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Modulo 15 historia
Para começar a história
Gostou do vídeo?
Lembrou-se de outras canções que falam de paisagens bonitas? De lugares paradisíacos?
Pois é, músicas e canções também são elementos importantes na constituição de
memórias individuais e de significados coletivos. E a temática ambiental vem se
tornando objeto de um número cada vez maior de pesquisas de historiadores.
Para entender melhor essa temática e a consolidação de uma vertente
historiográfica chamada de história ambiental, clique aqui.
Mas, se você quiser pensar um pouco sobre temas da história ambiental, pode
clicar aqui.
Ou então, se preferir iniciar por uma atividade que mistura narrativa escrita, sons
e tema ambiental, clique aqui.
Essas e outras atividades estão distribuídas por este módulo. Comece por
qualquer uma delas, mas passeie por todas, atentando para cada detalhe dessas paragens.
Assim que conhecer todas as atividades, clique aqui para avançar no módulo.
História ambiental
As imagens do vazamento de óleo do poço de Macondo, no golfo do México, não nos deixam esquecer de
uma das grandes preocupações da atualidade: o impacto da ação humana sobre o ambiente.
Imagens tragicamente belas invadiram os jornais impressos, virtuais e
televisivos.
Esses acontecimentos que se transformam também em grandes eventos
midiáticos mobilizam a imprensa que sai em busca de explicações para o
ocorrido e de prognósticos para um ambiente repleto de intervenções
humanas.
Ave suja de óleo no Golfo do México.
Também nós, profissionais de História, pesquisadores ou professores, nos mobilizamos nessa busca por
explicações e prognósticos.
História ambiental – textos
Há algum tempo, a história ambiental vem garantindo seu espaço. Pesquisas sobre a temática ambiental
aumentam em número e encontros dessa vertente historiográfica começam a acontecer. Para
acompanharmos um pouco essa produção, sugerimos a leitura de três textos.
1. 1.Em As bases teóricas da história ambiental, o professor José Augusto Pádua escreve sobre a
validade e a importância da história ambiental para o debate historiográfico contemporâneo.
2. 2.Em um capítulo de seu livro História & natureza, intitulado "História e história ambiental", a
professora Regina Horta Duarte discute a especificidade ou não da história ambiental, abordando,
entre outros aspectos, alguns dos vários significado da palavra natureza.
3. 3.O professor Paulo Henrique Martinez, em seu texto "Laboratório de História e meio ambiente",
conta suas experiências de pesquisador da área e de formador de professores em um projeto que
aproximou pesquisa acadêmica e atividade docente na educação básica.
Depois de lerem esses textos e refletirem sobre eles, deem uma busca pelo espaço virtual, procurando outros
textos sobre o assunto e tentem descobrir se, para os três autores, história ambiental significa exatamente a
mesma coisa.
Sons e narração
Narrar: contar uma sequência de ações, seja por escrito, pela fala, por imagens ou utilizando qualquer
outro recurso de comunicação, é um dos elementos importante para ensinarmos e aprendermos a
disciplina História, seja a história escolar ou a história acadêmica.
A atividade proposta pode ser utilizada tanto no Ensino Fundamental II quanto no Médio. Vamos nos
concentrar inicialmente na habilidade de contar histórias: narrar. Em seguida, discutiremos a
representação da natureza. Vamos começar a atividade.
1. A preparação dos ouvidos:
Vamos fazer as atividades como se fôssemos alunos. Acho que vai ser divertido.
Clique no botão e anote em seu caderno quais lembranças os sons evocaram e a que objetos, animais,
pessoas ou situações você os relacionaria:
Mar, chuva com trovões, carneiros, cachoeira, telefone, celular, salsa, musica japonesa
Sons e narração - atividade
Leia a pergunta abaixo e redija sua resposta no espaço indicado. Ao final clique em Ver resposta para
visualizar nossos comentários.
Perceberam que estamos evocando memórias e trabalhando com temporalidades?
Atividade parecida podemos realizar visitando uma rua ou outro ambiente, tentando detectar neles
características sonoras. Podemos pensar em intensidade do som, lugares mais quietos, mais barulhentos,
cheios ou vazios; mas as decorrências e possibilidades dessa atividade vamos discutir alguns módulos
adiante. Só para registro, lembre-se do texto de Éclea Bosi do Módulo 11.
Agora, vamos ao segundo passo da atividade.
Uma história de sons
2. Contar uma história de sons
Nessa segunda etapa, vamos contar com a ajuda de Sandra Peres e Paulo Tatit. Eles formam o grupo
Palavra Cantada, que se especializou em músicas infantis.
Para realizar a atividade, ouça uma música deles, com cuidado e atenção; se tiver um fone de ouvido,
coloque-o, feche os olhos e aproveite.
A música parece contar uma história. Ouça mais uma vez ou quantas achar necessário, até conseguir
imaginar uma história a partir desses sons; depois, registre essa história em um texto narrativo, com alguns
personagens, sendo que um desses personagens será o narrador da aventura ou desventura.
A dupla Tatit e Peres pensou essa música com uma letra, ou seja, fizeram uma canção. No álbum duplo Pé
com pé, gravaram dois CDs: um, que leva o nome do álbum, tem uma sequência de canções; o outro,
chamado Pé na cozinha, tem remixes instrumentais de cada uma das canções. Vocês ouviram o remix
instrumental e criaram um texto a partir dele. Na próxima tela, vamos comparar o que vocês escreveram
com a canção.
Ouvir uma canção – sua relação com a natureza
3. Ouvir uma canção
A canção se chama Taquaras e o remix, Trilha Sonora das Taquaras; como vemos, os títulos dão dicas do
conteúdo. Por esse motivo, foram omitidos no item 2. Pois, dessa forma, a atividade ficou mais
interessante e não tivemos pistas ao realizá-la.
Compare a letra com o texto narrativo que você produziu. Há semelhanças? Quais? Clique aqui e veja
nossos comentários.
4. E a relação com a natureza?
Por que as taquaras são amedrontadoras? Pelo mesmo motivo que o seu texto deve ter sido ambientado
em um bosque, em uma floresta ou em um lugar ermo, desses que a mãe da gente dizia: “Não vai lá,
menino, que é um perigo”. E por ter relação com as florestas dos contos de fadas, mexe com esse
imaginário infantil dos lugares proibidos.
É interessante pesquisar como esse tipo de conto representou o bosque e a floresta. Há uma diretriz,
historicamente construída, que procura afastar as crianças desses locais: a floresta é o desconhecido, é o
lugar onde vive o outro, as bestas-feras e o estrangeiro-invasor. O lobo e o lobisomem, os seres mágicos e
os invasores cruéis fustigavam a Europa medieval e foram marcando o imaginário ocidental.
Essa atividade é um começo de conversa que pode enveredar por muitos caminhos. Podemos nos
aproveitar de pelos menos alguns elementos importantes e facilitadores da aprendizagem em História: a
narração e a utilização de sons como provocadores de sequências didáticas.
O estímulo a essa capacidade narradora pode facilitar a apreensão de conteúdos históricos importantes
como o tempo cronológico e a relação causa-consequência estabelecida por esse tempo.
Sociedades e ambientes - interpretações
Há várias formas de se estudar as relações entre sociedade e natureza em perspectivas históricas. Vamos
tentar entender como alguns pensadores do passado interpretaram as influências do clima ou do ambiente
sobre os povos.
Começando das mais ancestrais, vamos apresentar algumas dessas interpretações:
Ler todos os textos permitirá uma interessante visão panorâmica sobre o que se pensou das relações entre as
Hipócrates
Os textos hipocráticos foram escritos no século de Péricles e carregam consigo as características dessa
época. A hegemonia ateniense e sua efervescência cultural ajudam a entender não só os trabalhos de
Hipócrates e a escola de Medicina de Cós, como também o de outras agremiações de especialistas em várias
áreas do conhecimento, como a academia de Sócrates. Além da Filosofia, são marcantes dessa época: as
peças de Sófocles, as histórias das guerras de Heródoto e Tucídides; Zenão e os paradoxos da Física e a
teoria atomista de Leucipo e Demócrito.
Lembremos que as sociedades tendem a colocar-se como centro do mundo e podemos entender melhor as
proposições desses autores, como essas que se seguem:
Montesquieu
No mesmo trabalho em que preconiza a divisão de poderes e o império das leis,
Montesquieu elabora uma série de ponderações sobre a história dos povos
baseadas nas condições climáticas e ambientais de seus territórios. Como em
Hipócrates, a Ásia e seus ambientes bons e férteis produzem homens e
instituições débeis. Leia alguns trechos de O espírito das leis e descubra como
essas ideias ajudaram a justificar ações de pessoas, grupos e governos.
Capa do livro O espírito das leis
O médico de D. João VI
Francisco da Fonseca Henriquez, médico do século XVIII, escreve uma obra, A âncora medicinal, com
claras influências de Hipócrates e amplamente inserida nas preocupações ambientalistas da época.
Leia trechos das recomendações do médico real.
