2. Miguel Hidalgo e o início
• A figura central e principal instigador da independência do
México foi Miguel Hidalgo y Costilla, padre na pequena
paróquia de Dolores Hidalgo, Guanajuato. Logo após a sua
ordenação como sacerdote, Hidalgo começou a promover
o levantamento popular de índios e mestiços contra os
espanhóis abastados, os fazendeiros e os aristocratas.
• Durante os sete anos que passou em Dolores, Hidalgo
promoveu grupos de discussão em sua casa, temas
abordados nestas discussões eram acontecimentos da
época.
• O movimento independentista nasceu destas discussões
informais e era dirigido contra o domínio político e
econômico espanhol sobre a Nova Espanha. Foi em 8 de
Dezembro de 1810 que os conspiradores decidiram iniciar
o conflito.
3. O Grito de Dolores
• Os planos independentistas foram descobertos pelo governo central,
sendo os conspiradores alertados por Josefa Ortíz de Domínguez,
mulher do Corregedor de Querétaro. Pressionado por estes novos
acontecimentos, Hidalgo decidiu iniciar imediatamente a luta pela
independência, na manhã do dia 16 de Setembro de 1810 (sendo esta a
data em que o México celebra a sua independência). Os sinos tocaram
a rebate chamando a população a quem Hidalgo pediu que se
juntassem à luta contra o governo espanhol e peninsulares, com o seu
famoso Grito de Dolores: ”Viva a Virgem de Guadalupe! Morte ao mau
governo! Viva Fernando VII!”. A população respondeu
entusiasticamente e de imediato uma multidão começou a marchar em
direção à capital regional, Guanajuato. Os mineiros de Guanajuato
juntaram-se aos trabalhadores de Dolores no massacre de todos os
peninsulares que ofereceram resistência, incluindo o intendente,
dirigente colonial na região.
• Em 30 de Outubro de 1810 foram enfrentados pelas forças realistas em
Monte de Las Cruces e apesar da vitória dos independentistas, estes
perderam o impulso inicial, fracassando na sua intenção de tomar a
Cidade do México.
4. • Após várias vitórias, as forças insurgentes dirigiram-
se em direção ao norte, com destino ao Texas. Em
Março do ano seguinte, os insurgentes foram
emboscados e feitos prisioneiros em Monclova, no
estado de Coahuila. Hidalgo, sendo sacerdote, foi
julgado pela Santa Inquisição e declarado culpado de
heresias e traição, sendo condenado à morte e seria
fuzilado no dia 31 de Julho de 1811. logo depois seu
corpo seria mutilado e a sua cabeça exposta
publicamente em Guanajuato, como advertência aos
possíveis insurgentes.
5. José Maria Morelos y Pavón e a declaração de
Independência
• Depois da morte de Hidalgo, a liderança do movimento
insurgente foi assumida por José María Morelos y Pavón.
Morelos tomou as rédeas dos assuntos políticos e militares da
insurreição planeando um movimento estratégico com vista a
isolar a Cidade do México e a cortar as suas comunicações
com as costas. Em Junho de 1813, foi por ele convocado um
congresso nacional de representantes de todas as províncias,
que teve lugar em Chilpancingo, atual estado de Guerrero, com
o objetivo de discutir o futuro do México como nação
independente. Os pontos mais importantes do documento
emergente deste congresso foram a soberania nacional, o
direito universal ao voto para todos os homens, a adopção
do catolicismo como religião oficial, a abolição da escravatura e
do trabalho forçado, o fim dos monopólios governamentais e o
fim dos castigos físicos.
6. • A declaração de independência seria assinada a 6 de Novembro
de 1812. Apesar de alguns êxitos iniciais das forças de Morelos, as
forças coloniais conseguiriam romper o cerco feito à Cidade do
México, ao fim de seis meses, capturando posições em zonas vizinhas
à cidade e acabando por invadir Chilpancingo. Depois destas derrotas
o congresso, em lugar de se unir de forma a conseguir a
independência, decidiu deixar de reconhecer Morelos como
generalíssimo e chefe supremo do exército incumbindo-o unicamente
da tarefa de proteger o congresso. Morelos conseguiria proteger o
congresso de tal forma que seria redigida uma constituição, jurada
em Apatzingán em 22 de Outubro de 1814. A constituição concedia
poderes absolutos ao congresso (no seio do qual se travava uma luta
acesa) e este não tardaria a reunir de novo os efetivos necessários à
continuação da luta deixando Morelos praticamente sem forças, com
receio de que este tomasse o poder. Morelos seria capturado poucos
meses depois durante uma escaramuça pela manutenção à distância
dos realistas que perseguiam os congressistas, enfrentando o mesmo
destino que Hidalgo. Seria fuzilado em 22 de Dezembro de 1815,
depois de ser degradado e excomungado
7. Agustín de Iturbide e Fernando VII da
Espanha
A missão de Iturbide em Oaxaca coincidiria com um bem
sucedido golpe militar em Espanha, contra o novo
monarca, Fernando VII. Os líderes do golpe, que haviam sido
incluídos numa expedição militar para suprimir os
movimentos independentistas das Américas, obrigaram o rei
a assinar a constituição liberal de 1812. Quando chegaram ao
México notícias destes acontecimentos, Iturbide entendeu-os
como um perigo para o status quo e como uma oportunidade
para os criollos assumirem o controlo do México. Depois de
um primeiro confronto com as forças de Guerrero, Iturbide
trocou as suas lealdades e convidou o líder rebelde para um
encontro em que se discutiriam os princípios de um
movimento insurgente regenerado.
8. O consumar da independência
• As forças rebeldes de todo o México juntaram-se ao
exército de Iturbide. Quando a vitória dos insurgentes se
tornou aparente deu-se a renúncia do Vice-rei. Em 24 de
Agosto de 1821, foi assinado, por Iturbide e representantes
da coroa espanhola, o Tratado de Córdoba, que reconhecia
o México como nação independente segundo os termos do
plano de Iguala. Iturbide, que havia sido um realista leal,
convertera-se no paladino da independência mexicana.
Iturbide incluiu um artigo no tratado que possibilitava ao
congresso escolher um rei criollo se nenhum membro da
realeza europeia aceitasse o trono mexicano. Este artigo
permitiu a Iturbide subir ao trono mexicano, dando início
ao primeiro Império Mexicano.