-cadores
Artesanais alguns anos atrás, pôs fim às
brigas feias que dividiam jovens e antigos. O Fala
Campeche se orgulha
de ter sido testemunha
no nascimento deste
acordo. A canoa está na
praia, sobre a areia; tra-balhou
bem durante
suas cinco saídas; nos
cinco lances deste ano os
pescadores do Pontal
“mataram” mais de oito
mil tainhas, o dobro do
ano passado, e a “safra”
ainda não acabou. Do
lado do Chico Doca con-seguiu-
se um lance de
2.675 tainhas numa sa-ída
só, com uma canoa e
uma rede. O ano passa-do
foi pouco também.
13. !
“Nos no tempo de mo-leque,
isto aqui dava
peixe pra caramba.
Um dia ali, meu pai, o Herminio, que faleceu
com 95 anos, meu pai foi pescar. Chegou ali adi-ante,
ferrou um peixe, peixão grande, rapaz, pei-xão
grande. Era aquela miraguaia. Meu pai co-meçou
da uma e meia da manhã, da madrugada,
veio aqui, o peixe trouxe meu pai aqui no bico do
Pontal, levou meu pai outra vez lá perto do Bar
do seu Chico lá, lá encima lá, trouxe meu pai aqui
e, quando botou o peixe na terra, era mais ou
menos três horas da tarde. O peixe dava mais ou
menos uns dez quilos. Passou trabalho para pe-gar
naquele espinhelzinho de linha. Então a gen-te
falava “tenteia, tem que tenteiar” para a linha
não arrebentar. O peixe puxa lá, você puxa aqui,
arrebenta. Tenteiar é economizar para não arre-bentar
- senão estoura.”
!!!!!!!!!!!!!!
O seu Hélio do Campeche contou e ‘o Professor’
corrigiu, ao esmiuçarem juntos a história do car-roceiro
do Itacorubi:
“Ele ia comprar tainha no Campeche para depois
negociar por aí. Colocou caixas na carreta, botou o
cachorrinho ao lado dele e partiu. Já estava escu-recendo
quando chegou bem no portão do cemité-rio.
O cavalo olhou para o cemitério e empacou. E
o homem batia neste cavalo e dizia “Vamos meu
Louro”; o nome do cavalo era ‘Louro’. Ele deu duas
lambadas no cavalo, para o cavalo andar. Não ti-nha
jeito. E o Louro cansado de tanto apanhar, vi-rou-
se e disse: “quer parar de bater; porque daqui
não vou passar não. Na frente do cemitério não
passo”. E o cara: “olhó, olhó, lhó, lhó... pô, nunca
tinha visto um cavalo falar”. Aí o cachorrinho ba-teu
com a patinha, pegou e disse: “nem eu!”
!!!!!!!!!!!!!!
Dois compadres, cada um na sua canoinha, fo-ram
remando e tal, pescando. Chegaram assim fora
pescando; a mesma isca, tudo a mesma coisa. Es-tava
pescando ali. “Olá compadre, a pesca aqui tá
boa”, e coloca na canoinha o peixe. E o outro lá,
nada. Ele botava outra vez... “Ola compadre, ou-tro!”
E o outro compadre lá, nada. Aí o compadre
fala: “até logo, eu vou embora porque já deu pra
mim.” E o dito cujo ficou no mar ainda. Aí ele fa-lou
assim “poxa, se São Benedito fizesse um mila-gre
de eu matar uns peixe eu dava metade para
ele. Foi só botar o anzol na água e já vinha peixe e
tal, e deu.” Aí ele vem remando, chegou assim na
quebrança e disse: “pô! São Benedito não bebe, não
fuma, para que que São Benedito quer o peixe?”
Canoa virou; canoa virou, meu caro. Daí ele na-dou,
chegou aqui na praia e ele disse “puta, São
Benedito, não posso nem fazer uma brincadeira!”...
!!!!!!!!!!!!!!
Tem um cara alí, no Morro das Pedras, o Vitor da
Dona Noca . Ele foi tirar isca para dar uma linha-da
de noite. Aí ele foi pescar, água muito clarinha.
Vinha de tirar isca. E quando chegou no mar as-sim,
num reguinho assim, olhou: uma arraia; tava
bem assim na beirinha. Aí ele, pô, para ir em casa,
buscar a tarrafa... quando che-gasse
aqui, ela não está mais.
Com enxadinha de cabinho cur-tinho;
aí ele pegou, largou a lati-nha
da isca cá na praia e foi de-vagarinho
com a enxada. Chegou
lá, pá! Deu uma lambada na ca-beça
da arraia. A enxada cravou
na cabeça da arraia. Aí a arraia
começou a bater, e escapou o cabo
da mão do cara. Aí, lá foi a ar-raia
e ele vendo o cabinho da
enchada indo até mais adiante.
Cá pouco ela pegou o fundo e ele
não viu mais. Aí, ao cabo de quin-ze
dias essa arraia foi pega, sabe
aonde meu caro? Lá em Garopa-ba
com a enxada cravada na ca-beça.
Aí conversa vai, conversa
vem, aí era a enxada do filho da
Dona Noca que estava cravada
na cabeça da arraia!!!
!!!!!!!!!!!!!!
Esta, o cara contou, contou para nós. Mas eu en-tão
falei para ele:
Estava um rapazinho nosso aqui. Estava afora
tomando banho com a máscara. Era o Baiá, o Baiá
do minimercado. Chegou ali, tava dando uma olha-dinha;
viu um linguado. Era bonito; aí mais ou
menos, pela frente aqui. Aí o Baiá chegou, veio,
saiu da água, correu em casa, pegou o arpão. E
chegou ali, olhou, o linguado estava quase no mes-mo
lugar. Aí deu uma arpoada ali... rabou. A se-gunda
vez ele deu, pegou. Deu, parece, sete kilos e
cem gramas, o linguado!
Eu contando para o Vitor, o cara de lá, que o
Baiá tinha pegado alí, na frente alí; então ele pen-sou
que era minha mentira. Mas a do Baiá foi ver-dade.
Você pode perguntar ao Getúlio alí, ou al-guém
alí; pegou alí.
Culinária variada,
saborosa
Casarão
Vida Natural
e de qualidade
14. Rua da Corticeiras, 153 - Tel: 338.2302
Horário: 9 à 21 h. e domingos das
10 às 20 hs
Av. Pequeno Príncipe, 1267
Noely Maria Pompermaier Rotunno
Farmacêutica Responsável
237 3077 Av. Pequeno Príncipe, 1697 - Campeche
15.
16.
17. FALA CAMPECHE setembro de 2005 setembro de 2005 FALA CAMPECHE
No ar desde o dia 2 de abril deste ano, a Rádio
Comunitária Campeche FM 104,9 é a primeira
emissora comunitária a obter licença para funcio-namento
em Florianópolis. E se por um lado essa
notícia é boa para a comunidade do Campeche, que
passa a contar com uma rádio que pode ser feita
por seus próprios moradores, por outro mostra que
isso levou seis anos e meio, ritmo por demais lento
para fazer valer o direito de transmitir informa-ção
e música para a comunidade.
Hoje a Rádio Campeche está transmitindo em
caráter experimental, porque ainda não possui um
local definitivo para funcionar, com estúdio, ope-rador,
água, luz, espaço para instalar a antena de
30 metros de altura. Funcionando a partir da casa
de um dos associados, transmite muita música e
pouca programação ao vivo. A maioria das infor-mações
veiculadas hoje são pré-gravadas, como as
inserções sobre o Estatuto da Cidade ou o direito
de crianças e adolescentes.
Mudar essa situação é uma das me-tas
da nova diretoria, eleita no dia 30
de julho. Isso passa por obter um local
para montar os estúdios da Rádio. Mas
depende também da reaproximação
das pessoas que vivem na região com
os afazeres diários da emissora comu-nitária.