Esses trechos sugerem algumas atividades de comparação entre
Henriquez, Montesquieu e Hipócrates, mas, ao lidar com fontes, às vezes, outros aspectos chamam nossa
atenção e, quase, exigem que trabalhemos com eles. Na edição atualizada do livro de Mirandela, como ficou
conhecido o médico do rei, estão também transcritos os documentos de liberação do texto para a circulação
na cidade de Lisboa; clique aqui para ver as possibilidades de trabalho com essas fontes.
Imprimatur
Veja as imagens abaixo:
Veja a proposta de atividade:
Tema: Iluminismo/Imprensa/Governo de D. João VI de Portugal.
1. 1.Discutir com os alunos o que pode ou não ser publicado hoje em dia e pesquisar com eles como os
livros são produzidos.
2. 2.Apresentar o livro A âncora medicinal, ressaltando a página de rosto, as licenças do Santo Ofício, a
autorização do clero ordinário e o Desembargo do Paço e desafiar os alunos a responderem a
seguinte questão: era fácil publicar um livro no início do século XVIII em Portugal? A resposta e sua
justificativa podem ser individuais ou em grupo. O trabalho em grupo tem a vantagem da troca de
ideias.
3. 3.Orientar os alunos na análise dos documentos.
4. 4.Sugerir a leitura de obras que esclareçam as dúvidas que surgirem em relação aos temas.
5. 5.Pedir que produzam um relatório do percurso dessa investigação.
6. 6.Questão: A exigência de tantas licenças e permissões não era contrária aos ideais iluministas?
Confira clicando aqui um texto sobre a Censura no Brasil, publicado no site da Universidade de São
Paulo, que pode auxiliar na atividade.
Fronteiras
Ao participar do debate sobre as origens das instituições estadunidenses, Frederick Jackson Turner elabora
uma versão para as especificidades da história norte-americana baseada na Tese da Fronteira. A democracia
e a hegemonia norte-americanas derivariam do caráter dos colonos norte-americanos que, confrontados com
as dificuldades impostas pela expansão da fronteira para oeste, valeram-se de sua força, dedicação,
inteligência e capacidade de adaptação para instalarem-se em “ambientes hostis” habitados por “índios
selvagens”.
Numa explicação grandiloquente sobre a história e o destino norte-americano, o historiador contraria as
teses prevalentes no final do século XIX entre os historiadores americanos: uma afirmava a democracia
norte-americana como herdeira e resultante dos pensadores liberais ingleses, como Locke; outra afirmava
que a democracia estadunidense buscava suas origens nas tradições germânicas. Essas teses exógenas foram
suplantadas pela explicação de Turner, que elevou as condições ambientais das regiões de fronteiras e seus
desafios para a sobrevivência humana como moldadores de um caráter individualista e empreendedor que
marcaria os Estados Unidos.
Essa imagem do homem norte-americano foi amplamente divulgada e aceita nos Estados Unidos e
colaborou na definição de uma certa identidade norte-americana.
Clique aqui para ler um artigo que faz uma interessante apresentação das ideias de Turner para a tradução
do texto do historiador norte-americano “O significado da História”.
Pense agora nos filmes de faroeste a que assistimos ou em muitos outros filmes norte-americanos que
mostravam o contato de alguém com a “natureza selvagem” dos desertos, das montanhas e das florestas
americanas, principalmente as da fronteira oeste, o longínquo oeste que deveria ser domado. Será possível
relacionar esses filmes com as ideias de Turner? Será que essa idealização da fronteira ajuda a explicar a
expansão territorial ou imperialista dos norte-americanos? Ou será que essas ideias norte-americanas de
alguma maneira conversam com a imagem que se construiu do bandeirante?
Euclides da Cunha
Leia alguns trechos selecionados de Os sertões, de Euclides da Cunha:
Segundo o que se colhe em preciosas páginas de Pedro Taques, foram numerosas as famílias de S. Paulo
que, em contínuas migrações, procuraram aqueles rincões longínquos e acredita-se, aceitando o conceito de
um historiógrafo perspicaz, que o "vale de S. Francisco, já aliás muito povoado de paulistas e de seus
descendentes desde o século XVIII, tomou-se uma como colônia quase exclusiva deles". (...) Clique aqui
para ler o trecho selecionado .
É que já se formara no vale médio do grande rio uma raça de cruzados idênticos àqueles mamelucos
estrênuos que tinham nascido em S. Paulo. (...) Clique aqui para ler o trecho selecionado .
Entretanto, a observação cuidadosa do sertanejo do norte mostra atenuado esse antagonismo de tendências e
uma quase fixidez nos caracteres fisiológicos do tipo emergente. Este fato, que contrabate, ao parecer, as
linhas anteriores, é a sua contraprova frisante. (...) Clique aqui para ler o trecho selecionado .
Determinismo
O que você achou desses documentos e textos sobre a influência do clima nas sociedades?
Você percebeu que há perspectivas etnocêntricas? Notou que os autores são figuras relacionadas ao melhor
do conhecimento de cada época?
Hipócrates usa de suas observações, que permitiram o desenvolvimento de uma Medicina baseada em fatos
e comparações, para também justificar a política e a hegemonia grega sobre o Mediterrâneo.
Montesquieu, como aliás muitos dos estudiosos desde o Renascimento, se amparava nos escritos produzidos
ou atribuídos aos gregos e, avaliando as condições europeia e francesa em relação a outras regiões, também
justificava uma certa supremacia de seu país e de seu continente.
Poderíamos continuar observando a mesma situação para Euclides da Cunha e os sertanejos e para Frederick
Jackson Turner e a fronteira oeste dos Estados Unidos.
Os trechos citados de Mirandela expõem com nitidez a importância dos textos clássicos para a atuação dos
médicos do século XVIII.
É interessante notar que, se algumas observações mais gerais são razoáveis até para os dias de hoje —
moderação e clima ameno ajudam a manter uma vida saudável —, a maior parte do que dizem sobre a
influência do clima nas sociedades mostrou-se inconsistente. Tente descobrir o porquê. Na próxima tela,
algumas orientações sobre o determinismo em Os sertões.
Euclides da Cunha - Atividades
Após ler os trechos de Euclides da Cunha, pense nestas duas questões:
Tente rascunhar uma resposta, em seu caderno ou em um bloco de notas, e depois retome as discussões que
fizemos sobre o mito bandeirante e a história nacional. Se quiser saber mais sobre isso, clique aqui e leia um
texto sobre o assunto.
A seguir, responda à questão dissertativa.
Natureza e o livro didático – Preparação para o fórum
Em 1988, foi realizado o seminário Perspectivas do Ensino de História na Faculdade de Educação da USP,
em que o professor Arthur Soffiati, apresentando suas pesquisas sobre a produção historiográfica e sobre os
conteúdos dos livros didáticos de História acerca das relações das sociedades humanas com a natureza,
conclui que há uma “ausência da natureza nos livros didáticos de História”.
Vinte e dois anos depois, essa ausência ainda persiste?
Analise duas unidades de um volume de uma coleção de Ensino Fundamental e outras duas unidades de um
volume de uma coleção de Ensino Médio e dê sua opinião no fórum deste módulo.
Para realizar a análise, considere as seguintes proposições de Soffiati:
Clique aqui e leia o artigo de Arthur Soffiati para embasar melhor sua contribuição. Se preferir ou por
comodidade, escolha volumes que tratem dos mesmos assuntos.
A seguir, participe do fórum.
A ausência da natureza dos livros didáticos de História
Em 1988, foi realizado o Seminário “Perspectivas do Ensino de História”, na Faculdade de Educação da USP, em
que o professor Arthur Soffiati, apresentando suas pesquisas sobre a produção historiográfica e sobre os conteúdos
dos livros didáticos de História acerca das relações das sociedades humanas com a natureza, conclui que há uma
“ausência da natureza dos livros didáticos de História”.
Vinte e dois anos depois, essa ausência ainda persiste?
Justifique sua resposta com os dados da análise de duas unidades de dois livros didáticos: um de uma coleção de
Ensino Fundamental; outro, de Ensino Médio.
Representações da natureza – proposta de atividades
A palavra natureza, como qualquer palavra, apresenta muitos significados. Quando esses significados se
imbricam e acabam por propor uma maneira de um grupo agir ou de pensar em relação a algo ou alguém,
pode-se chamar isso de “representação social”. Alguns estudiosos da temática ambiental dizem que é
importante saber como as pessoas representam a natureza. Sem esquecer que essas representações são
construtos históricos, vamos propor duas atividades para tentar compreender as representações de nossos
alunos sobre a natureza e propor que os próprios alunos pensem sobre elas.
Síntese
Recentemente, historiadores
produziram um corpus interessante de trabalhos relacionados ao meio ambiente. Alguns aproximam seus
estudos das preocupações ecológicas atuais, tentando desvendar os descaminhos da sociedade em sua
relação, destrutiva, com a natureza; outros investigam como as sociedades historicamente se relacionaram
com o ambiente; outros, ainda, como a natureza é uma construção humana e histórica; há também quem se
preocupe com a relação entre os tempos humanos e os tempos mais amplos de outras áreas, como a
Biologia, a Geologia ou a Astronomia.
