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56  z  março DE 2014
Força gravitacional lunar causa perturbações
na atmosfera da Terra, facilitando
interferência na comunicação com satélites
Geofísica espacial y
Sob efeito
da Lua
pESQUISA FAPESP 217  z  57
nasa/earthobservatory
A
Lua, o maior objeto celeste próximo à Terra, influen-
cia mais do que o nível dos oceanos. Assim como
faz as águas subirem e baixarem ao longo do dia, a
Lua também deforma a atmosfera do planeta – bem
pouco, é verdade, cerca de 1 metro – e a deixa alongada como
uma bola de futebol americano. Esse esticão sutil, decorrente
da atração gravitacional lunar, gera perturbações na alta at-
mosfera que foram agora mapeadas em escala global por uma
equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O
grupo coordenado pelo físico Paulo Prado Batista usou dados
coletados durante 10 anos por um satélite norte-americano
projetado para estudar a alta atmosfera da Terra e produziu o
mais detalhado levantamento das variações na temperatura a
altitudes superiores a 30 quilômetros (km) – três vezes mais
alto do que voam os aviões comerciais.
Os pesquisadores verificaram que na faixa que vai dos 30 km
aos 110 km de altura – e envolve a estratosfera e a mesosfera,
na última estão as temperaturas mais baixas da atmosfera (até
100 graus Celsius negativos) – a temperatura pode oscilar até 8
graus ao longo do dia por influência, em grande parte, da atração
gravitacional lunar. A força exercida pela Lua sobre o planeta
provoca vibrações nas camadas mais baixas da atmosfera que
se propagam para as mais altas na forma de ondas semelhantes
às que surgem quando se agita uma corda. Assim como fazem
a superfície do oceano oscilar, essas ondas, conhecidas como
marés lunares, fazem a atmosfera pulsar. “Nos oceanos, a força
gravitacional da Lua se manifesta como uma mudança de altu-
ra, já na atmosfera ela altera a temperatura ou a velocidade dos
ventos”, explica Batista. Ele e as físicas Inez Staciarini Batista,
pesquisadora do Inpe, e Ana Roberta Paulino, sua ex-aluna de
doutorado no Inpe, apresentaram os detalhes desse mapeamen-
to em dezembro de 2013 no Journal of Geophysical Research.
As variações observadas pelo trio se tornam maiores à me-
dida que se sobe na atmosfera – e atingem o grau máximo
por volta dos 110 km de altura, onde o ar é mais rarefeito e a
densidade de gases menor. Essas oscilações de temperatura
ocorrem em ciclos com 12 horas e 25 minutos de duração,
Um clássico de
1968: a Terra vista
pela equipe da
Apollo 8, a primeira
missão tripulada a
orbitar a Lua
58  z  março DE 2014
físico e matemático inglês Isaac Newton
propôs que, assim como provoca osci-
lações no nível dos oceanos, a Lua tam-
bém poderia influenciar a atmosfera, que
também se comporta como um fluido.
Pierre-Simon Laplace, astrônomo e ma-
temático francês, retomou o tema cerca
de um século mais tarde, mas os dados
observacionais disponíveis eram insu-
ficientes. Só em 1846 o coronel inglês
Edward Sabine publicou as primeiras
medições consideradas confiáveis das
marés lunares na atmosfera, feitas no
observatório da ilha britânica de Santa
Helena, próximo à costa ocidental da
África. Mas tanto essas medições como
as feitas nas primeiras décadas do sé-
culo XX eram pontuais. Agora, com o
auxílio do satélite Timed, se conseguiu
coletar informações sobre a estratosfera
e a mesosfera numa faixa que se estende
da latitude 50 Norte, mais ou menos na
altura do Canadá e da Rússia, até a lati-
tude 50 Sul, onde ficam a Nova Zelândia
e o sul do Chile e da Argentina.
A propagação dessas marés na atmos-
fera agita as moléculas dos gases, provo-
cando a mudança na temperatura. Os da-
dos coletados de 2002 a 2012 pelo satélite
Timed mostram que as variações térmi-
cas são maiores nos meses de dezembro
característicos das marés lunares. O pe-
ríodo corresponde ao tempo que leva
para o planeta dar meia volta em torno
de seu eixo e o ponto de sua superfície
que estava mais próximo à Lua se tornar
o mais distante – tanto a rotação da Ter-
ra como a translação da Lua ocorrem no
mesmo sentido, embora o movimento da
Lua seja mais lento, razão por que esse
tempo não coincide com 12 horas. Como
a atração gravitacional entre dois corpos
depende da distância entre eles, quanto
mais próximo da Lua, maior a força e
quanto mais distante, menor. Tanto no
ponto em que a força é máxima como
naquele em que é mínima a atmosfera
se esgarça: no primeiro caso, por sofrer
um puxão mais intenso e, no segundo,
por tender a escapar onde a força é mais
fraca. É por causa dessa combinação que
a atmosfera ganha a aparência de bola
de futebol americano.
