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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
DIOGO KLEMZ ROCHA
LIMITES DA SUSTENTABILIDADE EM ARACRUZ
VITÓRIA
2013
DIOGO KLEMZ ROCHA
LIMÍTES DA SUSTENTABILIDADE EM ARACRUZ
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Departamento do Centro
de Ciências Jurídicas e Econômicas da
Universidade Federal do Espírito Santo,
como requisito parcial para obtenção do
grau do Bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Alvim Borges da Silva
Filho
VITÓRIA
2013
DIOGO KLEMZ ROCHA
LIMÍTES DA SUSTENTABILIDADE EM ARACRUZ
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento do Centro de
Ciências Jurídicas e Econômicas da Universidade Federal do Espírito Santo, como
requisito parcial para obtenção do grau do Bacharel em Administração.
Aprovada em 16 de Setembro de 2013.
COMISSÃO EXAMINADORA
---------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Alvim Borges da Silva Filho
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador
RESUMO
Esta pesquisa estuda o município de Aracruz e tem como objetivo principal verificar
a sua sustentabilidade. Foi utilizada a pesquisa bibliométrica para encontrar um
método de avaliação que melhor se encaixe com o objetivo do projeto. Através da
bibliometria foi encontrado um método de avaliação que utiliza indicadores na
comparação de diferentes regiões para analisar a sustentabilidade. Esse método foi
usado para comparar os dados dentro de um determinado período para o município
de Aracruz. Foi verificado que o município de Aracruz está desenvolvendo
sustentavelmente dentro dos parâmetros utilizados na pesquisa, pois a comparação
apresentou resultados satisfatórios na maioria dos indicadores utilizados. Foi
verificado também que para obter melhores resultados outros indicadores poderiam
ser acrescentados, e base de dados que oferecessem dados anuais poderiam ser
utilizados.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Indicadores; Aracruz.
ABSTRACT
This research studies the municipality of Aracruz and has as main objective to
verify their sustainability using bibliometric research to find a method of
evaluation that best fits with the designed goal. It was found through
bibliometrics an evaluation method thad uses indicators for comparing different
regions to analyze sustainability. This method was used to compare the
municipalitie of Aracruz within a certain period. It was found that the municipality
of Aracruz is developing sustainably within the parameters used in the research,
the comparison showed good results for the majority of the indicators utilized. It
was also noticed that for best results other indicators could be added, and
database that would provide annual data could be used.
Key Words: Sustainability; Indicators; Aracruz.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................7
1.1 OBJETIVOS..............................................................................8
1.2 JUSTIFICATIVA........................................................................9
1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................10
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................12
2.1 SUSTENTABILIDADE..............................................................12
2.2 INDICADORES........................................................................12
2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO....................................................13
3 A ESCOLHA DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA
SUSTENTABILIDADE.............................................................15
3.1 SELEÇÃO DO MATERIAL BRUTO.........................................15
3.2 FILTRAGEM DO MATERIAL BRUTO......................................16
4 SELEÇÃO DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO............................18
4.1 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO MÉTODO DE
AVALIAÇÃO.............................................................................18
4.2 ANÁLISE DO QUADRO...........................................................26
4.3 MÉTODO ESCOLHIDO...........................................................29
5 COLETA DE DADOS E ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE
NO MUNICÍPIO DE ARACRUZ...............................................30
5.1 RESULTADOS.........................................................................31
5.2 ANÁLISE DOS INDICADORES...............................................33
5.2.1 SAÚDE PÚBLICA...................................................................33
5.2.2 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO........................36
5.2.3 INCLUSÃO SOCIAL...............................................................38
5.2.4 HABITAÇÃO...........................................................................40
5.2.5 RECURSOS NATURAIS........................................................42
5.2.6 EMISSÃO DE GASES E RESÍDUOS.....................................45
5.2.7 ANÁLISE CONJUNTA DOS INDICADORES.........................46
6 CONCLUSÃO..........................................................................49
7 REFERÊNCIAS.......................................................................52
1 INTRODUÇÃO
Primeiramente, é importante ressaltar que o autor deste trabalho é morador da
cidade de Aracruz, que será alvo do trabalho a ser apresentado, pois esse fato
é relevante na compreensão do texto e do trabalho. A cidade de Aracruz,
reconhecida no Espírito Santo por suas características turísticas devido em
grande parte as suas praias, também ficou conhecida pela produção de
celulose através da FÍBRIA, antes conhecida por Aracruz Celulose.
O município vem desfrutando de novos investimentos, entre eles o já
construído Portocel, e o mais novo projeto em andamento, Estaleiro Jurong.
São esperados mais de $3 bilhões em investimentos nos próximos anos, além
de mais de 15 mil vagas de emprego até o ano de 2015 (gazeta online, 2011).
Esses fatores contribuem para o crescimento econômico não só do município,
mas também de toda a região. O crescimento econômico pode trazer muitos
benefícios para o município, como maior poder aquisitivo dos seus habitantes e
mais investimentos da prefeitura na infra-estrutura.
Os novos investimentos podem influenciar no aumento da população gerando
necessidade de mão de obra e criando novas oportunidades de investimento
no comércio. Entre os anos de 2000 e 2010 a população de Aracruz teve
crescimento de 25,1%, contrastando com o crescimento da população
capixaba, que foi de 9,5% (gazeta online, 2011). Com o crescimento do
município e de sua população, surgirá também a necessidade de atender
exigências básicas que se antes eram atendidas, poderão necessitar de novo
planejamento.
De acordo com dados de 2009 do Instituto Jones dos Santos Neves, Aracruz
tem o segundo maior déficit habitacional do Estado, atrás apenas de Vitória
(gazeta online, 2011). Questões relacionadas à moradia, transporte, educação,
saúde, oportunidades de trabalho, poluição e outros fatores compreendidos no
ambiente urbano devem ser encaradas de maneira estratégica, já que o
crescimento deve ser mais bem planejado para que a cidadania dos habitantes
seja garantida. O ambiente urbano foi descrito da seguinte forma:
“O ambiente urbano, entendido como uma organização social complexa regida pela
incerteza e pela possibilidade — construído pelo conjunto de relações que se
7
estabelecem entre suas partes —, não se restringe apenas às relações entre suas
medidas e seus materiais. Como ele não vale por si próprio, seu valor ou significado
surge em função das relações que estabelece entre o espaço e seus habitantes”
(RHEINGANTZ, apud ROSSETO et al., 2006, p. 810).
Dentro desse contexto, é importante avaliar a sustentabilidade do município de
Aracruz. A sustentabilidade de uma cidade ou de uma região é avaliada de
acordo com três fatores, que são: social, econômico e ambiental. A análise feita
através desse tripé contribui para que gestores identifiquem as carências de
sua população, e a quais caminhos devem seguir para melhorar as condições
de vida.
Para medir cada fator apresentado anteriormente são utilizados indicadores,
que são construídos de acordo com os fins pretendidos pela pesquisa realizada
ou com as características do objeto de estudo. A escolha dos indicadores é
complexa, assim como sua análise, que depende do peso dado a cada
indicador. Esses indicadores são utilizados para a formação de índices ou
ferramentas que são aplicadas na análise da sustentabilidade, no qual as
ferramentas de avaliação da sustentabilidade são utilizadas dependendo do
contexto onde serão aplicadas e de seus pontos fortes e fracos.
Para a análise e seleção da ferramenta a ser utilizada, serão utilizados nesse
trabalho artigos selecionados através da pesquisa bibliográfica e do método
Pro-Know-C. Após a seleção da ferramenta, será iniciado o aprofundamento na
metodologia escolhida. Dessa forma a análise dos dados, a formulação e a
apresentação dos resultados serão melhor trabalhados. Com isso se espera
responder a seguinte questão: Quais os limites da sustentabilidade no
município de Aracruz?
1.1 OBJETIVO
A pesquisa tem como objetivo central identificar o nível de sustentabilidade do
município de Aracruz utilizando o indicador de sustentabilidade escolhido
através da pesquisa bibliométrica.
Além do objetivo central, o projeto tem como objetivos específicos analisar os
seguintes itens:
8
• Saúde
• Educação
• Moradia
• Abastecimento de água e esgoto
• Emissão de poluentes
• Desigualdade social
1.4 JUSTIFICATIVA
O município de Aracruz está sendo atingido por investimentos que podem
contribuir com o seu crescimento populacional. A pesquisa proposta nesse
trabalho tem o intuito de investigar se a cidade tem a capacidade de comportar
o aumento populacional e o eminente aumento da demanda por direitos
básicos de cidadania.
A pesquisa será utilizada para avaliar a capacidade da cidade de crescer
sustentavelmente, isto é, crescer dentro dos limites dos seus recursos. Para
isso, será pesquisado o estado atual dos requisitos básicos que contribuem
para o bem estar da população.
Para a pesquisa, será utilizado um indicador de sustentabilidade que será
escolhido através da análise dos artigos encontrados na pesquisa bibliográfica.
Esse método será aplicado visando à utilização de artigos relevantes no meio
acadêmico, mensurados através de citações, autores, etc.
Essa pesquisa pode ser utilizada principalmente pela prefeitura da cidade, que
poderá utilizá-la para desenvolver novos projetos e estratégias de longo prazo
para a melhoria da qualidade de vida. A pesquisa poderá servir também para
os cidadãos terem conhecimento de como a cidade está sendo gerida, e como
eles podem ajudar a melhorá-la.
9
1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A pesquisa bibliométrica é utilizada para a seleção de material na produção
acadêmica. Ela é usada para a análise quantitativa e qualitativa do material
existente sobre determinado tema, definindo parâmetros para encontrar o
material desejado. De acordo com o Congresso Brasileiro de Custos (2010) o
estudo bibliométrico serve para organizar informações que de alguma forma
poderia permanecer desordenado sem a utilização dessa metodologia.
A qualidade da pesquisa depende principalmente da estratégia de busca
utilizada pelo pesquisador e da base de dados escolhida. As estratégias
adotadas podem ser direcionadas por meio de: palavras-chave, autor, assunto,
periódico, relevância, etc. A qualidade da pesquisa pode ser afetada também
por outros fatores, como por exemplo: métodos estatísticos e matemáticos.
Segundo Tasca et al. (apud VILELA, 2012, p. 78) “[...] atualmente, dispõe-se de
ferramentas cada vez mais eficientes para a busca de informações, devido ao
avanço tecnológico ter permitido base de dados eletrônicos, assim como
ferramentas adequadas de busca nesse meio”.
De acordo com Prichard (apud CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS,
2010, p.?), as principais características da bibliometria são:
1. Identificar as tendências e crescimento do conhecimento com base em
uma matéria.
2. Estudar dispersão e obsolescências de certos assuntos científicos.
3. Medir impacto dos estudos publicados e as informações disseminadas
no meio acadêmico.
4. Quantificar a cobertura das revistas científicas.
5. Identificar autores e instituições mais produtivos.
Para a construção do material para a pesquisa, serão utilizados componentes
do instrumento de intervenção chamado Pro-Know-C (Knowledge Development
Process-Constructivist) proposto por Ensslin em 2010 (apud VILELA, 2010, p.
10
79). A aplicação desse instrumento tem como objetivo selecionar e analisar
quantitativamente e qualitativamente o portfólio bibliográfico.
Esse método de seleção bibliográfica é caracterizado por filtragens que
seguem as seguintes premissas:
• Selecionar palavras chave de pesquisa.
• Selecionar a base de dados alinhados com o tema de pesquisa.
• Selecionar artigos alinhados com o tema de pesquisa.
• Selecionar o período em que os artigos foram publicados.
• Identificar os artigos relevantes da amostra selecionada.
• Validar o método utilizado como instrumento de construção de
conhecimento.
O Pro-Know-C proporcionará á pesquisa bibliométrica estratégias de busca que
mantenham as suas características e facilite a filtragem do material
bibliográfico. As premissas do método de intervenção colaboram com a
validade dos resultados, pois apresenta um método padronizado na coleta do
material, utilizando métodos quantitativos e qualitativos.
11
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade é um tema que vem sendo cada vez mais discutido na
atualidade (FLORIDI et al., 2011). O conceito de sustentabilidade foi definido
da seguinte maneira pelo Brudtland Report de 1987: “[...] satisfazer as
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades [...]” (EATON et al.,
2007, p. 14). Esse é o conceito mais utilizado para descrever sustentabilidade.
O crescimento populacional é um dos fatores que contribuem para o
enfraquecimento do ecossistema e para a diminuição da qualidade de vida. O
crescimento descontrolado ocorre sem o planejamento adequado para que a
ordem e a igualdade sejam mantidas. O progresso via desenvolvimento
econômico vem sendo desafiado, e a sustentabilidade vem se tornando um
fator importante para os governantes analisarem o desenvolvimento da
sociedade e como o seu bem estar é alcançado (BOYKO et al., 2011).
Atualmente têm-se a preocupação de manter controle sobre o crescimento
populacional, avaliando se ele é sustentável ou não. Para avaliar a
sustentabilidade de um país, cidade ou região, foram criados diversos métodos
de avaliação, que estão baseados em avaliações das dimensões ambiental,
social e econômica.
2.2 INDICADORES
A Conferência das Nações Unidas realizada no Rio em 1992 enfatizou a
necessidade de países, organizações governamentais e não governamentais
de “[...] criarem e identificarem indicadores de desenvolvimento sustentável
para melhorar a base de informações e a tomada de decisões [...]” Esses
índices devem ser facilmente compreendidos e comunicados. (BOHRINGER;
JOCHEM, 2007, p. 1). As variedades de indicadores de desenvolvimento
sustentável aparecem como um problema, especialmente pelo fato de
formuladores de políticas necessitarem de um índice agregado.
13
Os indicadores podem ser escolhidos de acordo com os critérios determinados
em cada pesquisa. No entanto, alguns critérios são essenciais para a escolha
dos indicadores. De acordo com Bohringer e Jochem (2007), Esses critérios
são: forte ligação com o conceito de sustentabilidade; seleção de indicadores
significativos representando campos holísticos; credibilidade e disponibilidade
de informações para quantificação de um longo período; seleção de
indicadores orientados para processo; possibilidade de derivação de objetivos
políticos.
Uma das dificuldades dos pesquisadores está na ponderação dos indicadores.
A subjetividade dessa etapa ainda é um dos grandes problemas na avaliação
da sustentabilidade, pois é subjetiva a valorização dos itens a serem utilizados.
De acordo com Bohringer e Jochem (2007), a normalização e pesagem dos
indicadores ainda não possuem um procedimento generalizado. Algumas
iniciativas têm sido tomadas em relação à ponderação dos indicadores. Desta
maneira, indicadores agregados têm sido desenvolvidos para fornecer aos
governantes respostas sobre sustentabilidade (GRAYMORE et al., 2008).
2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Para a avaliação da sustentabilidade, os indicadores são utilizados em
métodos que usam diferentes abordagens, entre esses métodos podemos citar
a pegada ecológica, índice de desenvolvimento humano, genuine savings etc .
(BOHRINGER; JOCHEM, 2007). Para a realização desse trabalho, um método
será escolhido de acordo com a sua aplicabilidade no objetivo da pesquisa.
A preocupação com sustentabilidade surgiu primeiramente com o
desenvolvimento sustentável. Nas conferências realizadas para traçar os
conceitos sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável o debate foi
em torno de como seria possível seguir essa linha. Com a disseminação
dessas idéias os pesquisadores passaram a usar esses conceitos a nível
regional. Desta maneira, os métodos de avaliação de sustentabilidade
passaram a ser aplicados em regiões e cidades. A preocupação com a
sustentabilidade das cidades é válida, pois de acordo com Rogers (apud
14
EATON et al., 2007, p. 15), “[...] até o ano de 2025 três – quartos da população
mundial poderá estar vivendo em cidades”.
Para a análise da situação de um país, é possível utilizar a análise regional,
mostrando as forças e fraquezas, onde a análise da sustentabilidade de uma
região pode ser usada por administradores regionais para aproximar as
políticas de desenvolvimento sustentável da população. De acordo com Rogers
(apud EATON et al., 2007, pg. 17) “O planejamento urbano sustentável deve
envolver os seus cidadãos no processo de tomada de decisões em todos os
níveis”.
Quando os métodos de avaliação de sustentabilidade são aplicados ás cidades
eles podem não fornecer informações precisas. Isso se dá pelo fato das
cidades estarem interligadas, e dependerem de insumos que elas não
possuem dentro de suas fronteiras. Além disso, as cidades são cercadas por
áreas agrícolas, que fornecem insumos para o município onde estão inseridas
e para municípios vizinhos.
De acordo com Wolman (apud EATON et al., 2007), as cidades sobrevivem
graças à entrada de materiais, comida e comodidades. No entanto, esses
elementos são devolvidos a natureza em forma de lixo e poluentes, sendo esse
processo de entrada e saída essenciais para a sustentabilidade de uma cidade.
As características de cada município variam de acordo com a sua localização,
produtividade, administração etc. Por isso, para a análise de sua
sustentabilidade é necessário escolher um método de avaliação com
indicadores que estejam adaptados as condições de cada região.
15
3 A ESCOLHA DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA
SUSTENTABILIDADE
Para escolher o método de avaliação da sustentabilidade a ser usado na
pesquisa no município de Aracruz foi utilizada a pesquisa bibliométrica, onde
foram utilizados componentes do instrumento de intervenção chamado de Pro-
Know-C. A utilização dessa metodologia tem como objetivo selecionar o
método de avaliação da sustentabilidade criteriosamente, exigindo alinhamento
com a pesquisa e relevância. O processo de seleção do portfólio foi dividido em
duas etapas, a seleção do material bruto e a filtragem do material.
3.1 SELEÇÃO DO MATERIAL BRUTO
A primeira parte da pesquisa bibliográfica consiste na escolha da base de
dados a ser usada na pesquisa. Através do Portal CAPES, que disponibiliza
várias bases de dados, foi utilizado o Web of Knowledge para a busca de
documentos. A Web of Knowledge foi escolhida por apresentar ferramentas
que facilitam na busca de artigos científicos e a filtragem dos mesmos. Essa
base de dados apresenta no resultado das pesquisas o número de citações de
cada artigo, facilitando a análise de sua relevância e apresentando padrões de
trabalhos apresentados pelos autores.
Para encontrar o material relacionado a métodos de avaliação de
sustentabilidade foi selecionada uma palavra-chave relacionada ao tema, que
foi traduzida para a língua inglesa. Esse artifício foi utilizado para encontrar
maior número de documentos na pesquisa, pois a maioria dos documentos na
web of knowledge estão em língua inglesa. A palavra selecionada foi:
Indicadores de sustentabilidade que foi traduzida para sustainability indicators.
3.2 FILTRAGEM DO MATERIAL BRUTO
Após realizar a pesquisa utilizando a palavra chave, foi realizada a filtragem do
material encontrado. Esse processo foi baseado nos seguintes critérios e numa
sequência de atividades, que são:
16
• Seleção exclusiva de artigos.
• Periódicos revisados por pares.
• Indexação na Social Sciences Citation Index e Science Citation
Expanded Index.
• Utilização de artigos publicados nos últimos 10 anos.
• Leitura dos títulos e resumos.
• Análise do número de citações de cada artigo juntamente com o ano de
publicação.
• Leitura integral dos artigos
Seleção exclusiva de artigos: O primeiro critério de filtragem dos documentos
foi a preferência por artigos, pois Segundo Gil (apud SAQUETO; CARNEIRO,
2011, p. 21) “os periódicos constituem o meio mais importante para a
comunicação científica”. Dessa maneira excluímos todos os outros
documentos, como teses, dissertações, artigos de congresso, etc.
Periódicos revisados por pares: De acordo com a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (apud FAPESP, 2013) “A revisão
por pares é uma avaliação técnica que tradicionalmente desempenha papel
central na pesquisa científica [...].
Social Science Citation Index e Science Citation Expanded Index: As bases de
dados foram escolhidas por fazerem parte da Web of Science e permitirem
averiguar o número de citações de cada artigo, e conseqüentemente o impacto
dos mesmos.
Artigos publicados entre 2003 e 2013: Esse critério foi adotado primeiramente
para tentar buscar o material relativamente mais atual, e porque essa prática foi
observada em outros trabalhos.
Leitura dos títulos e resumos: Devido ao conhecimento prévio do pesquisador
sobre o assunto é possível reconhecer quais artigos estão alinhados ao tema e
quais não estão. Em casos em que não é possível reconhecer o alinhamento
entre o tema da pesquisa e o artigo somente pelo título é feita a leitura dos
resumos, o que permitirá aprofundar no conteúdo dos documentos.
17
Número de citações e data de publicação: Para analisar a importância das
publicações, é utilizado o número de citações que cada artigo possui e a data
de publicação. O critério escolhido foi o mínimo de 15 citações, ou seja, os
artigos que tem menos de 15 citações e mais de três anos são considerados de
pouca relevância.
Leitura integral dos artigos: O último passo consiste na leitura integral dos
artigos. Com isso, é possível concluir se eles estão alinhados com o tema e se
os artigos com mais de três anos são relevantes e podem ser utilizados na
pesquisa.
Tabela 1: Resultados alcançados na pesquisa bibliométrica.