História ambiental paulista – sugestões
O professor Paulo Henrique Martinez organizou uma interessante coletânea com vários artigos sobre
estudos de temática ambiental realizados no Estado de São Paulo. De um estudo sobre os jardins da
Luz ao impacto da hidrelétrica de Salto Grande, da importância da natureza para as religiões afro-
brasileiras à convivência em torno do Tietê na cidade de São Paulo, muitos temas vão se
descortinando e oferecem um bom panorama da produção historiográfica sobre o meio ambiente.
Há também alguns números especiais de importantes revistas especializadas: como o número 64 da
Revista de Estudos Avançados, com artigos dedicados aos estudos das epidemias — que já foram
trabalhados em módulo anterior, ao estudarmos a revolta da vacina — por diferentes vieses; o
número 68 versa sobre as bases teóricas dos estudos ambientais e, nele, encontramos o artigo do
professor José Augusto Pádua.
Na Revista Brasileira de História, temos o número 51 intitulado Natureza e Cultura e artigos
recentes sobre o tema ambiental. Um deles fala sobre as transformações na culinária paulista, tema já
visto em módulo anterior.
Há também trabalhos clássicos, como os citados nos textos deste módulo, como os de Caio Prado
Júnior, sobre a importância do relevo para a história de São Paulo, e os de Sérgio Buarque de
Holanda, sobre as paisagens do Novo Mundo e o Paraíso ou sobre a navegação nos rios paulistas.
Existe também uma série de trabalhos que, espelhados na obra de Warren Dean sobre a devastação
da Mata Atlântica, procuram tematizar os efeitos, notadamente nefastos, da ação humana sobre os
ambientes anteriores ao estabelecimento de sociedades mais complexas.
Há muito que se conhecer sobre o tema deste módulo que buscou dar algumas orientações, que
começam por aqui e seguem os rumos da sua curiosidade. A seguir, um trabalho interessante sobre
paisagens paulistas.
História ambiental paulista – trabalho e natureza
A professora Dora Shellard Correa fez uma importante pesquisa de doutorado que apurou diferenças
entre a percepção do que seja natureza e do que seja trabalho entre indígenas e agrimensores do estado
no século XIX.
Com a promulgação da Lei de Terra de 1850, o Estado viu-se obrigado a realizar expedições de
agrimensura e, a partir delas, os técnicos do governo expediam laudos sobre o território, os quais contêm
observações sobre as paisagens visitadas, incluindo informações sobre as culturas indígenas.
Os laudos indicam como se procedia a desqualificação dos indígenas: os técnicos consideravam que o
trabalho define o homem e que a transformação da natureza é o grande indicador da realização de
trabalho e, assim, concluíam que os indígenas não realizavam trabalho, pois não alteravam a paisagem e,
portanto, não seriam seres humanos, nem poderiam ter propriedades de terra. A autora contrapõe a essa
perspectiva europeia o levantamento de práticas indígenas de alteração da paisagem que não eram
reconhecidas pelos técnicos, pois estes não sabiam identificar marcas culturais, como as lavouras feitas
pelos indígenas no meio da floresta.
A cultura em que foram formados não proporcionava aos agrimensores representações capazes de
identificar as marcas da outra cultura. Não sabiam o que procurar, portanto não encontravam as
modificações na paisagem feita por outra cultura. Buscando diferenciar os impactos ambientais
provocados por diferentes sociedades, a autora afirma que "não é porque alguns grupos de índios se
utilizavam de queimadas para fazerem suas roças, que o destino das matas paulistas seria
inevitavelmente o mesmo que a cafeicultura concretizou" (CORRÊA, 1997, p. 9). Contextualizando
esses processos e representações, Dora Shellard Correa identifica no estudo das paisagens um importante
caminho interpretativo para a temática ambiental em História.
Depois de ler esta apresentação da obra Paisagens sobrepostas: índios, posseiros e fazendeiros nas matas
de Itapeva (1723-1930), responda a seguir à questão discursiva.
Ponto de vista – entrevista com Janes Jorge
Janes Jorge é doutor em História Social pela Universidade de São Paulo e realizou pesquisas de temática
ambiental sobre o rio Tietê. Vamos ouvi-lo sobre as possibilidades da história ambiental para as salas de
aula dos ensinos Fundamental e Médio.
Finalizando
As temáticas ambientais foram o cerne do trabalho neste módulo.
Acompanhamos a produção historiográfica a esse respeito. Vimos que ainda se discute a especificidade de
uma história ambiental, mas, apresentamos também trabalhos especializados nessa área, inclusive, com
desdobramentos para a educação básica.
Foram apresentadas algumas possibilidades de atividades com alunos.
Conteúdos dos módulos anteriores foram relacionados com os deste módulo, procurando evidenciar a
integração possível entre as várias vertentes da pesquisa histórica.
No próximo módulo, vamos trabalhar com o tema cidadania e estudar questões relativas aos movimentos
sociais e a participação política de cada um. Até lá!
Referências Bibliográficas
CAIRUS, Henrique F. ; RIBEIRO JR, Wilson A. Textos hipocráticos: o doente, o médico e a
doença. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. FIOCruz, 2005.
CORREA, Dora S. . Paisagens sobrepostas: índios, posseiros e fazendeiros nas matas de Itapeva
(1723-1030). Tese de doutoramento. São Paulo: FFLCH-USP, 1997.
CUNHA, Euclides da . Os sertões. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, versão eletrônica
acessada em 14/10/2010.
DUARTE, Regina Horta.. História & Natureza. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
FERRETTI, Danilo Zioni. Euclides da Cunha historiador: a reinvenção do bandeirante em Os
sertões. Rev. hist. [online]. 2009, no. 160, pp. 261-284. ISSN 0034-8309.
(http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rh/n160/a14n160.pdf )
HENRIQUEZ, Francisco da Fonseca . Âncora medicinal: para conservar a vida com saúde. Cotia,
SP: Ateliê editorial, 2004.
JORGE, Janes. . Tietê: o rio que a cidade perdeu. São Paulo, 1890-1940. São Paulo:
Alameda/Fapesp, 2006. v. 1. 232 p.
MARTINEZ, Paulo Henrique (Org.) . História ambiental paulista. 1. ed. São Paulo: Editora Senac
São Paulo, 2007. v. 1. 304 p.
MARTINEZ, Paulo Henrique. Laboratório de História e meio ambiente: estratégia institucional
na formação continuada de historiadores. Rev. Bras. Hist. [online]. 2004, vol.24, n.48, pp. 233-
251. ISSN 0102-0188. (http://www.scielo.br/pdf/rbh/v24n48/a11v24n48.pdf )
PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. Estudos Avançados [online].
2010, vol.24, n.68, pp. 81-101. ISSN 0103-4010. (http://www.scielo.br/pdf/ea/v24n68/09.pdf )
SOFFIATI, A. A ausência da natureza nos livros didáticos de história. Revista Brasileira de
História, São Paulo, v.9, n.19, p.43-56, 1989-1990.
(http://www.anpuh.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=3878 )
TURNER, Frederick Jackson. O significado da História. Translated by Arthur Lima de Avila.
História [online]. 2005, vol.24, n.1, pp. 191-223. ISSN 1980-4369.
(http://www.scielo.br/pdf/his/v24n1/a08v24n1.pdf )
OBJETIVAS
1. “A história ambiental, como campo historiográfico consciente de si mesmo e crescentemente institucionalizado na
academia de diferentes países, começou a estruturar-se no início da década de 1970.” Assim, José Augusto
Pádua inicia seu texto sobre As bases teóricas da história ambiental. Sobre esse tema, a história ambiental, e a
partir desse texto, afirma-se:
I) A história ambiental está relacionada a mudanças observadas na própria disciplina histórica, devido à
expansão de temáticas investigadas e à explosão do tempo considerado pelos historiadores.
II) O tempo histórico deixa de se restringir aos 6000 anos do tempo bíblico e se expande para os milhões e
bilhões de anos do tempo geológico ou astronômico.
III) Devido ao aporte de teorias, conceitos e dados de outras ciências, a história ambiental passa a determinar-se
por uma preponderância dos elementos naturais sobre os humanos ou sociais.
Sobre as proposições anteriores, assinale a alternativa correta:
Todas as proposições estão corretas.
Todas as proposições estão incorretas.
Somente as proposições I e II estão corretas.
Somente as proposições I e III estão corretas.
Somente as proposições II e III estão corretas.
2. Discutindo os trabalhos de Caio Prado Júnior, Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda em que esses
autores “criavam sentidos para a natureza”, Regina Horta Duarte afirma que:
Apesar de serem historiadores clássicos, esses autores não perceberam relações entre natureza e
sociedade que escapassem do determinismo biológico.
Apesar de serem historiadores clássicos, esses autores não perceberam relações entre natureza e
sociedade que escapassem das perspectivas sociocêntricas e antropocêntricas.