Afinal de contas, há muitas
tarefas por serem realizadas e - por
enquanto - um grupo reduzido de mo-radores
em atuação.
Mesmo com poucos meses de funcio-namento
a Rádio já iniciou um projeto
junto à Escola Municipal Brigadeiro
Eduardo Gomes. O objetivo é estimu-lar
os estudantes - no caso, alunos da
oitava série - a realizarem programas
para serem transmitidos pela Rádio.
Junto à criação dos programas, busca-se estimu-lar
a leitura e uma reflexão crítica sobre os meios
de comunicação e sobre e comunidade na qual mo-ram.
Em breve estarão sendo transmitidos os pri-meiros
programas feitos pelos jovens. Busca-se com
isso também mostrar que fazer sua própria comu-nicação
é uma tarefa possível, não complexa, e re-alizável
por qualquer cidadão, qualquer morador
do bairro.
18.
19. Embora não tenha sede, a Rádio Campeche já
possui um telefone para recados: 201.1530. Atra-vés
deste número, que funciona como uma caixa
postal, os ouvintes podem pedir músicas, deixar
recados de utilidade pública para serem divulga-dos
pela Rádio, entrar em contato para dar Apoio
Cultural, enviar críticas, sugestões ou pedidos de
filiação, assim como enviar recados para a Associ-ação
de Moradores do Campeche (Amocam).
Outra forma de falar com a Rádio é através do
endereço eletrônico radio@campeche.org.br.
20. A partir de outubro será realizada uma reunião
mensal da Rádio Campeche, sempre na primeira
quinta-feira do mês, a partir das 19 horas, na Es-cola
Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes (R. Pe-queno
Príncipe). Nestas reuniões são decididas as
ações necessárias, e apresentados os trabalhos re-alizados
pela diretoria da Associação. É importan-te
a participação de todos os sócios da emissora,
bem como de todas as pessoas que queiram fazer
parte da Rádio.
21.
22. Sancionada em 19 de fevereiro de 1998, a Lei
9.612 define que podem operar rádios de pequeno
alcance associações comunitárias criadas para este
fim específico. Cinco meses fo-ram
o fermento necessário
para que fosse realizada no
Campeche a primeira reunião
de moradores para discutir a
criação de uma rádio comuni-tária.
Para isso era necessário um
estatuto, diretoria, burocraci-as
e formalidades, carimbos e
assinaturas. Fundada no dia 7
de novembro de 1998, a Asso-ciação
Rádio Comunitária
Campeche só foi protocolar a
demonstração de interesse em
executar serviços de radiodifu-são
comunitária em 14 de ja-neiro
de 2000, cerca de um mês
depois que o governo federal publicou o aviso de
que estava recebendo manifestações de interesse
de entidades comunitárias que desejassem reali-zar
serviços de radiodifusão comunitária. A auto-rização
de funcionamento demorou anos, e só saiu
no início de 2005.
)'-/
(
4 5
23. *
O fim do horário de trabalho coincide com o
anoitecer. Proprietários de automóveis deixam o
centro pelo túnel e correm de Fórmula Sul pela
Expressa até o Trevo da Seta equipado com sina-leira
tecnológica de múltiplas luzes que se aproxi-mam
uma da outra pinçando o tempo e anuncian-do
a emoção da
(re)partida. Cada mo-torista
tenta ficar na
frente e começa a ace-lerar
assim que o par
vermelho inicia sua
aproximação.
Porém, algo brilha
no horizonte na sua
frente: um enorme
placar luminoso re-tangular,
montado por cima dos tetos das casinhas
que sobreviveram à modernização rodoviária.
Amarrado num pilar de aço preto, gordo a ponto
de lembrar colunas desenhadas para resistir ter-remotos
em San Francisco (in Califórnia, that is),
ele mostra uma lata luminosa, deitada e
borbulhante de Coca Cola que resplandece no pro-gredir
do escurecer.
Todo o trânsito dá uma voltinha para retomar
a estrada para o Sul, passando a lombada da ofici-na
elétrica e a outra do açougue. Chegando no Tre-vo
do Rio Tavares distingue-se o Posto Gallo à es-querda,
a farmácia e a locadora com cartazes dos
últimos filmes lançados globalmente. Em frente
até o “Stop”. À frente, destacando-se do morro es-curo,
surge outra placa luminosa, gritando na sua
enorme superfície amarela: “Nantai Motel” com
seta para a direita.
Tudo que faz ser “urbano” e “suburbano” tam-bém
chegou por aqui. Cada um contemplará estes
“outdoors” luminosos e sentirá os apelos globais
da Ilha pósmoderna que foi ecológica. Todos os
sinais estão abertos...
1-4#4
4% **
A AMPA, fundada em 29/02/84, é a mais antiga
associação de moradores da região do Campeche -
Morro das Pedras. A comunidade, majoritariamen-te
de baixa renda, começou com a fixação de um
jovem casal de artesãos no final dos anos 70. Em
poucos anos iría se constituir um pequeno aglo-merado
de casinhas. Naquela época era comum
empresários da cidade comprarem terras na re-gião
pensando em loteamentos e condomínios fu-turos
(hoje já realidades). São quase 600 morado-res
em 142 familias. A área pertencia à família
Berenhauser, e teve solicitada a reintegração de
posse em 1983. Com isto, ocorreram sucessivos
conflitos entre moradores e proprietários, fatos
ilustrados por crianças da comunidade no livro
“Unidos para Vencer” (Ed.UDESC, 2002): “Certo
dia, a comunidade foi invadida por homens desco-nhecidos....
carregavam armas e traziam cães,
locomovendo-se rapidamente com o auxílio de jeeps
[...] Tais homens passaram a rodear a comunida-de
por alguns dias [...] A princípio, os moradores
da comunidade não entendiam o porquê daqueles
homens estarem ali [...] Após algum tempo, as fa-mílias
concluíram que aqueles estranhos tinham
por objetivo expulsá-los da terra”. Neste conflito
foi criada a AMPA para defender e representar a
comunidade. Apelou-se para a justiça. Em 1995,
num acordo com os proprietários, o prefeito Sérgio
Grando desapropriou uma área de 29.000 m2. Al-gumas
famílias que se encontravam fora da área
desapropriada foram realocadas, em regime de
mutirão, naquele espaço. O acordo previa o paga-mento
da prefeitura aos proprietários e o valor
seria reembolsado pelas famílias à prefeitura, em
parcelas. Mas a prefeitura nunca pagou e os pro-prietários
entraram novamente com ação de rein-tegração
de posse. Em 2000, a comunidade conse-guiu
da Caixa Econômica Federal o compromisso
de financiar o pagamento da terra e descontar de
4-%
Num espaço do Campo de Aviação, mais preci-samente
no local de prática de aeromodelismo, está
sendo marcada uma área que parecia ser um cam-po
de futebol, mas há marcas de pneus de carro
com “cavalos-de-pau”. Importante lembrar que o
Campo de Aviação vem sendo reivindicado há anos
como espaço publico comunitário para criar ali o
Parque Cultural do Campeche (PACUCA). O pro-jeto
do parque já teve aprovado financiamento pelo
Ministério do Meio Ambiente e em breve a comu-nidade
será chamada para elaborar o desenho.
