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CAMINHO PARA DEUS
7º ano
Secretaria de
Educação
Prefeitura de
Petrópolis
Dr. Rubens Bomtempo
PREFEITO
Maria Elisa Peixoto da Costa Badia
Secretária de Educação
Jaqueline Azevedo de Assis
Subsecretária de Educação Infantil
Mônica Vieira Freitas
Subsecretária de Ensino Fundamental
Kelly Cristina Félix Gonçalves Grandi
Diretora da Casa de Educação Visconde de Mauá
Cristiane Noel Souza da Cruz
Coordenadora do Ensino Religioso
Colaboradores
Professora Anna Maria Nardi
Professora Maria Marta Cabral Camacho
Professora Maria Cristina Julio da Silva Amorim
Professora Maria Nilva Corsini
Professora Neide de Araújo Chaves
Monsenhor Paulo Elias Daher Chédier
Professora Cristiane Noel Souza da Cruz
Professora Pathricia Maria da Silva Bittencourt
Pe. João Rosa de Miranda
Professora Mariangela Monteiro Nascimento
Professora Aline Nonato da Silva
Professora Rita de Cássia de Freitas Cordeiro de Oliveira
Professora Roberta Mantovani Heinen
Coordenação
Professora Bianca Della Nina
Aulas de Ensino Religioso?
A educação da consciência religiosa é direito de todos. Para garantir esse direito, a Lei
de Diretrizes e Bases, artigo 33, apresenta o Ensino Religioso (ER) como parte integrante da
educação básica. Há quatro grandes temas que fundamentam esse ensino. São eles: a
compreensão da história, a interpretação da cultura, a busca de sentido e a compreensão da
experiência religiosa.
A compreensão da história
O fato religioso está presente em diferentes grupos, nações e períodos e quem não o
compreende também não compreenderá a história humana. A saga dos faraós do Egito, dos
imperadores romanos, dos índios americanos; as carrancas escandinavas e asiáticas; a
colonização do Brasil; a história da arte, da arquitetura; a relação entre sagrado e profano e
tantos outros aspectos culturais não seriam entendidos na sua essência sem o reconhecimento
do fato religioso. O ER oferece uma outra perspectiva para a análise da história.
A interpretação da cultura
A antropologia fala do processo espontâneo que se dá no interior das culturas, responsável
pela manutenção e transmissão das tradições de geração em geração. Quanto mais consciente
e intencional for esse processo, tanto mais serão fortalecidas a própria identidade cultural e a
capacidade de conviver com o diferente e respeitá-lo. O ER será responsável por desenvolver
essa competência da questão religiosa.
A busca de sentido
As perguntas fundamentais da existência humana - De onde vim? Para onde vou? etc. - não
são apenas capricho de mentes desocupadas. Elas compõem a busca necessária ao
desenvolvimento humano. O papel fundamental da educação é abrir possibilidades de
respostas, para que o sentido da vida vá além da própria vida. O objetivo do ER não é
responder às questões, mas criar condições para que essa reflexão se dê num ambiente
educativo onde haja espaço para o diálogo, o debate, a pesquisa e a síntese pessoal e
coletiva.
Compreensão da experiência religiosa
O que caracteriza a experiência é a mudança gerada na relação sujeito e fato
(acontecimentos). Toda grande mudança nasce de um momento interior, íntimo, vivido na
relação com o eu e o não-eu. Por isso, podemos dizer que a experiência corresponde sempre a
um aspecto de envolvimento pessoal e um aspecto de interpretação do que foi vivido. Paulo
Freire, sobre isso, diz o seguinte: “O homem é um ser que está no mundo e com o mundo. Se
apenas estivesse no mundo não haveria transcendência nem se objetivaria a si mesmo. Mas
como pode objetivar-se, pode também distinguir entre um eu e um não-eu. Isso o torna um ser
capaz de relacionar-se; de sair de si; de projetar -se nos outros; de transcender. Essas
relações não se dão apenas com os outros, mas se dão no mundo, com o mundo e pelo
mundo, nisso se apoiaria o problema da religião”. (FREIRE, 1981) A religiosidade é inerente ao
ser humano. Se não a educamos estamos empobrecendo a sua humanidade. Dessa forma, o
ER deve criar condições para que o educando possa interpretar suas experiências religiosas,
trazê-las ao nível consciente e, assim, gerar mudanças significativas na própria vida e nas
relações sociorreligiosas.
