SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
1009
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS):
adaptação transcultural e validação
para a língua portuguesa
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): CROSS-CULTURAL ADAPTATION AND
VALIDATION TO PORTUGUESE LANGUAGE
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): ADAPTACIÓN TRANSCULTURAL Y
VALIDACIÓN PARA EL PORTUGUÉS
RESUMO
O estudo teve como objetivos adaptar para
o português e avaliar as propriedades
psicométricas do Nursing Activities Score
(NAS), instrumento de medida de carga de
trabalho de enfermagem em UTI. Após o
processo de adaptação cultural, o NAS foi
aplicado em uma amostra de 200 pacien-
tes adultos internados em UTIs. A análise
da consistência interna pelo coeficiente
Alfa de Cronbach revelou que o NAS possui
23 medidas independentes que não com-
portam consolidação ou redução. A avalia-
ção da confiabilidade interobservadores
demonstrou alta concordância (99,8%) e
índice Kappa médio de 0,99. A validade con-
corrente foi demonstrada pela correlação
estatisticamente significativa entre o TISS-
28 e o NAS (r=0,67; p<0,0001), assim como
pela análise de regressão multivariada
(R2
=94,4%; p<0,0001). Na avaliação da va-
lidade convergente, a regressão multiva-
riada mostrou associação estatisticamen-
te significativa entre o NAS e o SAPS II,
quando ajustada pela idade (R2
=99,8%;
p<0,0001). Pelos resultados obtidos, o NAS
mostrou-se um instrumento confiável e vá-
lido para mensurar carga de trabalho de
enfermagem em UTIs brasileiras.
DESCRITORES
Unidades de Terapia Intensiva.
Carga de trabalho.
Enfermagem.
Estudos de validação.
1
Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP. Supervisora de Enfermagem das Áreas Críticas do
Hospital Beneficência Portuguesa, São Paulo, SP, Brasil. aldafq@ig.com.br /aldafq@usp.br 2
Enfermeira. Professor Titular do Departamento de Enfermagem
Médico Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. kgpadilh@usp.br
ARTIGOORIGINAL
Alda Ferreira Queijo1
, Kátia Grillo Padilha2
ABSTRACT
The study aimedto adapt to the Portuguese
language and to evaluate the psychometric
properties of the Nursing Activities Score
(NAS), an instrument for measuring the
nursing workload in ICUs. After the process
of cross-cultural adaptation, the NAS was
applied to a sample of 200 adult ICU
patients. The analysis of internal consis-
tency by Cronbach's alpha coefficient
revealed that the NAS has 23 independent
measures that do not allow for either
consolidation or reduction. Assessment of
inter-rater reliability showed high con-
cordance level (99.8%) and a Kappa index
average of 0.99. The concurrent validity was
demonstrated by statistically significant
correlation between the TISS-28 and NAS
(r=0.67, p<0.0001), and by multivariate
regression analysis (R2
=94.4%, p<0.0001).
The convergent validity was supported by
the statistically significant association
between the NAS and the SAPS II, when
adjusted for age (R2
=99.8%, p<0.0001).
These results indicate that the NAS is a valid
and reliable instrument to measure nursing
workload of Brazilian ICUs.
KEY WORDS
Intensive Care Units.
Workload.
Nursing.
Validation studies.
RESUMEN
El estudio tuvo como objetivos adaptar al
portugués y evaluar las propiedades psi-
cométricas de el Nursing Activities Score
(NAS), un instrumento para medir la carga
de trabajo de enfermería en UCI. Tras el
proceso de adaptación cultural, el NAS se
aplicó a una muestra de 200 pacientes adul-
tos ingresados en las UCIs. El análisis de
consistencia interna por el coeficiente alfa
de Cronbach reveló que el NAS cuenta con
23 medidas independientes que no per-
miten consolidación o reducción. La eva-
luación de la fiabilidad interobservador
mostró alta concordancia (99,8%) y el índi-
ce Kappa media de 0,99. La validez con-
currente se demostró por la correlación
estadísticamente significativa entre el TISS-
28 y NAS (r=0,67, p<0,0001), y por análisis
de regresión multivariante (R2
=94,4%,
p<0,0001). Al evaluar la validez convergen-
te, la regresión multivariante mostró
asociación estadísticamente significativa
entre el NAS y el SAPS II, cuando ajustada
por la edad (R2
=99,8%, p<0,0001). Los re-
sultados obtenidos indican que el NAS es
un instrumento válido y fiable para medir
la carga de trabajo de enfermería de UCIs
brasileñas.
DESCRIPTORES
Unidades de Cuidados Intensivos.
Carga de trabajo.
Enfermería.
Estudios de validación.
Recebido: 10/12/2008
Aprovado: 10/06/2009
Português / Inglês
www.scielo.br/reeusp
1010
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
...a avaliação da carga
de trabalho de
enfermagem é
tema de fundamental
interesse...
INTRODUÇÃO
No contexto atual, o emprego de indicadores que ava-
liem objetivamente a condição clínica do paciente, bem
como a necessidade de cuidados que requerem, tornou-se
instrumental indispensável quando se busca melhorar a re-
lação custo-benefício na assistência à saúde. No caso parti-
cular da enfermagem, indicadores de demandas de cuida-
dos são cada vez mais necessários como requisitos para
assegurarqualidadedaassistênciaesubsidiaraquantificação
de pessoal nas diferentes unidades hospitalares, o que
também se aplica à Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Assim, a avaliação da carga de trabalho de enfermagem
é tema de fundamental interesse, visto que uma equipe
superdimensionada implica em alto custo. Por outro lado,
sabe-se que uma equipe reduzida tende a determinar a
queda da eficácia/qualidade da assistência, prolongando a
internação e gerando um maior custo no tratamento dos
pacientes(1)
.
Na literatura nacional e internacional, a existência de
instrumentos voltados à medida de carga de trabalho de
enfermagem não é recente, porém, vários deles(2-5)
foram
desenvolvidos dentro de uma perspectiva
abrangente, que incluía a UTI, sem voltar-se
especificamente a ela. Dessa forma, a neces-
sidade de caracterizar a demanda de traba-
lho de enfermagem nessas Unidades impul-
sionou, ao longo do tempo, o desenvolvimen-
to de instrumentos de medida voltados para
esse fim(6)
. Dentre eles, o Therapeutic Inter-
vention Scoring System (TISS) é encontrado
na literatura internacional como um dos pio-
neiros para medir a carga de trabalho da equipe de enfer-
magem na UTI.
O TISS foi originalmente idealizado por Cullen e colabo-
radores, do Massachussets General Hospital, de Boston, em
1974, com o duplo objetivo de mensurar a gravidade dos
pacientes e calcular a correspondente carga de trabalho de
enfermagem em UTI(7)
. Em sua primeira versão, era com-
posto por um total de 57 intervenções terapêuticas deter-
minadas por um grupo de especialistas que, além disso,
atribuíam pontuações de um a quatro, de acordo com o
tempo e esforço necessários para o desempenho das ativi-
dades de enfermagem.
Em 1983, o índice foi revisto e atualizado para 76 itens
de intervenções terapêuticas, que quantificavam a comple-
xidade, grau de invasividade e tempo dispensado pela en-
fermagem e pelo médico para realizar determinado proce-
dimento. Nesta versão, os pacientes continuaram sendo
classificados em quatro grupos (I a IV), conforme a maior
ou menor necessidade de vigilância e cuidados intensivos(8)
.
Decorridos 16 anos da existência do TISS-76 e de sua
utilização mundialmente reconhecida, Miranda e colabo-
radores, do University Hospital of Groningen, Holanda, re-
conhecendo a necessidade de atualizar e tornar mais prá-
tico o uso do TISS-76, realizaram ampla modificação, utili-
zando análises estatísticas para a determinação das cate-
gorias de intervenções terapêuticas, itens e sub-itens com-
ponentes e respectivos pesos. Essa nova versão, conhecida
como TISS-28(9)
, passou a ter, portanto, 28 itens distribuí-
dos em sete categorias: atividades básicas, suportes
ventilatório, cardiovascular, renal, neurológico, metabóli-
co e intervenções específicas. O escore total, com variação
de 1 a 78 pontos, permite a determinação da carga de tra-
balho de enfermagem, uma vez que 1 ponto TISS-28 equi-
vale a 10,6 minutos do tempo de trabalho de um enfer-
meiro em um turno de trabalho em UTI.
O TISS-28 passou a ser amplamente utilizado interna-
cionalmente, trazendo importantes subsídios para o
dimensionamento de pessoal e alocação de recursos hu-
manos de enfermagem nas UTIs, entre outras atividades
assistenciais e administrativas. No entanto, na sua aplica-
ção prática, várias críticas foram feitas pelos enfermeiros,
uma vez que o instrumento não contemplava o conjunto
das atividades desenvolvidas pela enfermagem, não só
aquelas de caráter assistencial ao doente, como também
as de suporte à família e as administrativas.
Visando ajustar o índice de modo a avali-
ar mais fielmente a carga de trabalho na UTI,
o TISS-28 sofreu uma nova modificação, re-
sultando no Nursing Activities Score (NAS)(10)
.
Para o desenvolvimento do NAS, a primei-
ra etapa incluiu a descrição do conjunto de
atividades de enfermagem relacionadas às
condições clínicas dos pacientes internados
na UTI, sendo realizada por 25 profissionais
(15 médicos e 10 enfermeiros), de 15 países. Na segunda
etapa, um painel de especialistas composto por oito pro-
fissionais preparou a seleção e descrição da lista dos itens,
onde cinco atividades específicas de enfermagem foram
identificadas: monitorização e controles, procedimentos de
higiene, mobilização e posicionamento, suporte e cuida-
dos aos familiares e pacientes e atividades administrativas
e gerenciais. Assim, a lista das atividades de enfermagem,
combinada com os itens do TISS-28 resultou, com alguns
agrupamentos, em 30 itens.
Após esses procedimentos, a validação do instrumento
foi realizada em uma amostra de 99 UTI, de 15 países. Du-
rante uma semana, dois tipos de dados foram coletados:
registro diário dos 30 itens do instrumento em uma amos-
tra de 2.041 pacientes admitidos na UTI, tendo por base as
informações das 24 horas e registro das atividades realiza-
das individualmente pelos componentes da equipe de en-
fermagem assistencial, em 30 momentos específicos do
dia , que resultaram em 127.951 registros, de acordo com
a técnica MultiMoment Recordings (MMR) ou Múltiplos
Momentos de Observação (MMO). Após essa coleta, os
pesos e a redução dos itens foram calculados estatistica-
mente por meio do cruzamento dos dados obtidos nas duas
formas de registro mencionadas.
1011
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
INSTRUMENTO
(NAS)
Tradução Inicial
Instrumento (Português)
(Back Translation)
Instrumento na versão em inglês
Revisão por Comitê de Juízes
Versão traduzida (Português)
Pré-Teste
3 tradutores
independentes
Compatibilização