Os autores destacaram-se por produções ufanistas, que elogiavam as características de uma
“natureza nacional” que garantiria o desenvolvimento da formação nacional do Brasil.
A autora considera que Capistrano de Abreu, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda são os
pais-precursores da história ambiental brasileira.
Os autores, assim como historiadores de outras gerações, se dedicaram ao estudo da natureza, com
motivos diversos aos da atual história ambiental.
3. Segundo Paulo Henrique Martinez, a importância das pesquisas de temática ambiental para o ensino da História
está corretamente relacionada às proposições abaixo, exceto uma. Assinale a alternativa incorreta sobre essa
relação.
A constituição de um campo de pesquisa historiográfica sobre a temática ambiental amplia as
possibilidade do tratamento didático dessas temáticas nos cursos de História em todos os níveis.
Os PCNs circunscrevem a temática ambiental aos Temas Transversais, tornando desnecessária ou
apenas secundária a atuação do professor de História no ensino de conteúdos relativos ao tema.
A introdução da temática ambiental nas aulas de História responde também a pressões sociais e
políticas advindas dos movimentos ambientalistas organizados ou de uma preocupação difusa com o
meio ambiente.
A necessidade de se compreender as relações entre sociedade e natureza, entre o homem e seu
entorno, a partir de uma perspectiva temporal.
A abordagem de questões ambientais nas aulas de História pode, ao discutir aspectos da qualidade de
vida da população, propor um elenco de problemas e situações com enorme potencial para a
compreensão crítica da sociedade brasileira.
4. Ao discutirmos as relações das sociedades com a natureza, duas posturas são frequentemente percebidas: (1)
uma afirma que o homem é e sempre foi um destruidor da natureza e outra diz o contrário, que (2) o homem
reencontrará seu caminho, aproximando-se da natureza. Sobre essas posturas, avalie as proposições a seguir:
I. O homem é uma essência imutável.
II. O homem é uma construção histórica.
Assinale a alternativa correta:
As posturas 1 e 2 estão associadas à proposição I.
As posturas 1 e 2 estão associadas à proposição II.
A postura 1 está associada à proposição I, enquanto a postura 2 está associada à proposição II.
A postura 1 está associada à proposição II, enquanto a postura 2 está associada à proposição I.
Não há relações entre as posturas 1 e 2 e as proposições I e II.
5. Neste módulo, realizamos uma atividade em que, a partir de uma trilha sonora, elaborou-se um texto ficcional.
Ao refletir sobre essa atividade podemos concluir que:
É uma atividade lúdica sem desdobramentos para o desenvolvimento de conteúdos próprios ao ensino
de História.
A atividade não permite o desenvolvimento de conteúdos conceituais importantes para o ensino de
História.
Revela a preponderância dos conteúdos procedimentais sobre os conceituais.
A atividade com textos narrativos encontra apoio na própria produção historiográfica e em pesquisas
sobre aprendizagem e desenvolvimento cognitivo.
Não há relação entre textos ficcionais e textos históricos.
6. "[...], considero que os habitantes da Europa são mais animosos dos que os da Ásia; pois, em (climas) quase
iguais , há indolências; em climas que se modificam, há a vivacidade no corpo e na alma, e, a partir da
tranquilidade e da indolência, aumenta a covardia; a partir da vivacidade e dos esforços, aumenta a virilidade.
Por essa razão, os habitantes da Europa são mais belicosos, e também por causa dos costumes, porque não
são reinados, como os da Ásia. Pois onde o homem é reinado, necessariamente também é mais covarde."
(Hipócrates. Ares, águas e lugares). Sabemos que os textos hipocráticos foram escritos durante o século de
Péricles, período hegemônico da cidade-estado de Atenas. Sobre os textos e sua época, afirma-se que:
Os costumes, segundo o texto, determinam as qualidades de um povo, de maneira que estudá-los é
mais importante que se ater às implicações do clima e do ambiente para o caráter de uma população.
Há uma explicação da superioridade dos europeus frente aos asiáticos, a partir das influências do
ambiente e dos costumes, mas que também pode ser entendida pela posição hegemônica de Atenas e
dos gregos sobre o Mediterrâneo.
Segundo o texto, os climas amenos e ambientes agradáveis produzem homens mais habilidosos e
persistentes, pois crescem bem alimentados e fortes.
Segundo o texto, não há relação entre os tipos de governo e as características dos povos.
Suas observações sobre os reinados fazem crer que o autor discordava dos rumos da Atenas
democrática do tempo de Péricles.
7. Na constituição das nações modernas, a natureza foi convocada a contribuir para a elaboração de laços de
identidade e patriotismo. Sobre relações entre natureza e nação elaboradas sobre o Brasil, é incorreto afirmar
que:
No período colonial, visões edênicas e infernais povoaram a mentalidade de colonos e europeus sobre
os trópicos e a América portuguesa.
Euclides da Cunha, invertendo o mito bandeirista, afirmava que o jagunço canudense era “rocha viva
da raça”, a reedição do bandeirante que submete o meio aos seus desígnios e, dominando o território,
constrói a nação.
O romantismo literário do século XIX inscreveu a opulência da natureza brasileira como uma das
características nacionais do Brasil.
Oswald de Andrade e a reedição do romantismo indigenista com o movimento antropofágico retomam
a visão de uma idílica e opulenta natureza como elementos de brasilidade.
Símbolos oficiais brasileiros, como a bandeira e o hino nacional, carregam também interpretações de
um nacionalismo romântico relacionado à natureza brasileira.
8. Em O espírito das leis, Montesquieu tece, entre outras, as seguintes considerações:
I. Um dos expoentes do iluminismo francês, Montesquieu escreveu O espírito das leis em que defende a
importância das instituições e a tripartição dos poderes.
II. Na mesma obra, o autor defende a importância das características ambientais para a formação política das
sociedades e do caráter dos povos.
III. Ainda segundo o autor, a primazia europeia derivaria da herança germânica (origem de um caráter
individualista e democrático) e do ambiente propício.
Somente a proposição I está correta.
Somente a proposição II está correta.
Somente as proposições I e III estão corretas.
Somente as proposições II e III estão corretas.
Todas as proposições estão corretas.
9. Observe o gráfico a seguir:
Sobre os dados do gráfico é correto afirmar que:
Em meados do século XVII, houve um aumento do número de mortes provocadas pela peste.
No início do século XIX, inicia-se um período de decréscimo da população europeia.
Há uma queda acentuada nos casos de tuberculose, a partir do início do século XIX, provavelmente
associada à vacinação.
A queda no número de mortes provocadas por febres é explicada pelo uso da inoculação.
As mortes por febres e varíola somadas ultrapassam os casos de mortes provocadas por doenças
infantis a partir de 1835.
10. Sobre o impacto das atividades econômicas sobre as florestas tropicais e equatoriais do Brasil, assinale a
alternativa incorreta:
No período colonial, a lavoura de cana-de-açúcar é exemplar do uso de espécies exóticas que, por
demandarem áreas agricultáveis, férteis e abundantes, significaram a derrubada contínua de áreas
cobertas por florestas.
A implantação de lavouras de café no século XIX foi responsável por um aumento significativo de
áreas florestais devastadas, sob a justificativa de necessidade de mais áreas agricultáveis.
Atualmente, a pressão do mercado imobiliário nas cidades e a ampliação de áreas agrícolas são dois
dos fatores que impactam negativamente os remanescentes de Mata Atlântica.
Os anos da ditadura militar observaram uma diminuição da exploração das florestas devido à
utilização racional de recursos naturais, projetada por um governo que buscava o crescimento
econômico em base sustentáveis.
No início do século XX, além dos impactos da contínua extensão da fronteira agrícola, contribuíram
para a diminuição das áreas florestais os processos de urbanização e industrialização.
Atividade-Vivência
Ambiente e natureza
Os temas relacionados à natureza podem ser investigados de várias maneiras. Para essa atividade de
vivência, sugerimos a observação do ambiente escolar e uma entrevista com um dos professores de História
da escola. As perguntas a serem respondidas são as seguintes:
Sobre a escola: Que tipo de relação com a natureza, o ambiente escolar sugere?
Sobre a atuação do professor de História: Como a temática da natureza é trabalhada nas aulas?
Agora acesse o formulário da atividade no rodapé desta página. Imprima-o e leve-o junto no momento da
entrevista.
Está atividade tem duração de duas semanas. Ela deverá ser entregue por meio do preenchimento do mesmo
formulário, porém online, no módulo 17.
Agende a entrevista com antecedência e se organize para ter tempo de realizar a entrevista e preparar o
relatório.
Bom trabalho!
DISCURSIVAS
1.
Após ler os trechos de Euclides da Cunha, responda as duas questões abaixo, justificando suas respostas:
a. Como os textos de Euclides da Cunha dialogam com os textos de Montesquieu e de Frederick Jackson Turner?
b. Relacione a produção de Euclides da Cunha com o que foi discutido no módulo “História Local, Regional e
Nacional”.
1.