OLIVEIRA, Adalgisa A. Mundo Jovem. Ano XLI, nº 333, Fevereiro, 2003.
Apresentação
Hoje em dia, a lei brasileira garante o respeito a todas as religiões e culturas. Veja
o que diz a Constituição brasileira, a lei máxima que rege nosso país, assinada em 5 de
outubro de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e as suas liturgias.
Por isso, colocamos à disposição dos alunos da Rede Pública de Ensino de
Petrópolis um livro de orientação moral e religiosa para o Ensino Religioso do 6º ao 9º
ano.
A forma prática que achamos oportuna foi escolher textos próprios que ajudassem
no conhecimento e debates sobre os temas estabelecidos, seguidos de atividades e
dinâmicas.
A este livro denominamos: Caminho para Deus.
É uma oportunidade para proporcionar momentos de reflexão, de busca de
experiência espiritual que despertem maior amor a Deus e às pessoas.
Este tempo é de formação e preparação para a escolha de uma profissão. Para
isso, é preciso que conheçamos valores morais, éticos e religiosos para poder vivenciá-
los no dia a dia atual e no futuro.
Este caderno estrutura-se em quatro partes, a saber:
1) Textos e atividades que atendem aos conteúdos e objetivos do referencial
curricular. Os textos contemplam uma variedade de gêneros, como textos
religiosos, canções, fábulas, textos informativos, histórias em quadrinho,
charges, tiras, tabelas e gráficos a fim de subsidiar de forma ampla o trabalho do
professor;
2) Exemplos de vida, que expõem a história de pessoas que se tornaram
referências a serem seguidas por suas ações e por seus pensamentos;
3) Atividades interdisciplinares, que promovem a articulação com as demais
disciplinas do currículo.
4) Textos complementares, que podem ser utilizados pelo professor, conforme o
interesse e a necessidade da turma;
Sugestões de filmes, de documentários e de dinâmicas perpassam por todo o
conteúdo do livro de modo a oferecer ao professor uma maior variedade de recursos a
serem utilizados durante as aulas.
Face à variedade de textos, atividades e recursos oferecidos, faz-se necessário um
planejamento cuidadoso para uma utilização mais eficaz destas propostas aqui
contempladas.
SUMÁRIO
1. Conhecimento
1.1 Autoconhecimento 13
1.2 Conhecimento da realidade 18
1.3 Conhecimento do outro 25
2. A opção por Deus
2.1 O projeto de Deus 30
2.2 A falsa idolatria 34
2.3 O que é religião 37
2.4 Como surgiram as religiões 41
2.5 Líderes religiosos 47
3. Valores 52
3.1 Solidariedade 56
3.2 Gratidão 62
3.3 Verdade 64
3.4 Esperança 69
Exemplos de Vida 72
Atividades Interdisciplinares 75
Textos Complementares 78
Sugestões de Filmes 94
Referências 95
- 13 -
1 – Conhecimento
1.1 Autoconhecimento
AUTOCONHECIMENTO
Autoconhecimento é conhecer a si mesmo, as características da personalidade, os próprios
sentimentos, inclinações, gostos, preferências, necessidades, sonhos, etc. O
autoconhecimento é muito importante para a nossa vida. Quando nos conhecemos
compreendemos melhor nossas próprias atitudes. Somos capazes de nos perdoar, porque
somos capazes de reconhecer nossos erros e recomeçar. Quando compreendemos as razões
das nossas ações é muito mais fácil mudá-las quando preciso.
Texto 1: O leão e o mosquito
Certa tarde, numa floresta distante, o rei dos animais
ridicularizava impiedosamente um mosquito dizendo:
- Saia de perto de mim, seu inseto imundo, excremento
do esgoto! Bicho nojento!
Muito irritado, o pequeno mosquito resolve declarar
guerra ao leão:
- Não pense você que conseguirá intimidar-me com a
altivez de sua cabeleira e com a posição que ocupa na cadeia
alimentar. Você está enganado! Eu não tenho medo de você,
pois muito mais corpulento é o touro e eu o conduzo de
acordo com a minha vontade!