$*'
A lagoa pequena está abandonada ao mato, lixo
e sem manutenção. Nem a Prefeitura, nem o Mi-nistério
Publico Estadual (responsável pela ação
civil publica)
estão fazendo
valer a decisão
da justiça de
d e m a r c a r
a área do Par-que
no entorno
da lagoa como
espaço publico
real. Banquinhos,
4'67 *
24. Em audiência publica, na Câmara de Vereado-res,
o presidente da CASAN afirmou que as 150
mil pessoas abastecidas pelo Aqüífero poderão fi-car
sem água, se este não for preservado, pois não
há recursos para trazer água de outro lugar. A atual
vazão de 350 Litros/s está no limite. A engenheira
Cristina Nunes alertou sobre as fontes de conta-minação:
o uso indiscriminado de ponteiras clan-destinas,
as fossas negras, e o uso de agroquímicos
no Campo de Golfe do Costão do Santinho. Apon-tou
a necessidade de uma rede de esgoto para pre-servar
a balneabilidade das praias. Na audiência
solicitou-se a criação de uma Guarda Municipal
de Proteção Ambiental, capacitar a Guarda Muni-cipal
( O Prof. Christian Caubet voluntáriou 60
horas/ano), e enviar um vídeo da audiência ao juiz
Edgar Lipmann de Porto Alegre que está julgando
a ação civil publica contra o Campo de Golfe do
Costão do Santinho.
)
25. 8
Mas ficaram aliviados quando descobriram que
a rua saiu do projeto “tapete preto” porque este
não inclui a instalação de drenagem, nem
terraplanagem para fazer calçadas. A mera
camadinha de asfalto é tapete mesmo e já se des-faz
pelas bordas em São José. Mas há uma propos-ta
melhor: saiu um edital no dia 18 de agosto para
empresas habilitarem-se no programa Pró-Pavi-mento
da Secretária de Obras. Neste programa é
possível fazer a drenagem e terraplanagem, além
de pavimentação com lajotas, que é o desejo dos
moradores. Este tipo de calçamento além de mo-derar
a velocidade dos carros, não impermeabiliza
o solo. A SUSP aguarda empresas que se habili-tem
na utilização de lajotas. LAJOTAS já, Senhor
Secretário! Como exemplo de respeito a mobilida-de
justa, poderia colocar uma faixa para os nume-rosos
ciclistas que moram na rua e redondezas, e
que diariamente serpenteiam entre os buracos,
furando pneus nos pedregulhos que a Intendência
despejou por aí ...
9
28. 8
No dia 21 de maio ocorreu a 1ª Pedalada da Saúde, organizada pelo Conselho de Saúde da Fazenda
do Rio Tavares. Os ciclistas que deram a volta ao morro do Lampião contaram com policiamento pois a
insegurança e as dificuldades de locomoção por aqui são enormes: os pedestres, ciclistas e portadores de
necessidades especiais disputam diariamente o espaço com os veículos motorizados. Sem calçadas, si-nalização
ou acostamentos nas vias foram registrados neste último ano, quatro mortes e 118 pessoas
feridas num trecho de 8 km da SC 405, sem contar aqueles que diariamente são atendidos nos centros
de saúde locais, sem registro policial. Participaram quase 100 ciclistas, de todas as idades, experientes
e iniciantes, gente equipada com capacete, garrafinha d’água e mochilinhas. Foi emocionante, mesmo
com as dificuldades em manter o pessoal na pista correta e coletar os copinhos plásticos jogados no chão
pelos ciclistas, no percurso. Mas nada disso fez diminuir a animação e em alguns pontos, a pedalada foi
aplaudida. A chegada foi muito bacana. Sorrisos e o sentimento de ter dado o recado. Circulou um
Manifesto por uma Mobilidade Segura e Saudável, com coleta de assinaturas. Cópia do relatório e
abaixo assinado foi encaminhado ao Prefeito no evento “Prefeitura nas Comunidades” e a outros diri-gentes
municipais, IPUF, legisladores e
lideranças públicas.
No dia catarinense sem carros, 22
de setembro, serão feitas 3 mobiliza-ções
a favor da mobilidade segura e
justa para todos: na Lagoa da Concei-ção,
no Norte e no Sul da Ilha. Partici-pe,
vá de cadeira de rodas, bicicleta ou
a pé, manifeste-se. Deixe seu carro re-pousar.
forma parcelada das famílias moradoras; a PMF
deveria ser avalista do financiamento. A prefeita
negou o aval. Em 2004, o advogado dos proprietá-rios
comunicou à AMPA, frente a um representan-te
do atual prefeito, que não reivindicaria mais a
posse da terra, e sim o pagamento dela. Hoje, es-tão
sendo encaminhadas as tratativas dos financi-amentos
da terra pela CEF entre a comunidade,
os proprietários e a prefeitura.
Os moradores sofrem com a falta de infra-es-trutura,
escolas, formação, qualificação de mão de
obra, creches, ruas, calçadas e lazer, e a AMPA ar-ticula
projetos dirigidos a este universo. O Pro-grama
de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)
é desenvolvido em parceria com a PMF e atende
23 crianças de 7 a 14 anos com reforço escolar. O
Projeto APLISYA dirigido ao ensino de balé (cri-anças
de 4 a 15 anos) tem 28 crianças e se orgulha
da sua apresentação no Teatro Álvaro de Carva-lho.
O Projeto Agente Jovem financiado pelo Mi-nistério
do Meio Ambiente, atende 25 adolescen-tes
(15 a 18 anos) na área de educação ambiental.
A AMPA participou do projeto “Criança não é ris-co,
é oportunidade” com a UDESC, o que resultou
no livro “Unidos para vencer...”. Com o Departa-mento
de Arquitetura da UFSC, a AMPA criou um
projeto de urbanização da área, premiado nacio-nal
e internacionalmente.
Contato com a Presidente da AMPA, Angela 237
9697, ou Luiz 338 8029.
#
41. FALA CAMPECHE FALA CAMPECHE
setembro de 2005 setembro de 2005
: !!!
Depois da Revolta da Catraca, em julho de 2004,
quando a população se levantou contra os abusivos
preços das tarifas de ônibus e
derrubou um reajuste de 15,6%,
sabe-se pelo clima que a cidade
não será mais a mesma. Houve
uma interessante alteração na
correlação de forças na capital,
em que o movimento estudantil
se destacou como um importan-te
ator. Um ano depois, o segun-do
ato! Florianópolis, nada será
como antes...
Na raiz do problema do trans-porte
coletivo está a concepção
do modelo e o entendimento po-lítico
que se faz dele. O transpor-te
coletivo é visto, na ampla mai-oria
dos centros urbanos desse
país, como uma grande merca-doria,
uma fonte bastante ren-tável
para o enriquecimento de
grupos familiares, geralmente
ligados ao que há de mais con-servador
e atrasado nas socieda-des,
ou seja, as oligarquias, pro-vincianas
e reacionárias.
Recentemente, o sr. Waldir
Gomes, presidente do Sindica-to
das Empresas de Transporte Urbano (SETUF),
deu uma entrevista muito ressentida à emissora
afiliada à Rede Globo, afirmando que a passagem
de Florianópolis é uma das mais baratas do Bra-sil,
e que o verdadeiro problema do transporte co-letivo
é político, de gente que se empenhou em di-fundir
essa questão na sociedade. Guarda certa
razão a afirmação do dono da Insular TC. Da par-te
do Movimento Passe Livre, ator desse cenário,
hora coadjuvante, hora protagonista, pretendemos
tornar esse debate cada vez mais político, e cada
vez menos técnico.