O mapeamento do Inpe fornece as
evidências mais abrangentes de que as
marés lunares na atmosfera, de cuja exis-
tência já se duvidou, de fato existem e
são importantes para conhecer melhor o
clima de uma região do espaço habitada
por satélites de pesquisa e comunicação.
Quando formulou sua lei de gravita-
ção universal no final do século XVII, o
e janeiro em boa parte da alta atmosfera
e menores entre março e maio. Elas tam-
bém ocorrem com maior intensidade de
junho a setembro no hemisfério Norte e
em novembro e dezembro no hemisfério
Sul. Segundo Batista, essas variações de-
pendentes da latitude já eram bem expli-
cadas por dois fatores: a excentricidade
da órbita da Lua (sua trajetória ao redor
da Terra não é circular, mas elíptica); e
pela influência combinada da Lua e do
Sol sobre a temperatura da atmosfera
(enquanto a Lua faz a temperatura mudar
pela atração gravitacional, o Sol altera a
temperatura pela energia que fornece
diretamente na forma de radiação).
variação longitudinal
Um resultado, porém, surpreendeu os
pesquisadores. Além da variação de acor-
do com a latitude, eles também obser-
varam variações longitudinais (leste-
-oeste). Em alguns meses do ano houve
picos de flutuação de temperatura nas
regiões da alta atmosfera localizadas
sobre a Amazônia, a África e o oceano
Pacífico. Segundo o físico, algum efeito
longitudinal era até esperado, mas não
na intensidade observada – como a Ter-
ra gira em torno de seu eixo, todos os
pontos do eixo longitudinal em algum
momento são expostos à mesma força
de atração da Lua, o que homogeneizaria
essa influência. “Conseguimos separar a
influência da componente lunar das de-
mais perturbações na atmosfera”, conta
Ana Roberta, atualmente pesquisadora
na Universidade Estadual da Paraíba,
em Campina Grande.
“Nossos dados indicaram, porém, que
as características da superfície do pla-
neta se refletem até alturas muito ele-
vadas”, conta Batista. “A deformação na
atmosfera decorrente da atração gravi-
tacional da Lua sofre influência da dis-
tribuição dos mares e dos continentes
no globo”, explica o físico. Além disso,
continua Batista, “vimos que a flutuação
no nível dos mares, a maré oceânica, afe-
ta a atmosfera mais do que o esperado”.
As implicações desses achados não se
restringem ao plano teórico. Do ponto de
vista prático, conhecer melhor as varia-
ções de temperatura nessa faixa da alta
atmosfera deve permitir a elaboração
de modelos mais precisos de como fun-
ciona o clima em uma região ainda mais
alta – a ionosfera, situada entre 100 km
e 1.500 km de altitude –, onde estão os
A influência de continentes e mares
Flutuações na temperatura da atmosfera a 108 km de altura, decorrentes
de perturbações causadas pelas marés lunares e pelo relevo
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Longitude Longitude
Longitude Longitude
Março Junho
Setembro Dezembro
LatitudeLatitude
LatitudeLatitude
Variação de temperatura (ºC)
pESQUISA FAPESP 217  z  59
Artigo científico
PAULINO, A.R; BATISTA, P.P. e BATISTA, I. S. A global
view of the atmospheric lunar semidiurnal tide. Journal
of Geophysical Research: Atmospheres. v. 118, p. 13.128-
139. 16 dez. 2013.
satélites de pesquisa e comunicação e
é alta a concentração de partículas ele-
tricamente carregadas. “Para modelar
com precisão a ionosfera, não se pode
mais ignorar fenômenos como as marés
lunares”, afirma Batista.
“Esse mapeamento global do efeito
das marés lunares é de grande impor-
tância para a previsão do clima espacial”,
conta o engenheiro Clezio De Nardin,
atual gerente do Centro de Estudo e Mo-
nitoramento Brasileiro do Clima Espa-
cial (Embrace) do Inpe. As marés lunares
são um dos três fatores que disparam a
formação de bolhas na ionosfera. Os ou-
tros dois motivos são: os campos elétri-
cos ao redor do equador e os fenômenos
meteorológicos como a formação de nu-
vens de tempestade, o deslocamento de
frentes frias ou ventos intensos na cama-
da mais baixa da atmosfera (troposfera),
onde estão 90% dos gases.
bolhas de íons
As bolhas são regiões com menor densi-
dade de íons. Elas começam a se formar
em geral no início da noite a cerca de
250 km de altura na região do equador
magnético da Terra, próximo ao equador
geográfico. As marés lunares, explica De
Nardin, funcionam como um peteleco
que impulsiona o desenvolvimento des-
sas bolhas que podem alcançar milhares
de quilômetros de extensão.