E, decidida, toma distância e num voo rápido e certeiro
atinge o rei dos animais bem no peito. E tem início a batalha!
O felino põe-se a rugir encolerizado, seus olhos saltam de raiva, a boca incha-se, as
presas ficam à vista e toda a floresta se afasta e se esconde em lugar seguro.
- 14 -
Quem diria... e tudo por causa de um mísero inseto! Um mosquito! E o mosquito
continuava a ofender o rei da floresta de todos os modos. Foram picadas nas costas, no
focinho, nas patas, barriga, entrava pelas narinas deixando o leão tão desesperado que, sem
controle, se arranhava, mordia sem parar.
E, no máximo de sua ira, numa investida final sobre o mosquito, erra o alvo e acerta a si
próprio, rasgando seu ventre. A fera ainda golpeia o ar e, furioso e inconformado, já exausto,
lança-se ao chão.
Após a batalha sangrenta, o mosquito, orgulhoso é vitorioso, sai cantando vitória... E na
vontade de contar a novidade a todos da floresta, em voo veloz e hilariante, o mosquito é
interceptado por uma simples e delicada teia de aranha. Apanhado, mantém-se imóvel
esperando pela morte, fim de suas aventuras.
Moral: É preciso acreditar em si mesmo, mas também reconhecer suas limitações e
buscar superá-las.
La Fontaine
ATIVIDADE
Pense nas suas limitações e crie estratégias de como superá-las:
Texto 2: IDENTIDADE
Às vezes nem eu mesmo
sei quem sou.
às vezes sou.
"o meu queridinho",
às vezes sou
"moleque malcriado".
Para mim
tem vezes que eu sou rei,
herói voador,
cowboy, lutador,
jogador campeão.
às vezes sou pulga,
sou mosca também,
que voa e se esconde
de medo e vergonha.
Às vezes eu sou Hércules,
Sansão vencedor,
peito de aço
goleador!
Mas o que importa
- 15 -
o que pensam de mim?
Eu sou quem sou,
eu sou eu,
sou assim,
sou menino.
Pedro Bandeira
ATIVIDADES
Reflita sobre as seguintes questões:
Como eu sou? Aceito-me ou não como sou? O que posso mudar para viver melhor? O
que os adultos pensam que sou?
A Partir destas reflexões crie um poema com a mesma forma e estrutura do poema
lido, tendo como título: QUEM SOU EU?
Texto 3: Sonhar é preciso
Sem sonhos, as pedras do caminho se tornam
montanhas, os pequenos problemas ficam insuperáveis,
as perdas são insuportáveis, as decepções se
transformam em golpes fatais e os desafios se
transformam em fonte de medo.
Voltaire disse que os sonhos e a esperança nos
foram dados como compensação às dificuldades da vida.
Mas precisamos compreender que sonhos não são
desejos superficiais. Sonhos são bússolas do coração,
são projetos de vida. Desejos não suportam o calor das
dificuldades. Sonhos resistem às mais altas temperaturas
dos problemas. Renovam a esperança quando o mundo
desaba sobre nós.
John F. Kennedy disse que precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca
foram. Tem fundamento seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a
emoção e produzem um agradável romance com a vida. Quem não vive um romance com sua
vida será um miserável no território da emoção, ainda que habite em mansões, tenha carros
luxuosos, viaje de primeira classe nos aviões e seja aplaudido pelo mundo.
Precisamos perseguir nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem que
ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas
sejam atingidas. Não se esqueça de que você vai falhar 100% das vezes em que não tentar,
- 16 -
vai perder 100% das vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não
ousar caminhar.
Como disse o filósofo da música Raul Seixas: “Tenha fé em Deus, tenha fé na vida,
tente outra vez...” Se você sonhar, poderá sacudir o mundo, pelo menos o seu mundo...
Se você tiver de desistir de alguns sonhos, troque-os por outros. Pois a vida sem
sonhos é um rio sem nascente, uma praia sem ondas, uma manhã sem orvalho, uma flor sem
perfume. Sem sonhos, os ricos se deprimem, os famosos se entediam, os intelectuais se
tornam estéreis, os livres se tornam escravos, os fortes se tornam tímidos. Sem sonhos, a
coragem se dissipa, a inventividade se esgota, o sorriso vira um disfarce, a emoção envelhece.
Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro
da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe
são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. Por isso, desejo sinceramente
que você...
Os sonhos e a juventude
Jovens, vocês não precisarão de sonhos se optarem por gastar o dinheiro dos seus
pais, explorá-los e achar que eles são obrigados a satisfazer seus desejos. Também não
precisarão de sonhos para dizer que eles são chatos, caretas, ultrapassados, controladores,
impacientes e incompreensivos.
Mas precisarão de muitas lágrimas para garimpar o ouro que se esconde no coração de
seus pais. Precisarão de sonhos para entender que eles não deram tudo o que vocês
quiseram, mas deram tudo o que puderam. Precisarão dos “sonhos sábios” para entender e
suportar os “nãos” dos seus pais, pois os “nãos” de quem os amam irão prepará-los para
suportar um dia os “nãos” da vida.
Precisarão de sonhos para descobrir que seus pais perderam noites de sono para que
vocês dormissem tranquilos, derramassem lágrimas para que vocês fossem felizes, adiaram
alguns sonhos para que vocês sonhassem.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o índice de desemprego entre os
jovens é altíssimo. Muitos não terão chance no mercado competitivo e agressivo. A situação
piora porque muitos estão despreparados para ousar, criar, empreender. Mas não tenham
medo. Saibam que seus pais e outras pessoas apostam em vocês, apesar das suas falhas;
acreditam em vocês, apesar dos seus defeitos.
Por isso, agora, vocês precisam de grandiosos sonhos para enfrentar a vida de peito
aberto, se preparar para trabalhar seus medos, vencer suas crises, superar sua passividade e
amar os desafios. Assim, escaparão do rol dos frustrados, sairão da sombra dos seus pais e
construirão sua própria história.
CURY, Augusto. Nunca desista de seus sonhos. Ed. Sextante, 2004.
NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS!
- 17 -
ATIVIDADE
Responda
Faça uma relação das coisas de que você já desistiu. Você pensaria em retomá-las? Como?
MINHA BANDEIRA PESSOAL
Faça um desenho de uma bandeira, no caderno, e divida-a em 6 partes
Lembre-se que a bandeira geralmente representa um país e significa algo da história desse país.
Nesta atividade cada um vai construir sua própria bandeira a partir das seis perguntas:
1-Qual o seu maior sucesso individual?
2- O que gostaria de mudar em você?
3- Qual a pessoa que você mais admira?
4- Em que atividade você se considera muito bom?
5- O que mais valoriza na vida?
6- Qual a sua maior dificuldade?
As respostas podem ser por intermédio de um desenho ou de um símbolo na área adequada. Os
que não quiserem desenhar poderão escrever, não esqueça de colocar o número correspondente a
pergunta.
Pintar e enfeitar como quiser a sua bandeira.
Compartilhar a bandeira com a turma.
Os alunos comentam o que mais chamou a atenção de cada um em sua própria bandeira e na dos
companheiros. Contar o que descobriu sobre si mesmo e sobre o grupo.
http://www.mundojovem.com.br/dinamicas/minha-bandeira-pessoal
Para aprofundamento do tema texto complementar:
- Por que falam tanto de nós? – pág.81.
Sugestão de filme: Um doce olhar (1h43min) – sinopse pág.97.
https://www.youtube.com/watch?v=h68gsvNP05M
- 18 -
1.2 Conhecimento da realidade
Texto 1: A violência
Drogas e violência são irmãs
“Os dados são assustadores: segundo dados do Ministério da Justiça, no Brasil, a cada
13 minutos uma pessoa é assassinada; 50% dos moradores das capitais evitam sair a noite
com medo de assaltos; o Brasil é o terceiro maior mercado de carros blindados no mundo.
Enfim, se continuássemos nessas estatísticas, ficaríamos literalmente assustados. Surge
então a pergunta: Qual a causa de tanta violência? É dever da sociedade e de cada um tentar
analisar as causas mais profundas desse problema que deixa a população amedrontada e as
instituições governamentais constantemente em pé de guerra.