das 3 versões pela
pesquisadora
Compatibilização
das 3 versões pela
pesquisadora
3
Back-translators
Verificação
desta versão
pelo autor do
instrumento
original
Equivalência
Semântica/
Idiomática/
Cultural
Figura 1 - Tradução e Adaptação do Nursing Activities Score (NAS) para o português - São Paulo - 2002
Como resultado final, o NAS divide-se em sete grandes
categorias e apresenta um total de 23 itens, cujos pesos
variam de um mínimo de 1,2 a um máximo de 32,0. A prin-
cipal mudança em relação ao TISS-28 ocorreu na categoria
atividades básicas, que foi sub-categorizada em:
monitorização e controles, procedimentos de higiene,
mobilização e posicionamento, suporte e cuidados aos fa-
miliares e pacientes e tarefas administrativas e gerenciais.
Com a nova estrutura, o NAS contempla 80.8% das ativida-
des de enfermagem, superando a abrangência de 43.3%
do TISS-28, descrevendo, aproximadamente, duas vezes
mais o tempo gasto pela enfermagem no cuidado ao paci-
ente crítico, quando comparado com o TISS-28. O escore
total obtido representa a porcentagem de tempo gasto por
enfermeiro, por turno, na assistência direta ao paciente,
podendo alcançar um máximo de 176,8%(10)
.
Considerando-se,pois,osatributosdoinstrumentoesua
capacidade para medir a carga de trabalho de enfermagem
na UTI, a aplicação na realidade brasileira encontrou, como
limitação, o fato de ter sido desenvolvido originalmente
na língua inglesa. Portanto, tendo em vista o interesse
em disponibilizá-lo para uso no contexto nacional, optou-se
pelarealizaçãodesteestudoquetevecomoobjetivorealizar
a adaptação transcultural do NAS para a língua portuguesa.
PROCEDIMENTOS PARAA
ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL
A adaptação transcultural obedeceu, em linhas gerais,
a preconizada por Guillemin, Bombardier e Beaton(11)
, que
compreende as seguintes etapas: tradução, tradução de
volta a língua de origem (back-translation), avaliação das
versões original e back translated, pré-teste (Figura 1) e ava-
liação das propriedades psicométricas.
1012
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
As conclusões obtidas
no estudo,
demonstraram índices
satisfatórios de
confiabilidade, de
validade de critério e
de constructo.
Após cumpridas as etapas mencionadas , o instrumen-
to final, em português denominado Escore de Atividades
de Enfermagem (EAE) foi testado para avaliar suas propri-
edades de medida. Cabe ressaltar que se optou por man-
ter a abreviatura NAS do título em inglês, com vistas a faci-
litar a comunicação com autores estrangeiros.
Para avaliar a confiabilidade do instrumento, conside-
rou-se a estabilidade, medida pela concordância entre ava-
liadores, e a consistência interna, medida pelo coeficiente
Alfa de Cronbach. A aplicação do NAS adaptado para a lín-
gua portuguesa, por dois avaliadores independentes, reali-
zada simultaneamente, em uma amostra de 100 pacientes
internados em UTI, após análise estatística, mostrou uma
concordância média de 99,8% e Kappa médio de 0,99. Os
resultados demonstraram uma correlação quase perfeita,
muito próxima de 1. Do total de 23 itens componentes do
NAS, à exceção dos itens 6 e 12, que apresentaram, respec-
tivamente, 97,5% e 99,5% de concordância, todos os de-
mais apresentaram uma concordância de 100,0%.
Assim, tendo como resultado os altos valores de con-
cordância encontrados (99,8%) e um Kappa quase perfeito
(0,99), concluiu-se que o NAS é um instrumento de medida
estável para avaliar a carga de trabalho de
enfermagem na UTI(12)
.
A confiabilidade do NAS foi também esti-
mada pela análise da consistência interna dos
itens e categorias que o compõem, utilizan-
do-se o coeficiente alfa de Cronbach(13-15)
. O
resultado final encontrado para o total dos
23 itens foi de 0,36, considerado baixo(16)
, o
que também ocorreu com alguns itens indi-
vidualmente. Tais resultados permitiram in-
ferir que os itens parecem representar fenô-
menos que não podem ser reduzidos a medidas mais sin-
téticas, frente à importância de cada um quando se pre-
tende medir carga de trabalho de enfermagem em UTI. Por
essa razão, apesar de baixos valores do alfa de Cronbach,
nenhum item foi excluído do instrumento.
Foram analisados dois tipos de validade: de critério con-
corrente e convergente.
A validade concorrente foi observada pela correlação
positiva e estatisticamente significante (r=0,67; p<0,001)
entre o NAS e o TISS-28. Também o modelo da análise de
regressão mostrou associação estatisticamente significati-
va entre os dois instrumentos (R2
= 94,4%; p-value<0,001).
A validade convergente foi constatada pela associação
estatisticamente significativa (R2
= 99,8%; p-value<0,001)
entre NAS e SAPS II, quando ao modelo da análise de re-
gressão se adicionou a variável idade.
As conclusões obtidas no estudo, demonstraram índi-
ces satisfatórios de confiabilidade, de validade de critério e
de constructo, permitindo, dessa forma, sugerir a sua utili-
zação, como um indicador confiável e válido para mensurar
carga de trabalho de enfermagem em UTI, em nosso meio.
A versão final do NAS na língua portuguesa encontra-
se apresentada no Apêndice.
ESTUDOS REALIZADOS
UTILIZANDO O NAS
Passados cinco anos da publicação do NAS, observa-se
que a sua utilização como instrumento de medida da carga
de trabalho de enfermagem em UTI é ainda recente na lite-
ratura nacional e internacional. No Brasil, no entanto, em-
bora as publicações ainda sejam escassas, o desenvolvimen-
to de estudos com a sua aplicação tem aumentado expres-
sivamente, sendo crescente o interesse dos enfermeiros em
incorporá-lo nas UTIs. Os resultados das investigações, con-
forme apresentação a seguir, têm mostrado carga de tra-
balho de enfermagem variável segundo as amostras estu-
dadas. Tais evidências são relevantes quando se pretende
alocar recursos humanos de enfermagem adequando-as às
demandas de cuidados dos pacientes.
Estudo que analisou a carga de trabalho de enferma-
gem em uma UTI geral de um hospital universitário de mé-
dio porte, cuja maioria dos pacientes foi procedente do
Pronto Socorro, tinha idade acima de 60 anos
e permaneceu, em média, 3,5 dias na UTI,
apresentou média NAS de 66,5%, mínima de
47,6% e máxima de 82,4%. Os autores obser-
varam que a carga de trabalho de enferma-
gem permaneceu acima de 50,0% no decor-
rer de toda internação na Unidade(17)
.
Investigação realizada com uma amostra
de 500 pacientes internados em UTIs gerais
de dois hospitais governamentais e dois não
governamentais do município de São Paulo,
concluiu que a média NAS na admissão dos pacientes foi
de 62,13%. Nessa amostra, houve predomínio de pacien-
tes idosos, procedentes do Pronto Socorro e com perma-
nência na UTI de 7,64 dias, em média. A gravidade dos pa-
cientes avaliada pelo SAPS II, na admissão foi de 37,41 pon-
tos e a mortalidade de 20,60%(18)
.
Com o objetivo de analisar a carga de trabalho de en-
fermagem em uma UTI geral de um hospital brasileiro, pri-
vado, de nível terciário, estudo longitudinal realizado du-
rante 14 dias com uma amostra de 33 pacientes, encon-
trou média NAS de 65,5%, com variação entre 22,30% e
127,90%(19)
.
Já um estudo metodológico desenvolvido em uma UTI
geral pertencente a um hospital privado do município de
São Paulo, com uma amostra constituída por 104 pacien-
tes, constatou média NAS de 52,7%, mínima de 32,2% e
máxima de 75,2%, em amostra de pacientes predominan-
temente idosos, com pontuação média SAPS II de 31,8 pon-
tos e mortalidade de 14,3%(20)
.
Outro estudo realizado em UTI geral de um hospital
público, universitário, associando estilos de liderança e car-
1013
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
ga de trabalho de enfermagem utilizando o NAS, mostrou
que a média do escore NAS foi de 80,09%, com variação
entre 62,40% e 101,80%(21)
.
Referente à carga de trabalho de enfermagem em UTI
especializada, um único estudo encontrado na literatura
brasileira foi realizado com a aplicação do NAS em uma UTI
de cirurgia cardíaca, com 65 leitos, localizada em hospital
público de ensino, também especializado em cardiologia.
No estudo, que incluiu uma amostra de 100 pacientes, a
média NAS encontrada foi de 96,79%, no primeiro dia de
pós-operatório(22)
.
Na literatura internacional, apenas dois trabalhos fo-
ram encontrados com a utilização do NAS, ambos desen-
volvidos por um mesmo grupo espanhol(23-24)
. Um deles(23)
,
teve por objetivo verificar a carga de trabalho em uma UTI
Geral. A análise de uma amostra de 350 pacientes, em um
total de 1800 registros do NAS coletados diariamente, du-
rante três meses, no ano de 2004, apresentou NAS médio
de 40,8 ± 14,1, no primeiro dia de internação na UTI, indi-
cando a relação de um enfermeiro para o cuidado de 2,5
pacientes nessa Unidade.
Com relação à influência dos dados demográficos e clí-
nicos de pacientes na demanda de trabalho de enferma-
gem em UTI com o uso do NAS, também poucos estudos
que fizessem esse tipo de análise foram encontrados. No
entanto, duas investigações realizadas em UTI geral de adul-
tos de um hospital universitário, no Brasil, mostraram não
haver diferença estatisticamente significante entre a idade
e a carga de trabalho de enfermagem(17,25)
.
Pesquisa brasileira realizada em UTI geral de um hospi-
tal público, evidenciou boa correlação do NAS com o
APACHE II em uma amostra de 148 pacientes. Nessa inves-
tigação, os autores verificaram que a mortalidade foi mai-
or nos pacientes com valores de NAS mais elevados(26)
.
Como síntese desses estudos, é possível dizer que, em-
bora haja um longo caminho de investigação a ser percor-
rido com o uso do NAS, fato é que a sua adaptação para a
cultura brasileira foi de grande importância para a enfer-
magem intensiva no Brasil. Além disso, o maior conheci-
mento sobre o instrumento, decorrente das pesquisas rea-
lizadas e do uso cada vez mais disseminado, tem colocado
os enfermeiros brasileiros como referência também para
os profissionais de outros países, cujos pedidos de asses-
soria sobre a utilização do instrumento têm sido cada vez
maiores. Essa interlocução não só é desejável como neces-
sária, principalmente quando se consideram as demandas
da enfermagem mundial para a solução de problemas que
aliem qualidade da assistência, custos da assistência inten-
siva e bem-estar dos profissionais.
REFERÊNCIAS
1. Gaidzinski RR. O dimensionamento do pessoal de enfer-
magem segundo a percepção de enfermeiros que viven-
ciam essa prática [tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem,
Universidade de São Paulo; 1994.
2. Perroca MG, Gaidzinski RR. Sistema de Classificação de Paci-
entes: construção e validação de um instrumento. Rev Esc
