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Escola Secundária de
Alberto Sampaio
2019/2020
Filosofia
10.º ano
01.01
Leia os textos seguintes e, em relação a cada texto, responda às seguintes questões:
1. Resuma o problema apresentado no texto.
2. Responda ao problema.
3. Que meios utilizou para responder ao problema? Fez experiências ou observações? Pensou?
Texto 1
Em 1924, dois adolescentes de Chicago, Richard Loeb e Nathan Leopold. Raptaram e assassinaram um rapaz
chamado Bobby Franks apenas para provarem que conseguiam fazê-lo. O crime impressionou o público. Apesar
da brutalidade do seu ato, Leopold e Loeb não pareciam especialmente perversos. Provinham de famílias ricas e
eram ambos estudantes excelentes. Aos dezoito anos, Leopold era o licenciado mais jovem na história da
Universidade de Chicago, e, aos dezanove anos, Loeb era a pessoa mais nova que se tinha licenciado na
Universidade de Michigan. Leopold estava prestes a entrar na Escola de Direito de Harvard. Como era possível
que tivessem cometido um assassinato absurdo?
Os seus pais contrataram Clarence Darrow, o advogado mais famoso da altura, para os defender. Darrow era o
adversário da pena de morte mais conhecido do país. Em 1902, tendo sido convidado pelo diretor da Prisão de
Cook County para dar uma conferência aos presidiários, disse-lhes o seguinte:
Na verdade, não acredito minimamente no crime. No sentido habitual da palavra não existem crimes. Não acredito
em qualquer distinção entre as verdadeiras condições morais das pessoas que estão dentro e das que estão fora da
prisão. São iguais. Do mesmo modo que as pessoas que estão aqui dentro não poderiam ter evitado estar aqui, as
pessoas que estão lá fora também não poderiam ter evitado estar lá fora. Não acredito que as pessoas estejam na
prisão porque o mereçam. Estão na prisão porque não puderam evitá-lo, devido a circunstâncias que ultrapassam
inteiramente o seu controle e pelas quais não são minimamente responsáveis.
Se Clarence Darrow tiver razão, isto é, se não pudermos evitar fazer o que fazemos, então parece que as nossas
ações não são livres e, portanto, não podemos ser responsabilizados pelo que fazemos. Concorda? Porquê?
[Rodrigues, L. (2013). Filosofia 10º ano. Lisboa: Plátano Editora, pp.59 (adaptado)]
Texto 2
Paulo Gonçalves, um dos portugueses que participou no rali Dakar 2016, esteve em grande destaque na sétima
etapa, depois de ter parado mais de dez minutos para ajudar Matthias Walkner – um piloto rival – que sofrera
um acidente e partiu o fémur. Esta ação poderia ter custado a Paulo Gonçalves a liderança da classificação geral,
mas ele não hesitou em parar para ajudar. Mais tarde, escreveria no Facebook: «Fiz aquilo que me competia. [...]
Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros. A nossa vida vale mais que qualquer vitória,
sem ela não vencemos». O jornal Público, onde li a notícia, refere que Paulo Gonçalves «protagonizou a boa ação
do dia na sétima etapa do rali» (Pimentel, 2016).
As nossas ações podem ter várias características. Quando encaradas sob o aspeto pelo qual podem chamar-se
boas ou más, têm um valor moral. Ao lermos as declarações de Paulo Gonçalves e a notícia do Público, formamos
a crença de que é uma pessoa de valores, ou com valores, querendo com isto dizer que segue bons valores: foi
solidário, bondoso e respeitoso com o seu rival. Mas também pode haver quem pense que ele agiu mal, que o
importante era o êxito, e, por isso, não devia ter parado para ajudar, aproveitando para reforçar a sua posição
de liderança.
Dizer que Paulo Gonçalves fez uma boa ação é um juízo de valor. Dizer que Matthias Walkner partiu o fémur é
um juízo de facto. Ninguém discordaria de que Matthias Walkner partiu o fémur (até porque foi confirmado no
hospital para o qual foi levado). Mas será que podemos dizer que é verdade que Paulo Gonçalves fez uma boa
ação? Porquê?
[Padrão, A. (2016). Valores, juízos de valor e teorias (adaptado). In https://criticanarede.com/valor.html]
Escola Secundária de
Alberto Sampaio
2019/2020
Filosofia
10.º ano
01.01
Texto 3
Um homem rico faz o testamento, deixando todo o seu dinheiro ao filho mandrião que, todos sabem, o gastará
na bebida e no jogo. O advogado do homem rico fica tão indignado que modifica secretamente o testamento de
modo a que metade do dinheiro do seu cliente vá para a Amnistia Internacional. (Faz isto em segredo para não
ser apanhado, mas sobretudo para o seu comportamento não ser copiado por outros advogados menos morais.)
Pense em todos os prisioneiros políticos que são ajudados com alimentos e assistência jurídica. O filho dissoluto
fica ainda com uma porção significativa do dinheiro para desperdiçar em champanhe e cavalos. O advogado
sente uma satisfação profunda.
Deveria o advogado ter feito o que fez? Porquê?
[Robinson, D. (2019). Ética no quotidiano. Lisboa: Gradiva, p. 77 (adaptado)]
Texto 4
Cláudia é uma aluna brilhante. Concluiu o 12º ano – exames incluídos – com a média de 19. Estudou arduamente
para ingressar no curso de Medicina e, se as coisas dependessem do seu talento e do seu mérito, em setembro
de 2012 estaria na faculdade. Cláudia nasceu numa família pobre. Com sacrifício e boa gestão, a sua família
conseguiu dar-lhe condições para concluir o ensino secundário. Mas na vida há muita coisa que não depende de
nós. Os pais separaram-se, e o pai de Cláudia emigrou para a Suíça. Seria de esperar que enviasse dinheiro
cumprindo a obrigação de assegurar a chamada pensão de alimentos. Nada disso aconteceu. A situação ficou
muito difícil durante o último ano de escolaridade. A sua mãe está desempregada, e o subsídio que recebe é
manifestamente insuficiente. Cláudia teve vários pequenos empregos durante este ano. O problema é que esse
dinheiro serve para assegurar o seu sustento e o da mãe, além das despesas normais de quem tem habitação.
Feitas as contas, Cláudia não tem dinheiro para pagar a inscrição e as propinas na faculdade. A bolsa de estudo
que receberia não é suficiente para frequentar o tão desejado curso superior. Enquanto a situação não melhorar,
terá de trabalhar e apoiar a mãe. O sonho fica adiado.
A Cláudia parece estar a ser vítima de uma injustiça. Afinal, é uma aluna brilhante e, devido a dificuldades
económicas, não pode continuar a estudar. Deveria o estado financiar os estudos da Cláudia, mesmo que, para
isso, tivesse que cobrar mais impostos a outros cidadãos? Porquê?
[Rodrigues, L. (2013). Filosofia 10º ano. Lisboa: Plátano Editora, pp.150 (adaptado)]
Texto 5
Há mal no mundo: isto não pode ser seriamente negado. Basta pensar no Holocausto, nos massacres no Camboja
ou na prática generalizada da tortura. Todos eles são exemplos de mal moral e crueldade; seres humanos que
provocam sofrimento a outros seres humanos por uma razão qualquer. A crueldade tem também muitas vezes
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Visto existir tanto mal, como pode alguém acreditar seriamente na existência de um deus sumamente bom? Um
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deus sumamente bom não quereria que o mal existisse. Mas o mal continua a existir. Este é o problema do mal:
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rejeitar completamente a crença em Deus.
[Warburton, N. (1998). Elementos Básicos da Filosofia. Lisboa: Gradiva, pp. 45.]

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Filosofia e problemas filosóficos 1

  • 1. Escola Secundária de Alberto Sampaio 2019/2020 Filosofia 10.º ano 01.01 Leia os textos seguintes e, em relação a cada texto, responda às seguintes questões: 1. Resuma o problema apresentado no texto. 2. Responda ao problema. 3. Que meios utilizou para responder ao problema? Fez experiências ou observações? Pensou? Texto 1 Em 1924, dois adolescentes de Chicago, Richard Loeb e Nathan Leopold. Raptaram e assassinaram um rapaz chamado Bobby Franks apenas para provarem que conseguiam fazê-lo. O crime impressionou o público. Apesar da brutalidade do seu ato, Leopold e Loeb não pareciam especialmente perversos. Provinham de famílias ricas e eram ambos estudantes excelentes. Aos dezoito anos, Leopold era o licenciado mais jovem na história da Universidade de Chicago, e, aos dezanove anos, Loeb era a pessoa mais nova que se tinha licenciado na Universidade de Michigan. Leopold estava prestes a entrar na Escola de Direito de Harvard. Como era possível que tivessem cometido um assassinato absurdo? Os seus pais contrataram Clarence Darrow, o advogado mais famoso da altura, para os defender. Darrow era o adversário da pena de morte mais conhecido do país. Em 1902, tendo sido convidado pelo diretor da Prisão de Cook County para dar uma conferência aos presidiários, disse-lhes o seguinte: Na verdade, não acredito minimamente no crime. No sentido habitual da palavra não existem crimes. Não acredito em qualquer distinção entre as verdadeiras condições morais das pessoas que estão dentro e das que estão fora da prisão. São iguais. Do mesmo modo que as pessoas que estão aqui dentro não poderiam ter evitado estar aqui, as pessoas que estão lá fora também não poderiam ter evitado estar lá fora. Não acredito que as pessoas estejam na prisão porque o mereçam. Estão na prisão porque não puderam evitá-lo, devido a circunstâncias que ultrapassam inteiramente o seu controle e pelas quais não são minimamente responsáveis. Se Clarence Darrow tiver razão, isto é, se não pudermos evitar fazer o que fazemos, então parece que as nossas ações não são livres e, portanto, não podemos ser responsabilizados pelo que fazemos. Concorda? Porquê? [Rodrigues, L. (2013). Filosofia 10º ano. Lisboa: Plátano Editora, pp.59 (adaptado)] Texto 2 Paulo Gonçalves, um dos portugueses que participou no rali Dakar 2016, esteve em grande destaque na sétima etapa, depois de ter parado mais de dez minutos para ajudar Matthias Walkner – um piloto rival – que sofrera um acidente e partiu o fémur. Esta ação poderia ter custado a Paulo Gonçalves a liderança da classificação geral, mas ele não hesitou em parar para ajudar. Mais tarde, escreveria no Facebook: «Fiz aquilo que me competia. [...] Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros. A nossa vida vale mais que qualquer vitória, sem ela não vencemos». O jornal Público, onde li a notícia, refere que Paulo Gonçalves «protagonizou a boa ação do dia na sétima etapa do rali» (Pimentel, 2016). As nossas ações podem ter várias características. Quando encaradas sob o aspeto pelo qual podem chamar-se boas ou más, têm um valor moral. Ao lermos as declarações de Paulo Gonçalves e a notícia do Público, formamos a crença de que é uma pessoa de valores, ou com valores, querendo com isto dizer que segue bons valores: foi solidário, bondoso e respeitoso com o seu rival. Mas também pode haver quem pense que ele agiu mal, que o importante era o êxito, e, por isso, não devia ter parado para ajudar, aproveitando para reforçar a sua posição de liderança. Dizer que Paulo Gonçalves fez uma boa ação é um juízo de valor. Dizer que Matthias Walkner partiu o fémur é um juízo de facto. Ninguém discordaria de que Matthias Walkner partiu o fémur (até porque foi confirmado no hospital para o qual foi levado). Mas será que podemos dizer que é verdade que Paulo Gonçalves fez uma boa ação? Porquê? [Padrão, A. (2016). Valores, juízos de valor e teorias (adaptado). In https://criticanarede.com/valor.html]
  • 2. Escola Secundária de Alberto Sampaio 2019/2020 Filosofia 10.º ano 01.01 Texto 3 Um homem rico faz o testamento, deixando todo o seu dinheiro ao filho mandrião que, todos sabem, o gastará na bebida e no jogo. O advogado do homem rico fica tão indignado que modifica secretamente o testamento de modo a que metade do dinheiro do seu cliente vá para a Amnistia Internacional. (Faz isto em segredo para não ser apanhado, mas sobretudo para o seu comportamento não ser copiado por outros advogados menos morais.) Pense em todos os prisioneiros políticos que são ajudados com alimentos e assistência jurídica. O filho dissoluto fica ainda com uma porção significativa do dinheiro para desperdiçar em champanhe e cavalos. O advogado sente uma satisfação profunda. Deveria o advogado ter feito o que fez? Porquê? [Robinson, D. (2019). Ética no quotidiano. Lisboa: Gradiva, p. 77 (adaptado)] Texto 4 Cláudia é uma aluna brilhante. Concluiu o 12º ano – exames incluídos – com a média de 19. Estudou arduamente para ingressar no curso de Medicina e, se as coisas dependessem do seu talento e do seu mérito, em setembro de 2012 estaria na faculdade. Cláudia nasceu numa família pobre. Com sacrifício e boa gestão, a sua família conseguiu dar-lhe condições para concluir o ensino secundário. Mas na vida há muita coisa que não depende de nós. Os pais separaram-se, e o pai de Cláudia emigrou para a Suíça. Seria de esperar que enviasse dinheiro cumprindo a obrigação de assegurar a chamada pensão de alimentos. Nada disso aconteceu. A situação ficou muito difícil durante o último ano de escolaridade. A sua mãe está desempregada, e o subsídio que recebe é manifestamente insuficiente. Cláudia teve vários pequenos empregos durante este ano. O problema é que esse dinheiro serve para assegurar o seu sustento e o da mãe, além das despesas normais de quem tem habitação. Feitas as contas, Cláudia não tem dinheiro para pagar a inscrição e as propinas na faculdade. A bolsa de estudo que receberia não é suficiente para frequentar o tão desejado curso superior. Enquanto a situação não melhorar, terá de trabalhar e apoiar a mãe. O sonho fica adiado. A Cláudia parece estar a ser vítima de uma injustiça. Afinal, é uma aluna brilhante e, devido a dificuldades económicas, não pode continuar a estudar. Deveria o estado financiar os estudos da Cláudia, mesmo que, para isso, tivesse que cobrar mais impostos a outros cidadãos? Porquê? [Rodrigues, L. (2013). Filosofia 10º ano. Lisboa: Plátano Editora, pp.150 (adaptado)] Texto 5 Há mal no mundo: isto não pode ser seriamente negado. Basta pensar no Holocausto, nos massacres no Camboja ou na prática generalizada da tortura. Todos eles são exemplos de mal moral e crueldade; seres humanos que provocam sofrimento a outros seres humanos por uma razão qualquer. A crueldade tem também muitas vezes como objeto os animais. O mal natural tem causas naturais, apesar de se poder tornar ainda pior em função da incompetência ou falta de cuidado. […] Visto existir tanto mal, como pode alguém acreditar seriamente na existência de um deus sumamente bom? Um deus omnisciente saberia que o mal existe; um deus todo-poderoso poderia evitar que o mal ocorresse; e um deus sumamente bom não quereria que o mal existisse. Mas o mal continua a existir. Este é o problema do mal: o problema de explicar como os alegados atributos de Deus podem ser compatíveis com o facto inegável de o mal existir. Este é o mais sério desafio à crença no deus dos teístas. O problema do mal levou muitas pessoas a rejeitar completamente a crença em Deus. [Warburton, N. (1998). Elementos Básicos da Filosofia. Lisboa: Gradiva, pp. 45.]