Processo Busca de
documentos
na Web of
Knowledge
Seleção
exclusiva
de
artigos
Periódicos
revisados
por pares
Artigos
do
SSCI
e
SCEI
Artigos
publicados
entre 2003
e 2013
Leitura
dos
títulos e
resumo
s
Número
de
citações e
data de
publicação
Leitura
integral
dos
artigos
Quantidade 36027 32412 29911 241 188 73 40 28
18
4. SELEÇÃO DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO
4.1 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO MÉTODO DE
AVALIAÇÃO
Dentro dos artigos selecionados foram identificados nos títulos e nos textos
métodos de avaliação que poderiam ser usados na pesquisa. Alguns métodos
já eram conhecidos pelo pesquisador e alguns foram identificados por se
referirem á sustentabilidade.
Após a escolha dos artigos foi feito a leitura e análise dos textos novamente. A
partir desse ponto foram encontrados métodos de avaliação que em grande
maioria tinham como base os três pilares da sustentabilidade, que são:
ecológico, social e econômico.
Foi observado que alguns métodos apareciam com maior freqüência nos títulos
e nos textos. Com a leitura integral dos textos foi identificado quais métodos
eram mais relevantes e se apresentavam conteúdo que possibilitaria ao
pesquisador analisar se o método era coerente com o objetivo da pesquisa.
Além disso, era possível avaliar quais seriam as exigências de cada método
para o seu uso.
Outro fator que deve ser levado em conta para a escolha do método de
avaliação é a disponibilidade de dados para a utilização da ferramenta. Para a
mensuração do nível de sustentabilidade será necessário a utilização de base
de dados que preencha as necessidades do método a ser escolhido. Caso não
for possível encontrar os dados exigidos poderá ser feito a substituição dos
indicadores necessários.
È importante que os resultados sejam claros e objetivos para que as pessoas
que não estão envolvidas no processo de produção da mesma possam
compreendê-los. Dessa forma, a população pode ter acesso ao nível de
sustentabilidade do município.
Para melhor analisar os artigos foi criada uma tabela que descreve os autores,
objetivos, conclusões e métodos de avaliação utilizados na pesquisa. A tabela
contribui principalmente para a comparação dos métodos.
19
Quadro 1: Objetivos e conclusões dos artigos.
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
Ferng (2003) Avaliar através da
pegada ecológica a
produção
sustentável e os
recursos
incorporados na
mesma.
O método da pegada
ecológica mostra
com sucesso as
desigualdades no
consumo e produção
comparando
diferentes países e
regiões. No entanto,
a sua formula
padronizada falha na
mensuração da
sustentabilidade na
produção industrial,
pois, não leva em
consideração a
defasagem do solo
causado pela
produção agrícola e
de matéria prima.
Pegada Ecológica
Pillarisetti (2003) Examinar as
características
empíricas,
conceituais e as
implicações
políticas do sistema
utilizado,
poupanças
genuínas.
Esse método não
deve ser visto como
um indicador de
sustentabilidade. O
capital natural deve
ser considerado
independente do
capital físico e
humano, e
sustentabilidade
ambiental deve ser
visto do ponto de
vista global.
Genuine Savings
Hueting e Reijnders
(2004)
Analisar a
construção de
indicadores e a
pesagem de fatores
econômicos, sociais
e ambientais.
Os indicadores
analisados no texto
que incluem fatores
econômicos e
sociais mostram
resultados que
podem atrapalhar os
administradores ao
invés de ajudar.
Portanto, o genuine
savings ainda não é
um indicador
apropriado.
Genuine Savings
20
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
Repetti e Desthieux
(2005)
O artigo mostra as
dificuldades do
desenvolvimento
urbano e a
elaboração de
indicadores de
sustentabilidade, e
propõe o uso de um
modelo conjunto de
indicadores.
O grupo ideal de
indicadores varia de
cidade para cidade
levando em conta as
condições de
desenvolvimento,
tradições e políticas.
O modelo de
indicadores
conjuntos mostra as
áreas mais sensíveis,
facilitando o
monitoramento.
Relational
Indicatorset Model
(RIM)
Walter e Stutzel
(2005)
Demonstrar o uso
de um novo método
de avaliação de
sustentabilidade do
uso de terras
através de
indicadores de
impacto.
O método
apresentado não
permite uma visão
sustentável completa
do uso da terra.
Primeiramente, o
indicador
apresentado está no
nível individual.
Segundo, o método
concentra em pontos
negativos e não
quantifica pontos
positivos.
Impacto do Uso de
Terras
White (2005) Examinar como a
demanda humana
em terras
bioprodutivas,
medidas pela
pegada ecológica, é
distribuído em todo
o mundo usando
métodos
comumente
utilizados para
medir a distribuição
de renda.
As ferramentas de
mensuração
utilizadas na
pesquisa devem ser
usadas junto com
outras ferramentas
para que a alocação
eficiente, escala
sustentável e justa
distribuição sejam
exercidas.
Pegada Ecológica
Wiedman et al
(2005)
Combinar a Pegada
Ecológica com a
análise de entradas
e saídas.
O método
demonstrou
estandardização das
estimativas da
pegada ecológica.
Pegada Ecológica
Distaso (2006) Demonstrar a teoria
de Bem Estar, e
como ela pode ser
A área de estudo
mostrou-se de
grande potencial
Índice
Multidimensional
de Sustentabilidade
21
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
utilizada para
formar um índice
multidimensional
de sustentabilidade
que considera
variáveis
econômicas, sociais
e ambientais.
para futuros estudos.
Ela mostrou que
diferentes
perspectivas e
métodos alternados
utilizando um
sistema de pesagem
podem gerar
diferentes resultados
e comparados entre
si.
Hong et al (2006) Avaliar os efeitos
da energia
incorporada no
comércio
internacional
usando a pegada
ecológica na China.
A pegada ecológica
fornece ilustrações
diretas e
quantitativas em
sustentabilidade,
sendo útil para
chamar atenção da
população e de
políticos. A
mensuração da
energia incorporada
mostrou ter grande
influência na pegada
ecológica.
Pegada Ecológica
Kemmler e Spreng
(2006)
Utilizar indicadores
energéticos para
mensurar a
sustentabilidade em
países em
desenvolvimento.
Para a análise
complexa de uma
determinada região
um único indicador
pode não ser o ideal.
No entanto, para a
comparação entre
diferentes nações
como foi proposto, o
uso do indicador
energético pode ser
de grande utilidade.
Indicadores
Baseados em
Energia
Ness et al (2006) Fornecer uma
categorização das
ferramentas de
avaliação de
sustentabilidade
dentro do objetivo
mais amplo de
levantar a
compreensão da
avaliação de
desempenho do
Existe uma
contradição na
criação de
ferramentas para
medir
sustentabilidade. Há
necessidade de
ferramentas com
objetivos
específicos, e há
necessidade de
Sustainable
National Income,
Índex of
Sustainable
Economic Welfare,
Genuine Savings,
Pegada Ecológica,
Índice de Bem-
Estar, Índice de
Sustentabilidade
Ambiental, Índice
22
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
domínio ambiental
com foco para uma
interpretação mais
ampla da
sustentabilidade.
ferramentas mais
abrangentes que
sirvam em diferentes
circunstâncias. Além
disso, os resultados
não são
transparentes.
de
Desenvolvimento
Humano.
Reed et al (2006) Analisar a literatura
de desenvolvimento
e aplicação de
indicadores de
sustentabilidade
para desenvolver
um quadro
metodológico de
melhor prática.
Os diferentes
resultados de
diferentes métodos,
investigativos e
teóricos mostraram
que é necessário o
uso de vários
indicadores para
entender as
interações do
ecológico, social e
econômico no
desenvolvimento
sustentável.
Multi-Critério
Siche et al (2006) Comparar os dois
índices de
sustentabilidade
mais utilizados na
literatura com dois
índices de emergia.
As duas
metodologias que
melhor se
completaram foram
a pegada ecológica e
o índice de
desempenho de
emergia. Para refinar
a metodologia da
pegada ecológica
seria importante
utilizar alguns
pontos fortes da
metodologia do
índice emergia.
Pegada Ecológica,
Índice de
Sustentabilidade
Ambiental,
Renovabilidade,
Índice de
Sustentabilidade de
Emergia
Bohringer e Jochem
(2007)
Demonstrar o poder
explanatório de
vários índices de
sustentabilidade
aplicada na prática
política.
A formação de
índices através dos
fatores
normalização,
ponderação e
agregação podem
não satisfazer
padrões científicos e
são excessivamente
arbitrários. Com
isso, ao invés de
ajudar nas praticas
Índice Planeta
Vivo, Pegada
Ecológica, Índice
de
Desenvolvimento
de Cidades, Índice
de
Desenvolvimento
Humano, Índice de
Sustentabilidade
Ambiental, Índice
de Desempenho
23
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
políticas, os índices
podem fornecer
falsas informações.
Ambiental, Índice
de Vulnerabilidade
Ambiental, Índice
de Bem-Estar
Econômico
Sustentável,
Avaliação do Bem-
Estar, Genuine
Savings, Green Net
National Product.
Eaton et al (2007) Avaliação
ambiental através
da pegada
ecológica de áreas
urbanas e rurais.
Alguns problemas
foram apontados no
uso da pegada
ecológica.
Problemas no peso
dos fatores,
demarcação de
regiões, influencia
dominante de
combustíveis fósseis
na pesagem etc. No
entanto ela fornece
grande apelo visual
aos usuários e é
aplicável tanto para
áreas urbanas quanto
para rurais.
Pegada Ecológica
Hoekstra (2007) Comparar e revisar
a metodologia da
pegada ecológica
com a pegada
ecológica da água e
interpretar como
elas estão
relacionadas.
Enquanto a pegada
ecológica mede a
área necessária para
o consumo, a pegada
ecológica da água
mede o volume de
água necessário. Os
dois métodos devem
ser usados
complementarmente.
Pegada Ecológica e
Pegada Ecológica
da Água.
Nourry (2007) Apresentar os
resultados da
análise feita com
oito indicadores de
sustentabilidade na
França.
A análise concluiu
que não existe um
método perfeito.
Para analisar com
precisão a
sustentabilidade de
determinada região,
é necessário utilizar
vários métodos de
avaliação.
Green National Net
Product, Genuine
Savings, Pegada
Ecológica,
Indicador de Bem-
Estar Econômico
Sustentável,
Indicador de
Progresso Genuíno,
Indicador de
Desenvolvimento
24
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
Humano Sensível a
Poluição, Indicador
de
Desenvolvimento
Humano
Sustentável e
French Dashboard
on Sustainable
Development
Graymore et al
(2008)
Avaliar a eficácia
dos métodos de
avaliação de
sustentabilidade
atuais.
A limitação dos
dados contribuiu
para que os métodos
de avaliação não
fossem eficazes.
Além disso, as
limitações com as
habilidades exigidas
pelos métodos e as
suas incapacidades
de mostrar
resultados práticos e
de fácil
entendimento foram
demonstrados.
Pegada Ecológica,
Avaliação do Bem-
Estar, Qualidade de
Vida, Saúde do
Ecossistema
Graymore et al
(2008)
Testar a
aplicabilidade em
uma região de um
método chamado
Manutenção da
Capacidade de
Suporte Humano,
considerando
atividades humanas
e as pressões
geradas no
ecossistema.
O método
apresentado provou
ser efetivo, sendo
fácil de
compreender,
composto de dados
acessíveis e cálculos
simples. Ele mostrou
ser uma ferramenta
que pode ser
utilizada por
administradores.
Manutenção da
Capacidade de
Suporte Humano
Milman e Short
(2008)
Incorporar
resistência para
indicadores de
sustentabilidade
utilizando como
experiência o setor
de abastecimento
de água urbano.
Acessar a resistência
de um indicador
depende da
disponibilidade de
dados, que podem
ser difíceis de medir,
incertos, ou difíceis
de serem avaliados.
No entanto, esse
método pode ser
aplicado a outras
áreas e utilizado
Indicador de
Resiliência do
Fornecimento de
Água
25
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
para análises a
longo-prazo.
Shmelev e
Rodriguez-Labajos
(2009)
Explorar a questão
da sustentabilidade
na escala macro
utilizando sistemas
multi-critério de
ajuda na tomadas
de decisões.
O módulo multi-
critério de macro-
avaliação poderia
torna-se o elemento
padrão de modelos
ambientalmente
estendidos de
insumo-produto e
permitem a
avaliação de
cenários complexos
de desenvolvimento
futuro.
Sistema Multi-
Critério de Macro-
Avaliação
Wallis et al (2009) Descrever a
importância do
ambiente na análise
do desenvolvimento
sustentável
conectando a teoria
á pratica.
Para que haja
progresso na
sustentabilidade, é
preciso considerar a
sustentabilidade de
uma região baseado
no ecossistema e de
sua capacidade de
carga. Para que as
ferramentas de
avaliação sejam
confiáveis, é preciso
considerar o local
onde a avaliação
está sendo aplicada.
Avaliação do Bem-
Estar, Pegada
Ecológica
Wood e Garnett
(2009)
Estender a análise
socioeconômica
atual á análise
ambiental para
formar o tripé com
os fatores
econômicos, sociais
e ambientais.
Foi mostrado que as
populações urbanas
estão bem nos
quesitos econômicos
e sociais, enquanto o
fator ambiental é
apontado como
fraco.
Pegada Ecológica,
Indicadores
Conjuntos
Yu e Wen (2010) Analisar a
sustentabilidade de
47 cidades chinesas
através da análise
envoltória de dados
e comparar as
mudanças através
do índice de
produtividade de
Malmquist.
Foi possível
mensurar a
sustentabilidade das
cidades e fazer
comparações
utilizando a análise
envoltória de dados.
Análise Envoltória
de Dados
26
Autores Objetivos Conclusão Métodos
Utilizados
Boyko et al (2011) Utilizar um grupo
de indicadores e
estabelecer a
sensibilidade ou
vulnerabilidade de
um indicador e
planejar diferentes
cenários.
O grupo de
indicadores não só
ajuda a acessar o
nível de
sustentabilidade
atual, mas também
pode ser usado para
analisar diferentes
cenários.
Indicadores
Conjuntos (UK
toolkit)
Floridi et al (2011) Avaliar a
sustentabilidade de
regiões italianas
através de um
índice formado por
um grupo central de
indicadores.
Indicadores
compostos ajudam a
entender as várias
dimensões da
sustentabilidade.
Além disso, eles
facilitam as
comparações e a
tomada de decisões.
Índice de
Sustentabilidade
Browne et al (2012) Avaliar o
pluralismo
metodológico ao
medir a
sustentabilidade
urbana e determinar
o resultado do uso
de mais de um
método de
mensuração de
sustentabilidade em
nível de cidade-
região.
Não existe um
melhor método para
avaliar
sustentabilidade,
pois ela pode variar
de acordo com
necessidades,
prioridades e
valores. No entanto,
um grupo de
indicadores pode
ajudar a identificar
carências e ser mais
completo na análise
de cidades e regiões.
Contabilidade do
Fluxo de Energia,
Análise Metabólica
do Fluxo de
Energia, Pegada
Ecológica.
4.2 ANÁLISE DO QUADRO 1
Ao analisar o material coletado na pesquisa bibliométrica foram encontrados
diversos métodos de avaliação, nos quais foram analisados com base nos
critérios estabelecidos para escolha. Dos vinte e oito artigos encontrados,
alguns falavam especificamente de um determinado método de avaliação,
enquanto outros falavam de vários. Os métodos muitas vezes eram
comparados nos artigos buscando a ferramenta que melhor se aplicava em
27
determinado caso. Essas comparações foram utilizadas para escolher o
método que melhor se encaixaria na pesquisa.
Já os artigos que falavam especificamente de um determinado método de
avaliação eram usados para uma análise mais aprofundada. As variáveis e
cálculos utilizados eram mais bem detalhados e por isso poderiam fornecer
informações que outros artigos não continham. Além disso, os artigos
continham informações de como o método era implantado em uma
determinada região, quais eram os resultados e os pontos fortes e fracos e
como eles seriam mais bem utilizados.
As informações encontradas nos artigos sugerem que existem métodos de
avaliação que se aplicam a objetivos específicos, e há métodos que são
utilizados de forma mais abrangente. Eles podem ser usados em cidades,
regiões ou países, dependendo do modelo da pesquisa. Portanto, o modelo a
ser utilizado varia de região para região levando em conta fatores culturais,
políticos, condições de desenvolvimento, etc.
A utilização de um único indicador ou método é recomendado quando o
objetivo da pesquisa é comparar determinadas regiões. A análise envoltória de
dados, por exemplo, possibilitou a avaliação e comparação de 47 cidades
chinesas, assim como a pegada ecológica que foi usada para comparar países
e regiões, mostrando as desigualdades de consumo e produção.
Durante a análise dos artigos foi possível observar que os métodos de
avaliação possuem pontos fortes e fracos. Portanto, a utilização de um único
método poderia mostrar certos aspectos da sustentabilidade de uma região e
esconder outras.
Como vimos, os métodos de avaliação apresentam falhas que podem
comprometer a avaliação de uma região e a análise de sua sustentabilidade.
Esse fator pode comprometer a tomada de decisões dos administradores
passando informações incompletas e prejudicando a pesquisa
Para sanar as falhas apresentadas, algumas iniciativas como a utilização
conjunta de diferentes métodos vem sendo testada. Nos artigos foi possível
identificar a junção da Pegada Ecológica com a Pegada Ecológica da Água e
28
também com o Índice de Desempenho de Emergia, em ambos os casos os
resultados se mostraram satisfatórios.
No entanto, o uso da Pegada Ecológica com a Pegada da Água foi utilizado
para a mensuração da sustentabilidade relacionado á distribuição de água de
uma determinada cidade. Dessa forma, a junção dos métodos foi utilizada para
analisar um dos aspectos da sustentabilidade, não fornecendo uma visão
global. No segundo caso a junção dos dois métodos se mostrou satisfatória na
teoria, tendo a possibilidade de demonstrar uma visão holística da
sustentabilidade de uma região. No entanto, o sistema ainda carece de
aplicação prática para ser testado.
Foi possível identificar nos artigos a utilização de um grupo de métodos que se
complementam. Essa aplicação poderia trazer resultados satisfatórios,
demonstrando resultados detalhados que trariam visão global. Os resultados
de cada método poderiam ser comparados diminuindo a probabilidade de erro
e facilitando a tomada de decisões baseada nos resultados apresentados.
A tabela construída baseada nos artigos mostra que essa abordagem
apresentaria os melhores resultados. No entanto, ela exigiria a compreensão
de vários métodos. Além disso, a quantidade de dados exigidos para preencher
os requisitos de cada método seria extensa, dificultando a coleta dos mesmos
e comprometendo a qualidade dos resultados. Para os fins da pesquisa que se
pretende realizar essa abordagem é demasiadamente complexa.
Outra abordagem apresentada pelos artigos é a composição de índices de
sustentabilidade. Os índices são formulados para avaliar cidades ou regiões,
de modo que se tenha uma visão completa dos aspectos econômicos, sociais e
ambientais. Essa abordagem pode facilitar comparações, tomada de decisões
e o planejamento de futuros cenários.
Alguns aspectos dessa abordagem requerem atenção. A pesagem das
variáveis utilizadas e a normalização dos dados podem influenciar
negativamente os resultados. Além disso, a análise pode não ser tão profunda
quanto à utilização conjunta de um grupo de métodos.
29
4.3 MÉTODO ESCOLHIDO
Podemos concluir através da análise do Quadro 1 que para os objetivos dessa
pesquisa os índices compostos são mais apropriados. Eles podem fornecer
uma visão holística da região pesquisada, apresentando resultados dos fatores
econômicos, sociais e ambientais. O índice de sustentabilidade escolhido para
ser utilizado na pesquisa foi baseado no índice formulado para a mensuração
da sustentabilidade de regiões Italianas mostrado em Floridi et al. (2011) . Esse
projeto possibilitou a comparação da sustentabilidade de diversas regiões da
Itália.
A composição desse método de avaliação teve como parâmetro a estratégia de
desenvolvimento sustentável desenvolvido pelo EUROSTAT para a União
Européia. As temáticas sugeridas para compor o método são as seguintes:
desenvolvimento socioeconômico; produção e consumo sustentável; inclusão
social; mudanças demográficas; saúde pública; mudanças climáticas e energia;
transporte sustentável; recursos naturais; parceria global e boa governança
(LEDOUX apud FLORIDI et al., 2011).
Após serem selecionados, os indicadores são apresentados em uma tabela
onde é demonstrada a sua unidade de medida e origem. Os indicadores são
colocados em termos relativos utilizando a divisão dos mesmos por variáveis
como: população, trabalhadores, área, etc. A avaliação da sustentabilidade é
feita através dos indicadores que estão inseridos em cada temática, onde os
resultados apresentados por cada indicador ajudam a formar uma visão
completa da sustentabilidade da região pesquisada
Para a análise dos indicadores são utilizados os valores encontrados na coleta
de dados e a comparação da taxa de variação entre os anos zero e um. Além
da comparação da evolução dos indicadores, a comparação com indicadores
estaduais, nacionais podem ser utilizados para fortalecer a análise.
30
5 COLETA DE DADOS E ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE
NO MUNICÍPIO DE ARACRUZ
Os temas a serem utilizados seriam os mesmos utilizados na metodologia
original, mas alguns temas não apresentaram número relevante de indicadores,
pois não foram encontrados na pesquisa. Os indicadores que restaram em
cada tema foram alocados em outro tema semelhante. Como a maioria dos
indicadores encontrados não foram os originais foi necessária a criação de
novos temas que comportassem os indicadores.
Desta forma, a tabela foi composta pelos seguintes temas: saúde pública;
desenvolvimento socioeconômico; inclusão social; recursos naturais; habitação;
emissão de gases e resíduos. Foram excluídos ou alterados: mudanças
demográficas, mudanças no clima e energia, sustentabilidade do transporte e
consumo e produção sustentável.
