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Arbovírus e arboviroses
Arbovírus (de “arthropod borne virus”) são vírus que podem ser
transmitidos ao homem por vetores artrópodos.
Os arbovírus pertencem a três famílias:
1- Togaviridae: Chikungunya, Encefalites equinas (Leste, Oeste,
Venezuelana)
2- Bunyaviridae: Febre da Sandfly (mosquito pólvora), Febre do
Vale Rift, Febre hemorrágica da Criméia-Congo
3- Flaviviridae: Febre amarela, Dengue, Zika
Ciclos de Transmissão
 Homem - artrópodo - homem
 e.g. Dengue, Chikungunya, Zika, Febre amarela urbana.
 Reservatório pode ser ou o homem ou o vetor artrópodo.
 Pode haver transmissão transovariana.
 Animal - artrópodo - homem
 e.g. Encefalites equinas Leste e Oeste, Febre amarela silvática.
 O reservatório é um animal.
 O vírus é mantido na natureza em um ciclo de transmissão Emvolvendo o
vetor artópodo e um animal. O homem se infecta incidentalmente.
 Ambos ciclos podem ocorrer com alguns arbovírus, como a Febre
amarela.
Vírus Chikungunya
Homem-Artrópodo- Homem
Animal-artrópodo-Homem
Vetores artrópodos
Mosquitos
Chikungunya, Encefalite japonesa, Oeste do Nilo, Dengue, Febre
amarela, Encefalites St. Louis, Equinas Leste, Oeste,
Venezuelana.
Carrapatos
Febre da Criméia-Congo.
Sandflies (mosquito pólvora)
Febre da sandlfly siciliana, Febre do Vale Rift.
Exemplos de vetores
artrópodos
Aedes Aegyti
Alguns Carrapatos
Phlebotomíneo (Sandfly,
mosquito pólvora)
Culex Mosquito
Reservatórios Animais
Em muitos casos, o reservatório verdadeiro não é
conhecido. os seguintes animais podem ser reservatórios:
Aves Encefalites Japonesa, St Louis, Oeste do Nilo,
Equinas Leste, Oeste
Suínos Encefalite Japonesa
Macacos Febre amarela, Zika
Roedores Encef. Venezuelana, Russian Spring-Summer
Doenças associadas
 Febre e eritema - usualmente inespecífico, lembrando
influenza, rubéola, ou infecções por enterovírus.

Encefalites
 Febre hemorrágicas
Diagnóstico
 Sorologia - comumente usada para o diagnóstico de
arboviroses.
 Cultivo - em camundongos ou várias linhagens de células
podem ser usadas, incluindo células de mosquitos.
Raramente usado, pois podem ser perigosos (patógenos de
cat. 3 ou 4).
 Testes de detecção direta: detecção de antígenos e ácidos
nucléicos possíveis.
Prevenção
 Vigilância - da enfermidade e de vetores
 Controle de vetores- pesticidas, eliminação de locais de
procriação.
 Proteção pessoal - triagem de casas, redes de dormir,
repelentes
 Vacinação - disponível para algumas como Febre amarela,
encefalites Japonesa e Russa (carrapato)
Família Flaviviridae, Gênero Flavivirus
 Causa Dengue clássico (DC) e febre
hemorrágica do Dengue (FHD)
 É um arbovírus (transmitidos por mosquitos)
 Possui 4 sorotipos distintos (DENV-1, 2, 3, 4)
Vírus da Dengue
Flavivírus - Organização do vírion
RNA fita simples (+)
prM
Bicamada
Lipídica
E
Nucleocapsídeo
3 prots estruturais 7 prots não- estruturais
30-50nm
 Cada sorotipo confere imunidade sorotipo específica permanente e contra
outros sorotipos, por curto período
 Todos os sorotipos podem causar doença grave e fatal
 Variação genética dentro dos sorotipos (Genótipos)
 Alguns genótipos parecem ser mais virulentos e com maior potencial epidêmico
 Novas infecções com outro sorotipo, entre 3 -15 mêses após a primeira
infecção podem levar a dengue hemorrágico por desencadeamento de processo
de hipersensibilidade.
Vírus da Dengue
ADSORÇÃO
Vírus – Célula
hospedeira
via
receptor
celular
CITOPLASMA
MONTAGEM
do
nucleocapsídeo
Diminuição do pH
Fusão da membrana
do vírus
Prot. E sofre
mudança
conformacional
Nucleocapsídeo é
liberado no
citoplasma
DESNUDAMENTO
ssRNA(+)
genômico
ssRNA(+)
TRADUÇÃO
Mediada pelo CAP
CITOPLASMA
poliproteína
Proteínas
Não-estruturais
Proteínas
Estruturais
Proteases virais
e celulares


Helicase + RNA
polimerase RNA-
dependente &
Cofatores
Progênies de
ssRNA (+)
Síntese de molde
de ssRNA (-)
ENDOCITOSE
MORFOGÊNESE
VIRAL
Ocorre no
RER LIBERAÇÃO
Via secretora
do Complexo
de Golgi
Replicação dos Vírus Dengue
(monócitos, macrófagos, linfócitos B, células endoteliais e dendríticas
 Mosquitos do gênero Aedes.