Ultimamente, a grande imprensa noticiou a descoberta de geoglifos no estado do Acre. Esses geoglifos são enormes
símbolos feitos no chão por antigas sociedades. Leia um artigo sobre o tema clicando aqui. Atente para o fato de que
os geoglifos só foram descobertos depois de retirada a cobertura vegetal, ou seja, depois da derrubada de parte da
floresta amazônica que cobria esses vestígios. Estabeleça relações entre a forma com que aconteceram essas
descobertas e os temas estudados no módulo; considere, para isso, principalmente as ideias sobre representações
da natureza e os diferentes tempos.

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  • 1. Modulo 15 historia Para começar a história Gostou do vídeo? Lembrou-se de outras canções que falam de paisagens bonitas? De lugares paradisíacos? Pois é, músicas e canções também são elementos importantes na constituição de memórias individuais e de significados coletivos. E a temática ambiental vem se tornando objeto de um número cada vez maior de pesquisas de historiadores. Para entender melhor essa temática e a consolidação de uma vertente historiográfica chamada de história ambiental, clique aqui. Mas, se você quiser pensar um pouco sobre temas da história ambiental, pode clicar aqui. Ou então, se preferir iniciar por uma atividade que mistura narrativa escrita, sons e tema ambiental, clique aqui. Essas e outras atividades estão distribuídas por este módulo. Comece por qualquer uma delas, mas passeie por todas, atentando para cada detalhe dessas paragens. Assim que conhecer todas as atividades, clique aqui para avançar no módulo. História ambiental As imagens do vazamento de óleo do poço de Macondo, no golfo do México, não nos deixam esquecer de uma das grandes preocupações da atualidade: o impacto da ação humana sobre o ambiente. Imagens tragicamente belas invadiram os jornais impressos, virtuais e televisivos. Esses acontecimentos que se transformam também em grandes eventos midiáticos mobilizam a imprensa que sai em busca de explicações para o ocorrido e de prognósticos para um ambiente repleto de intervenções humanas. Ave suja de óleo no Golfo do México. Também nós, profissionais de História, pesquisadores ou professores, nos mobilizamos nessa busca por explicações e prognósticos. História ambiental – textos Há algum tempo, a história ambiental vem garantindo seu espaço. Pesquisas sobre a temática ambiental aumentam em número e encontros dessa vertente historiográfica começam a acontecer. Para acompanharmos um pouco essa produção, sugerimos a leitura de três textos. 1. 1.Em As bases teóricas da história ambiental, o professor José Augusto Pádua escreve sobre a validade e a importância da história ambiental para o debate historiográfico contemporâneo. 2. 2.Em um capítulo de seu livro História & natureza, intitulado "História e história ambiental", a professora Regina Horta Duarte discute a especificidade ou não da história ambiental, abordando, entre outros aspectos, alguns dos vários significado da palavra natureza. 3. 3.O professor Paulo Henrique Martinez, em seu texto "Laboratório de História e meio ambiente", conta suas experiências de pesquisador da área e de formador de professores em um projeto que aproximou pesquisa acadêmica e atividade docente na educação básica. Depois de lerem esses textos e refletirem sobre eles, deem uma busca pelo espaço virtual, procurando outros textos sobre o assunto e tentem descobrir se, para os três autores, história ambiental significa exatamente a mesma coisa. Sons e narração Narrar: contar uma sequência de ações, seja por escrito, pela fala, por imagens ou utilizando qualquer outro recurso de comunicação, é um dos elementos importante para ensinarmos e aprendermos a disciplina História, seja a história escolar ou a história acadêmica. A atividade proposta pode ser utilizada tanto no Ensino Fundamental II quanto no Médio. Vamos nos concentrar inicialmente na habilidade de contar histórias: narrar. Em seguida, discutiremos a representação da natureza. Vamos começar a atividade.
  • 2. 1. A preparação dos ouvidos: Vamos fazer as atividades como se fôssemos alunos. Acho que vai ser divertido. Clique no botão e anote em seu caderno quais lembranças os sons evocaram e a que objetos, animais, pessoas ou situações você os relacionaria: Mar, chuva com trovões, carneiros, cachoeira, telefone, celular, salsa, musica japonesa Sons e narração - atividade Leia a pergunta abaixo e redija sua resposta no espaço indicado. Ao final clique em Ver resposta para visualizar nossos comentários. Perceberam que estamos evocando memórias e trabalhando com temporalidades? Atividade parecida podemos realizar visitando uma rua ou outro ambiente, tentando detectar neles características sonoras. Podemos pensar em intensidade do som, lugares mais quietos, mais barulhentos, cheios ou vazios; mas as decorrências e possibilidades dessa atividade vamos discutir alguns módulos adiante. Só para registro, lembre-se do texto de Éclea Bosi do Módulo 11. Agora, vamos ao segundo passo da atividade. Uma história de sons 2. Contar uma história de sons Nessa segunda etapa, vamos contar com a ajuda de Sandra Peres e Paulo Tatit. Eles formam o grupo Palavra Cantada, que se especializou em músicas infantis. Para realizar a atividade, ouça uma música deles, com cuidado e atenção; se tiver um fone de ouvido, coloque-o, feche os olhos e aproveite. A música parece contar uma história. Ouça mais uma vez ou quantas achar necessário, até conseguir imaginar uma história a partir desses sons; depois, registre essa história em um texto narrativo, com alguns personagens, sendo que um desses personagens será o narrador da aventura ou desventura. A dupla Tatit e Peres pensou essa música com uma letra, ou seja, fizeram uma canção. No álbum duplo Pé com pé, gravaram dois CDs: um, que leva o nome do álbum, tem uma sequência de canções; o outro, chamado Pé na cozinha, tem remixes instrumentais de cada uma das canções. Vocês ouviram o remix instrumental e criaram um texto a partir dele. Na próxima tela, vamos comparar o que vocês escreveram com a canção. Ouvir uma canção – sua relação com a natureza 3. Ouvir uma canção A canção se chama Taquaras e o remix, Trilha Sonora das Taquaras; como vemos, os títulos dão dicas do conteúdo. Por esse motivo, foram omitidos no item 2. Pois, dessa forma, a atividade ficou mais interessante e não tivemos pistas ao realizá-la. Compare a letra com o texto narrativo que você produziu. Há semelhanças? Quais? Clique aqui e veja nossos comentários.
  • 3. 4. E a relação com a natureza? Por que as taquaras são amedrontadoras? Pelo mesmo motivo que o seu texto deve ter sido ambientado em um bosque, em uma floresta ou em um lugar ermo, desses que a mãe da gente dizia: “Não vai lá, menino, que é um perigo”. E por ter relação com as florestas dos contos de fadas, mexe com esse imaginário infantil dos lugares proibidos. É interessante pesquisar como esse tipo de conto representou o bosque e a floresta. Há uma diretriz, historicamente construída, que procura afastar as crianças desses locais: a floresta é o desconhecido, é o lugar onde vive o outro, as bestas-feras e o estrangeiro-invasor. O lobo e o lobisomem, os seres mágicos e os invasores cruéis fustigavam a Europa medieval e foram marcando o imaginário ocidental. Essa atividade é um começo de conversa que pode enveredar por muitos caminhos. Podemos nos aproveitar de pelos menos alguns elementos importantes e facilitadores da aprendizagem em História: a narração e a utilização de sons como provocadores de sequências didáticas. O estímulo a essa capacidade narradora pode facilitar a apreensão de conteúdos históricos importantes como o tempo cronológico e a relação causa-consequência estabelecida por esse tempo. Sociedades e ambientes - interpretações Há várias formas de se estudar as relações entre sociedade e natureza em perspectivas históricas. Vamos tentar entender como alguns pensadores do passado interpretaram as influências do clima ou do ambiente sobre os povos. Começando das mais ancestrais, vamos apresentar algumas dessas interpretações: Ler todos os textos permitirá uma interessante visão panorâmica sobre o que se pensou das relações entre as Hipócrates Os textos hipocráticos foram escritos no século de Péricles e carregam consigo as características dessa época. A hegemonia ateniense e sua efervescência cultural ajudam a entender não só os trabalhos de Hipócrates e a escola de Medicina de Cós, como também o de outras agremiações de especialistas em várias áreas do conhecimento, como a academia de Sócrates. Além da Filosofia, são marcantes dessa época: as peças de Sófocles, as histórias das guerras de Heródoto e Tucídides; Zenão e os paradoxos da Física e a teoria atomista de Leucipo e Demócrito.