A fonte e o ano a que os dados correspondem permitiram padronização na
coleta de informações, com isso foi possível manter a coerência na coleta de
dados e análise. Ao comparar os dados de Aracruz com de outro município é
possível ter uma idéia de onde buscar a informação e de que ano a informação
deveria ser para obter maior qualidade na comparação.
Números como a quantidade de óbitos, carros, leitos foram coletados e
normalizados. No entanto, não foi necessária a normalização de todos os
dados, pois alguns foram encontrados em forma de taxas ou índices. A unidade
de medida se refere a como se chegou ao valor normalizado. Como foi dito no
parágrafo anterior alguns dados não necessitaram de normalização, pois já se
apresentavam em forma de taxas e índices, para esses dados a unidade de
medida não se aplica. Já para os dados normalizados na tabela foi descrito
como se deu tal equação.
Outro fator importante para a construção da tabela foi à estimativa da
população e o tamanho do município. Esses fatores contribuíram para a
normalização dos valores. Para a estimativa da população foi utilizado os
dados do censo do IBGE do ano de 2010, que apresentava população de
81746 habitantes, taxa de crescimento de 2,38% e área do município de 1.423,
874 km².
31
5.1 RESULTADOS
Como descrito na metodologia, a maior parte dos dados foi encontrado no
IBGE e IJSN. Houve contato com a prefeitura de Aracruz em busca de dados
para a pesquisa, que aconteceu através de email e visita. Foi enviada uma
tabela através de email para a prefeitura solicitando os indicadores da pesquisa
base. Após o envio do email foi feito uma visita á prefeitura e foi constatado
que os dados estavam divididos em diferentes secretarias e que a prefeitura
não possuía todos os dados solicitados.
O tempo necessário para levantar os dados não permitiria a conclusão da
pesquisa em tempo hábil. Com isso não foi possível coletar dados na
prefeitura. É importante destacar que não foi possível encontrar no site oficial
da prefeitura dados que pudessem ser utilizados na pesquisa.
Foram utilizados na pesquisa base sessenta e três indicadores divididos em
oito temas, e na pesquisa atual quarenta e cinco indicadores em seis temas.
Os indicadores foram divididos nos seguintes temas: saúde pública,
desenvolvimento socioeconômico, inclusão social, abastecimento de água e
rede de esgoto, recursos naturais e emissão de gases e resíduos.
Como não foi possível encontrar a maioria dos indicadores exigidos no índice
original, tentou-se aproximar o máximo possível dos mesmos. Alguns dos
indicadores similares não foram encontrados e foram excluídos da tabela. No
entanto, foram encontrados indicadores relevantes na pesquisa e foram
incluídos na tabela.
Quadro 2- Indicadores da pesquisa utilizada como base.
Indicadores Unidades de mensuração
Desenvolvimento
socioeconômico
Produto interno bruto per capita $ per capita
Desigualdade da distribuição de
renda
Coeficiente Gíni
Produtividade do trabalho $ de valor agregado por unidade de trabalho
Trabalhadores na área de pesquisa
e desenvolvimento
A cada 1000 habitantes
Investimentos na área de pesquisa
e desenvolvimento
% do produto interno bruto
Graduação em ciências e
tecnologias
A cada 1000 habitantes de 20 a 29 anos
Patentes concedidas A cada 1000 habitantes
Uso da internet % das famílias com acesso a internet
32
Indicadores Unidades de mensuração
Taxa de emprego total De trabalhadores de 15 a 64 anos
Emprego irregular % de unidades de emprego irregular
Taxa de desemprego total Taxa de desemprego da população maior de 14 anos
Trabalho temporário Taxa de empregados em empregos temporários
Mudança no clima e energia
Emissão de gases com efeito estufa Toneladas de co2 equivalente per capita
Consumo final de energia Consumo de energia da população
Energia produzida % de eletricidade produzida
Eficiência energética do PIB Tep/milhões de $2000 concatenadas
Sustentabilidade do transporte
Uso do transporte público % de usuários do transporte público
Uso de bicicleta ou caminhada % de viagens
Veículos motorizados A cada 100 habitantes
Número de Carros % de carros
Mortes em acidentes de envolvendo
veículos
A cada 100000 habitantes
Energia consumida em transportes Tep a cada 100 habitantes
Consumo e produção sustentável
Emissões de pm10 Kg per capita
Emissões de substancias acidas Kg per capita
Produção de lixo urbano Kg per capita
Resíduos em aterro Kg per capita
Coleta seletiva %
Consumo de água M³ de água distribuídas per capita
Purificação de água % da população com acesso a água tratada
Agricultura orgânica Número de fazendas que utilizam produção orgânica
Uso de fertilizantes Toneladas /km² de uso
Sistemas de gestão ambiental Certificados ambientais
Recursos naturais
Licenças para construção M³ de novos prédios a cada 100 habitantes
Sítio de importância comunitária % da superfície total
Áreas arborizadas % da superfície total
Áreas artificiais % da superfície total
Saúde pública
Taxa de mortalidade Óbitos/100 mil habitantes
Taxa de mortalidade infantil Mortes com zero ano de idade a cada 10000
nascimentos com vida
Expectativa de vida infantil Média da expectativa de vida de homens e mulheres
Acidentes no trabalho A cada 1000 habitantes
População acima do peso ou obesa % (população acima de 18)
Fumantes % (população acima de 15)
Uso de produtos fitossanitários Kg/ha
Relação de atração hospitalar % de não residentes no total de pacientes regionais
Médicos de família/clínicos gerais A cada 10000 habitantes
Pediatras A cada 10000 habitantes < 15 anos
Inclusão social
População abaixo da linha da
pobreza
% da população vivendo em famílias abaixo da linha da
pobreza
Diferença entre os sexos na taxa de
atividade
Diferença absoluta entre a taxa de atividade masculina e
feminina
Taxa de emprego feminino % de mulheres entre 15 e 64 empregadas
Empreendedores estrangeiros A cada 100000 habitantes
Estudantes estrangeiros % (dados referentes aos anos escolares) começando
pelos anos indicados
33
Indicadores Unidades de mensuração
Creches %
Pessoas com baixo nível de
escolaridade
% da população maior de 14 anos que não tenham
completado o ensino fundamental
Aprendizagem ao longo da vida % da população de 25 a 64 anos participando em
treinamentos ou aprimoramentos
Ingressos vendidos para teatro e
shows de música
A cada 100 habitantes
Taxa de desemprego na juventude Taxa de desempregados entre 15 e 36 anos
Abandono escolar % da população de 18 a 24 anos sem o ensino
fundamental ou capacitação
Taxa de emprego de pessoas
idosas
Taxa de trabalhadores com idades entre 55 e 64 anos
Asilos % da população que recebe tratamentos em asilos
Preço de casas Preço de casas no centro da cidade
Mudanças demográficas
Taxa de dependência dos idosos % da população maior de 64 anos em comparação com a
de 15 a 64 anos
Taxa de migração Saldo líquido entre migração e imigração
Número de crianças por mulher Taxa de fertilidade total
5.2 ANÁLISE DOS INDICADORES
5.2.1 SAÚDE PÚBLICA
Tabela 2- Análise dos indicadores da saúde pública.
INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE
VARIAÇÃO
UNIDADE DE MEDIDA
Unidades de saúde SUS 2006 0,4073 2010 0,4890 20% Unidades a cada 1000
habitantes
Quantidade de leitos 2006 1,3984 2009 1,4840 6% Leitos a cada 1000
habitantes
IFDM saúde 2000 0,7982 2010 0,9095 14% Não se aplica
IDU para equipamentos básicos
de saúde
2000 0,0026 2009 0,2039 7742% Não se aplica
IDHM longevidade 2000 0,7360 2010 0,8380 14% Não se aplica
Taxa de mortalidade 2006 0,4860 2011 0,5111 5% Óbitos a cada 100
habitantes
Taxa de mortalidade infantil 2000 20,38 2010 6,88 -66% Não se aplica
Para analisar a área de saúde utilizaremos uma concepção sugerida por
Siedenberg (2003), na qual ele sugere que existem os “indicadores de entrada”
e os “indicadores de saída” do sistema de saúde. Indicadores relacionados à
quantidade de médicos, leitos, enfermeiras e hospitais estariam no primeiro
grupo, enquanto no segundo grupo estariam indicadores relacionados ao
número de mortes, causas de mortalidade, expectativa de vida e
principalmente mortalidade infantil, por se tratar de um segmento da população
especialmente dependente dos meios oficiais de saúde.
34
Podemos citar como “indicadores de entrada ”presentes na tabela as unidades
de saúde SUS e a quantidade de leitos disponíveis, e como “indicadores de
saída” a taxa de mortalidade, taxa de mortalidade infantil e o IDHM de
longevidade.
Ambos indicadores de entrada apresentaram crescimento na taxa de variação,
no qual o número de unidades de saúde SUS a cada mil habitantes obteve
crescimento de 20% em quatro anos e a quantidade de leitos a cada cem
habitantes obteve crescimento de 6% em três anos. O índice de
desenvolvimento urbano (IDU) para equipamentos básicos de saúde apontou
melhora de 7742% entre os anos de 2000 e 2009, no entanto o valor
apresentado de 0,2039 está longe do valor máximo que é de 1.
Os indicadores de saída apresentaram resultados consideráveis principalmente
no que diz respeito á taxa de mortalidade infantil que apresentou queda de
66%. A taxa de mortalidade infantil segundo Matos et al. (2007) é um
importante indicador de saúde recomendado pela OMS para análise da
situação de um país, e estima o risco de óbito que está exposta uma população
de nascidos vivos em uma determinada área geográfica e em determinado
período até o final do primeiro ano de vida. Entre os anos de 2000 e 2010 a
taxa de mortalidade infantil caiu de 20,38 para 6,88 em Aracruz, número
consideravelmente inferior ao da média estadual de 11,5778 (IJSN, 2013).
Outro indicador que apresentou melhoras foi o IDHM de longevidade. Esse
indicador considera a esperança de vida da população ao nascer e sintetiza as
condições sociais, de saúde e de salubridade do município considerando
diferentes faixas etárias daquela localidade. Todas as causas de morte são
consideradas, doenças, violência, acidentes, etc. (ATLAS, 2013). Aracruz
cresceu no IDHM de longevidade entre 2000 e 2010 de 0,7360 para 0,8380
subindo sua avaliação de bom para muito bom no ranking. O Estado de Santa
Catarina possui os onze primeiros colocados do IDHM de longevidade nacional
onde o primeiro colocado apresenta o índice de 0,894 (ATLAS, 2013).
A taxa de mortalidade apresentou crescimento de 5% de variação entre os
anos de 2006 e 2011. Esse dado é preocupante para o município de Aracruz,
pois segundo Teixeira et al. (2011, p. 2005) “A mortalidade é considerada uma
medida direta das necessidades em cuidados com saúde, refletindo a carga
35
global da doença na população, não só em termos de incidência da doença,
como da capacidade de tratá-la”.
O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) que estuda o
desenvolvimento dos municípios brasileiros apontou crescimento de 12% na
área de saúde em dez anos, chegando a 0,9095. Esse rendimento colocou
Aracruz em oitavo lugar no estado do Espírito Santo que é liderado nesse
quesito por Santa Maria de Jetibá com índice de 0,9413 (FIRJAN, 2013).
Apesar de ter demonstrado melhoras na variação, o IDU de equipamentos
básicos de saúde de Aracruz ao lado da taxa de mortalidade foram os
indicadores da área de saúde que apresentaram resultados preocupantes. A
taxa de mortalidade além de indicar carências na saúde, também pode estar
relacionada com a violência gerada pelo crescimento populacional e com a
segurança pública.
Os indicadores de entrada apresentaram crescimento quantitativo no número
de unidades por habitantes. Os índices que mensuram de forma geral a saúde
também obtiveram crescimento, apontando que qualitativamente a saúde
também apresenta números satisfatórios estando bem colocados no ranking
estadual. A taxa de mortalidade infantil de Aracruz também apresentou
melhoras com crescimento de 66% em dez anos e taxa inferior á media
estadual.
A saúde pública foi considerada sustentável, pois apresentou melhoras em seis
dos sete indicadores da tabela, e apresentaram índices e colocação nos
rankings considerados acima da média. Os dados indicam que apesar do
crescimento populacional, Aracruz tem conseguido manter as condições da
área de saúde em bom nível.
5.2.2 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
Tabela 3- Análise dos indicadores de desenvolvimento socioeconômico.
36
INDICADOR ANO
0
VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE
VARIAÇÃO
UNIDADE DE MEDIDA
PIB 2000 R$
16.667,02
2010 R$ 34.711,19 108% PIB per capita
Índice de Gíni (desigualdade) 2000 0,59 2010 0,50 -15% Não se aplica
População com nível superior completo 2000 4,40% 2010 9,30% 111% 25 anos ou mais
Taxa de atividade 2000 56,51 2010 58,33 3% Não se aplica
Pessoal ocupado total 2000 24,02 2010 35,93 50% A cada mil pessoas
População desocupada 2000 5,05 2010 4,21 -17% A cada mil pessoas
IFDM emprego e renda 2000 0,6329 2010 0,8600 36% Não se aplica
Número de empresas atuantes 2006 2,76 2011 2,62 -5% Empresas a cada 100
habitantes
Para a análise do desenvolvimento socioeconômico, entre outros indicadores,
será analisado o PIB per capita do município de Aracruz. De acordo com Yan
Yu (2010, p. 1752) o indicador citado influencia a sustentabilidade do ambiente
urbano da seguinte forma:
[...] o aumento do PIB significa a expansão da escala econômica e inevitavelmente
influi no aumento do consumo e da poluição. O aumento do PIB per capita pode
levar á mais pesquisas e estimular investimentos em firmas, avanços na tecnologia
e administração tendem a melhorar o controle da poluição e eficiência dos
recursos, resultando em níveis mais altos de sustentabilidade ambiental.
Entre os anos de 2000 e 2010, Aracruz apresentou crescimento de 108% no
PIB per capita, saltando de $16.667,02 para $34.711,19 e deixando o município
com o quarto maior PIB do Espírito Santo no ano de 2010. De acordo com a
análise do PIB dos municípios do Espírito Santo (IJSN, 2010) os seis
municípios que superaram a média do PIB per capita do Estado, são: Anchieta,
Presidente Kennedy, Vitória, Aracruz, Serra e Cachoeiro de Itapemirim. A maior
parte possui como atividade de destaque a Indústria Extrativa Mineral. Aracruz
tem como destaque no Setor Industrial a Exploração de Petróleo e Indústria de
Transformação que é representada pela produção de papel celulose.
O crescimento do PIB per capita do município de Aracruz pode ter influenciado
em indicadores relacionados à renda e ocupação. Os indicadores, taxa de
atividade e pessoal ocupado total apresentaram crescimento de 3% e 50%
respectivamente, já a população desocupada teve queda de 17% mostrando
que o número de empregos aumentou. Além disso, o IFDM de emprego e
renda cresceu em 36% chegando á marca de 0,8600 e colocando o município
com o terceiro melhor índice no Espírito Santo.
37
Apesar das melhorias nos números do PIB per capita e emprego e renda, o
número de empresas atuantes por habitantes caiu 5% entre os anos de 2006 e
2011. Um fator que pode contribuir para esse dado é a concentração de
grandes empresas em detrimento de pequenas empresas. O indicador da
população com nível superior completo pode sinalizar que a instalação de
grandes empresas no município trouxe a necessidade de mão de obra
qualificada e investimentos na educação. De acordo com Barreto et al. (2012) a
expansão da educação superior é influenciada e influencia investimentos
públicos e privados e mudanças econômicas. A população com nível superior
completo cresceu 111% entre os anos de 2000 e 2010, indo de 4,40% á 9,30%.
Para avaliar o crescimento demonstrado através dos indicadores discutidos até
agora, o Índice de Gíni serve para medir a igualdade da distribuição de renda.
O indicador varia de 0, que significa completa igualdade de renda, á 1, que
significa que a uma pessoa é detentora de toda a renda. Entre os anos de 2000
e 2010 o indicador caiu 15% chegando ao índice de 0,50, enquanto o Brasil
tem segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (2013) o índice de
0,60.
Através do crescimento econômico apontado pelo PIB, aumento da renda,
oportunidades de trabalho e pelo Índice de Gíni, conclui-se que houve
melhorias na distribuição de renda do município de Aracruz. Esses indicadores
mostram que o crescimento econômico do município está trazendo benefícios
para a população, no sentido de que a renda e as oportunidades estão sendo
melhor distribuídas. Desta forma, podemos concluir que o desenvolvimento
socioeconômico de Aracruz é sustentável.
5.2.3 INCLUSÃO SOCIAL
Tabela 4- Análise dos indicadores de inclusão social.
38
INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE
VARIAÇÃO
UNIDADE DE MEDIDA
Salário Médio 2000 670,03 2009 1436,87 114% Não se aplica
Taxa de analfabetismo 2000 21,28 2010 15,29 -28% Não se aplica
Taxa de Escolaridade 2000 29,29 2010 48,42 65% >18 com ensino médio
completo
IDHM educação 2000 0,532 2010 0,7070 33% Não se aplica
IDU equipamentos básicos
educação
2000 0,9126 2009 1 10% Não se aplica
IFDM educação 2000 0,7357 2010 0,9122 24% Não se aplica
Número de ocorrências 2006 0,0153 2010 0,0133 -13% Ocorrências per capita
IDHM renda 2000 0,664 2010 0,7170 8% Não se aplica
De acordo com Siedenberg (2003, p. 64) “[...] o percentual de analfabetos ou
também de alfabetizados na população acima de 15 anos é um dos principais
indicadores da área de educação [...]”. Ele cita também que o índice de
escolarização é considerado importante nas políticas educacionais e que o
índice de alfabetizados é o resultado dos esforços da área de educação. A taxa
de analfabetismo de Aracruz apresentou variação de 28% entre 2000 e 2010,
saltando de 21,28 para 15,29 e aproximando da taxa do Espírito Santo que é
de 15,2103.
Já a taxa de escolaridade de pessoas acima de 18 anos com ensino médio
completo cresceu 65% entre 2000 e 2010 chegando a 48,42, ficando acima dos
índices nacionais e estaduais com 44,91 e 44,46 respectivamente. No entanto,
a taxa de escolaridade em relação á expectativa de anos de estudo variou
apenas de 10,22 para 10,26 no mesmo período, ainda assim apresentando
números melhores que os índices nacionais e estaduais que obtiveram leve
queda (ATLAS, 2013).
De acordo com Barreto et al. (2012, p. 131) “[...] a escolaridade influencia
diretamente outros indicadores de sustentabilidade [...], e para exemplificar
esse fato ela cita que um estudo do IBGE de 1999 comprova que a maior
escolaridade entre as mulheres influencia na saúde das crianças. O autor cita
também a relação positiva da educação com a violência e com a desigualdade
social.
Além dos indicadores relacionados à educação apresentados, outros índices
foram utilizados na tabela para analisar a inclusão social, apresentando
crescimento na taxa de variação. O IDHM da educação em Aracruz cresceu
33% e atingiu a marca de 0,7070 ficando em terceiro no Estado (ATLAS, 2013),
enquanto o IFDM da educação apresentou crescimento de 24% e chegou á
39
0,9122 alcançando o sexto lugar no Estado (FIRJAN, 2013). Outro indicador
que apontou crescimento foi o Índice de Desenvolvimento Urbano para
equipamentos básicos de educação que atingiu o nível máximo.
Além da área de educação, foram utilizados para a análise da inclusão social
indicadores relacionados à renda e violência.O número de ocorrências per
capita mostra que a educação pode ter influenciado em seus resultados, pois a
taxa obteve queda de 13% entre os anos de 2006 e 2010. Os indicadores
relacionados à renda podem ser vistos como positivos, mas segundo Wood e
Garnett (2010), maior renda não significa que ela seja sustentável. Ele sugere
que para ser sustentável a renda deve ser dividida igualmente entre a
população, e que grandes desvios da média devem ser considerados.
O salário médio da população de Aracruz apresentou crescimento de 114%
entre os anos de 2000 e 2009. Ao comparar o salário médio de Aracruz
$1436,87 com a média do Estado $1302,33, há diferença de 10%. Já o IDHM
da renda apresentou crescimento de 8% em 10 anos ficando apenas em
décimo quarto lugar no Estado, que tem como primeiro e segundo lugar Vitória
e Vila Velha respectivamente (ATLAS, 2013).
Os indicadores da área de educação apresentaram resultados satisfatórios,
principalmente o IDHM, IFDM e IDU para equipamentos básicos de educação
que estão entre os melhores do Estado assim como a taxa de analfabetismo. A
taxa de escolaridade obteve crescimento e superou a média estadual e
nacional.
O IDHM para renda é um dos indicadores do tema inclusão social que se
relaciona com os indicadores do desenvolvimento socioeconômico. A melhora
no Índice de Gíni pode estar ligada ao crescimento desse indicador, assim
como as melhorias na educação. Outro dado que contribui para a melhoria da
inclusão social e está ligada á renda é a porcentagem de pobres, que segundo
o Atlas do Desenvolvimento humano do Brasil (2013) caiu de 26,91 para 9,67
em Aracruz.
Os indicadores de inclusão social demonstraram crescimento, principalmente
relacionados á educação que segundo os autores citados na análise é um dos
pilares para a formação e inclusão da população. Todos os indicadores do
tema apresentaram melhoras na taxa de variação, e índices considerados
bons. Desta forma o tema inclusão social foi considerado sustentável.