Nas Américas: Aedes aegypti .
Na Ásia: Aedes albopictus.
Aedes aegypti Aedes albopictus
Vetores Hospedeiros
 O vírus Dengue é transmitido por fêmeas do mosquito
infectado
 Principalmente se alimenta durante o dia
 Possui hábitos domésticos
 Coloca os ovos e gera larvas preferencialmente em
recipientes artificiais.
Aedes aegypti
Manifestações Clínicas
(OMS,1997)
Manifestações do Dengue
Assintomática Sintomática
Febre Indiferenciada
Dengue Clássica
(DC)
Febre do Dengue
Hemorrágico (FDH)
com manifestações
hemorrágicas
Infecção por Dengue
Sem
Choque Com choque (SCD)
sem manifestações
hemorrágicas
 Febre
 Prostração
 Cefaléia
 Dor retro-orbital
 Artralgia e mialgia
 Náuseas/vômito
 Anorexia
 Rash
 Manifestações hemorrágicas
Rash
Manifestações Clínicas do Dengue Clássico (DC)
99% das pessoas apresentam febre durante cerca de sete dias com
início abrupto.
60% têm dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e
músculos.
50% têm dor atrás dos olhos (retro-orbital);
50% têm prostação, indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos.
25% têm manchas vermelhas no tórax e braços.
IMPORTANTE: A Dengue se diferencia de resfriados e gripes por não
apresentar sintomas respiratórios.
Dengue clássica - manifestações
 Hemorragias na pele (ex: petéquias)
 Gengivorragia
 Sangramento nasal
 Sangramento gastrointestinal
 Hematúria
 Fluxo menstrual aumentado
Petéquias
Manifestações Hemorrágicas do Dengue Clássico (DC)
 Febre ou história recente de febre de até 7 dias
 Trombocitopenia: plaquetas ≤100,000/mm3
 Manifestações hemorrágicas
 Evidências de permeabilidade vascular
 Confirmação laboratorial durante períodos epidêmicos ou
interepidêmicos
O paciente deverá apresentar os seguintes critérios:
A
B
PEI = A/B
x 100
Efusão pleural
Febre Hemorrágica do Dengue
(FHD)
(OMS,1997)
 Choque: ocorre entre o 3º e 7º dia de doença, precedido por um ou mais sinais
de alerta.
 Decorrente do aumento da permeabilidade vascular seguido de
hemoconcentração e falência circulatória.
 É de curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação
rápida após terapia anti-choque apropriada.
Síndrome do Choque
da Dengue (SCD)
Resposta Imune nas
Infecções por Dengue
veisdeanticorposeantígeno
IgM
IgM
IgG
Infecção Primária
(início dos sintomas)
Infecção Secundária
(início dos sintomas)
Vírus Vírus
NS1NS1
Tempo
Diagnóstico Laboratorial
Dengue
Coleta e Processamento de Amostras para o
Diagnóstico Laboratorial do Dengue
Tipo de Espécime Momento da Coleta
Tipo de
Análise
Soro de fase aguda
De 0-5 dias após o início
dos sintomas
Isolamento viral, métodos sorológicos,
moleculares e captura de NS1
Soro de fase
convalescente
Entre os dias 6-21 após o início
dos sintomas
Métodos sorológicos
 Isolamento Viral
 Cultura de células de mosquito A. albopictus clone C6/36
 Inoculação intratoráxica de mosquitos Toxorhynchites
 Detecção de ácido nucléico viral
 RT-PCR, PCR em tempo real
 Sorologia
 Mac-ELISA
 IgG-ELISA
 Captura de antígeno NS1
 Kits comerciais
 Histopatologia e Imunohistoquímica
Diagnóstico Laboratorial - Dengue
Cultura de células de mosquito A.