Enferm USP. 1998;32(2):153-68.
3. Fugulin MFT, Silva SH, Shimizo HE, Campos FPF. Implantação
do Sistema de Classificação de Pacientes na Unidade de Clínica
Médica do Hospital Universitário de São Paulo. Rev Med HU-
USP. 1994;4(1/2):63-8.
4. Intensive Care National Audit and Research Centre (ICNARC).
System of Patient Related Activities (SOPRA). London; 1999.
5. Commission d`Évaluation de la Sociéte de Réimation de Langue
Française. Utilisation de lindice de gravité simpliflié et
du systéme OMEGA. Réan Soins Intens Méd Urg. 1986;(2):
219-21.
6. Nunes B. Tradução para o português e validação de um instru-
mento de medida de gravidade na UTI: TISS-28 Therapeuthic
Intervention Scoring System [dissertação]. São Paulo: Escola
de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2000.
7. Cullen DJ, Civetta JM, Briggs BA, Ferrara LC. Therapeutic
intervention scoring system: a method for quantitative
comparison of patient care. Crit Care Med. 1974;2(2):57-60.
8. Keene AR, Cullen DJ. Therapeutic intervention scoring system:
update 1983. Crit Care Med.1983;11(1):1-3.
9. Miranda DR, Rijk A, Schaufeli W. Simplified Therapeutic
Intervencion Scoring System: theTISS-28 itens-results from a
multicenter study. Crit Care Med. 1996;24(1):64-73.
10. Miranda DR, Nap R, Rijk A, Schaufeli W, Iapichino G. Nur-
sing Activities Score (NAS). Crit Care Med. 2003;31(2):
374-82.
11. Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adapta-
tionofhealth-relatedqualityoflifemeasures:literaturereview
and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. 1993; 46(12):
1417-32.
12. Queijo AF. Tradução para o português e validação de um ins-
trumento de medida de carga de trabalho de enfermagem
em Unidade de Terapia Intensiva: Nursing Activities Score
(NAS) [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Uni-
versidade de São Paulo; 2002.
1014
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
13. Pereira JCR. Análise de dados qualitativos: estratégias
metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais.
São Paulo: EDUSP; 1999.
14. Nunnaly JC, Bernstein IH. Psychometric theory. New York:
McGraw-Hill; 1994.
15. Pasquali L. Psicometria: teoria e aplicações. Brasília: Univer-
sidade de Brasília; 1997.
16. McHarney CA. The Mos 36-item Short-Form Health Survey
(SF-III). Tests of quality, Scaling assumptions, and reliability
across diverse patient groups. Med Care. 1994;32(1):40-66.
17. Gonçalves LA, Garcia PC, Toffoleto MC, Telles SCR, Padilha KG.
Necessidades de cuidados de enfermagem em Unidade de
Terapia Intensiva: Evolução diária dos pacientes segundo o
Nursing Activities Score. Rev Bras Enferm. 2006;59(1):56-60.
18. Silva MCM. Fatores relacionados com a alta, óbito e
readmissão em Unidade de Terapia Intensiva [tese]. São Pau-
lo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2007.
19. Conishi RMY. Avaliação do NAS - Nursing Activities Score -
como instrumento de medida da carga de trabalho de en-
fermagem em UTI geral adulto. Rev Esc Enferm USP.
2007;41(1):346-54.
20. Ducci AJ. Nursing Activities Score (NAS): estudo comparativo
dos resultados da aplicação retrospectiva e prospectiva
em Unidade de Terapia Intensiva [dissertação]. São Paulo:
Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2007.
21. Basanelli AP. Estilos de liderança em Unidade de Terapia
Intensiva e sua relação com a carga de trabalho de enferma-
gem [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de
São Paulo; 2006.
22. Dias MCCB. Aplicação do Nursing Activities Score - NAS -
como instrumento de medida de carga de trabalho de
enfermagem em UTI Cirúrgica Cardiológica [dissertação].
São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São
Paulo; 2006.
23. Adell AB, Campos RA, Bou MY, Bellmunt JQ, Garcia CG,
Canuto MS, et al. Care workload in critical patients:
comparative study NEMS versus NAS. Enferm Intensiva.
2006;17(2):67-77.
24. Adell AB, Campos RA, Cubedo RM, Quintana BJ, Sanahuja RE,
Sanchís MJ, et al. Nursing Activiy Score (NAS). Nuestra
experiencia con un sistema de cómputo de cargas en
enfermería basado en tiempos. Enferm Intensiva.
2005;16(4):164-73.
25. Ciampone JT, Gonçalves LA, Maia FOM, Padilha KG. Neces-
sidades de cuidados de enfermagem e intervenções tera-
pêuticas em Unidade de Terapia Intensiva: estudo compa-
rativo entre pacientes idosos e não idosos. Acta Paul Enferm.
2006;19(1):28-35.
26. Nogueira LS, Santos MR, Mataloun SE, Moock M. Nursing
Activities Score: comparação com o índice APACHE II e a
mortalidade em pacientes admitidos em Unidade de Terapia
Intensiva. Rev Bras Terapia Intensiva. 2007; 19(3):327-30.
1015
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
APÊNDICE
Escore de Atividades de Enfermagem
continua...
ATIVIDADES BÁSICAS Pontuação
1. MONITORIZAÇÃO E CONTROLES
1a. Sinais vitais horários, cálculo e registro do balanço hídrico. 4,5
1b. Presença à beira do leito e observação ou atividade contínua por 2 horas ou mais em algum plantão 12,1
por razões de segurança, gravidade ou terapia, tais como: ventilação mecânica não invasiva, desmame,
agitação, confusão mental, posição prona, procedimentos de doação de órgãos, preparo e administração
de fluidos ou medicação, auxílio em procedimentos específicos.
1c. Presença à beira do leito e observação ou atividade contínua por 4 horas ou mais em algum plantão 19,6
por razões de segurança, gravidade ou terapia, tais como os exemplos acima.
2. INVESTIGAÇÕES LABORATORIAIS: bioquímicas e mircrobiológicas. 4,3
3. MEDICAÇÃO, exceto drogas vasoativas. 5,6
4. PROCEDIMENTOS DE HIGIENE
4a. Realização de procedimentos de higiene tais como: curativo de feridas e cateteres intravasculares, 4,1
troca de roupa de cama, higiene corporal do paciente em situações especiais (incontinência, vômito,’
queimaduras, feridas com secreção, curativos cirúrgicos complexos com irrigação), procedimentos
especiais (ex. isolamento), etc.
4b. Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 2 horas, em algum plantão. 16,5
4c. Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 4 horas em algum plantão. 20,0
5. CUIDADO COM DRENOS - Todos (exceto sonda gástrica) 1,8
6. MOBILIZAÇÃO E POSICIONAMENTO incluindo procedimentos tais como: mudança de decúbito,
mobilização do paciente; transferência da cama para a cadeira; mobilização do paciente em equipe
(ex. paciente imóvel, tração, posição prona).
6a. Realização do(s) procedimento(s) até 3 vezes em 24 horas. 5,5
6b. Realização do(s) procedimento(s) mais do que 3 vezes em 24 horas ou com 2 enfermeiros 12,4
em qualquer freqüência.
6c. Realização do(s) procedimento(s) com 3 ou mais enfermeiros em qualquer freqüência. 17,0
7. SUPORTE E CUIDADOS AOS FAMILIARES E PACIENTES incluindo procedimentos tais como telefonemas,
entrevistas, aconselhamento. Freqüentemente, o suporte e cuidado, sejam aos familiares ou aos pacientes permitem a
equipe continuar com outras atividades de enfermagem (ex: a comunicação com o paciente durante procedimentos de
higiene, comunicação com os familiares enquanto presente à beira do leito observando o paciente).
7a. Suporte e cuidado aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por cerca de 4,0
uma hora em algum plantão, tais como: explicar condições clínicas, lidar com a dor e angústia,
lidar com circunstâncias familiares difíceis.
7b. Suporte e cuidado aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por 3 horas 32,0
ou mais em algum plantão, tais como: morte, circunstâncias trabalhosas (ex. grande número de
familiares, problemas de linguagem, familiares hostis).
8. TAREFAS ADMINISTRATIVAS E GERENCIAIS
8a. Realização de tarefas de rotina tais como: processamento de dados clínicos, solicitação de 4,2
exames, troca de informações profissionais (ex.passagem de plantão, visitas clínicas).
8b. Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por 23,2
cerca de 2 horas em algum plantão, tais como: atividades de pesquisa, aplicação de protocolos,
procedimentos de admissão e alta.
8c. Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por 30,0
cerca de 4 horas ou mais de tempo em algum plantão, tais como: morte e procedimentos de
doação de órgãos, coordenação com outras disciplinas.
1016
Rev Esc Enferm USP
2009; 43(Esp):1018-25
www.ee.usp.br/reeusp/
NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação
transcultural e validação para a lingua portuguesa
Queijo AF, Padilha KG
Os sub-itens dos itens 1, 4, 6, 7 e 8 são mutuamente exclusivos.
continuação...
Correspondência: Katia Grillo Padilha
Rua Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 - Cerqueira César
CEP 05403-000 - São Paulo, SP, Brasil
ATIVIDADES BÁSICAS Pontuação
9. Suporte respiratório: Qualquer forma de ventilação mecânica/ventilação assistida com ou sem pressão expiratória 1,4
final positiva, com ou sem relaxantes musculares; respiração espontânea com ou sem pressão expiratória final
positiva (ex. CPAP ou BiPAP), com ou sem tubo endotraqueal; oxigênio suplementar por qualquer método.
10. Cuidado com vias aéreas artificiais. Tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia. 1,8
11. Tratamento para melhora da função pulmonar. Fisioterapia torácica, espirometria estimulada, terapia inalatória, 4,4
aspiração endotraqueal.
SUPORTE VENTILATÓRIO
12. Medicação vasoativa independente do tipo e dose. 1,2
13. Reposição intravenosa de grandes perdas de fluídos. Administração de fluídos >31/m /dia, independente do tipo 2,5
de fluído administrado.
14. Monitorização do átrio esquerdo. Cateter da artéria pulmonar com ou sem medida de débito cardíaco. 1,7
15. Reanimação cardiorrespiratória nas últimas 24 horas (excluído soco precordial). 7,1
2
SUPORTE CARDIOVASCULAR
16. Técnicas de hemofiltração. Técnicas dialíticas. 7,7
17. Medida quantitativa do débito urinário (ex. Sonda vesical de demora). 7,0
SUPORTE RENAL
18. Medida da pressão intracraniana 1,6
SUPORTE NEUROLÓGICO
SUPORTE METABÓLICO
19. Tratamento da acidose/alcalose metabólica complicada. 1,3
20. Hiperalimentação intravenosa. 2,8
21. Alimentação enteral. Através de tubo gástrico ou outra via gastrintestinal (ex: jejunostomia). 1,3
INTERVENÇÕES ESPECÍFICAS
22. Intervenções específicas na unidade de terapia intensiva. Intubação endotraqueal, inserção de marca-passo, 2,8
cardioversão, endoscopia, cirurgia de emergência no último período de 24 horas, lavagem gástrica. Intervenções
de rotina sem conseqüências diretas para as condições clínicas do paciente, tais como: Raio X, ecografia,
eletrocardiograma, curativos ou inserção de cateteres venosos ou arteriais não estão incluídos.
23. Intervenções específicas fora da unidade de terapia intensiva. Procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos. 1,9