  • 4. Lembremos que as sociedades tendem a colocar-se como centro do mundo e podemos entender melhor as proposições desses autores, como essas que se seguem: Montesquieu No mesmo trabalho em que preconiza a divisão de poderes e o império das leis, Montesquieu elabora uma série de ponderações sobre a história dos povos baseadas nas condições climáticas e ambientais de seus territórios. Como em Hipócrates, a Ásia e seus ambientes bons e férteis produzem homens e instituições débeis. Leia alguns trechos de O espírito das leis e descubra como essas ideias ajudaram a justificar ações de pessoas, grupos e governos. Capa do livro O espírito das leis O médico de D. João VI Francisco da Fonseca Henriquez, médico do século XVIII, escreve uma obra, A âncora medicinal, com claras influências de Hipócrates e amplamente inserida nas preocupações ambientalistas da época. Leia trechos das recomendações do médico real. Esses trechos sugerem algumas atividades de comparação entre Henriquez, Montesquieu e Hipócrates, mas, ao lidar com fontes, às vezes, outros aspectos chamam nossa atenção e, quase, exigem que trabalhemos com eles. Na edição atualizada do livro de Mirandela, como ficou conhecido o médico do rei, estão também transcritos os documentos de liberação do texto para a circulação na cidade de Lisboa; clique aqui para ver as possibilidades de trabalho com essas fontes. Imprimatur Veja as imagens abaixo: Veja a proposta de atividade:
  • 5. Tema: Iluminismo/Imprensa/Governo de D. João VI de Portugal. 1. 1.Discutir com os alunos o que pode ou não ser publicado hoje em dia e pesquisar com eles como os livros são produzidos. 2. 2.Apresentar o livro A âncora medicinal, ressaltando a página de rosto, as licenças do Santo Ofício, a autorização do clero ordinário e o Desembargo do Paço e desafiar os alunos a responderem a seguinte questão: era fácil publicar um livro no início do século XVIII em Portugal? A resposta e sua justificativa podem ser individuais ou em grupo. O trabalho em grupo tem a vantagem da troca de ideias. 3. 3.Orientar os alunos na análise dos documentos. 4. 4.Sugerir a leitura de obras que esclareçam as dúvidas que surgirem em relação aos temas. 5. 5.Pedir que produzam um relatório do percurso dessa investigação. 6. 6.Questão: A exigência de tantas licenças e permissões não era contrária aos ideais iluministas? Confira clicando aqui um texto sobre a Censura no Brasil, publicado no site da Universidade de São Paulo, que pode auxiliar na atividade. Fronteiras Ao participar do debate sobre as origens das instituições estadunidenses, Frederick Jackson Turner elabora uma versão para as especificidades da história norte-americana baseada na Tese da Fronteira. A democracia e a hegemonia norte-americanas derivariam do caráter dos colonos norte-americanos que, confrontados com as dificuldades impostas pela expansão da fronteira para oeste, valeram-se de sua força, dedicação, inteligência e capacidade de adaptação para instalarem-se em “ambientes hostis” habitados por “índios selvagens”. Numa explicação grandiloquente sobre a história e o destino norte-americano, o historiador contraria as teses prevalentes no final do século XIX entre os historiadores americanos: uma afirmava a democracia norte-americana como herdeira e resultante dos pensadores liberais ingleses, como Locke; outra afirmava que a democracia estadunidense buscava suas origens nas tradições germânicas. Essas teses exógenas foram suplantadas pela explicação de Turner, que elevou as condições ambientais das regiões de fronteiras e seus desafios para a sobrevivência humana como moldadores de um caráter individualista e empreendedor que marcaria os Estados Unidos. Essa imagem do homem norte-americano foi amplamente divulgada e aceita nos Estados Unidos e colaborou na definição de uma certa identidade norte-americana. Clique aqui para ler um artigo que faz uma interessante apresentação das ideias de Turner para a tradução do texto do historiador norte-americano “O significado da História”. Pense agora nos filmes de faroeste a que assistimos ou em muitos outros filmes norte-americanos que mostravam o contato de alguém com a “natureza selvagem” dos desertos, das montanhas e das florestas americanas, principalmente as da fronteira oeste, o longínquo oeste que deveria ser domado. Será possível relacionar esses filmes com as ideias de Turner? Será que essa idealização da fronteira ajuda a explicar a expansão territorial ou imperialista dos norte-americanos? Ou será que essas ideias norte-americanas de alguma maneira conversam com a imagem que se construiu do bandeirante? Euclides da Cunha Leia alguns trechos selecionados de Os sertões, de Euclides da Cunha: Segundo o que se colhe em preciosas páginas de Pedro Taques, foram numerosas as famílias de S. Paulo que, em contínuas migrações, procuraram aqueles rincões longínquos e acredita-se, aceitando o conceito de um historiógrafo perspicaz, que o "vale de S. Francisco, já aliás muito povoado de paulistas e de seus descendentes desde o século XVIII, tomou-se uma como colônia quase exclusiva deles". (...) Clique aqui para ler o trecho selecionado . É que já se formara no vale médio do grande rio uma raça de cruzados idênticos àqueles mamelucos estrênuos que tinham nascido em S. Paulo. (...) Clique aqui para ler o trecho selecionado .
  • 6. Entretanto, a observação cuidadosa do sertanejo do norte mostra atenuado esse antagonismo de tendências e uma quase fixidez nos caracteres fisiológicos do tipo emergente. Este fato, que contrabate, ao parecer, as linhas anteriores, é a sua contraprova frisante. (...) Clique aqui para ler o trecho selecionado . Determinismo O que você achou desses documentos e textos sobre a influência do clima nas sociedades? Você percebeu que há perspectivas etnocêntricas? Notou que os autores são figuras relacionadas ao melhor do conhecimento de cada época? Hipócrates usa de suas observações, que permitiram o desenvolvimento de uma Medicina baseada em fatos e comparações, para também justificar a política e a hegemonia grega sobre o Mediterrâneo. Montesquieu, como aliás muitos dos estudiosos desde o Renascimento, se amparava nos escritos produzidos ou atribuídos aos gregos e, avaliando as condições europeia e francesa em relação a outras regiões, também justificava uma certa supremacia de seu país e de seu continente. Poderíamos continuar observando a mesma situação para Euclides da Cunha e os sertanejos e para Frederick Jackson Turner e a fronteira oeste dos Estados Unidos. Os trechos citados de Mirandela expõem com nitidez a importância dos textos clássicos para a atuação dos médicos do século XVIII. É interessante notar que, se algumas observações mais gerais são razoáveis até para os dias de hoje — moderação e clima ameno ajudam a manter uma vida saudável —, a maior parte do que dizem sobre a influência do clima nas sociedades mostrou-se inconsistente. Tente descobrir o porquê. Na próxima tela, algumas orientações sobre o determinismo em Os sertões. Euclides da Cunha - Atividades Após ler os trechos de Euclides da Cunha, pense nestas duas questões: Tente rascunhar uma resposta, em seu caderno ou em um bloco de notas, e depois retome as discussões que fizemos sobre o mito bandeirante e a história nacional. Se quiser saber mais sobre isso, clique aqui e leia um texto sobre o assunto. A seguir, responda à questão dissertativa. Natureza e o livro didático – Preparação para o fórum Em 1988, foi realizado o seminário Perspectivas do Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, em que o professor Arthur Soffiati, apresentando suas pesquisas sobre a produção historiográfica e sobre os conteúdos dos livros didáticos de História acerca das relações das sociedades humanas com a natureza, conclui que há uma “ausência da natureza nos livros didáticos de História”. Vinte e dois anos depois, essa ausência ainda persiste? Analise duas unidades de um volume de uma coleção de Ensino Fundamental e outras duas unidades de um volume de uma coleção de Ensino Médio e dê sua opinião no fórum deste módulo. Para realizar a análise, considere as seguintes proposições de Soffiati: Clique aqui e leia o artigo de Arthur Soffiati para embasar melhor sua contribuição. Se preferir ou por
  • 7. comodidade, escolha volumes que tratem dos mesmos assuntos. A seguir, participe do fórum. A ausência da natureza dos livros didáticos de História Em 1988, foi realizado o Seminário “Perspectivas do Ensino de História”, na Faculdade de Educação da USP, em que o professor Arthur Soffiati, apresentando suas pesquisas sobre a produção historiográfica e sobre os conteúdos dos livros didáticos de História acerca das relações das sociedades humanas com a natureza, conclui que há uma “ausência da natureza dos livros didáticos de História”. Vinte e dois anos depois, essa ausência ainda persiste? Justifique sua resposta com os dados da análise de duas unidades de dois livros didáticos: um de uma coleção de Ensino Fundamental; outro, de Ensino Médio. Representações da natureza – proposta de atividades A palavra natureza, como qualquer palavra, apresenta muitos significados. Quando esses significados se imbricam e acabam por propor uma maneira de um grupo agir ou de pensar em relação a algo ou alguém, pode-se chamar isso de “representação social”. Alguns estudiosos da temática ambiental dizem que é importante saber como as pessoas representam a natureza. Sem esquecer que essas representações são construtos históricos, vamos propor duas atividades para tentar compreender as representações de nossos alunos sobre a natureza e propor que os próprios alunos pensem sobre elas. Síntese Recentemente, historiadores produziram um corpus interessante de trabalhos relacionados ao meio ambiente. Alguns aproximam seus estudos das preocupações ecológicas atuais, tentando desvendar os descaminhos da sociedade em sua relação, destrutiva, com a natureza; outros investigam como as sociedades historicamente se relacionaram com o ambiente; outros, ainda, como a natureza é uma construção humana e histórica; há também quem se preocupe com a relação entre os tempos humanos e os tempos mais amplos de outras áreas, como a Biologia, a Geologia ou a Astronomia. História ambiental paulista – sugestões O professor Paulo Henrique Martinez organizou uma interessante coletânea com vários artigos sobre estudos de temática ambiental realizados no Estado de São Paulo. De um estudo sobre os jardins da Luz ao impacto da hidrelétrica de Salto Grande, da importância da natureza para as religiões afro- brasileiras à convivência em torno do Tietê na cidade de São Paulo, muitos temas vão se descortinando e oferecem um bom panorama da produção historiográfica sobre o meio ambiente. Há também alguns números especiais de importantes revistas especializadas: como o número 64 da Revista de Estudos Avançados, com artigos dedicados aos estudos das epidemias — que já foram trabalhados em módulo anterior, ao estudarmos a revolta da vacina — por diferentes vieses; o número 68 versa sobre as bases teóricas dos estudos ambientais e, nele, encontramos o artigo do professor José Augusto Pádua. Na Revista Brasileira de História, temos o número 51 intitulado Natureza e Cultura e artigos recentes sobre o tema ambiental. Um deles fala sobre as transformações na culinária paulista, tema já visto em módulo anterior. Há também trabalhos clássicos, como os citados nos textos deste módulo, como os de Caio Prado Júnior, sobre a importância do relevo para a história de São Paulo, e os de Sérgio Buarque de Holanda, sobre as paisagens do Novo Mundo e o Paraíso ou sobre a navegação nos rios paulistas.