FALTAM OPORTUNIDADES
Uma sociedade que não trabalha para eliminar as desigualdades sociais, acabará
pagando muito caro pelas consequências dessa situação injusta. Aquela roupa da moda, o
carro, a casa própria… tão enaltecidos pela propaganda e que muitos já possuem e usam
normalmente, tornam-se bens praticamente proibidos por uma fatia considerável de pessoas da
mesma sociedade que, por diversos motivos, não tem poder de compra.
Dessa forma, o cidadão, não tendo possibilidade de obter seus direitos, tenta consegui-
los apelando à violência. O mercado das drogas emprega, atualmente, milhares de crianças e
adolescentes, dando, embora de forma imprópria, uma esperança econômica para eles e para
toda a família. É dinheiro fácil que chega ao bolso do traficante através do dependente químico,
cliente fiel."
https://portaldovoluntario.v2v.net/posts/9728
ATIVIDADES
Responda
1. Você concorda com a afirmação: “Quem compra drogas financia a violência?” Por
quê? Você acredita que você possa ser vítima dessa violência?
2. O que você faria para ajudar alguém que caiu nas garras da droga?
- 19 -
Texto 2: A violência contra a mulher
O que faz com que um homem reaja violentamente contra uma mulher?
• A genética
• O machismo
• A educação
• As mulheres
• Os amigos
• A bebida
• O estado de ânimo do homem
• Insegurança
• Ciúme
• Todas as anteriores
• Nenhuma das anteriores
Acho que a melhor resposta para essa pergunta é: nenhuma das anteriores. Nada
justifica a violência que milhares de mulheres sofrem no mundo inteiro.
Por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos:
desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima
de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores. Esses dois últimos itens são os
maiores aliados desse crime contra as mulheres.
A falta de compromisso das autoridades e das próprias vítimas, o medo de denunciar, o
desconhecimento da lei ou a total ausência de normas que punam o delito, entre outras coisas,
são o que tornaram essa prática tão comum nas sociedades latino-americanas e em todos os
lugares do mundo marcados por uma conduta machista.
A violência contra a mulher se define por todo ato que possa resultar em dano ou
sofrimento físico, sexual ou psicológico. Ameaças, coação ou privação de liberdade, violência
doméstica e qualquer outro tipo de ação, crimes passionais, exploração sexual de mulheres e
meninas, violação, mutilação genital feminina, casamento precoce e forçado, infanticídio de
meninas, ataques com ácido, entre outros.
De acordo com a Organização das Nações Unidas “(…) uma em cada três mulheres é
maltratada e coagida a manter relações sexuais, ou submetida a outros abusos. Entre 30% e
60% das mulheres que já tiveram um parceiro sofreram alguma vez violência física ou sexual
por parte do companheiro, e 48% das meninas e jovens com idades entre 10 e 24 anos
afirmam ter tido suas primeiras relações sexuais sob coação”.
Como podemos observar, essa é uma realidade para mulheres de todo o planeta, o que
confirma a necessidade de intervenção dos estados, das autoridades, da sociedade, da família
e, acima de tudo, das próprias mulheres.
Esses dados são um chamado às mulheres que vivem esta situação e às que ocupam
cargos políticos ou posições de liderança, para que conscientizem o mundo sobre essa
realidade.
Este é um convite a todas as mulheres, para que superem seus medos, ergam a voz,
superem os preconceitos e façam valer seus direitos como seres humanos.
Se você for vítima de:
Lesões à integridade física, emocional e sexual – o que inclui socos, empurrões, puxões de
cabelo, beliscões, insultos, gritos, ameaças, humilhações e relações sexuais não consentidas,
por exemplo, a primeira
- 20 -
Coisa que deve fazer é:
Quebrar o silêncio e falar com alguém sobre essa situação. Esse “alguém” pode ser sua melhor
amiga, um parente, um vizinho ou as autoridades da sua cidade.
O silêncio é seu pior inimigo e um dos principais motivos de você estar passando por isso.
Em caso de agressão, tente sair de perto ou fugir do agressor. Chame a polícia, vá a um
hospital ou à casa de um amigo que possa ajudá-la. E, o mais importante, DENUNCIE.
É preciso mudar a mentalidade de todas as mulheres. Nada justifica esses atos. Nem o álcool
ou as drogas, nem o ciúme ou a insegurança, nem o amor ou a falta dele, nem a religião, a
raça ou os fatores econômicos.
