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O vampirismo emocional masculino e a cultura feminista

“A cultura é a tentativa dos homens de realizar o imaginável no possível”.

O fato das mulheres serem apresentadas como “essenciais para o conteúdo estético da
cultura”, nos mostra a verdadeira intenção de evitar nossa ação como sujeito ativo da
construção histórica e material da humanidade. Somos limitadas pelas regras do jogo estético
masculino. As poucas mulheres que se encaixaram e conseguiram registrar uma pequena
história no mundo arte, o fizeram de modo isolado e tiveram que se submeter a parâmetros da
visão masculina que determinava o que era arte/ciência e o que não se considerava como.
Tornou-se impossível, para nós mulheres, criarmos nossas próprias concepções estéticas: a
arte autêntica. Para sermos aceitas nos círculos fechados da criação tivemos que nos adaptar
as regras do padrão estético masculino.

Mas qual é a real importância da cultura para a construção da humanidade?

Precisamos compreender que o objetivo prático da cultura é a superação imaginária das
condições materiais de uma dada época, frente aos desejos de uma realidade futura. Enquanto
a filosofia (a ciência e a arte) está em sua plena virtude, ela não se apresenta inerte as ações
humanas, como uma unidade passiva e determinada do saber. Ela é nascida do movimento
dialético social, ela própria projeta-se como um movimento que morde o futuro. Se nós
mulheres não imaginarmos projetos de futuro para a humanidade, não acumularemos
conhecimento possível para controlarmos os meios de produção tecnológicos e criarmos
condições materiais capazes de superar as estruturas que limitam o desenvolvimento de nossa
humanidade como um todo.

Exemplo: Viagem a lua.

Porque as mulheres não produzem uma arte autêntica criando um padrão feminino?

As artes e as ciências foram corrompidas pela dualidade sexual (o machismo). Tal polaridade se
reflete na organização social de nossa cultura e coloca em segundo plano a posição das
mulheres.

Se nós mulheres produzirmos uma cultura própria construiremos um projeto dialético que se
opõe em antítese ao que está posto. Analisemos agora as condições em que as mulheres se
encontram:

A relação que as mulheres têm com a cultura (arte/ciência) é indireta, a mulher gasta sua
energia emocional com os homens e os homens, lhes roubando essa energia, impossibilitam as
mulheres de construírem um futuro de igualdade entre os seres. Portanto tais condições
impossibilitam as mulheres de projetarem um futuro a partir de suas necessidades.

O vampirismo emocional dos homens suga energia que poderia ser utilizada para milhares de
projetos feministas. A história das artes e da ciência nos prova que não são as idéias que
modificam as pessoas, mas o trabalho que é desenvolvido para concretizar em realidade tais
idéias. Por isso o homem sublima sua energia no trabalho e suga os restos mortais da nossa
existência e nós gastamos nossa energia suprindo as necessidades emocionais dos homens, a
sacanagem maior é que eles ainda nos (in)utilizam como Musas inspiradoras de seus projetos
de dominação. Sendo musa (inspiração) de um projeto, nós mulheres não seremos sujeitos da
ação dentro do mesmo e não teremos nossa imagem real transportada nessa projeção,
portanto nossa imagem é corrompida e ainda é estática como um vaso de flores – natureza
morta, reproduzindo as condições reais na qual nós mulheres nos encontramos, e delimita as
posições masculinas dentro do futuro produzido a partir da transformação desta mesma
realidade.

Jogos masculinos

As mulheres que se encaixaram e conseguiram registrar uma pequena história no mundo arte
e da ciência, o fizeram de modo isolado e tiveram que se submeter aos parâmetros da visão
masculina. O que os homens determinaram como arte/ciência e o que não se considerava.

Nós mulheres para galgarmos uma posição socialmente superior, fomos induzidas a buscar a
aprovação estética e a adequação cientifica presentes nas idéias masculinas. Tivemos que nos
encaixar no que está determinado. Acreditando que se pensássemos e fizéssemos uma
arte/ciência fora do que estava posto não fosse arte, assim nenhuma mulher conseguia ao
menos ousar uma outra técnica, uma nova ciência e um novo paradigma artístico. As que
ousaram ainda assim passaram pelo crivo de avaliação dos homens se enquadrando dentro do
padrão estético imposto pela vontade masculina.

A solução para quebrar o machismo na arte/ciência não seria por si só se enquadrar nas
técnicas e superar o homem, mas destruir a cultura e a arte como expressão que já nasceu
corrompida com a dualidade dos sexos.

Qual a importância das mulheres produzirem uma cultura autentica(mente feminista)?

Os homens são estimulados eroticamente pelo sexo oposto, em todos os âmbitos da arte e da
ciência; a pintura era masculina logo o nu tornou-se o nu feminino. Onde a arte do nu
masculino atingiu altos níveis, os homens eram homossexuais, a Renascença.

O próprio padrão de beleza que cultua a perfeição simétrica dos traços estéticos tem sua
origem na concepção projetada pela arte na Grécia Antiga sobre o corpo humano. Hoje, os
bisturis tentam esculpir corpos com as medidas exatas das estátuas de mármore grego e a
projeção do mesmo pensamento pode ser aplicada a construção das aerodinâmica das
maquinas.

A arte (Estetica feminino) foi a brincadeira dos homens para tornarem real um mundo para os
homens adultos do futuro. As maquinas foram projetadas como braços e músculos humanos.
O foguete feito para subir as estrelas é a representação do falo. As válvulas e alavancas são
braços que podem carregar toneladas que representa a força de Hércules que sonhava em ter,
os telescópios, os microscópios e os satélites são os olhos do Deus cristão que tudo controla e
tudo vê.

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O vampirismo emocional masculino e a cultura feminista

  • 1. O vampirismo emocional masculino e a cultura feminista “A cultura é a tentativa dos homens de realizar o imaginável no possível”. O fato das mulheres serem apresentadas como “essenciais para o conteúdo estético da cultura”, nos mostra a verdadeira intenção de evitar nossa ação como sujeito ativo da construção histórica e material da humanidade. Somos limitadas pelas regras do jogo estético masculino. As poucas mulheres que se encaixaram e conseguiram registrar uma pequena história no mundo arte, o fizeram de modo isolado e tiveram que se submeter a parâmetros da visão masculina que determinava o que era arte/ciência e o que não se considerava como. Tornou-se impossível, para nós mulheres, criarmos nossas próprias concepções estéticas: a arte autêntica. Para sermos aceitas nos círculos fechados da criação tivemos que nos adaptar as regras do padrão estético masculino. Mas qual é a real importância da cultura para a construção da humanidade? Precisamos compreender que o objetivo prático da cultura é a superação imaginária das condições materiais de uma dada época, frente aos desejos de uma realidade futura. Enquanto a filosofia (a ciência e a arte) está em sua plena virtude, ela não se apresenta inerte as ações humanas, como uma unidade passiva e determinada do saber. Ela é nascida do movimento dialético social, ela própria projeta-se como um movimento que morde o futuro. Se nós mulheres não imaginarmos projetos de futuro para a humanidade, não acumularemos conhecimento possível para controlarmos os meios de produção tecnológicos e criarmos condições materiais capazes de superar as estruturas que limitam o desenvolvimento de nossa humanidade como um todo. Exemplo: Viagem a lua. Porque as mulheres não produzem uma arte autêntica criando um padrão feminino? As artes e as ciências foram corrompidas pela dualidade sexual (o machismo). Tal polaridade se reflete na organização social de nossa cultura e coloca em segundo plano a posição das mulheres. Se nós mulheres produzirmos uma cultura própria construiremos um projeto dialético que se opõe em antítese ao que está posto. Analisemos agora as condições em que as mulheres se encontram: A relação que as mulheres têm com a cultura (arte/ciência) é indireta, a mulher gasta sua energia emocional com os homens e os homens, lhes roubando essa energia, impossibilitam as mulheres de construírem um futuro de igualdade entre os seres. Portanto tais condições impossibilitam as mulheres de projetarem um futuro a partir de suas necessidades. O vampirismo emocional dos homens suga energia que poderia ser utilizada para milhares de projetos feministas. A história das artes e da ciência nos prova que não são as idéias que modificam as pessoas, mas o trabalho que é desenvolvido para concretizar em realidade tais idéias. Por isso o homem sublima sua energia no trabalho e suga os restos mortais da nossa existência e nós gastamos nossa energia suprindo as necessidades emocionais dos homens, a sacanagem maior é que eles ainda nos (in)utilizam como Musas inspiradoras de seus projetos
  • 2. de dominação. Sendo musa (inspiração) de um projeto, nós mulheres não seremos sujeitos da ação dentro do mesmo e não teremos nossa imagem real transportada nessa projeção, portanto nossa imagem é corrompida e ainda é estática como um vaso de flores – natureza morta, reproduzindo as condições reais na qual nós mulheres nos encontramos, e delimita as posições masculinas dentro do futuro produzido a partir da transformação desta mesma realidade. Jogos masculinos As mulheres que se encaixaram e conseguiram registrar uma pequena história no mundo arte e da ciência, o fizeram de modo isolado e tiveram que se submeter aos parâmetros da visão masculina. O que os homens determinaram como arte/ciência e o que não se considerava. Nós mulheres para galgarmos uma posição socialmente superior, fomos induzidas a buscar a aprovação estética e a adequação cientifica presentes nas idéias masculinas. Tivemos que nos encaixar no que está determinado. Acreditando que se pensássemos e fizéssemos uma arte/ciência fora do que estava posto não fosse arte, assim nenhuma mulher conseguia ao menos ousar uma outra técnica, uma nova ciência e um novo paradigma artístico. As que ousaram ainda assim passaram pelo crivo de avaliação dos homens se enquadrando dentro do padrão estético imposto pela vontade masculina. A solução para quebrar o machismo na arte/ciência não seria por si só se enquadrar nas técnicas e superar o homem, mas destruir a cultura e a arte como expressão que já nasceu corrompida com a dualidade dos sexos. Qual a importância das mulheres produzirem uma cultura autentica(mente feminista)? Os homens são estimulados eroticamente pelo sexo oposto, em todos os âmbitos da arte e da ciência; a pintura era masculina logo o nu tornou-se o nu feminino. Onde a arte do nu masculino atingiu altos níveis, os homens eram homossexuais, a Renascença. O próprio padrão de beleza que cultua a perfeição simétrica dos traços estéticos tem sua origem na concepção projetada pela arte na Grécia Antiga sobre o corpo humano. Hoje, os bisturis tentam esculpir corpos com as medidas exatas das estátuas de mármore grego e a projeção do mesmo pensamento pode ser aplicada a construção das aerodinâmica das maquinas. A arte (Estetica feminino) foi a brincadeira dos homens para tornarem real um mundo para os homens adultos do futuro. As maquinas foram projetadas como braços e músculos humanos. O foguete feito para subir as estrelas é a representação do falo. As válvulas e alavancas são braços que podem carregar toneladas que representa a força de Hércules que sonhava em ter, os telescópios, os microscópios e os satélites são os olhos do Deus cristão que tudo controla e tudo vê.