Como são menos densas que o am-
biente ao redor, essas bolhas, à medida
que crescem, sobem para regiões mais
altas da atmosfera e reduzem a concen-
tração de íons na atmosfera superior.
Essa mudança na densidade de íons di-
ficulta – e até bloqueia – a passagem das
ondas de rádio emitidas pelos satélites de
comunicação de baixa órbita, situados a
alturas entre 400 e 600 km; pelos saté-
lites do sistema GPS, que estão a 22 mil
km de altura; e pelos satélites de comu-
nicação geoestacionários, que orbitam a
Terra a 36 mil km de altura. “Quando há
bolhas, a comunicação com os satélites
é extremamente degradada e até inter-
rompida, às vezes, por horas”, conta De
Nardin. Essa interrupção afeta a nave-
gação aérea e marítima, a exploração de
petróleo e a agricultura de precisão. “Se
nenhuma medida é tomada, ela pode du-
rar o suficiente para um barco em alto-
-mar se perder ou para romper um duto
de uma empresa que faz exploração de
petróleo”, exemplifica.
Segundo De Nardin, o mapeamento
feito pelo grupo de Batista mostra que os
períodos de marés lunares mais intensas
coincidem com a temporada de bolhas na
ionosfera, que vai de novembro a março.
“Esse levantamento nos ajuda a prever e
a explicar melhor qual o período em que
é mais provável a ocorrência de bolhas”,
diz De Nardin. Batista completa: “Não é
possível impedir a formação das bolhas,
mas se pode ajudar a evitar problemas
com os satélites caso se consiga prever
com maior precisão quando elas podem
ocorrer”. n Ricardo Zorzetto
nasa
Um perfil da atmosfera: ônibus
espacial Endeavour diante da
troposfera (em laranja), estratosfera
(em amarelo) e mesosfera (em azul)
As marés
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Influência da Lua na atmosfera terrestre

  • 1. 56  z  março DE 2014 Força gravitacional lunar causa perturbações na atmosfera da Terra, facilitando interferência na comunicação com satélites Geofísica espacial y Sob efeito da Lua
  • 2. pESQUISA FAPESP 217  z  57 nasa/earthobservatory A Lua, o maior objeto celeste próximo à Terra, influen- cia mais do que o nível dos oceanos. Assim como faz as águas subirem e baixarem ao longo do dia, a Lua também deforma a atmosfera do planeta – bem pouco, é verdade, cerca de 1 metro – e a deixa alongada como uma bola de futebol americano. Esse esticão sutil, decorrente da atração gravitacional lunar, gera perturbações na alta at- mosfera que foram agora mapeadas em escala global por uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O grupo coordenado pelo físico Paulo Prado Batista usou dados coletados durante 10 anos por um satélite norte-americano projetado para estudar a alta atmosfera da Terra e produziu o mais detalhado levantamento das variações na temperatura a altitudes superiores a 30 quilômetros (km) – três vezes mais alto do que voam os aviões comerciais. Os pesquisadores verificaram que na faixa que vai dos 30 km aos 110 km de altura – e envolve a estratosfera e a mesosfera, na última estão as temperaturas mais baixas da atmosfera (até 100 graus Celsius negativos) – a temperatura pode oscilar até 8 graus ao longo do dia por influência, em grande parte, da atração gravitacional lunar. A força exercida pela Lua sobre o planeta provoca vibrações nas camadas mais baixas da atmosfera que se propagam para as mais altas na forma de ondas semelhantes às que surgem quando se agita uma corda. Assim como fazem a superfície do oceano oscilar, essas ondas, conhecidas como marés lunares, fazem a atmosfera pulsar. “Nos oceanos, a força gravitacional da Lua se manifesta como uma mudança de altu- ra, já na atmosfera ela altera a temperatura ou a velocidade dos ventos”, explica Batista. Ele e as físicas Inez Staciarini Batista, pesquisadora do Inpe, e Ana Roberta Paulino, sua ex-aluna de doutorado no Inpe, apresentaram os detalhes desse mapeamen- to em dezembro de 2013 no Journal of Geophysical Research. As variações observadas pelo trio se tornam maiores à me- dida que se sobe na atmosfera – e atingem o grau máximo por volta dos 110 km de altura, onde o ar é mais rarefeito e a densidade de gases menor. Essas oscilações de temperatura ocorrem em ciclos com 12 horas e 25 minutos de duração, Um clássico de 1968: a Terra vista pela equipe da Apollo 8, a primeira missão tripulada a orbitar a Lua