Nada justifica e nenhum homem, por qualquer motivo, tem o direito de maltratar, agredir,
ameaçar ou insultar a mulher.
http://discoverymulher.uol.com.br/familia/atitude-e-superacao/violencia-contra-a-mulher/
ATIVIDADE
Reflita
Reflita e discuta sobre as questões abaixo:
a) Menino não chora.
b) Meninas brincam de boneca. Meninos só brincam de luta, guerrinha.
c) Mulher deve aprender a cozinhar, lavar e passar.
Texto 3: Violência na escola
BULLYING
Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de
intimidar ou agredir outra pessoa. Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que
se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas,
que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor
e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou
capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou
poder.
- 21 -
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os
agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e
crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a)
agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual,
ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto
no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode
ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não
admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se
negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou
supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos
pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a
violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No
espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica
contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando
sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com
sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de
relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a
vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia,
pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros
tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são
pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos
prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar
ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e
particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª
séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo
Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa
humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem
gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no
Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos
consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento
de ensino/trabalho.
A escola é lugar de formação da ética e da moral dos alunos, professores ou demais
funcionários.
A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se
manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não
deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos sujeitos ali
inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários.
- 22 -
Porém, o que vemos são ações coercitivas, representadas pelo poder e autoritarismo
dos professores, coordenação e direção, numa escala hierárquica, estando os alunos no meio
dos conflitos profissionais que acabam por refletir dentro da sala de aula.
Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades, a violência doméstica, os
latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder a
credibilidade quanto a uma sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento
social em iguais condições para todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos sociais.
Nas escolas, as relações do dia a dia deveriam traduzir respeito ao próximo, através de
atitudes que levassem à amizade, harmonia e integração das pessoas, visando atingir os
objetivos propostos no projeto político pedagógico da instituição.
Muito se diz sobre o combate à violência, porém, levando ao pé da letra, combater
significa guerrear, bombardear, batalhar, o que não traz um conceito correto para se revogar a
mesma. As próprias instituições públicas se utilizam desse conceito errôneo, princípio que deve
ser o motivador para a falta de engajamento dessas ações.
www.brasilescola.com/educacao/escola-x-violencia.htm
ATIVIDADE
Fale você
Que tipo de violência existe na sua escola? Promova uma campanha para a
conscientização da não-violência.
Texto 4: O mal se combate com violência?
Muita gente tem a ideia de que é preciso combater a violência com mais violência,
corrigir a injustiça castigando cruelmente os injustos, enfim, melhorar o mundo com armas e
guerras, e com o poder dos mais fortes. Poucas pessoas acreditam na força do amor.
No entanto, muitos homens e mulheres que realmente mudaram a sociedade humana
não possuíam exércitos nem mataram ninguém. Ao contrário: alguns até morreram pela paz.
Como eles conseguiram fazer isso em um mundo cheio de governos poderosos, armas
potentes, dinheiro em abundância? Acontece que os governos caem, as armas envelhecem, o
- 23 -
dinheiro acaba... mas a fé verdadeira, o exemplo do bem, as vidas de paz nunca se apagam do
coração humano.
Pense no exemplo do próprio Cristo: ele não comandava exércitos,
não era membro de nenhum governo. Mas seu amor foi tão grande, sua
morte pelo bem da humanidade foi tão impressionante, que até passamos
a contar o tempo, no Ocidente, em a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de
Cristo). A história ficou profundamente marcada pela sua passagem na
Terra.
Agora, pense no exemplo de Gandhi. Ao morrer, deixou um par
de óculos, um par de sandálias, uma túnica, um livro e uma roca de
tecer. Era tudo o que possuía. Mas sua ideia e sua prática da não-
violência não morreram: inspiraram o pacifista Martin Luther King e
muitos movimentos de paz em todo o mundo.
Essas pessoas ensinaram justamente que o maior poder do
mundo está no amor, a maior riqueza está na capacidade de perdoar e a
única maneira de corrigir a injustiça é sensibilizar o coração dos homens
para a justiça e converter pessoas injustas em pessoas justas.