  • 8. Existe também uma série de trabalhos que, espelhados na obra de Warren Dean sobre a devastação da Mata Atlântica, procuram tematizar os efeitos, notadamente nefastos, da ação humana sobre os ambientes anteriores ao estabelecimento de sociedades mais complexas. Há muito que se conhecer sobre o tema deste módulo que buscou dar algumas orientações, que começam por aqui e seguem os rumos da sua curiosidade. A seguir, um trabalho interessante sobre paisagens paulistas. História ambiental paulista – trabalho e natureza A professora Dora Shellard Correa fez uma importante pesquisa de doutorado que apurou diferenças entre a percepção do que seja natureza e do que seja trabalho entre indígenas e agrimensores do estado no século XIX. Com a promulgação da Lei de Terra de 1850, o Estado viu-se obrigado a realizar expedições de agrimensura e, a partir delas, os técnicos do governo expediam laudos sobre o território, os quais contêm observações sobre as paisagens visitadas, incluindo informações sobre as culturas indígenas. Os laudos indicam como se procedia a desqualificação dos indígenas: os técnicos consideravam que o trabalho define o homem e que a transformação da natureza é o grande indicador da realização de trabalho e, assim, concluíam que os indígenas não realizavam trabalho, pois não alteravam a paisagem e, portanto, não seriam seres humanos, nem poderiam ter propriedades de terra. A autora contrapõe a essa perspectiva europeia o levantamento de práticas indígenas de alteração da paisagem que não eram reconhecidas pelos técnicos, pois estes não sabiam identificar marcas culturais, como as lavouras feitas pelos indígenas no meio da floresta. A cultura em que foram formados não proporcionava aos agrimensores representações capazes de identificar as marcas da outra cultura. Não sabiam o que procurar, portanto não encontravam as modificações na paisagem feita por outra cultura. Buscando diferenciar os impactos ambientais provocados por diferentes sociedades, a autora afirma que "não é porque alguns grupos de índios se utilizavam de queimadas para fazerem suas roças, que o destino das matas paulistas seria inevitavelmente o mesmo que a cafeicultura concretizou" (CORRÊA, 1997, p. 9). Contextualizando esses processos e representações, Dora Shellard Correa identifica no estudo das paisagens um importante caminho interpretativo para a temática ambiental em História. Depois de ler esta apresentação da obra Paisagens sobrepostas: índios, posseiros e fazendeiros nas matas de Itapeva (1723-1930), responda a seguir à questão discursiva. Ponto de vista – entrevista com Janes Jorge Janes Jorge é doutor em História Social pela Universidade de São Paulo e realizou pesquisas de temática ambiental sobre o rio Tietê. Vamos ouvi-lo sobre as possibilidades da história ambiental para as salas de aula dos ensinos Fundamental e Médio. Finalizando As temáticas ambientais foram o cerne do trabalho neste módulo. Acompanhamos a produção historiográfica a esse respeito. Vimos que ainda se discute a especificidade de uma história ambiental, mas, apresentamos também trabalhos especializados nessa área, inclusive, com desdobramentos para a educação básica. Foram apresentadas algumas possibilidades de atividades com alunos. Conteúdos dos módulos anteriores foram relacionados com os deste módulo, procurando evidenciar a integração possível entre as várias vertentes da pesquisa histórica. No próximo módulo, vamos trabalhar com o tema cidadania e estudar questões relativas aos movimentos sociais e a participação política de cada um. Até lá! Referências Bibliográficas CAIRUS, Henrique F. ; RIBEIRO JR, Wilson A. Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. FIOCruz, 2005. CORREA, Dora S. . Paisagens sobrepostas: índios, posseiros e fazendeiros nas matas de Itapeva (1723-1030). Tese de doutoramento. São Paulo: FFLCH-USP, 1997. CUNHA, Euclides da . Os sertões. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, versão eletrônica acessada em 14/10/2010. DUARTE, Regina Horta.. História & Natureza. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
  • 9. FERRETTI, Danilo Zioni. Euclides da Cunha historiador: a reinvenção do bandeirante em Os sertões. Rev. hist. [online]. 2009, no. 160, pp. 261-284. ISSN 0034-8309. (http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rh/n160/a14n160.pdf ) HENRIQUEZ, Francisco da Fonseca . Âncora medicinal: para conservar a vida com saúde. Cotia, SP: Ateliê editorial, 2004. JORGE, Janes. . Tietê: o rio que a cidade perdeu. São Paulo, 1890-1940. São Paulo: Alameda/Fapesp, 2006. v. 1. 232 p. MARTINEZ, Paulo Henrique (Org.) . História ambiental paulista. 1. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007. v. 1. 304 p. MARTINEZ, Paulo Henrique. Laboratório de História e meio ambiente: estratégia institucional na formação continuada de historiadores. Rev. Bras. Hist. [online]. 2004, vol.24, n.48, pp. 233- 251. ISSN 0102-0188. (http://www.scielo.br/pdf/rbh/v24n48/a11v24n48.pdf ) PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. Estudos Avançados [online]. 2010, vol.24, n.68, pp. 81-101. ISSN 0103-4010. (http://www.scielo.br/pdf/ea/v24n68/09.pdf ) SOFFIATI, A. A ausência da natureza nos livros didáticos de história. Revista Brasileira de História, São Paulo, v.9, n.19, p.43-56, 1989-1990. (http://www.anpuh.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=3878 ) TURNER, Frederick Jackson. O significado da História. Translated by Arthur Lima de Avila. História [online]. 2005, vol.24, n.1, pp. 191-223. ISSN 1980-4369. (http://www.scielo.br/pdf/his/v24n1/a08v24n1.pdf ) OBJETIVAS 1. “A história ambiental, como campo historiográfico consciente de si mesmo e crescentemente institucionalizado na academia de diferentes países, começou a estruturar-se no início da década de 1970.” Assim, José Augusto Pádua inicia seu texto sobre As bases teóricas da história ambiental. Sobre esse tema, a história ambiental, e a partir desse texto, afirma-se: I) A história ambiental está relacionada a mudanças observadas na própria disciplina histórica, devido à expansão de temáticas investigadas e à explosão do tempo considerado pelos historiadores. II) O tempo histórico deixa de se restringir aos 6000 anos do tempo bíblico e se expande para os milhões e bilhões de anos do tempo geológico ou astronômico. III) Devido ao aporte de teorias, conceitos e dados de outras ciências, a história ambiental passa a determinar-se por uma preponderância dos elementos naturais sobre os humanos ou sociais. Sobre as proposições anteriores, assinale a alternativa correta: Todas as proposições estão corretas. Todas as proposições estão incorretas. Somente as proposições I e II estão corretas. Somente as proposições I e III estão corretas. Somente as proposições II e III estão corretas. 2. Discutindo os trabalhos de Caio Prado Júnior, Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda em que esses autores “criavam sentidos para a natureza”, Regina Horta Duarte afirma que: Apesar de serem historiadores clássicos, esses autores não perceberam relações entre natureza e sociedade que escapassem do determinismo biológico. Apesar de serem historiadores clássicos, esses autores não perceberam relações entre natureza e sociedade que escapassem das perspectivas sociocêntricas e antropocêntricas. Os autores destacaram-se por produções ufanistas, que elogiavam as características de uma “natureza nacional” que garantiria o desenvolvimento da formação nacional do Brasil. A autora considera que Capistrano de Abreu, Caio Prado Júnior e Sérgio Buarque de Holanda são os pais-precursores da história ambiental brasileira. Os autores, assim como historiadores de outras gerações, se dedicaram ao estudo da natureza, com motivos diversos aos da atual história ambiental. 3. Segundo Paulo Henrique Martinez, a importância das pesquisas de temática ambiental para o ensino da História