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Profile Of Company 2012
Profile Of Company 2012Profile Of Company 2012
Profile Of Company 2012
luke_chu
 
Social mediaformarketeers kintinblog
Social mediaformarketeers kintinblogSocial mediaformarketeers kintinblog
Social mediaformarketeers kintinblog
Minh Thắng Hoàng
 
"Algo-Proof Content Strategy"
"Algo-Proof Content Strategy""Algo-Proof Content Strategy"
"Algo-Proof Content Strategy"
mruud
 
Osc2012.dbに行ってきました
Osc2012.dbに行ってきましたOsc2012.dbに行ってきました
Osc2012.dbに行ってきました
Masaru Kobashigawa
 
ISUS Presentation v1403 en
ISUS Presentation v1403 enISUS Presentation v1403 en
ISUS Presentation v1403 en
michaelhandforth
 

Destaque (20)

Aula 08 (4)
Aula 08 (4)Aula 08 (4)
Aula 08 (4)
 
Ferramentas de gestao
Ferramentas de gestaoFerramentas de gestao
Ferramentas de gestao
 
150430 教育学特殊XIV 第3講
150430 教育学特殊XIV 第3講150430 教育学特殊XIV 第3講
150430 教育学特殊XIV 第3講
 
20121222 scalaビギナーズ
20121222 scalaビギナーズ20121222 scalaビギナーズ
20121222 scalaビギナーズ
 
Anti virus
Anti virusAnti virus
Anti virus
 
Dreamworks
Dreamworks Dreamworks
Dreamworks
 
Profile Of Company 2012
Profile Of Company 2012Profile Of Company 2012
Profile Of Company 2012
 
Gesture recognition1
Gesture recognition1Gesture recognition1
Gesture recognition1
 
Social mediaformarketeers kintinblog
Social mediaformarketeers kintinblogSocial mediaformarketeers kintinblog
Social mediaformarketeers kintinblog
 
Mike baker imagenes
Mike baker imagenesMike baker imagenes
Mike baker imagenes
 
For chiropractic to progress it no longer needs Philosophy?
For chiropractic to progress it no longer needs Philosophy?For chiropractic to progress it no longer needs Philosophy?
For chiropractic to progress it no longer needs Philosophy?
 
150430 教育学特殊14 レクチャーパケットの表紙
150430 教育学特殊14 レクチャーパケットの表紙150430 教育学特殊14 レクチャーパケットの表紙
150430 教育学特殊14 レクチャーパケットの表紙
 
"Algo-Proof Content Strategy"
"Algo-Proof Content Strategy""Algo-Proof Content Strategy"
"Algo-Proof Content Strategy"
 
Osc2012.dbに行ってきました
Osc2012.dbに行ってきましたOsc2012.dbに行ってきました
Osc2012.dbに行ってきました
 
Doc agent relyco paperless tax webinar 3 6-13
Doc agent relyco paperless tax webinar 3 6-13Doc agent relyco paperless tax webinar 3 6-13
Doc agent relyco paperless tax webinar 3 6-13
 
150929 教育評価論(三田)第1講
150929 教育評価論(三田)第1講150929 教育評価論(三田)第1講
150929 教育評価論(三田)第1講
 
618388 form6
618388 form6618388 form6
618388 form6
 
แต่งตัวตุ๊กตา
แต่งตัวตุ๊กตาแต่งตัวตุ๊กตา
แต่งตัวตุ๊กตา
 
150715 教育学特殊XIV(学級規模)第13講 [完]
150715 教育学特殊XIV(学級規模)第13講 [完]150715 教育学特殊XIV(学級規模)第13講 [完]
150715 教育学特殊XIV(学級規模)第13講 [完]
 
ISUS Presentation v1403 en
ISUS Presentation v1403 enISUS Presentation v1403 en
ISUS Presentation v1403 en
 

Semelhante a A04v43ns

Anais - VII Enenge
Anais - VII EnengeAnais - VII Enenge
Anais - VII Enenge
Sobragen
 
Anais - VI Enenge
Anais - VI EnengeAnais - VI Enenge
Anais - VI Enenge
Sobragen
 
V10s1a12 artigo alojamento conjunto rn
V10s1a12 artigo alojamento conjunto rnV10s1a12 artigo alojamento conjunto rn
V10s1a12 artigo alojamento conjunto rn
Suelem Matos
 
Articulo 2
Articulo 2Articulo 2
Articulo 2
rcm1990
 
A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...
A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...
A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...
Eli Paula
 

Semelhante a A04v43ns (20)

186dftgbgbthtbtbtbgbgbbgtybtht27 (1).PPT
186dftgbgbthtbtbtbgbgbbgtybtht27 (1).PPT186dftgbgbthtbtbtbgbgbbgtybtht27 (1).PPT
186dftgbgbthtbtbtbgbgbbgtybtht27 (1).PPT
 
Anais - VII Enenge
Anais - VII EnengeAnais - VII Enenge
Anais - VII Enenge
 
Anais - VI Enenge
Anais - VI EnengeAnais - VI Enenge
Anais - VI Enenge
 
V10s1a12 artigo alojamento conjunto rn
V10s1a12 artigo alojamento conjunto rnV10s1a12 artigo alojamento conjunto rn
V10s1a12 artigo alojamento conjunto rn
 
Articulo 2
Articulo 2Articulo 2
Articulo 2
 
A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...
A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...
A prática clínica do enfermeiro na atenção básica um processo em construção u...
 