Em vez de punir, é preciso educar. Antes de julgar com crueldade,
deve-se perdoar com misericórdia. Todo ser humano tem alguma coisa
divina dentro de si, e exemplos de amor profundo, como foram Jesus,
Gandhi e São Francisco de Assis, podem despertar a vontade de ser bom.
A violência para com aquele que é violento apenas desperta ainda mais
revolta.
Praticar não-violência não é aceitar tudo calado e deixar de
combater o que é errado: é lutar pelo que é certo, mas com os meios da paz. É tentar acabar
com o erro salvando a pessoa que está errada.
Praticar não-violência é lutar ainda mais ativamente contra o mal. A não-violência é
superior à violência. O perdão é bem mais poderoso que o castigo.
Praticar não-violência significa sofrer conscientemente, não se submetendo à vontade
do malfeitor, mas empenhando-se, com todo o ânimo e sem ódio, contra o tirano. Por meio da
não-violência, um só indivíduo - Gandhi - desafiou os poderes de um império injusto e salvou
muitas pessoas da injustiça.
Embora no século XX tenham ocorrido muitos movimentos pela paz, tivemos também
inúmeras e desumanas guerras, entre nações e dentro de nações. Neste início de milênio, a
violência continua presente em todos os setores da sociedade. O caminho para a paz parece
difícil, mas precisamos procurá-lo.
Autor Desconhecido
- 24 -
ATIVIDADES
Responda
1. Você concorda que seja possível lutar sem violência? Por quê?
2. Quais são as armas da violência? E quais são as “armas” da paz?
3. Para você, o que dá mais resultado: a violência ou a paz? Por quê?
Faça Você
Sob a orientação do(a) professor(a), façam uma oração pela paz. Cada um deverá
fazer uma reflexão íntima: Tem alguma coisa contra alguém? Consegue perdoar? O
que pode fazer em contribuição à paz?
Para aprofundamento do tema textos complementares:
- Regras para se tornar humano – pág.83;
- Os animais e a peste – pág.84.
Atividade interdisciplinar: Tô com fome! – pág.78.
- 25 -
1.3 Conhecimento do outro
Texto 1: Amizade: sinal de vida em mim, no outro, em nós...
Durante a guerra da Vietnã, uma granada explodira perto de um orfanato e muitas
crianças ficaram feridas. Dentre elas, uma menina de aproximadamente nove anos fora levada
às pressas ao hospital, pois perdera muito sangue e sofrera traumatismos. Foram feitos testes
em toda a equipe médica americana, mas o tipo sanguíneo de ninguém era compatível com o
da garota. Os médicos, tentando de toda forma salvar a menina, chamaram toda a população
local, contaram o ocorrido entre gestos e palavras, a fim de conseguir um doador. Depois de
um momento de silêncio, viu-se um braço levantar-se. Era um garoto de aproximadamente 12
anos. Os médicos o levaram às pressas para o hospital, terminaram os preparativos e iniciaram
a transfusão.
O garoto sentiu a agulha silenciosamente, mas, passado algum tempo, deixou escapar
um soluço e tapou o rosto com a mão. O médico perguntou se estava doendo e ele apenas
balançou a cabeça demonstrando que não. Os soluços aumentaram e o médico, preocupado,
chamou uma enfermeira vietnamita para tentar saber o que acontecia com o garoto. Após
algumas palavras e carinhos, a enfermeira voltou sorrindo e disse ao médico que ele estava
com medo.
- Medo de quê? – perguntou o médico.
- Medo de morrer. Ele não havia entendido o que estava acontecendo. Pensou que seu
sangue passaria todo para a menina e que ele morreria.
- Então, por que ele se ofereceu para a transfusão?
- Eu lhe perguntei a mesma coisa. Ele me olhou com um brilho diferente e disse:
- Porque ela é minha amiga.
MIRANDA, Paula. Mundo Jovem. Julho/2002, p. 21
- 26 -
ATIVIDADE
Responda
Você seria capaz de renunciar algo em benefício do outro?
Texto 2: Visita a feira de informática
Pedro é um aluno novato na turma e na escola que frequenta. Ainda se adaptando e
muito tímido só fez amizade com Victor. Depois de algumas semanas de aula, surge a
oportunidade de uma visita/excursão a uma feira de informática que está acontecendo na
cidade.
