D. Luís de Meneses, 3o Conde da Ericeira, nasceu em 1632 em Lisboa. Foi um militar e político importante que lutou em várias batalhas durante a Restauração portuguesa e mais tarde se tornou governador de Trás-os-Montes. É considerado um dos homens mais cultos de sua época e o iniciador da industrialização em Portugal, introduzindo novas manufacturas e apoiando a produção de seda. Escreveu várias obras importantes sobre história.
1. Cronologia biográfica
3º Conde da Ericeira – D. Luís de Meneses
Data e local de nascimento – 22 de Julho de 1632, em Lisboa.
Família - Era filho de D. Henrique de Meneses, 5.º senhor do Louriçal, e de D. Margarida
de Lima, filha dos 4.º condes de Atouguia, João Gonçalves de Ataíde, e D. Maria de Castro.
Retrato –
Locais onde viveu e viagens realizadas – Lisboa, Alentejo, Trás-os-Montes.
Actividades e estudos realizados - Em 1640, com oito anos, entrou para o serviço do
Príncipe D. Teodósio de Bragança, o filho mais velho de D. João IV de Portugal.
Fez então toda a campanha da Restauração, desde 1650, distinguindo-se nas mais célebres
batalhas, como foram a de S. Miguel em 1658, das Linhas de Elvas em 1659, do Ameixial
em 1663, de Montes Claros em 1665, nas conquistas de Évora e Valença de Alcântara, e
em muitos outros combates.. Em 1673, concluída a paz, foi nomeado governador das armas
da província de Trás-os-Montes. No gabinete mostrou igual actividade como em campanha.
Serviu no Alentejo até ao fim da guerra com o posto de general da Artilharia.
Com o fim da guerra, foi nomeado governador das armas de Trás-os-Montes, em 1673. Em
1675 regressou a Lisboa, sendo escolhido para deputado da Junta dos Três Estados, o
conselho régio que administrava o exército. Na mesma altura, foi também nomeado Vedor
da Fazenda.
É considerado o iniciador da industrialização do país. Introduziu o comércio das
manufacturas. Foram assim fundadas as manufacturas de tecidos do Fundão, Covilhã e
Portalegre. Apoiou também a produção de seda, com a plantação de amoreiras e apoio à
produção dos bichos-da-seda.
2. Introduziu a reformação da moeda. Também cuidou com muito zelo da nossa navegação
para as Índias Orientais.
0 conde da Ericeira foi um dos homens mais cultos de sua época, tendo-se dedicado
principalmente à História. Tinha perfeito conhecimento das línguas francesa, espanhola e
italiana.
Trabalhos investigados e publicados – Escreveu:
«Compendio panegírico da vida e acções do Excelentíssimo Senhor Luiz Alvares de
•
Tavora, conde de S. João, marquez de Tavora»; Lisboa, 1674,
«Historia de Portugal restaurado», Parte I, Lisboa, 1679;
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idem, 1710; Parte II, Lisboa, 1698.
•
Escreveu mais:
«Exemplos de virtudes morales en Ia vida de Jorge Castrioto, Ilamado Scanderbeg,
•
príncipe de los Epirotas y Albanezes, etc.,» Lisboa, 1688;
« Relação do felice sucesso que conseguiram as armas do Sereníssimo príncipe D.
•
Pedro, nosso senhor, governadas por Francisco de Tavora, governador e capitão
general do reino de Angola, contra a rebelião de D. João, rei das Pedras e Dongo,
no mez de dezembro de 1671»; saiu anónima e sem ano de impressão;
« Soneto em aplauso do Panegírico poético que dedicou a el rei D. Pedro II o
•
príncipe Seneschal de Ligne, Marquez de Arronches», Lisboa, 1685.
Deixou alguns manuscritos, principalmente em língua castelhana, entre os quais se
contavam duas comédias em verso.
Importância da sua obra para a evolução cultural - Escreveu obras importantes
sobretudo no âmbito da História.
Impacto na sociedade da época – O seu governo assinalou-se por algumas reformas úteis,
e a ele se pode dizer que deve a indústria portuguesa de manufacturas o primeiro impulso
que recebeu. É considerado o iniciador da industrialização do país.
Data e local do óbito – 25 de Maio de 1690, no seu palácio.