  • 3. 58  z  março DE 2014 físico e matemático inglês Isaac Newton propôs que, assim como provoca osci- lações no nível dos oceanos, a Lua tam- bém poderia influenciar a atmosfera, que também se comporta como um fluido. Pierre-Simon Laplace, astrônomo e ma- temático francês, retomou o tema cerca de um século mais tarde, mas os dados observacionais disponíveis eram insu- ficientes. Só em 1846 o coronel inglês Edward Sabine publicou as primeiras medições consideradas confiáveis das marés lunares na atmosfera, feitas no observatório da ilha britânica de Santa Helena, próximo à costa ocidental da África. Mas tanto essas medições como as feitas nas primeiras décadas do sé- culo XX eram pontuais. Agora, com o auxílio do satélite Timed, se conseguiu coletar informações sobre a estratosfera e a mesosfera numa faixa que se estende da latitude 50 Norte, mais ou menos na altura do Canadá e da Rússia, até a lati- tude 50 Sul, onde ficam a Nova Zelândia e o sul do Chile e da Argentina. A propagação dessas marés na atmos- fera agita as moléculas dos gases, provo- cando a mudança na temperatura. Os da- dos coletados de 2002 a 2012 pelo satélite Timed mostram que as variações térmi- cas são maiores nos meses de dezembro característicos das marés lunares. O pe- ríodo corresponde ao tempo que leva para o planeta dar meia volta em torno de seu eixo e o ponto de sua superfície que estava mais próximo à Lua se tornar o mais distante – tanto a rotação da Ter- ra como a translação da Lua ocorrem no mesmo sentido, embora o movimento da Lua seja mais lento, razão por que esse tempo não coincide com 12 horas. Como a atração gravitacional entre dois corpos depende da distância entre eles, quanto mais próximo da Lua, maior a força e quanto mais distante, menor. Tanto no ponto em que a força é máxima como naquele em que é mínima a atmosfera se esgarça: no primeiro caso, por sofrer um puxão mais intenso e, no segundo, por tender a escapar onde a força é mais fraca. É por causa dessa combinação que a atmosfera ganha a aparência de bola de futebol americano. O mapeamento do Inpe fornece as evidências mais abrangentes de que as marés lunares na atmosfera, de cuja exis- tência já se duvidou, de fato existem e são importantes para conhecer melhor o clima de uma região do espaço habitada por satélites de pesquisa e comunicação. Quando formulou sua lei de gravita- ção universal no final do século XVII, o e janeiro em boa parte da alta atmosfera e menores entre março e maio. Elas tam- bém ocorrem com maior intensidade de junho a setembro no hemisfério Norte e em novembro e dezembro no hemisfério Sul. Segundo Batista, essas variações de- pendentes da latitude já eram bem expli- cadas por dois fatores: a excentricidade da órbita da Lua (sua trajetória ao redor da Terra não é circular, mas elíptica); e pela influência combinada da Lua e do Sol sobre a temperatura da atmosfera (enquanto a Lua faz a temperatura mudar pela atração gravitacional, o Sol altera a temperatura pela energia que fornece diretamente na forma de radiação). variação longitudinal Um resultado, porém, surpreendeu os pesquisadores. Além da variação de acor- do com a latitude, eles também obser- varam variações longitudinais (leste- -oeste). Em alguns meses do ano houve picos de flutuação de temperatura nas regiões da alta atmosfera localizadas sobre a Amazônia, a África e o oceano Pacífico. Segundo o físico, algum efeito longitudinal era até esperado, mas não na intensidade observada – como a Ter- ra gira em torno de seu eixo, todos os pontos do eixo longitudinal em algum momento são expostos à mesma força de atração da Lua, o que homogeneizaria essa influência. “Conseguimos separar a influência da componente lunar das de- mais perturbações na atmosfera”, conta Ana Roberta, atualmente pesquisadora na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande. “Nossos dados indicaram, porém, que as características da superfície do pla- neta se refletem até alturas muito ele- vadas”, conta Batista. “A deformação na atmosfera decorrente da atração gravi- tacional da Lua sofre influência da dis- tribuição dos mares e dos continentes no globo”, explica o físico. Além disso, continua