40
5.2.4 HABITAÇÃO
Tabela 5- Análise dos indicadores da habitação.
INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE
VARIAÇÃO
UNIDADE DE MEDIDA
IDU infraestrutura da habitação
(energia)
2000 0,5851 2009 0,4747 -19% Não se aplica
IDU infraestrutura da habitação
(lixo)
2000 0,7225 2009 0,8474 17% Não se aplica
IDU infraestrutura da habitação
(esgoto)
2000 0,6244 2009 0,7212 16% Não se aplica
IDU infraestrutura da habitação
(habitação)
2000 0,1839 2009 0,1066 -42% Não se aplica
IDU infraestrutura da habitação
(saneamento)
2000 0,7823 2009 0,8117 4% Não se aplica
IDU infraestrutura da habitação
(água)
2000 1 2009 0,8664 -13% Não se aplica
IDU equipamentos básicos
(transporte)
2000 0,1501 2009 0,1416 -6% Não se aplica
Quantidade de domicílios 2000 0,2522 2010 0,2937 16% Domicílios per capita
Abastecimento de água pela
rede geral
2000 55,67 2010 71,55 29% Abastecimento a cada 1000
habitantes
Esgotamento sanitário pela rede
geral
2000 10,85 2010 18,01 66% Esgotamento a cada 1000
habitantes
Lixo coletado pelo serviço de
limpeza
2000 55,09 2010 75,83 38% Lixo coletado a cada 1000
habitantes
Para abordar o tema habitação será utilizado na maior parte dos indicadores o
Índice de Desenvolvimento Urbano (IDU) elaborado pelo IJSN. De acordo com
o Índice de Desenvolvimento Humano do Espírito Santo (IJSN, 2000, p. 31) “O
IDU procura identificar o grau de desenvolvimento urbano, através das
condições locais de atendimento dos principais equipamentos e serviços, assim
como a oportunidade de acesso a habitação adequada [...]”. O índice varia de 0
a 1 e é dividido em quatro intervalos onde os dois primeiros intervalos estão
acima da média do Estado e os outros dois, abaixo da média.
Primeiramente serão analisados indicadores referentes ao abastecimento de
água, que segundo Duarte et al. (2010, p. 2) “[...] a prestação desse serviço
deve reger-se por princípios de universalidade de acesso, continuidade,
equidade e qualidade de serviço [...]”. O IDU da infraestrutura da habitação em
relação à água apresentou queda de 13% entre 2000 e 2009, com o índice de
0,8664 o indicador manteve-se acima da média. Já o abastecimento de água
pela rede geral apresentou crescimento de 29% entre os anos de 2000 e 2010,
apontando que a rede geral está sendo utilizado por porcentagens maiores da
população.
Além do abastecimento de água, a rede geral vem sendo utilizada em maiores
porcentagens para o esgotamento sanitário e coleta de lixo. As taxas de
41
variação desses indicadores apresentaram crescimento de 66% e 38%
respectivamente. As taxas de variação para o IDU de infraestrutura para lixo,
esgoto e saneamento também obtiveram crescimento e estão acima da média
estadual com os índices de 0,8474, 0,7212 e 0,8117 respectivamente. No
entanto, o município de Vitória apresenta índice máximo para os indicadores
citados (IJSN, 2013), mostrando que melhorias podem ser feitas em Aracruz.
O IDU também foi utilizado para analisar a infraestrutura habitacional para
energia e equipamentos básicos de transporte. O IDU de infraestrutura
habitacional para energia utilizou como indicador o consumo domiciliar
multiplicado pelo percentual dos domicílios particulares que possuem energia
elétrica, objetivando avaliar o conforto domiciliar (IJSN, 2000). O indicador
apontou queda de 19% na taxa de variação entre os anos de 2000 e 2009
apresentando índice de 0,4747 para o último ano, número abaixo da média
estadual e inferior ao apresentado por Vitória que obteve índice máximo (IJSN,
2013).
O IDU para equipamentos básicos de transporte segundo o IJSN utiliza
informações relacionadas à utilização viária, oferta de transporte coletivo e taxa
de motorização. O indicador apresentou queda de 6% de 2000 á 2009
alcançando o índice de 0,1416, enquanto Vitória, segundo o IJSN (2013)
apresenta índice de 0,4738.
Os indicadores apontaram maior utilização dos serviços da rede geral de
saneamento, água, esgoto e coleta de lixo, oferecendo maior acessibilidade á
população. A qualidade dos indicadores citados manteve-se á um nível bom,
apesar da queda da taxa de variação para água. Esse último pode indicar que
com o crescimento da população a qualidade do serviço da distribuição da
água está diminuindo. Além disso, a maior produção de lixo e consumo de
água podem afetar a parte ambiental se não forem bem trabalhados.
O IDU para infraestrutura da habitação para energia e transporte apresentou
queda na taxa de variação, sinalizando que assim como no abastecimento da
água, o aumento populacional e a maior demanda por serviços básicos pode
estar sobrecarregando o município de Aracruz. Os dois indicadores
apresentam índices abaixo da média, em especial os equipamentos básicos de
transporte.
42
Da mesma forma o IDU para infraestrutura da habitação para habitação pode
estar sendo afetado pelo crescimento populacional. A queda de 42% do índice
nos últimos 10 anos pode ser um reflexo do crescimento de Aracruz,
manifestando através da construção de moradias com condições precárias. O
índice aponta que o município de Vitória obteve queda semelhante à Aracruz
na habitação, fortalecendo a tese de que o crescimento populacional pode ser
um dos motivos da queda.
Analisando a diminuição da qualidade da infraestrutura e de equipamentos
básicos para habitação, é possível constatar que o crescimento de Aracruz já
atinge o seu limite de sustentabilidade na habitação. O município já não é
capaz de oferecer a mesma qualidade nos serviços para a população em
comparação com anos anteriores.
5.2.5 RECURSOS NATURAIS
Tabela 6- Análise dos indicadores de recursos naturais.
INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE VARIAÇÃO UNIDADE DE MEDIDA
Taxa de urbanização 2000 82,51 2010 87,31 6% Não se aplica
Densidade demográfica 2000 45,40 2010 56,99 26% Habitantes por KM²
Produtividade da colheita 2000 246,25 2008 761,71 209% Toneladas/hectares
Área colhida (mil HÁ) 2000 8,5 2008 7,60 -11% Mil hectares
Número de bovinos 2006 34206 2011 38288 12% Produção per capita
A relação de recursos naturais com o crescimento da população e da taxa de
urbanização é comentada por Buccheri e Nucci (apud VASCONCELOS;
ZAMPARONI, 2011) onde eles avaliam que o crescimento dos espaços
urbanizados provoca desequilíbrio no ambiente, comprometendo a integridade
do solo, água, ar e organismos vivos. O autor citado abaixo associa o
desenvolvimento tecnológico e a modernização das grandes cidades ao
consumo predatório e aético que causa a degradação ambiental.
O crescimento econômico associado ao crescimento demográfico produz os mais
contraditórios efeitos sobre o meio urbano, dependendo da correlação entre o
tamanho das cidades e os benefícios que ela potencialmente possa oferecer ao
amplo espectro social nela residente. (FAVA apud MAMMARELA, 2011, p.
56)
43
Para analisar o crescimento demográfico foram utilizados como indicadores a
taxa de urbanização e a densidade demográfica. Entre os anos de 2000 e 2010
a taxa de urbanização subiu de 82,51 para 87,31 crescendo 6%, enquanto a
densidade demográfica subiu de 45,40 para 56,99 crescendo 26%. Dentre os
municípios do interior com PIB superior á média estadual, Anchieta chegou a
75,98 na taxa de urbanização, Presidente Kennedy 33,35 e Cachoeiro do
Itapemirim 91,42 anotando 10%, 26% e 3% de crescimento na taxa de variação
(IJSN, 2013).
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (2013) o
município de Aracruz possuía 64.637 mil habitantes no ano de 2000, dos quais
84,25% viviam em áreas urbanas e 15,75% em áreas rurais. No ano de 2010 a
população atingiu o número de 81.832 habitantes divididos em 87,31% na área
urbana e 12,69% na área rural. È possível constatar que o crescimento da
população é cada vez mais concentrado em áreas urbanas.
Apesar da diminuição populacional nas áreas rurais, houve crescimento na
produtividade da colheita. A relação tonelada por hectares subiu de 246,25 em
2000 para 761,71 em 2008 apresentando crescimento de 209% na taxa de
variação. O aumento da produtividade pode ser verificado também através da
diminuição da área colhida que caiu de 8,5 mil hectares em 2000 para 7,6 em
2008.
O crescimento da produção e a diminuição da área para colheita implicam em
eficiência nos métodos de produção, no entanto, é importante avaliar se os
métodos utilizados são sustentáveis. A produção agrícola no Brasil é
responsável por dois terços das emissões de gases de efeito estufa (BRASIL,
apud CARVALHO et al., 2007). Segundo Duxbury (apud CARVALHO et al,
2007) a atividade agrícola contribui com aproximadamente 25%, 65% e 90%
das emissões de CO2, CH4 e N2O respectivamente. Além disso, a produção
pode atingir o ambiente da seguinte forma:
A alteração no meio ambiente ocasionada pelo ser humano visando o econômico
gera desigualdade na forma de produzir, pois a maneira é severa, e há a
necessidade de pensar em produzir, mas que reduza as alterações ocasionadas
ao ambiente, ou seja, pensar em trabalhar os recursos que o ambiente fornece [...]
(MOURA apud MOURA; OLIVEIRA, 2013, p. 8)
44
O número de bovinos subiu 12% entre os anos de 2006 e 2011, e assim como
a produção da colheita, obteve crescimento na produção total. A criação de
bovinos tem como fator preocupante para o meio ambiente a produção de
metano, que segundo Lima (apud CARVALHO, 2007, p. 7) “[...] é produzido em
condições anaeróbicas associadas com a fermentação entérica em ruminantes,
lavouras de arroz e resíduos animais [...]’
É possível identificar que a produção dos alimentos analisados na tabela subiu
consideravelmente. No entanto, mesmo com o aumento da produção de
bovinos, a porcentagem de bovinos per capita diminuiu. Essa relação pode
indicar que a produção de alimentos para sustentar a população tenha que
aumentar, gerando mais emissões de gás metano, fertilizantes e outros
produtos utilizados na produção agrícola.
A taxa de urbanização de Aracruz já é maior que a média do Estado e do
Brasil. Os impactos do aumento da taxa de urbanização e da densidade
demográfica podem ser identificados na área de habitação, onde alguns
indicadores apontaram queda na qualidade. No entanto, a saúde pública,
inclusão social e desenvolvimento socioeconômico apresentaram bons
resultados mostrando que a população municipal e urbana cresce
sustentavelmente, mas já começa a mostrar sinais de declínio.
È preciso ressaltar que o processo de urbanização pode trazer melhorias,
como foi constatado no Brasil, onde o índice de esperança de vida, taxa de
mortalidade infantil obtiveram melhoras devido ao aumento da infra-estrutura
urbana básica disponibilizada (MARICATO apud FERREIRA, 2000).
5.2.6 EMISSÃO DE GASES E RESÍDUOS
45
Tabela 7- Análise dos indicadores de emissão de gases e resíduos.
INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE
VARIAÇÃO
UNIDADE DE MEDIDA
Emissão de resíduos perigosos
(Fíbria)
2010 0,0091 2012 0,0028 -69% Toneladas per capita
Consumo de água em M³ (Fíbria) 2010 1349,08 2012 1449,97 7% M³ per capita
Emissão de gases de efeito
estufa
2009 73 2012 84 16% Toneladas de CO2 per
capita
Total de veículos 2006 0,2036 2012 0,3806 87% Veículos per capita
Número de Carros 2006 0,1212 2012 0,1884 55% Carros per capita
Número de ônibus 2006 0,0042 2012 0,0064 52% Ônibus per capita
Para avaliar a emissão de gases e resíduos no município de Aracruz serão
utilizados dados referentes á Fíbria, que segundo o diagnóstico situacional das
políticas públicas e sociais do município realizado pelo Ministério Público do
Espírito Santo (2006), é a base da economia do município e uma das maiores
produtoras mundiais de celulose.
De acordo com dados disponibilizados pela Fíbria (2013), a empresa produziu
84 toneladas de gás carbônico per capita no ano de 2012, 16% a mais que em
2010, enquanto a emissão de resíduos perigosos caiu 69% e chegou a 0,0028
toneladas per capita. O consumo de água pelas operações da empresa subiu
7% entre 2010 e 2012 alcançando a marca de 1449,97 M³ per capita enquanto
a quantidade de água per capita fornecida pela rede geral foi de
aproximadamente 80 M³ em 2008.
No tema emissões de gases e resíduos foram incluídos indicadores
relacionados à área de transportes, que segundo uma pesquisa realizada em
Portugal (INE, 2013), é a principal fonte consumidora de energia primária e
emissora de gases poluentes no país. De acordo com a pesquisa, “O
crescimento da taxa de motorização e do uso do automóvel privado têm sido
acompanhados por uma fortíssima baixa na procura do transporte coletivo.”
Através da análise do número de ônibus e carros per capita em Aracruz foi
possível identificar semelhanças com o setor de transportes de Portugal. A taxa
de crescimento do número de carros foi de 55%, enquanto o de ônibus foi de
52% entre os anos de 2006 e 2012. Apesar de a diferença percentual ser
pequena, o número de carros em 2012 foi de 15908 e o de ônibus 544. Já o
número total de veículos cresceu 87%, incluindo motos, caminhões, tratores,
etc.
46
De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2012, o Brasil emitiu em
2011 1,8 toneladas de gás carbônico per capita, enquanto os EUA emitiram
16,9, mostrando que as emissões de gás carbônico per capita da Fíbria, diretas
e indiretas, são aproximadamente 46,6 vezes maiores que a média brasileira.
Além da emissão de gases de efeito estufa, a Fíbria utiliza 18 vezes mais água
em comparação com toda a população de Aracruz. Além disso, a empresa
emite resíduos perigosos que podem afetar o meio ambiente.
Apesar do aumento na emissão de gás carbônico e do consumo de água pela
Fíbria, a empresa tem investido em maneiras de diminuir a quantidade de
emissões e de reaproveitar a água e resíduos. O reaproveitamento de resíduos
subiu 14% entre 2010 e 2012 e o percentual de água reutilizada 1% no mesmo
período, chegando a 265.042.771 M³ no ano de 2012. Para diminuir as
emissões de gases de efeito estufa a Fíbria utiliza o Índice Carbono Eficiente
(ICO2) e o Carbon Footprint.
Além do gás carbônico emitido pela Fíbria, devem ser levadas em
consideração as emissões referentes aos automóveis. O aumento do número
de carros fez com que Aracruz superasse o município de Vitória no número de
carros por habitantes. Apesar do aumento do número de carros, há
disponibilidade de transporte público em maior número em Aracruz em
comparação com Vitória (IBGE, 2013).
Considerando as emissões de gás carbônico e o aumento do número de
veículos, é possível concluir que a sustentabilidade do município de Aracruz
está comprometida no que diz respeito a emissões de poluentes, pois a
emissão per capita municipal esta muito acima da média do Brasil. No entanto,
é necessário ressaltar que a empresa utilizada como base de calculo para a
emissão de poluentes tem promovido ações para tornar a produção
sustentável.
5.2.7 ANÁLISE CONJUNTA DOS INDICADORES
Os indicadores mostraram que o crescimento populacional de Aracruz tem sido
acompanhado pelo desenvolvimento econômico e social do município,
enquanto a área ambiental tem enfraquecido. Foi observado que dos 45
indicadores 30 apresentaram melhoras (66,67%), enquanto 15 enfraqueceram
(33,33%). Para apresentar esses resultados, foram criados dois gráficos
47
utilizando a taxa de crescimento dos indicadores, onde eles foram divididos em
indicadores positivos e indicadores negativos. Os indicadores positivos são os
que trazem benefícios com o seu crescimento, enquanto os indicadores
negativos são os que representam malefícios com o seu crescimento.
Gráfico 1- Indicadores positivos.
INDICADORES POSITIVOS
-100%
-50%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
INDICADORES
TAXADECRESCIMENTO
Gráfico 2- Indicadores negativos.
INDICADORES NEGATIVOS
-100%
-50%
0%
50%
100%
INDICADORES
TAXADE
CRESCIMENTO
Dos 15 indicadores que apresentaram enfraquecimento, 5 estão na área de
emissão de gases e resíduos e 4 estão na área de habitação, mostrando que
esses dois setores são os que mais carecem de atenção.
Analisando de forma geral, entre os anos 0 e 1 onde foram utilizados
basicamente os anos de 2000 como ano 0 e 2010 como ano 1, o município de
Aracruz apresentou melhoras em setores fundamentais, como, a saúde,
educação, renda, emprego, igualdade social, produção agrícola e saneamento
básico. Além disso, aproximadamente 67% dos indicadores de Aracruz
48
apresentaram crescimento, além de estar entre os melhores do Estado em
vários índices, como a taxa de mortalidade infantil, IFDM para educação, IFDM
para saúde etc.
Ambientalmente a diminuição das emissões proporcionaria melhoras nesse
setor, com o uso do transporte público e com maior atenção por parte das
indústrias locais. Foi averiguado através do portal de desempenho ambiental
da Fíbria (2013), que os investimentos no controle da emissão de resíduos
cresceram de 450.000 mil em 2010 para 11.200.000,00 milhões em 2012,
proporcionando a queda de 69% na taxa de variação das emissões, enquanto
os investimentos em emissões de gases de efeito estufa caíram de 9.745.700
milhões em 2010 para 5.725.045,00 em 2012, proporcionando aumento de
16% na taxa de variação das emissões.
Esses números mostram que o investimento das empresas no controle da
poluição está diretamente relacionado á quantidade de poluição liberada, e que
com maiores investimentos no controle da poluição por parte das indústrias
maiores seriam os benefícios para o meio ambiente. No entanto, é necessário
que a prefeitura apresente soluções em relação ao transporte público e a
fiscalização das emissões, para que a área ambiental alcance as áreas
econômicas e sociais no crescimento.
6 CONCLUSÃO
49
Respondendo aos objetivos específicos, foi verificado que a área de saúde
acompanha o crescimento da população de Aracruz sustentavelmente. A
Tabela 2 apontou que houve melhora em seis dos sete indicadores utilizados
para a análise da saúde pública, com destaque para a taxa de mortalidade
infantil, apresentando números consideravelmente inferiores a taxa estadual.
Além disso, é importante incluir na análise da saúde as melhorias relacionadas
á coleta de lixo e tratamento de esgoto, que são fatores importantes na
prevenção de doenças, e apresentaram melhorias.
Um dos fatores que pesaram negativamente na análise da saúde foi o aumento
da taxa de mortalidade, indicando que pode estar havendo aumento no número
de doenças e queda da qualidade do tratamento das mesmas. É importante
incluir na análise a emissão de poluentes e a produtividade da colheita. O
primeiro fator contribui para a diminuição da qualidade do ar, podendo provocar
doenças respiratórias, enquanto o segundo pode estar ligado ao uso de
agrotóxicos que contaminam alimentos e colaboram para a manifestação de
doenças.
Na análise da inclusão social está inserido a maioria dos indicadores
relacionados á educação. Através deles foi possível identificar que Aracruz
apresentou melhoras nessa área, principalmente na taxa de escolaridade e na
taxa de analfabetismo. Os índices mostram que o município está entre os
melhores do Estado nesse setor. A boa qualidade da área de educação pode
estar sendo influenciada pela presença de empresas que demandam mão de
obra qualificada, aumentando as oportunidades de trabalho e a renda.
Os indicadores apontaram que o crescimento de Aracruz não está sendo
acompanhado por alguns indicadores da qualidade da moradia, que foi
analisada pela infraestrutura da habitação. Houve queda no desempenho dos
indicadores, relacionados á transporte, água e habitação. No entanto, é
necessário ressaltar que o acesso aos serviços de abastecimento de água,
tratamento de esgoto e coleta de lixo apresentaram crescimento na
acessibilidade. Além disso, o IDU para infraestrutura da habitação para água
ainda apresenta índice considerado como acima da média.
O abastecimento de água e esgoto está diretamente relacionado com a
moradia e com a saúde, pois a qualidade destes serviços influi na infraestrutura
50
habitacional e na prevenção de doenças. Como já citado no texto acima,
Aracruz apresenta qualidade e acessibilidade para a população nos serviços de
abastecimento de água e coleta de lixo, pois os índices apontaram maior
utilização da rede geral e números satisfatórios para o IDU.
Os indicadores de emissões de gases e resíduos apontaram que as emissões
de gás carbônico do município de Aracruz estão acima da média brasileira. O
crescimento do número de automóveis e da emissão de resíduos indica que a
emissão de poluentes tem crescido em Aracruz, e podem estar relacionadas
com as indústrias localizadas no município e com o crescimento populacional.
O crescimento da produção de gado e da colheita em áreas menores pode
indicar a utilização de produtos nocivos ao meio ambiente e emissão de
metano proveniente do gado.
A queda do Índice de Gíni mostra que a desigualdade vem diminuindo no
município de Aracruz, que está dez pontos abaixo do índice brasileiro que é de
0,60. Além de maior igualdade na distribuição, a renda do município também
mostrou crescimento. Fatores como a queda do número de ocorrências e o
crescimento dos índices da educação que colaboram com a diminuição da
desigualdade também apresentaram melhorias na pesquisa.