albopictus clone C6/36
Inoculação intratoráxica de mosquitos
Toxorhynchites
Imunofluorescência Indireta Anticorpos
Monoclonais tipo-específicos (Gubler et
al., 1984)
Isolamento Viral (Igarashi, 1978)
Captura de anticorpos IgM (MAC-ELISA)
1 Captura IgM
2. Bloqueio
3. Soro
4. Antígeno
5. Anticorpo
Secundário
6. Substrato
Placa
Anti-IgM
Soro Paciente
IgM
Antígeno
de dengue
Anticorpo
Secundário
Substrato
Sorologia
Placa
Fluido
hiperimune
Antígeno Dengue
Soro
paciente IgG
Anticorpo
Secundário
Anti-IgG
Substrato
Detecção de anticorpos IgG (IgG-ELISA)
Sorologia
Segunda etapa de amplificação – Nested PCR
Amplicon DENV-1 (482 bp)
D1
5’ 3’
TS1TS4TS3TS2
511 pb
produto
Amplicon DENV-4 (392 bp)
Amplicon DENV-3 (290 bp)
Amplicon DENV-2 (119 bp)
Transcrição reversa e primeira etapa de
amplificação
cDNA
produto
511 pb
5’
CAPSIDEO prM
5’3’
D2
DENV
RNA
1 hora/ 42ºC
3’ 5’
5’ 3’
D1
5’
3’
3’
5’
35 ciclos
30sec/ 94ºC
1 min / 55ºC
2 min / 72ºC
3’
RT- PCR para a tipagem dos vírus Dengue
(Lanciotti et al, 1992)
Segundo a OMS:
 ~50 milhões de pessoas contraem a doença
500 mil são hospitalizadas (90% crianças)
24 mil óbitos
 Cerca de 2,5 – 3 bilhões de pessoas vivem em
risco de contrair a doença nos países onde o
dengue é endêmico.
Epidemiologia Dengue
Distribuição global dos
sorotipos de vírus dengue, 1970
Distribuição global dos sorotipos de
vírus dengue, 2004
Mackenzie et al., 2004
Mudança na distribuição dos sorotipos de dengue nos
últimos 30 anos
http://www.paho.org/English/AD/DPC/CD/dengue.htm * Até a 25ª Semana Epidemiológica
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
BRASIL
(560,000)
~90%
630,000
2007
BRASIL
(734.384)
865.697
2008
~85%
BRASIL
(332.083)
480.909
2009*
~69%
1.015.420
BRASIL
(780,644)
~80%
2002
741,865
BRASIL
(535,388)
~73%
1998
Casos de Dengue Clássico nas Américas,
1980–2009*
Vacina contra a dengue?
Dificuldades para o desenvolvimento de uma vacina

 Vacinas: somente em 2016/2017
 Falta de um modelo animal adequado que reproduza as formas clínicas da infecção
 Presença de 4 sorotipos
 Questionamentos quanto à eficácia e custo das vacinas oferecidas
 Maior Desafio:
Desenvolver vacina quádrupla combinada em uma única (tetravalente)
Induza proteção permanente contra os 4 sorotipos
Não pode induzir SDH se o vacinado for exposto!
Não deve causar reações de hipersensibilidade.
Febre amarela (1)
 Regiões: oeste da África e América do Sul
 Duas formas: urbana e silvática.
 Forma silvática: mosquitos Haemagogus spp.
 Forma urbana: mosquito Aedes aegypti.
 Sinais clínicos: calafrios, febre e dor de cabeça, mialgia generalizada e
sinais gastrointestinais.
 Alguns: infecções assintomáticas ou doença febril indiferenciada.
Família Flaviviridae, Gênero Flavivirus
 É um arbovirus – protótipo da família
 Transmitidos por mosquitos
 Possui um só sorotipo
Vírus Da Febre Amarela
Organização da Partícula e Genoma
Virais
RNA fita simples (+)
prM
Bicamada
Lipídica
M
E
Nucleocapsídeo
3 prots estruturais 7 prots não- estruturais
30-50nm
ADSORÇÃO
Vírus – Célula
hospedeira
via
receptor
celular
CITOPLASMA
MONTAGEM
do
nucleocapsídeo
Diminuição do pH
Fusão da membrana
do vírus
Prot. E sofre
mudança
conformacional
Nucleocapsídeo é
liberado no
citoplasma
DESNUDAMENTO
ssRNA(+)
genômico
ssRNA(+)
TRADUÇÃO
Mediada pelo CAP
CITOPLASMA
poliproteína
Proteínas
Não-estruturais
Proteínas
Estruturais
Proteases virais
e celulares


Helicase + RNA
polimerase RNA-
dependente &
Cofatores
Progênies de
ssRNA (+)
Síntese de molde
de ssRNA (-)
ENDOCITOSE
MORFOGÊNESE
VIRAL
Ocorre no
RER LIBERAÇÃO
Via secretora
do Complexo
de Golgi
Replicação Vírus da Febre Amarela
(monócitos, macrófagos, linfócitos B, células endoteliais e dendríticas
Patogenia – Febre amarela
 Vírus replica em linfonodos e infecta células dendríticas=>
 Vai ao fígado e infecta hepatócitos (provavelmente via
células de Kupfer, indiretamente), o que leva a uma
degradação eosinofílica destas e liberação de citocinas.
 Massas necróticas (corpúsculos de Councilman) surgem no
citoplasma dos hepatócitos.
 Em caso de progressão fatal, ocorre choque cardiovascular
e falha múltipla de órgãos, com nível muito elevado de
citocinas (“citokine storm”)
Fonte: Wikipedia
Febre amarela (2)
 Sinais:
 PI 3 a 4 dias
 Severamente infectados=> bradicardia
icterícia
hemorragias.
 50% dos pacientes => doença fatal: hemorragias
oliguria
hipotensão.