Não se trata de uma jornada ideológica, ou mo-ral,
contra determinadas famílias, atores políticos,
ou empresários capitalistas arcaicos, trata-se de
um novo ascenso do movimento social, uma de-monstração
de resistência e de imposição a certos
limites da exploração. Numa sociedade de classes,
a fórmula de uma sociedade dividida entre explo-rados
e exploradores torna-se bastante evidente
#-
)
*
43. Associações e movimentos do Sul da Ilha, em
parceria com órgãos públicos (estadual e munici-pal),
construíram ao longo de quatro anos, em reu-niões
periódicas, uma proposta de solução para o
Saneamento Básico do Sul da Ilha. Estudos, aná-lises,
pesquisas e exaustivas discussões entre vo-luntários
da comunidade e dos órgãos envolvidos
possibilitaram um levantamento aerofotogramé-trico
(IPUF) e a elaboração de projetos para trata-mento
de esgotos (CASAN). Na Planície
Entremares (do Morro das Pedras e Tapera até o
Porto da Lagoa) estão projetadas: uma rede
coletora (RC), 8 estações elevatórias (EEL) e uma
Estação de Tratamento de Esgotos (ETE).
Rede Coletora (RC): Sistema de tubulação em
rede que coleta o esgoto das residências, correndo
debaixo das ruas.
Estações elevatórias (EEL): Serão 8 pequenas
construções munidas de bombas para coletar e im-pulsionar
o esgoto dos domicílios para a ETE:
uma na SC-405, uma no Jardim Castanheiras,
uma ao lado da Lagoinha da Chica, uma na
Servidão Manuel Inácio (próximo às dunas);
uma na rua Tereza Lopes (Areias); uma na Rua
Pérolas (final da Gramal), e uma na Avenida
Pequeno Príncipe com a Gramal.
Estação de Tratamento de Esgotos (ETE):
Estará num terreno da CASAN na Cachoeira
do Rio Tavares. As cotas altimétricas variam
de 2 a 5m e o lençol freático de 1 a 2m de pro-fundidade.
O solo é orgânico e encharcado, com
partes de mata nativa, cultivo de cana, banha-do
e aterro. A área para a construção será de
360.500 m² com solos de compacidade média a
boa; a região é entrecortada por um córrego,
afluente do Rio Tavares.
O tratamento dos esgotos é feito por:
Gradeamento - o esgoto passa através de
duas grades (de 25mm e 6mm) e escoa através
de uma calha (Parshall) até o desarenador.
Desarenação – o líquido escoa numa caixa de
areia (diâmetro 4,28m e altura 5,50m) que
sedimenta os sólidos orgânicos e a areia que che-gam
ao sistema.
Caixa de Gordura – O esgoto chega numa caixa
de gordura, onde é aerado por bombeamento du-rante
15 minutos. A gordura é removida mecani-camente
e conduzida a uma caçamba com tampa.
Tratamento Biológico Anaeróbio – O Líquido é
lançado em duas bacias (20mx20m) percolando len-tamente
até a saída. No percurso, sem oxigênio,
ocorre a degradação anaeróbia dos resíduos (uri-na,
fezes) liberando gases como o metano que de-verá
ser queimado, e CO2. Após este tratamento
restam 30% de carga poluente.
Filtro Biológico – O líquido tratado percola so-bre
materiais adstringentes formando limo ou lodo,
rico em microorganismos decompositores e é leva-do
para um decantador. O excesso de lodo se de-canta
e segue para o adensador de lodos, por gra-vidade.
Após secagem, o lodo será encaminhado ao
Aterro Sanitário ou poderá ser aproveitado na agri-cultura,
após neutralização com cal. A retirada de
lodo do adensador ocorrerá somente após 6 meses
do início da operação.
Sistema de Desinfecção – Os microorganismos
restantes são eliminados com radiação ultra viole-ta
(UV) garantindo valores inferiores a 2000
coliformes fecais (bactérias do aparelho digestivo)
em 100 mL (mínimo exigido por Lei).
O efluente final passa por um sistema de raízes
de plantas aquáticas (macrófitas de várias espéci-es)
com três zonas húmidas de 50.000 m², onde são
retirados os nutrientes (como nitrogênio e fósforo)
evitando a eutrofização do rio Tavares.
Na Baixa Temporada o sistema atenderá uma
população de 3.000 habitantes hoje, a 80.000 ha-bitantes
em 2025. Na alta temporada o sistema
atenderá uma população de 4.500 habitantes hoje,
a 100.000 habitantes em 2025.
O custo da obra será de 28 milhões de Reais
sem os custos dos estudos de impacto ambiental e
dos relatório de EIA e RIMA. A CASAN é respon-sável
pelos EIA/RIMA e deverá efetuar audiências
públicas antes do inicio das construções.
B- -
55
44. Os investimentos em saneamento têm um efei-to
direto na redução dos gastos públicos com servi-ços
de saúde. Segundo a Fundação Nacional de
Saúde, para cada Real investido no setor de sane-
amento economiza-se R$ 4,00 em gastos de medi-cina
curativa.
C
O Movimento reúne-se na primeira segunda-feira
de cada mês, no Parque Municipal da Lagoa
do Peri, sempre as 20:00 horas.
4*
46. As planícies arenosas tanto no norte como no sul
da ilha de Santa Catarina acumulam as águas das
chuvas, rios e riachos formando grandes reservató-rios
subterraneos de água (lençol freático) que são
utilizadas para o abastecimento da população. É
assim no Campeche, Pântano do Sul, Armação, In-gleses,
Jurerê. Nestas planícies, o lençol freático fica
a menos de um metro da superfície, em alguns lu-gares
as águas afloram formando lagoas, como as
lagoas Pequena e da Chica. A ocupação des-tas
planícies por residências, prédios e estra-das
impermeabiliza o solo, impedindo a in-filtração
das águas para o sub-solo; soma-se
a isto a construção de fossas inadequadas ao
solo encharcado favorecendo a mistura en-tre
esgotos e as águas do sub solo, que mui-tas
vezes escorrem pela drenagem das ruas,
trazendo contaminação e mau cheiro. Os li-xos
nos córregos, esgotos a céu aberto e ou-tros
dejetos aumentam e agravam o proble-ma
com o crescimento da ocupação. Cada
metro cúbico de água utilizado produz outro
metro cúbico de esgoto sanitário, que veicula
doenças como verminoses, hepatites, diarréi-as,
micoses e outras mais graves como a có-lera,
o tifo e a poliomielite. O atendimento
das populações com água tratada sem o cor-respondente
investimento na coleta, trata-mento
e disposição final do esgoto produzido é in-compatível
com o desenvolvimento sustentável e a
manutenção da qualidade de vida. A ocupação e
especulação imobiliária sem planejamento de uso
do solo leva à contaminação do lençol freático e ao
colapso do abastecimento da região sul que conta-ria
apenas com a lagoa do Peri para seu abasteci-mento.
São urgentes as obras de saneamento bási-co,
drenagem e proteção ambiental que evitem o
irreversível comprometimento dos aqüíferos. A con-dição
insular e o abastecimento com águas subter-râneas
precisam ser considerados no planejamento
e nos investimentos imediatos. Daí a necessidade
de um Plano Diretor que evite desastres ecológicos,
impeça a contaminação das águas e a
impermeabilização do solo, um Plano que aproveite
o trabalho do Movimento SOS Esgoto Sul da Ilha.
no caso de alguns serviços específicos, que deveri-am
ser vistos como de responsabilidade do Esta-do,
mas que acabam sendo concedidos para a ex-ploração
privada, pautando a sua lógica única, e
exclusivamente, na ampliação da margem do lu-cro
dos empresários do setor.
É exatamente assim que funciona a lógica do
transporte coleti-vo
de Florianópo-lis.
Quase todo
debate que surge
em torno dele
sempre visa des-cobrir
qual é a
forma mais tran-qüila
e rentável
para a ampliação
da margem de lu-cro
dos empresá-rios.
A questão
chave é que boa
parte das pessoas
que participaram
dessa segunda
edição da Revolta
da Catraca, e a
parte que se orga-niza
politicamen-te,
sequer aceita
a idéia de se ter empresários no setor do transpor-te
coletivo, que dirá aumentarem suas margens
de lucro sobre o salário suado dos
trabalhadores.