  • 10. está corretamente relacionada às proposições abaixo, exceto uma. Assinale a alternativa incorreta sobre essa relação. A constituição de um campo de pesquisa historiográfica sobre a temática ambiental amplia as possibilidade do tratamento didático dessas temáticas nos cursos de História em todos os níveis. Os PCNs circunscrevem a temática ambiental aos Temas Transversais, tornando desnecessária ou apenas secundária a atuação do professor de História no ensino de conteúdos relativos ao tema. A introdução da temática ambiental nas aulas de História responde também a pressões sociais e políticas advindas dos movimentos ambientalistas organizados ou de uma preocupação difusa com o meio ambiente. A necessidade de se compreender as relações entre sociedade e natureza, entre o homem e seu entorno, a partir de uma perspectiva temporal. A abordagem de questões ambientais nas aulas de História pode, ao discutir aspectos da qualidade de vida da população, propor um elenco de problemas e situações com enorme potencial para a compreensão crítica da sociedade brasileira. 4. Ao discutirmos as relações das sociedades com a natureza, duas posturas são frequentemente percebidas: (1) uma afirma que o homem é e sempre foi um destruidor da natureza e outra diz o contrário, que (2) o homem reencontrará seu caminho, aproximando-se da natureza. Sobre essas posturas, avalie as proposições a seguir: I. O homem é uma essência imutável. II. O homem é uma construção histórica. Assinale a alternativa correta: As posturas 1 e 2 estão associadas à proposição I. As posturas 1 e 2 estão associadas à proposição II. A postura 1 está associada à proposição I, enquanto a postura 2 está associada à proposição II. A postura 1 está associada à proposição II, enquanto a postura 2 está associada à proposição I. Não há relações entre as posturas 1 e 2 e as proposições I e II. 5. Neste módulo, realizamos uma atividade em que, a partir de uma trilha sonora, elaborou-se um texto ficcional. Ao refletir sobre essa atividade podemos concluir que: É uma atividade lúdica sem desdobramentos para o desenvolvimento de conteúdos próprios ao ensino de História. A atividade não permite o desenvolvimento de conteúdos conceituais importantes para o ensino de História. Revela a preponderância dos conteúdos procedimentais sobre os conceituais. A atividade com textos narrativos encontra apoio na própria produção historiográfica e em pesquisas sobre aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. Não há relação entre textos ficcionais e textos históricos. 6. "[...], considero que os habitantes da Europa são mais animosos dos que os da Ásia; pois, em (climas) quase iguais , há indolências; em climas que se modificam, há a vivacidade no corpo e na alma, e, a partir da tranquilidade e da indolência, aumenta a covardia; a partir da vivacidade e dos esforços, aumenta a virilidade. Por essa razão, os habitantes da Europa são mais belicosos, e também por causa dos costumes, porque não são reinados, como os da Ásia. Pois onde o homem é reinado, necessariamente também é mais covarde." (Hipócrates. Ares, águas e lugares). Sabemos que os textos hipocráticos foram escritos durante o século de Péricles, período hegemônico da cidade-estado de Atenas. Sobre os textos e sua época, afirma-se que: Os costumes, segundo o texto, determinam as qualidades de um povo, de maneira que estudá-los é mais importante que se ater às implicações do clima e do ambiente para o caráter de uma população. Há uma explicação da superioridade dos europeus frente aos asiáticos, a partir das influências do ambiente e dos costumes, mas que também pode ser entendida pela posição hegemônica de Atenas e dos gregos sobre o Mediterrâneo. Segundo o texto, os climas amenos e ambientes agradáveis produzem homens mais habilidosos e persistentes, pois crescem bem alimentados e fortes.
  • 11. Segundo o texto, não há relação entre os tipos de governo e as características dos povos. Suas observações sobre os reinados fazem crer que o autor discordava dos rumos da Atenas democrática do tempo de Péricles. 7. Na constituição das nações modernas, a natureza foi convocada a contribuir para a elaboração de laços de identidade e patriotismo. Sobre relações entre natureza e nação elaboradas sobre o Brasil, é incorreto afirmar que: No período colonial, visões edênicas e infernais povoaram a mentalidade de colonos e europeus sobre os trópicos e a América portuguesa. Euclides da Cunha, invertendo o mito bandeirista, afirmava que o jagunço canudense era “rocha viva da raça”, a reedição do bandeirante que submete o meio aos seus desígnios e, dominando o território, constrói a nação. O romantismo literário do século XIX inscreveu a opulência da natureza brasileira como uma das características nacionais do Brasil. Oswald de Andrade e a reedição do romantismo indigenista com o movimento antropofágico retomam a visão de uma idílica e opulenta natureza como elementos de brasilidade. Símbolos oficiais brasileiros, como a bandeira e o hino nacional, carregam também interpretações de um nacionalismo romântico relacionado à natureza brasileira. 8. Em O espírito das leis, Montesquieu tece, entre outras, as seguintes considerações: I. Um dos expoentes do iluminismo francês, Montesquieu escreveu O espírito das leis em que defende a importância das instituições e a tripartição dos poderes. II. Na mesma obra, o autor defende a importância das características ambientais para a formação política das sociedades e do caráter dos povos. III. Ainda segundo o autor, a primazia europeia derivaria da herança germânica (origem de um caráter individualista e democrático) e do ambiente propício. Somente a proposição I está correta. Somente a proposição II está correta. Somente as proposições I e III estão corretas. Somente as proposições II e III estão corretas. Todas as proposições estão corretas. 9. Observe o gráfico a seguir:
  • 12. Sobre os dados do gráfico é correto afirmar que: Em meados do século XVII, houve um aumento do número de mortes provocadas pela peste. No início do século XIX, inicia-se um período de decréscimo da população europeia. Há uma queda acentuada nos casos de tuberculose, a partir do início do século XIX, provavelmente associada à vacinação. A queda no número de mortes provocadas por febres é explicada pelo uso da inoculação. As mortes por febres e varíola somadas ultrapassam os casos de mortes provocadas por doenças infantis a partir de 1835. 10. Sobre o impacto das atividades econômicas sobre as florestas tropicais e equatoriais do Brasil, assinale a alternativa incorreta: No período colonial, a lavoura de cana-de-açúcar é exemplar do uso de espécies exóticas que, por demandarem áreas agricultáveis, férteis e abundantes, significaram a derrubada contínua de áreas cobertas por florestas. A implantação de lavouras de café no século XIX foi responsável por um aumento significativo de áreas florestais devastadas, sob a justificativa de necessidade de mais áreas agricultáveis. Atualmente, a pressão do mercado imobiliário nas cidades e a ampliação de áreas agrícolas são dois dos fatores que impactam negativamente os remanescentes de Mata Atlântica. Os anos da ditadura militar observaram uma diminuição da exploração das florestas devido à utilização racional de recursos naturais, projetada por um governo que buscava o crescimento econômico em base sustentáveis. No início do século XX, além dos impactos da contínua extensão da fronteira agrícola, contribuíram para a diminuição das áreas florestais os processos de urbanização e industrialização. Atividade-Vivência Ambiente e natureza Os temas relacionados à natureza podem ser investigados de várias maneiras. Para essa atividade de vivência, sugerimos a observação do ambiente escolar e uma entrevista com um dos professores de História da escola. As perguntas a serem respondidas são as seguintes: Sobre a escola: Que tipo de relação com a natureza, o ambiente escolar sugere? Sobre a atuação do professor de História: Como a temática da natureza é trabalhada nas aulas? Agora acesse o formulário da atividade no rodapé desta página. Imprima-o e leve-o junto no momento da entrevista. Está atividade tem duração de duas semanas. Ela deverá ser entregue por meio do preenchimento do mesmo formulário, porém online, no módulo 17. Agende a entrevista com antecedência e se organize para ter tempo de realizar a entrevista e preparar o relatório. Bom trabalho! DISCURSIVAS 1. Após ler os trechos de Euclides da Cunha, responda as duas questões abaixo, justificando suas respostas: a. Como os textos de Euclides da Cunha dialogam com os textos de Montesquieu e de Frederick Jackson Turner? b. Relacione a produção de Euclides da Cunha com o que foi discutido no módulo “História Local, Regional e Nacional”.
  • 13. 1. Ultimamente, a grande imprensa noticiou a descoberta de geoglifos no estado do Acre. Esses geoglifos são enormes símbolos feitos no chão por antigas sociedades. Leia um artigo sobre o tema clicando aqui. Atente para o fato de que os geoglifos só foram descobertos depois de retirada a cobertura vegetal, ou seja, depois da derrubada de parte da floresta amazônica que cobria esses vestígios. Estabeleça relações entre a forma com que aconteceram essas descobertas e os temas estudados no módulo; considere, para isso, principalmente as ideias sobre representações da natureza e os diferentes tempos.