Febre amarela – sinais
Febre Amarela - áreas de risco
Febre Amarela - áreas de risco
Em áreas endêmicas, cada caso deve ser considerado suspeito
pois pode contribuir para o alastramento da doença (6-10 dias
depois de deixar a área infectada com sinais de febre, dor,
náusea e vômitos).
Vírus somente pode ser detectado até 6-10 dias do início.
Confirmação por RT-PCR em busca do genoma viral.
Isolamento viral – fácil: a partir de plasma em células BHK,
Vero, LLCMK2 e outras
Sorológico: ELISA para IgM específica.
aumento no título de IgG específica ≥ 4 vezes
Diagnóstico:
A origem do vírus vacinal amostra 17D para
febre amarela
Vacinação: vacina produzida em embrião de galinha, com a
amostra “Asibi 17D”. Indicação: pessoas em áreas
endêmicas ou viajantes.
1935: a amostra “Asibi” ( do nome do paciente do qual o
vírus foi isolado) foi adaptada em tecidos de embrião de
camundongo. Após 17 passagens, o vírus, denominado
17D, foi cultivado por 58 passagens em tecidos de embrião
de galinha e até a passagem 114, em tecidos de embrião
denervados.
Então, Theiler e Smith injetaram o vírus via IC em macacos
– mostrando uma acentuada redução no víscero- e
neurotropismo.
O vírus foi cultivado ainda até as passagens 227 e 229 –
estes forma usados para imunizar 8 voluntários humanos.
“Os resultados foram satisfatórios – não houve reações
adversas e todos soroconverteram em 2 semanas.”
Paciente Asibi, Dakar, 1935
1939 P Müller discovery of the insecticidal qualities and use of DDT for the control
of vector-borne diseases (yellow fever, dengue, malaria, typhus)
Paul Hermann Müller (1899-1965)
DDT (dichloro-dipheynl-tricholoethane)
vírus Chikungunya
Infecção pelo vírus Chikungunya
Os primeiros casos no Brasil => 2010 apresentaram os sintomas depois de
uma viagem à Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos,
esteve na Índia.
Em junho de 2014 => seis casos no Brasil de soldados que retornaram de
uma missão no Haiti.
Em 15 de outubro de 2014, foram confirmados 337 casos no país, sendo
274 apenas na cidade de Feira de Santana, na Bahia.
Em 2015 ocorreu um surto na América do sul nos primeiros quatro meses
deste ano com estimativa de 10 mil casos e 113 mortes.
Estima-se que 2.500 desses casos foram no Brasil, a maioria dos casos na
Bahia, Minas Gerais e São Paulo.
vírus Chikungunya – epidemiologia
Chikungunya
Infecção pelo vírus Chikungunya
Chikungunya aguda – sinais
Febre
Poliartralgias (pode haver inchaço)
Dor de cabeça
Dores musculares
Dor nas costas
Náusea
Vômito
Eritema
Poliartrite
Conjuntivite
Calafrios
Em crianças=> tende a ser mais grave.
Chikungunya crônica – sinais
 Poliartralgia => pode durar semanas a anos.
 Dores articulares até 2 anos
 95% dos adultos são assintomáticos
 Porém, a maioria se torna desabilitado por meses ou semanas => destreza
reduzida, perda de mobilidade, reações atrasadas.
 Dor articular recorrente ocorre em 30–40% dos infectados.
 Complicações raras: miocardite, meningoencefalite, hemorragias leves, uveite,
retinite. 
 Morte rara.
 However, increases in crude death rates have been reported during the 2004–
2008 epidemics. More than half of patients who suffer from severe chikungunya
fever are over 65 years old, and more than 33% of them die. Most of these
adults have underlying medical conditions and appear to be more likely to suffer
complications.
Chikungunya - sinais
Chikungunya – sinais
Dengue x Chikungunya
Chikungunya
evolução da infecção no hospedeiro
Chikungunya – diagnóstico
- Isolamento viral
- RT-PCR
- Sorologia (IgM e IgG)
- Coletar sangue na primeira semana
- IgM + ou aumento de títulos IgG ≥4 x
entre amostras coletadas nas fases
aguda e convalescente
Site recomendado:
http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=9722:chikungunya-photo-story&Itemid=41027&lang=en
O primeiro caso bem documentado do vírus Zika foi em 1964,
começando com uma leve dor de cabeça que progrediu para um
exantema máculo-papular, febre e dor nas costas.
Com dois dias, a erupção começou a desaparecer, e com 3 dias,
a febre desapareceu permanecendo apenas a erupção.
Sinais
-dor de cabeça leve
-exantema maculopapular,
-febre,
-mal estar,
-conjuntivite,
-artralgia.
Vírus Zika - é mais um Flavivírus !
Zikavírus – distribuição até 2007
Zikavírus – distribuição até 2015
Transmissão
É transmitida por mosquitos e foi isolado de um número de
espécies do gênero Aedes - Aedes aegypti, Aedes
africanus, Aedes apicoargenteus, Aedes furcifer, Aedes
luteocephalus e Aedes vitattus.