Unidade de Internação Pediátrica - Projeto.pptx
Unidade de Internação Pediátrica - Projeto.pptxUnidade de Internação Pediátrica - Projeto.pptx
Unidade de Internação Pediátrica - Projeto.pptx
 
Instrumento para coleta de dados em enfermagem
Instrumento para coleta de dados em enfermagemInstrumento para coleta de dados em enfermagem
Instrumento para coleta de dados em enfermagem
 
aula de Raciocinio clinico para estudantes de graduação em enfermagem e biome...
aula de Raciocinio clinico para estudantes de graduação em enfermagem e biome...aula de Raciocinio clinico para estudantes de graduação em enfermagem e biome...
aula de Raciocinio clinico para estudantes de graduação em enfermagem e biome...
 
Sistematização da Assistência de Enfermagem na APS no Contexto Brasileiro.pdf
Sistematização da Assistência de Enfermagem na APS no Contexto Brasileiro.pdfSistematização da Assistência de Enfermagem na APS no Contexto Brasileiro.pdf
Sistematização da Assistência de Enfermagem na APS no Contexto Brasileiro.pdf
 
Case os reflexos da gestão pela qualidade total
Case   os reflexos da gestão pela qualidade totalCase   os reflexos da gestão pela qualidade total
Case os reflexos da gestão pela qualidade total
 
Banners – II Seminário da Planificação da Atenção à Saúde
Banners – II Seminário da Planificação da Atenção à SaúdeBanners – II Seminário da Planificação da Atenção à Saúde
Banners – II Seminário da Planificação da Atenção à Saúde
 
Construção precrição enf na uti
Construção precrição enf na utiConstrução precrição enf na uti
Construção precrição enf na uti
 
USO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA NA IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE ...
USO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA NA IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE ...USO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA NA IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE ...
USO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA NA IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE ...
 
Implantação da consulta de enfermagem num centro endoscópico
Implantação da consulta de enfermagem num centro endoscópicoImplantação da consulta de enfermagem num centro endoscópico
Implantação da consulta de enfermagem num centro endoscópico
 
Artigo 1.pdf
Artigo 1.pdfArtigo 1.pdf
Artigo 1.pdf
 
Avaliação de saúde
Avaliação de saúdeAvaliação de saúde
Avaliação de saúde
 
PMAQ e CIF
PMAQ e CIFPMAQ e CIF
PMAQ e CIF
 
E-Books 13 - Revolução do Cuidar
E-Books 13 - Revolução do CuidarE-Books 13 - Revolução do Cuidar
E-Books 13 - Revolução do Cuidar
 
Auditoria em saúde atribuições do enfermeiro auditor
Auditoria em saúde atribuições do enfermeiro auditorAuditoria em saúde atribuições do enfermeiro auditor
Auditoria em saúde atribuições do enfermeiro auditor
 

Último

trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saudetrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
Jarley Oliveira
 
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesaMoxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
DeboraMarques55
 
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghygtrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
Jarley Oliveira
 
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio socialRoda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
recomecodireccao
 

Último (17)

Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na práticaEnfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
 
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saudetrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdf saude
 
Humanização em enfermagem slides pptx...
Humanização em enfermagem slides pptx...Humanização em enfermagem slides pptx...
Humanização em enfermagem slides pptx...
 
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesaMoxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
Moxa-tonificação-e-dispersão.pdf medicina tradicional chinesa
 
Aula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdf
Aula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdfAula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdf
Aula 1 - farmacocinética e farmacodinâmica-2.pdf
 
Aula 4 Técnica dietética aplicada para ATLETAS.ppt
Aula 4 Técnica dietética aplicada para  ATLETAS.pptAula 4 Técnica dietética aplicada para  ATLETAS.ppt
Aula 4 Técnica dietética aplicada para ATLETAS.ppt
 
Aula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdf
Aula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdfAula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdf
Aula - Renimação Cardiopulmonar, RCP, PCR.pdf
 
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghygtrabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
trabalho de MARIA ALICE PRONTO.pdfhggghyg
 
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
 
Aula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdf
Aula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdfAula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdf
Aula 1-2 - Farmacologia, posologia, 13 certos, farmacodinamica (1).pdf
 
Doenças preveníveis por vacina no âmbito do sus
Doenças preveníveis por vacina no âmbito do susDoenças preveníveis por vacina no âmbito do sus
Doenças preveníveis por vacina no âmbito do sus
 
Aula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdf
Aula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdfAula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdf
Aula 1 - Teorias da Administração para técnicos de enfermagem.pdf
 
Aula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdf
Aula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdfAula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdf
Aula 1 - Enf. em pacientes críticos, conhecendo a UTI e sinais vitais.pdf
 
AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....
AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....
AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....
 
Aula 3. Introdução às ligações quimicas.pptx
Aula 3. Introdução às ligações quimicas.pptxAula 3. Introdução às ligações quimicas.pptx
Aula 3. Introdução às ligações quimicas.pptx
 
Protozooses.Reino Protista: Protozooses Curso Técnico: Agente Comunitário de ...
Protozooses.Reino Protista: ProtozoosesCurso Técnico: Agente Comunitário de ...Protozooses.Reino Protista: ProtozoosesCurso Técnico: Agente Comunitário de ...
Protozooses.Reino Protista: Protozooses Curso Técnico: Agente Comunitário de ...
 
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio socialRoda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
Roda de Conversas: serviço social, saude mental e redes de apoio social
 

A04v43ns

  • 1. 1009 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a língua portuguesa NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): CROSS-CULTURAL ADAPTATION AND VALIDATION TO PORTUGUESE LANGUAGE NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): ADAPTACIÓN TRANSCULTURAL Y VALIDACIÓN PARA EL PORTUGUÉS RESUMO O estudo teve como objetivos adaptar para o português e avaliar as propriedades psicométricas do Nursing Activities Score (NAS), instrumento de medida de carga de trabalho de enfermagem em UTI. Após o processo de adaptação cultural, o NAS foi aplicado em uma amostra de 200 pacien- tes adultos internados em UTIs. A análise da consistência interna pelo coeficiente Alfa de Cronbach revelou que o NAS possui 23 medidas independentes que não com- portam consolidação ou redução. A avalia- ção da confiabilidade interobservadores demonstrou alta concordância (99,8%) e índice Kappa médio de 0,99. A validade con- corrente foi demonstrada pela correlação estatisticamente significativa entre o TISS- 28 e o NAS (r=0,67; p<0,0001), assim como pela análise de regressão multivariada (R2 =94,4%; p<0,0001). Na avaliação da va- lidade convergente, a regressão multiva- riada mostrou associação estatisticamen- te significativa entre o NAS e o SAPS II, quando ajustada pela idade (R2 =99,8%; p<0,0001). Pelos resultados obtidos, o NAS mostrou-se um instrumento confiável e vá- lido para mensurar carga de trabalho de enfermagem em UTIs brasileiras. DESCRITORES Unidades de Terapia Intensiva. Carga de trabalho. Enfermagem. Estudos de validação. 1 Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP. Supervisora de Enfermagem das Áreas Críticas do Hospital Beneficência Portuguesa, São Paulo, SP, Brasil. aldafq@ig.com.br /aldafq@usp.br 2 Enfermeira. Professor Titular do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. kgpadilh@usp.br ARTIGOORIGINAL Alda Ferreira Queijo1 , Kátia Grillo Padilha2 ABSTRACT The study aimedto adapt to the Portuguese language and to evaluate the psychometric properties of the Nursing Activities Score (NAS), an instrument for measuring the nursing workload in ICUs. After the process of cross-cultural adaptation, the NAS was applied to a sample of 200 adult ICU patients. The analysis of internal consis- tency by Cronbach's alpha coefficient revealed that the NAS has 23 independent measures that do not allow for either consolidation or reduction. Assessment of inter-rater reliability showed high con- cordance level (99.8%) and a Kappa index average of 0.99. The concurrent validity was demonstrated by statistically significant correlation between the TISS-28 and NAS (r=0.67, p<0.0001), and by multivariate regression analysis (R2 =94.4%, p<0.0001). The convergent validity was supported by the statistically significant association between the NAS and the SAPS II, when adjusted for age (R2 =99.8%, p<0.0001). These results indicate that the NAS is a valid and reliable instrument to measure nursing workload of Brazilian ICUs. KEY WORDS Intensive Care Units. Workload. Nursing. Validation studies. RESUMEN El estudio tuvo como objetivos adaptar al portugués y evaluar las propiedades psi- cométricas de el Nursing Activities Score (NAS), un instrumento para medir la carga de trabajo de enfermería en UCI. Tras el proceso de adaptación cultural, el NAS se aplicó a una muestra de 200 pacientes adul- tos ingresados en las UCIs. El análisis de consistencia interna por el coeficiente alfa de Cronbach reveló que el NAS cuenta con 23 medidas independientes que no per- miten consolidación o reducción. La eva- luación de la fiabilidad interobservador mostró alta concordancia (99,8%) y el índi- ce Kappa media de 0,99. La validez con- currente se demostró por la correlación estadísticamente significativa entre el TISS- 28 y NAS (r=0,67, p<0,0001), y por análisis de regresión multivariante (R2 =94,4%, p<0,0001). Al evaluar la validez convergen- te, la regresión multivariante mostró asociación estadísticamente significativa entre el NAS y el SAPS II, cuando ajustada por la edad (R2 =99,8%, p<0,0001). Los re- sultados obtenidos indican que el NAS es un instrumento válido y fiable para medir la carga de trabajo de enfermería de UCIs brasileñas. DESCRIPTORES Unidades de Cuidados Intensivos. Carga de trabajo. Enfermería. Estudios de validación. Recebido: 10/12/2008 Aprovado: 10/06/2009 Português / Inglês www.scielo.br/reeusp
  • 2. 1010 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG ...a avaliação da carga de trabalho de enfermagem é tema de fundamental interesse... INTRODUÇÃO No contexto atual, o emprego de indicadores que ava- liem objetivamente a condição clínica do paciente, bem como a necessidade de cuidados que requerem, tornou-se instrumental indispensável quando se busca melhorar a re- lação custo-benefício na assistência à saúde. No caso parti- cular da enfermagem, indicadores de demandas de cuida- dos são cada vez mais necessários como requisitos para assegurarqualidadedaassistênciaesubsidiaraquantificação de pessoal nas diferentes unidades hospitalares, o que também se aplica à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, a avaliação da carga de trabalho de enfermagem é tema de fundamental interesse, visto que uma equipe superdimensionada implica em alto custo. Por outro lado, sabe-se que uma equipe reduzida tende a determinar a queda da eficácia/qualidade da assistência, prolongando a internação e gerando um maior custo no tratamento dos pacientes(1) . Na literatura nacional e internacional, a existência de instrumentos voltados à medida de carga de trabalho de enfermagem não é recente, porém, vários deles(2-5) foram desenvolvidos dentro de uma perspectiva abrangente, que incluía a UTI, sem voltar-se especificamente a ela. Dessa forma, a neces- sidade de caracterizar a demanda de traba- lho de enfermagem nessas Unidades impul- sionou, ao longo do tempo, o desenvolvimen- to de instrumentos de medida voltados para esse fim(6) . Dentre eles, o Therapeutic Inter- vention Scoring System (TISS) é encontrado na literatura internacional como um dos pio- neiros para medir a carga de trabalho da equipe de enfer- magem na UTI. O TISS foi originalmente idealizado por Cullen e colabo- radores, do Massachussets General Hospital, de Boston, em 1974, com o duplo objetivo de mensurar a gravidade dos pacientes e calcular a correspondente carga de trabalho de enfermagem em UTI(7) . Em sua primeira versão, era com- posto por um total de 57 intervenções terapêuticas deter- minadas por um grupo de especialistas que, além disso, atribuíam pontuações de um a quatro, de acordo com o tempo e esforço necessários para o desempenho das ativi- dades de enfermagem. Em 1983, o índice foi revisto e atualizado para 76 itens de intervenções terapêuticas, que quantificavam a comple- xidade, grau de invasividade e tempo dispensado pela en- fermagem e pelo médico para realizar determinado proce- dimento. Nesta versão, os pacientes continuaram sendo classificados em quatro grupos (I a IV), conforme a maior ou menor necessidade de vigilância e cuidados intensivos(8) . Decorridos 16 anos da existência do TISS-76 e de sua utilização mundialmente reconhecida, Miranda e colabo- radores, do University Hospital of Groningen, Holanda, re- conhecendo a necessidade de atualizar e tornar mais prá- tico o uso do TISS-76, realizaram ampla modificação, utili- zando análises estatísticas para a determinação das cate- gorias de intervenções terapêuticas, itens e sub-itens com- ponentes e respectivos pesos. Essa nova versão, conhecida como TISS-28(9) , passou a ter, portanto, 28 itens distribuí- dos em sete categorias: atividades básicas, suportes ventilatório, cardiovascular, renal, neurológico, metabóli- co e intervenções específicas. O escore total, com variação de 1 a 78 pontos, permite a determinação da carga de tra- balho de enfermagem, uma vez que 1 ponto TISS-28 equi- vale a 10,6 minutos do tempo de trabalho de um enfer- meiro em um turno de trabalho em UTI. O TISS-28 passou a ser amplamente utilizado interna- cionalmente, trazendo importantes subsídios para o dimensionamento de pessoal e alocação de recursos hu- manos de enfermagem nas UTIs, entre outras atividades assistenciais e administrativas. No entanto, na sua aplica- ção prática, várias críticas foram feitas pelos enfermeiros, uma vez que o instrumento não contemplava o conjunto das atividades desenvolvidas pela enfermagem, não só aquelas de caráter assistencial ao doente, como também as de suporte à família e as administrativas. Visando ajustar o índice de modo a avali- ar mais fielmente a carga de trabalho na UTI, o TISS-28 sofreu uma nova modificação, re- sultando no Nursing Activities Score (NAS)(10) . Para o desenvolvimento do NAS, a primei- ra etapa incluiu a descrição do conjunto de atividades de enfermagem relacionadas às condições clínicas dos pacientes internados na UTI, sendo realizada por 25 profissionais (15 médicos e 10 enfermeiros), de 15 países. Na segunda etapa, um painel de especialistas composto por oito pro- fissionais preparou a seleção e descrição da lista dos itens, onde cinco atividades específicas de enfermagem foram identificadas: monitorização e controles, procedimentos de higiene, mobilização e posicionamento, suporte e cuida- dos aos familiares e pacientes e atividades administrativas e gerenciais. Assim, a lista das atividades de enfermagem, combinada com os itens do TISS-28 resultou, com alguns agrupamentos, em 30 itens. Após esses procedimentos, a validação do instrumento foi realizada em uma amostra de 99 UTI, de 15 países. Du- rante uma semana, dois tipos de dados foram coletados: registro diário dos 30 itens do instrumento em uma amos- tra de 2.041 pacientes admitidos na UTI, tendo por base as informações das 24 horas e registro das atividades realiza- das individualmente pelos componentes da equipe de en- fermagem assistencial, em 30 momentos específicos do dia , que resultaram em 127.951 registros, de acordo com a técnica MultiMoment Recordings (MMR) ou Múltiplos Momentos de Observação (MMO). Após essa coleta, os pesos e a redução dos itens foram calculados estatistica- mente por meio do cruzamento dos dados obtidos nas duas formas de registro mencionadas.
  • 3. 1011 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG INSTRUMENTO (NAS) Tradução Inicial Instrumento (Português) (Back Translation) Instrumento na versão em inglês Revisão por Comitê de Juízes Versão traduzida (Português) Pré-Teste 3 tradutores independentes Compatibilização das 3 versões pela pesquisadora Compatibilização das 3 versões pela pesquisadora 3 Back-translators Verificação desta versão pelo autor do instrumento original Equivalência Semântica/ Idiomática/ Cultural Figura 1 - Tradução e Adaptação do Nursing Activities Score (NAS) para o português - São Paulo - 2002 Como resultado final, o NAS divide-se em sete grandes categorias e apresenta um total de 23 itens, cujos pesos variam de um mínimo de 1,2 a um máximo de 32,0. A prin- cipal mudança em relação ao TISS-28 ocorreu na categoria atividades básicas, que foi sub-categorizada em: monitorização e controles, procedimentos de higiene, mobilização e posicionamento, suporte e cuidados aos fa- miliares e pacientes e tarefas administrativas e gerenciais. Com a nova estrutura, o NAS contempla 80.8% das ativida- des de enfermagem, superando a abrangência de 43.3% do TISS-28, descrevendo, aproximadamente, duas vezes mais o tempo gasto pela enfermagem no cuidado ao paci- ente crítico, quando comparado com o TISS-28. O escore total obtido representa a porcentagem de tempo gasto por enfermeiro, por turno, na assistência direta ao paciente, podendo alcançar um máximo de 176,8%(10) . Considerando-se,pois,osatributosdoinstrumentoesua capacidade para medir a carga de trabalho de enfermagem na UTI, a aplicação na realidade brasileira encontrou, como limitação, o fato de ter sido desenvolvido originalmente na língua inglesa. Portanto, tendo em vista o interesse em disponibilizá-lo para uso no contexto nacional, optou-se pelarealizaçãodesteestudoquetevecomoobjetivorealizar a adaptação transcultural do NAS para a língua portuguesa. PROCEDIMENTOS PARAA ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL A adaptação transcultural obedeceu, em linhas gerais, a preconizada por Guillemin, Bombardier e Beaton(11) , que compreende as seguintes etapas: tradução, tradução de volta a língua de origem (back-translation), avaliação das versões original e back translated, pré-teste (Figura 1) e ava- liação das propriedades psicométricas.
  • 4. 1012 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG As conclusões obtidas no estudo, demonstraram índices satisfatórios de confiabilidade, de validade de critério e de constructo. Após cumpridas as etapas mencionadas , o instrumen- to final, em português denominado Escore de Atividades de Enfermagem (EAE) foi testado para avaliar suas propri- edades de medida. Cabe ressaltar que se optou por man- ter a abreviatura NAS do título em inglês, com vistas a faci- litar a comunicação com autores estrangeiros. Para avaliar a confiabilidade do instrumento, conside- rou-se a estabilidade, medida pela concordância entre ava- liadores, e a consistência interna, medida pelo coeficiente Alfa de Cronbach. A aplicação do NAS adaptado para a lín- gua portuguesa, por dois avaliadores independentes, reali- zada simultaneamente, em uma amostra de 100 pacientes internados em UTI, após análise estatística, mostrou uma concordância média de 99,8% e Kappa médio de 0,99. Os resultados demonstraram uma correlação quase perfeita, muito próxima de 1. Do total de 23 itens componentes do NAS, à exceção dos itens 6 e 12, que apresentaram, respec- tivamente, 97,5% e 99,5% de concordância, todos os de- mais apresentaram uma concordância de 100,0%. Assim, tendo como resultado os altos valores de con- cordância encontrados (99,8%) e um Kappa quase perfeito (0,99), concluiu-se que o NAS é um instrumento de medida estável para avaliar a carga de trabalho de enfermagem na UTI(12) . A confiabilidade do NAS foi também esti- mada pela análise da consistência interna dos itens e categorias que o compõem, utilizan- do-se o coeficiente alfa de Cronbach(13-15) . O resultado final encontrado para o total dos 23 itens foi de 0,36, considerado baixo(16) , o que também ocorreu com alguns itens indi- vidualmente. Tais resultados permitiram in- ferir que os itens parecem representar fenô- menos que não podem ser reduzidos a medidas mais sin- téticas, frente à importância de cada um quando se pre- tende medir carga de trabalho de enfermagem em UTI. Por essa razão, apesar de baixos valores do alfa de Cronbach, nenhum item foi excluído do instrumento. Foram analisados dois tipos de validade: de critério con- corrente e convergente. A validade concorrente foi observada pela correlação positiva e estatisticamente significante (r=0,67; p<0,001) entre o NAS e o TISS-28. Também o modelo da análise de regressão mostrou associação estatisticamente significati- va entre os dois instrumentos (R2 = 94,4%; p-value<0,001). A validade convergente foi constatada pela associação estatisticamente significativa (R2 = 99,8%; p-value<0,001) entre NAS e SAPS II, quando ao modelo da análise de re- gressão se adicionou a variável idade. As conclusões obtidas no estudo, demonstraram índi- ces satisfatórios de confiabilidade, de validade de critério e de constructo, permitindo, dessa forma, sugerir a sua utili- zação, como um indicador confiável e válido para mensurar carga de trabalho de enfermagem em UTI, em nosso meio. A versão final do NAS na língua portuguesa encontra- se apresentada no Apêndice. ESTUDOS REALIZADOS UTILIZANDO O NAS Passados cinco anos da publicação do NAS, observa-se que a sua utilização como instrumento de medida da carga de trabalho de enfermagem em UTI é ainda recente na lite- ratura nacional e internacional. No Brasil, no entanto, em- bora as publicações ainda sejam escassas, o desenvolvimen- to de estudos com a sua aplicação tem aumentado expres- sivamente, sendo crescente o interesse dos enfermeiros em incorporá-lo nas UTIs. Os resultados das investigações, con- forme apresentação a seguir, têm mostrado carga de tra- balho de enfermagem variável segundo as amostras estu- dadas. Tais evidências são relevantes quando se pretende alocar recursos humanos de enfermagem adequando-as às demandas de cuidados dos pacientes. Estudo que analisou a carga de trabalho de enferma- gem em uma UTI geral de um hospital universitário de mé- dio porte, cuja maioria dos pacientes foi procedente do Pronto Socorro, tinha idade acima de 60 anos e permaneceu, em média, 3,5 dias na UTI, apresentou média NAS de 66,5%, mínima de 47,6% e máxima de 82,4%. Os autores obser- varam que a carga de trabalho de enferma- gem permaneceu acima de 50,0% no decor- rer de toda internação na Unidade(17) . Investigação realizada com uma amostra de 500 pacientes internados em UTIs gerais de dois hospitais governamentais e dois não governamentais do município de São Paulo, concluiu que a média NAS na admissão dos pacientes foi de 62,13%. Nessa amostra, houve predomínio de pacien- tes idosos, procedentes do Pronto Socorro e com perma- nência na UTI de 7,64 dias, em média. A gravidade dos pa- cientes avaliada pelo SAPS II, na admissão foi de 37,41 pon- tos e a mortalidade de 20,60%(18) . Com o objetivo de analisar a carga de trabalho de en- fermagem em uma UTI geral de um hospital brasileiro, pri- vado, de nível terciário, estudo longitudinal realizado du- rante 14 dias com uma amostra de 33 pacientes, encon- trou média NAS de 65,5%, com variação entre 22,30% e 127,90%(19) . Já um estudo metodológico desenvolvido em uma UTI geral pertencente a um hospital privado do município de São Paulo, com uma amostra constituída por 104 pacien- tes, constatou média NAS de 52,7%, mínima de 32,2% e máxima de 75,2%, em amostra de pacientes predominan- temente idosos, com pontuação média SAPS II de 31,8 pon- tos e mortalidade de 14,3%(20) . Outro estudo realizado em UTI geral de um hospital público, universitário, associando estilos de liderança e car-
  • 5. 1013 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG ga de trabalho de enfermagem utilizando o NAS, mostrou que a média do escore NAS foi de 80,09%, com variação entre 62,40% e 101,80%(21) . Referente à carga de trabalho de enfermagem em UTI especializada, um único estudo encontrado na literatura brasileira foi realizado com a aplicação do NAS em uma UTI de cirurgia cardíaca, com 65 leitos, localizada em hospital público de ensino, também especializado em cardiologia. No estudo, que incluiu uma amostra de 100 pacientes, a média NAS encontrada foi de 96,79%, no primeiro dia de pós-operatório(22) . Na literatura internacional, apenas dois trabalhos fo- ram encontrados com a utilização do NAS, ambos desen- volvidos por um mesmo grupo espanhol(23-24) . Um deles(23) , teve por objetivo verificar a carga de trabalho em uma UTI Geral. A análise de uma amostra de 350 pacientes, em um total de 1800 registros do NAS coletados diariamente, du- rante três meses, no ano de 2004, apresentou NAS médio de 40,8 ± 14,1, no primeiro dia de internação na UTI, indi- cando a relação de um enfermeiro para o cuidado de 2,5 pacientes nessa Unidade. Com relação à influência dos dados demográficos e clí- nicos de pacientes na demanda de trabalho de enferma- gem em UTI com o uso do NAS, também poucos estudos que fizessem esse tipo de análise foram encontrados. No entanto, duas investigações realizadas em UTI geral de adul- tos de um hospital universitário, no Brasil, mostraram não haver diferença estatisticamente significante entre a idade e a carga de trabalho de enfermagem(17,25) . Pesquisa brasileira realizada em UTI geral de um hospi- tal público, evidenciou boa correlação do NAS com o APACHE II em uma amostra de 148 pacientes. Nessa inves- tigação, os autores verificaram que a mortalidade foi mai- or nos pacientes com valores de NAS mais elevados(26) . Como síntese desses estudos, é possível dizer que, em- bora haja um longo caminho de investigação a ser percor- rido com o uso do NAS, fato é que a sua adaptação para a cultura brasileira foi de grande importância para a enfer- magem intensiva no Brasil. Além disso, o maior conheci- mento sobre o instrumento, decorrente das pesquisas rea- lizadas e do uso cada vez mais disseminado, tem colocado os enfermeiros brasileiros como referência também para os profissionais de outros países, cujos pedidos de asses- soria sobre a utilização do instrumento têm sido cada vez maiores. Essa interlocução não só é desejável como neces- sária, principalmente quando se consideram as demandas da enfermagem mundial para a solução de problemas que aliem qualidade da assistência, custos da assistência inten- siva e bem-estar dos profissionais. REFERÊNCIAS 1. Gaidzinski RR. O dimensionamento do pessoal de enfer- magem segundo a percepção de enfermeiros que viven- ciam essa prática [tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 1994. 2. Perroca MG, Gaidzinski RR. Sistema de Classificação de Paci- entes: construção e validação de um instrumento. Rev Esc Enferm USP. 1998;32(2):153-68. 