O transporte coletivo urbano pre-cisa
começar a ser visto como servi-ço
público essencial para o desen-volvimento
da sociedade. Como ins-trumento
fundamental para garan-tia
do direito à igualdade de condi-ções,
de acesso às oportunidades.
Precisa ser visto de acordo com os
interesses da coletividade, do bem
público, e como tal, gerido pelo po-der
público. Num sentido clássico,
pensado como coisa pública, assim
como é, ou deveria ser, a saúde e a
educação.
Essa é uma idéia que custa caro
demais aos empresários do setor. Já
dissemos a eles: invistam seus re-cursos
em outros setores da econo-mia,
que plantem soja no Rio Gran-de
do Sul, que desenvolvam softwa-res
em Joinville, o transporte cole-tivo
urbano de Florianópolis chegou
ao seu limite de exploração. Foram
278% de reajustes nos últimos oito
anos. Revoltas não são gratuitas. Há
situação objetiva bastante concreta para isso. O
Movimento Passe Livre apenas contribuiu no for-talecimento
das condições subjetivas, ou seja, do
ponto de vista da organização, da ousadia das
ações, de riscar o fósforo, quando o rastilho de pól-vora
já estava dado pela exploração das próprias
empresas.
Um terceiro ato dessa revolta já se prenuncia. O
prefeito Dário Berger tentou fazer queda de braço
com o Movimento Contra o Aumento das Tarifas, e
viu-se derrotado. No entanto, continua adotando
uma postura extremamente arrogante em relação
ao movimento social. Tampouco se deu conta da
profundidade do debate apresentado, que reivin-dica,
em última análise, a municipalização do
transporte coletivo e a tarifa zero para todos os
usuários como metas estratégicas, e que tende a
ganhar força, porque, afinal, o precedente da vitó-ria
foi aberto, por duas vezes seguidas. Mais que
isso, o precedente da organização popular, da rua
como espaço legitimo de mobilização, e do lugar de
se fazer política. A verdadeira representação está
nas ruas, e hoje ela é nossa!
Marcelo Pomar é historiador e militante do
Movimento Passe Livre
B *
50. FALA CAMPECHE setembro de 2005 setembro de 2005 FALA CAMPECHE
Lá na única curva da Pequeno Principe está a
SEOVE, sua creche e asilo de idosos. Neste lugar,
também cada um de nós pode participar de ativi-dades
ao ar livre. Num pátio de compostagem, vo-luntarios
transformam resíduos orgânicos em adu-bo.
São 2 mil quilos de resíduos por semana. Pode-Às
se aprender a tecnologia; basta ter boa vontade.
Visitas individuais são sempre bem-vindas. Es-colas
devem ser agendadas com antecedência para
terças às 8:30 da manhã ou sextas às 14:30.
Telefones para contatos 2373405 ou 99677042
com Ubiratan, ou 2374056 com Luis.
No dia 7 de maio tomou posse a nova diretoria da AMOCAM (Associação de
Moradores do Campeche) para o biênio 2005/2007. A nova diretoria ficou
assim constituída: Presidente, Adir Plácido Vigânigo; Secretária, Janete Tei-xeira;
Diretor de Finanças, Isabel Bampi de Souza; Diretor de Transportes e
Obras, Robson Mariano de Avelar; Diretor de Meio Ambiente, Saúde e Sane-amento,
Ataíde Silva; Diretor de Educação e Cultura, Márcia Gil Barddal e
Diretor de Divulgação, Graciane Sartori Gil.
A AMOCAM se reúne na Escola Básica Brigadeiro Eduardo Gomes no se-gundo
sábado de cada mês às 16 horas. Contato: 338 4802.
quintas-feiras às 13:30 a CASA DA COLINA abre gratuitamente em
seu jardim o ESPAÇO PARA O BRINCAR, espaço de lazer para pequeninos
menores de 4 anos, acompanhados de seus pais ou responsáveis.
É um ambiente seguro, onde três acolhedoras pessoas estão sempre à
disposição para escutar, conversar e brincar, garantindo o prazer de estar em
contato com outros, cada qual em seu ritmo. Cada dupla, responsável-crian-ça,
partilha o convívio com outros e isto facilita a separação do bebê da sua
mãe e a sua socialização. Funciona desde março de 2004 em parceria com o
Centro de Saúde da Fa-zenda
do Rio Tavares
(Fone: 338 3049 ou 223
4347) para onde você
pode se dirigir na pri-meira
5a feira do mês, ou
todas as 5as-feiras dire-tamente
à Casa da Coli-na,
rua Cachoeira 156,
frente ao Marcenter na
Rodovia 405, Rio
Tavares (Fone: 226 0585
ou 234 1433). Enedina
Martins, Jadna
Pizzolotto, Margarida
Baird, Sandra Bouvier.
O ESPAÇO PARA O
BRINCAR é saudável
para todos, fisicamente
e psicologicamente.
A Associação de Pais e Amigos da Criança e do Adolescente do Morro das
Pedras, é uma entidade beneficente que foi fundada em 28/11/89 e desde
então, atua em atividades sócio-educativas nas Areias do Campeche (Morro
das Pedras). É de Utilidade Pública e cadastrada nos Conselhos Nacional de
Assistência Social (CNAS), Municipal de Assistência Social (CMAS) e Muni-cipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Atende diariamen-te
90 crianças e adolescentes proporcionando reforço escolar, auxílio alimen-tar,
palestras (prevenção odontológica, saúde pública), arte, reciclagem,
colagem e reaproveitamento, resgate de Valores Morais e Éticos, Educação
Ambiental, combate ao desperdício de Energia Elétrica, oficinas de modela-gem
em argila (com a Fundação Franklin Cascaes) e Musicalização (com o
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil do Governo Federal - PETI).
A APAM mantém também uma creche com 50 crianças entre 6 meses e 6
anos (subsidiada pela PMF). Muitas crianças na faixa etária de 7 a 14 anos
estão na lista de espera, o que demonstra a necessidade de ampliação do
espaço. O atendimento é feito em colaboração com voluntários. Tem convêni-os
com a Prefeitura e parcerias com a UFSC, escolas e ONGS locais. Essas
permitiram melhorias no espaço da Associação, a criação de uma sala
informatizada para apoio Pedagógico e Inclusão Digital; o resgate de valores
histórico-culturais, arte-educação, a qualificação para geração de emprego e
renda e uma Biblioteca Comunitária.
A APAM abre-se como espaço para o debate dos problemas sociais do bair-ro:
infância e adolescência, saúde, educação, lazer, meio ambiente e seguran-ça.
Participa dos Forums, campanhas e movimentos da região. O salão social
(80m2) fica disponibilizado para reuniões e eventos da comunidade por pre-ços
módicos. Compõem a Diretoria Executiva: Telma O. Pitta, Maria S. Fran-cisco,
Antonio César S. Barros, Delma B. do Amaral, Mariane Tessari, Anto-nio
Faustino, Alvonir Cardoso, Júlio Rafael C. Côgo e Valdenésio A. Mendes.
APAM: Rua Francisco José Vieira, 200 – Areias do Campeche,
Florianópolis, SC 88066-000. Fone: 237-9058 – E-mail:
apampedras@yahoo.com.br
$ %
51. '(
À primeira vista a oferta adicional de energia
elétrica seduz toda uma comunidade, pois a im-pressão
que se tem, é que não teremos novos pro-blemas
com apagões e que, este precioso bem dos
dias atuais, a energia elétrica, estará disponível à
vontade e sem perigo de faltar.