Patogenia
período de incubação extrínseca (em mosquitos) ~10 dias.
Os hospedeiros vertebrados=> macacos e humanos.
Acredita-se que infecte células dendríticas próximas ao lugar de
inoculação => nódulos linfáticos => na corrente sanguínea.
Tratamento/prevenção
Não há vacina.
Tratamento sintomático:
anti-inflamatórios não-esteróides
analgésicos não-salicílicos.
Diagnóstico diferencial de Zoster: atenção!
Vírus Zika
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13 aulamedicinadenguechikzika (1)

  • 1. Arbovírus e arboviroses Arbovírus (de “arthropod borne virus”) são vírus que podem ser transmitidos ao homem por vetores artrópodos. Os arbovírus pertencem a três famílias: 1- Togaviridae: Chikungunya, Encefalites equinas (Leste, Oeste, Venezuelana) 2- Bunyaviridae: Febre da Sandfly (mosquito pólvora), Febre do Vale Rift, Febre hemorrágica da Criméia-Congo 3- Flaviviridae: Febre amarela, Dengue, Zika
  • 2. Ciclos de Transmissão  Homem - artrópodo - homem  e.g. Dengue, Chikungunya, Zika, Febre amarela urbana.  Reservatório pode ser ou o homem ou o vetor artrópodo.  Pode haver transmissão transovariana.  Animal - artrópodo - homem  e.g. Encefalites equinas Leste e Oeste, Febre amarela silvática.  O reservatório é um animal.  O vírus é mantido na natureza em um ciclo de transmissão Emvolvendo o vetor artópodo e um animal. O homem se infecta incidentalmente.  Ambos ciclos podem ocorrer com alguns arbovírus, como a Febre amarela. Vírus Chikungunya
  • 5. Vetores artrópodos Mosquitos Chikungunya, Encefalite japonesa, Oeste do Nilo, Dengue, Febre amarela, Encefalites St. Louis, Equinas Leste, Oeste, Venezuelana. Carrapatos Febre da Criméia-Congo. Sandflies (mosquito pólvora) Febre da sandlfly siciliana, Febre do Vale Rift.
  • 6. Exemplos de vetores artrópodos Aedes Aegyti Alguns Carrapatos Phlebotomíneo (Sandfly, mosquito pólvora) Culex Mosquito
  • 7. Reservatórios Animais Em muitos casos, o reservatório verdadeiro não é conhecido. os seguintes animais podem ser reservatórios: Aves Encefalites Japonesa, St Louis, Oeste do Nilo, Equinas Leste, Oeste Suínos Encefalite Japonesa Macacos Febre amarela, Zika Roedores Encef. Venezuelana, Russian Spring-Summer
  • 8. Doenças associadas  Febre e eritema - usualmente inespecífico, lembrando influenza, rubéola, ou infecções por enterovírus.  Encefalites  Febre hemorrágicas
  • 9. Diagnóstico  Sorologia - comumente usada para o diagnóstico de arboviroses.  Cultivo - em camundongos ou várias linhagens de células podem ser usadas, incluindo células de mosquitos. Raramente usado, pois podem ser perigosos (patógenos de cat. 3 ou 4).  Testes de detecção direta: detecção de antígenos e ácidos nucléicos possíveis.
  • 10. Prevenção  Vigilância - da enfermidade e de vetores  Controle de vetores- pesticidas, eliminação de locais de procriação.  Proteção pessoal - triagem de casas, redes de dormir, repelentes  Vacinação - disponível para algumas como Febre amarela, encefalites Japonesa e Russa (carrapato)
  • 11. Família Flaviviridae, Gênero Flavivirus  Causa Dengue clássico (DC) e febre hemorrágica do Dengue (FHD)  É um arbovírus (transmitidos por mosquitos)  Possui 4 sorotipos distintos (DENV-1, 2, 3, 4) Vírus da Dengue
  • 12. Flavivírus - Organização do vírion RNA fita simples (+) prM Bicamada Lipídica E Nucleocapsídeo 3 prots estruturais 7 prots não- estruturais 30-50nm
  • 13.  Cada sorotipo confere imunidade sorotipo específica permanente e contra outros sorotipos, por curto período  Todos os sorotipos podem causar doença grave e fatal  Variação genética dentro dos sorotipos (Genótipos)  Alguns genótipos parecem ser mais virulentos e com maior potencial epidêmico  Novas infecções com outro sorotipo, entre 3 -15 mêses após a primeira infecção podem levar a dengue hemorrágico por desencadeamento de processo de hipersensibilidade. Vírus da Dengue