3. Fugulin MFT, Silva SH, Shimizo HE, Campos FPF. Implantação do Sistema de Classificação de Pacientes na Unidade de Clínica Médica do Hospital Universitário de São Paulo. Rev Med HU- USP. 1994;4(1/2):63-8. 4. Intensive Care National Audit and Research Centre (ICNARC). System of Patient Related Activities (SOPRA). London; 1999. 5. Commission d`Évaluation de la Sociéte de Réimation de Langue Française. Utilisation de lindice de gravité simpliflié et du systéme OMEGA. Réan Soins Intens Méd Urg. 1986;(2): 219-21. 6. Nunes B. Tradução para o português e validação de um instru- mento de medida de gravidade na UTI: TISS-28 Therapeuthic Intervention Scoring System [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2000. 7. Cullen DJ, Civetta JM, Briggs BA, Ferrara LC. Therapeutic intervention scoring system: a method for quantitative comparison of patient care. Crit Care Med. 1974;2(2):57-60. 8. Keene AR, Cullen DJ. Therapeutic intervention scoring system: update 1983. Crit Care Med.1983;11(1):1-3. 9. Miranda DR, Rijk A, Schaufeli W. Simplified Therapeutic Intervencion Scoring System: theTISS-28 itens-results from a multicenter study. Crit Care Med. 1996;24(1):64-73. 10. Miranda DR, Nap R, Rijk A, Schaufeli W, Iapichino G. Nur- sing Activities Score (NAS). Crit Care Med. 2003;31(2): 374-82. 11. Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adapta- tionofhealth-relatedqualityoflifemeasures:literaturereview and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. 1993; 46(12): 1417-32. 12. Queijo AF. Tradução para o português e validação de um ins- trumento de medida de carga de trabalho de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva: Nursing Activities Score (NAS) [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Uni- versidade de São Paulo; 2002.
  • 6. 1014 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG 13. Pereira JCR. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais. São Paulo: EDUSP; 1999. 14. Nunnaly JC, Bernstein IH. Psychometric theory. New York: McGraw-Hill; 1994. 15. Pasquali L. Psicometria: teoria e aplicações. Brasília: Univer- sidade de Brasília; 1997. 16. McHarney CA. The Mos 36-item Short-Form Health Survey (SF-III). Tests of quality, Scaling assumptions, and reliability across diverse patient groups. Med Care. 1994;32(1):40-66. 17. Gonçalves LA, Garcia PC, Toffoleto MC, Telles SCR, Padilha KG. Necessidades de cuidados de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva: Evolução diária dos pacientes segundo o Nursing Activities Score. Rev Bras Enferm. 2006;59(1):56-60. 18. Silva MCM. Fatores relacionados com a alta, óbito e readmissão em Unidade de Terapia Intensiva [tese]. São Pau- lo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2007. 19. Conishi RMY. Avaliação do NAS - Nursing Activities Score - como instrumento de medida da carga de trabalho de en- fermagem em UTI geral adulto. Rev Esc Enferm USP. 2007;41(1):346-54. 20. Ducci AJ. Nursing Activities Score (NAS): estudo comparativo dos resultados da aplicação retrospectiva e prospectiva em Unidade de Terapia Intensiva [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2007. 21. Basanelli AP. Estilos de liderança em Unidade de Terapia Intensiva e sua relação com a carga de trabalho de enferma- gem [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2006. 22. Dias MCCB. Aplicação do Nursing Activities Score - NAS - como instrumento de medida de carga de trabalho de enfermagem em UTI Cirúrgica Cardiológica [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2006. 23. Adell AB, Campos RA, Bou MY, Bellmunt JQ, Garcia CG, Canuto MS, et al. Care workload in critical patients: comparative study NEMS versus NAS. Enferm Intensiva. 2006;17(2):67-77. 24. Adell AB, Campos RA, Cubedo RM, Quintana BJ, Sanahuja RE, Sanchís MJ, et al. Nursing Activiy Score (NAS). Nuestra experiencia con un sistema de cómputo de cargas en enfermería basado en tiempos. Enferm Intensiva. 2005;16(4):164-73. 25. Ciampone JT, Gonçalves LA, Maia FOM, Padilha KG. Neces- sidades de cuidados de enfermagem e intervenções tera- pêuticas em Unidade de Terapia Intensiva: estudo compa- rativo entre pacientes idosos e não idosos. Acta Paul Enferm. 2006;19(1):28-35. 26. Nogueira LS, Santos MR, Mataloun SE, Moock M. Nursing Activities Score: comparação com o índice APACHE II e a mortalidade em pacientes admitidos em Unidade de Terapia Intensiva. Rev Bras Terapia Intensiva. 2007; 19(3):327-30.
  • 7. 1015 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG APÊNDICE Escore de Atividades de Enfermagem continua... ATIVIDADES BÁSICAS Pontuação 1. MONITORIZAÇÃO E CONTROLES 1a. Sinais vitais horários, cálculo e registro do balanço hídrico. 4,5 1b. Presença à beira do leito e observação ou atividade contínua por 2 horas ou mais em algum plantão 12,1 por razões de segurança, gravidade ou terapia, tais como: ventilação mecânica não invasiva, desmame, agitação, confusão mental, posição prona, procedimentos de doação de órgãos, preparo e administração de fluidos ou medicação, auxílio em procedimentos específicos. 1c. Presença à beira do leito e observação ou atividade contínua por 4 horas ou mais em algum plantão 19,6 por razões de segurança, gravidade ou terapia, tais como os exemplos acima. 2. INVESTIGAÇÕES LABORATORIAIS: bioquímicas e mircrobiológicas. 4,3 3. MEDICAÇÃO, exceto drogas vasoativas. 5,6 4. PROCEDIMENTOS DE HIGIENE 4a. Realização de procedimentos de higiene tais como: curativo de feridas e cateteres intravasculares, 4,1 troca de roupa de cama, higiene corporal do paciente em situações especiais (incontinência, vômito,’ queimaduras, feridas com secreção, curativos cirúrgicos complexos com irrigação), procedimentos especiais (ex. isolamento), etc. 4b. Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 2 horas, em algum plantão. 16,5 4c. Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 4 horas em algum plantão. 20,0 5. CUIDADO COM DRENOS - Todos (exceto sonda gástrica) 1,8 6. MOBILIZAÇÃO E POSICIONAMENTO incluindo procedimentos tais como: mudança de decúbito, mobilização do paciente; transferência da cama para a cadeira; mobilização do paciente em equipe (ex. paciente imóvel, tração, posição prona). 6a. Realização do(s) procedimento(s) até 3 vezes em 24 horas. 5,5 6b. Realização do(s) procedimento(s) mais do que 3 vezes em 24 horas ou com 2 enfermeiros 12,4 em qualquer freqüência. 6c. Realização do(s) procedimento(s) com 3 ou mais enfermeiros em qualquer freqüência. 17,0 7. SUPORTE E CUIDADOS AOS FAMILIARES E PACIENTES incluindo procedimentos tais como telefonemas, entrevistas, aconselhamento. Freqüentemente, o suporte e cuidado, sejam aos familiares ou aos pacientes permitem a equipe continuar com outras atividades de enfermagem (ex: a comunicação com o paciente durante procedimentos de higiene, comunicação com os familiares enquanto presente à beira do leito observando o paciente). 7a. Suporte e cuidado aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por cerca de 4,0 uma hora em algum plantão, tais como: explicar condições clínicas, lidar com a dor e angústia, lidar com circunstâncias familiares difíceis. 7b. Suporte e cuidado aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por 3 horas 32,0 ou mais em algum plantão, tais como: morte, circunstâncias trabalhosas (ex. grande número de familiares, problemas de linguagem, familiares hostis). 8. TAREFAS ADMINISTRATIVAS E GERENCIAIS 8a. Realização de tarefas de rotina tais como: processamento de dados clínicos, solicitação de 4,2 exames, troca de informações profissionais (ex.passagem de plantão, visitas clínicas). 8b. Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por 23,2 cerca de 2 horas em algum plantão, tais como: atividades de pesquisa, aplicação de protocolos, procedimentos de admissão e alta. 8c. Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por 30,0 cerca de 4 horas ou mais de tempo em algum plantão, tais como: morte e procedimentos de doação de órgãos, coordenação com outras disciplinas.
  • 8. 1016 Rev Esc Enferm USP 2009; 43(Esp):1018-25 www.ee.usp.br/reeusp/ NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS): adaptação transcultural e validação para a lingua portuguesa Queijo AF, Padilha KG Os sub-itens dos itens 1, 4, 6, 7 e 8 são mutuamente exclusivos. continuação... Correspondência: Katia Grillo Padilha Rua Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 - Cerqueira César CEP 05403-000 - São Paulo, SP, Brasil ATIVIDADES BÁSICAS Pontuação 9. Suporte respiratório: Qualquer forma de ventilação mecânica/ventilação assistida com ou sem pressão expiratória 1,4 final positiva, com ou sem relaxantes musculares; respiração espontânea com ou sem pressão expiratória final positiva (ex. CPAP ou BiPAP), com ou sem tubo endotraqueal; oxigênio suplementar por qualquer método. 10. Cuidado com vias aéreas artificiais. Tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia. 1,8 11. Tratamento para melhora da função pulmonar. Fisioterapia torácica, espirometria estimulada, terapia inalatória, 4,4 aspiração endotraqueal. SUPORTE VENTILATÓRIO 12. Medicação vasoativa independente do tipo e dose. 1,2 13. Reposição intravenosa de grandes perdas de fluídos. Administração de fluídos >31/m /dia, independente do tipo 2,5 de fluído administrado. 14. Monitorização do átrio esquerdo. Cateter da artéria pulmonar com ou sem medida de débito cardíaco. 1,7 15. Reanimação cardiorrespiratória nas últimas 24 horas (excluído soco precordial). 7,1 2 SUPORTE CARDIOVASCULAR 16. Técnicas de hemofiltração. Técnicas dialíticas. 7,7 17. Medida quantitativa do débito urinário (ex. Sonda vesical de demora). 7,0 SUPORTE RENAL 18. Medida da pressão intracraniana 1,6 SUPORTE NEUROLÓGICO SUPORTE METABÓLICO 19. Tratamento da acidose/alcalose metabólica complicada. 1,3 20. Hiperalimentação intravenosa. 2,8 21. Alimentação enteral. Através de tubo gástrico ou outra via gastrintestinal (ex: jejunostomia). 1,3 INTERVENÇÕES ESPECÍFICAS 22. Intervenções específicas na unidade de terapia intensiva. Intubação endotraqueal, inserção de marca-passo, 2,8 cardioversão, endoscopia, cirurgia de emergência no último período de 24 horas, lavagem gástrica. Intervenções de rotina sem conseqüências diretas para as condições clínicas do paciente, tais como: Raio X, ecografia, eletrocardiograma, curativos ou inserção de cateteres venosos ou arteriais não estão incluídos. 23. Intervenções específicas fora da unidade de terapia intensiva. Procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos. 1,9