I) O documento discute a importância da interpretação bíblica correta, destacando que a Bíblia precisa ser interpretada devido à natureza dos textos e limitações humanas, mas que nenhum método está acima da autoridade das Escrituras. II) Apresenta pressupostos pentecostais como a inspiração divina e iluminação do Espírito Santo. III) Discutem regras básicas como a Bíblia ser sua própria intérprete e evitar métodos subjetivos.
2. TEXTO ÁUREO
•"E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse:
Entendes tu o que lês?" (At 8.30)
3. VERDADE PRÁTICA
•As técnicas de interpretação auxiliam na
compreensão da Bíblia, mas não são infalíveis;
por isso, não podem ser colocadas acima da
autoridade da Palavra de Deus.
4. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 8.26-30
26 E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai
para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para
Gaza, que está deserto.
27 E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco,
mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era
superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém
para adoração,
28 regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.
29 E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.
30 E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse:
Entendes tu o que lês?
5. OBJETIVOS
I) Expor que a Bíblia precisa ser interpretada;
II) Pontuar os pressupostos pentecostaispara a leitura da
Bíblia;
III) Apresentar os princípios básicos de interpretaçãobíblica.
6. INTRODUÇÃO
• A leitura e o estudo das Escrituras são um dever e um
privilégio. Por isso, temos que zelar pelo conhecimento
bíblico e estar conscientes da necessidade de aplicar o
texto sagrado em nossas vidas.
• Tiago alerta que que devemos ser cumpridores da
Palavra e não apenas ouvintes (Tg 1.22). Nesta lição,
veremos a importância dos princípios basilares da
interpretação bíblica.
9. • O termo "exegese" vem do grego ex, traduzido como
"fora", e agein com o sentido de "guiar". Literalmente
significa "guiar para fora", isto é, extrair a intenção das
palavras de um texto.
• Assim, o alvo da exegese é deixar que as Escrituras
digam o que o Espírito Santo pretendia no seu contexto
original.
• Dessa forma, para não fazer o texto significar aquilo
que Deus não pretendeu, é necessário um minucioso
exame das Escrituras (2Tm 2.15).
11. • Nesse aspecto é preciso reconhecer que toda a vez que
lemos a Bíblia, estamos interpretando. Isso porque
todos os leitores são também intérpretes (Dn 9.2).
• O problema dessa constatação reside nas ideias que
trazemos conosco antes mesmo de começarmos a
leitura da Bíblia (Ef 4.22).
• Por conseguinte, nem sempre o "entendimento"
daquilo que lemos reproduz a verdadeira "intenção" do
Espírito Santo (2 Pe 3.16).
13. • Nesse ponto, ratificamos que a necessidade de a Bíblia
ser interpretada acha- se na natureza da própria
Palavra de Deus.
• Como já estudado, o texto bíblico foi escrito
majoritariamente em duas línguas distintas (hebraico e
grego), no período aproximado de 1600 anos, por
cerca de 40 autores que viveram em épocas e culturas
diferentes.
• Portanto, os textos canônicos possuem
particularidades que não podem ser ignoradas.
16. • Uma das marcas do Pentecostalismo é o seu
compromisso inegociável com as Escrituras. Cremos na
inspiração divina, verbal e plenária da Palavra de Deus,
nossa autoridade final em questões de fé e prática
(2Tm 3.16).
• Portanto, ao ler o livro sagrado temos como
pressuposto sua inerrância e infalibilidade. Tudo o que
está escrito é verdadeiro e serve para o nosso ensino
(Rm 15.4). Nessa compreensão, refutamos a
relativização e a desobediência aos preceitos bíblicos
(Ap 22.19).
18. • A doutrina da Iluminação se refere à atuação do Espírito
Santo na vida do crente, que o capacita a discernir as
verdades da Palavra de Deus (Ef 1.17118; 1 Jo 5.20).
Somente o estudo racional não é suficiente para o
entendimento da revelação escrita de Deus.
• Contudo, a iluminação não é uma fonte paralela de
revelação e nem substitui o exame das Escrituras; ao
contrário, pois à medida que estudamos, o Espírito nos
concede a compreensão.
20. • O texto sagrado é útil para o ensino, repreensão, e
correção a fim de tornar o salvo perfeito (2Tm 3.16,17).
• Essas declarações demonstram que a Bíblia deve ser
aplicada ao nosso viver diário. As verdades bíblicas são
confirmadas quando experimentadas pela Igreja do
Senhor (Me 16.20).
• Nesse aspecto, por exemplo, cremos que o livro de Atos
não apenas descreve a experiência pentecostal da
Igreja Primitiva, como também a torna válida para os
nossos dias (At 2.1-4, 38-39).
23. • A "hermenêutica " tem origem no termo grego
hermeneutikós que, na teologia, designa os princípios
que regem a interpretação dos textos sagrados. Lutero
desenvolveu a máxima de que a Escritura tem de ser
interpretada e entendida por si própria (Is 8.20).
• Significa que devemos estudar a Bíblia seguindo o
método pelo qual uma parte do texto auxilia na
compreensão de outro texto. Essa afirmação é legítima
porque a coesão da Escritura é o resultado de um único
autor divino (Pv 30.5,6).
25. • Dentre os princípios gramaticais, históricos e literários,
enfatizamos que o texto bíblico tem sentido único e
sempre que possível deve ser interpretado
literalmente. Nesse aspecto, é preciso tomar cuidado
com as expressões de uso simbólico/alegórico. Por
exemplo, Cristo disse: "Tomai, comei, isto é o meu
corpo" (Mt 26.26). Esse texto mostra que "corpo" aqui
não está no sentido literal, mas no figurado.
• Outro princípio refere-se ao contexto, isto é, analisar os
versículos que precedem e seguem o texto que se
estuda.
27. • Nossa ortodoxia refuta todo e qualquer método que
nega a inspiração verbal e plenária da Bíblia e sua
consequente autoridade (2 Pe1.21).
• Assim sendo, o intérprete não pode criar outro cânon
dentro do cânon bíblico, ou seja, não cabe ao estudante
fragmentar ou relativizar os textos inspirados.
• Não se pode empregar métodos subjetivos focados no
leitor em prejuízo do texto e do autor bíblico.
Ratificamos que as experiências devem ser submetidas
ao crivo das Escrituras Sagradas (At17-11).
28. CONCLUSÃO
• A Bíblia Sagrada deve ser lida e interpretada. Nesse
mister, somos auxiliados pela exegese e pela
hermenêutica.
• Contudo, nenhuma das técnicas de interpretação estão
acima da autoridade da Palavra de Deus.
• O que a igreja crê e professa deve ser interpretado à luz
da própria Escritura.