Batista, “vimos que a flutuação no nível dos mares, a maré oceânica, afe- ta a atmosfera mais do que o esperado”. As implicações desses achados não se restringem ao plano teórico. Do ponto de vista prático, conhecer melhor as varia- ções de temperatura nessa faixa da alta atmosfera deve permitir a elaboração de modelos mais precisos de como fun- ciona o clima em uma região ainda mais alta – a ionosfera, situada entre 100 km e 1.500 km de altitude –, onde estão os A influência de continentes e mares Flutuações na temperatura da atmosfera a 108 km de altura, decorrentes de perturbações causadas pelas marés lunares e pelo relevo -180 -120 -60 0 60 120 180 -180 -120 -60 0 60 120 180 -180 -120 -60 0 60 120 180 -180 -120 -60 0 60 120 180 60 40 20 0 -20 -40 -60 60 40 20 0 -20 -40 -60 60 40 20 0 -20 -40 -60 60 40 20 0 -20 -40 -60 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Longitude Longitude Longitude Longitude Março Junho Setembro Dezembro LatitudeLatitude LatitudeLatitude Variação de temperatura (ºC)
  • 4. pESQUISA FAPESP 217  z  59 Artigo científico PAULINO, A.R; BATISTA, P.P. e BATISTA, I. S. A global view of the atmospheric lunar semidiurnal tide. Journal of Geophysical Research: Atmospheres. v. 118, p. 13.128- 139. 16 dez. 2013. satélites de pesquisa e comunicação e é alta a concentração de partículas ele- tricamente carregadas. “Para modelar com precisão a ionosfera, não se pode mais ignorar fenômenos como as marés lunares”, afirma Batista. “Esse mapeamento global do efeito das marés lunares é de grande impor- tância para a previsão do clima espacial”, conta o engenheiro Clezio De Nardin, atual gerente do Centro de Estudo e Mo- nitoramento Brasileiro do Clima Espa- cial (Embrace) do Inpe. As marés lunares são um dos três fatores que disparam a formação de bolhas na ionosfera. Os ou- tros dois motivos são: os campos elétri- cos ao redor do equador e os fenômenos meteorológicos como a formação de nu- vens de tempestade, o deslocamento de frentes frias ou ventos intensos na cama- da mais baixa da atmosfera (troposfera), onde estão 90% dos gases. bolhas de íons As bolhas são regiões com menor densi- dade de íons. Elas começam a se formar em geral no início da noite a cerca de 250 km de altura na região do equador magnético da Terra, próximo ao equador geográfico. As marés lunares, explica De Nardin, funcionam como um peteleco que impulsiona o desenvolvimento des- sas bolhas que podem alcançar milhares de quilômetros de extensão. Como são menos densas que o am- biente ao redor, essas bolhas, à medida que crescem, sobem para regiões mais altas da atmosfera e reduzem a concen- tração de íons na atmosfera superior. Essa mudança na densidade de íons di- ficulta – e até bloqueia – a passagem das ondas de rádio emitidas pelos satélites de comunicação de baixa órbita, situados a alturas entre 400 e 600 km; pelos saté- lites do sistema GPS, que estão a 22 mil km de altura; e pelos satélites de comu- nicação geoestacionários, que orbitam a Terra a 36 mil km de altura. “Quando há bolhas, a comunicação com os satélites é extremamente degradada e até inter- rompida, às vezes, por horas”, conta De Nardin. Essa interrupção afeta a nave- gação aérea e marítima, a exploração de petróleo e a agricultura de precisão. “Se nenhuma medida é tomada, ela pode du- rar o suficiente para um barco em alto- -mar se perder ou para romper um duto de uma empresa que faz exploração de petróleo”, exemplifica. Segundo De Nardin, o mapeamento feito pelo grupo de Batista mostra que os períodos de marés lunares mais intensas coincidem com a temporada de bolhas na ionosfera, que vai de novembro a março. “Esse levantamento nos ajuda a prever e a explicar melhor qual o período em que é mais provável a ocorrência de bolhas”, diz De Nardin. Batista completa: “Não é possível impedir a formação das bolhas, mas se pode ajudar a evitar problemas com os satélites caso se consiga prever com maior precisão quando elas podem ocorrer”. n Ricardo Zorzetto nasa Um perfil da atmosfera: ônibus espacial Endeavour diante da troposfera (em laranja), estratosfera (em amarelo) e mesosfera (em azul) As marés lunares impulsionam a formação na ionosfera de bolhas que impedem a troca de informações com satélites