  • 14. ADSORÇÃO Vírus – Célula hospedeira via receptor celular CITOPLASMA MONTAGEM do nucleocapsídeo Diminuição do pH Fusão da membrana do vírus Prot. E sofre mudança conformacional Nucleocapsídeo é liberado no citoplasma DESNUDAMENTO ssRNA(+) genômico ssRNA(+) TRADUÇÃO Mediada pelo CAP CITOPLASMA poliproteína Proteínas Não-estruturais Proteínas Estruturais Proteases virais e celulares   Helicase + RNA polimerase RNA- dependente & Cofatores Progênies de ssRNA (+) Síntese de molde de ssRNA (-) ENDOCITOSE MORFOGÊNESE VIRAL Ocorre no RER LIBERAÇÃO Via secretora do Complexo de Golgi Replicação dos Vírus Dengue (monócitos, macrófagos, linfócitos B, células endoteliais e dendríticas
  • 15.  Mosquitos do gênero Aedes. Nas Américas: Aedes aegypti . Na Ásia: Aedes albopictus. Aedes aegypti Aedes albopictus Vetores Hospedeiros
  • 16.  O vírus Dengue é transmitido por fêmeas do mosquito infectado  Principalmente se alimenta durante o dia  Possui hábitos domésticos  Coloca os ovos e gera larvas preferencialmente em recipientes artificiais. Aedes aegypti
  • 18. (OMS,1997) Manifestações do Dengue Assintomática Sintomática Febre Indiferenciada Dengue Clássica (DC) Febre do Dengue Hemorrágico (FDH) com manifestações hemorrágicas Infecção por Dengue Sem Choque Com choque (SCD) sem manifestações hemorrágicas
  • 19.  Febre  Prostração  Cefaléia  Dor retro-orbital  Artralgia e mialgia  Náuseas/vômito  Anorexia  Rash  Manifestações hemorrágicas Rash Manifestações Clínicas do Dengue Clássico (DC)
  • 20. 99% das pessoas apresentam febre durante cerca de sete dias com início abrupto. 60% têm dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e músculos. 50% têm dor atrás dos olhos (retro-orbital); 50% têm prostação, indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos. 25% têm manchas vermelhas no tórax e braços. IMPORTANTE: A Dengue se diferencia de resfriados e gripes por não apresentar sintomas respiratórios. Dengue clássica - manifestações
  • 21.  Hemorragias na pele (ex: petéquias)  Gengivorragia  Sangramento nasal  Sangramento gastrointestinal  Hematúria  Fluxo menstrual aumentado Petéquias Manifestações Hemorrágicas do Dengue Clássico (DC)
  • 22.  Febre ou história recente de febre de até 7 dias  Trombocitopenia: plaquetas ≤100,000/mm3  Manifestações hemorrágicas  Evidências de permeabilidade vascular  Confirmação laboratorial durante períodos epidêmicos ou interepidêmicos O paciente deverá apresentar os seguintes critérios: A B PEI = A/B x 100 Efusão pleural Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) (OMS,1997)
  • 23.  Choque: ocorre entre o 3º e 7º dia de doença, precedido por um ou mais sinais de alerta.  Decorrente do aumento da permeabilidade vascular seguido de hemoconcentração e falência circulatória.  É de curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida após terapia anti-choque apropriada. Síndrome do Choque da Dengue (SCD)
  • 24. Resposta Imune nas Infecções por Dengue veisdeanticorposeantígeno IgM IgM IgG Infecção Primária (início dos sintomas) Infecção Secundária (início dos sintomas) Vírus Vírus NS1NS1 Tempo
  • 26. Coleta e Processamento de Amostras para o Diagnóstico Laboratorial do Dengue Tipo de Espécime Momento da Coleta Tipo de Análise Soro de fase aguda De 0-5 dias após o início dos sintomas Isolamento viral, métodos sorológicos, moleculares e captura de NS1 Soro de fase convalescente Entre os dias 6-21 após o início dos sintomas Métodos sorológicos
  • 27.  Isolamento Viral  Cultura de células de mosquito A. albopictus clone C6/36  Inoculação intratoráxica de mosquitos Toxorhynchites  Detecção de ácido nucléico viral  RT-PCR, PCR em tempo real  Sorologia  Mac-ELISA  IgG-ELISA  Captura de antígeno NS1  Kits comerciais  Histopatologia e Imunohistoquímica Diagnóstico Laboratorial - Dengue
  • 28. Cultura de células de mosquito A. albopictus clone C6/36 Inoculação intratoráxica de mosquitos Toxorhynchites Imunofluorescência Indireta Anticorpos Monoclonais tipo-específicos (Gubler et al., 1984) Isolamento Viral (Igarashi, 1978)