O problema surge quando Pedro vê que seu único amigo, Victor, apanha um objeto
exposto e guarda consigo. De volta à escola, parece que tudo correu da melhor maneira
possível. Os alunos retornam para suas casas, porém, a direção da escola recebe um
telefonema da pessoa responsável pela feira dando queixa do sumiço de um objeto.
A professora comunica e o fato é discutido com outros educadores da escola. A
professora, apesar de constrangida, expõe a situação à turma do dia seguinte e sugere que o
aluno que está de posse do objeto o devolva, e nada acontecerá. Caso contrário, o objeto
deverá ser pago aos expositores da feira e o valor rateado entre todos os alunos da turma.
Autor Desconhecido
ATIVIDADES
Responda
1. O que Victor deve fazer?
2. O final desta história é assim: "Victor prefere calar-se e deixar que todos
paguem o objeto roubado". Você percebe que Pedro ficou distante de toda a
situação. Pedro foi realmente amigo de Victor?
3. Qual seria a reação de um amigo verdadeiro ao se deparar com um problema ou
uma falha do outro?
Comente
“O tapa de um amigo é legal, mas o beijo de um falso amigo é mentiroso” Provérbios
27, 6)
Texto 3: Aceitando pelo o que é
- 27 -
O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: "Cachorrinhos a venda".
Esse tipo de anúncio sempre atrai às crianças e logo um menininho apareceu na loja
perguntando:
-"Qual é o preço dos cachorrinhos?"
O dono respondeu:
- "Entre R$ 30,00 e R$ 50,00".
O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas:
- "Só tenho R$ 2,37... posso vê-los?".
O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cadela correndo seguida por cinco
cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás. O menininho
imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando.
- "O que aconteceu com esse cachorrinho?", perguntou.
O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que
tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se
emocionou muito e exclamou:
- "Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!".
E o homem respondeu:
- "Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de
presente".
O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse:
- "Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros
cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês
darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo".
O homem respondeu:
- "Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de
correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos".
O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna
esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou
de novo ao homem e lhe disse:
- "Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém
que o entenda".
O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas... sorriu e
disse:
- "Filho, só espero e oro para que cada um destes cachorrinhos tenham um dono como
você".
Na vida não importa como és, mas importa que alguém te aprecie pelo que és, te aceite
e te ame incondicionalmente.
- 28 -
Autor Desconhecido
ATIVIDADES
1. Procure, no caça-palavras, o que os cristãos devem ser para os irmãos e o mundo.
A E D I O V I N T E R E S S E C A
R Z V S H D E D I C A Ç Ã O X T O
Z V S A L M O X V Z T U A P B C D
P W N M S E R V I Ç O X Z A P M L
X V B N K L P U Y A L E G R I A W
F E R M E N T O W Z A M I Z A D E
X V C B C O M P R E E N S Ã O Ç W
D F G H T Y U N I Ã O Ç A P O Q W
H J N M L W E R D O A Ç Ã O Q W S
2. Relacione valores necessários para que possa acontecer uma amizade de verdade:
3. Você já descobriu:
a) Os dons que recebeu de Deus? Quais são?
b) O que faz ou pretende fazer com eles?
EM POUCAS PALAVRAS
Leia e reflita sobre as citações abaixo:
“Se os amigos fugirem de mim, fugirão todos os meus tesouros”
Malba Tahan, pseudônimo de Julio César de Melo e Sousa, escritor e professor
brasileiro.
“Amigo verdadeiro é aquele que nos quer apesar de nada”
Luís Felipe Angell, o Sofocleto, humorista peruano.
O acaso nos dá parentes, mas a escolha nos dá amigos”
Júlio Dinis, escritor português.
“Amigo não é aquele que faz sorrir, e sim o que não deixa cair lágrimas.”
Anônimo
- 29 -
Para lembrar
Para aprofundamento do tema texto complementar:
- Um amigo de verdade – pág.85.
Tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas.
Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês
- 30 -
2 - A opção por Deus
2.1 O projeto de Deus
Texto 1: A Cruz, símbolo e sinal do amor de Cristo por nós
Era professor de natação. Certa noite, não conseguia dormir. Eu morava perto do
ginásio e como eu tinha a chave do ginásio para lá me dirigi. Fui até a piscina para nadar. Não
acendi a luz porque conhecia bem o lugar. