SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 81
Baixar para ler offline
Arão da Cruz Zunguza




Identificação da Ictiofauna Pescada nos Centros de Pesca do rio Umbelúzi, Distrito
                          de Boane, Província de Maputo




                        Licenciatura em Ensino de Biologia




                             Universidade Pedagógica

                                     Maputo

                                      2012
Arão da Cruz Zunguza




Identificação da Ictiofauna Pescada nos Centros de Pesca do rio Umbelúzi, Distrito
                          de Boane, Província de Maputo

                                                Monografia entregue á Faculdade de
                                                Ciências Naturais e Matemática no
                                                Departamento de Biologia para a
                                                obtenção do Grau Académico de
                                                Licenciatura em Ensino de Biologia
                                                sob à orientação do

                                                Prof. Doutor. Cristiano Luís Vicente
                                                Pires;

                                                Co-supervisor: dr. Santos Mucave e

                                                               drª. Eunice Leong



                        Licenciatura em Ensino de Biologia




                             Universidade Pedagógica

                                     Maputo

                                      2012
i



Índice

Lista de Figuras ....................................................................................................................................iii

Lista de Tabelas .................................................................................................................................... iv

Lista de Abreviaturas e Siglas .............................................................................................................. v

Declaração de honra ............................................................................................................................. vi

Dedicatória........................................................................................................................................... vii

Agradecimentos ..................................................................................................................................viii

Resumo ................................................................................................................................................. ix

1. Introdução .......................................................................................................................................... 1

   1.1. Problema da Pesquisa ................................................................................................................ 4

   1.2. Justificativa ................................................................................................................................. 4

   1.3. Questões científicas ................................................................................................................... 5

   1.4. Hipóteses .................................................................................................................................... 5

   1.5. Objectivos do Estudo ................................................................................................................. 6

       1.5.1. Objectivo Geral ................................................................................................................... 6

       1.5.2. Objectivos Específicos........................................................................................................ 6

2. Revisão Bibliográfica ....................................................................................................................... 7

3. Metodologia..................................................................................................................................... 11

   3.1. Descrição da Área Estudo........................................................................................................ 11

   3.2. Materiais ................................................................................................................................... 13

   3.3. Métodos .................................................................................................................................... 14

       3.3.1. Período de Amostragem ................................................................................................... 14

       3.3.2. Locais de Amostragem ..................................................................................................... 14

       3.3.3. Estratégias de Amostragem .............................................................................................. 15

       3.3.5. Organização de Dados ...................................................................................................... 17
ii



       3.3.6. Análise de Dados............................................................................................................... 17

4. Resultados........................................................................................................................................ 20

   4.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi................................................................... 20

   4.2. Abundância relativa das espécies capturadas por centro de pesca........................................ 21

   4.3. Pesos das espécies Capturadas nos Centros de Pesca ............................................................ 23

   4.3.1.Comparação dos pesos das espécies comuns nos Centros de Pesca ................................... 24

   4.4. Comprimentos das espécies capturadas .................................................................................. 26

   4.4.1. Comparação dos Comprimentos das Espécies comuns nos Centros de Pesca.................. 26

   4.5. Constância de Ocorrência (C) ................................................................................................. 28

   4.6. Similaridade entre os Centros de Pesca .................................................................................. 29

   4.7. Malhas usadas na captura das espécies................................................................................... 30

5. Discussão ......................................................................................................................................... 32

   5.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi................................................................... 32

   5.2. Abundância das espécies ......................................................................................................... 33

   5.3. Comprimento e Peso das espécies mais capturadas no rio Umbelúzi .................................. 35

   5.4. Ocorrência das espécies ........................................................................................................... 36

6. Conclusão ........................................................................................................................................ 38

7. Limitações e Recomendações ........................................................................................................ 39

   7.1. Limitações ................................................................................................................................ 39

   7.2. Recomendações ........................................................................................................................ 39

8. Bibliografia ...................................................................................................................................... 40

Anexos ................................................................................................................................................. 48
iii



Lista de Figuras
Figura 1: Ilustração da Bacia do Rio Umbelúzi no território nacional (Cenacarta). ..................... 12
Figura 2: Mapa de localização dos centros de pesca do rio Umbelúzi, distrito de Boane,
província de Maputo. .......................................................................................................................... 15
Figura 3: Medição do CT de um peixe com auxílio do ictiómetro ................................................. 16
Figura 4: Abundância das espécies capturadas no rio Umbelúzi.................................................... 22
Figura 5: Número de Indivíduos capturados por centro de pesca................................................... 22
Figura 6: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca........................................................ 25
Figura 7: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca........................................................ 28
Figura 8: Índice de Constância de Ocorrência das espécies ........................................................... 29
iv



Lista de Tabelas
Tabela 1: Espécies de peixes identificadas no rio Umbelúzi por centro de pesca……...............20

Tabela 2: Dominância por centro de pesca……………………………………….......................23

Tabela 3: Pesos médios das espécies colectadas por centro de pesca e o seu desvio padrão
(Sd)………………………………………………………………...……………………………..23

Tabela 4: Comparação dos comprimentos médios de cada espécie por centro de pesca e o seu
desvio padrão (Sd)……………………………………………………………………………….26

Tabela 5: Malhas usadas por centro de pesca…………………………………………………….30

Tabela 6: Malhas usadas para captura de cada espécie                                           31
v



Lista de Abreviaturas e Siglas
Termo           Descrição
ARA – Sul        Administração Regional de Águas do Sul
BPL              Barragem dos Pequenos Libombos;
CENACARTA        Centro Nacional de Cartografia e Teledatação
CT               Comprimento Total;
IDPPE            Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala;
IIP              Instituto de Investigação Pesqueira; e
PT               Peso Total.
Sd               Desvio Padrão (Standard deviation)
UEM              Universidade Eduardo Mondlane
UP               Universidade Pedagógica
vi



                                     Declaração de honra


Declaro por minha honra que o presente trabalho de culminação de curso é resultado da minha
pesquisa pessoal e das orientações dos supervisores, feita segundo os critérios em vigor na
Universidade Pedagógica. O seu conteúdo é original, verídico e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no relatório e na referência bibliografia do mesmo.
Declaro também que este trabalho não foi apresentado em nenhuma Instituição para obtenção de
qualquer Grau Académico ou para fins avaliativos.




                                   Maputo, Agosto de 2012


                       ________________________________________
                                    Arão da Cruz Zunguza
vii



                                        Dedicatória




Aos meus pais Amadeu Arnaldo Zunguza e Francisca Cruz M. C. Zunguza, por serem grandes
educadores, que sempre me apoiaram e encorajaram a prosseguir com os meus estudos, fizeram
de tudo, sem medir esforço para garantir a minha educação e formação; dedico todo esforço
empreendido na realização deste trabalho e na minha formação.
viii



                                       Agradecimentos
Os meus agradecimentos são endereçados em 1º lugar a Deus pela vida e pela saúde que tem me
concedido sempre nos meus estudos.
Agradeço aos meus pais Amadeu Arnaldo Zunguza e Francisca Cruz M. C. Zunguza, pela
educação, atenção e apoio que sempre tem me proporcionado. Aos meus irmãos Dimas e Níçia
pelo apoio que sempre me tem dado. Aos meus tios Abel, André, Jerry, Martins, Mónica e Pedro
por tudo que tem feito por mim.
Ao meu supervisor Professor Doutor Cristiano Pires, pelo acompanhamento, críticas, sugestões
dadas na realização do trabalho.
Ao meu co-supervisor dr. Santos Mucave (UEM), pelo acompanhamento, apoio, criticas
sugestões e paciência incansável demonstrada na realização do trabalho.
A minha co-supervisora drª. Eunice Leong (IIP) pelo material disponibilizado, transporte,
acompanhamento e especialmente pelas críticas e sugestões no trabalho.
A todos funcionários do Instituto de Investigação Pesqueira – Matola, por tudo que fizeram por
mim. Ao Sr. Ben Lot (motorista do IIP) pela companhia e ajuda na colecta de dados. Ao Cardoso
(funcionário do IIP) pela companhia e ajuda na medição e pesagem do peixe.
Ao dr. Cucu e dr. Osvaldo Chacate pela disponibilização de laboratório e balanças do IIP
(Maputo).
Aos pescadores do rio Umbelúzi, em especial Sr. Remígio, Sumbane, Magaia e Sra. Madalena
Magaia.
Ao Departamento de Biologia – UP (Sede) na pessoa de drª. Evelina Sambana, dr. Juvêncio, dr.
Machava, e dr. Pita Sitoe.
Ao tio Enoque Muabsa, pelos conselhos, pela ajuda prestada no desenho do mapa e obtenção das
coordenadas dos centros de pesca.
Ao Sr. Levi da ARA – Sul (Barragem dos Pequenos Libombos) pela disponibilização de
informações referentes a Barragem dos Pequenos Libombos.
Aos meus amigos Virgílio Cossa, Ana Teresinha, Marcos André, Marcelo Chaca entre outros que
me ajudaram na realização do trabalho, conselhos, sugestões e mais.
A todos que tem me ajudado na minha careira estudantil, que de certa forma estiveram em
alguma fase ou contribuíram com algo…
                                                              A todos Agradeço Imensamente!
ix



                                           Resumo


O presente estudo realizou-se em três centros de pesca do rio Umbelúzi, no Distrito de Boane,
Província de Maputo. O estudo tinha como objectivo identificar a fauna ictiológica pescada nos
centros de pesca do rio Umbelúzi.
O trabalho realizou-se entre os meses de Fevereiro a Julho de 2011, nos centros de pesca de
Mazambanine, BPL e Mahanhane, tendo sido feitas 6 colectas. Elas eram feitas no período da
manha, logo após o desembarque dos pescadores, consistindo na compra do pescado.
Os resultados obtidos foram organizados no Microsoft Excel, tendo se usado o índice de
constância de ocorrência, dominância de Berger-Parker, diversidade de Simpson e o pacote SPSS
17 para a analise dos dados.
Identificaram-se 12 espécies de peixes nomeadamente Ambassis natalensis, Bagrus meridionalis,
Brycinus imberi, Clarias gariepinus, Glassogobius giurius, Labeo rudi, Lisa macrolepis,
Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis zambensis e
Tilapia rendalli, as quais pertencem a 10 famílias. Elas foram pescadas com redes de malha
2,1/4; 2,5; 3 e 3,5 polegadas. As espécies mais pescadas no rio Umbelúzi são a Oreochromis
mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli. Dessas três espécies a mais abundante é a
Oreochromis niloticus. A abundância da família Ciclidae deve-se ao facto de as espécies desta
família adaptarem-se facilmente nos ambientes onde se encontram e possuírem poucas exigências
para o seu desenvolvimento.
As espécies identificadas no centro de Mazambanine apresentaram valores de comprimento e
peso relativamente maiores comparando com os outros centros de pesca. Duma forma geral as
espécies pescadas no rio Umbelúzi possuem tamanho menores comparadas com mesmas espécies
pescadas em outros rios de Moçambique e de África.
O índice de diversidade revelou existir muita diversidade no rio Umbelúzi, e o número de
espécies identificadas no estudo corresponde ao número total de espécies identificadas na
província.
1. Introdução

Os peixes exibem uma vasta diversidade na sua morfologia, nos habitats que ocupam e na sua
biologia, o que, em parte, torna difícil entender a sua história evolutiva e estabelecer a sua
classificação (NELSON, 2006).


Eles compõem o grupo vertebrado mais representativo, tanto em termos quantitativos, como
qualitativos sendo constituídos por cerca de 25 mil espécies (NELSON, 1994; DORIT,
WALKER & BARNES, 1991), dividas em duas classes principais, Chondrichthyes (mais de 750
espécies) e Osteichthyes (mais de 24 mil espécies) (DORIT, WALKER & BARNES, 1991),
constituindo cerca de metade do total de aproximadamente 56 mil espécies de vertebrados vivos
(NELSON, 2006). Anualmente, novas espécies de peixes são descritas, excedendo o número de
tetrapodes descritos (NELSON, 2006 & ABELL et al, 2008).


Os peixes distribuem-se em ambientes de água doce e marinhos, sendo mais numerosos no mar
(mais de 14 mil espécies) do que na água doce (mais de 10 mil espécies) (NELSON, 1994). Em
termos de habitats ocupados os peixes são divididos em 58% no mar, 1% passa parte do ciclo de
vida no mar e no rio e 41% das espécies ocupa a água doce (JOSSEP, 1998).


As espécies da água doce são no total cerca de 14 mil espécies a nível Mundial (SKELTON et al,
2009), a nível Africano aproximadamente 3 mil espécies (ADALBERTO L. VAL et al, 2008), e
a nivel Moçambicano de uma forma geral são cerca de 2 mil espécies (SCHNEIDER, et al,
2005), das quais 5 são ou quase endémicas, 68 ameaçadas e protegidas e 13 introduzidas.


A introdução de peixes na água doce em novas regiões resulta da acção humana de forma
intencional, por exemplo: pela aquacultura e destruição de aquários; por outro lado pela
introdução não intencional, por exemplo: pela água de lastro e esquemas de transferência entre
bacias (MARR et al, 2010).


A introdução de espécies de peixe em Moçambique, é reportada por exemplo por SCHNEIDER
(2008), no rio Limpopo e rio dos Elefantes onde foram introduzidas as espécies
2
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Hypophthalmichthys molitrix (Carpa prateada) e Oreochromis niloticus (Tilapia do Nilo) vindas
da África do sul, pelas cheias de 2000. No rio Umbelúzi a introdução da espécie
Mylopharyngodon piceus (Carpa preta) para piscicultura ocorreu em 1991, a partir de Cuba, mais
tarde na albufeira de Macarretane (entre Chókwè e a confluência dos rios Limpopo e Elefantes) e
as estações de piscicultura de Mapapa e Lionde (SKELTON, 2001 e BARTLEY, 1993 citados
por SCHNEIDER, 2008).


Em relação aos exemplos de espécies endémicas como é o caso da Parakneria mossambica
(Gorongosa kneria) ocorre na bacia do Rio Gorongosa, Varicorhinus Pungoéensis (formão
chiselmouth do Pungué) ocorre na bacia do Rio Pungué, Nothobranchius kuhntae (Beira
killifish) ocorre na bacia do Rio Pungué, Barbus manicensis (barbo amarelo) pode ser encontrada
nas bacias dos rios Buzi, Pungúe e Zambeze e Amphilius natalensis (peixe gato) pode ser
encontrada na bacia do rio Pungué (SWECO, 2004).


As espécies ameaçadas e protegidas, ocorrem ao longo dos principais rios como Zambeze,
Pungué, Buzi, Save e com densidades mais altas nos sistemas dos rios Limpopo e Incomáti e a
distribuição das mesmas parece estar correlacionada as concentrações humanas (SCHNEIDER,
et al, 2005).


As acções humanas conduzem frequentemente a perdas irreversíveis para a diversidade da vida
na terra e estas perdas foram mais rápidas nos últimos 50 anos do que em toda a história da
humanidade (DE JESUS & SAMPAIO, 2007). Consequentemente, organismos da água doce
estão entre os mais ameaçados no mundo (JENKINS, 2003 citado por MARR et al, 2010).


Os ambientes de água doce são ameaçados por vários factores entre os quais se destacam a
poluição por lançamentos de resíduos de fonte industrial, o aumento da acidificação do solo
causada pelos resíduos de fertilizantes e pesticidas (DE JESUS & SAMPAIO, 2007), a poluição
por metais pesados como o Cu, Zn e Pb, (WHITTON & SAY 1975, citados por MARTINS,
2007), os elevados valores de argilas, de matérias orgânicas, bem como os poluentes persistentes
(SWECO, 2004).




Arão da Cruz Zunguza
3
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Outra importante modificação é ocasionada pela construção de barragens, que alteram a estrutura
dos rios (DE JESUS & SAMPAIO, 2007), que desencadeia uma série de processos
biogeoquímicos que resultam em interferências nas características do meio aquático, destacando-
se a instabilidade dos factores físicos e químicos, e alterações da comunidade biológica, na
montante e na jusante (DE FELIPPO, 1999 citado por CANTON, 2010). A maior parte dos
processos ecológicos é alterada através de modificações no fluxo de água, sedimento, nutrientes,
energia e biota (ALLAN, 1995; LIGON et al, 1995 citados por CANTON, 2010).


O impacto da construção de barragens tem se feito sentir em Moçambique como em outras partes
do mundo, particularmente os associados a construção da barragem de Cahora Bassa e Kariba no
Rio Zambeze. Os impactos notáveis da construção dessas barragens partem da perda de
biodiversidade, erosão costeira, perda de espécies de peixes e perda da produtividade agrícola
(LEGRAND, 2009).


Por isso, é importante conhecer a fauna aquática, pois, os peixes são muito sensíveis a
modificações do meio em que vivem (PAIVA, 1983 citado por MARTINS, 2011) indicando o
estado do ambiente onde estão inseridos (GARCÍA, CUTTELOD & MALAK, 2010), dai, a
necessidade de se fazer diagnósticos correctos dos factores que influenciam as comunidades e
estudos aprofundados de como elas se comportam (HOFFMANN et al, 2005), permitindo
contudo conhecer a diversidade de espécies que existem nesses ambientes.




Arão da Cruz Zunguza
4
Ictiofauna do rio Umbelúzi

1.1. Problema da Pesquisa
Os conhecimentos básicos sobre a descoberta e descrição das espécies de peixes, estão muito
completos em algumas áreas do mundo e para muitas famílias de peixes, existindo falta de
conhecimento para certas famílias e áreas (ESCHMEYER, et al, 2010).


Este cenário verifica-se também na ictiofauna Moçambicana que é pouco conhecida, existindo
conhecimentos profundos de certas áreas protegidas como Delta do Zambezi, Rio Lugenda, Rio
Rovuma, Reserva de Niassa, Reservar especial de Maputo, Rio Buzi na fronteira de
Chimanimani e Parque Nacional de Banhine (SKELTON et al, 2009). Porém existe falta de
conhecimento da ictiofauna de outros rios como o Umbelúzi. Neste sentido, o presente trabalho
surge com o propósito principal de identificar a ictiofauna do rio Umbelúzi e contribuir para o
conhecimento da diversidade piscicula lá existente.


1.2. Justificativa
Vários estudos têm sido feitos no Rio Umbelúzi, no tocante a hidrografia, a geologia, ao solo e
caudal ecológico da bacia, existindo rara informação documentada sobre a identificação como a
descrição das espécies existentes no rio Umbelúzi.


Ecossistemas fluviais como o Rio Umbelúzi estão sujeitos a muitas ameaças antropogénicas
(MARR et al, 2010), como sobre exploração, poluição, introdução de espécies exóticas,
fragmentação, alteração hidrológica (DUDGEON et al, 2006 citado por MARR, et al, 2010 &
SCHNEIDER et al, 2005). Estes aspectos exercem influência directa na ictiofauna que é o mais
importante produto aquático na escala global providenciando proteína animal para 1 bilião de
pessoas no mundo, rendimento para muitas famílias, emprego, nutrição essencial para as
comunidades pobres (FAO, 2002 citado por SKELTON et al, 2009). A ictiofauna é importante
também porque se considera boa indicadora do estado de conservação do ambiente (GARCÍA,
CUTTELOD & MALAK, 2010).


Segundo SKELTON et al (2009) são necessárias muitas pesquisas para a descrição da ictiofauna
Moçambicana, determinando o estado destas espécies. Neste sentido, o presente estudo reveste-




Arão da Cruz Zunguza
5
Ictiofauna do rio Umbelúzi

se de grande relevância, pois vem responder a esta questão, contribuindo para o conhecimento da
ictiofauna do rio Umbelúzi em particular e de Moçambique em geral.


1.3. Questões científicas
1. Que espécies de peixes são pescadas no rio Umbelúzi?
2. Qual é a espécie de peixe que mais abunda nos centros de pesca do rio Umbelúzi?
3. Como variam os comprimentos e pesos das espécies pescadas no rio?


1.4. Hipóteses
H1: No Rio Umbelúzi pescam-se espécies de peixe como: Clarias gariepinus, Oreochromis
   mossambicus e Oreochromis niloticus.
H0: Espécies como Labeo ruddi, Oreochromis placidus e Tilapia rendalli podem ser pescadas no
   rio Umbelúzi.
H2: A espécie Oreochromis mossambicus é que mais abunda nos centros de pesca do rio
   Umbelúzi.
H0: A espécie Oreochromis rendalli, encontra-se em maior número em todos os centros de pesca
   do rio Umbelúzi.
H3: Existe muita variação no comprimento e peso das espécies pescadas no rio Umbelúzi.
H0: existe pouca variação no comprimento e peso das espécies de peixe pescadas no rio
   Umbelúzi.




Arão da Cruz Zunguza
6
Ictiofauna do rio Umbelúzi

1.5. Objectivos do Estudo
1.5.1. Objectivo Geral
 Conhecer a fauna ictiológica pescada nos centros de pesca do Rio Umbelúzi, Distrito de
   Boane Província de Maputo.


1.5.2. Objectivos Específicos
 Identificar as espécies de peixes que existem nos centros de pesca do Rio Umbelúzi;
 Descrever as espécies que ocorrem nos centros de pesca do Rio Umbelúzi;
 Calcular a diversidade das espécies que ocorrem no Rio Umbelúzi
 Descrever a abundância das espécies pescadas no rio;
 Determinar o peso médio das espécies identificadas nos centros de pesca; e
 Determinar o comprimento médio das espécies identificadas nos centros de pesca.




Arão da Cruz Zunguza
7
Ictiofauna do rio Umbelúzi

2. Revisão Bibliográfica
Ictiologia
É a parte da zoologia que se dedica no estudo científico dos peixes. O termo provem da palavra
ichthyes que significa peixe em grego (STORER et al, 2003).
Peixes não seriam bem diversificados e sucedidos sem os estudos dos ictiólogos, e o que
sabemos sobre a sua diversidade e produto do esforço e trabalho mundial dos mesmos ao longo
de vários séculos (JESSOP, 1998).


Estudos Ictiologicos datam de milénios, historiadores naturais em muitas culturas tem estudado
os peixes por milénios, desde os antigos egípcios, indianos, chineses, gregos e romanos
(CUVIER, 1828 citado por FROESE & PAULY, 1999). A ciência moderna geralmente atribui
sua raiz nos trabalhos de Carl Linne (Linnaeus). Linnaeus produziu a primeira tentativa real de
um sistema organizado de classificação (JESSOP, 1998). Os Zoólogos aceitaram a sua décima
edição do seu Systema Naturae (1758) como ponto inicial da nossa classificação actual.


Linnaeus não lidou muito com os peixes, mas sua classificação ictiologica actual é largamente
baseada nos esforços de Peter Artedi, reconhecido como “Pai da Ictiologia” (JESSOP, 1998).
Nos meados de 1800, o grande anatomista francês Georges Cuvier junto com o Achille
Valenciennes produziram a primeira lista completa dos peixes do mundo.
Alberto Günter produziu o multivolume Catalogue of Fishes in the British Museum. Os esforços
do Linnaeus, Artedi, Cuvier, Vaenciennes e Günter, foram importantes para a classificação dos
peixes, no entanto não foram suficientes, Charles Darwin com a sua obra On the origin of
Species em 1859 deu um passo importante para a classificação dos peixes e de outros organismos
(JESSOP, 1998).


Depois dele vários cientistas (ictiólogos) como David Starr Jordan, B. W. Evermann, Leo S.
Berg, P. Humphry Greenwood, entre outros tem trabalhado ate hoje, no sentido de enriquecer os
conhecimentos existentes sobre os peixes.




Arão da Cruz Zunguza
8
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Peixes
O termo “Peixes” geralmente refere a vertebrados que possuem barbatanas que não estão
adaptados a vida terrena e possuem guelras (HELFMAN, SCOLLETTE & FACEY, 1997).
Segundo UHLENBROEK (2008), peixes são animais vertebrados que estão adaptados a viver,
nadar, e respirar na água doce ou salgada. Eles são os mais números e diversificados animais na
terra e podem ser encontrados em todos habitats aquáticos concebíveis (UHLENBROEK, 2008).


Peixes da água doce são aquelas espécies que vivem em águas com baixo nível de salinidade
(VICKIE, 2002), como rios, correntes de água, riacho, lagos, tanques e reservas. Para SKELTON
et al (2009), define como sendo aqueles que passam todo ou parte crítica do seu ciclo de vida na
água doce.


Características dos peixes
Os peixes, tipicamente respiram usando guelras que extraem oxigénio da água, nadam usando
barbatanas, são cobertos por escamas protectoras ou placas ósseas (UHLENBROEK, 2008).
Muitos peixes tem um sistema de organismos sensoriais designado linha lateral que percorre os
dois lado do corpo do peixe, que serve para detectar vibrações feitas por outros peixes e animais
que se movem na agua. As barbatanas são característica de muitos mas não todos peixes. Elas
geralmente consistem em dois grupos paralelos de barbatanas (peitoral e pélvica), um, dois ou
três barbatanas dorsais, uma ou duas barbatanas anais e a barbatana caudal. As barbatanas são
usadas para a propulsão e estabilidade (UHLENBROEK, 2008)


Os peixes incluem quatro grupos de vertebrados que são diferentes uns dos outros como
mamíferos, répteis, e aves. O maior grupo é dos peixes ósseos, que inclui espécies familiares
como bacalhau, salmão, e truta. Tubarões, raias, e quimeras fazem parte do segundo grupo, os
peixes cartilaginosos. Os restantes dois pequenos grupos são do peixe bruxa e das lampreias
(UHLENBROEK, 2008).


Peixes Cartilaginosos (Classe Chondrichthyes)
Os peixes cartilaginosos compreendem as baleias, raias e quimeras. Estes peixes possuem um
esqueleto composto principalmente por uma cartilagem flexível. Os machos possuem um órgão



Arão da Cruz Zunguza
9
Ictiofauna do rio Umbelúzi

copulatório chamado de clasper e as fêmeas parem crias ou depositam volumosos ovos. Possuem
um órgão de sentido, designado ampola de loremzini, que permite aos peixes cartilaginosos
localizar outros animais detectando seu campo eléctrico (UHLENBROEK, 2008).


Peixes Ósseos (Classe Osteichthyes)
Todos peixes ósseos possuem esqueleto interno duro, de espinhos calcificados, embora em
algumas espécies primitivas este muitas vezes é parte da cartilagem. O esqueleto se estende até
as barbatanas como raios flexíveis, móveis e espinhos. Este sistema permite ao peixe mover-se
com grande precisão do que os tubarões e raias (UHLENBROEK, 2008). Muitos peixes ósseos
possuem uma bexiga-natatória que ajusta a sua flutuação e em certas espécies de peixes ósseos
tem estruturas assessorias que lhes permitem respirar em águas rasas e sujas (STORER et al,
2003).


Classificação Sistemática dos Osteichthyes

A classe Osteichthyes (Gr. Osteon, osso; ichthys, peixes) está dividida em três subclasses: Os
Acanthodii (um grupo já extinto), os Actinopterygii (percas e espécies assemelhadas) e os
Sarcopterygii (peixes pulmonados e crossopterígios) (STORER et al, 2003).


Subclasse Actinopterygii (Gr. Aktin, raio; pterygion, barbatana) peixes com barbatanas de raios.
Barbatanas pares, suportados por espinhos ósseos radiantes (DORIT, WALKER & BARNES,
1991). Esta subclasse esta divida em 5 infraclasses, compostas por 30 ordens.


Subclasse Sarcopterygii (Gr. Sarkodes, gordo, carnudo, musculoso; pterygon, barbatana) peixes
com barbatanas lobadas (DORIT, WALKER & BARNES, 1991). Apresenta narinas geralmente
comunicadas com a cavidade bucal; cada barbatana possui um par com grande lobo mediano
contendo esqueleto articulado e músculos (STORER et al, 2003). Esta subclasse possui duas
ordens: ordem Crossopterygii – peixes com barbatanas lobadas e ordem Dipnoi – peixes
pulmonados.




Arão da Cruz Zunguza
10
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Morfologia dos peixes ósseos
Os peixes ósseos tem forma e estrutura geralmente semelhante, diferendo entre nos detalhes.
Muitos têm a forma geral da perca; linguado, solhas e alguns peixes tropicais de recifes de corais
tem corpo fino.
Possuem um corpo fusiforme, a cabeça estende-se da extremidade do focinho até o canto
posterior do opérculo, o tronco estende-se desse ponto até o ânus e o resto é a cauda. A boca é
terminal, com maxilas e mandíbulas distintas que apresentam dentes finos. O ânus e a abertura
urogenital precedem a barbatana anal.
No dorso há duas barbatanas dorsais separadas, na ponta da cauda há uma nadadeira caudal e na
parte ventral há uma nadadeira anal. Existem barbatanas laterais ou pares, as barbatanas
peitorais, atrás dos opérculos e as barbatanas pélvicas ou ventrais, logo abaixo.




Arão da Cruz Zunguza
11
Ictiofauna do rio Umbelúzi

3. Metodologia
3.1. Descrição da Área Estudo
O estudo realizou-se na bacia do Rio Umbelúzi situada à Sul da Província de Maputo (Figura 1),
entre os paralelos 25°40’22” e 26°16’47” de latitude Sul e pelos meridianos 31°55’43” e
32°29’01” de longitude Este (IID, 2010).


A bacia hidrográfica do Rio Umbelúzi possui uma área total de cerca de 5.600 km2, dos quais
3.140 km2 estão localizados no Reino da Suazilândia, 2.380 km2 na República de Moçambique e
80 km na República da África do Sul (ARA-SUL, 2010 & IID, 2010).

A Barragem dos Pequenos Libombos construída sobre o Rio Umbelúzi entre 1983 e 1987 fica
situada a 40 km da cidade de Maputo e a 10 km da vila de Boane (ARA – Sul, 2011), entre as
latitudes 25º40’ e 26º20’ sul e entre as longitudes 32º12’ e 32º20’ Este. Localiza-se na parte
baixa da bacia do rio Umbelúzi (MUANDO, 2000).


Segundo MUANDO (2000) a Barragem dos Pequenos Libombos possui uma Área de 42 Km2,
um volume médio do reservatório de 386 M/m3, uma profundidade média de 10,5 m, um nível
médio das águas de 47m, uma linha da costa de 3,9 km, uma área máxima de armazenamento de
43 Km2, entradas médias de águas (estimadas) de 7,0 m3/s, saídas médias de águas (estimadas):
4,0 m3/s e tempo médio de retenção da água de 1,3 anos.




Arão da Cruz Zunguza
12
Ictiofauna do rio Umbelúzi


                       Mapa ilustrando a barragem e o trajecto do rio Umbelúzi




       Legenda:
                                                 1
                                                            2
       1 – Albufeira dos
       Pequenos
       Libombos

       2 – Rio Umbelúzi




Figura 1: Ilustração da Bacia do Rio Umbelúzi no território nacional (Cenacarta).


a)Hidrografia
O Rio Umbelúzi nasce na Suazilândia a uma altitude de 1680 m e corre para Este, entrando no
território nacional pela vila fronteiriça de Goba. Os principais afluentes são os rios Black
M´buluzi e o White M´buluzi, que confluem com o rio principal aproximadamente a 22 Km² da
fronteira da Localidade Goba no Posto Administrativo de Changalane, Distrito de Namaacha por
onde o rio entra em Moçambique. Os seus principais afluentes em território nacional são: o rio
Calichane que aflui no Umbelúzi na barragem dos Pequenos Libombos e o rio Movene a jusante
da barragem (ARA-SUL, 2010 & IID, 2010).




Arão da Cruz Zunguza
13
Ictiofauna do rio Umbelúzi

b) Clima
De acordo com a classificação de KOPPEN, citado por IID (2010), predomina na zona Sul da
bacia o tipo climático seco de estepe com excepção da zona de Goba que é tropical chuvoso de
savana, na zona Norte o tipo seco de estepe com estação seca no Inverno e na zona ocidental
numa pequena mancha o tipo temperado húmido sem estação seca. A temperatura média anual
varia entre 20°C a 25°C.


c) Precipitação
A precipitação média cresce da costa até aos Pequenos Libombos, partindo de 600 mm e
atingindo 900 mm, decresce no flanco ocidental da cordilheira dos Pequenos Libombos para
600/700 mm, aumentando depois sucessivamente até aos 1300 mm na região mais ocidental da
bacia (IID, 2010).


As chuvas têm início em Novembro no litoral e em Outubro nos Pequenos Libombos,
terminando em Abril/Março. A duração da precipitação é de cerca de seis meses, chegando a 7/8
meses na região da Namaacha. A maior concentração regista-se de Dezembro a Fevereiro (IID,
2010).


3.2. Materiais
a) Para colecta de dados:
 Avental/ Bata;
 Balança electrónica ou dinamómetro;
 Esferográficas;
 Ficha de colecta de dados;
 GPS (GPS 72);
 Guias de campo e livros de identificação de espécies de peixes;
 Luvas de algodão;
 Luvas descartáveis;
 Maquina Fotográfica (Kodak EasyShare C813);
 Sacos plásticos; e
 Ictiómetros.



Arão da Cruz Zunguza
14
Ictiofauna do rio Umbelúzi

b) Para Fixação e Conservação das amostras:
 Álcool a 70%;
 Bata (de mangas compridas);
 Etiquetas;
 Formol a 10%;
 Garrafas de vidro;
 Guia de conserva de espécies;
 Luvas de algodão;
 Luvas descartáveis;
 Óculos;
 Peixes; e
 Seringa.


3.3. Métodos
3.3.1. Período de Amostragem
O trabalho de campo realizou-se entre os meses de Fevereiro a Junho, tendo sido feitas 6 colectas
que consistiram na compra do pescado junto dos pescadores nos centros de pesca locais.


O pescado foi adquirido no período da manhã das 8:30h às 9:30h, período em que os pescadores
recolhem diariamente suas redes e seguidamente voltam a arma-las depois da sua limpeza.


3.3.2. Locais de Amostragem
As amostras foram realizadas em três centros de pescas (ver anexo 1), nomeadamente
Mahanhane (1) com as seguintes coordenadas 26º9’36.3’’ de latitude sul e 32º12’18.2’’ de
longitude este, Barragem dos Pequenos Libombos (2) com as seguintes coordenadas 26º5’40.5’’
de latitude sul e 32º13’50.2’’ de longitude este e Mazambanine (3) com as seguintes coordenadas
26º12’13.5’’ de latitude sul e 32º23’00.3’’ de longitude este, conforme mostra o mapa a seguir.




Arão da Cruz Zunguza
15
Ictiofauna do rio Umbelúzi




Figura 2: Mapa de localização dos centros de pesca do rio Umbelúzi, distrito de Boane,
província de Maputo.


3.3.3. Estratégias de Amostragem
As actividades de campo foram realizadas nas manhãs cobrindo os três centros de pescas e com
dias específicos para cada centro.


As amostras eram colectadas logo após o desembarque, comprando-se 5 kg de peixes. De
seguida levava-se o peixe para o laboratório do IIP, para se efectuar a medição dos
comprimentos por espécie e sua pesagem. Para o manuseio do pescado usou-se algumas vezes
luvas de algodão de modo a evitar ferimentos que poderiam ser causados pelas barbatanas dos
peixes.




Arão da Cruz Zunguza
16
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Procedimentos para identificação das espécies
A identificação realizou-se com auxílio dos guias de campo de identificação de águas interiores
de Moçambique e Albufeira de Massinguir, obra do SKELTON (2001) como também o site
FishBase e FAO. As mesmas obras foram usadas para a classificação taxonómica das espécies
usadas para a conserva.


Procedimentos para medição e pesagem das espécies
A medição é a pesagem das espécies servem para a obtenção dos comprimentos e pesos dos
indivíduos capturados para o estudo.
Para a medição do peixe foi usada uma régua especial, designada por ictiómetro recomendada
por (DIAS, 2007).


As medições nos peixes são feitas, por convenção, sobre o seu lado esquerdo (figura 3). O peixe
é deitado sobre o seu lado direito, com a cabeça voltada para a esquerda, com a boca fechada e o
focinho encostado à antepara do ictiómetro (pressionar ligeiramente sem forçar) (DIAS, 2007).




Figura 3: Medição do CT de um peixe com auxílio do ictiómetro (DIAS, 2007).



Fez-se a medição do comprimento total (CT) por indivíduo de cada espécie, ainda frescos,
imediatamente após a sua morte. Não se devem medir durante o rigor mortis (rigidez pós-morte).
Neste caso é preciso relaxar primeiro a musculatura do corpo do peixe, flectindo-o várias vezes
(DIAS, 2007).


Após a medição de cada peixe com o ictiómetro, o peixe passou por um processo de pesagem
para obtenção do peso total (PT) por indivíduo.




Arão da Cruz Zunguza
17
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Foram usadas balanças de precisão, para a extracção do PT de cada indivíduo. A medida que se
fazia a pesagem, os peixes eram fotografados ainda frescos, no laboratório.


Procedimentos para Fixação e Conserva das espécies
A fixação das espécies fez-se no campo, após o desembarque do pescado. Ela foi necessária para
a elaboração das conservas das espécies capturadas.
Os procedimentos para a fixação das espécies foram baseados no manual de fixação de
vertebrados de AURICCHIO & SALOMÃO (2002). Os peixes foram colocados em garrafas de
vidro contendo formol a 10%, para se garantir uma boa fixação dos órgãos internos e
musculatura, porque nessas condições o formol penetra nas guelras e no intestino dos mesmos.


Os peixes ficaram nas garrafas de vidro (é obrigatório que as tampas das garrafas sejam plásticas
para evitar a oxidação) por um período de dois meses, depois foram colocados em garrafas de
vidro contendo álcool a 70%, para conserva-los, pois o formol descalcifica-os. Os frascos devem
ter tampas plásticas de modo a não se oxidarem com o tempo.




3.3.5. Organização de Dados
A colecta de dados realizou-se com auxílio de uma Ficha de colecta de dados (anexo 2)
elaborada com base na tabela de tabulação de dados do IDPPE. Nela foram anotados dados
referentes a data da colecta, nome do pescador, tipo de embarcação usado para a pesca, o tipo de
rede/ malha da rede, o peso e o comprimento por peixe, nome da espécie e o local.


3.3.6. Análise de Dados
A análise de dados fez-se com base nos índices de Constância de Ocorrência, Diversidade de
Simpson e Dominância de Berger-Parker tendo se usado os seguintes programas estatísticos
Microsoft Excel 2007 e SPSS 17.

O cálculo de Constância de Ocorrência (C) das diferentes espécies foi realizado, segundo
DAJOZ (1983) citado por SARMENTO-SOARES et al (2009) a partir da equação abaixo:

                                           =     ×



Arão da Cruz Zunguza
18
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Onde: C é o valor de constância da espécie;
       p é a quantidade de pontos em que apareceu a espécie; e
       P o número total de pontos.
As espécies são consideradas constantes quando apresentaram C ≥ 50, acessórias quando 25 ≤ C
< 50 e ocasionais quando C < 25.


A Diversidade refere-se à variedade de espécies de organismos vivos de uma determinada
comunidade, habitat ou região (RODRIGUES, 2007).


Usou-se o índice de Simpson (S’) para o cálculo da Diversidade. Esse índice fornece a ideia da
probabilidade de se colectar aleatoriamente dois indivíduos da comunidade e, obrigatoriamente,
pertencerem a mesma espécie. O valor calculado de S’ ocorre na escala de 0 a 1, sendo que os
valores próximos de 1 indicam menor diversidade (GOMES & FERREIRA, 2004).


Este índice foi obtido através da equação abaixo (GOMES & FERREIRA, 2004; SOUTHWOD
& HENDERSON, 2000):

                                           ’ =	

De onde:       = é obtido pela seguinte equação:
                                                   (   − )
                                           =
                                                   (   − )
Onde: 		   é o número de indivíduos de cada espécie;
           	é o número total de indivíduos da amostra.


A dominância foi calculada usando o índice de Berger-Parker, obtido pela equação abaixo, que
expressa a importância relativa das espécies mais abundantes (MAGURRAN, 1989 citado por
BOANE, 2008). É considerado simples quando comparado com o índice de dominância de
Simpson (RODRIGUES, 2007), porém eficiente. Considera a maior proporção da espécie com
maior número de indivíduos.


É calculada através da seguinte equação:


Arão da Cruz Zunguza
19
Ictiofauna do rio Umbelúzi


                                              =



Onde: 		      	é o número de indivíduos da espécie mais abundante; e
           	é o número total de indivíduos na amostra.


Foram usados testes estatísticos LSD usando-se a variância simples (ANOVA one-way), para se
calcular a Relação entre os pesos das espécies e os centros de pesca, comprimento das espécies e
centros de pesca, para observar se existiam diferenças significativas dos comprimentos e pesos
das espécies capturadas nos centros de pesca do rio Umbelúzi. O pacote estatístico usado foi
SPSS (versão 17).




Arão da Cruz Zunguza
20
Ictiofauna do rio Umbelúzi

4. Resultados
4.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi
Foram colectadas e identificadas nos três centros de colecta (BPL, Mahanhane e Mazambanine)
doze (12) espécies de peixes pertencentes a dez (10) famílias. A família mais representada foi a
Ciclidae com três (3) espécies identificadas (Tabela 1). As outras famílias tiveram apenas uma
(1) espécie identifica por família. Das doze (12) espécies colectadas (anexo 3), as espécies
Oreochromis niloticus e Oreochromis mossambicus estiveram presentes nos três (3) locais de
colecta (Tabela 1).


Tabela 1: Espécies de peixes identificadas no rio Umbelúzi por centro de pesca

Espécies                                      Famílias       Mahanhane           BP L   Mazambanine
Ambassis       natalensis    (Gilchrist   &
Thompson, 1908)                               Ambassidae          -               -          +
Bagrus meridionalis (Günther, 1894)           Bagridae            +               +          -
Brycinus imberi (Peters, 1852)                Characidae          +               -          -
Clarias gariepinus (Burchell, 1822)           Claridae            +               -          +
Glassogobius       giurius   (Hamilton    –
Buchananis 1822)                              Gobiidae             -              -          +
Labeo rudi (Boulenger, 1907)                  Cyprinidae          +               -          -
Lisa macrolepis (Smith, 1846)                 Mugilidae           -               -          +
Oreochromis mossambicus (Peters, 1852)        Ciclidae            +               +          +
Oreochromis niloticus (Lennaeus, 1758)        Ciclidae            +               +          +
Shielbe intermedius (Rüppell, 1832)           Schilbedae          +               +          -
Synodontis zambensis (Peters, 1852)           Mochokidae           -              +          +
Tilapia rendalli (Boulenger, 1896)            Ciclidae            +               -          +
Legenda: + = presente; - = ausente                  -              8              5          8


O índice de diversidade de Simpson teve como resultado 0,2254 que segundo a interpretação de
(GOMES & FERREIRA, 2004) os valores ocorrem na escala de 0 a 1, sendo que os valores




Arão da Cruz Zunguza
21
Ictiofauna do rio Umbelúzi

próximos de 1 indicam menor diversidade. Neste sentido, o valor obtido revelou que no Rio
Umbelúzi, existe muita diversidade de espécies de peixe.


4.2. Abundância relativa das espécies capturadas por centro de pesca
O Figura 4 mostra a abundância (dominância) das espécies capturadas no rio Umbelúzi,
calculada segundo o Índice de Dominância Berger-Parker. Do total de indivíduos capturados
69% pertenceram a espécie Oreochromis niloticus, que teve maior abundância, seguida da
Oreochromis mossambicus com 15% de indivíduos capturados e Tilapia rendalli com 9% de
indivíduos capturados, sendo assim as espécies mais abundantes. As espécies menos abundantes
foram Ambassis natalensis, Labeo rudi e Lisa macrolepis que tiveram um número insignificante
de indivíduos capturado.


Em todos os centros a espécie Oreochromis niloticus teve maior índice de dominância. O centro
de Mahanhane teve uma percentagem 71% totalizando 116 indivíduos capturados, no centro da
BPL a percentagem foi de 81% igual a 110 indivíduos capturados, a mesma espécie dominou no
centro de Mazambanine com a percentagem de 42%, cerca de 31 indivíduos capturados. O centro
da BPL teve o maior índice de dominância comparando com os outros centros de pesca (gráfico
5).




Arão da Cruz Zunguza
22
Ictiofauna do rio Umbelúzi


                                          Abundância das Espécies
     300
                                                                          69%
     250


     200


     150


     100
                                                                   15%
      50                                                                                              9%
                     1%       1%     1%      1%                                      2%      1%
        0




Figura 4: Abundância das espécies capturadas no rio Umbelúzi



      140
                                                           116
                                                            110
      120
      100
       80
       60
       40                                           29       31                 27
                                                     21                                   Mahanhane
       20                                              6          51     23 6
               1 32       2    2 2    2 1         1                                       BP L
         0
                                                                                          Mazambanine




Figura 5: Número de Indivíduos capturados por centro de pesca



Arão da Cruz Zunguza
23
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Tabela 2: Dominância por centro de pesca

                             Dominância                                 Dominância
 Dominância total            Mahanhane         Dominância BPL           Mazambanine
      0,69                      0,71                0,81                    0,42


4.3. Pesos das espécies Capturadas nos Centros de Pesca
Os pesos das espécies colectadas variaram de 11,4g valor encontrado em alguns indivíduos da
espécie Oreochromis mossambicus a 800g valor encontrado em indivíduos da espécie
Oreochromis niloticus (anexo 5), pescadas no centro da BPL e Mazambanine respectivamente. A
média dos pesos por espécie varia de 31,6g a 287,7g valores que pertencem as espécies Ambassis
natalensis e Clarias gariepinus, respectivamente (Tabela 3).


As espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e Tilapia
rendalli) tiveram como valores de peso médio e desvio padrão 122,6g (Sd = 43,2) para
Oreochromis niloticus, 108,7g (Sd = 82,0) para Oreochromis mossambicus e 165,8g (Sd =
112,2) para Tilapia rendalli.


Tabela 3: Pesos médios (em gramas) das espécies colectadas por centro de pesca e o seu desvio
padrão (Sd)

Espécies                        BPL      Sd    Mahanhane        Sd     Mazambanine      Sd
Ambassis natalensis              -        -        -             -         31,6         0,0
Bagrus meridionalis             97,3    28,6     68,8           9,6         -            -
Brycinus imberi                  -        -      44,1          32,8         -            -
Clarias gariepinus               -        -      311,4         125,3      287,7        229,5
Glassogobius giurius             -        -        -             -        151,3        27,9
Labeo rudi                       -        -      78,2           0,0         -            -
Lisa macrolepis                  -        -        -             -        220,3         0,0
Oreochromis
mossambicus                     109,2   48,1      67,5         15,0       115,2        65,6
Oreochromis niloticus           101,7   53,4      83,8         23,3       202,5        191,2
Shielbe intermedius             190,5    0,0      109,1        30,9         -            -
Synodontis zambensis            90,0    20,3        -           -         78,6         24,0
Tilapia rendalli                  -       -       83,2         28,2       184,1        115,8




Arão da Cruz Zunguza
24
Ictiofauna do rio Umbelúzi

4.3.1.Comparação dos pesos das espécies comuns nos Centros de Pesca
As espécies Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus, identificadas no centro de
Mazambanine tiveram valores maiores de média de pesos, comparando com os valores obtidos
nos outros centros (Figura 6).


As espécies Bagrus meridionalis e Shielbe intermedius, identificadas em comum no centro de
BPL e Mahanhane apresentaram uma média de pesos menor no centro de Mahanhane e maior na
BPL (Figura 6). O mesmo verificou-se com a Tilapia rendalli, identificada nos centros de
Mahanhane e Mazambanine, onde o menor valor obteve-se em Mahanhane e o maior em
Mazambanine.
Diferente das duas espécies acima mencionadas a Clarias gariepinus, possui uma média maior
peso em Mahanhane e menor em Mazambanine (Figura 6). Duma forma geral o centro de
Mahanhane teve menores valores da média dos pesos comparando com os centros da BPL e
Mazambanine.




Arão da Cruz Zunguza
25
Ictiofauna do rio Umbelúzi


                  Pesos Medios das Especies Capturadas Por Centro de Pesca


                Tilapia rendalli


           Synodontis zambensis



             Shielbe intermedius


          Oreochromis niloticus


      Oreochromis mossambicus



                Lisa macrolepis
                                                                                       Mazambanine

                     Labeo rudi                                                        Mahanhane
                                                                                       BP L

           Glassogobius giurius


             Clarias gariepinus



                Brycinus imberi


            Bagrus meridionalis


            Ambassis natalensis


                                   0,0   50,0   100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0
                                                Valores dos pesos em gramas


Figura 6: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca

O teste estatístico LSD obtido (LSD 95%; F= 1,651; P>0.05) revelou que não existem diferenças
significativas em termos de valores de pesos das espécies entre os centros de pesca.



Arão da Cruz Zunguza
26
Ictiofauna do rio Umbelúzi




4.4. Comprimentos das espécies capturadas
Os comprimentos das espécies capturadas variaram de 11,4cm valor encontrado na espécie
Oreochromis mossambicus a 37,1cm valor encontrado na espécie Oreochromis niloticus,
pescadas no centro da BPL e Mazambanine respectivamente. O valor do comprimento médio das
espécies variou de 13,2cm a 29,8cm valores médios do comprimento pertences a Ambassis
natalensis e Clarias gariepinus, respectivamente (Tabela 4).


As espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e Tilapia
rendalli) tiveram valores como valores médios de comprimento e desvio padrão 17,4cm (Sd =
2,5) para Oreochromis niloticus, 17,3cm (Sd = 2,6) para Oreochromis mossambicus e 19cm (Sd
= 3,3) para Tilapia rendalli.


Tabela 4: Comparação dos comprimentos médios (em cm) de cada espécie por centro de pesca e
o seu desvio padrão (Sd)

Espécies                     BP L      Sd     Mahanhane        Sd    Mazambanine   Sd
Ambassis natalensis           -         -         -             -        13,2      0,0
Bagrus meridionalis          19,1      1,8      16,5           0,6        -         -
Brycinus imberi               -         -       15,5           3,6        -         -
Clarias gariepinus            -         -       25,0           3,5       29,8      6,6
Glassogobius giurius          -         -         -             -        24,5      2,8
Labeo rudi                    -         -       19,3           0,0        -         -
Lisa macrolepis               -         -         -             -        28,0      0,0
Oreochromis
mossambicus                     25,6   18,0      15,9          1,4      18,2       3,4
Oreochromis niloticus           24,9   17,2      16,2          1,4      19,1       4,4
Shielbe intermedius             27,0    0,0      19,7          3,7       -          -
Synodontis zambensis            18,6    2,0       -             -       18,6       1,9
Tilapia rendalli                 -       -       15,8          1,6      19,7       3,2


4.4.1. Comparação dos Comprimentos das Espécies comuns nos Centros de Pesca
A espécie Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus identificadas em todos os centros,
possuem maiores valores de comprimentos médios no centro BPL, que nos outros centros de
pesca. Os menores valores de comprimentos médios foram observados em Mahanhane (Figura


Arão da Cruz Zunguza
27
Ictiofauna do rio Umbelúzi

7). Todas as espécies capturadas no centro da BPL apresentaram comprimentos médios
relativamente maiores que das mesmas espécies capturadas nos outros centros de pesca.
Comparando com o centro de Mahanhane, apresentou comprimentos médios relativamente
menores que dos outros centros de pesca.


As espécies Clarias gariepinus e Tilapia rendalli pescadas no centro de Mahanhane e
Mazambanine, apresentaram valores de comprimentos médios maiores no centro de
Mazambanine e menores em Mahanhane.
A espécie Synodontis zambensis (identificada somente em Mazambanine e BPL) teve valores de
comprimentos médios iguais em ambos os centros, e uma ligeira diferença nos valores do desvio
padrão (Figura 7).
Os maiores comprimentos duma forma geral foram observados no centro de Mazambanine
(anexo 6), exceptuando a espécie Oreochromis mossambicus que teve maiores valores de
comprimento no centro da BPL.



O teste LSD obtido (LSD 95%; F=0,139 P˃0.05) revelou não existirem diferenças significativas
em termos de valores de comprimento entre os centros de pesca.




Arão da Cruz Zunguza
28
Ictiofauna do rio Umbelúzi


             Comprimentos Medios das Especies Capturadas Por Centro de Pesca

                Tilapia rendalli


           Synodontis zambensis


             Shielbe intermedius


          Oreochromis niloticus


      Oreochromis mossambicus


                Lisa macrolepis
                                                                                     Mazambanine
                     Labeo rudi                                                      Mahanhane
                                                                                     BP L

           Glassogobius giurius


             Clarias gariepinus


                Brycinus imberi


            Bagrus meridionalis


            Ambassis natalensis

                                   0,0   5,0   10,0 15,0 20,0 25,0     30,0   35,0
                                                   Comprimento em cm


Figura 7: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca



4.5. Constância de Ocorrência (C)
O cálculo de Constância de Ocorrência (C) das diferentes espécies mostrou que não existem
espécies ocasionais no rio Umbelúzi (Figura 8), pois nenhuma espécie teve um índice de
ocorrência menor que 25. Das espécies identificadas sete (7) (Bagrus meridionalis, Clarias


Arão da Cruz Zunguza
29
Ictiofauna do rio Umbelúzi

gariepinus, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis
zambensis e Tilapia rendalli) tiveram um índice de ocorrência maior que cinquenta (C ≥ 50)
mostrando que são constantes. As restantes cinco espécies identificadas (Ambassis natalensis,
Brycinus imberi, Glassogobius giurius, Labeo rudi e Lisa macrolepis) são acessórias porque
tiveram um índice de ocorrência entre vinte cinco e cinquenta (25 ≤ C < 50) (Figura 8).



           120,00
           100,00
            80,00
            60,00
            40,00
            20,00
             0,00




Figura 8: Índice de Constância de Ocorrência das espécies



4.6. Similaridade entre os Centros de Pesca
A maior similaridade verificou-se entre os centros Mahanhane e Mazambanine, com um total de
quatro espécies em comum. Em ambos os centros foram pescadas oito espécies de peixes e
misturando-se as espécies pescadas em ambos os centros perfazem o total de espécies
identificadas no rio Umbelúzi (12 espécies).


Os centros de Mahanhane e Barragem dos Pequenos Libombos possuem pouca similaridade, o
mesmo verifica-se com Barragem dos Pequenos Libombos e Mazambanine. Mahanhane e
Barragem dos Pequenos Libombos possuem quatro espécies em comum identificadas (Bagrus
meridionalis, Oreochromis mossambicus, Shielbe intermedius e Oreochromis niloticus),
Barragem dos Pequenos Libombos e Mazambanine possuem três espécies em comum
(Synodontis zambensis, Oreochromis niloticus e Oreochromis mossambicus) respectivamente.


Arão da Cruz Zunguza
30
Ictiofauna do rio Umbelúzi



O que revela que os centros de pesca do rio Umbelúzi são similares, no que concerne aos pesos e
comprimentos das espécies pescadas nos centros, existindo apenas uma relativa diferença das
espécies pescadas em cada centro.


4.7. Malhas usadas na captura das espécies
As malhas usadas para a captura das espécies foram de 2,1/4; 2,5; 3 e 3,5 polegadas conforme
mostra a Tabela 5. No centro de Mazambanine usaram-se redes com maiores polegadas
comparadas com os outros centros, como é o caso do centro de Mahanhane onde frequentemente
usaram-se redes de tamanhas menores 2,1/4 e 2,5 polegadas.


Tabela 5: Malhas usadas por centro de pesca

    Malha         Mahanhane         BP L      Mazambanine
     2,1/4              x            x
      2,5               x            x              x
       3                x            x              x
      3,5                                           x


As espécies Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus foram capturadas por todos os
tamanhos de malhas (Tabela 6), foram também as espécies capturadas em todos os centros de
pesca e as que tiveram menores e maiores comprimentos e pesos. Sendo no entanto a espécies
Oreochromis mossambicus, a que teve menores comprimentos e pesos respectivamente e a
Oreochromis niloticus, a que registou o maior peso e comprimento.




Arão da Cruz Zunguza
31
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Tabela 6: Malhas usadas para captura de cada espécie

          Espécies              Famílias        2,1/4   2,5   3   3,5
Ambassis natalensis          Ambassidae                       x   x
Bagrus meridionalis          Bagridae             x     x
Brycinus imberi              Characidae           x
Clarias gariepinus           Claridae             x           x   x
Glassogobius giurius         Gobiidae                         x   x
Labeo rudi                   Cyprinidae           x
Lisa macrolepis              Mugilidae                        x   x
Oreochromis mossambicus      Ciclidae             x     x     x   x
Oreochromis niloticus        Ciclidae             x     x     x   x
Shielbe intermedius          Schilbedae           x     x
Synodontis zambensis         Mochokidae                 x     x   x
Tilapia rendalli             Ciclidae             x           x   x




Arão da Cruz Zunguza
32
Ictiofauna do rio Umbelúzi

5. Discussão
5.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi
No presente estudo foram identificadas 12 espécies de peixes, que é igual ao número total de
espécies identificadas nas albufeiras, lagoas e rios da província de Maputo (IIP, 2008), o que
indica que no rio Umbelúzi existe uma rica diversidade de espécies de peixes. Um número
superior foi identificado na província de Gaza, 15 espécies de peixes (IIP, 2008). No estudo feito
por CABANELAS (2005), na Albufeira de Cahora Bassa foram identificadas 19 espécies
pertencentes a 9 famílias, um número superior as espécies identificadas no rio Umbelúzi, onde
identificou-se um número de 10 famílias (CABANELAS, 2005).


As espécies já identificadas em outros estudos realizados na província de Maputo, nas lagoas,
albufeiras e rios foram Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Labeo altives, Mugil
cephalus, Sillago sihama, Clarias ngamensis, Clarias gariepinus, Synodontis zambensis, Shielbe
intermedius, Brycinus imberi, Cyphomyrus discorhynchus e Tilapia rendalli (IIP, 2008). Dessas
espécies 5 (Ambassis natalensis, Bagrus meridionalis, Glassogobius giurius, Labeo rudi e Lisa
macrolepis) não tinham sido identificadas ainda, tendo sido identificadas no presente estudo.


Num estudo similar feito na Província de Gaza foram identificadas as espécies Oreochromis
mossambicus, Oreochromis niloticus, Tilapia rendalli, Brycinus imberi, Synodontis zambensis,
Labeo altives, Clarias ngamensis, Clarias gariepinus, Shielbe intermedius, Hypophthalmichths
molitrix, Cyphomyrus discorhynchus, Sillago sihama, Ambassis ambassis, Mugil cephalus e
Hidrocynus vittatus (IIP, 2008), essas espécies são semelhantes as identificadas na província de
Maputo, observando-se maior parte das espécies identificadas nos três centros de pesca do rio
Umbelúzi no presente estudo.


No estudo realizado por CHAÚCA (1998), na Barragem dos Pequenos Libombos foram
identificadas apenas 5 espécies (Amphilus uranoscopus, Eutropius depressirostris, Labeo rudi,
Oreochromis placidus e Tilapia rendalli), no presente estudo foram identificadas também apenas
5 espécies na Barragem dos Pequenos Libombos (Bagrus meridionalis, Oreochromis
mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, e Tilapia rendalli). Das espécies




Arão da Cruz Zunguza
33
Ictiofauna do rio Umbelúzi

identificadas por CHAÚCA (1998), somente 2 (Labeo rudi e Tilapia rendalli) foram
identificadas no presente estudo, as restantes não foram identificadas.


Todas estas espécies identificadas no presente estudo são consideradas típicas da região sul de
África e dos rios africanos, por fazerem parte de famílias como a Bagridae, Characidae, Ciclidae,
Cyprinidae, Claridae, Gobiidae, Mochokidae e Schilbidae, que são nativas dos principais rios
africanos (SKELTON, 1988).


5.2. Abundância das espécies
As espécies mais abundantes são Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, e Tilapia
rendalli, pertencendo a família Ciclidae. As mesmas são as mais abundantes na província de
Gaza e Maputo (IIP, 2007; IIP, 2008 & IIP, 2009), elas estão bem representadas na maioria dos
lagos, rios destas províncias.


No rio Limpopo e Lagoa Chuáli as espécies mais importantes do ponto de vista comercial (mais
pescadas), são as tilápias Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli, o peixe preto Clarias
gariepinus, a carpa comum Carpio carpio e a carpa do limo Carpio idella (BOANE, 2008).


No estudo similar realizado por SALES (2000), na lagoa do Bilene identificou 4 espécies mais
pescadas Oreochromis mossambicus, Mugil cephalus, Pomadasys commersonni e Siganus sutor.
Apenas a espécie Oreochromis mossambicus, é comum das espécies mais abundantes no
presente estudo com o de SALES, a mesma espécie é abundante na Barragem dos Pequenos
Libombos, o que pode ser motivado pelo facto dela desenvolver-se melhor em águas paradas e
não em águas correntes (SKELTON, 1993).


Estas três espécies (Oreochromis Mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli) são as
mais importantes da região, do ponto de vista económico. As mesmas espécies junto da
Oreochromis aureus, Oreochromis maccrochir, Oreochromis galilaeus e a Tilapia zillii são as
espécies mais criadas comercialmente na África e no mundo (EL-SAYED, 1999 citado por
BOSCOLO et al, 2001; CHANGADEYA, MALEKANO & AMBALI, 2003).




Arão da Cruz Zunguza
34
Ictiofauna do rio Umbelúzi

De acordo com LOVSHIN (1997) citado por BOSCOLO et al (2001), a distribuição das tilápias
no mundo começou com o intuito da criação de peixes para a subsistência em países em
desenvolvimento.


De acordo com o mesmo autor, a primeira espécie introduzida em outros países foi a
Oreochromis mossambicus, porém esta mostrou-se de baixo desempenho para a aquacultura
tendo sido substituída no final dos anos 70, pela Oreochromis niloticus que demonstrou alto
potencial para a aquacultura, em vários sistemas de criação.


A abundância das tilápias no rio Umbelúzi está aliada ao facto de ocorrerem em climas tropicais,
ocuparem vários habitats como rios, lagos, canais de irrigação (LART & GREEN, 2011),
aceitarem uma variedade de alimentos, alimentarem-se dos itens básicos da cadeia trófica
(NOGUEIRA, 2007), serem bastante resistentes a doenças virais, bacterianas e parasitárias
(POPMA & MASSER, 1999; NOGUEIRA, 2007), tolerarem baixa qualidade de água, altos
níveis de variação de salinidade, altas temperaturas aquáticas, pouco nível de oxigénio dissolvido
e altas concentrações de amónia (POPMA & MASSER, 1999; LART & GREEN, 2011), estes
atributos contribuem significativamente para o sucesso das tilápias nos ambientes onde se
encontram.


A Oreochromis niloticus foi a espécie mais abundante de todas as espécies. Ela é invasiva nos
rios Moçambicanos (SKELTON, 2003), em todos ambientes onde ela se encontra facilmente
adapta-se competindo com as espécies nativas. No oriente africano ela contribuiu para a extinção
de cerca de 200 espécies (DARWALL et al, 2005), fenómenos como o sucedido ocorrem porque
espécies exóticas tem capacidade de competir com as nativas ou modificar a ecologia local
(TIMBERLAKE, 2000).
Segundo MARSHAL 1994 citado por BUQUE (2007), em muitos lagos africanos como Kainji,
Victoria, Kariba, Kafue, Limpopo que recebem a espécie Oreochromis niloticus houve mudanças
na estrutura ecológica local, e ela passou a ser a espécie mais pescada e as tilapias nativas
passaram a ser menos pescadas. Segundo BUQUE (2007), o desaparecimento das mesmas pode
estar relacionado com a competição entre elas pode estar relacionado com a competição por
alimento, áreas de reprodução, habitat entre outros.



Arão da Cruz Zunguza
35
Ictiofauna do rio Umbelúzi



5.3. Comprimento e Peso das espécies mais capturadas no rio Umbelúzi
No presente estudo as espécies mais capturadas foram a Oreochromis mossambicus,
Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli. Os comprimentos das espécies capturadas variaram de
11,4cm a 27,1cm. Elas tiveram valores médios de comprimento e desvio padrão 17,3 cm (Sd =
2,6) para Oreochromis mossambicus, 17,4 cm (Sd = 2,5) para Oreochromis niloticus e 19 cm (Sd
= 3,3) para Tilapia rendalli.


No estudo feito na Albufeira de Massingir o comprimento das três espécies mais capturadas
(Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli) variou de 13 a 44cm. O
comprimento médio da Oreochromis mossambicus foi de 29,3cm (Sd = 7,3), de Oreochromis
niloticus foi de 24cm (Sd = 4,3) e de Tilapia rendalli foi de 20,4 (Sd = 3,2) (IIP, 2009), estes
valores foram relativamente elevados comparando com os obtidos no presente estudo.


Segundo SKELTON (2001) estas três espécies (Oreochromis mossambicus, Oreochromis
niloticus e Tilapia rendalli), podem atingir até 40cm, 50cm e 40cm respectivamente.
Comparando com as espécies mais abundantes nos centros de pesca do rio Umbelúzi, pode se
dizer que possuem tamanhos pequenos.


Os pesos das espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e
Tilapia rendalli) tiveram como valores de peso médio e desvio padrão 122,6g (Sd = 43,2) para
Oreochromis niloticus, 108,7g (Sd = 82,0) para Oreochromis mossambicus e 165,8g (Sd =
112,2) para Tilapia rendalli.


Segundo SKELTON (2001), a espécie Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli podem
atingir 3264g e 1845g, a espécie Oreochromis niloticus pode atingir 5500g (SEAFISH, 2011).
Comparando com as espécies capturadas no presente estudo, elas possuem pesos menores.


Os menores tamanhos e pesos registados no rio Umbelúzi, podem estar relacionados com os
tamanhos de algumas malhas (2,1/4; 2,5 e 3 polegadas) que são usadas para a captura das
espécies, são malhas pequenas e que não são recomendadas para a efectivação da actividade


Arão da Cruz Zunguza
36
Ictiofauna do rio Umbelúzi

pesqueira porque não são selectivas, arrastando no acto da pesca peixes juvenis
maioritariamente. No estudo feito por BUQUE (2007), na Albufeira de Cahora Bassa 84,5% dos
indivíduos capturados da espécie Oreochromis niloticus tiveram tamanhos compreendidos entre
30cm a 50cm, que são tamanho de indivíduos adultos desta espécie, tendo se usado para o estudo
redes com malhas de 4 a 6 polegadas, comparando com o presente estudo o tamanho máximo da
Oreochromis niloticus obtido foi 27,1cm, o que leva a concluir que no rio Umbelúzi pescam-se
peixes pequenos.


5.4. Ocorrência das espécies
Na jusante ocorreram 8 espécies de peixes Ambassis natalensis, Clarias gariepinus,
Glassogobius giurius, Lisa macrolepis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus,
Synodontis zambensis e Tilapia rendalli. Estas espécies podem ocorrer tanto no rio, como lagos,
estuários e algumas espécies como Ambassis natalensis e Glassogobius giurius, podem ocorrer
também na costa.


A Ambassis natalensis ocorre nos estuários, ao longo da costa desde África do sul até a zona
central de Moçambique, Madagáscar e Maurícias (ANDERSON & HEEMSTRA, 2003). A
jusante localiza-se próximo do estuário, SKELTON (2003) afirma que espécies dos estuários
podem tolerar a variação da salinidade. Segundo o mesmo autor Ciclideos como Oreochromis
mossambicus, suportam uma grande variação de níveis de salinidade o mesmo verifica-se com
Ambassis natalensis, o que justifica a sua ocorrência nestes ambientes. Gobideos como
Glassogobius giurius podem ser encontrados em estuários (SKELTON, 2003 e ROBERTS,
1978) em lugares calmos com águas escuras, estas características verificam-se no centro de
Mazambanine. Os Mugilis (Mugilidae) como Lisa macrolepis passam parte do seu ciclo de vida
no rio e no estuário (SKELTON, 2003), esta espécie está distribuída desde a costa da África do
Sul, Kwazulu-Natal até Moçambique e é muito abundante em Moçambique. Estas características
justificam a ocorrência destas espécies na jusante da barragem do rio Umbelúzi.


As espécies Bagrus meridionalis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe
intermedius e Synodontis zambensis, presentes na Barragem dos Pequenos Libombos ocorrem
em rios e lagos africanos como Malawi. A espécie Bagrus meridionalis é nativa do lago Malawi



Arão da Cruz Zunguza
37
Ictiofauna do rio Umbelúzi

(LINDER, 1997), o mesmo autor afirma que membros da família Bagridae podem ser
encontrados em toda África, Ásia e Médio Oriente. O mesmo ocorre com os membros da família
Schilbeidae, eles encontram-se distribuídos em muitos rios e lagos africanos (AYOADE,
FAGADE & ADEBISI, 2008).
As características da região com a temperatura média que varia entre 20 a 25ºC favorecem o
desenvolvimento destas espécies.


A ocorrência da espécie Labeo rudi apenas na montante provavelmente deve-se a presença da
Barragem no rio, segundo SKELTON et al, (2009) barragens impendem o movimentos dos
ciprinídeos da montante a jusante.


A Clarias gariepinus é uma espécie que habita em rios, lagos, pântanos, nas regiões de mangal,
estuários, mas também pode viver em águas salobras, correntes, e até em locais inundados
(ANONIMO, 2011; DE GRAAF & JANSSEN, 1996), estes aspectos justificam a ocorrência
destas espécies neste local.




Arão da Cruz Zunguza
38
Ictiofauna do rio Umbelúzi

6. Conclusão
Dos dados obtidos no presente estudo foi possível concluir que:
 Nos três centros de pesca do rio Umbelúzi (Mazambanine, BPL e Mahanhane) foram
    identificadas 12 espécies de peixe pertencentes a 10 famílias, as quais foram identificas em
    estudos similares em rios e lagos da zona sul de Moçambique;


 As espécies mais abundantes nos três centros foram Oreochromis mossambicus,
    Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli, todas pertencentes a família Cichlidae;


 As espécies menos abundantes foram Ambassis natalensis, Labeo rudi e Lisa macrolepis;


 O Rio Umbelúzi possui muita diversidade piscícola, com um índice de diversidade de
    Simpson igual a 0,2254 (segundo o índice, quanto mais próximo de zero maior é a
    diversidade);


 Os maiores comprimentos e pesos máximos das espécies do rio foram obtidos no centro de
    Mazambanine;


 As espécies constantes no rio são Bagrus meridionalis, Clarias gariepinus, Oreochromis
    mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis zambensins e Tilapia
    rendalli e as restantes são acessórias;




Arão da Cruz Zunguza
39
Ictiofauna do rio Umbelúzi

7. Limitações e Recomendações
7.1. Limitações
 Foi difícil a aquisição dos peixes no centro de Mazambanine, porque os pescadores são
    nómadas e colocavam barreiras por vezes.


 No centro de Mahanhane as vendedoras (maguevas) colocavam barreiras na aquisição do
    pescado porque alegavam que era destinado as vendedoras, não deveria se retirar para as
    amostras.


 O aparecimento massivo de uma espécie de lagosta exótica Cherax quedricarinatus,
    contribuiu negativamente para aquisição do pescado, porque em algumas colectas maior
    parte dos pescadores trazia as lagostas.


7.2. Recomendações
Na perspectiva de melhor caracterizar a ictiofauna do rio Umbelúzi, suas interacções tróficas e o
estado de conservação, devem se fazer estudos sobre:
 Relação entre as acções antropogénicas e a conservação da ictiofáuna local;
 Estudos sobre a diversidade da ictiofauna em diferentes estações do ano e em mais centros de
    pesca, nos quais poderão se identificar mais espécies;
 Estudos que abordam o impacto (negativo e positivo) da Barragem dos Pequenos Libombos
    para a actual distribuição das espécies;
 Estudos que expliquem o impacto da introdução de espécies exóticas no ecossistema do rio
    Umbelúzi; e
 Estudos que determinem a relação entre os tamanhos de peixes capturados e as malhas das
    redes usadas pelos pescadores.




Arão da Cruz Zunguza
40
Ictiofauna do rio Umbelúzi

8. Bibliografia


1. ABELL Robin, et al. Freshwater Ecoregions of the World: A New Map of Biogeographic
    Units for Freshwater Biodiversity Conservation. No. 5, Vol. 5. BioScience. 2008.


2. ADALBERTO L. VAL, et al. THE PHYSIOLOGY OF TROPICAL FISHES. Volume 21.
    ELSEVIER ACADEMIC PRESS. 2008.


3. ANDERSON, M. Eric & HEEMSTRA, Phillip C.. Review of the glassfishes (Perciformes:
    Ambassidae) of the western Indian Ocean. SAABI (J.L.B. Smith Institute), Cybium. SOUTH
    AFRICA. 2003.



4. ANONIMO. Aquacultura de Bagre Africano. UEM - Escola Superior de Ciências Costeiras e
    Marinhas. 2011.


5. ARA – Sul. Barragem dos Pequenos Libombos. 2011.


6. AURICCHIO & SALOMÃO. Técnicas de Colecta e Preparação de Vertebrados. Instituto
    Pau Brasil História Natural. São Paulo. 2002.


7. AYOADE, Adedolapo; FAGADE, Solomon & ADEBISI, Abiodun. Diet and dietary habits of
    the fish Schilbe mystus (Siluriformes: Schilbeidae) in two artificial lakes in Southwestern
    Nigeria. Fisheries and Hydrobiology Unit, Department of Zoology, University of Ibadan,
    Nigeria. 2008.


8. BLANCK, Aurelie; TEDESCO, Pablo A. & LAMOUROUX, Nicolas. Relationships between
    life-history strategies of European freshwater fish species and their habitat preferences.
    Blackwell Publishing Ltd. 2007.




Arão da Cruz Zunguza
41
Ictiofauna do rio Umbelúzi

9. BOANE, Custódio. Parasitas de carpa Cyprinus carpio Linnaeus, 1758 de Moçambique.
    Tese de Doutoramento. Departamento de Zoologia e Antropologia, Faculdade de Ciências da
    Universidade do Porto. 2008.



10. BOSCOLO, Wilson R. et al. Desempenho e Características de Carcaça de Machos
    Revertidos de Tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), Linhagens Tailandesa e Comum, nas
    Fases Inicial e de Crescimento. Revista Brasileira de Zootecnia. 2001



11. BUQUE, Lina I. B. Distribuição e Abundancia da tilapia invasiva Oreochromis niloticus na
    Albufeira de Cahora Bassa. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo.
    2007.


12. CABANELAS, Vanessa de L.. A Comunidade Ictiológica na Albufeira de Cahora Bassa e
    Suas Interacções Tróficas. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo.
    2005.


13. CAMPBELL, Neil A.; MITCHELL, Lawrence G. & REECE, Jane B.. Biology Concepts &
    Connections. BENJAMIN CUMMINGS, Canada. 1994.



14. CHANGADEYA, W.; MALEKANO, L.B. & AMBALI, A.J.D. Potential of genetics for
    aquaculture development in Africa. NAGA, WorldFish Center Quarterly Nº. 3. Vol. 26
    Malaŵi. 2003.


15. CHAÚCA, Isabel L.. Estudo da Estrutura da comunidade Zooplanctônica da Albufeira dos
    Pequenos Libombos. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo. 1998.


16. CLAUZET, Mariana; et al. Etnoictiologia dos pescadores artesanais da praia de Guaibim.
    Valença (BA), Brasil. 2007.




Arão da Cruz Zunguza
42
Ictiofauna do rio Umbelúzi

17. DARWALL, W.; SMITH, K.; LOWE, T. & VIÉ, J.-C. The Status and Distribution of
    Freshwater Biodiversity in Eastern Africa. IUCN – The World Conservation Union. 2005.



18. DE GRAAF, Gertjan & JANSSEN, Johannes. HANDBOOK ON THE ARTIFICIAL
    REPRODUCTION AND POND REARING OF THE AFRICAN CATFISH CLARIAS
    GARIEPINUS IN SUB-SAHARAN AFRICA. FAO, FISHERIES TECHNICAL PAPER 362.
    ROME. 1996.


19. DE JESUS, Ana C. S. & SAMPAIO, Isabel. Fundamentos de educação ambiental. 1ª Edição,
    FTC EAD. Brasil. 2007.


20. DIAS, M. Afonso. Amostragem biológica: tamanhos individuais. Universidade do Algarve.
    2007.


21. DORIT, Robert L; JR. WALKER, Warren F & BARNES, Robert D. Zoology. Harcourt
    College Rublishers. USA. 1991.


22. ESCHMEYER, William et al. Marine fish diversity: history of knowledge and discovery
    (Pisces). Zootaxa Magnolia Press. 2010.


23. FROESE, R. & PAULY D. FishBase: Conceitos, Design e Fontes de Informação. 1ª Edição,
    CLARM EC FAO. 1999.



24. GARCÍA, N.; CUTTELOD, A. & MALAK, D. Abdul. THE STATUS AND DISTRIBUTION
    OF FRESHWATER BIODIVERSITY IN NORTHERN AFRICA. The IUCN Red List of
    Threatened Species™ – Regional Assessment. Spain. 2010


25. GOMES, Abílio S. & FERREIRA, Simone P.. “Análise de Dados Ecológicos”.
    Departamento de Biologia Marinha – Universidade Federal Fluminense. Niterói. 2004.




Arão da Cruz Zunguza
43
Ictiofauna do rio Umbelúzi

26. GOMIDE, Lucas R.; SCOLFORO, José R. S. & OLIVEIRA, António D. de. ANÁLISE DA
    DIVERSIDADE E SIMILARIDADE DE FRAGMENTOS FLORESTAIS NATIVOS NA BACIA
    DO RIO SÃO FRANCISCO, EM MINAS GERAIS. Volume 16, número 2. Ciência Florestal,
    Santa Maria. 2006.


27. HELFMAN, Gene S.; COLLETTE, Bruce B & FACEY, Douglas E. The Diversity of Fishes.
    Blackwell Science Inc. USA. 1997.


28. HOFFMANN Ana Cecília; ORSI, Mário L. & SHIBATTA, Oscar A.. Diversidade de peixes
    do reservatório da UHE Escola Engenharia Mackenzie (Capivara), Rio Paranapanema,
    bacia do alto rio Paraná, Brasil, e a importância dos grandes tributários na sua
    manutenção. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre. 2005.


29. IIP. Relatório Anual 2007. Ministério das Pescas. Maputo. 2007


30. IIP. Relatório Anual 2008. Ministério das Pescas. Maputo. 2008


31. IIP. Relatório Anual 2009. Ministério das Pescas. Maputo. 2009.


32. JESSOP, Nancy M. Schaum´s outline series – THEORY AND PROBLEMS OF ZOOLOGY.
    International editions, McGRAW-HILL BOOK Company. California. 1998.


33. LART, Bill & GREEN, Karen. Responsible Sourcing Guide: Tilapia. Origin Way, Europarc,
    Grimsby DN37 9TZ. 2011.


34. LEESTEMAKER, Joane H. & TAUCALE, Francisco P. I. SHARED RIVES INITIATIVE –
    Revisão das Relevantes Literaturas sobre a saúde do rio Incomati e seu Estuário. UNESCO
    – Cátedra. 2000.



35. LEGRAND, Daniel. Country Environmental Profile for Mozambique – Final report – July
    2006. Consortium AGRIFOR Consult. 2009


Arão da Cruz Zunguza
44
Ictiofauna do rio Umbelúzi




36. LIDER, Shane. The Catfishes of Asia: Family Bagridae. 1997.


37. MATOS, Rosa Maria Barbosa, et al. Biodiversidade e Índices. EMBRAPA. Seropédica – RJ/
    Brasil. 1999.


38. MARR, S. M. et al. Freshwater fish introductions in Mediterranean-climate regions: are
    there commonalities in the conservation problem?. BIODIVERSITY RESEARCH, Diversity
    and Distributions, Blackwell Publishing Ltd. RSA. 2010.


39. MARTINS, Filipe da Silveira. Determinação de Cd, Cr, Cu e Ni em Peixes da Espécie
    Tilapia rendalli da barragem de Massingir por Espectrofotometria de Absorção Atómica
    com Atomização por Forno de Grafite. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Química. Maputo.
    2007.


40. MORIN, Jon. African Cichlids. SEAGRAM™. Madison, GA. 2009.


41. NELSON, Joseph. S. Fishes of the World. 4th ed. John Wiley & Sons, Inc. New Jersey,
    CANADA. 2006.


42. NELSON, Joseph. S. Fishes of the World. 3 rd ed. John Wiley and Sons Inc. New York. 1994.


43. NOGUEIRA, Alex Costa. Criação de tilápias em tanques-rede. Sebrae. Salvador – Bahia.
    2007.


44. OLDEN, J. D. et al. Conservation biogeography of freshwater fishes: recent progress and
    future challenges. Diversity and Distributions, Blackwell Publishing Ltd. USA. 2010.


45. POPMA, Thomas & MASSER, Michael. Tilapia Life History and Biology. SRAC
    Publication No. 283. 1999.




Arão da Cruz Zunguza
45
Ictiofauna do rio Umbelúzi

46. ROBERTS, Tyson R. An Ichthyological Survey of the Fly River in Papua New Guinea with
    Descriptions of New Species. SMITHSONIAN INSTITUTION PRESS. City of Washington.
    1978.


47. RODRIGUES, William C.. Ecologia Geral: Riqueza e Diversidade de Espécies.
    Universidade Severino Sombra. 2007.


48. SALES, Marta F. de. Estudo das Pescarias na Lagoa de Bilene, no Distrito de Bilene-Macia.
    Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo.2000


49. SCHNEIDER, Michael F., BURAMUGE, Victorino A., ALIASSE, Luís & SERFONTEIN,
    Filipa. Checklist and Centres of Vertebrate Diversity in Mozambique. Forestry Department
    (DEF), Eduardo Mondlane University, Maputo. 2005.


50. SCHNEIDER, Michael F.. Ocorrência das Espécies Comerciais Exóticas de Peixe no Rio
    Limpopo depois das Cheias no Ano 2000. Departamento de Engenharia Florestal,
    Universidade Eduardo Mondlane.2008.



51. SEAFISH. Tilapia: Oreochromis niloticus. Responsible Sourcing Guide. 2011.


52. SKELTON, Paul. A complete Guide to The Freshwater Fishes of Southern Africa. Southern
    Book Publishers. South Africa. 1993.


53. SKELTON, Paul. A complete Guide to The Freshwater Fishes of Southern Africa. Struik
    Publishers. South Africa. 2001.


54. SKELTON, Paul. The distribution of african freshwater fishes – Répartition des poissons
    d'eau douce africains. 1988.




Arão da Cruz Zunguza
46
Ictiofauna do rio Umbelúzi

55. SKELTON, Paul et al. THE STATUS AND DISTRIBUTION OF FRESHWATER
    BIODIVERSITY IN SOUTHERN AFRICA. IUCN, Gland, Switzerland and SAIAB.
    Switzerland. 2009.


56. SWECO Internacional. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA PARA A
    GIRH DA BACIA DO RIO PUNGOÉ Relatório da Monografia Anexo IX: ESTUDO
    SECTORIAL: PESCA. SWECO & Associados. 2004.


57. SOUTHWOD, T.R.E. & HENDERSON, P.A.. Ecological Methods. 3rd ed. Blackwell
    Science Ltd. USA. 2000.


58. TIMBERLAKE, Jonathan. BIODIVERSITY OF THE ZAMBEZI BASIN. Nº 9. Biodiversity
    Foundation for Africa. Zimbabwe. 2000.


59. UHLENBROEK, charlotte. Animal Life. Dorling kindersley (DK) Limited. Amercan
    Museum of Natural history. 2008


60. VICKIE. FRESHWATER FISH SPECIES IDENTIFICATION. Texas A&M University.
    Texas. 2002.

Sites da Net:
1. ARA-SUL. Unidade de Gestão/ Bacia do Umbelúzi. [online]. Disponível na World Wide
    Web (internet) URL: www.ara-sul.co.mz/subindex.asp?lang=pt&page=plibombosArtigo
    publicado em 2010 e capturado em 06 de Dezembro de 2010.


2. IID. PERFIL DA BACIA DO RIO UMBELÚZI. [online]. Disponível na World Wide Web
    (internet) URL: http://www.iid.org.mz/iucn/html/bacia_do_umbeluzi_perfil.HTM Artigo
    publicado em 2010 e capturado em 06 de Dezembro de 2010.


3. FISHBASE. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: www.fishbase.org
    Artigo capturado em Junho de 2011.



Arão da Cruz Zunguza
47
Ictiofauna do rio Umbelúzi



4. FAO. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: http://www.fao.org Artigo
    capturado em Junho de 2011.




Arão da Cruz Zunguza
48
Ictiofauna do rio Umbelúzi




                             Anexos




Arão da Cruz Zunguza
49
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Anexo 1

Ilustração dos centros de pesca




                                        1
                                                                                            2



                                                        Legenda

                                                        1 – Mahanhane

                                                        2 – BPL

                                                        3 – Mazambanine
                                            3




Coordenadas dos centros de pesca


                                       Mahanhane          BPL                   Mazambanine
                                  Graus Min Seg Graus Min             Seg    Graus Min Seg
                                   (º)    (')    ('') (º)  (')        ('')    (º)   (')   ('')
           S (Latitude Sul)        26       9    39.3    26       5   40.5    26     2    13.5
           E (Longitude Este)      32       12   18.2    32   13      50.2    32    23    00.3




Arão da Cruz Zunguza
50
     Ictiofauna do rio Umbelúzi

     Anexo 2

     Ficha de Colecta de Dados

     Dados Gerais                                                 Data: ___/___/_______

     Nome do Pescador: ______________________________________________________

     Local da colecta: _______________________________________________________

     Tipo de embarcação: _____________________________________________________

     Tipo de instrumento utilizado para pesca: _____________________________________

     Tamanho da malha da rede: ________, Número de redes: _________

     Número de anzóis: ___________

     Nome da embarcação: ____________________________________________________




     Dados do Pescado

                                         Dados dos peixes

Nº       Nome vernacular          Espécies      Peso (g)    Comprimento (cm)     Observação




     Arão da Cruz Zunguza
51
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Anexo 3

                         Listas de espécies encontradas no rio Umbelúzi




Ambassis natalensis (Cuvier, 1828)




Bagrus meridionalis (Günther, 1894)




Arão da Cruz Zunguza
52
Ictiofauna do rio Umbelúzi




Brycinus imberi (Peters, 1852)




Clarias gariepinus (Burchell, 1822)




Arão da Cruz Zunguza
53
Ictiofauna do rio Umbelúzi




Glossogobius giuris (Hamilton – Buchananis 1822)




Labeo rudi (Boulenger, 1907)




Arão da Cruz Zunguza
54
Ictiofauna do rio Umbelúzi




Lisa macrolepis (Smith, 1846)




Oreochromis mossambicus (Peters, 1852)




Arão da Cruz Zunguza
55
Ictiofauna do rio Umbelúzi




Oreochromis niloticus (Lennaeus, 1758)




Shielbe intermedius (Rüppell, 1832)




Arão da Cruz Zunguza
56
Ictiofauna do rio Umbelúzi




Synodontis zambezensis (Peters, 1852)




Tilapia rendalli (Boulenger, 1896)




Arão da Cruz Zunguza
57
Ictiofauna do rio Umbelúzi

Anexo 4

                             Ilustração das conservas de peixes




Arão da Cruz Zunguza
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna
Relatório final   identificação da ictiofauna

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Teoria das práticas CE0880
Teoria das práticas  CE0880Teoria das práticas  CE0880
Teoria das práticas CE0880
 
Folha milimetrada
Folha milimetradaFolha milimetrada
Folha milimetrada
 
Residuos solidos em mocambique
Residuos solidos em mocambiqueResiduos solidos em mocambique
Residuos solidos em mocambique
 
Modelo de carta p solicitação de estagio
Modelo de carta p solicitação de estagioModelo de carta p solicitação de estagio
Modelo de carta p solicitação de estagio
 
Aula 1 poluição
Aula 1 poluiçãoAula 1 poluição
Aula 1 poluição
 
CARTA DE RECOMENDACAO VC
CARTA DE RECOMENDACAO VCCARTA DE RECOMENDACAO VC
CARTA DE RECOMENDACAO VC
 
Aula 4 dimensionamento
Aula 4   dimensionamentoAula 4   dimensionamento
Aula 4 dimensionamento
 
Avaliação e implementação haccp
Avaliação e implementação haccpAvaliação e implementação haccp
Avaliação e implementação haccp
 
Aditivos na industria alimentar
Aditivos na industria alimentarAditivos na industria alimentar
Aditivos na industria alimentar
 
Apresentação nascentes original
Apresentação  nascentes   originalApresentação  nascentes   original
Apresentação nascentes original
 
CONAMA 357.2005
CONAMA 357.2005CONAMA 357.2005
CONAMA 357.2005
 
Microbiologia dos alimentos aula 1
Microbiologia dos alimentos aula 1Microbiologia dos alimentos aula 1
Microbiologia dos alimentos aula 1
 
Barragens de mineracao_Vale
Barragens de mineracao_ValeBarragens de mineracao_Vale
Barragens de mineracao_Vale
 
11aula escoamento
11aula escoamento11aula escoamento
11aula escoamento
 
Síntese da Entrevista
Síntese da EntrevistaSíntese da Entrevista
Síntese da Entrevista
 
Relatório técnico científico - citações
Relatório técnico científico - citaçõesRelatório técnico científico - citações
Relatório técnico científico - citações
 
Pluviometria
PluviometriaPluviometria
Pluviometria
 
Taa 1
Taa 1Taa 1
Taa 1
 
Normas da APA, 2010 | Exercícios
Normas da APA, 2010 | ExercíciosNormas da APA, 2010 | Exercícios
Normas da APA, 2010 | Exercícios
 
Qualidade de água
Qualidade de água Qualidade de água
Qualidade de água
 

Destaque

Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...
Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...
Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...Agência Peixe Vivo
 
Conceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - Embrapa
Conceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - EmbrapaConceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - Embrapa
Conceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - EmbrapaGregorio Leal da Silva
 
Mecanismos Básicos da Genética Molecular
Mecanismos Básicos da Genética MolecularMecanismos Básicos da Genética Molecular
Mecanismos Básicos da Genética MolecularGregorio Leal da Silva
 
Bioinformática Apostila de Introdução
 Bioinformática Apostila de Introdução Bioinformática Apostila de Introdução
Bioinformática Apostila de IntroduçãoGregorio Leal da Silva
 
A piscicultura como geração de renda
A piscicultura como geração de rendaA piscicultura como geração de renda
A piscicultura como geração de rendaLilian Siqueira
 
Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...
Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...
Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...bio_fecli
 
Apostila curso estatistica_goes
Apostila curso estatistica_goesApostila curso estatistica_goes
Apostila curso estatistica_goesStefania Helena
 
bioestatística - 1 parte
bioestatística - 1 partebioestatística - 1 parte
bioestatística - 1 parteRobson Odé
 
Probabilidade E Bioestatística
Probabilidade E BioestatísticaProbabilidade E Bioestatística
Probabilidade E BioestatísticaRodrigo Vianna
 
Anatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua Doce
Anatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua DoceAnatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua Doce
Anatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua DoceIgor Machado Moura
 
Livro estatística fácil antônio arnot crespo - ed saraiva
Livro estatística fácil   antônio arnot crespo - ed saraivaLivro estatística fácil   antônio arnot crespo - ed saraiva
Livro estatística fácil antônio arnot crespo - ed saraivaPablo Cotes
 
Técnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecularTécnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecularThuane Sales
 
Trabalho biologia peixes ósseos
Trabalho biologia   peixes ósseosTrabalho biologia   peixes ósseos
Trabalho biologia peixes ósseosSalada Frutas
 
Slide de Estatística Aplicada à Educação
Slide de Estatística Aplicada à EducaçãoSlide de Estatística Aplicada à Educação
Slide de Estatística Aplicada à EducaçãoEduardo Alves dos Reis
 
Manual de Criação de Peixes em Viveiros
Manual de Criação de Peixes em ViveirosManual de Criação de Peixes em Viveiros
Manual de Criação de Peixes em ViveirosSérgio Amaral
 
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)Ana Maciel
 

Destaque (20)

Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...
Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...
Parecer ictiofauna no Rio das Velhas: revitalização, barragens e conexões com...
 
Conceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - Embrapa
Conceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - EmbrapaConceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - Embrapa
Conceitos Básicos de Técnicas em Biologia Molecular - Embrapa
 
Mecanismos Básicos da Genética Molecular
Mecanismos Básicos da Genética MolecularMecanismos Básicos da Genética Molecular
Mecanismos Básicos da Genética Molecular
 
Bioinformática Apostila de Introdução
 Bioinformática Apostila de Introdução Bioinformática Apostila de Introdução
Bioinformática Apostila de Introdução
 
Apostila Básica de Entomologia
Apostila Básica de Entomologia Apostila Básica de Entomologia
Apostila Básica de Entomologia
 
Ornitologia Básica
Ornitologia Básica Ornitologia Básica
Ornitologia Básica
 
A piscicultura como geração de renda
A piscicultura como geração de rendaA piscicultura como geração de renda
A piscicultura como geração de renda
 
Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...
Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...
Ictiofauna local um estudo prático com os principais peixes de importância co...
 
Apostila curso estatistica_goes
Apostila curso estatistica_goesApostila curso estatistica_goes
Apostila curso estatistica_goes
 
Apostila de Bioestatística
Apostila de BioestatísticaApostila de Bioestatística
Apostila de Bioestatística
 
bioestatística - 1 parte
bioestatística - 1 partebioestatística - 1 parte
bioestatística - 1 parte
 
Probabilidade E Bioestatística
Probabilidade E BioestatísticaProbabilidade E Bioestatística
Probabilidade E Bioestatística
 
Anatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua Doce
Anatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua DoceAnatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua Doce
Anatomia E Fisiologia Dos Peixes De Agua Doce
 
Digestorio peixes embrapa
Digestorio peixes embrapaDigestorio peixes embrapa
Digestorio peixes embrapa
 
Livro estatística fácil antônio arnot crespo - ed saraiva
Livro estatística fácil   antônio arnot crespo - ed saraivaLivro estatística fácil   antônio arnot crespo - ed saraiva
Livro estatística fácil antônio arnot crespo - ed saraiva
 
Técnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecularTécnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecular
 
Trabalho biologia peixes ósseos
Trabalho biologia   peixes ósseosTrabalho biologia   peixes ósseos
Trabalho biologia peixes ósseos
 
Slide de Estatística Aplicada à Educação
Slide de Estatística Aplicada à EducaçãoSlide de Estatística Aplicada à Educação
Slide de Estatística Aplicada à Educação
 
Manual de Criação de Peixes em Viveiros
Manual de Criação de Peixes em ViveirosManual de Criação de Peixes em Viveiros
Manual de Criação de Peixes em Viveiros
 
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
BIOLOGIA: Os peixes (COMPLETO)
 

Semelhante a Relatório final identificação da ictiofauna

Manejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotérioManejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotérioEddie Allen Medeiros Pinto
 
Morfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ES
Morfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ESMorfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ES
Morfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ESJoão Batista Gomes
 
Minha dissertação 2004
Minha dissertação 2004Minha dissertação 2004
Minha dissertação 2004Adriana Quevedo
 
Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)
Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)
Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)Job Ferreira
 
Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...
Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...
Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...Jose Michavao
 
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)Saide OER Africa
 
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)Saide OER Africa
 
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uffA educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uffVanessa Marcondes
 
Monografia de especialização ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...
Monografia de especialização   ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...Monografia de especialização   ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...
Monografia de especialização ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...Evandro Sanguinetto
 
Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar
Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalarBiofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar
Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalarBruna Freitas
 
Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]
Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]
Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]Saulo Montenegro
 
Manual de biosseguranca
Manual de biossegurancaManual de biosseguranca
Manual de biossegurancaAngela Gontijo
 
Biologia populacional de papilionideos
Biologia populacional de papilionideosBiologia populacional de papilionideos
Biologia populacional de papilionideosMiguel Rocha Neto
 

Semelhante a Relatório final identificação da ictiofauna (20)

Manejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotérioManejo de roedores e serpentes criados em biotério
Manejo de roedores e serpentes criados em biotério
 
Historia do milho
Historia do milhoHistoria do milho
Historia do milho
 
Morfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ES
Morfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ESMorfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ES
Morfometria e qualidade da água em microbacias do município de Guaçuí-ES
 
Pbarros
PbarrosPbarros
Pbarros
 
Texto completo no pw
Texto completo no pwTexto completo no pw
Texto completo no pw
 
Minha dissertação 2004
Minha dissertação 2004Minha dissertação 2004
Minha dissertação 2004
 
Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)
Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)
Relatorio PEPAC: Inspeção Sanitária (DGV)
 
Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...
Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...
Tcc (monografia)michavão uso de jogo de bases nitrogenadas como método didáct...
 
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
 
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
Operar Fistulas Vesico-Vaginais (FFV)
 
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uffA educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
A educação ambiental conceitos e abordagens pelos alunos de licenciatura da uff
 
Monografia de especialização ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...
Monografia de especialização   ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...Monografia de especialização   ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...
Monografia de especialização ecotecnologia de tratamento biológico de eflue...
 
Apostila enem
Apostila enemApostila enem
Apostila enem
 
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE UMA BASE DE DADOS DO MUNICÍPI...
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE UMA BASE DE DADOS DO MUNICÍPI...GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE UMA BASE DE DADOS DO MUNICÍPI...
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE UMA BASE DE DADOS DO MUNICÍPI...
 
Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar
Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalarBiofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar
Biofilmes bacterianos e sua atuação na infecção hospitalar
 
Greening do Citros
Greening do CitrosGreening do Citros
Greening do Citros
 
Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]
Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]
Ufmt monografia pós_engenharia de segurança_johnny[1]
 
MONOGRAFIA COMPLETA-OSVALDO MUCHANGA.pdf
MONOGRAFIA COMPLETA-OSVALDO MUCHANGA.pdfMONOGRAFIA COMPLETA-OSVALDO MUCHANGA.pdf
MONOGRAFIA COMPLETA-OSVALDO MUCHANGA.pdf
 
Manual de biosseguranca
Manual de biossegurancaManual de biosseguranca
Manual de biosseguranca
 
Biologia populacional de papilionideos
Biologia populacional de papilionideosBiologia populacional de papilionideos
Biologia populacional de papilionideos
 

Relatório final identificação da ictiofauna

  • 1. Arão da Cruz Zunguza Identificação da Ictiofauna Pescada nos Centros de Pesca do rio Umbelúzi, Distrito de Boane, Província de Maputo Licenciatura em Ensino de Biologia Universidade Pedagógica Maputo 2012
  • 2. Arão da Cruz Zunguza Identificação da Ictiofauna Pescada nos Centros de Pesca do rio Umbelúzi, Distrito de Boane, Província de Maputo Monografia entregue á Faculdade de Ciências Naturais e Matemática no Departamento de Biologia para a obtenção do Grau Académico de Licenciatura em Ensino de Biologia sob à orientação do Prof. Doutor. Cristiano Luís Vicente Pires; Co-supervisor: dr. Santos Mucave e drª. Eunice Leong Licenciatura em Ensino de Biologia Universidade Pedagógica Maputo 2012
  • 3. i Índice Lista de Figuras ....................................................................................................................................iii Lista de Tabelas .................................................................................................................................... iv Lista de Abreviaturas e Siglas .............................................................................................................. v Declaração de honra ............................................................................................................................. vi Dedicatória........................................................................................................................................... vii Agradecimentos ..................................................................................................................................viii Resumo ................................................................................................................................................. ix 1. Introdução .......................................................................................................................................... 1 1.1. Problema da Pesquisa ................................................................................................................ 4 1.2. Justificativa ................................................................................................................................. 4 1.3. Questões científicas ................................................................................................................... 5 1.4. Hipóteses .................................................................................................................................... 5 1.5. Objectivos do Estudo ................................................................................................................. 6 1.5.1. Objectivo Geral ................................................................................................................... 6 1.5.2. Objectivos Específicos........................................................................................................ 6 2. Revisão Bibliográfica ....................................................................................................................... 7 3. Metodologia..................................................................................................................................... 11 3.1. Descrição da Área Estudo........................................................................................................ 11 3.2. Materiais ................................................................................................................................... 13 3.3. Métodos .................................................................................................................................... 14 3.3.1. Período de Amostragem ................................................................................................... 14 3.3.2. Locais de Amostragem ..................................................................................................... 14 3.3.3. Estratégias de Amostragem .............................................................................................. 15 3.3.5. Organização de Dados ...................................................................................................... 17
  • 4. ii 3.3.6. Análise de Dados............................................................................................................... 17 4. Resultados........................................................................................................................................ 20 4.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi................................................................... 20 4.2. Abundância relativa das espécies capturadas por centro de pesca........................................ 21 4.3. Pesos das espécies Capturadas nos Centros de Pesca ............................................................ 23 4.3.1.Comparação dos pesos das espécies comuns nos Centros de Pesca ................................... 24 4.4. Comprimentos das espécies capturadas .................................................................................. 26 4.4.1. Comparação dos Comprimentos das Espécies comuns nos Centros de Pesca.................. 26 4.5. Constância de Ocorrência (C) ................................................................................................. 28 4.6. Similaridade entre os Centros de Pesca .................................................................................. 29 4.7. Malhas usadas na captura das espécies................................................................................... 30 5. Discussão ......................................................................................................................................... 32 5.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi................................................................... 32 5.2. Abundância das espécies ......................................................................................................... 33 5.3. Comprimento e Peso das espécies mais capturadas no rio Umbelúzi .................................. 35 5.4. Ocorrência das espécies ........................................................................................................... 36 6. Conclusão ........................................................................................................................................ 38 7. Limitações e Recomendações ........................................................................................................ 39 7.1. Limitações ................................................................................................................................ 39 7.2. Recomendações ........................................................................................................................ 39 8. Bibliografia ...................................................................................................................................... 40 Anexos ................................................................................................................................................. 48
  • 5. iii Lista de Figuras Figura 1: Ilustração da Bacia do Rio Umbelúzi no território nacional (Cenacarta). ..................... 12 Figura 2: Mapa de localização dos centros de pesca do rio Umbelúzi, distrito de Boane, província de Maputo. .......................................................................................................................... 15 Figura 3: Medição do CT de um peixe com auxílio do ictiómetro ................................................. 16 Figura 4: Abundância das espécies capturadas no rio Umbelúzi.................................................... 22 Figura 5: Número de Indivíduos capturados por centro de pesca................................................... 22 Figura 6: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca........................................................ 25 Figura 7: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca........................................................ 28 Figura 8: Índice de Constância de Ocorrência das espécies ........................................................... 29
  • 6. iv Lista de Tabelas Tabela 1: Espécies de peixes identificadas no rio Umbelúzi por centro de pesca……...............20 Tabela 2: Dominância por centro de pesca……………………………………….......................23 Tabela 3: Pesos médios das espécies colectadas por centro de pesca e o seu desvio padrão (Sd)………………………………………………………………...……………………………..23 Tabela 4: Comparação dos comprimentos médios de cada espécie por centro de pesca e o seu desvio padrão (Sd)……………………………………………………………………………….26 Tabela 5: Malhas usadas por centro de pesca…………………………………………………….30 Tabela 6: Malhas usadas para captura de cada espécie 31
  • 7. v Lista de Abreviaturas e Siglas Termo Descrição ARA – Sul Administração Regional de Águas do Sul BPL Barragem dos Pequenos Libombos; CENACARTA Centro Nacional de Cartografia e Teledatação CT Comprimento Total; IDPPE Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala; IIP Instituto de Investigação Pesqueira; e PT Peso Total. Sd Desvio Padrão (Standard deviation) UEM Universidade Eduardo Mondlane UP Universidade Pedagógica
  • 8. vi Declaração de honra Declaro por minha honra que o presente trabalho de culminação de curso é resultado da minha pesquisa pessoal e das orientações dos supervisores, feita segundo os critérios em vigor na Universidade Pedagógica. O seu conteúdo é original, verídico e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no relatório e na referência bibliografia do mesmo. Declaro também que este trabalho não foi apresentado em nenhuma Instituição para obtenção de qualquer Grau Académico ou para fins avaliativos. Maputo, Agosto de 2012 ________________________________________ Arão da Cruz Zunguza
  • 9. vii Dedicatória Aos meus pais Amadeu Arnaldo Zunguza e Francisca Cruz M. C. Zunguza, por serem grandes educadores, que sempre me apoiaram e encorajaram a prosseguir com os meus estudos, fizeram de tudo, sem medir esforço para garantir a minha educação e formação; dedico todo esforço empreendido na realização deste trabalho e na minha formação.
  • 10. viii Agradecimentos Os meus agradecimentos são endereçados em 1º lugar a Deus pela vida e pela saúde que tem me concedido sempre nos meus estudos. Agradeço aos meus pais Amadeu Arnaldo Zunguza e Francisca Cruz M. C. Zunguza, pela educação, atenção e apoio que sempre tem me proporcionado. Aos meus irmãos Dimas e Níçia pelo apoio que sempre me tem dado. Aos meus tios Abel, André, Jerry, Martins, Mónica e Pedro por tudo que tem feito por mim. Ao meu supervisor Professor Doutor Cristiano Pires, pelo acompanhamento, críticas, sugestões dadas na realização do trabalho. Ao meu co-supervisor dr. Santos Mucave (UEM), pelo acompanhamento, apoio, criticas sugestões e paciência incansável demonstrada na realização do trabalho. A minha co-supervisora drª. Eunice Leong (IIP) pelo material disponibilizado, transporte, acompanhamento e especialmente pelas críticas e sugestões no trabalho. A todos funcionários do Instituto de Investigação Pesqueira – Matola, por tudo que fizeram por mim. Ao Sr. Ben Lot (motorista do IIP) pela companhia e ajuda na colecta de dados. Ao Cardoso (funcionário do IIP) pela companhia e ajuda na medição e pesagem do peixe. Ao dr. Cucu e dr. Osvaldo Chacate pela disponibilização de laboratório e balanças do IIP (Maputo). Aos pescadores do rio Umbelúzi, em especial Sr. Remígio, Sumbane, Magaia e Sra. Madalena Magaia. Ao Departamento de Biologia – UP (Sede) na pessoa de drª. Evelina Sambana, dr. Juvêncio, dr. Machava, e dr. Pita Sitoe. Ao tio Enoque Muabsa, pelos conselhos, pela ajuda prestada no desenho do mapa e obtenção das coordenadas dos centros de pesca. Ao Sr. Levi da ARA – Sul (Barragem dos Pequenos Libombos) pela disponibilização de informações referentes a Barragem dos Pequenos Libombos. Aos meus amigos Virgílio Cossa, Ana Teresinha, Marcos André, Marcelo Chaca entre outros que me ajudaram na realização do trabalho, conselhos, sugestões e mais. A todos que tem me ajudado na minha careira estudantil, que de certa forma estiveram em alguma fase ou contribuíram com algo… A todos Agradeço Imensamente!
  • 11. ix Resumo O presente estudo realizou-se em três centros de pesca do rio Umbelúzi, no Distrito de Boane, Província de Maputo. O estudo tinha como objectivo identificar a fauna ictiológica pescada nos centros de pesca do rio Umbelúzi. O trabalho realizou-se entre os meses de Fevereiro a Julho de 2011, nos centros de pesca de Mazambanine, BPL e Mahanhane, tendo sido feitas 6 colectas. Elas eram feitas no período da manha, logo após o desembarque dos pescadores, consistindo na compra do pescado. Os resultados obtidos foram organizados no Microsoft Excel, tendo se usado o índice de constância de ocorrência, dominância de Berger-Parker, diversidade de Simpson e o pacote SPSS 17 para a analise dos dados. Identificaram-se 12 espécies de peixes nomeadamente Ambassis natalensis, Bagrus meridionalis, Brycinus imberi, Clarias gariepinus, Glassogobius giurius, Labeo rudi, Lisa macrolepis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis zambensis e Tilapia rendalli, as quais pertencem a 10 famílias. Elas foram pescadas com redes de malha 2,1/4; 2,5; 3 e 3,5 polegadas. As espécies mais pescadas no rio Umbelúzi são a Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli. Dessas três espécies a mais abundante é a Oreochromis niloticus. A abundância da família Ciclidae deve-se ao facto de as espécies desta família adaptarem-se facilmente nos ambientes onde se encontram e possuírem poucas exigências para o seu desenvolvimento. As espécies identificadas no centro de Mazambanine apresentaram valores de comprimento e peso relativamente maiores comparando com os outros centros de pesca. Duma forma geral as espécies pescadas no rio Umbelúzi possuem tamanho menores comparadas com mesmas espécies pescadas em outros rios de Moçambique e de África. O índice de diversidade revelou existir muita diversidade no rio Umbelúzi, e o número de espécies identificadas no estudo corresponde ao número total de espécies identificadas na província.
  • 12. 1. Introdução Os peixes exibem uma vasta diversidade na sua morfologia, nos habitats que ocupam e na sua biologia, o que, em parte, torna difícil entender a sua história evolutiva e estabelecer a sua classificação (NELSON, 2006). Eles compõem o grupo vertebrado mais representativo, tanto em termos quantitativos, como qualitativos sendo constituídos por cerca de 25 mil espécies (NELSON, 1994; DORIT, WALKER & BARNES, 1991), dividas em duas classes principais, Chondrichthyes (mais de 750 espécies) e Osteichthyes (mais de 24 mil espécies) (DORIT, WALKER & BARNES, 1991), constituindo cerca de metade do total de aproximadamente 56 mil espécies de vertebrados vivos (NELSON, 2006). Anualmente, novas espécies de peixes são descritas, excedendo o número de tetrapodes descritos (NELSON, 2006 & ABELL et al, 2008). Os peixes distribuem-se em ambientes de água doce e marinhos, sendo mais numerosos no mar (mais de 14 mil espécies) do que na água doce (mais de 10 mil espécies) (NELSON, 1994). Em termos de habitats ocupados os peixes são divididos em 58% no mar, 1% passa parte do ciclo de vida no mar e no rio e 41% das espécies ocupa a água doce (JOSSEP, 1998). As espécies da água doce são no total cerca de 14 mil espécies a nível Mundial (SKELTON et al, 2009), a nível Africano aproximadamente 3 mil espécies (ADALBERTO L. VAL et al, 2008), e a nivel Moçambicano de uma forma geral são cerca de 2 mil espécies (SCHNEIDER, et al, 2005), das quais 5 são ou quase endémicas, 68 ameaçadas e protegidas e 13 introduzidas. A introdução de peixes na água doce em novas regiões resulta da acção humana de forma intencional, por exemplo: pela aquacultura e destruição de aquários; por outro lado pela introdução não intencional, por exemplo: pela água de lastro e esquemas de transferência entre bacias (MARR et al, 2010). A introdução de espécies de peixe em Moçambique, é reportada por exemplo por SCHNEIDER (2008), no rio Limpopo e rio dos Elefantes onde foram introduzidas as espécies
  • 13. 2 Ictiofauna do rio Umbelúzi Hypophthalmichthys molitrix (Carpa prateada) e Oreochromis niloticus (Tilapia do Nilo) vindas da África do sul, pelas cheias de 2000. No rio Umbelúzi a introdução da espécie Mylopharyngodon piceus (Carpa preta) para piscicultura ocorreu em 1991, a partir de Cuba, mais tarde na albufeira de Macarretane (entre Chókwè e a confluência dos rios Limpopo e Elefantes) e as estações de piscicultura de Mapapa e Lionde (SKELTON, 2001 e BARTLEY, 1993 citados por SCHNEIDER, 2008). Em relação aos exemplos de espécies endémicas como é o caso da Parakneria mossambica (Gorongosa kneria) ocorre na bacia do Rio Gorongosa, Varicorhinus Pungoéensis (formão chiselmouth do Pungué) ocorre na bacia do Rio Pungué, Nothobranchius kuhntae (Beira killifish) ocorre na bacia do Rio Pungué, Barbus manicensis (barbo amarelo) pode ser encontrada nas bacias dos rios Buzi, Pungúe e Zambeze e Amphilius natalensis (peixe gato) pode ser encontrada na bacia do rio Pungué (SWECO, 2004). As espécies ameaçadas e protegidas, ocorrem ao longo dos principais rios como Zambeze, Pungué, Buzi, Save e com densidades mais altas nos sistemas dos rios Limpopo e Incomáti e a distribuição das mesmas parece estar correlacionada as concentrações humanas (SCHNEIDER, et al, 2005). As acções humanas conduzem frequentemente a perdas irreversíveis para a diversidade da vida na terra e estas perdas foram mais rápidas nos últimos 50 anos do que em toda a história da humanidade (DE JESUS & SAMPAIO, 2007). Consequentemente, organismos da água doce estão entre os mais ameaçados no mundo (JENKINS, 2003 citado por MARR et al, 2010). Os ambientes de água doce são ameaçados por vários factores entre os quais se destacam a poluição por lançamentos de resíduos de fonte industrial, o aumento da acidificação do solo causada pelos resíduos de fertilizantes e pesticidas (DE JESUS & SAMPAIO, 2007), a poluição por metais pesados como o Cu, Zn e Pb, (WHITTON & SAY 1975, citados por MARTINS, 2007), os elevados valores de argilas, de matérias orgânicas, bem como os poluentes persistentes (SWECO, 2004). Arão da Cruz Zunguza
  • 14. 3 Ictiofauna do rio Umbelúzi Outra importante modificação é ocasionada pela construção de barragens, que alteram a estrutura dos rios (DE JESUS & SAMPAIO, 2007), que desencadeia uma série de processos biogeoquímicos que resultam em interferências nas características do meio aquático, destacando- se a instabilidade dos factores físicos e químicos, e alterações da comunidade biológica, na montante e na jusante (DE FELIPPO, 1999 citado por CANTON, 2010). A maior parte dos processos ecológicos é alterada através de modificações no fluxo de água, sedimento, nutrientes, energia e biota (ALLAN, 1995; LIGON et al, 1995 citados por CANTON, 2010). O impacto da construção de barragens tem se feito sentir em Moçambique como em outras partes do mundo, particularmente os associados a construção da barragem de Cahora Bassa e Kariba no Rio Zambeze. Os impactos notáveis da construção dessas barragens partem da perda de biodiversidade, erosão costeira, perda de espécies de peixes e perda da produtividade agrícola (LEGRAND, 2009). Por isso, é importante conhecer a fauna aquática, pois, os peixes são muito sensíveis a modificações do meio em que vivem (PAIVA, 1983 citado por MARTINS, 2011) indicando o estado do ambiente onde estão inseridos (GARCÍA, CUTTELOD & MALAK, 2010), dai, a necessidade de se fazer diagnósticos correctos dos factores que influenciam as comunidades e estudos aprofundados de como elas se comportam (HOFFMANN et al, 2005), permitindo contudo conhecer a diversidade de espécies que existem nesses ambientes. Arão da Cruz Zunguza
  • 15. 4 Ictiofauna do rio Umbelúzi 1.1. Problema da Pesquisa Os conhecimentos básicos sobre a descoberta e descrição das espécies de peixes, estão muito completos em algumas áreas do mundo e para muitas famílias de peixes, existindo falta de conhecimento para certas famílias e áreas (ESCHMEYER, et al, 2010). Este cenário verifica-se também na ictiofauna Moçambicana que é pouco conhecida, existindo conhecimentos profundos de certas áreas protegidas como Delta do Zambezi, Rio Lugenda, Rio Rovuma, Reserva de Niassa, Reservar especial de Maputo, Rio Buzi na fronteira de Chimanimani e Parque Nacional de Banhine (SKELTON et al, 2009). Porém existe falta de conhecimento da ictiofauna de outros rios como o Umbelúzi. Neste sentido, o presente trabalho surge com o propósito principal de identificar a ictiofauna do rio Umbelúzi e contribuir para o conhecimento da diversidade piscicula lá existente. 1.2. Justificativa Vários estudos têm sido feitos no Rio Umbelúzi, no tocante a hidrografia, a geologia, ao solo e caudal ecológico da bacia, existindo rara informação documentada sobre a identificação como a descrição das espécies existentes no rio Umbelúzi. Ecossistemas fluviais como o Rio Umbelúzi estão sujeitos a muitas ameaças antropogénicas (MARR et al, 2010), como sobre exploração, poluição, introdução de espécies exóticas, fragmentação, alteração hidrológica (DUDGEON et al, 2006 citado por MARR, et al, 2010 & SCHNEIDER et al, 2005). Estes aspectos exercem influência directa na ictiofauna que é o mais importante produto aquático na escala global providenciando proteína animal para 1 bilião de pessoas no mundo, rendimento para muitas famílias, emprego, nutrição essencial para as comunidades pobres (FAO, 2002 citado por SKELTON et al, 2009). A ictiofauna é importante também porque se considera boa indicadora do estado de conservação do ambiente (GARCÍA, CUTTELOD & MALAK, 2010). Segundo SKELTON et al (2009) são necessárias muitas pesquisas para a descrição da ictiofauna Moçambicana, determinando o estado destas espécies. Neste sentido, o presente estudo reveste- Arão da Cruz Zunguza
  • 16. 5 Ictiofauna do rio Umbelúzi se de grande relevância, pois vem responder a esta questão, contribuindo para o conhecimento da ictiofauna do rio Umbelúzi em particular e de Moçambique em geral. 1.3. Questões científicas 1. Que espécies de peixes são pescadas no rio Umbelúzi? 2. Qual é a espécie de peixe que mais abunda nos centros de pesca do rio Umbelúzi? 3. Como variam os comprimentos e pesos das espécies pescadas no rio? 1.4. Hipóteses H1: No Rio Umbelúzi pescam-se espécies de peixe como: Clarias gariepinus, Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus. H0: Espécies como Labeo ruddi, Oreochromis placidus e Tilapia rendalli podem ser pescadas no rio Umbelúzi. H2: A espécie Oreochromis mossambicus é que mais abunda nos centros de pesca do rio Umbelúzi. H0: A espécie Oreochromis rendalli, encontra-se em maior número em todos os centros de pesca do rio Umbelúzi. H3: Existe muita variação no comprimento e peso das espécies pescadas no rio Umbelúzi. H0: existe pouca variação no comprimento e peso das espécies de peixe pescadas no rio Umbelúzi. Arão da Cruz Zunguza
  • 17. 6 Ictiofauna do rio Umbelúzi 1.5. Objectivos do Estudo 1.5.1. Objectivo Geral  Conhecer a fauna ictiológica pescada nos centros de pesca do Rio Umbelúzi, Distrito de Boane Província de Maputo. 1.5.2. Objectivos Específicos  Identificar as espécies de peixes que existem nos centros de pesca do Rio Umbelúzi;  Descrever as espécies que ocorrem nos centros de pesca do Rio Umbelúzi;  Calcular a diversidade das espécies que ocorrem no Rio Umbelúzi  Descrever a abundância das espécies pescadas no rio;  Determinar o peso médio das espécies identificadas nos centros de pesca; e  Determinar o comprimento médio das espécies identificadas nos centros de pesca. Arão da Cruz Zunguza
  • 18. 7 Ictiofauna do rio Umbelúzi 2. Revisão Bibliográfica Ictiologia É a parte da zoologia que se dedica no estudo científico dos peixes. O termo provem da palavra ichthyes que significa peixe em grego (STORER et al, 2003). Peixes não seriam bem diversificados e sucedidos sem os estudos dos ictiólogos, e o que sabemos sobre a sua diversidade e produto do esforço e trabalho mundial dos mesmos ao longo de vários séculos (JESSOP, 1998). Estudos Ictiologicos datam de milénios, historiadores naturais em muitas culturas tem estudado os peixes por milénios, desde os antigos egípcios, indianos, chineses, gregos e romanos (CUVIER, 1828 citado por FROESE & PAULY, 1999). A ciência moderna geralmente atribui sua raiz nos trabalhos de Carl Linne (Linnaeus). Linnaeus produziu a primeira tentativa real de um sistema organizado de classificação (JESSOP, 1998). Os Zoólogos aceitaram a sua décima edição do seu Systema Naturae (1758) como ponto inicial da nossa classificação actual. Linnaeus não lidou muito com os peixes, mas sua classificação ictiologica actual é largamente baseada nos esforços de Peter Artedi, reconhecido como “Pai da Ictiologia” (JESSOP, 1998). Nos meados de 1800, o grande anatomista francês Georges Cuvier junto com o Achille Valenciennes produziram a primeira lista completa dos peixes do mundo. Alberto Günter produziu o multivolume Catalogue of Fishes in the British Museum. Os esforços do Linnaeus, Artedi, Cuvier, Vaenciennes e Günter, foram importantes para a classificação dos peixes, no entanto não foram suficientes, Charles Darwin com a sua obra On the origin of Species em 1859 deu um passo importante para a classificação dos peixes e de outros organismos (JESSOP, 1998). Depois dele vários cientistas (ictiólogos) como David Starr Jordan, B. W. Evermann, Leo S. Berg, P. Humphry Greenwood, entre outros tem trabalhado ate hoje, no sentido de enriquecer os conhecimentos existentes sobre os peixes. Arão da Cruz Zunguza
  • 19. 8 Ictiofauna do rio Umbelúzi Peixes O termo “Peixes” geralmente refere a vertebrados que possuem barbatanas que não estão adaptados a vida terrena e possuem guelras (HELFMAN, SCOLLETTE & FACEY, 1997). Segundo UHLENBROEK (2008), peixes são animais vertebrados que estão adaptados a viver, nadar, e respirar na água doce ou salgada. Eles são os mais números e diversificados animais na terra e podem ser encontrados em todos habitats aquáticos concebíveis (UHLENBROEK, 2008). Peixes da água doce são aquelas espécies que vivem em águas com baixo nível de salinidade (VICKIE, 2002), como rios, correntes de água, riacho, lagos, tanques e reservas. Para SKELTON et al (2009), define como sendo aqueles que passam todo ou parte crítica do seu ciclo de vida na água doce. Características dos peixes Os peixes, tipicamente respiram usando guelras que extraem oxigénio da água, nadam usando barbatanas, são cobertos por escamas protectoras ou placas ósseas (UHLENBROEK, 2008). Muitos peixes tem um sistema de organismos sensoriais designado linha lateral que percorre os dois lado do corpo do peixe, que serve para detectar vibrações feitas por outros peixes e animais que se movem na agua. As barbatanas são característica de muitos mas não todos peixes. Elas geralmente consistem em dois grupos paralelos de barbatanas (peitoral e pélvica), um, dois ou três barbatanas dorsais, uma ou duas barbatanas anais e a barbatana caudal. As barbatanas são usadas para a propulsão e estabilidade (UHLENBROEK, 2008) Os peixes incluem quatro grupos de vertebrados que são diferentes uns dos outros como mamíferos, répteis, e aves. O maior grupo é dos peixes ósseos, que inclui espécies familiares como bacalhau, salmão, e truta. Tubarões, raias, e quimeras fazem parte do segundo grupo, os peixes cartilaginosos. Os restantes dois pequenos grupos são do peixe bruxa e das lampreias (UHLENBROEK, 2008). Peixes Cartilaginosos (Classe Chondrichthyes) Os peixes cartilaginosos compreendem as baleias, raias e quimeras. Estes peixes possuem um esqueleto composto principalmente por uma cartilagem flexível. Os machos possuem um órgão Arão da Cruz Zunguza
  • 20. 9 Ictiofauna do rio Umbelúzi copulatório chamado de clasper e as fêmeas parem crias ou depositam volumosos ovos. Possuem um órgão de sentido, designado ampola de loremzini, que permite aos peixes cartilaginosos localizar outros animais detectando seu campo eléctrico (UHLENBROEK, 2008). Peixes Ósseos (Classe Osteichthyes) Todos peixes ósseos possuem esqueleto interno duro, de espinhos calcificados, embora em algumas espécies primitivas este muitas vezes é parte da cartilagem. O esqueleto se estende até as barbatanas como raios flexíveis, móveis e espinhos. Este sistema permite ao peixe mover-se com grande precisão do que os tubarões e raias (UHLENBROEK, 2008). Muitos peixes ósseos possuem uma bexiga-natatória que ajusta a sua flutuação e em certas espécies de peixes ósseos tem estruturas assessorias que lhes permitem respirar em águas rasas e sujas (STORER et al, 2003). Classificação Sistemática dos Osteichthyes A classe Osteichthyes (Gr. Osteon, osso; ichthys, peixes) está dividida em três subclasses: Os Acanthodii (um grupo já extinto), os Actinopterygii (percas e espécies assemelhadas) e os Sarcopterygii (peixes pulmonados e crossopterígios) (STORER et al, 2003). Subclasse Actinopterygii (Gr. Aktin, raio; pterygion, barbatana) peixes com barbatanas de raios. Barbatanas pares, suportados por espinhos ósseos radiantes (DORIT, WALKER & BARNES, 1991). Esta subclasse esta divida em 5 infraclasses, compostas por 30 ordens. Subclasse Sarcopterygii (Gr. Sarkodes, gordo, carnudo, musculoso; pterygon, barbatana) peixes com barbatanas lobadas (DORIT, WALKER & BARNES, 1991). Apresenta narinas geralmente comunicadas com a cavidade bucal; cada barbatana possui um par com grande lobo mediano contendo esqueleto articulado e músculos (STORER et al, 2003). Esta subclasse possui duas ordens: ordem Crossopterygii – peixes com barbatanas lobadas e ordem Dipnoi – peixes pulmonados. Arão da Cruz Zunguza
  • 21. 10 Ictiofauna do rio Umbelúzi Morfologia dos peixes ósseos Os peixes ósseos tem forma e estrutura geralmente semelhante, diferendo entre nos detalhes. Muitos têm a forma geral da perca; linguado, solhas e alguns peixes tropicais de recifes de corais tem corpo fino. Possuem um corpo fusiforme, a cabeça estende-se da extremidade do focinho até o canto posterior do opérculo, o tronco estende-se desse ponto até o ânus e o resto é a cauda. A boca é terminal, com maxilas e mandíbulas distintas que apresentam dentes finos. O ânus e a abertura urogenital precedem a barbatana anal. No dorso há duas barbatanas dorsais separadas, na ponta da cauda há uma nadadeira caudal e na parte ventral há uma nadadeira anal. Existem barbatanas laterais ou pares, as barbatanas peitorais, atrás dos opérculos e as barbatanas pélvicas ou ventrais, logo abaixo. Arão da Cruz Zunguza
  • 22. 11 Ictiofauna do rio Umbelúzi 3. Metodologia 3.1. Descrição da Área Estudo O estudo realizou-se na bacia do Rio Umbelúzi situada à Sul da Província de Maputo (Figura 1), entre os paralelos 25°40’22” e 26°16’47” de latitude Sul e pelos meridianos 31°55’43” e 32°29’01” de longitude Este (IID, 2010). A bacia hidrográfica do Rio Umbelúzi possui uma área total de cerca de 5.600 km2, dos quais 3.140 km2 estão localizados no Reino da Suazilândia, 2.380 km2 na República de Moçambique e 80 km na República da África do Sul (ARA-SUL, 2010 & IID, 2010). A Barragem dos Pequenos Libombos construída sobre o Rio Umbelúzi entre 1983 e 1987 fica situada a 40 km da cidade de Maputo e a 10 km da vila de Boane (ARA – Sul, 2011), entre as latitudes 25º40’ e 26º20’ sul e entre as longitudes 32º12’ e 32º20’ Este. Localiza-se na parte baixa da bacia do rio Umbelúzi (MUANDO, 2000). Segundo MUANDO (2000) a Barragem dos Pequenos Libombos possui uma Área de 42 Km2, um volume médio do reservatório de 386 M/m3, uma profundidade média de 10,5 m, um nível médio das águas de 47m, uma linha da costa de 3,9 km, uma área máxima de armazenamento de 43 Km2, entradas médias de águas (estimadas) de 7,0 m3/s, saídas médias de águas (estimadas): 4,0 m3/s e tempo médio de retenção da água de 1,3 anos. Arão da Cruz Zunguza
  • 23. 12 Ictiofauna do rio Umbelúzi Mapa ilustrando a barragem e o trajecto do rio Umbelúzi Legenda: 1 2 1 – Albufeira dos Pequenos Libombos 2 – Rio Umbelúzi Figura 1: Ilustração da Bacia do Rio Umbelúzi no território nacional (Cenacarta). a)Hidrografia O Rio Umbelúzi nasce na Suazilândia a uma altitude de 1680 m e corre para Este, entrando no território nacional pela vila fronteiriça de Goba. Os principais afluentes são os rios Black M´buluzi e o White M´buluzi, que confluem com o rio principal aproximadamente a 22 Km² da fronteira da Localidade Goba no Posto Administrativo de Changalane, Distrito de Namaacha por onde o rio entra em Moçambique. Os seus principais afluentes em território nacional são: o rio Calichane que aflui no Umbelúzi na barragem dos Pequenos Libombos e o rio Movene a jusante da barragem (ARA-SUL, 2010 & IID, 2010). Arão da Cruz Zunguza
  • 24. 13 Ictiofauna do rio Umbelúzi b) Clima De acordo com a classificação de KOPPEN, citado por IID (2010), predomina na zona Sul da bacia o tipo climático seco de estepe com excepção da zona de Goba que é tropical chuvoso de savana, na zona Norte o tipo seco de estepe com estação seca no Inverno e na zona ocidental numa pequena mancha o tipo temperado húmido sem estação seca. A temperatura média anual varia entre 20°C a 25°C. c) Precipitação A precipitação média cresce da costa até aos Pequenos Libombos, partindo de 600 mm e atingindo 900 mm, decresce no flanco ocidental da cordilheira dos Pequenos Libombos para 600/700 mm, aumentando depois sucessivamente até aos 1300 mm na região mais ocidental da bacia (IID, 2010). As chuvas têm início em Novembro no litoral e em Outubro nos Pequenos Libombos, terminando em Abril/Março. A duração da precipitação é de cerca de seis meses, chegando a 7/8 meses na região da Namaacha. A maior concentração regista-se de Dezembro a Fevereiro (IID, 2010). 3.2. Materiais a) Para colecta de dados:  Avental/ Bata;  Balança electrónica ou dinamómetro;  Esferográficas;  Ficha de colecta de dados;  GPS (GPS 72);  Guias de campo e livros de identificação de espécies de peixes;  Luvas de algodão;  Luvas descartáveis;  Maquina Fotográfica (Kodak EasyShare C813);  Sacos plásticos; e  Ictiómetros. Arão da Cruz Zunguza
  • 25. 14 Ictiofauna do rio Umbelúzi b) Para Fixação e Conservação das amostras:  Álcool a 70%;  Bata (de mangas compridas);  Etiquetas;  Formol a 10%;  Garrafas de vidro;  Guia de conserva de espécies;  Luvas de algodão;  Luvas descartáveis;  Óculos;  Peixes; e  Seringa. 3.3. Métodos 3.3.1. Período de Amostragem O trabalho de campo realizou-se entre os meses de Fevereiro a Junho, tendo sido feitas 6 colectas que consistiram na compra do pescado junto dos pescadores nos centros de pesca locais. O pescado foi adquirido no período da manhã das 8:30h às 9:30h, período em que os pescadores recolhem diariamente suas redes e seguidamente voltam a arma-las depois da sua limpeza. 3.3.2. Locais de Amostragem As amostras foram realizadas em três centros de pescas (ver anexo 1), nomeadamente Mahanhane (1) com as seguintes coordenadas 26º9’36.3’’ de latitude sul e 32º12’18.2’’ de longitude este, Barragem dos Pequenos Libombos (2) com as seguintes coordenadas 26º5’40.5’’ de latitude sul e 32º13’50.2’’ de longitude este e Mazambanine (3) com as seguintes coordenadas 26º12’13.5’’ de latitude sul e 32º23’00.3’’ de longitude este, conforme mostra o mapa a seguir. Arão da Cruz Zunguza
  • 26. 15 Ictiofauna do rio Umbelúzi Figura 2: Mapa de localização dos centros de pesca do rio Umbelúzi, distrito de Boane, província de Maputo. 3.3.3. Estratégias de Amostragem As actividades de campo foram realizadas nas manhãs cobrindo os três centros de pescas e com dias específicos para cada centro. As amostras eram colectadas logo após o desembarque, comprando-se 5 kg de peixes. De seguida levava-se o peixe para o laboratório do IIP, para se efectuar a medição dos comprimentos por espécie e sua pesagem. Para o manuseio do pescado usou-se algumas vezes luvas de algodão de modo a evitar ferimentos que poderiam ser causados pelas barbatanas dos peixes. Arão da Cruz Zunguza
  • 27. 16 Ictiofauna do rio Umbelúzi Procedimentos para identificação das espécies A identificação realizou-se com auxílio dos guias de campo de identificação de águas interiores de Moçambique e Albufeira de Massinguir, obra do SKELTON (2001) como também o site FishBase e FAO. As mesmas obras foram usadas para a classificação taxonómica das espécies usadas para a conserva. Procedimentos para medição e pesagem das espécies A medição é a pesagem das espécies servem para a obtenção dos comprimentos e pesos dos indivíduos capturados para o estudo. Para a medição do peixe foi usada uma régua especial, designada por ictiómetro recomendada por (DIAS, 2007). As medições nos peixes são feitas, por convenção, sobre o seu lado esquerdo (figura 3). O peixe é deitado sobre o seu lado direito, com a cabeça voltada para a esquerda, com a boca fechada e o focinho encostado à antepara do ictiómetro (pressionar ligeiramente sem forçar) (DIAS, 2007). Figura 3: Medição do CT de um peixe com auxílio do ictiómetro (DIAS, 2007). Fez-se a medição do comprimento total (CT) por indivíduo de cada espécie, ainda frescos, imediatamente após a sua morte. Não se devem medir durante o rigor mortis (rigidez pós-morte). Neste caso é preciso relaxar primeiro a musculatura do corpo do peixe, flectindo-o várias vezes (DIAS, 2007). Após a medição de cada peixe com o ictiómetro, o peixe passou por um processo de pesagem para obtenção do peso total (PT) por indivíduo. Arão da Cruz Zunguza
  • 28. 17 Ictiofauna do rio Umbelúzi Foram usadas balanças de precisão, para a extracção do PT de cada indivíduo. A medida que se fazia a pesagem, os peixes eram fotografados ainda frescos, no laboratório. Procedimentos para Fixação e Conserva das espécies A fixação das espécies fez-se no campo, após o desembarque do pescado. Ela foi necessária para a elaboração das conservas das espécies capturadas. Os procedimentos para a fixação das espécies foram baseados no manual de fixação de vertebrados de AURICCHIO & SALOMÃO (2002). Os peixes foram colocados em garrafas de vidro contendo formol a 10%, para se garantir uma boa fixação dos órgãos internos e musculatura, porque nessas condições o formol penetra nas guelras e no intestino dos mesmos. Os peixes ficaram nas garrafas de vidro (é obrigatório que as tampas das garrafas sejam plásticas para evitar a oxidação) por um período de dois meses, depois foram colocados em garrafas de vidro contendo álcool a 70%, para conserva-los, pois o formol descalcifica-os. Os frascos devem ter tampas plásticas de modo a não se oxidarem com o tempo. 3.3.5. Organização de Dados A colecta de dados realizou-se com auxílio de uma Ficha de colecta de dados (anexo 2) elaborada com base na tabela de tabulação de dados do IDPPE. Nela foram anotados dados referentes a data da colecta, nome do pescador, tipo de embarcação usado para a pesca, o tipo de rede/ malha da rede, o peso e o comprimento por peixe, nome da espécie e o local. 3.3.6. Análise de Dados A análise de dados fez-se com base nos índices de Constância de Ocorrência, Diversidade de Simpson e Dominância de Berger-Parker tendo se usado os seguintes programas estatísticos Microsoft Excel 2007 e SPSS 17. O cálculo de Constância de Ocorrência (C) das diferentes espécies foi realizado, segundo DAJOZ (1983) citado por SARMENTO-SOARES et al (2009) a partir da equação abaixo: = × Arão da Cruz Zunguza
  • 29. 18 Ictiofauna do rio Umbelúzi Onde: C é o valor de constância da espécie; p é a quantidade de pontos em que apareceu a espécie; e P o número total de pontos. As espécies são consideradas constantes quando apresentaram C ≥ 50, acessórias quando 25 ≤ C < 50 e ocasionais quando C < 25. A Diversidade refere-se à variedade de espécies de organismos vivos de uma determinada comunidade, habitat ou região (RODRIGUES, 2007). Usou-se o índice de Simpson (S’) para o cálculo da Diversidade. Esse índice fornece a ideia da probabilidade de se colectar aleatoriamente dois indivíduos da comunidade e, obrigatoriamente, pertencerem a mesma espécie. O valor calculado de S’ ocorre na escala de 0 a 1, sendo que os valores próximos de 1 indicam menor diversidade (GOMES & FERREIRA, 2004). Este índice foi obtido através da equação abaixo (GOMES & FERREIRA, 2004; SOUTHWOD & HENDERSON, 2000): ’ = De onde: = é obtido pela seguinte equação: ( − ) = ( − ) Onde: é o número de indivíduos de cada espécie; é o número total de indivíduos da amostra. A dominância foi calculada usando o índice de Berger-Parker, obtido pela equação abaixo, que expressa a importância relativa das espécies mais abundantes (MAGURRAN, 1989 citado por BOANE, 2008). É considerado simples quando comparado com o índice de dominância de Simpson (RODRIGUES, 2007), porém eficiente. Considera a maior proporção da espécie com maior número de indivíduos. É calculada através da seguinte equação: Arão da Cruz Zunguza
  • 30. 19 Ictiofauna do rio Umbelúzi = Onde: é o número de indivíduos da espécie mais abundante; e é o número total de indivíduos na amostra. Foram usados testes estatísticos LSD usando-se a variância simples (ANOVA one-way), para se calcular a Relação entre os pesos das espécies e os centros de pesca, comprimento das espécies e centros de pesca, para observar se existiam diferenças significativas dos comprimentos e pesos das espécies capturadas nos centros de pesca do rio Umbelúzi. O pacote estatístico usado foi SPSS (versão 17). Arão da Cruz Zunguza
  • 31. 20 Ictiofauna do rio Umbelúzi 4. Resultados 4.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi Foram colectadas e identificadas nos três centros de colecta (BPL, Mahanhane e Mazambanine) doze (12) espécies de peixes pertencentes a dez (10) famílias. A família mais representada foi a Ciclidae com três (3) espécies identificadas (Tabela 1). As outras famílias tiveram apenas uma (1) espécie identifica por família. Das doze (12) espécies colectadas (anexo 3), as espécies Oreochromis niloticus e Oreochromis mossambicus estiveram presentes nos três (3) locais de colecta (Tabela 1). Tabela 1: Espécies de peixes identificadas no rio Umbelúzi por centro de pesca Espécies Famílias Mahanhane BP L Mazambanine Ambassis natalensis (Gilchrist & Thompson, 1908) Ambassidae - - + Bagrus meridionalis (Günther, 1894) Bagridae + + - Brycinus imberi (Peters, 1852) Characidae + - - Clarias gariepinus (Burchell, 1822) Claridae + - + Glassogobius giurius (Hamilton – Buchananis 1822) Gobiidae - - + Labeo rudi (Boulenger, 1907) Cyprinidae + - - Lisa macrolepis (Smith, 1846) Mugilidae - - + Oreochromis mossambicus (Peters, 1852) Ciclidae + + + Oreochromis niloticus (Lennaeus, 1758) Ciclidae + + + Shielbe intermedius (Rüppell, 1832) Schilbedae + + - Synodontis zambensis (Peters, 1852) Mochokidae - + + Tilapia rendalli (Boulenger, 1896) Ciclidae + - + Legenda: + = presente; - = ausente - 8 5 8 O índice de diversidade de Simpson teve como resultado 0,2254 que segundo a interpretação de (GOMES & FERREIRA, 2004) os valores ocorrem na escala de 0 a 1, sendo que os valores Arão da Cruz Zunguza
  • 32. 21 Ictiofauna do rio Umbelúzi próximos de 1 indicam menor diversidade. Neste sentido, o valor obtido revelou que no Rio Umbelúzi, existe muita diversidade de espécies de peixe. 4.2. Abundância relativa das espécies capturadas por centro de pesca O Figura 4 mostra a abundância (dominância) das espécies capturadas no rio Umbelúzi, calculada segundo o Índice de Dominância Berger-Parker. Do total de indivíduos capturados 69% pertenceram a espécie Oreochromis niloticus, que teve maior abundância, seguida da Oreochromis mossambicus com 15% de indivíduos capturados e Tilapia rendalli com 9% de indivíduos capturados, sendo assim as espécies mais abundantes. As espécies menos abundantes foram Ambassis natalensis, Labeo rudi e Lisa macrolepis que tiveram um número insignificante de indivíduos capturado. Em todos os centros a espécie Oreochromis niloticus teve maior índice de dominância. O centro de Mahanhane teve uma percentagem 71% totalizando 116 indivíduos capturados, no centro da BPL a percentagem foi de 81% igual a 110 indivíduos capturados, a mesma espécie dominou no centro de Mazambanine com a percentagem de 42%, cerca de 31 indivíduos capturados. O centro da BPL teve o maior índice de dominância comparando com os outros centros de pesca (gráfico 5). Arão da Cruz Zunguza
  • 33. 22 Ictiofauna do rio Umbelúzi Abundância das Espécies 300 69% 250 200 150 100 15% 50 9% 1% 1% 1% 1% 2% 1% 0 Figura 4: Abundância das espécies capturadas no rio Umbelúzi 140 116 110 120 100 80 60 40 29 31 27 21 Mahanhane 20 6 51 23 6 1 32 2 2 2 2 1 1 BP L 0 Mazambanine Figura 5: Número de Indivíduos capturados por centro de pesca Arão da Cruz Zunguza
  • 34. 23 Ictiofauna do rio Umbelúzi Tabela 2: Dominância por centro de pesca Dominância Dominância Dominância total Mahanhane Dominância BPL Mazambanine 0,69 0,71 0,81 0,42 4.3. Pesos das espécies Capturadas nos Centros de Pesca Os pesos das espécies colectadas variaram de 11,4g valor encontrado em alguns indivíduos da espécie Oreochromis mossambicus a 800g valor encontrado em indivíduos da espécie Oreochromis niloticus (anexo 5), pescadas no centro da BPL e Mazambanine respectivamente. A média dos pesos por espécie varia de 31,6g a 287,7g valores que pertencem as espécies Ambassis natalensis e Clarias gariepinus, respectivamente (Tabela 3). As espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli) tiveram como valores de peso médio e desvio padrão 122,6g (Sd = 43,2) para Oreochromis niloticus, 108,7g (Sd = 82,0) para Oreochromis mossambicus e 165,8g (Sd = 112,2) para Tilapia rendalli. Tabela 3: Pesos médios (em gramas) das espécies colectadas por centro de pesca e o seu desvio padrão (Sd) Espécies BPL Sd Mahanhane Sd Mazambanine Sd Ambassis natalensis - - - - 31,6 0,0 Bagrus meridionalis 97,3 28,6 68,8 9,6 - - Brycinus imberi - - 44,1 32,8 - - Clarias gariepinus - - 311,4 125,3 287,7 229,5 Glassogobius giurius - - - - 151,3 27,9 Labeo rudi - - 78,2 0,0 - - Lisa macrolepis - - - - 220,3 0,0 Oreochromis mossambicus 109,2 48,1 67,5 15,0 115,2 65,6 Oreochromis niloticus 101,7 53,4 83,8 23,3 202,5 191,2 Shielbe intermedius 190,5 0,0 109,1 30,9 - - Synodontis zambensis 90,0 20,3 - - 78,6 24,0 Tilapia rendalli - - 83,2 28,2 184,1 115,8 Arão da Cruz Zunguza
  • 35. 24 Ictiofauna do rio Umbelúzi 4.3.1.Comparação dos pesos das espécies comuns nos Centros de Pesca As espécies Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus, identificadas no centro de Mazambanine tiveram valores maiores de média de pesos, comparando com os valores obtidos nos outros centros (Figura 6). As espécies Bagrus meridionalis e Shielbe intermedius, identificadas em comum no centro de BPL e Mahanhane apresentaram uma média de pesos menor no centro de Mahanhane e maior na BPL (Figura 6). O mesmo verificou-se com a Tilapia rendalli, identificada nos centros de Mahanhane e Mazambanine, onde o menor valor obteve-se em Mahanhane e o maior em Mazambanine. Diferente das duas espécies acima mencionadas a Clarias gariepinus, possui uma média maior peso em Mahanhane e menor em Mazambanine (Figura 6). Duma forma geral o centro de Mahanhane teve menores valores da média dos pesos comparando com os centros da BPL e Mazambanine. Arão da Cruz Zunguza
  • 36. 25 Ictiofauna do rio Umbelúzi Pesos Medios das Especies Capturadas Por Centro de Pesca Tilapia rendalli Synodontis zambensis Shielbe intermedius Oreochromis niloticus Oreochromis mossambicus Lisa macrolepis Mazambanine Labeo rudi Mahanhane BP L Glassogobius giurius Clarias gariepinus Brycinus imberi Bagrus meridionalis Ambassis natalensis 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 Valores dos pesos em gramas Figura 6: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca O teste estatístico LSD obtido (LSD 95%; F= 1,651; P>0.05) revelou que não existem diferenças significativas em termos de valores de pesos das espécies entre os centros de pesca. Arão da Cruz Zunguza
  • 37. 26 Ictiofauna do rio Umbelúzi 4.4. Comprimentos das espécies capturadas Os comprimentos das espécies capturadas variaram de 11,4cm valor encontrado na espécie Oreochromis mossambicus a 37,1cm valor encontrado na espécie Oreochromis niloticus, pescadas no centro da BPL e Mazambanine respectivamente. O valor do comprimento médio das espécies variou de 13,2cm a 29,8cm valores médios do comprimento pertences a Ambassis natalensis e Clarias gariepinus, respectivamente (Tabela 4). As espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli) tiveram valores como valores médios de comprimento e desvio padrão 17,4cm (Sd = 2,5) para Oreochromis niloticus, 17,3cm (Sd = 2,6) para Oreochromis mossambicus e 19cm (Sd = 3,3) para Tilapia rendalli. Tabela 4: Comparação dos comprimentos médios (em cm) de cada espécie por centro de pesca e o seu desvio padrão (Sd) Espécies BP L Sd Mahanhane Sd Mazambanine Sd Ambassis natalensis - - - - 13,2 0,0 Bagrus meridionalis 19,1 1,8 16,5 0,6 - - Brycinus imberi - - 15,5 3,6 - - Clarias gariepinus - - 25,0 3,5 29,8 6,6 Glassogobius giurius - - - - 24,5 2,8 Labeo rudi - - 19,3 0,0 - - Lisa macrolepis - - - - 28,0 0,0 Oreochromis mossambicus 25,6 18,0 15,9 1,4 18,2 3,4 Oreochromis niloticus 24,9 17,2 16,2 1,4 19,1 4,4 Shielbe intermedius 27,0 0,0 19,7 3,7 - - Synodontis zambensis 18,6 2,0 - - 18,6 1,9 Tilapia rendalli - - 15,8 1,6 19,7 3,2 4.4.1. Comparação dos Comprimentos das Espécies comuns nos Centros de Pesca A espécie Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus identificadas em todos os centros, possuem maiores valores de comprimentos médios no centro BPL, que nos outros centros de pesca. Os menores valores de comprimentos médios foram observados em Mahanhane (Figura Arão da Cruz Zunguza
  • 38. 27 Ictiofauna do rio Umbelúzi 7). Todas as espécies capturadas no centro da BPL apresentaram comprimentos médios relativamente maiores que das mesmas espécies capturadas nos outros centros de pesca. Comparando com o centro de Mahanhane, apresentou comprimentos médios relativamente menores que dos outros centros de pesca. As espécies Clarias gariepinus e Tilapia rendalli pescadas no centro de Mahanhane e Mazambanine, apresentaram valores de comprimentos médios maiores no centro de Mazambanine e menores em Mahanhane. A espécie Synodontis zambensis (identificada somente em Mazambanine e BPL) teve valores de comprimentos médios iguais em ambos os centros, e uma ligeira diferença nos valores do desvio padrão (Figura 7). Os maiores comprimentos duma forma geral foram observados no centro de Mazambanine (anexo 6), exceptuando a espécie Oreochromis mossambicus que teve maiores valores de comprimento no centro da BPL. O teste LSD obtido (LSD 95%; F=0,139 P˃0.05) revelou não existirem diferenças significativas em termos de valores de comprimento entre os centros de pesca. Arão da Cruz Zunguza
  • 39. 28 Ictiofauna do rio Umbelúzi Comprimentos Medios das Especies Capturadas Por Centro de Pesca Tilapia rendalli Synodontis zambensis Shielbe intermedius Oreochromis niloticus Oreochromis mossambicus Lisa macrolepis Mazambanine Labeo rudi Mahanhane BP L Glassogobius giurius Clarias gariepinus Brycinus imberi Bagrus meridionalis Ambassis natalensis 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 Comprimento em cm Figura 7: Comparação dos Pesos médios por centro de pesca 4.5. Constância de Ocorrência (C) O cálculo de Constância de Ocorrência (C) das diferentes espécies mostrou que não existem espécies ocasionais no rio Umbelúzi (Figura 8), pois nenhuma espécie teve um índice de ocorrência menor que 25. Das espécies identificadas sete (7) (Bagrus meridionalis, Clarias Arão da Cruz Zunguza
  • 40. 29 Ictiofauna do rio Umbelúzi gariepinus, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis zambensis e Tilapia rendalli) tiveram um índice de ocorrência maior que cinquenta (C ≥ 50) mostrando que são constantes. As restantes cinco espécies identificadas (Ambassis natalensis, Brycinus imberi, Glassogobius giurius, Labeo rudi e Lisa macrolepis) são acessórias porque tiveram um índice de ocorrência entre vinte cinco e cinquenta (25 ≤ C < 50) (Figura 8). 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 0,00 Figura 8: Índice de Constância de Ocorrência das espécies 4.6. Similaridade entre os Centros de Pesca A maior similaridade verificou-se entre os centros Mahanhane e Mazambanine, com um total de quatro espécies em comum. Em ambos os centros foram pescadas oito espécies de peixes e misturando-se as espécies pescadas em ambos os centros perfazem o total de espécies identificadas no rio Umbelúzi (12 espécies). Os centros de Mahanhane e Barragem dos Pequenos Libombos possuem pouca similaridade, o mesmo verifica-se com Barragem dos Pequenos Libombos e Mazambanine. Mahanhane e Barragem dos Pequenos Libombos possuem quatro espécies em comum identificadas (Bagrus meridionalis, Oreochromis mossambicus, Shielbe intermedius e Oreochromis niloticus), Barragem dos Pequenos Libombos e Mazambanine possuem três espécies em comum (Synodontis zambensis, Oreochromis niloticus e Oreochromis mossambicus) respectivamente. Arão da Cruz Zunguza
  • 41. 30 Ictiofauna do rio Umbelúzi O que revela que os centros de pesca do rio Umbelúzi são similares, no que concerne aos pesos e comprimentos das espécies pescadas nos centros, existindo apenas uma relativa diferença das espécies pescadas em cada centro. 4.7. Malhas usadas na captura das espécies As malhas usadas para a captura das espécies foram de 2,1/4; 2,5; 3 e 3,5 polegadas conforme mostra a Tabela 5. No centro de Mazambanine usaram-se redes com maiores polegadas comparadas com os outros centros, como é o caso do centro de Mahanhane onde frequentemente usaram-se redes de tamanhas menores 2,1/4 e 2,5 polegadas. Tabela 5: Malhas usadas por centro de pesca Malha Mahanhane BP L Mazambanine 2,1/4 x x 2,5 x x x 3 x x x 3,5 x As espécies Oreochromis mossambicus e Oreochromis niloticus foram capturadas por todos os tamanhos de malhas (Tabela 6), foram também as espécies capturadas em todos os centros de pesca e as que tiveram menores e maiores comprimentos e pesos. Sendo no entanto a espécies Oreochromis mossambicus, a que teve menores comprimentos e pesos respectivamente e a Oreochromis niloticus, a que registou o maior peso e comprimento. Arão da Cruz Zunguza
  • 42. 31 Ictiofauna do rio Umbelúzi Tabela 6: Malhas usadas para captura de cada espécie Espécies Famílias 2,1/4 2,5 3 3,5 Ambassis natalensis Ambassidae x x Bagrus meridionalis Bagridae x x Brycinus imberi Characidae x Clarias gariepinus Claridae x x x Glassogobius giurius Gobiidae x x Labeo rudi Cyprinidae x Lisa macrolepis Mugilidae x x Oreochromis mossambicus Ciclidae x x x x Oreochromis niloticus Ciclidae x x x x Shielbe intermedius Schilbedae x x Synodontis zambensis Mochokidae x x x Tilapia rendalli Ciclidae x x x Arão da Cruz Zunguza
  • 43. 32 Ictiofauna do rio Umbelúzi 5. Discussão 5.1. Espécies de peixe identificadas no rio Umbelúzi No presente estudo foram identificadas 12 espécies de peixes, que é igual ao número total de espécies identificadas nas albufeiras, lagoas e rios da província de Maputo (IIP, 2008), o que indica que no rio Umbelúzi existe uma rica diversidade de espécies de peixes. Um número superior foi identificado na província de Gaza, 15 espécies de peixes (IIP, 2008). No estudo feito por CABANELAS (2005), na Albufeira de Cahora Bassa foram identificadas 19 espécies pertencentes a 9 famílias, um número superior as espécies identificadas no rio Umbelúzi, onde identificou-se um número de 10 famílias (CABANELAS, 2005). As espécies já identificadas em outros estudos realizados na província de Maputo, nas lagoas, albufeiras e rios foram Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Labeo altives, Mugil cephalus, Sillago sihama, Clarias ngamensis, Clarias gariepinus, Synodontis zambensis, Shielbe intermedius, Brycinus imberi, Cyphomyrus discorhynchus e Tilapia rendalli (IIP, 2008). Dessas espécies 5 (Ambassis natalensis, Bagrus meridionalis, Glassogobius giurius, Labeo rudi e Lisa macrolepis) não tinham sido identificadas ainda, tendo sido identificadas no presente estudo. Num estudo similar feito na Província de Gaza foram identificadas as espécies Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Tilapia rendalli, Brycinus imberi, Synodontis zambensis, Labeo altives, Clarias ngamensis, Clarias gariepinus, Shielbe intermedius, Hypophthalmichths molitrix, Cyphomyrus discorhynchus, Sillago sihama, Ambassis ambassis, Mugil cephalus e Hidrocynus vittatus (IIP, 2008), essas espécies são semelhantes as identificadas na província de Maputo, observando-se maior parte das espécies identificadas nos três centros de pesca do rio Umbelúzi no presente estudo. No estudo realizado por CHAÚCA (1998), na Barragem dos Pequenos Libombos foram identificadas apenas 5 espécies (Amphilus uranoscopus, Eutropius depressirostris, Labeo rudi, Oreochromis placidus e Tilapia rendalli), no presente estudo foram identificadas também apenas 5 espécies na Barragem dos Pequenos Libombos (Bagrus meridionalis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, e Tilapia rendalli). Das espécies Arão da Cruz Zunguza
  • 44. 33 Ictiofauna do rio Umbelúzi identificadas por CHAÚCA (1998), somente 2 (Labeo rudi e Tilapia rendalli) foram identificadas no presente estudo, as restantes não foram identificadas. Todas estas espécies identificadas no presente estudo são consideradas típicas da região sul de África e dos rios africanos, por fazerem parte de famílias como a Bagridae, Characidae, Ciclidae, Cyprinidae, Claridae, Gobiidae, Mochokidae e Schilbidae, que são nativas dos principais rios africanos (SKELTON, 1988). 5.2. Abundância das espécies As espécies mais abundantes são Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, e Tilapia rendalli, pertencendo a família Ciclidae. As mesmas são as mais abundantes na província de Gaza e Maputo (IIP, 2007; IIP, 2008 & IIP, 2009), elas estão bem representadas na maioria dos lagos, rios destas províncias. No rio Limpopo e Lagoa Chuáli as espécies mais importantes do ponto de vista comercial (mais pescadas), são as tilápias Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli, o peixe preto Clarias gariepinus, a carpa comum Carpio carpio e a carpa do limo Carpio idella (BOANE, 2008). No estudo similar realizado por SALES (2000), na lagoa do Bilene identificou 4 espécies mais pescadas Oreochromis mossambicus, Mugil cephalus, Pomadasys commersonni e Siganus sutor. Apenas a espécie Oreochromis mossambicus, é comum das espécies mais abundantes no presente estudo com o de SALES, a mesma espécie é abundante na Barragem dos Pequenos Libombos, o que pode ser motivado pelo facto dela desenvolver-se melhor em águas paradas e não em águas correntes (SKELTON, 1993). Estas três espécies (Oreochromis Mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli) são as mais importantes da região, do ponto de vista económico. As mesmas espécies junto da Oreochromis aureus, Oreochromis maccrochir, Oreochromis galilaeus e a Tilapia zillii são as espécies mais criadas comercialmente na África e no mundo (EL-SAYED, 1999 citado por BOSCOLO et al, 2001; CHANGADEYA, MALEKANO & AMBALI, 2003). Arão da Cruz Zunguza
  • 45. 34 Ictiofauna do rio Umbelúzi De acordo com LOVSHIN (1997) citado por BOSCOLO et al (2001), a distribuição das tilápias no mundo começou com o intuito da criação de peixes para a subsistência em países em desenvolvimento. De acordo com o mesmo autor, a primeira espécie introduzida em outros países foi a Oreochromis mossambicus, porém esta mostrou-se de baixo desempenho para a aquacultura tendo sido substituída no final dos anos 70, pela Oreochromis niloticus que demonstrou alto potencial para a aquacultura, em vários sistemas de criação. A abundância das tilápias no rio Umbelúzi está aliada ao facto de ocorrerem em climas tropicais, ocuparem vários habitats como rios, lagos, canais de irrigação (LART & GREEN, 2011), aceitarem uma variedade de alimentos, alimentarem-se dos itens básicos da cadeia trófica (NOGUEIRA, 2007), serem bastante resistentes a doenças virais, bacterianas e parasitárias (POPMA & MASSER, 1999; NOGUEIRA, 2007), tolerarem baixa qualidade de água, altos níveis de variação de salinidade, altas temperaturas aquáticas, pouco nível de oxigénio dissolvido e altas concentrações de amónia (POPMA & MASSER, 1999; LART & GREEN, 2011), estes atributos contribuem significativamente para o sucesso das tilápias nos ambientes onde se encontram. A Oreochromis niloticus foi a espécie mais abundante de todas as espécies. Ela é invasiva nos rios Moçambicanos (SKELTON, 2003), em todos ambientes onde ela se encontra facilmente adapta-se competindo com as espécies nativas. No oriente africano ela contribuiu para a extinção de cerca de 200 espécies (DARWALL et al, 2005), fenómenos como o sucedido ocorrem porque espécies exóticas tem capacidade de competir com as nativas ou modificar a ecologia local (TIMBERLAKE, 2000). Segundo MARSHAL 1994 citado por BUQUE (2007), em muitos lagos africanos como Kainji, Victoria, Kariba, Kafue, Limpopo que recebem a espécie Oreochromis niloticus houve mudanças na estrutura ecológica local, e ela passou a ser a espécie mais pescada e as tilapias nativas passaram a ser menos pescadas. Segundo BUQUE (2007), o desaparecimento das mesmas pode estar relacionado com a competição entre elas pode estar relacionado com a competição por alimento, áreas de reprodução, habitat entre outros. Arão da Cruz Zunguza
  • 46. 35 Ictiofauna do rio Umbelúzi 5.3. Comprimento e Peso das espécies mais capturadas no rio Umbelúzi No presente estudo as espécies mais capturadas foram a Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli. Os comprimentos das espécies capturadas variaram de 11,4cm a 27,1cm. Elas tiveram valores médios de comprimento e desvio padrão 17,3 cm (Sd = 2,6) para Oreochromis mossambicus, 17,4 cm (Sd = 2,5) para Oreochromis niloticus e 19 cm (Sd = 3,3) para Tilapia rendalli. No estudo feito na Albufeira de Massingir o comprimento das três espécies mais capturadas (Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli) variou de 13 a 44cm. O comprimento médio da Oreochromis mossambicus foi de 29,3cm (Sd = 7,3), de Oreochromis niloticus foi de 24cm (Sd = 4,3) e de Tilapia rendalli foi de 20,4 (Sd = 3,2) (IIP, 2009), estes valores foram relativamente elevados comparando com os obtidos no presente estudo. Segundo SKELTON (2001) estas três espécies (Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli), podem atingir até 40cm, 50cm e 40cm respectivamente. Comparando com as espécies mais abundantes nos centros de pesca do rio Umbelúzi, pode se dizer que possuem tamanhos pequenos. Os pesos das espécies mais capturadas (Oreochromis niloticus, Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli) tiveram como valores de peso médio e desvio padrão 122,6g (Sd = 43,2) para Oreochromis niloticus, 108,7g (Sd = 82,0) para Oreochromis mossambicus e 165,8g (Sd = 112,2) para Tilapia rendalli. Segundo SKELTON (2001), a espécie Oreochromis mossambicus e Tilapia rendalli podem atingir 3264g e 1845g, a espécie Oreochromis niloticus pode atingir 5500g (SEAFISH, 2011). Comparando com as espécies capturadas no presente estudo, elas possuem pesos menores. Os menores tamanhos e pesos registados no rio Umbelúzi, podem estar relacionados com os tamanhos de algumas malhas (2,1/4; 2,5 e 3 polegadas) que são usadas para a captura das espécies, são malhas pequenas e que não são recomendadas para a efectivação da actividade Arão da Cruz Zunguza
  • 47. 36 Ictiofauna do rio Umbelúzi pesqueira porque não são selectivas, arrastando no acto da pesca peixes juvenis maioritariamente. No estudo feito por BUQUE (2007), na Albufeira de Cahora Bassa 84,5% dos indivíduos capturados da espécie Oreochromis niloticus tiveram tamanhos compreendidos entre 30cm a 50cm, que são tamanho de indivíduos adultos desta espécie, tendo se usado para o estudo redes com malhas de 4 a 6 polegadas, comparando com o presente estudo o tamanho máximo da Oreochromis niloticus obtido foi 27,1cm, o que leva a concluir que no rio Umbelúzi pescam-se peixes pequenos. 5.4. Ocorrência das espécies Na jusante ocorreram 8 espécies de peixes Ambassis natalensis, Clarias gariepinus, Glassogobius giurius, Lisa macrolepis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Synodontis zambensis e Tilapia rendalli. Estas espécies podem ocorrer tanto no rio, como lagos, estuários e algumas espécies como Ambassis natalensis e Glassogobius giurius, podem ocorrer também na costa. A Ambassis natalensis ocorre nos estuários, ao longo da costa desde África do sul até a zona central de Moçambique, Madagáscar e Maurícias (ANDERSON & HEEMSTRA, 2003). A jusante localiza-se próximo do estuário, SKELTON (2003) afirma que espécies dos estuários podem tolerar a variação da salinidade. Segundo o mesmo autor Ciclideos como Oreochromis mossambicus, suportam uma grande variação de níveis de salinidade o mesmo verifica-se com Ambassis natalensis, o que justifica a sua ocorrência nestes ambientes. Gobideos como Glassogobius giurius podem ser encontrados em estuários (SKELTON, 2003 e ROBERTS, 1978) em lugares calmos com águas escuras, estas características verificam-se no centro de Mazambanine. Os Mugilis (Mugilidae) como Lisa macrolepis passam parte do seu ciclo de vida no rio e no estuário (SKELTON, 2003), esta espécie está distribuída desde a costa da África do Sul, Kwazulu-Natal até Moçambique e é muito abundante em Moçambique. Estas características justificam a ocorrência destas espécies na jusante da barragem do rio Umbelúzi. As espécies Bagrus meridionalis, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius e Synodontis zambensis, presentes na Barragem dos Pequenos Libombos ocorrem em rios e lagos africanos como Malawi. A espécie Bagrus meridionalis é nativa do lago Malawi Arão da Cruz Zunguza
  • 48. 37 Ictiofauna do rio Umbelúzi (LINDER, 1997), o mesmo autor afirma que membros da família Bagridae podem ser encontrados em toda África, Ásia e Médio Oriente. O mesmo ocorre com os membros da família Schilbeidae, eles encontram-se distribuídos em muitos rios e lagos africanos (AYOADE, FAGADE & ADEBISI, 2008). As características da região com a temperatura média que varia entre 20 a 25ºC favorecem o desenvolvimento destas espécies. A ocorrência da espécie Labeo rudi apenas na montante provavelmente deve-se a presença da Barragem no rio, segundo SKELTON et al, (2009) barragens impendem o movimentos dos ciprinídeos da montante a jusante. A Clarias gariepinus é uma espécie que habita em rios, lagos, pântanos, nas regiões de mangal, estuários, mas também pode viver em águas salobras, correntes, e até em locais inundados (ANONIMO, 2011; DE GRAAF & JANSSEN, 1996), estes aspectos justificam a ocorrência destas espécies neste local. Arão da Cruz Zunguza
  • 49. 38 Ictiofauna do rio Umbelúzi 6. Conclusão Dos dados obtidos no presente estudo foi possível concluir que:  Nos três centros de pesca do rio Umbelúzi (Mazambanine, BPL e Mahanhane) foram identificadas 12 espécies de peixe pertencentes a 10 famílias, as quais foram identificas em estudos similares em rios e lagos da zona sul de Moçambique;  As espécies mais abundantes nos três centros foram Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli, todas pertencentes a família Cichlidae;  As espécies menos abundantes foram Ambassis natalensis, Labeo rudi e Lisa macrolepis;  O Rio Umbelúzi possui muita diversidade piscícola, com um índice de diversidade de Simpson igual a 0,2254 (segundo o índice, quanto mais próximo de zero maior é a diversidade);  Os maiores comprimentos e pesos máximos das espécies do rio foram obtidos no centro de Mazambanine;  As espécies constantes no rio são Bagrus meridionalis, Clarias gariepinus, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Shielbe intermedius, Synodontis zambensins e Tilapia rendalli e as restantes são acessórias; Arão da Cruz Zunguza
  • 50. 39 Ictiofauna do rio Umbelúzi 7. Limitações e Recomendações 7.1. Limitações  Foi difícil a aquisição dos peixes no centro de Mazambanine, porque os pescadores são nómadas e colocavam barreiras por vezes.  No centro de Mahanhane as vendedoras (maguevas) colocavam barreiras na aquisição do pescado porque alegavam que era destinado as vendedoras, não deveria se retirar para as amostras.  O aparecimento massivo de uma espécie de lagosta exótica Cherax quedricarinatus, contribuiu negativamente para aquisição do pescado, porque em algumas colectas maior parte dos pescadores trazia as lagostas. 7.2. Recomendações Na perspectiva de melhor caracterizar a ictiofauna do rio Umbelúzi, suas interacções tróficas e o estado de conservação, devem se fazer estudos sobre:  Relação entre as acções antropogénicas e a conservação da ictiofáuna local;  Estudos sobre a diversidade da ictiofauna em diferentes estações do ano e em mais centros de pesca, nos quais poderão se identificar mais espécies;  Estudos que abordam o impacto (negativo e positivo) da Barragem dos Pequenos Libombos para a actual distribuição das espécies;  Estudos que expliquem o impacto da introdução de espécies exóticas no ecossistema do rio Umbelúzi; e  Estudos que determinem a relação entre os tamanhos de peixes capturados e as malhas das redes usadas pelos pescadores. Arão da Cruz Zunguza
  • 51. 40 Ictiofauna do rio Umbelúzi 8. Bibliografia 1. ABELL Robin, et al. Freshwater Ecoregions of the World: A New Map of Biogeographic Units for Freshwater Biodiversity Conservation. No. 5, Vol. 5. BioScience. 2008. 2. ADALBERTO L. VAL, et al. THE PHYSIOLOGY OF TROPICAL FISHES. Volume 21. ELSEVIER ACADEMIC PRESS. 2008. 3. ANDERSON, M. Eric & HEEMSTRA, Phillip C.. Review of the glassfishes (Perciformes: Ambassidae) of the western Indian Ocean. SAABI (J.L.B. Smith Institute), Cybium. SOUTH AFRICA. 2003. 4. ANONIMO. Aquacultura de Bagre Africano. UEM - Escola Superior de Ciências Costeiras e Marinhas. 2011. 5. ARA – Sul. Barragem dos Pequenos Libombos. 2011. 6. AURICCHIO & SALOMÃO. Técnicas de Colecta e Preparação de Vertebrados. Instituto Pau Brasil História Natural. São Paulo. 2002. 7. AYOADE, Adedolapo; FAGADE, Solomon & ADEBISI, Abiodun. Diet and dietary habits of the fish Schilbe mystus (Siluriformes: Schilbeidae) in two artificial lakes in Southwestern Nigeria. Fisheries and Hydrobiology Unit, Department of Zoology, University of Ibadan, Nigeria. 2008. 8. BLANCK, Aurelie; TEDESCO, Pablo A. & LAMOUROUX, Nicolas. Relationships between life-history strategies of European freshwater fish species and their habitat preferences. Blackwell Publishing Ltd. 2007. Arão da Cruz Zunguza
  • 52. 41 Ictiofauna do rio Umbelúzi 9. BOANE, Custódio. Parasitas de carpa Cyprinus carpio Linnaeus, 1758 de Moçambique. Tese de Doutoramento. Departamento de Zoologia e Antropologia, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. 2008. 10. BOSCOLO, Wilson R. et al. Desempenho e Características de Carcaça de Machos Revertidos de Tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), Linhagens Tailandesa e Comum, nas Fases Inicial e de Crescimento. Revista Brasileira de Zootecnia. 2001 11. BUQUE, Lina I. B. Distribuição e Abundancia da tilapia invasiva Oreochromis niloticus na Albufeira de Cahora Bassa. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo. 2007. 12. CABANELAS, Vanessa de L.. A Comunidade Ictiológica na Albufeira de Cahora Bassa e Suas Interacções Tróficas. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo. 2005. 13. CAMPBELL, Neil A.; MITCHELL, Lawrence G. & REECE, Jane B.. Biology Concepts & Connections. BENJAMIN CUMMINGS, Canada. 1994. 14. CHANGADEYA, W.; MALEKANO, L.B. & AMBALI, A.J.D. Potential of genetics for aquaculture development in Africa. NAGA, WorldFish Center Quarterly Nº. 3. Vol. 26 Malaŵi. 2003. 15. CHAÚCA, Isabel L.. Estudo da Estrutura da comunidade Zooplanctônica da Albufeira dos Pequenos Libombos. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo. 1998. 16. CLAUZET, Mariana; et al. Etnoictiologia dos pescadores artesanais da praia de Guaibim. Valença (BA), Brasil. 2007. Arão da Cruz Zunguza
  • 53. 42 Ictiofauna do rio Umbelúzi 17. DARWALL, W.; SMITH, K.; LOWE, T. & VIÉ, J.-C. The Status and Distribution of Freshwater Biodiversity in Eastern Africa. IUCN – The World Conservation Union. 2005. 18. DE GRAAF, Gertjan & JANSSEN, Johannes. HANDBOOK ON THE ARTIFICIAL REPRODUCTION AND POND REARING OF THE AFRICAN CATFISH CLARIAS GARIEPINUS IN SUB-SAHARAN AFRICA. FAO, FISHERIES TECHNICAL PAPER 362. ROME. 1996. 19. DE JESUS, Ana C. S. & SAMPAIO, Isabel. Fundamentos de educação ambiental. 1ª Edição, FTC EAD. Brasil. 2007. 20. DIAS, M. Afonso. Amostragem biológica: tamanhos individuais. Universidade do Algarve. 2007. 21. DORIT, Robert L; JR. WALKER, Warren F & BARNES, Robert D. Zoology. Harcourt College Rublishers. USA. 1991. 22. ESCHMEYER, William et al. Marine fish diversity: history of knowledge and discovery (Pisces). Zootaxa Magnolia Press. 2010. 23. FROESE, R. & PAULY D. FishBase: Conceitos, Design e Fontes de Informação. 1ª Edição, CLARM EC FAO. 1999. 24. GARCÍA, N.; CUTTELOD, A. & MALAK, D. Abdul. THE STATUS AND DISTRIBUTION OF FRESHWATER BIODIVERSITY IN NORTHERN AFRICA. The IUCN Red List of Threatened Species™ – Regional Assessment. Spain. 2010 25. GOMES, Abílio S. & FERREIRA, Simone P.. “Análise de Dados Ecológicos”. Departamento de Biologia Marinha – Universidade Federal Fluminense. Niterói. 2004. Arão da Cruz Zunguza
  • 54. 43 Ictiofauna do rio Umbelúzi 26. GOMIDE, Lucas R.; SCOLFORO, José R. S. & OLIVEIRA, António D. de. ANÁLISE DA DIVERSIDADE E SIMILARIDADE DE FRAGMENTOS FLORESTAIS NATIVOS NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO, EM MINAS GERAIS. Volume 16, número 2. Ciência Florestal, Santa Maria. 2006. 27. HELFMAN, Gene S.; COLLETTE, Bruce B & FACEY, Douglas E. The Diversity of Fishes. Blackwell Science Inc. USA. 1997. 28. HOFFMANN Ana Cecília; ORSI, Mário L. & SHIBATTA, Oscar A.. Diversidade de peixes do reservatório da UHE Escola Engenharia Mackenzie (Capivara), Rio Paranapanema, bacia do alto rio Paraná, Brasil, e a importância dos grandes tributários na sua manutenção. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre. 2005. 29. IIP. Relatório Anual 2007. Ministério das Pescas. Maputo. 2007 30. IIP. Relatório Anual 2008. Ministério das Pescas. Maputo. 2008 31. IIP. Relatório Anual 2009. Ministério das Pescas. Maputo. 2009. 32. JESSOP, Nancy M. Schaum´s outline series – THEORY AND PROBLEMS OF ZOOLOGY. International editions, McGRAW-HILL BOOK Company. California. 1998. 33. LART, Bill & GREEN, Karen. Responsible Sourcing Guide: Tilapia. Origin Way, Europarc, Grimsby DN37 9TZ. 2011. 34. LEESTEMAKER, Joane H. & TAUCALE, Francisco P. I. SHARED RIVES INITIATIVE – Revisão das Relevantes Literaturas sobre a saúde do rio Incomati e seu Estuário. UNESCO – Cátedra. 2000. 35. LEGRAND, Daniel. Country Environmental Profile for Mozambique – Final report – July 2006. Consortium AGRIFOR Consult. 2009 Arão da Cruz Zunguza
  • 55. 44 Ictiofauna do rio Umbelúzi 36. LIDER, Shane. The Catfishes of Asia: Family Bagridae. 1997. 37. MATOS, Rosa Maria Barbosa, et al. Biodiversidade e Índices. EMBRAPA. Seropédica – RJ/ Brasil. 1999. 38. MARR, S. M. et al. Freshwater fish introductions in Mediterranean-climate regions: are there commonalities in the conservation problem?. BIODIVERSITY RESEARCH, Diversity and Distributions, Blackwell Publishing Ltd. RSA. 2010. 39. MARTINS, Filipe da Silveira. Determinação de Cd, Cr, Cu e Ni em Peixes da Espécie Tilapia rendalli da barragem de Massingir por Espectrofotometria de Absorção Atómica com Atomização por Forno de Grafite. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Química. Maputo. 2007. 40. MORIN, Jon. African Cichlids. SEAGRAM™. Madison, GA. 2009. 41. NELSON, Joseph. S. Fishes of the World. 4th ed. John Wiley & Sons, Inc. New Jersey, CANADA. 2006. 42. NELSON, Joseph. S. Fishes of the World. 3 rd ed. John Wiley and Sons Inc. New York. 1994. 43. NOGUEIRA, Alex Costa. Criação de tilápias em tanques-rede. Sebrae. Salvador – Bahia. 2007. 44. OLDEN, J. D. et al. Conservation biogeography of freshwater fishes: recent progress and future challenges. Diversity and Distributions, Blackwell Publishing Ltd. USA. 2010. 45. POPMA, Thomas & MASSER, Michael. Tilapia Life History and Biology. SRAC Publication No. 283. 1999. Arão da Cruz Zunguza
  • 56. 45 Ictiofauna do rio Umbelúzi 46. ROBERTS, Tyson R. An Ichthyological Survey of the Fly River in Papua New Guinea with Descriptions of New Species. SMITHSONIAN INSTITUTION PRESS. City of Washington. 1978. 47. RODRIGUES, William C.. Ecologia Geral: Riqueza e Diversidade de Espécies. Universidade Severino Sombra. 2007. 48. SALES, Marta F. de. Estudo das Pescarias na Lagoa de Bilene, no Distrito de Bilene-Macia. Tese de Licenciatura. UEM- Dept. Ciências Biológicas. Maputo.2000 49. SCHNEIDER, Michael F., BURAMUGE, Victorino A., ALIASSE, Luís & SERFONTEIN, Filipa. Checklist and Centres of Vertebrate Diversity in Mozambique. Forestry Department (DEF), Eduardo Mondlane University, Maputo. 2005. 50. SCHNEIDER, Michael F.. Ocorrência das Espécies Comerciais Exóticas de Peixe no Rio Limpopo depois das Cheias no Ano 2000. Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Eduardo Mondlane.2008. 51. SEAFISH. Tilapia: Oreochromis niloticus. Responsible Sourcing Guide. 2011. 52. SKELTON, Paul. A complete Guide to The Freshwater Fishes of Southern Africa. Southern Book Publishers. South Africa. 1993. 53. SKELTON, Paul. A complete Guide to The Freshwater Fishes of Southern Africa. Struik Publishers. South Africa. 2001. 54. SKELTON, Paul. The distribution of african freshwater fishes – Répartition des poissons d'eau douce africains. 1988. Arão da Cruz Zunguza
  • 57. 46 Ictiofauna do rio Umbelúzi 55. SKELTON, Paul et al. THE STATUS AND DISTRIBUTION OF FRESHWATER BIODIVERSITY IN SOUTHERN AFRICA. IUCN, Gland, Switzerland and SAIAB. Switzerland. 2009. 56. SWECO Internacional. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA CONJUNTA PARA A GIRH DA BACIA DO RIO PUNGOÉ Relatório da Monografia Anexo IX: ESTUDO SECTORIAL: PESCA. SWECO & Associados. 2004. 57. SOUTHWOD, T.R.E. & HENDERSON, P.A.. Ecological Methods. 3rd ed. Blackwell Science Ltd. USA. 2000. 58. TIMBERLAKE, Jonathan. BIODIVERSITY OF THE ZAMBEZI BASIN. Nº 9. Biodiversity Foundation for Africa. Zimbabwe. 2000. 59. UHLENBROEK, charlotte. Animal Life. Dorling kindersley (DK) Limited. Amercan Museum of Natural history. 2008 60. VICKIE. FRESHWATER FISH SPECIES IDENTIFICATION. Texas A&M University. Texas. 2002. Sites da Net: 1. ARA-SUL. Unidade de Gestão/ Bacia do Umbelúzi. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: www.ara-sul.co.mz/subindex.asp?lang=pt&page=plibombosArtigo publicado em 2010 e capturado em 06 de Dezembro de 2010. 2. IID. PERFIL DA BACIA DO RIO UMBELÚZI. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: http://www.iid.org.mz/iucn/html/bacia_do_umbeluzi_perfil.HTM Artigo publicado em 2010 e capturado em 06 de Dezembro de 2010. 3. FISHBASE. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: www.fishbase.org Artigo capturado em Junho de 2011. Arão da Cruz Zunguza
  • 58. 47 Ictiofauna do rio Umbelúzi 4. FAO. [online]. Disponível na World Wide Web (internet) URL: http://www.fao.org Artigo capturado em Junho de 2011. Arão da Cruz Zunguza
  • 59. 48 Ictiofauna do rio Umbelúzi Anexos Arão da Cruz Zunguza
  • 60. 49 Ictiofauna do rio Umbelúzi Anexo 1 Ilustração dos centros de pesca 1 2 Legenda 1 – Mahanhane 2 – BPL 3 – Mazambanine 3 Coordenadas dos centros de pesca Mahanhane BPL Mazambanine Graus Min Seg Graus Min Seg Graus Min Seg (º) (') ('') (º) (') ('') (º) (') ('') S (Latitude Sul) 26 9 39.3 26 5 40.5 26 2 13.5 E (Longitude Este) 32 12 18.2 32 13 50.2 32 23 00.3 Arão da Cruz Zunguza
  • 61. 50 Ictiofauna do rio Umbelúzi Anexo 2 Ficha de Colecta de Dados Dados Gerais Data: ___/___/_______ Nome do Pescador: ______________________________________________________ Local da colecta: _______________________________________________________ Tipo de embarcação: _____________________________________________________ Tipo de instrumento utilizado para pesca: _____________________________________ Tamanho da malha da rede: ________, Número de redes: _________ Número de anzóis: ___________ Nome da embarcação: ____________________________________________________ Dados do Pescado Dados dos peixes Nº Nome vernacular Espécies Peso (g) Comprimento (cm) Observação Arão da Cruz Zunguza
  • 62. 51 Ictiofauna do rio Umbelúzi Anexo 3 Listas de espécies encontradas no rio Umbelúzi Ambassis natalensis (Cuvier, 1828) Bagrus meridionalis (Günther, 1894) Arão da Cruz Zunguza
  • 63. 52 Ictiofauna do rio Umbelúzi Brycinus imberi (Peters, 1852) Clarias gariepinus (Burchell, 1822) Arão da Cruz Zunguza
  • 64. 53 Ictiofauna do rio Umbelúzi Glossogobius giuris (Hamilton – Buchananis 1822) Labeo rudi (Boulenger, 1907) Arão da Cruz Zunguza
  • 65. 54 Ictiofauna do rio Umbelúzi Lisa macrolepis (Smith, 1846) Oreochromis mossambicus (Peters, 1852) Arão da Cruz Zunguza
  • 66. 55 Ictiofauna do rio Umbelúzi Oreochromis niloticus (Lennaeus, 1758) Shielbe intermedius (Rüppell, 1832) Arão da Cruz Zunguza
  • 67. 56 Ictiofauna do rio Umbelúzi Synodontis zambezensis (Peters, 1852) Tilapia rendalli (Boulenger, 1896) Arão da Cruz Zunguza
  • 68. 57 Ictiofauna do rio Umbelúzi Anexo 4 Ilustração das conservas de peixes Arão da Cruz Zunguza