Respondendo ao objetivo principal da pesquisa, a análise dos indicadores
mostra que Aracruz cresce dentro dos seus limites na área social e econômica,
apresentando bons resultados quando comparados com indicadores estaduais
e nacionais. Já a área ambiental demonstrou estar enfraquecida, devido ao
crescimento da emissão de poluentes. Além disso, 67% dos indicadores
utilizados na pesquisa apresentaram crescimento enquanto 33%
enfraqueceram.
Foi observado na pesquisa que os indicadores podem estar ligados a
diferentes áreas, integrando as áreas sociais, econômicas e ambientais. Se
analisarmos a sustentabilidade do município de Aracruz integrando as áreas
citadas anteriormente podemos concluir que o município apresentou melhoras
na maioria dos indicadores, mostrando que tem se desenvolvido
sustentavelmente dentro dos parâmetros apresentados. No entanto é
necessário que haja mais iniciativas por parte da prefeitura na fiscalização das
emissões de poluentes e na prestação de serviços básicos, principalmente
51
relacionados à moradia, e das indústrias para controlar as emissões de
poluentes na produção.
A análise apresentada do município de Aracruz e de sua sustentabilidade com
dados referentes em grande maioria aos anos de 2000 e 2010 oferece um
panorama desse período. Para uma análise mais aprofundada e atualizada,
seriam necessárias bases de dados que permitissem a comparação anual do
município de Aracruz até o presente. As utilizações de dados referentes aos
anos citados podem oferecer resultados desatualizados.
Para futuras pesquisas podem ser utilizados mais indicadores, pois no modelo
utilizado como base foram utilizados 63, enquanto na pesquisa atual 45. Um
dos indicadores que é utilizado em índices de sustentabilidade e que não foi
utilizado aqui é a Pegada Ecológica, que possibilita ao pesquisador identificar a
quantidade de material natural utilizado para sustentar uma determinada
população. Esse indicador daria maior embasamento á análise ambiental.
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Sustentabilidade em Aracruz

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DIOGO KLEMZ ROCHA LIMITES DA SUSTENTABILIDADE EM ARACRUZ VITÓRIA 2013
  • 2. DIOGO KLEMZ ROCHA LIMÍTES DA SUSTENTABILIDADE EM ARACRUZ Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau do Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Alvim Borges da Silva Filho VITÓRIA 2013
  • 3. DIOGO KLEMZ ROCHA LIMÍTES DA SUSTENTABILIDADE EM ARACRUZ Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau do Bacharel em Administração. Aprovada em 16 de Setembro de 2013. COMISSÃO EXAMINADORA --------------------------------------------------------------------------- Prof. Dr. Alvim Borges da Silva Filho Universidade Federal do Espírito Santo Orientador
  • 4. RESUMO Esta pesquisa estuda o município de Aracruz e tem como objetivo principal verificar a sua sustentabilidade. Foi utilizada a pesquisa bibliométrica para encontrar um método de avaliação que melhor se encaixe com o objetivo do projeto. Através da bibliometria foi encontrado um método de avaliação que utiliza indicadores na comparação de diferentes regiões para analisar a sustentabilidade. Esse método foi usado para comparar os dados dentro de um determinado período para o município de Aracruz. Foi verificado que o município de Aracruz está desenvolvendo sustentavelmente dentro dos parâmetros utilizados na pesquisa, pois a comparação apresentou resultados satisfatórios na maioria dos indicadores utilizados. Foi verificado também que para obter melhores resultados outros indicadores poderiam ser acrescentados, e base de dados que oferecessem dados anuais poderiam ser utilizados. Palavras-chave: Sustentabilidade; Indicadores; Aracruz.
  • 5. ABSTRACT This research studies the municipality of Aracruz and has as main objective to verify their sustainability using bibliometric research to find a method of evaluation that best fits with the designed goal. It was found through bibliometrics an evaluation method thad uses indicators for comparing different regions to analyze sustainability. This method was used to compare the municipalitie of Aracruz within a certain period. It was found that the municipality of Aracruz is developing sustainably within the parameters used in the research, the comparison showed good results for the majority of the indicators utilized. It was also noticed that for best results other indicators could be added, and database that would provide annual data could be used. Key Words: Sustainability; Indicators; Aracruz.
  • 6. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................7 1.1 OBJETIVOS..............................................................................8 1.2 JUSTIFICATIVA........................................................................9 1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................10 2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................12 2.1 SUSTENTABILIDADE..............................................................12 2.2 INDICADORES........................................................................12 2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO....................................................13 3 A ESCOLHA DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE.............................................................15 3.1 SELEÇÃO DO MATERIAL BRUTO.........................................15 3.2 FILTRAGEM DO MATERIAL BRUTO......................................16 4 SELEÇÃO DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO............................18 4.1 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO.............................................................................18 4.2 ANÁLISE DO QUADRO...........................................................26 4.3 MÉTODO ESCOLHIDO...........................................................29 5 COLETA DE DADOS E ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE NO MUNICÍPIO DE ARACRUZ...............................................30 5.1 RESULTADOS.........................................................................31 5.2 ANÁLISE DOS INDICADORES...............................................33 5.2.1 SAÚDE PÚBLICA...................................................................33 5.2.2 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO........................36 5.2.3 INCLUSÃO SOCIAL...............................................................38 5.2.4 HABITAÇÃO...........................................................................40 5.2.5 RECURSOS NATURAIS........................................................42
  • 7. 5.2.6 EMISSÃO DE GASES E RESÍDUOS.....................................45 5.2.7 ANÁLISE CONJUNTA DOS INDICADORES.........................46 6 CONCLUSÃO..........................................................................49 7 REFERÊNCIAS.......................................................................52
  • 8. 1 INTRODUÇÃO Primeiramente, é importante ressaltar que o autor deste trabalho é morador da cidade de Aracruz, que será alvo do trabalho a ser apresentado, pois esse fato é relevante na compreensão do texto e do trabalho. A cidade de Aracruz, reconhecida no Espírito Santo por suas características turísticas devido em grande parte as suas praias, também ficou conhecida pela produção de celulose através da FÍBRIA, antes conhecida por Aracruz Celulose. O município vem desfrutando de novos investimentos, entre eles o já construído Portocel, e o mais novo projeto em andamento, Estaleiro Jurong. São esperados mais de $3 bilhões em investimentos nos próximos anos, além de mais de 15 mil vagas de emprego até o ano de 2015 (gazeta online, 2011). Esses fatores contribuem para o crescimento econômico não só do município, mas também de toda a região. O crescimento econômico pode trazer muitos benefícios para o município, como maior poder aquisitivo dos seus habitantes e mais investimentos da prefeitura na infra-estrutura. Os novos investimentos podem influenciar no aumento da população gerando necessidade de mão de obra e criando novas oportunidades de investimento no comércio. Entre os anos de 2000 e 2010 a população de Aracruz teve crescimento de 25,1%, contrastando com o crescimento da população capixaba, que foi de 9,5% (gazeta online, 2011). Com o crescimento do município e de sua população, surgirá também a necessidade de atender exigências básicas que se antes eram atendidas, poderão necessitar de novo planejamento. De acordo com dados de 2009 do Instituto Jones dos Santos Neves, Aracruz tem o segundo maior déficit habitacional do Estado, atrás apenas de Vitória (gazeta online, 2011). Questões relacionadas à moradia, transporte, educação, saúde, oportunidades de trabalho, poluição e outros fatores compreendidos no ambiente urbano devem ser encaradas de maneira estratégica, já que o crescimento deve ser mais bem planejado para que a cidadania dos habitantes seja garantida. O ambiente urbano foi descrito da seguinte forma: “O ambiente urbano, entendido como uma organização social complexa regida pela incerteza e pela possibilidade — construído pelo conjunto de relações que se 7
  • 9. estabelecem entre suas partes —, não se restringe apenas às relações entre suas medidas e seus materiais. Como ele não vale por si próprio, seu valor ou significado surge em função das relações que estabelece entre o espaço e seus habitantes” (RHEINGANTZ, apud ROSSETO et al., 2006, p. 810). Dentro desse contexto, é importante avaliar a sustentabilidade do município de Aracruz. A sustentabilidade de uma cidade ou de uma região é avaliada de acordo com três fatores, que são: social, econômico e ambiental. A análise feita através desse tripé contribui para que gestores identifiquem as carências de sua população, e a quais caminhos devem seguir para melhorar as condições de vida. Para medir cada fator apresentado anteriormente são utilizados indicadores, que são construídos de acordo com os fins pretendidos pela pesquisa realizada ou com as características do objeto de estudo. A escolha dos indicadores é complexa, assim como sua análise, que depende do peso dado a cada indicador. Esses indicadores são utilizados para a formação de índices ou ferramentas que são aplicadas na análise da sustentabilidade, no qual as ferramentas de avaliação da sustentabilidade são utilizadas dependendo do contexto onde serão aplicadas e de seus pontos fortes e fracos. Para a análise e seleção da ferramenta a ser utilizada, serão utilizados nesse trabalho artigos selecionados através da pesquisa bibliográfica e do método Pro-Know-C. Após a seleção da ferramenta, será iniciado o aprofundamento na metodologia escolhida. Dessa forma a análise dos dados, a formulação e a apresentação dos resultados serão melhor trabalhados. Com isso se espera responder a seguinte questão: Quais os limites da sustentabilidade no município de Aracruz? 1.1 OBJETIVO A pesquisa tem como objetivo central identificar o nível de sustentabilidade do município de Aracruz utilizando o indicador de sustentabilidade escolhido através da pesquisa bibliométrica. Além do objetivo central, o projeto tem como objetivos específicos analisar os seguintes itens: 8
  • 10. • Saúde • Educação • Moradia • Abastecimento de água e esgoto • Emissão de poluentes • Desigualdade social 1.4 JUSTIFICATIVA O município de Aracruz está sendo atingido por investimentos que podem contribuir com o seu crescimento populacional. A pesquisa proposta nesse trabalho tem o intuito de investigar se a cidade tem a capacidade de comportar o aumento populacional e o eminente aumento da demanda por direitos básicos de cidadania. A pesquisa será utilizada para avaliar a capacidade da cidade de crescer sustentavelmente, isto é, crescer dentro dos limites dos seus recursos. Para isso, será pesquisado o estado atual dos requisitos básicos que contribuem para o bem estar da população. Para a pesquisa, será utilizado um indicador de sustentabilidade que será escolhido através da análise dos artigos encontrados na pesquisa bibliográfica. Esse método será aplicado visando à utilização de artigos relevantes no meio acadêmico, mensurados através de citações, autores, etc. Essa pesquisa pode ser utilizada principalmente pela prefeitura da cidade, que poderá utilizá-la para desenvolver novos projetos e estratégias de longo prazo para a melhoria da qualidade de vida. A pesquisa poderá servir também para os cidadãos terem conhecimento de como a cidade está sendo gerida, e como eles podem ajudar a melhorá-la. 9
  • 11. 1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA A pesquisa bibliométrica é utilizada para a seleção de material na produção acadêmica. Ela é usada para a análise quantitativa e qualitativa do material existente sobre determinado tema, definindo parâmetros para encontrar o material desejado. De acordo com o Congresso Brasileiro de Custos (2010) o estudo bibliométrico serve para organizar informações que de alguma forma poderia permanecer desordenado sem a utilização dessa metodologia. A qualidade da pesquisa depende principalmente da estratégia de busca utilizada pelo pesquisador e da base de dados escolhida. As estratégias adotadas podem ser direcionadas por meio de: palavras-chave, autor, assunto, periódico, relevância, etc. A qualidade da pesquisa pode ser afetada também por outros fatores, como por exemplo: métodos estatísticos e matemáticos. Segundo Tasca et al. (apud VILELA, 2012, p. 78) “[...] atualmente, dispõe-se de ferramentas cada vez mais eficientes para a busca de informações, devido ao avanço tecnológico ter permitido base de dados eletrônicos, assim como ferramentas adequadas de busca nesse meio”. De acordo com Prichard (apud CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 2010, p.?), as principais características da bibliometria são: 1. Identificar as tendências e crescimento do conhecimento com base em uma matéria. 2. Estudar dispersão e obsolescências de certos assuntos científicos. 3. Medir impacto dos estudos publicados e as informações disseminadas no meio acadêmico. 4. Quantificar a cobertura das revistas científicas. 5. Identificar autores e instituições mais produtivos. Para a construção do material para a pesquisa, serão utilizados componentes do instrumento de intervenção chamado Pro-Know-C (Knowledge Development Process-Constructivist) proposto por Ensslin em 2010 (apud VILELA, 2010, p. 10
  • 12. 79). A aplicação desse instrumento tem como objetivo selecionar e analisar quantitativamente e qualitativamente o portfólio bibliográfico. Esse método de seleção bibliográfica é caracterizado por filtragens que seguem as seguintes premissas: • Selecionar palavras chave de pesquisa. • Selecionar a base de dados alinhados com o tema de pesquisa. • Selecionar artigos alinhados com o tema de pesquisa. • Selecionar o período em que os artigos foram publicados. • Identificar os artigos relevantes da amostra selecionada. • Validar o método utilizado como instrumento de construção de conhecimento. O Pro-Know-C proporcionará á pesquisa bibliométrica estratégias de busca que mantenham as suas características e facilite a filtragem do material bibliográfico. As premissas do método de intervenção colaboram com a validade dos resultados, pois apresenta um método padronizado na coleta do material, utilizando métodos quantitativos e qualitativos. 11
  • 13. 12
  • 14. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 SUSTENTABILIDADE A sustentabilidade é um tema que vem sendo cada vez mais discutido na atualidade (FLORIDI et al., 2011). O conceito de sustentabilidade foi definido da seguinte maneira pelo Brudtland Report de 1987: “[...] satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades [...]” (EATON et al., 2007, p. 14). Esse é o conceito mais utilizado para descrever sustentabilidade. O crescimento populacional é um dos fatores que contribuem para o enfraquecimento do ecossistema e para a diminuição da qualidade de vida. O crescimento descontrolado ocorre sem o planejamento adequado para que a ordem e a igualdade sejam mantidas. O progresso via desenvolvimento econômico vem sendo desafiado, e a sustentabilidade vem se tornando um fator importante para os governantes analisarem o desenvolvimento da sociedade e como o seu bem estar é alcançado (BOYKO et al., 2011). Atualmente têm-se a preocupação de manter controle sobre o crescimento populacional, avaliando se ele é sustentável ou não. Para avaliar a sustentabilidade de um país, cidade ou região, foram criados diversos métodos de avaliação, que estão baseados em avaliações das dimensões ambiental, social e econômica. 2.2 INDICADORES A Conferência das Nações Unidas realizada no Rio em 1992 enfatizou a necessidade de países, organizações governamentais e não governamentais de “[...] criarem e identificarem indicadores de desenvolvimento sustentável para melhorar a base de informações e a tomada de decisões [...]” Esses índices devem ser facilmente compreendidos e comunicados. (BOHRINGER; JOCHEM, 2007, p. 1). As variedades de indicadores de desenvolvimento sustentável aparecem como um problema, especialmente pelo fato de formuladores de políticas necessitarem de um índice agregado. 13
  • 15. Os indicadores podem ser escolhidos de acordo com os critérios determinados em cada pesquisa. No entanto, alguns critérios são essenciais para a escolha dos indicadores. De acordo com Bohringer e Jochem (2007), Esses critérios são: forte ligação com o conceito de sustentabilidade; seleção de indicadores significativos representando campos holísticos; credibilidade e disponibilidade de informações para quantificação de um longo período; seleção de indicadores orientados para processo; possibilidade de derivação de objetivos políticos. Uma das dificuldades dos pesquisadores está na ponderação dos indicadores. A subjetividade dessa etapa ainda é um dos grandes problemas na avaliação da sustentabilidade, pois é subjetiva a valorização dos itens a serem utilizados. De acordo com Bohringer e Jochem (2007), a normalização e pesagem dos indicadores ainda não possuem um procedimento generalizado. Algumas iniciativas têm sido tomadas em relação à ponderação dos indicadores. Desta maneira, indicadores agregados têm sido desenvolvidos para fornecer aos governantes respostas sobre sustentabilidade (GRAYMORE et al., 2008). 2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Para a avaliação da sustentabilidade, os indicadores são utilizados em métodos que usam diferentes abordagens, entre esses métodos podemos citar a pegada ecológica, índice de desenvolvimento humano, genuine savings etc . (BOHRINGER; JOCHEM, 2007). Para a realização desse trabalho, um método será escolhido de acordo com a sua aplicabilidade no objetivo da pesquisa. A preocupação com sustentabilidade surgiu primeiramente com o desenvolvimento sustentável. Nas conferências realizadas para traçar os conceitos sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável o debate foi em torno de como seria possível seguir essa linha. Com a disseminação dessas idéias os pesquisadores passaram a usar esses conceitos a nível regional. Desta maneira, os métodos de avaliação de sustentabilidade passaram a ser aplicados em regiões e cidades. A preocupação com a sustentabilidade das cidades é válida, pois de acordo com Rogers (apud 14
  • 16. EATON et al., 2007, p. 15), “[...] até o ano de 2025 três – quartos da população mundial poderá estar vivendo em cidades”. Para a análise da situação de um país, é possível utilizar a análise regional, mostrando as forças e fraquezas, onde a análise da sustentabilidade de uma região pode ser usada por administradores regionais para aproximar as políticas de desenvolvimento sustentável da população. De acordo com Rogers (apud EATON et al., 2007, pg. 17) “O planejamento urbano sustentável deve envolver os seus cidadãos no processo de tomada de decisões em todos os níveis”. Quando os métodos de avaliação de sustentabilidade são aplicados ás cidades eles podem não fornecer informações precisas. Isso se dá pelo fato das cidades estarem interligadas, e dependerem de insumos que elas não possuem dentro de suas fronteiras. Além disso, as cidades são cercadas por áreas agrícolas, que fornecem insumos para o município onde estão inseridas e para municípios vizinhos. De acordo com Wolman (apud EATON et al., 2007), as cidades sobrevivem graças à entrada de materiais, comida e comodidades. No entanto, esses elementos são devolvidos a natureza em forma de lixo e poluentes, sendo esse processo de entrada e saída essenciais para a sustentabilidade de uma cidade. As características de cada município variam de acordo com a sua localização, produtividade, administração etc. Por isso, para a análise de sua sustentabilidade é necessário escolher um método de avaliação com indicadores que estejam adaptados as condições de cada região. 15
  • 17. 3 A ESCOLHA DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE Para escolher o método de avaliação da sustentabilidade a ser usado na pesquisa no município de Aracruz foi utilizada a pesquisa bibliométrica, onde foram utilizados componentes do instrumento de intervenção chamado de Pro- Know-C. A utilização dessa metodologia tem como objetivo selecionar o método de avaliação da sustentabilidade criteriosamente, exigindo alinhamento com a pesquisa e relevância. O processo de seleção do portfólio foi dividido em duas etapas, a seleção do material bruto e a filtragem do material. 3.1 SELEÇÃO DO MATERIAL BRUTO A primeira parte da pesquisa bibliográfica consiste na escolha da base de dados a ser usada na pesquisa. Através do Portal CAPES, que disponibiliza várias bases de dados, foi utilizado o Web of Knowledge para a busca de documentos. A Web of Knowledge foi escolhida por apresentar ferramentas que facilitam na busca de artigos científicos e a filtragem dos mesmos. Essa base de dados apresenta no resultado das pesquisas o número de citações de cada artigo, facilitando a análise de sua relevância e apresentando padrões de trabalhos apresentados pelos autores. Para encontrar o material relacionado a métodos de avaliação de sustentabilidade foi selecionada uma palavra-chave relacionada ao tema, que foi traduzida para a língua inglesa. Esse artifício foi utilizado para encontrar maior número de documentos na pesquisa, pois a maioria dos documentos na web of knowledge estão em língua inglesa. A palavra selecionada foi: Indicadores de sustentabilidade que foi traduzida para sustainability indicators. 3.2 FILTRAGEM DO MATERIAL BRUTO Após realizar a pesquisa utilizando a palavra chave, foi realizada a filtragem do material encontrado. Esse processo foi baseado nos seguintes critérios e numa sequência de atividades, que são: 16