  • 29. Captura de anticorpos IgM (MAC-ELISA) 1 Captura IgM 2. Bloqueio 3. Soro 4. Antígeno 5. Anticorpo Secundário 6. Substrato Placa Anti-IgM Soro Paciente IgM Antígeno de dengue Anticorpo Secundário Substrato Sorologia
  • 31. Segunda etapa de amplificação – Nested PCR Amplicon DENV-1 (482 bp) D1 5’ 3’ TS1TS4TS3TS2 511 pb produto Amplicon DENV-4 (392 bp) Amplicon DENV-3 (290 bp) Amplicon DENV-2 (119 bp) Transcrição reversa e primeira etapa de amplificação cDNA produto 511 pb 5’ CAPSIDEO prM 5’3’ D2 DENV RNA 1 hora/ 42ºC 3’ 5’ 5’ 3’ D1 5’ 3’ 3’ 5’ 35 ciclos 30sec/ 94ºC 1 min / 55ºC 2 min / 72ºC 3’ RT- PCR para a tipagem dos vírus Dengue (Lanciotti et al, 1992)
  • 32. Segundo a OMS:  ~50 milhões de pessoas contraem a doença 500 mil são hospitalizadas (90% crianças) 24 mil óbitos  Cerca de 2,5 – 3 bilhões de pessoas vivem em risco de contrair a doença nos países onde o dengue é endêmico. Epidemiologia Dengue
  • 33. Distribuição global dos sorotipos de vírus dengue, 1970 Distribuição global dos sorotipos de vírus dengue, 2004 Mackenzie et al., 2004 Mudança na distribuição dos sorotipos de dengue nos últimos 30 anos
  • 34. http://www.paho.org/English/AD/DPC/CD/dengue.htm * Até a 25ª Semana Epidemiológica 0 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 BRASIL (560,000) ~90% 630,000 2007 BRASIL (734.384) 865.697 2008 ~85% BRASIL (332.083) 480.909 2009* ~69% 1.015.420 BRASIL (780,644) ~80% 2002 741,865 BRASIL (535,388) ~73% 1998 Casos de Dengue Clássico nas Américas, 1980–2009*
  • 35.
  • 36.
  • 37. Vacina contra a dengue? Dificuldades para o desenvolvimento de uma vacina   Vacinas: somente em 2016/2017  Falta de um modelo animal adequado que reproduza as formas clínicas da infecção  Presença de 4 sorotipos  Questionamentos quanto à eficácia e custo das vacinas oferecidas  Maior Desafio: Desenvolver vacina quádrupla combinada em uma única (tetravalente) Induza proteção permanente contra os 4 sorotipos Não pode induzir SDH se o vacinado for exposto! Não deve causar reações de hipersensibilidade.
  • 38. Febre amarela (1)  Regiões: oeste da África e América do Sul  Duas formas: urbana e silvática.  Forma silvática: mosquitos Haemagogus spp.  Forma urbana: mosquito Aedes aegypti.  Sinais clínicos: calafrios, febre e dor de cabeça, mialgia generalizada e sinais gastrointestinais.  Alguns: infecções assintomáticas ou doença febril indiferenciada.
  • 39. Família Flaviviridae, Gênero Flavivirus  É um arbovirus – protótipo da família  Transmitidos por mosquitos  Possui um só sorotipo Vírus Da Febre Amarela
  • 40. Organização da Partícula e Genoma Virais RNA fita simples (+) prM Bicamada Lipídica M E Nucleocapsídeo 3 prots estruturais 7 prots não- estruturais 30-50nm
  • 41. ADSORÇÃO Vírus – Célula hospedeira via receptor celular CITOPLASMA MONTAGEM do nucleocapsídeo Diminuição do pH Fusão da membrana do vírus Prot. E sofre mudança conformacional Nucleocapsídeo é liberado no citoplasma DESNUDAMENTO ssRNA(+) genômico ssRNA(+) TRADUÇÃO Mediada pelo CAP CITOPLASMA poliproteína Proteínas Não-estruturais Proteínas Estruturais Proteases virais e celulares   Helicase + RNA polimerase RNA- dependente & Cofatores Progênies de ssRNA (+) Síntese de molde de ssRNA (-) ENDOCITOSE MORFOGÊNESE VIRAL Ocorre no RER LIBERAÇÃO Via secretora do Complexo de Golgi Replicação Vírus da Febre Amarela (monócitos, macrófagos, linfócitos B, células endoteliais e dendríticas
  • 42. Patogenia – Febre amarela  Vírus replica em linfonodos e infecta células dendríticas=>  Vai ao fígado e infecta hepatócitos (provavelmente via células de Kupfer, indiretamente), o que leva a uma degradação eosinofílica destas e liberação de citocinas.  Massas necróticas (corpúsculos de Councilman) surgem no citoplasma dos hepatócitos.  Em caso de progressão fatal, ocorre choque cardiovascular e falha múltipla de órgãos, com nível muito elevado de citocinas (“citokine storm”) Fonte: Wikipedia
  • 43. Febre amarela (2)  Sinais:  PI 3 a 4 dias  Severamente infectados=> bradicardia icterícia hemorragias.  50% dos pacientes => doença fatal: hemorragias oliguria hipotensão.