O que a Eletrosul não mostra claramente à co-munidade
são os efeitos colaterais de tamanho in-vestimento
em uma infra-estrutura que hoje não
necessitamos. A falta de Estudos e Relatório de
Impacto Ambiental (EIA/Rima) e de Estudos de
Impacto de Vizinhança (EIV) não permite saber
os reais efeitos das redes e da subestação junto à
vida da população. A empresa também não
quantifica quanto será desmatado e se a obra afe-tará
o patrimônio histórico do Ribeirão da Ilha.
Falar da poluição visual das torres então, nem pen-sar!
Usam o terror do fenômeno “liquinho” para
justificar seu intento em “convencer” da necessi-dade
de tal inves-timento.
Mas o pior efei-to
colateral é o
crescimento “equi-vocado”,
um verda-deiro
presente de
grego (com todo
respeito à comuni-dade
grega), que
não serve em abso-luto
a nenhum de
nós. As praias
mostram índices
cada vez maiores
de poluição. Os ri-
achos e rios que chegam às praias, Matadeiro, por
exemplo, já trazem lixo e esgotos aos mares. Em
levantamentos na ilha, a Escola Técnica Federal
mostra alta contaminação das ponteiras domésti-cas
de extração de água subterrânea por esgotos.
Muitas praias oceânicas, (nem falar das praias das
baías Sul e Norte da ilha) já têm sua balneabilidade
ameaçada, e o futuro é pessimista. É prioridade
máxima para a ilha a coleta e tratamento dos esgo-tos
sanitários. Muitos dirão que o investimento em
uma área não invalida o investimento em outra.
Conclusão muito simplista, pois energia elétrica
atrai adensamento populacional, enquanto esgoto
sanitário não. Vejam a invasão dos morros por con-domínios
e favelas nos bairros periféricos das gran-des
cidades de dimensões metropolitanas. Ener-gia
abundante e nenhum sistema de esgotos!
O triste nesta história é que as reuniões com as
comunidades são para mostrar o projeto pronto,
por onde passa, exe-cução,
implantação,
etc “super democrá-tico”
todos podem
ver, mas.. sem me-xer!
O que é bom
para cidade já foi de-cidido
pela
Eletrosul! A pressa,
a imposição de argu-mentos
com a qual a
Eletrosul atropela a
comunidade, é auto-ritária
e lembra a
prática de um passa-do
recente da ditadu-ra
militar, de tristes lembranças. Democracia à
moda impositiva como o plano diretor da Planície
Entremares! Capitaneada pelo presidente
catarinense do PT, Sr. Milton Mendes, a Eletrosul
iniciou o processo de licitações, e está realizando
obras no Continente, ampliando subestações e ofer-ta
de energia para a ilha, sem que um EIA-RIMA
(estudo de impacto ambiental /relatório de impac-to
de meio ambiente) ou um EIV (estudo de impac-to
de vizinhança) tenha sido apresentado e discu-tido
em audiências públicas.
EIA-RIMA e EIV são conquistas jurídicas da
administração participativa. Estes instrumentos
que deveriam informar às comunidades os impac-tos
sobre a saúde, meio ambiente, efeitos, vanta-gens,
riscos, opções, custos, etc.. foram ignorados
pela Eletrosul, em desrespeito à nossa participa-ção
nos desígnios do bairro e da cidade. É claro
que a comunidade, preocupada e ciente de seus
direitos, entrou com uma representação junto ao
MPF para que sejam respeitadas as leis e as práti-cas
democráticas. Mesmo que, ao final de todo o
processo, se cristalize a necessidade do linhão e da
subestação. Registre-se por fim, que nas duas apre-sentações
no bairro do Campeche, a Eletrosul ja-mais
explicou por que a rota sul (Parque do Tabu-leiro,
praia da Caiacanga-Açu, Ribeirão da Ilha,
Reserva Extrativista do Pirajubaé) ao invés das
17 outras opções analisadas pela empresa. Além
disto, foi pouco convincente o argumento de um
reforço para aumentar a confiabilidade do siste-ma,
pois não se aplica quase 150 milhões de reais
no aumento de capacidade de quase 50% do exis-tente,
apenas para “melhorar” a confiabilidade do
sistema.
*
)
4#)
4#
58. Nasceu em 1925 em Antonio Carlos e aos 10 anos
veio estudar no Colégio Coração de Jesus em Flo-rianópolis
e foi ajudante de missa na Catedral.
Mais tarde foi para o Seminário de Azambuja, em
Brusque, e ordenado Padre em 1949. Fez Filosofia
e Teologia em São Leopoldo (RS). Trabalhou 17
anos na igreja e foi vigário em Sombrio, Laguna e
em Florianópolis, na Trindade. Saiu em 1967 e
casou com Edeltrudes, em 1977.
“Na verdade fui padre por influência da família.
Sempre fui das letras; sonhava escrever livros, enci-clopédia,
gostava de filosofia. Apesar de religioso
desejava sair da Igreja porque achava que os pa-dres
deveriam casar. Antigamente quando um pa-dre
deixava o clero, as pessoas o discriminavam, e a
igreja aconselhava a mudar-se para outro lugar.
Mas quando saí, disse ao Bispo: vou-me embora, mas
não saio de Florianópolis, aqui é a minha terra! ”
Foi professor de Filosofia da UFSC e da UNIVALI.
Lecionou até se aposentar em 1985. Foi professor de
diversas cátedras de Filosofia. Em 1959, fundou a
Editora Biblioteca Superior de Cultura e editou o pri-meiro
livro em 1963. Em 1966 entrou no movimento
Esperanto. Imprimiu uma revista da Associação
Mundial de Esperanto Universala. Na entrevista,
Evaldo Pauli mostrou seu vasto conhecimento sobre
a historia do Brasil e das línguas. Fala 9 idiomas.
*%
60. “A Imigração para uma colônia, antigamente só
trazia gente do país colonizador. Até a indepen-dência
do Brasil em 1822, quase só vinham portu-gueses.
Isto ocorria também com as colônias fran-cesas,
inglesas, etc. No Brasil, o imperador D.Pedro
I era casado com a filha do imperador da Áustria,
que tinha uma grande influência na Alemanha.
Com isto, os alemães que antes emigravam para a
Europa Oriental vieram para cá, alguns da zona
industrial do Reno, como os Pauli, e depois os sa-xões
de Berlim. A colonização alemã começou em
1817 no RJ, por influência de D. João VI que lá
fundou Nova Friburgo e Petrópolis. Vieram para o
RS em 1824 e chegaram a Florianópolis em 1828.
A principal colônia alemã surgiu em 1829 em São
Pedro de Alcântara e Antonio Carlos, ambos ain-da
no município de Florianópolis. Sou da quinta
geração e o nome, Pauli,
vem do Alemão, mas a ori-gem
é latina. O i no final do
Pauli significa filho de Pau-lo”
F
%
Criou a Fundação Simpo-zio
a exemplo do tio e amigo, o Pe. Raulino Reitz da
Fundação Herbário Barboza Rodrigues em Itajaí.
Ele com as plantas, e eu, com filosofia e história.
A palavra Simpozio vem do grego = reunião de
sábios. A fundação Cultural Simpozio é uma ONG
com caráter filosófico e artístico que visa divulgar
o conhecimento na língua Esperanto.
.
61. *+
os substantivos terminam em o, como monto =
morro, montanha. Adjetivos terminam em a, ver-bos
em i, advérbios em e. O feminino termina em
ino, como princino = princesa. Vale fazer uma visi-ta
à Fundação Simpozio e aprender de perto este
conhecimento.
4
0
Depois da aposentadoria, isolou-se no Campeche,
onde reside. Construiu próximo ao Trevo do Cam-peche,
em uma área de 1090 m2, parte da sede da
Fundação Simpozio. Não conseguiu finalizá-la de-vido
ao zoneamento da região que inviabili-za
a construção de área cultural mista com
residencial. Um dos projetos da Fundação
é criar a Biblioteca Superior de Cultura, que
inclui também uma editora de livros em Es-peranto.
Ali se planeja um espaço para for-mar
um coral. O professor Evaldo Pauli tem
planos de escrever sete livros sobre a histó-ria
de Santa Catarina. Será a primeira obra
de História Colonial de Santa Catarina em
Esperanto, além da Enciklopedio Simpozio em dez
unidades. Duas delas, Filosofia, História da Filo-sofia
e Literatura seráo construídas pelo professor
Evaldo. As outras cabem a outros especialistas. Na
Fundação Simpozio está sediada a Associação de
Esperanto Estadual. O movimento tem apoio dos
espíritas, várias associações religiosas e pacifistas.
Telefone de contato: 237 4002 ou 237 2036.
):
G
O CONSEG tem reunião aberta toda primeira 5a feira do mês às 19:30h na
Escola Brigadeiro Gomes. Na última reunião foi apresentado o Capitão Au-gusto
Cesar Torquato Filho, novo comandante da 3a companhia da Policia
Militar sediada na Av Pequeno Príncipe. Enquanto continua aumentando o
número de ocorrencias e crimes na região (foram mais de 2500 boletins até
maio) ele dispõe hoje de menos pessoal do que seu predecessor.
A delegacia da Policia Civil por sua vez tem apenas uma delegada para
cobrir do Saco dos Limões até o Pântano do Sul.
A participação dos moradores nas reuniões do CONSEG é necessária para
mudar esta situação.
69. H
Abriu-se uma nova possibilidade de discussão do
planejamento urbano no Campeche com a suspen-são
da votação do Plano Diretor elaborado pelo IPUF
e a apreciação da contra-proposta apresentada pela
comunidade. Estamos em vias de recomeçar o pro-cesso,
“zerando” as propostas anteriores e contem-plando
os principais envolvidos: comunidade, IPUF
e vereadores. Mas, para construir uma nova propos-ta,
é preciso discutir como, pois mesmo o Plano Co-munitário
- elaborado num processo amplamente
participativo - precisa de revisões. Ou seja, qual
metodologia será adotada para garantir um plane-jamento
urbano justo e de fato eficiente?
A grande crítica à forma tradicional de fazer pla-nos
diretores é que ela é incapaz de lidar com a com-plexa
dinâmica urbana brasileira, marcada pela es-peculação
imobiliária, pela exclusão social e pelo des-respeito
ao meio ambiente. Os planos tradicionais
partem de uma idealização de como deveria ser a ci-dade
e terminam numa cristalização deste ideal para
controlar e regular a ocupação urbana. Os mapas de
zoneamento da maioria dos planos diretores se en-caixam
nesta descrição. Mas este ideal, geralmen-te,
pertence a um grupo específico, deixando mui-ta
gente excluída, seja por ser incapaz (financeira-mente)
de se encaixar nos padrões mínimos defi-nidos,
ou por nunca ter chegado a poder opinar so-bre
o futuro do local onde moram. O resultado é
que a cidade cresce fora da lei e apesar do que foi
“planejado”. O poder de fiscalização do Estado é
insuficiente para impedir todas as ilegalidades. Al-guns
optam por ficar fora da lei, porque lucram (e
muito) com isso, mas outros, simplesmente não têm
outra opção.
A lei do Plano Diretor, e o planejamento urba-no
de maneira geral, precisam incorporar a idéia
de que, sem pensar a inclusão social, a participa-ção
popular e o controle da especulação imobiliá-ria,
o planejamento sempre vai parecer absoluta-mente
ineficaz, pois as ilegalidades continuarão
a se multiplicar.
Abaixo algumas sugestões que podem ajudar
a construir uma nova metodologia:
❑ Estimular a capacidade de participação dos
cidadãos, pois a autonomia de decisão sobre o pró-prio
futuro é o que há de mais importante no pla-
nejamento urbano;
❑ Pensar as escalas do planejamento: a cidade
toda; as regiões Norte, Sul, Centro; os distritos; os
bairros;
❑ Pensar os papéis que cabem a cada grupo, no
planejamento e na gestão da cidade – poder público,
sociedade civil, movimentos, vereadores;
❑ Definir o que é preciso planejar e o que não é;
simplificar a lei e direcioná-la às questões onde os
conflitos exigem maior mediação;
❑ Retomar a idéia do Orçamento Participativo
pois, em última instância, o que constrói a cidade
são os investimentos e não os planos;
❑ Incentivar a oferta de lotes totalmente legais
que a população de baixa renda possa pagar e
edificar, podendo assim evitar a ilegalidade;
❑ Determinar que informações e conhecimentos
são necessários para atender os itens acima.
Estas reflexões são fruto do trabalho como bol-sista
de extensão e militância no MCQV em 2000.
Júlia Lins Bittencourt é arquiteta e urbanista
Há 16 anos as comunidades da Planície do Campe-che
lutam contra um Plano Diretor megalomaníaco,
feito nos anos 80 como um exercício-escolar do arqui-teto
Hamilton Vergara, do IPUF. Especulador, basea-do
em modelos estrangei-ros
ultrapassados, tal
plano ignorava os mora-dores
mas pretendia tra-zer
400 mil habitantes
para a região. Destruía o
patrimônio natural, his-tórico
e cultural do Cam-peche,
não priorizava a
qualidade de vida local e
negligenciava as infra-es-truturas
como esgotos
sanitários, calçamentos,
calçadas, ciclovias, esta-cionamentos,
praças, la-zer,
correio, instituições
de saúde, educativas e fi-nanceiras.
Ao supervalorizar o
solo e as “vias expressas”; o Plano do Ipuf expulsava
os menos favorecidos para atrair o mundo da tecno-logia,
com executivos ricos jogando golfe, vendo cor-ridas
num autódromo internacional e freqüentando
um centro de convenções no lugar do campo de avia-ção.
Este Plano só não se concretizou graças à mobi-lização
comunitária que desejava um ordenamento
participativo do solo, que preservasse a história, a
cultura, a vida, e a paisagem. Mais que isso, queria
o plano cumprisse as Leis Ambientais e atendesse
as necessidades e as iniciativas das pessoas da re-gião.
Depois de muitas cartas, ofícios, visitas a políticos e
órgãos públicos, a resistência ao plano do Ipuf passou
a divulgar o conflito em festas da comunidade, as-sembléias,
reuniões e no jornal FALA Campeche. Em
outubro de 1997, a houve o I Seminário Comunitário
de Planejamento do Campeche com as ONG´s e Asso-ciações
(250 pessoas em três dias de discussões na
SAC) além de membros da CASAN e da FATMA, que
analisaram e diagnosticaram a situação da região e
rejeitaram o Plano Diretor elaborado pelo IPUF em
1989. Os resultados foram publicados no DOSSIÊ
CAMPECHE e entregues a todos os órgãos públicos.
Este documento, que buscava bases para o planeja-mento
da região, foi desqualificado pelo IPUF como
“parcial, teórico, ilegítimo, favorável à ocupação clan-destina,
de má-fé, pretensioso e sem representativida-de”.
Do lado dos especuladores, o IPUF defendia que o
planejamento deveria ser feito com os empresários da
construção civil para discutir a doação de áreas públi-cas
e implantação de infra-estrutura... Foi quando a
comunidade se dirigiu à Câmara de Vereadores que,
através da Comissão de Justiça, em 1999, viabilizou
uma aproximação entre o órgão de planejamento e a
sociedade organizada. A intenção era elaborar emen-das
consensuais sobre o plano do IPUF mas, como as
concepções de urbanização para a região eram muito
diferentes, o consenso era impossível.