  • 18. • Seleção exclusiva de artigos. • Periódicos revisados por pares. • Indexação na Social Sciences Citation Index e Science Citation Expanded Index. • Utilização de artigos publicados nos últimos 10 anos. • Leitura dos títulos e resumos. • Análise do número de citações de cada artigo juntamente com o ano de publicação. • Leitura integral dos artigos Seleção exclusiva de artigos: O primeiro critério de filtragem dos documentos foi a preferência por artigos, pois Segundo Gil (apud SAQUETO; CARNEIRO, 2011, p. 21) “os periódicos constituem o meio mais importante para a comunicação científica”. Dessa maneira excluímos todos os outros documentos, como teses, dissertações, artigos de congresso, etc. Periódicos revisados por pares: De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (apud FAPESP, 2013) “A revisão por pares é uma avaliação técnica que tradicionalmente desempenha papel central na pesquisa científica [...]. Social Science Citation Index e Science Citation Expanded Index: As bases de dados foram escolhidas por fazerem parte da Web of Science e permitirem averiguar o número de citações de cada artigo, e conseqüentemente o impacto dos mesmos. Artigos publicados entre 2003 e 2013: Esse critério foi adotado primeiramente para tentar buscar o material relativamente mais atual, e porque essa prática foi observada em outros trabalhos. Leitura dos títulos e resumos: Devido ao conhecimento prévio do pesquisador sobre o assunto é possível reconhecer quais artigos estão alinhados ao tema e quais não estão. Em casos em que não é possível reconhecer o alinhamento entre o tema da pesquisa e o artigo somente pelo título é feita a leitura dos resumos, o que permitirá aprofundar no conteúdo dos documentos. 17
  • 19. Número de citações e data de publicação: Para analisar a importância das publicações, é utilizado o número de citações que cada artigo possui e a data de publicação. O critério escolhido foi o mínimo de 15 citações, ou seja, os artigos que tem menos de 15 citações e mais de três anos são considerados de pouca relevância. Leitura integral dos artigos: O último passo consiste na leitura integral dos artigos. Com isso, é possível concluir se eles estão alinhados com o tema e se os artigos com mais de três anos são relevantes e podem ser utilizados na pesquisa. Tabela 1: Resultados alcançados na pesquisa bibliométrica. Processo Busca de documentos na Web of Knowledge Seleção exclusiva de artigos Periódicos revisados por pares Artigos do SSCI e SCEI Artigos publicados entre 2003 e 2013 Leitura dos títulos e resumo s Número de citações e data de publicação Leitura integral dos artigos Quantidade 36027 32412 29911 241 188 73 40 28 18
  • 20. 4. SELEÇÃO DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO 4.1 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO Dentro dos artigos selecionados foram identificados nos títulos e nos textos métodos de avaliação que poderiam ser usados na pesquisa. Alguns métodos já eram conhecidos pelo pesquisador e alguns foram identificados por se referirem á sustentabilidade. Após a escolha dos artigos foi feito a leitura e análise dos textos novamente. A partir desse ponto foram encontrados métodos de avaliação que em grande maioria tinham como base os três pilares da sustentabilidade, que são: ecológico, social e econômico. Foi observado que alguns métodos apareciam com maior freqüência nos títulos e nos textos. Com a leitura integral dos textos foi identificado quais métodos eram mais relevantes e se apresentavam conteúdo que possibilitaria ao pesquisador analisar se o método era coerente com o objetivo da pesquisa. Além disso, era possível avaliar quais seriam as exigências de cada método para o seu uso. Outro fator que deve ser levado em conta para a escolha do método de avaliação é a disponibilidade de dados para a utilização da ferramenta. Para a mensuração do nível de sustentabilidade será necessário a utilização de base de dados que preencha as necessidades do método a ser escolhido. Caso não for possível encontrar os dados exigidos poderá ser feito a substituição dos indicadores necessários. È importante que os resultados sejam claros e objetivos para que as pessoas que não estão envolvidas no processo de produção da mesma possam compreendê-los. Dessa forma, a população pode ter acesso ao nível de sustentabilidade do município. Para melhor analisar os artigos foi criada uma tabela que descreve os autores, objetivos, conclusões e métodos de avaliação utilizados na pesquisa. A tabela contribui principalmente para a comparação dos métodos. 19
  • 21. Quadro 1: Objetivos e conclusões dos artigos. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados Ferng (2003) Avaliar através da pegada ecológica a produção sustentável e os recursos incorporados na mesma. O método da pegada ecológica mostra com sucesso as desigualdades no consumo e produção comparando diferentes países e regiões. No entanto, a sua formula padronizada falha na mensuração da sustentabilidade na produção industrial, pois, não leva em consideração a defasagem do solo causado pela produção agrícola e de matéria prima. Pegada Ecológica Pillarisetti (2003) Examinar as características empíricas, conceituais e as implicações políticas do sistema utilizado, poupanças genuínas. Esse método não deve ser visto como um indicador de sustentabilidade. O capital natural deve ser considerado independente do capital físico e humano, e sustentabilidade ambiental deve ser visto do ponto de vista global. Genuine Savings Hueting e Reijnders (2004) Analisar a construção de indicadores e a pesagem de fatores econômicos, sociais e ambientais. Os indicadores analisados no texto que incluem fatores econômicos e sociais mostram resultados que podem atrapalhar os administradores ao invés de ajudar. Portanto, o genuine savings ainda não é um indicador apropriado. Genuine Savings 20
  • 22. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados Repetti e Desthieux (2005) O artigo mostra as dificuldades do desenvolvimento urbano e a elaboração de indicadores de sustentabilidade, e propõe o uso de um modelo conjunto de indicadores. O grupo ideal de indicadores varia de cidade para cidade levando em conta as condições de desenvolvimento, tradições e políticas. O modelo de indicadores conjuntos mostra as áreas mais sensíveis, facilitando o monitoramento. Relational Indicatorset Model (RIM) Walter e Stutzel (2005) Demonstrar o uso de um novo método de avaliação de sustentabilidade do uso de terras através de indicadores de impacto. O método apresentado não permite uma visão sustentável completa do uso da terra. Primeiramente, o indicador apresentado está no nível individual. Segundo, o método concentra em pontos negativos e não quantifica pontos positivos. Impacto do Uso de Terras White (2005) Examinar como a demanda humana em terras bioprodutivas, medidas pela pegada ecológica, é distribuído em todo o mundo usando métodos comumente utilizados para medir a distribuição de renda. As ferramentas de mensuração utilizadas na pesquisa devem ser usadas junto com outras ferramentas para que a alocação eficiente, escala sustentável e justa distribuição sejam exercidas. Pegada Ecológica Wiedman et al (2005) Combinar a Pegada Ecológica com a análise de entradas e saídas. O método demonstrou estandardização das estimativas da pegada ecológica. Pegada Ecológica Distaso (2006) Demonstrar a teoria de Bem Estar, e como ela pode ser A área de estudo mostrou-se de grande potencial Índice Multidimensional de Sustentabilidade 21
  • 23. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados utilizada para formar um índice multidimensional de sustentabilidade que considera variáveis econômicas, sociais e ambientais. para futuros estudos. Ela mostrou que diferentes perspectivas e métodos alternados utilizando um sistema de pesagem podem gerar diferentes resultados e comparados entre si. Hong et al (2006) Avaliar os efeitos da energia incorporada no comércio internacional usando a pegada ecológica na China. A pegada ecológica fornece ilustrações diretas e quantitativas em sustentabilidade, sendo útil para chamar atenção da população e de políticos. A mensuração da energia incorporada mostrou ter grande influência na pegada ecológica. Pegada Ecológica Kemmler e Spreng (2006) Utilizar indicadores energéticos para mensurar a sustentabilidade em países em desenvolvimento. Para a análise complexa de uma determinada região um único indicador pode não ser o ideal. No entanto, para a comparação entre diferentes nações como foi proposto, o uso do indicador energético pode ser de grande utilidade. Indicadores Baseados em Energia Ness et al (2006) Fornecer uma categorização das ferramentas de avaliação de sustentabilidade dentro do objetivo mais amplo de levantar a compreensão da avaliação de desempenho do Existe uma contradição na criação de ferramentas para medir sustentabilidade. Há necessidade de ferramentas com objetivos específicos, e há necessidade de Sustainable National Income, Índex of Sustainable Economic Welfare, Genuine Savings, Pegada Ecológica, Índice de Bem- Estar, Índice de Sustentabilidade Ambiental, Índice 22
  • 24. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados domínio ambiental com foco para uma interpretação mais ampla da sustentabilidade. ferramentas mais abrangentes que sirvam em diferentes circunstâncias. Além disso, os resultados não são transparentes. de Desenvolvimento Humano. Reed et al (2006) Analisar a literatura de desenvolvimento e aplicação de indicadores de sustentabilidade para desenvolver um quadro metodológico de melhor prática. Os diferentes resultados de diferentes métodos, investigativos e teóricos mostraram que é necessário o uso de vários indicadores para entender as interações do ecológico, social e econômico no desenvolvimento sustentável. Multi-Critério Siche et al (2006) Comparar os dois índices de sustentabilidade mais utilizados na literatura com dois índices de emergia. As duas metodologias que melhor se completaram foram a pegada ecológica e o índice de desempenho de emergia. Para refinar a metodologia da pegada ecológica seria importante utilizar alguns pontos fortes da metodologia do índice emergia. Pegada Ecológica, Índice de Sustentabilidade Ambiental, Renovabilidade, Índice de Sustentabilidade de Emergia Bohringer e Jochem (2007) Demonstrar o poder explanatório de vários índices de sustentabilidade aplicada na prática política. A formação de índices através dos fatores normalização, ponderação e agregação podem não satisfazer padrões científicos e são excessivamente arbitrários. Com isso, ao invés de ajudar nas praticas Índice Planeta Vivo, Pegada Ecológica, Índice de Desenvolvimento de Cidades, Índice de Desenvolvimento Humano, Índice de Sustentabilidade Ambiental, Índice de Desempenho 23
  • 25. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados políticas, os índices podem fornecer falsas informações. Ambiental, Índice de Vulnerabilidade Ambiental, Índice de Bem-Estar Econômico Sustentável, Avaliação do Bem- Estar, Genuine Savings, Green Net National Product. Eaton et al (2007) Avaliação ambiental através da pegada ecológica de áreas urbanas e rurais. Alguns problemas foram apontados no uso da pegada ecológica. Problemas no peso dos fatores, demarcação de regiões, influencia dominante de combustíveis fósseis na pesagem etc. No entanto ela fornece grande apelo visual aos usuários e é aplicável tanto para áreas urbanas quanto para rurais. Pegada Ecológica Hoekstra (2007) Comparar e revisar a metodologia da pegada ecológica com a pegada ecológica da água e interpretar como elas estão relacionadas. Enquanto a pegada ecológica mede a área necessária para o consumo, a pegada ecológica da água mede o volume de água necessário. Os dois métodos devem ser usados complementarmente. Pegada Ecológica e Pegada Ecológica da Água. Nourry (2007) Apresentar os resultados da análise feita com oito indicadores de sustentabilidade na França. A análise concluiu que não existe um método perfeito. Para analisar com precisão a sustentabilidade de determinada região, é necessário utilizar vários métodos de avaliação. Green National Net Product, Genuine Savings, Pegada Ecológica, Indicador de Bem- Estar Econômico Sustentável, Indicador de Progresso Genuíno, Indicador de Desenvolvimento 24
  • 26. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados Humano Sensível a Poluição, Indicador de Desenvolvimento Humano Sustentável e French Dashboard on Sustainable Development Graymore et al (2008) Avaliar a eficácia dos métodos de avaliação de sustentabilidade atuais. A limitação dos dados contribuiu para que os métodos de avaliação não fossem eficazes. Além disso, as limitações com as habilidades exigidas pelos métodos e as suas incapacidades de mostrar resultados práticos e de fácil entendimento foram demonstrados. Pegada Ecológica, Avaliação do Bem- Estar, Qualidade de Vida, Saúde do Ecossistema Graymore et al (2008) Testar a aplicabilidade em uma região de um método chamado Manutenção da Capacidade de Suporte Humano, considerando atividades humanas e as pressões geradas no ecossistema. O método apresentado provou ser efetivo, sendo fácil de compreender, composto de dados acessíveis e cálculos simples. Ele mostrou ser uma ferramenta que pode ser utilizada por administradores. Manutenção da Capacidade de Suporte Humano Milman e Short (2008) Incorporar resistência para indicadores de sustentabilidade utilizando como experiência o setor de abastecimento de água urbano. Acessar a resistência de um indicador depende da disponibilidade de dados, que podem ser difíceis de medir, incertos, ou difíceis de serem avaliados. No entanto, esse método pode ser aplicado a outras áreas e utilizado Indicador de Resiliência do Fornecimento de Água 25
  • 27. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados para análises a longo-prazo. Shmelev e Rodriguez-Labajos (2009) Explorar a questão da sustentabilidade na escala macro utilizando sistemas multi-critério de ajuda na tomadas de decisões. O módulo multi- critério de macro- avaliação poderia torna-se o elemento padrão de modelos ambientalmente estendidos de insumo-produto e permitem a avaliação de cenários complexos de desenvolvimento futuro. Sistema Multi- Critério de Macro- Avaliação Wallis et al (2009) Descrever a importância do ambiente na análise do desenvolvimento sustentável conectando a teoria á pratica. Para que haja progresso na sustentabilidade, é preciso considerar a sustentabilidade de uma região baseado no ecossistema e de sua capacidade de carga. Para que as ferramentas de avaliação sejam confiáveis, é preciso considerar o local onde a avaliação está sendo aplicada. Avaliação do Bem- Estar, Pegada Ecológica Wood e Garnett (2009) Estender a análise socioeconômica atual á análise ambiental para formar o tripé com os fatores econômicos, sociais e ambientais. Foi mostrado que as populações urbanas estão bem nos quesitos econômicos e sociais, enquanto o fator ambiental é apontado como fraco. Pegada Ecológica, Indicadores Conjuntos Yu e Wen (2010) Analisar a sustentabilidade de 47 cidades chinesas através da análise envoltória de dados e comparar as mudanças através do índice de produtividade de Malmquist. Foi possível mensurar a sustentabilidade das cidades e fazer comparações utilizando a análise envoltória de dados. Análise Envoltória de Dados 26
  • 28. Autores Objetivos Conclusão Métodos Utilizados Boyko et al (2011) Utilizar um grupo de indicadores e estabelecer a sensibilidade ou vulnerabilidade de um indicador e planejar diferentes cenários. O grupo de indicadores não só ajuda a acessar o nível de sustentabilidade atual, mas também pode ser usado para analisar diferentes cenários. Indicadores Conjuntos (UK toolkit) Floridi et al (2011) Avaliar a sustentabilidade de regiões italianas através de um índice formado por um grupo central de indicadores. Indicadores compostos ajudam a entender as várias dimensões da sustentabilidade. Além disso, eles facilitam as comparações e a tomada de decisões. Índice de Sustentabilidade Browne et al (2012) Avaliar o pluralismo metodológico ao medir a sustentabilidade urbana e determinar o resultado do uso de mais de um método de mensuração de sustentabilidade em nível de cidade- região. Não existe um melhor método para avaliar sustentabilidade, pois ela pode variar de acordo com necessidades, prioridades e valores. No entanto, um grupo de indicadores pode ajudar a identificar carências e ser mais completo na análise de cidades e regiões. Contabilidade do Fluxo de Energia, Análise Metabólica do Fluxo de Energia, Pegada Ecológica. 4.2 ANÁLISE DO QUADRO 1 Ao analisar o material coletado na pesquisa bibliométrica foram encontrados diversos métodos de avaliação, nos quais foram analisados com base nos critérios estabelecidos para escolha. Dos vinte e oito artigos encontrados, alguns falavam especificamente de um determinado método de avaliação, enquanto outros falavam de vários. Os métodos muitas vezes eram comparados nos artigos buscando a ferramenta que melhor se aplicava em 27
  • 29. determinado caso. Essas comparações foram utilizadas para escolher o método que melhor se encaixaria na pesquisa. Já os artigos que falavam especificamente de um determinado método de avaliação eram usados para uma análise mais aprofundada. As variáveis e cálculos utilizados eram mais bem detalhados e por isso poderiam fornecer informações que outros artigos não continham. Além disso, os artigos continham informações de como o método era implantado em uma determinada região, quais eram os resultados e os pontos fortes e fracos e como eles seriam mais bem utilizados. As informações encontradas nos artigos sugerem que existem métodos de avaliação que se aplicam a objetivos específicos, e há métodos que são utilizados de forma mais abrangente. Eles podem ser usados em cidades, regiões ou países, dependendo do modelo da pesquisa. Portanto, o modelo a ser utilizado varia de região para região levando em conta fatores culturais, políticos, condições de desenvolvimento, etc. A utilização de um único indicador ou método é recomendado quando o objetivo da pesquisa é comparar determinadas regiões. A análise envoltória de dados, por exemplo, possibilitou a avaliação e comparação de 47 cidades chinesas, assim como a pegada ecológica que foi usada para comparar países e regiões, mostrando as desigualdades de consumo e produção. Durante a análise dos artigos foi possível observar que os métodos de avaliação possuem pontos fortes e fracos. Portanto, a utilização de um único método poderia mostrar certos aspectos da sustentabilidade de uma região e esconder outras. Como vimos, os métodos de avaliação apresentam falhas que podem comprometer a avaliação de uma região e a análise de sua sustentabilidade. Esse fator pode comprometer a tomada de decisões dos administradores passando informações incompletas e prejudicando a pesquisa Para sanar as falhas apresentadas, algumas iniciativas como a utilização conjunta de diferentes métodos vem sendo testada. Nos artigos foi possível identificar a junção da Pegada Ecológica com a Pegada Ecológica da Água e 28
  • 30. também com o Índice de Desempenho de Emergia, em ambos os casos os resultados se mostraram satisfatórios. No entanto, o uso da Pegada Ecológica com a Pegada da Água foi utilizado para a mensuração da sustentabilidade relacionado á distribuição de água de uma determinada cidade. Dessa forma, a junção dos métodos foi utilizada para analisar um dos aspectos da sustentabilidade, não fornecendo uma visão global. No segundo caso a junção dos dois métodos se mostrou satisfatória na teoria, tendo a possibilidade de demonstrar uma visão holística da sustentabilidade de uma região. No entanto, o sistema ainda carece de aplicação prática para ser testado. Foi possível identificar nos artigos a utilização de um grupo de métodos que se complementam. Essa aplicação poderia trazer resultados satisfatórios, demonstrando resultados detalhados que trariam visão global. Os resultados de cada método poderiam ser comparados diminuindo a probabilidade de erro e facilitando a tomada de decisões baseada nos resultados apresentados. A tabela construída baseada nos artigos mostra que essa abordagem apresentaria os melhores resultados. No entanto, ela exigiria a compreensão de vários métodos. Além disso, a quantidade de dados exigidos para preencher os requisitos de cada método seria extensa, dificultando a coleta dos mesmos e comprometendo a qualidade dos resultados. Para os fins da pesquisa que se pretende realizar essa abordagem é demasiadamente complexa. Outra abordagem apresentada pelos artigos é a composição de índices de sustentabilidade. Os índices são formulados para avaliar cidades ou regiões, de modo que se tenha uma visão completa dos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Essa abordagem pode facilitar comparações, tomada de decisões e o planejamento de futuros cenários. Alguns aspectos dessa abordagem requerem atenção. A pesagem das variáveis utilizadas e a normalização dos dados podem influenciar negativamente os resultados. Além disso, a análise pode não ser tão profunda quanto à utilização conjunta de um grupo de métodos. 29
  • 31. 4.3 MÉTODO ESCOLHIDO Podemos concluir através da análise do Quadro 1 que para os objetivos dessa pesquisa os índices compostos são mais apropriados. Eles podem fornecer uma visão holística da região pesquisada, apresentando resultados dos fatores econômicos, sociais e ambientais. O índice de sustentabilidade escolhido para ser utilizado na pesquisa foi baseado no índice formulado para a mensuração da sustentabilidade de regiões Italianas mostrado em Floridi et al. (2011) . Esse projeto possibilitou a comparação da sustentabilidade de diversas regiões da Itália. A composição desse método de avaliação teve como parâmetro a estratégia de desenvolvimento sustentável desenvolvido pelo EUROSTAT para a União Européia. As temáticas sugeridas para compor o método são as seguintes: desenvolvimento socioeconômico; produção e consumo sustentável; inclusão social; mudanças demográficas; saúde pública; mudanças climáticas e energia; transporte sustentável; recursos naturais; parceria global e boa governança (LEDOUX apud FLORIDI et al., 2011). Após serem selecionados, os indicadores são apresentados em uma tabela onde é demonstrada a sua unidade de medida e origem. Os indicadores são colocados em termos relativos utilizando a divisão dos mesmos por variáveis como: população, trabalhadores, área, etc. A avaliação da sustentabilidade é feita através dos indicadores que estão inseridos em cada temática, onde os resultados apresentados por cada indicador ajudam a formar uma visão completa da sustentabilidade da região pesquisada Para a análise dos indicadores são utilizados os valores encontrados na coleta de dados e a comparação da taxa de variação entre os anos zero e um. Além da comparação da evolução dos indicadores, a comparação com indicadores estaduais, nacionais podem ser utilizados para fortalecer a análise. 30