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  • 47. Febre Amarela - áreas de risco
  • 48. Febre Amarela - áreas de risco
  • 49. Em áreas endêmicas, cada caso deve ser considerado suspeito pois pode contribuir para o alastramento da doença (6-10 dias depois de deixar a área infectada com sinais de febre, dor, náusea e vômitos). Vírus somente pode ser detectado até 6-10 dias do início. Confirmação por RT-PCR em busca do genoma viral. Isolamento viral – fácil: a partir de plasma em células BHK, Vero, LLCMK2 e outras Sorológico: ELISA para IgM específica. aumento no título de IgG específica ≥ 4 vezes Diagnóstico:
  • 50. A origem do vírus vacinal amostra 17D para febre amarela Vacinação: vacina produzida em embrião de galinha, com a amostra “Asibi 17D”. Indicação: pessoas em áreas endêmicas ou viajantes. 1935: a amostra “Asibi” ( do nome do paciente do qual o vírus foi isolado) foi adaptada em tecidos de embrião de camundongo. Após 17 passagens, o vírus, denominado 17D, foi cultivado por 58 passagens em tecidos de embrião de galinha e até a passagem 114, em tecidos de embrião denervados. Então, Theiler e Smith injetaram o vírus via IC em macacos – mostrando uma acentuada redução no víscero- e neurotropismo. O vírus foi cultivado ainda até as passagens 227 e 229 – estes forma usados para imunizar 8 voluntários humanos. “Os resultados foram satisfatórios – não houve reações adversas e todos soroconverteram em 2 semanas.” Paciente Asibi, Dakar, 1935
  • 51. 1939 P Müller discovery of the insecticidal qualities and use of DDT for the control of vector-borne diseases (yellow fever, dengue, malaria, typhus) Paul Hermann Müller (1899-1965) DDT (dichloro-dipheynl-tricholoethane)
  • 53. Infecção pelo vírus Chikungunya
  • 54. Os primeiros casos no Brasil => 2010 apresentaram os sintomas depois de uma viagem à Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia. Em junho de 2014 => seis casos no Brasil de soldados que retornaram de uma missão no Haiti. Em 15 de outubro de 2014, foram confirmados 337 casos no país, sendo 274 apenas na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Em 2015 ocorreu um surto na América do sul nos primeiros quatro meses deste ano com estimativa de 10 mil casos e 113 mortes. Estima-se que 2.500 desses casos foram no Brasil, a maioria dos casos na Bahia, Minas Gerais e São Paulo. vírus Chikungunya – epidemiologia
  • 56.
  • 57. Infecção pelo vírus Chikungunya
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  • 59. Chikungunya aguda – sinais Febre Poliartralgias (pode haver inchaço) Dor de cabeça Dores musculares Dor nas costas Náusea Vômito Eritema Poliartrite Conjuntivite Calafrios Em crianças=> tende a ser mais grave.
  • 60. Chikungunya crônica – sinais  Poliartralgia => pode durar semanas a anos.  Dores articulares até 2 anos  95% dos adultos são assintomáticos  Porém, a maioria se torna desabilitado por meses ou semanas => destreza reduzida, perda de mobilidade, reações atrasadas.  Dor articular recorrente ocorre em 30–40% dos infectados.  Complicações raras: miocardite, meningoencefalite, hemorragias leves, uveite, retinite.   Morte rara.  However, increases in crude death rates have been reported during the 2004– 2008 epidemics. More than half of patients who suffer from severe chikungunya fever are over 65 years old, and more than 33% of them die. Most of these adults have underlying medical conditions and appear to be more likely to suffer complications.
  • 61.
  • 62.
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  • 68. Chikungunya – diagnóstico - Isolamento viral - RT-PCR - Sorologia (IgM e IgG) - Coletar sangue na primeira semana - IgM + ou aumento de títulos IgG ≥4 x entre amostras coletadas nas fases aguda e convalescente Site recomendado: http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=9722:chikungunya-photo-story&Itemid=41027&lang=en
  • 69. O primeiro caso bem documentado do vírus Zika foi em 1964, começando com uma leve dor de cabeça que progrediu para um exantema máculo-papular, febre e dor nas costas. Com dois dias, a erupção começou a desaparecer, e com 3 dias, a febre desapareceu permanecendo apenas a erupção. Sinais -dor de cabeça leve -exantema maculopapular, -febre, -mal estar, -conjuntivite, -artralgia. Vírus Zika - é mais um Flavivírus !
  • 72. Transmissão É transmitida por mosquitos e foi isolado de um número de espécies do gênero Aedes - Aedes aegypti, Aedes africanus, Aedes apicoargenteus, Aedes furcifer, Aedes luteocephalus e Aedes vitattus. Patogenia período de incubação extrínseca (em mosquitos) ~10 dias. Os hospedeiros vertebrados=> macacos e humanos. Acredita-se que infecte células dendríticas próximas ao lugar de inoculação => nódulos linfáticos => na corrente sanguínea. Tratamento/prevenção Não há vacina. Tratamento sintomático: anti-inflamatórios não-esteróides analgésicos não-salicílicos. Diagnóstico diferencial de Zoster: atenção! Vírus Zika