Embora sem as infor-mações
técnicas, guar-dadas
como segredo de
estado pelo IPUF, a co-munidade
já dispunha
das diretrizes do Dossiê
Campeche e de muitas
informações, disserta-ções
e Estudo de Impac-to
Ambiental da Via Par-que.
E foi com esta mu-nição
e muita vontade
política que se deu iní-cio
à elaboração de um
Plano Comunitário. Nas
oficinas itinerantes rea-lizadas
todos os sábados
em escolas públicas, as-sociações
e centros co-munitários,
nasceu um plano diretor alternativo,
substitutivo global ao plano do IPUF, que deu en-trada
na Câmara de Vereadores em março de 2000
e lá ficou até março de 2003, quando voltou à pauta
do dia na Câmara de Vereadores.
Em alerta, a comunidade entrou com um Mandato
de Segurança contra a presidência da câmara pelo
não atendimento ao Estatuto da Cidade e falta de
audiência pública e, com isso, obtém a liminar que
impede a votação do plano. Passam dois anos e muda
a/o prefeita/o. Em março de 2005, o Juiz Helio do
Valle Pereira cassou a liminar que impedia a vota-ção
do maldito plano e o presidente da Câmara,
Marcílio Ávila, sentiu-se no dever de levar o velho
plano ao conhecimento do prefeito Dário Berger, afim
de saber se mantinha ou retirava o projeto da Casa.
Novas mobilizações resultaram em reuniões com o
prefeito, IPUF, MPF, GRPU, FLORAM, SUSP, Pro-curadoria
do Município.
Nisso, ficou evidente que pedaços do plano do IPUF
aprovados furtivamente pela Câmara levaram o
município e a própria Câmara à condição de ré por
inconstitucionalidade. Se aprovado, o Plano inteiro
seria objeto de Ação Civil Pública. Ficaram expos-tas
as ilegalidades do plano do IPUF, além da ne-cessidade
de um planejamento com bases sociais,
legais e cartográficas atualizadas. Com isso, em abril
o prefeito solicitou à Câmara a retirada do plano
diretor do IPUF e propôs uma Comissão de Planeja-mento
composta por membros da prefeitura e três
técnicos da comunidade (Decreto Municipal 3357/
05). Inicia-se a discussão da cidade que queremos,
nos moldes do Estatuto da Cidade, e solicita-se que
a comunidade seja convocada para discutir a meto-dologia
a ser adotada na elaboração e execução de
um plano diretor sustentável e participativo. Além
de reconsiderar o Decreto Municipal 3357/05, fun-damentando-
o na discussão pública, exigiu-se a par-ticipação
de técnicos e pessoas da comunidade.
Com a proximidade da realização da 2ª. Conferencia
da Cidade no final de julho, movimentos sociais, ONGS,
SINDUSCOM, CREA, IAB solicitaram ao IPUF, or-ganizador
da Conferência, a inclusão do tema Plano
Diretor Participativo e Integrado (PDPI) face ao mo-mento
crucial por que passa a cidade. Participaram
mais de 200 pessoas e cinco vereadores, mas faltaram
representantes do empresariado e de órgãos públicos
estaduais (CASAN, FATMA, SDM). Criou-se uma co-missão
provisória de 11 delegados assim representa-dos:
4 do poder público, 2 dos movimentos sociais, 1 do
empresariado, 1 trabalhador, 1 de ONG´s, 1 de profis-sionais
e acadêmicos e 1 de conselhos federais. As reu-niões
são abertas e ocorrem no IPUF, todas as quintas
feiras das 14.00 às 16.00 horas.
Se você não vai ao centro nas 5ªs feiras, pode parti-cipar
das reuniões locais, todas as segundas feiras
(exceto com mau tempo) na Escola Brigadeiro Eduar-do
Gomes, Av. Pequeno Príncipe, às 20.00 horas.
A luta comunitária foi desgastante, desi-gual
e deixou marcas profundas na vida de
alguns moradores. A prefeitura tentou pro-mover
um “cala boca” perseguindo a ex-pre-sidente
da AMOCAM, a prof. e Bióloga Tere-za
Cristina Pereira Barbosa. A FLORAM e o
IPUF apresentaram falsamente sua propri-edade
como sendo dentro de uma Área de
Preservação Permanente – APP, em vez de
Área de Preservação
com Uso Limitado –
APL. O local era uma
antiga pedreira e a
exuberante vegetação
de hoje foi plantada
pela bióloga.
Também o seo
Chico, pai do ex-vere-ador
oposicionista
Lázaro Daniel, quase
teve o bar demolido.
Os ex-diretores da
AMOCAM, Lúcia
Chagas e Maurice
Bazin foram intima-dos
à Delegacia do
Saco dos Limões, acusados de demolição de
um muro e o corte de cercas próximos à praia.
Maiores detalhes no site
www.campeche.org.br
O “Fórum da Cidade” lançou a
campanha ”Acorda, Floripa”
antes que seja tarde. O senti-mento
comum é de perda de
qualidade de vida. Falta infra-estrutura
para empreendimen-tos
de grande porte; aumentam
os engarrafamentos no trânsito;
privatizam as paisagens e aces-sos
às praias; cheiro a esgotos
nos bairros; faltam professores
nas escolas e vagas nas creches;
idosos ficam nas filas dos pos-tos
de saúde; faltam calçadas e ciclovias nas ruas.
Testemunhamos a destruição das áreas verdes; a po-luição
das águas, a desvalorização das culturas e
tradições locais; o espantoso aumento da violência;
a irônica ameaça de privatização da Penitenciária,
do Parque da Luz e da Ponta do Coral numa cidade
que carece de espaços sociais, culturais e de lazer. A
campanha quer mostrar como a cidade está sendo
planejada em favor do lucro individual pelos empre-sários
da construção civil e do turismo. Isso desfigu-ra
a cidade, a natureza e a qualidade de vida
Acorde cidadão! Exija um planejamento que respei-te
a Constituição e as leis! Exija o fim das alterações
no zoneamento de uso do solo da cidade! Exija um
pacto entre o crescimento e a infra-estrutura, os ser-viços
públicos, respeitando a natureza e os morado-res!
Exija um planejamento fundamentado no conhe-cimento
sócio-ambiental, nos limites e capacidade da
cidade! Exija um
Plano Diretor in-tegrado
e partici-pativo
nos mol-des
do Estatuto
da Cidade
(10.257/01)! Exi-ja
audiências pú-blicas,
estudos e
relatório de im-pacto
ambiental
(EIA/RIMA) e de
v i z i n h a n ç a
(EIV)! Exija uma
legislação que re-ferende
projetos
de lei de iniciati-va
popular.
.
70. Os empresários da cidade, pensando nos lucros ha-bituais,
reuniram-se no prédio Majestic de 18 anda-res,
na avenida Beira Mar, e lançaram a Campanha
A rua Pau de Canela está um ABSURDO!
Os moradores estão cansados com a
precariedade do local e com a falta de atenção
àqueles que procuram os órgãos públicos para
resolver a situação.
LAJOTAS JÁ!
“Floripa Amanhã”. Eles dis-cutiram
a “necessidade” de
construir atracadouros para
transatlânticos, hotéis de
luxo, campos de golfe. Um dos
responsáveis pela Campanha
é o Fernando Marcondes de
Matos, do Costão do Santinho,
que quer construir um campo
de golfe sobre o lençol freático
que abastece 150 mil morado-res
do Norte da Ilha.
TELE-ENTREGA
Farmácia e Conveniência
Farmacêutica responsável: Jaqueline de Menezes Loth (CRF 6802)
Av. Pequeno Príncipe, 2120 - Campeche
Filiada à
Masterfarma
Queimada e aterro no banhado do Rio Tavares
Depredação do Bar do Chico pelo prefeitura de Ângela Amin