  • 32. 5 COLETA DE DADOS E ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE NO MUNICÍPIO DE ARACRUZ Os temas a serem utilizados seriam os mesmos utilizados na metodologia original, mas alguns temas não apresentaram número relevante de indicadores, pois não foram encontrados na pesquisa. Os indicadores que restaram em cada tema foram alocados em outro tema semelhante. Como a maioria dos indicadores encontrados não foram os originais foi necessária a criação de novos temas que comportassem os indicadores. Desta forma, a tabela foi composta pelos seguintes temas: saúde pública; desenvolvimento socioeconômico; inclusão social; recursos naturais; habitação; emissão de gases e resíduos. Foram excluídos ou alterados: mudanças demográficas, mudanças no clima e energia, sustentabilidade do transporte e consumo e produção sustentável. A fonte e o ano a que os dados correspondem permitiram padronização na coleta de informações, com isso foi possível manter a coerência na coleta de dados e análise. Ao comparar os dados de Aracruz com de outro município é possível ter uma idéia de onde buscar a informação e de que ano a informação deveria ser para obter maior qualidade na comparação. Números como a quantidade de óbitos, carros, leitos foram coletados e normalizados. No entanto, não foi necessária a normalização de todos os dados, pois alguns foram encontrados em forma de taxas ou índices. A unidade de medida se refere a como se chegou ao valor normalizado. Como foi dito no parágrafo anterior alguns dados não necessitaram de normalização, pois já se apresentavam em forma de taxas e índices, para esses dados a unidade de medida não se aplica. Já para os dados normalizados na tabela foi descrito como se deu tal equação. Outro fator importante para a construção da tabela foi à estimativa da população e o tamanho do município. Esses fatores contribuíram para a normalização dos valores. Para a estimativa da população foi utilizado os dados do censo do IBGE do ano de 2010, que apresentava população de 81746 habitantes, taxa de crescimento de 2,38% e área do município de 1.423, 874 km². 31
  • 33. 5.1 RESULTADOS Como descrito na metodologia, a maior parte dos dados foi encontrado no IBGE e IJSN. Houve contato com a prefeitura de Aracruz em busca de dados para a pesquisa, que aconteceu através de email e visita. Foi enviada uma tabela através de email para a prefeitura solicitando os indicadores da pesquisa base. Após o envio do email foi feito uma visita á prefeitura e foi constatado que os dados estavam divididos em diferentes secretarias e que a prefeitura não possuía todos os dados solicitados. O tempo necessário para levantar os dados não permitiria a conclusão da pesquisa em tempo hábil. Com isso não foi possível coletar dados na prefeitura. É importante destacar que não foi possível encontrar no site oficial da prefeitura dados que pudessem ser utilizados na pesquisa. Foram utilizados na pesquisa base sessenta e três indicadores divididos em oito temas, e na pesquisa atual quarenta e cinco indicadores em seis temas. Os indicadores foram divididos nos seguintes temas: saúde pública, desenvolvimento socioeconômico, inclusão social, abastecimento de água e rede de esgoto, recursos naturais e emissão de gases e resíduos. Como não foi possível encontrar a maioria dos indicadores exigidos no índice original, tentou-se aproximar o máximo possível dos mesmos. Alguns dos indicadores similares não foram encontrados e foram excluídos da tabela. No entanto, foram encontrados indicadores relevantes na pesquisa e foram incluídos na tabela. Quadro 2- Indicadores da pesquisa utilizada como base. Indicadores Unidades de mensuração Desenvolvimento socioeconômico Produto interno bruto per capita $ per capita Desigualdade da distribuição de renda Coeficiente Gíni Produtividade do trabalho $ de valor agregado por unidade de trabalho Trabalhadores na área de pesquisa e desenvolvimento A cada 1000 habitantes Investimentos na área de pesquisa e desenvolvimento % do produto interno bruto Graduação em ciências e tecnologias A cada 1000 habitantes de 20 a 29 anos Patentes concedidas A cada 1000 habitantes Uso da internet % das famílias com acesso a internet 32
  • 34. Indicadores Unidades de mensuração Taxa de emprego total De trabalhadores de 15 a 64 anos Emprego irregular % de unidades de emprego irregular Taxa de desemprego total Taxa de desemprego da população maior de 14 anos Trabalho temporário Taxa de empregados em empregos temporários Mudança no clima e energia Emissão de gases com efeito estufa Toneladas de co2 equivalente per capita Consumo final de energia Consumo de energia da população Energia produzida % de eletricidade produzida Eficiência energética do PIB Tep/milhões de $2000 concatenadas Sustentabilidade do transporte Uso do transporte público % de usuários do transporte público Uso de bicicleta ou caminhada % de viagens Veículos motorizados A cada 100 habitantes Número de Carros % de carros Mortes em acidentes de envolvendo veículos A cada 100000 habitantes Energia consumida em transportes Tep a cada 100 habitantes Consumo e produção sustentável Emissões de pm10 Kg per capita Emissões de substancias acidas Kg per capita Produção de lixo urbano Kg per capita Resíduos em aterro Kg per capita Coleta seletiva % Consumo de água M³ de água distribuídas per capita Purificação de água % da população com acesso a água tratada Agricultura orgânica Número de fazendas que utilizam produção orgânica Uso de fertilizantes Toneladas /km² de uso Sistemas de gestão ambiental Certificados ambientais Recursos naturais Licenças para construção M³ de novos prédios a cada 100 habitantes Sítio de importância comunitária % da superfície total Áreas arborizadas % da superfície total Áreas artificiais % da superfície total Saúde pública Taxa de mortalidade Óbitos/100 mil habitantes Taxa de mortalidade infantil Mortes com zero ano de idade a cada 10000 nascimentos com vida Expectativa de vida infantil Média da expectativa de vida de homens e mulheres Acidentes no trabalho A cada 1000 habitantes População acima do peso ou obesa % (população acima de 18) Fumantes % (população acima de 15) Uso de produtos fitossanitários Kg/ha Relação de atração hospitalar % de não residentes no total de pacientes regionais Médicos de família/clínicos gerais A cada 10000 habitantes Pediatras A cada 10000 habitantes < 15 anos Inclusão social População abaixo da linha da pobreza % da população vivendo em famílias abaixo da linha da pobreza Diferença entre os sexos na taxa de atividade Diferença absoluta entre a taxa de atividade masculina e feminina Taxa de emprego feminino % de mulheres entre 15 e 64 empregadas Empreendedores estrangeiros A cada 100000 habitantes Estudantes estrangeiros % (dados referentes aos anos escolares) começando pelos anos indicados 33
  • 35. Indicadores Unidades de mensuração Creches % Pessoas com baixo nível de escolaridade % da população maior de 14 anos que não tenham completado o ensino fundamental Aprendizagem ao longo da vida % da população de 25 a 64 anos participando em treinamentos ou aprimoramentos Ingressos vendidos para teatro e shows de música A cada 100 habitantes Taxa de desemprego na juventude Taxa de desempregados entre 15 e 36 anos Abandono escolar % da população de 18 a 24 anos sem o ensino fundamental ou capacitação Taxa de emprego de pessoas idosas Taxa de trabalhadores com idades entre 55 e 64 anos Asilos % da população que recebe tratamentos em asilos Preço de casas Preço de casas no centro da cidade Mudanças demográficas Taxa de dependência dos idosos % da população maior de 64 anos em comparação com a de 15 a 64 anos Taxa de migração Saldo líquido entre migração e imigração Número de crianças por mulher Taxa de fertilidade total 5.2 ANÁLISE DOS INDICADORES 5.2.1 SAÚDE PÚBLICA Tabela 2- Análise dos indicadores da saúde pública. INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE VARIAÇÃO UNIDADE DE MEDIDA Unidades de saúde SUS 2006 0,4073 2010 0,4890 20% Unidades a cada 1000 habitantes Quantidade de leitos 2006 1,3984 2009 1,4840 6% Leitos a cada 1000 habitantes IFDM saúde 2000 0,7982 2010 0,9095 14% Não se aplica IDU para equipamentos básicos de saúde 2000 0,0026 2009 0,2039 7742% Não se aplica IDHM longevidade 2000 0,7360 2010 0,8380 14% Não se aplica Taxa de mortalidade 2006 0,4860 2011 0,5111 5% Óbitos a cada 100 habitantes Taxa de mortalidade infantil 2000 20,38 2010 6,88 -66% Não se aplica Para analisar a área de saúde utilizaremos uma concepção sugerida por Siedenberg (2003), na qual ele sugere que existem os “indicadores de entrada” e os “indicadores de saída” do sistema de saúde. Indicadores relacionados à quantidade de médicos, leitos, enfermeiras e hospitais estariam no primeiro grupo, enquanto no segundo grupo estariam indicadores relacionados ao número de mortes, causas de mortalidade, expectativa de vida e principalmente mortalidade infantil, por se tratar de um segmento da população especialmente dependente dos meios oficiais de saúde. 34
  • 36. Podemos citar como “indicadores de entrada ”presentes na tabela as unidades de saúde SUS e a quantidade de leitos disponíveis, e como “indicadores de saída” a taxa de mortalidade, taxa de mortalidade infantil e o IDHM de longevidade. Ambos indicadores de entrada apresentaram crescimento na taxa de variação, no qual o número de unidades de saúde SUS a cada mil habitantes obteve crescimento de 20% em quatro anos e a quantidade de leitos a cada cem habitantes obteve crescimento de 6% em três anos. O índice de desenvolvimento urbano (IDU) para equipamentos básicos de saúde apontou melhora de 7742% entre os anos de 2000 e 2009, no entanto o valor apresentado de 0,2039 está longe do valor máximo que é de 1. Os indicadores de saída apresentaram resultados consideráveis principalmente no que diz respeito á taxa de mortalidade infantil que apresentou queda de 66%. A taxa de mortalidade infantil segundo Matos et al. (2007) é um importante indicador de saúde recomendado pela OMS para análise da situação de um país, e estima o risco de óbito que está exposta uma população de nascidos vivos em uma determinada área geográfica e em determinado período até o final do primeiro ano de vida. Entre os anos de 2000 e 2010 a taxa de mortalidade infantil caiu de 20,38 para 6,88 em Aracruz, número consideravelmente inferior ao da média estadual de 11,5778 (IJSN, 2013). Outro indicador que apresentou melhoras foi o IDHM de longevidade. Esse indicador considera a esperança de vida da população ao nascer e sintetiza as condições sociais, de saúde e de salubridade do município considerando diferentes faixas etárias daquela localidade. Todas as causas de morte são consideradas, doenças, violência, acidentes, etc. (ATLAS, 2013). Aracruz cresceu no IDHM de longevidade entre 2000 e 2010 de 0,7360 para 0,8380 subindo sua avaliação de bom para muito bom no ranking. O Estado de Santa Catarina possui os onze primeiros colocados do IDHM de longevidade nacional onde o primeiro colocado apresenta o índice de 0,894 (ATLAS, 2013). A taxa de mortalidade apresentou crescimento de 5% de variação entre os anos de 2006 e 2011. Esse dado é preocupante para o município de Aracruz, pois segundo Teixeira et al. (2011, p. 2005) “A mortalidade é considerada uma medida direta das necessidades em cuidados com saúde, refletindo a carga 35
  • 37. global da doença na população, não só em termos de incidência da doença, como da capacidade de tratá-la”. O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) que estuda o desenvolvimento dos municípios brasileiros apontou crescimento de 12% na área de saúde em dez anos, chegando a 0,9095. Esse rendimento colocou Aracruz em oitavo lugar no estado do Espírito Santo que é liderado nesse quesito por Santa Maria de Jetibá com índice de 0,9413 (FIRJAN, 2013). Apesar de ter demonstrado melhoras na variação, o IDU de equipamentos básicos de saúde de Aracruz ao lado da taxa de mortalidade foram os indicadores da área de saúde que apresentaram resultados preocupantes. A taxa de mortalidade além de indicar carências na saúde, também pode estar relacionada com a violência gerada pelo crescimento populacional e com a segurança pública. Os indicadores de entrada apresentaram crescimento quantitativo no número de unidades por habitantes. Os índices que mensuram de forma geral a saúde também obtiveram crescimento, apontando que qualitativamente a saúde também apresenta números satisfatórios estando bem colocados no ranking estadual. A taxa de mortalidade infantil de Aracruz também apresentou melhoras com crescimento de 66% em dez anos e taxa inferior á media estadual. A saúde pública foi considerada sustentável, pois apresentou melhoras em seis dos sete indicadores da tabela, e apresentaram índices e colocação nos rankings considerados acima da média. Os dados indicam que apesar do crescimento populacional, Aracruz tem conseguido manter as condições da área de saúde em bom nível. 5.2.2 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO Tabela 3- Análise dos indicadores de desenvolvimento socioeconômico. 36
  • 38. INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE VARIAÇÃO UNIDADE DE MEDIDA PIB 2000 R$ 16.667,02 2010 R$ 34.711,19 108% PIB per capita Índice de Gíni (desigualdade) 2000 0,59 2010 0,50 -15% Não se aplica População com nível superior completo 2000 4,40% 2010 9,30% 111% 25 anos ou mais Taxa de atividade 2000 56,51 2010 58,33 3% Não se aplica Pessoal ocupado total 2000 24,02 2010 35,93 50% A cada mil pessoas População desocupada 2000 5,05 2010 4,21 -17% A cada mil pessoas IFDM emprego e renda 2000 0,6329 2010 0,8600 36% Não se aplica Número de empresas atuantes 2006 2,76 2011 2,62 -5% Empresas a cada 100 habitantes Para a análise do desenvolvimento socioeconômico, entre outros indicadores, será analisado o PIB per capita do município de Aracruz. De acordo com Yan Yu (2010, p. 1752) o indicador citado influencia a sustentabilidade do ambiente urbano da seguinte forma: [...] o aumento do PIB significa a expansão da escala econômica e inevitavelmente influi no aumento do consumo e da poluição. O aumento do PIB per capita pode levar á mais pesquisas e estimular investimentos em firmas, avanços na tecnologia e administração tendem a melhorar o controle da poluição e eficiência dos recursos, resultando em níveis mais altos de sustentabilidade ambiental. Entre os anos de 2000 e 2010, Aracruz apresentou crescimento de 108% no PIB per capita, saltando de $16.667,02 para $34.711,19 e deixando o município com o quarto maior PIB do Espírito Santo no ano de 2010. De acordo com a análise do PIB dos municípios do Espírito Santo (IJSN, 2010) os seis municípios que superaram a média do PIB per capita do Estado, são: Anchieta, Presidente Kennedy, Vitória, Aracruz, Serra e Cachoeiro de Itapemirim. A maior parte possui como atividade de destaque a Indústria Extrativa Mineral. Aracruz tem como destaque no Setor Industrial a Exploração de Petróleo e Indústria de Transformação que é representada pela produção de papel celulose. O crescimento do PIB per capita do município de Aracruz pode ter influenciado em indicadores relacionados à renda e ocupação. Os indicadores, taxa de atividade e pessoal ocupado total apresentaram crescimento de 3% e 50% respectivamente, já a população desocupada teve queda de 17% mostrando que o número de empregos aumentou. Além disso, o IFDM de emprego e renda cresceu em 36% chegando á marca de 0,8600 e colocando o município com o terceiro melhor índice no Espírito Santo. 37
  • 39. Apesar das melhorias nos números do PIB per capita e emprego e renda, o número de empresas atuantes por habitantes caiu 5% entre os anos de 2006 e 2011. Um fator que pode contribuir para esse dado é a concentração de grandes empresas em detrimento de pequenas empresas. O indicador da população com nível superior completo pode sinalizar que a instalação de grandes empresas no município trouxe a necessidade de mão de obra qualificada e investimentos na educação. De acordo com Barreto et al. (2012) a expansão da educação superior é influenciada e influencia investimentos públicos e privados e mudanças econômicas. A população com nível superior completo cresceu 111% entre os anos de 2000 e 2010, indo de 4,40% á 9,30%. Para avaliar o crescimento demonstrado através dos indicadores discutidos até agora, o Índice de Gíni serve para medir a igualdade da distribuição de renda. O indicador varia de 0, que significa completa igualdade de renda, á 1, que significa que a uma pessoa é detentora de toda a renda. Entre os anos de 2000 e 2010 o indicador caiu 15% chegando ao índice de 0,50, enquanto o Brasil tem segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (2013) o índice de 0,60. Através do crescimento econômico apontado pelo PIB, aumento da renda, oportunidades de trabalho e pelo Índice de Gíni, conclui-se que houve melhorias na distribuição de renda do município de Aracruz. Esses indicadores mostram que o crescimento econômico do município está trazendo benefícios para a população, no sentido de que a renda e as oportunidades estão sendo melhor distribuídas. Desta forma, podemos concluir que o desenvolvimento socioeconômico de Aracruz é sustentável. 5.2.3 INCLUSÃO SOCIAL Tabela 4- Análise dos indicadores de inclusão social. 38
  • 40. INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE VARIAÇÃO UNIDADE DE MEDIDA Salário Médio 2000 670,03 2009 1436,87 114% Não se aplica Taxa de analfabetismo 2000 21,28 2010 15,29 -28% Não se aplica Taxa de Escolaridade 2000 29,29 2010 48,42 65% >18 com ensino médio completo IDHM educação 2000 0,532 2010 0,7070 33% Não se aplica IDU equipamentos básicos educação 2000 0,9126 2009 1 10% Não se aplica IFDM educação 2000 0,7357 2010 0,9122 24% Não se aplica Número de ocorrências 2006 0,0153 2010 0,0133 -13% Ocorrências per capita IDHM renda 2000 0,664 2010 0,7170 8% Não se aplica De acordo com Siedenberg (2003, p. 64) “[...] o percentual de analfabetos ou também de alfabetizados na população acima de 15 anos é um dos principais indicadores da área de educação [...]”. Ele cita também que o índice de escolarização é considerado importante nas políticas educacionais e que o índice de alfabetizados é o resultado dos esforços da área de educação. A taxa de analfabetismo de Aracruz apresentou variação de 28% entre 2000 e 2010, saltando de 21,28 para 15,29 e aproximando da taxa do Espírito Santo que é de 15,2103. Já a taxa de escolaridade de pessoas acima de 18 anos com ensino médio completo cresceu 65% entre 2000 e 2010 chegando a 48,42, ficando acima dos índices nacionais e estaduais com 44,91 e 44,46 respectivamente. No entanto, a taxa de escolaridade em relação á expectativa de anos de estudo variou apenas de 10,22 para 10,26 no mesmo período, ainda assim apresentando números melhores que os índices nacionais e estaduais que obtiveram leve queda (ATLAS, 2013). De acordo com Barreto et al. (2012, p. 131) “[...] a escolaridade influencia diretamente outros indicadores de sustentabilidade [...], e para exemplificar esse fato ela cita que um estudo do IBGE de 1999 comprova que a maior escolaridade entre as mulheres influencia na saúde das crianças. O autor cita também a relação positiva da educação com a violência e com a desigualdade social. Além dos indicadores relacionados à educação apresentados, outros índices foram utilizados na tabela para analisar a inclusão social, apresentando crescimento na taxa de variação. O IDHM da educação em Aracruz cresceu 33% e atingiu a marca de 0,7070 ficando em terceiro no Estado (ATLAS, 2013), enquanto o IFDM da educação apresentou crescimento de 24% e chegou á 39
  • 41. 0,9122 alcançando o sexto lugar no Estado (FIRJAN, 2013). Outro indicador que apontou crescimento foi o Índice de Desenvolvimento Urbano para equipamentos básicos de educação que atingiu o nível máximo. Além da área de educação, foram utilizados para a análise da inclusão social indicadores relacionados à renda e violência.O número de ocorrências per capita mostra que a educação pode ter influenciado em seus resultados, pois a taxa obteve queda de 13% entre os anos de 2006 e 2010. Os indicadores relacionados à renda podem ser vistos como positivos, mas segundo Wood e Garnett (2010), maior renda não significa que ela seja sustentável. Ele sugere que para ser sustentável a renda deve ser dividida igualmente entre a população, e que grandes desvios da média devem ser considerados. O salário médio da população de Aracruz apresentou crescimento de 114% entre os anos de 2000 e 2009. Ao comparar o salário médio de Aracruz $1436,87 com a média do Estado $1302,33, há diferença de 10%. Já o IDHM da renda apresentou crescimento de 8% em 10 anos ficando apenas em décimo quarto lugar no Estado, que tem como primeiro e segundo lugar Vitória e Vila Velha respectivamente (ATLAS, 2013). Os indicadores da área de educação apresentaram resultados satisfatórios, principalmente o IDHM, IFDM e IDU para equipamentos básicos de educação que estão entre os melhores do Estado assim como a taxa de analfabetismo. A taxa de escolaridade obteve crescimento e superou a média estadual e nacional. O IDHM para renda é um dos indicadores do tema inclusão social que se relaciona com os indicadores do desenvolvimento socioeconômico. A melhora no Índice de Gíni pode estar ligada ao crescimento desse indicador, assim como as melhorias na educação. Outro dado que contribui para a melhoria da inclusão social e está ligada á renda é a porcentagem de pobres, que segundo o Atlas do Desenvolvimento humano do Brasil (2013) caiu de 26,91 para 9,67 em Aracruz. Os indicadores de inclusão social demonstraram crescimento, principalmente relacionados á educação que segundo os autores citados na análise é um dos pilares para a formação e inclusão da população. Todos os indicadores do tema apresentaram melhoras na taxa de variação, e índices considerados bons. Desta forma o tema inclusão social foi considerado sustentável. 40
  • 42. 5.2.4 HABITAÇÃO Tabela 5- Análise dos indicadores da habitação. INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE VARIAÇÃO UNIDADE DE MEDIDA IDU infraestrutura da habitação (energia) 2000 0,5851 2009 0,4747 -19% Não se aplica IDU infraestrutura da habitação (lixo) 2000 0,7225 2009 0,8474 17% Não se aplica IDU infraestrutura da habitação (esgoto) 2000 0,6244 2009 0,7212 16% Não se aplica IDU infraestrutura da habitação (habitação) 2000 0,1839 2009 0,1066 -42% Não se aplica IDU infraestrutura da habitação (saneamento) 2000 0,7823 2009 0,8117 4% Não se aplica IDU infraestrutura da habitação (água) 2000 1 2009 0,8664 -13% Não se aplica IDU equipamentos básicos (transporte) 2000 0,1501 2009 0,1416 -6% Não se aplica Quantidade de domicílios 2000 0,2522 2010 0,2937 16% Domicílios per capita Abastecimento de água pela rede geral 2000 55,67 2010 71,55 29% Abastecimento a cada 1000 habitantes Esgotamento sanitário pela rede geral 2000 10,85 2010 18,01 66% Esgotamento a cada 1000 habitantes Lixo coletado pelo serviço de limpeza 2000 55,09 2010 75,83 38% Lixo coletado a cada 1000 habitantes Para abordar o tema habitação será utilizado na maior parte dos indicadores o Índice de Desenvolvimento Urbano (IDU) elaborado pelo IJSN. De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano do Espírito Santo (IJSN, 2000, p. 31) “O IDU procura identificar o grau de desenvolvimento urbano, através das condições locais de atendimento dos principais equipamentos e serviços, assim como a oportunidade de acesso a habitação adequada [...]”. O índice varia de 0 a 1 e é dividido em quatro intervalos onde os dois primeiros intervalos estão acima da média do Estado e os outros dois, abaixo da média. Primeiramente serão analisados indicadores referentes ao abastecimento de água, que segundo Duarte et al. (2010, p. 2) “[...] a prestação desse serviço deve reger-se por princípios de universalidade de acesso, continuidade, equidade e qualidade de serviço [...]”. O IDU da infraestrutura da habitação em relação à água apresentou queda de 13% entre 2000 e 2009, com o índice de 0,8664 o indicador manteve-se acima da média. Já o abastecimento de água pela rede geral apresentou crescimento de 29% entre os anos de 2000 e 2010, apontando que a rede geral está sendo utilizado por porcentagens maiores da população. Além do abastecimento de água, a rede geral vem sendo utilizada em maiores porcentagens para o esgotamento sanitário e coleta de lixo. As taxas de 41
  • 43. variação desses indicadores apresentaram crescimento de 66% e 38% respectivamente. As taxas de variação para o IDU de infraestrutura para lixo, esgoto e saneamento também obtiveram crescimento e estão acima da média estadual com os índices de 0,8474, 0,7212 e 0,8117 respectivamente. No entanto, o município de Vitória apresenta índice máximo para os indicadores citados (IJSN, 2013), mostrando que melhorias podem ser feitas em Aracruz. O IDU também foi utilizado para analisar a infraestrutura habitacional para energia e equipamentos básicos de transporte. O IDU de infraestrutura habitacional para energia utilizou como indicador o consumo domiciliar multiplicado pelo percentual dos domicílios particulares que possuem energia elétrica, objetivando avaliar o conforto domiciliar (IJSN, 2000). O indicador apontou queda de 19% na taxa de variação entre os anos de 2000 e 2009 apresentando índice de 0,4747 para o último ano, número abaixo da média estadual e inferior ao apresentado por Vitória que obteve índice máximo (IJSN, 2013). O IDU para equipamentos básicos de transporte segundo o IJSN utiliza informações relacionadas à utilização viária, oferta de transporte coletivo e taxa de motorização. O indicador apresentou queda de 6% de 2000 á 2009 alcançando o índice de 0,1416, enquanto Vitória, segundo o IJSN (2013) apresenta índice de 0,4738. Os indicadores apontaram maior utilização dos serviços da rede geral de saneamento, água, esgoto e coleta de lixo, oferecendo maior acessibilidade á população. A qualidade dos indicadores citados manteve-se á um nível bom, apesar da queda da taxa de variação para água. Esse último pode indicar que com o crescimento da população a qualidade do serviço da distribuição da água está diminuindo. Além disso, a maior produção de lixo e consumo de água podem afetar a parte ambiental se não forem bem trabalhados. O IDU para infraestrutura da habitação para energia e transporte apresentou queda na taxa de variação, sinalizando que assim como no abastecimento da água, o aumento populacional e a maior demanda por serviços básicos pode estar sobrecarregando o município de Aracruz. Os dois indicadores apresentam índices abaixo da média, em especial os equipamentos básicos de transporte. 42
  • 44. Da mesma forma o IDU para infraestrutura da habitação para habitação pode estar sendo afetado pelo crescimento populacional. A queda de 42% do índice nos últimos 10 anos pode ser um reflexo do crescimento de Aracruz, manifestando através da construção de moradias com condições precárias. O índice aponta que o município de Vitória obteve queda semelhante à Aracruz na habitação, fortalecendo a tese de que o crescimento populacional pode ser um dos motivos da queda. Analisando a diminuição da qualidade da infraestrutura e de equipamentos básicos para habitação, é possível constatar que o crescimento de Aracruz já atinge o seu limite de sustentabilidade na habitação. O município já não é capaz de oferecer a mesma qualidade nos serviços para a população em comparação com anos anteriores. 5.2.5 RECURSOS NATURAIS Tabela 6- Análise dos indicadores de recursos naturais. INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE VARIAÇÃO UNIDADE DE MEDIDA Taxa de urbanização 2000 82,51 2010 87,31 6% Não se aplica Densidade demográfica 2000 45,40 2010 56,99 26% Habitantes por KM² Produtividade da colheita 2000 246,25 2008 761,71 209% Toneladas/hectares Área colhida (mil HÁ) 2000 8,5 2008 7,60 -11% Mil hectares Número de bovinos 2006 34206 2011 38288 12% Produção per capita A relação de recursos naturais com o crescimento da população e da taxa de urbanização é comentada por Buccheri e Nucci (apud VASCONCELOS; ZAMPARONI, 2011) onde eles avaliam que o crescimento dos espaços urbanizados provoca desequilíbrio no ambiente, comprometendo a integridade do solo, água, ar e organismos vivos. O autor citado abaixo associa o desenvolvimento tecnológico e a modernização das grandes cidades ao consumo predatório e aético que causa a degradação ambiental. O crescimento econômico associado ao crescimento demográfico produz os mais contraditórios efeitos sobre o meio urbano, dependendo da correlação entre o tamanho das cidades e os benefícios que ela potencialmente possa oferecer ao amplo espectro social nela residente. (FAVA apud MAMMARELA, 2011, p. 56) 43
  • 45. Para analisar o crescimento demográfico foram utilizados como indicadores a taxa de urbanização e a densidade demográfica. Entre os anos de 2000 e 2010 a taxa de urbanização subiu de 82,51 para 87,31 crescendo 6%, enquanto a densidade demográfica subiu de 45,40 para 56,99 crescendo 26%. Dentre os municípios do interior com PIB superior á média estadual, Anchieta chegou a 75,98 na taxa de urbanização, Presidente Kennedy 33,35 e Cachoeiro do Itapemirim 91,42 anotando 10%, 26% e 3% de crescimento na taxa de variação (IJSN, 2013). De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (2013) o município de Aracruz possuía 64.637 mil habitantes no ano de 2000, dos quais 84,25% viviam em áreas urbanas e 15,75% em áreas rurais. No ano de 2010 a população atingiu o número de 81.832 habitantes divididos em 87,31% na área urbana e 12,69% na área rural. È possível constatar que o crescimento da população é cada vez mais concentrado em áreas urbanas. Apesar da diminuição populacional nas áreas rurais, houve crescimento na produtividade da colheita. A relação tonelada por hectares subiu de 246,25 em 2000 para 761,71 em 2008 apresentando crescimento de 209% na taxa de variação. O aumento da produtividade pode ser verificado também através da diminuição da área colhida que caiu de 8,5 mil hectares em 2000 para 7,6 em 2008. O crescimento da produção e a diminuição da área para colheita implicam em eficiência nos métodos de produção, no entanto, é importante avaliar se os métodos utilizados são sustentáveis. A produção agrícola no Brasil é responsável por dois terços das emissões de gases de efeito estufa (BRASIL, apud CARVALHO et al., 2007). Segundo Duxbury (apud CARVALHO et al, 2007) a atividade agrícola contribui com aproximadamente 25%, 65% e 90% das emissões de CO2, CH4 e N2O respectivamente. Além disso, a produção pode atingir o ambiente da seguinte forma: A alteração no meio ambiente ocasionada pelo ser humano visando o econômico gera desigualdade na forma de produzir, pois a maneira é severa, e há a necessidade de pensar em produzir, mas que reduza as alterações ocasionadas ao ambiente, ou seja, pensar em trabalhar os recursos que o ambiente fornece [...] (MOURA apud MOURA; OLIVEIRA, 2013, p. 8) 44
  • 46. O número de bovinos subiu 12% entre os anos de 2006 e 2011, e assim como a produção da colheita, obteve crescimento na produção total. A criação de bovinos tem como fator preocupante para o meio ambiente a produção de metano, que segundo Lima (apud CARVALHO, 2007, p. 7) “[...] é produzido em condições anaeróbicas associadas com a fermentação entérica em ruminantes, lavouras de arroz e resíduos animais [...]’ É possível identificar que a produção dos alimentos analisados na tabela subiu consideravelmente. No entanto, mesmo com o aumento da produção de bovinos, a porcentagem de bovinos per capita diminuiu. Essa relação pode indicar que a produção de alimentos para sustentar a população tenha que aumentar, gerando mais emissões de gás metano, fertilizantes e outros produtos utilizados na produção agrícola. A taxa de urbanização de Aracruz já é maior que a média do Estado e do Brasil. Os impactos do aumento da taxa de urbanização e da densidade demográfica podem ser identificados na área de habitação, onde alguns indicadores apontaram queda na qualidade. No entanto, a saúde pública, inclusão social e desenvolvimento socioeconômico apresentaram bons resultados mostrando que a população municipal e urbana cresce sustentavelmente, mas já começa a mostrar sinais de declínio. È preciso ressaltar que o processo de urbanização pode trazer melhorias, como foi constatado no Brasil, onde o índice de esperança de vida, taxa de mortalidade infantil obtiveram melhoras devido ao aumento da infra-estrutura urbana básica disponibilizada (MARICATO apud FERREIRA, 2000). 5.2.6 EMISSÃO DE GASES E RESÍDUOS 45
  • 47. Tabela 7- Análise dos indicadores de emissão de gases e resíduos. INDICADOR ANO 0 VALOR ANO 1 VALOR TAXA DE VARIAÇÃO UNIDADE DE MEDIDA Emissão de resíduos perigosos (Fíbria) 2010 0,0091 2012 0,0028 -69% Toneladas per capita Consumo de água em M³ (Fíbria) 2010 1349,08 2012 1449,97 7% M³ per capita Emissão de gases de efeito estufa 2009 73 2012 84 16% Toneladas de CO2 per capita Total de veículos 2006 0,2036 2012 0,3806 87% Veículos per capita Número de Carros 2006 0,1212 2012 0,1884 55% Carros per capita Número de ônibus 2006 0,0042 2012 0,0064 52% Ônibus per capita Para avaliar a emissão de gases e resíduos no município de Aracruz serão utilizados dados referentes á Fíbria, que segundo o diagnóstico situacional das políticas públicas e sociais do município realizado pelo Ministério Público do Espírito Santo (2006), é a base da economia do município e uma das maiores produtoras mundiais de celulose. De acordo com dados disponibilizados pela Fíbria (2013), a empresa produziu 84 toneladas de gás carbônico per capita no ano de 2012, 16% a mais que em 2010, enquanto a emissão de resíduos perigosos caiu 69% e chegou a 0,0028 toneladas per capita. O consumo de água pelas operações da empresa subiu 7% entre 2010 e 2012 alcançando a marca de 1449,97 M³ per capita enquanto a quantidade de água per capita fornecida pela rede geral foi de aproximadamente 80 M³ em 2008. No tema emissões de gases e resíduos foram incluídos indicadores relacionados à área de transportes, que segundo uma pesquisa realizada em Portugal (INE, 2013), é a principal fonte consumidora de energia primária e emissora de gases poluentes no país. De acordo com a pesquisa, “O crescimento da taxa de motorização e do uso do automóvel privado têm sido acompanhados por uma fortíssima baixa na procura do transporte coletivo.” Através da análise do número de ônibus e carros per capita em Aracruz foi possível identificar semelhanças com o setor de transportes de Portugal. A taxa de crescimento do número de carros foi de 55%, enquanto o de ônibus foi de 52% entre os anos de 2006 e 2012. Apesar de a diferença percentual ser pequena, o número de carros em 2012 foi de 15908 e o de ônibus 544. Já o número total de veículos cresceu 87%, incluindo motos, caminhões, tratores, etc. 46
  • 48. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2012, o Brasil emitiu em 2011 1,8 toneladas de gás carbônico per capita, enquanto os EUA emitiram 16,9, mostrando que as emissões de gás carbônico per capita da Fíbria, diretas e indiretas, são aproximadamente 46,6 vezes maiores que a média brasileira. Além da emissão de gases de efeito estufa, a Fíbria utiliza 18 vezes mais água em comparação com toda a população de Aracruz. Além disso, a empresa emite resíduos perigosos que podem afetar o meio ambiente. Apesar do aumento na emissão de gás carbônico e do consumo de água pela Fíbria, a empresa tem investido em maneiras de diminuir a quantidade de emissões e de reaproveitar a água e resíduos. O reaproveitamento de resíduos subiu 14% entre 2010 e 2012 e o percentual de água reutilizada 1% no mesmo período, chegando a 265.042.771 M³ no ano de 2012. Para diminuir as emissões de gases de efeito estufa a Fíbria utiliza o Índice Carbono Eficiente (ICO2) e o Carbon Footprint. Além do gás carbônico emitido pela Fíbria, devem ser levadas em consideração as emissões referentes aos automóveis. O aumento do número de carros fez com que Aracruz superasse o município de Vitória no número de carros por habitantes. Apesar do aumento do número de carros, há disponibilidade de transporte público em maior número em Aracruz em comparação com Vitória (IBGE, 2013). Considerando as emissões de gás carbônico e o aumento do número de veículos, é possível concluir que a sustentabilidade do município de Aracruz está comprometida no que diz respeito a emissões de poluentes, pois a emissão per capita municipal esta muito acima da média do Brasil. No entanto, é necessário ressaltar que a empresa utilizada como base de calculo para a emissão de poluentes tem promovido ações para tornar a produção sustentável. 5.2.7 ANÁLISE CONJUNTA DOS INDICADORES Os indicadores mostraram que o crescimento populacional de Aracruz tem sido acompanhado pelo desenvolvimento econômico e social do município, enquanto a área ambiental tem enfraquecido. Foi observado que dos 45 indicadores 30 apresentaram melhoras (66,67%), enquanto 15 enfraqueceram (33,33%). Para apresentar esses resultados, foram criados dois gráficos 47
  • 49. utilizando a taxa de crescimento dos indicadores, onde eles foram divididos em indicadores positivos e indicadores negativos. Os indicadores positivos são os que trazem benefícios com o seu crescimento, enquanto os indicadores negativos são os que representam malefícios com o seu crescimento. Gráfico 1- Indicadores positivos. INDICADORES POSITIVOS -100% -50% 0% 50% 100% 150% 200% 250% INDICADORES TAXADECRESCIMENTO Gráfico 2- Indicadores negativos. INDICADORES NEGATIVOS -100% -50% 0% 50% 100% INDICADORES TAXADE CRESCIMENTO Dos 15 indicadores que apresentaram enfraquecimento, 5 estão na área de emissão de gases e resíduos e 4 estão na área de habitação, mostrando que esses dois setores são os que mais carecem de atenção. Analisando de forma geral, entre os anos 0 e 1 onde foram utilizados basicamente os anos de 2000 como ano 0 e 2010 como ano 1, o município de Aracruz apresentou melhoras em setores fundamentais, como, a saúde, educação, renda, emprego, igualdade social, produção agrícola e saneamento básico. Além disso, aproximadamente 67% dos indicadores de Aracruz 48
  • 50. apresentaram crescimento, além de estar entre os melhores do Estado em vários índices, como a taxa de mortalidade infantil, IFDM para educação, IFDM para saúde etc. Ambientalmente a diminuição das emissões proporcionaria melhoras nesse setor, com o uso do transporte público e com maior atenção por parte das indústrias locais. Foi averiguado através do portal de desempenho ambiental da Fíbria (2013), que os investimentos no controle da emissão de resíduos cresceram de 450.000 mil em 2010 para 11.200.000,00 milhões em 2012, proporcionando a queda de 69% na taxa de variação das emissões, enquanto os investimentos em emissões de gases de efeito estufa caíram de 9.745.700 milhões em 2010 para 5.725.045,00 em 2012, proporcionando aumento de 16% na taxa de variação das emissões. Esses números mostram que o investimento das empresas no controle da poluição está diretamente relacionado á quantidade de poluição liberada, e que com maiores investimentos no controle da poluição por parte das indústrias maiores seriam os benefícios para o meio ambiente. No entanto, é necessário que a prefeitura apresente soluções em relação ao transporte público e a fiscalização das emissões, para que a área ambiental alcance as áreas econômicas e sociais no crescimento. 6 CONCLUSÃO 49
  • 51. Respondendo aos objetivos específicos, foi verificado que a área de saúde acompanha o crescimento da população de Aracruz sustentavelmente. A Tabela 2 apontou que houve melhora em seis dos sete indicadores utilizados para a análise da saúde pública, com destaque para a taxa de mortalidade infantil, apresentando números consideravelmente inferiores a taxa estadual. Além disso, é importante incluir na análise da saúde as melhorias relacionadas á coleta de lixo e tratamento de esgoto, que são fatores importantes na prevenção de doenças, e apresentaram melhorias. Um dos fatores que pesaram negativamente na análise da saúde foi o aumento da taxa de mortalidade, indicando que pode estar havendo aumento no número de doenças e queda da qualidade do tratamento das mesmas. É importante incluir na análise a emissão de poluentes e a produtividade da colheita. O primeiro fator contribui para a diminuição da qualidade do ar, podendo provocar doenças respiratórias, enquanto o segundo pode estar ligado ao uso de agrotóxicos que contaminam alimentos e colaboram para a manifestação de doenças. Na análise da inclusão social está inserido a maioria dos indicadores relacionados á educação. Através deles foi possível identificar que Aracruz apresentou melhoras nessa área, principalmente na taxa de escolaridade e na taxa de analfabetismo. Os índices mostram que o município está entre os melhores do Estado nesse setor. A boa qualidade da área de educação pode estar sendo influenciada pela presença de empresas que demandam mão de obra qualificada, aumentando as oportunidades de trabalho e a renda. Os indicadores apontaram que o crescimento de Aracruz não está sendo acompanhado por alguns indicadores da qualidade da moradia, que foi analisada pela infraestrutura da habitação. Houve queda no desempenho dos indicadores, relacionados á transporte, água e habitação. No entanto, é necessário ressaltar que o acesso aos serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto e coleta de lixo apresentaram crescimento na acessibilidade. Além disso, o IDU para infraestrutura da habitação para água ainda apresenta índice considerado como acima da média. O abastecimento de água e esgoto está diretamente relacionado com a moradia e com a saúde, pois a qualidade destes serviços influi na infraestrutura 50
  • 52. habitacional e na prevenção de doenças. Como já citado no texto acima, Aracruz apresenta qualidade e acessibilidade para a população nos serviços de abastecimento de água e coleta de lixo, pois os índices apontaram maior utilização da rede geral e números satisfatórios para o IDU. Os indicadores de emissões de gases e resíduos apontaram que as emissões de gás carbônico do município de Aracruz estão acima da média brasileira. O crescimento do número de automóveis e da emissão de resíduos indica que a emissão de poluentes tem crescido em Aracruz, e podem estar relacionadas com as indústrias localizadas no município e com o crescimento populacional. O crescimento da produção de gado e da colheita em áreas menores pode indicar a utilização de produtos nocivos ao meio ambiente e emissão de metano proveniente do gado. A queda do Índice de Gíni mostra que a desigualdade vem diminuindo no município de Aracruz, que está dez pontos abaixo do índice brasileiro que é de 0,60. Além de maior igualdade na distribuição, a renda do município também mostrou crescimento. Fatores como a queda do número de ocorrências e o crescimento dos índices da educação que colaboram com a diminuição da desigualdade também apresentaram melhorias na pesquisa. Respondendo ao objetivo principal da pesquisa, a análise dos indicadores mostra que Aracruz cresce dentro dos seus limites na área social e econômica, apresentando bons resultados quando comparados com indicadores estaduais e nacionais. Já a área ambiental demonstrou estar enfraquecida, devido ao crescimento da emissão de poluentes. Além disso, 67% dos indicadores utilizados na pesquisa apresentaram crescimento enquanto 33% enfraqueceram. Foi observado na pesquisa que os indicadores podem estar ligados a diferentes áreas, integrando as áreas sociais, econômicas e ambientais. Se analisarmos a sustentabilidade do município de Aracruz integrando as áreas citadas anteriormente podemos concluir que o município apresentou melhoras na maioria dos indicadores, mostrando que tem se desenvolvido sustentavelmente dentro dos parâmetros apresentados. No entanto é necessário que haja mais iniciativas por parte da prefeitura na fiscalização das emissões de poluentes e na prestação de serviços básicos, principalmente 51
  • 53. relacionados à moradia, e das indústrias para controlar as emissões de poluentes na produção. A análise apresentada do município de Aracruz e de sua sustentabilidade com dados referentes em grande maioria aos anos de 2000 e 2010 oferece um panorama desse período. Para uma análise mais aprofundada e atualizada, seriam necessárias bases de dados que permitissem a comparação anual do município de Aracruz até o presente. As utilizações de dados referentes aos anos citados podem oferecer resultados desatualizados. Para futuras pesquisas podem ser utilizados mais indicadores, pois no modelo utilizado como base foram utilizados 63, enquanto na pesquisa atual 45. Um dos indicadores que é utilizado em índices de sustentabilidade e que não foi utilizado aqui é a Pegada Ecológica, que possibilita ao pesquisador identificar a quantidade de material natural utilizado para sustentar uma determinada população. Esse indicador daria maior embasamento á análise ambiental. 7 BIBLIOGRAFIA 52
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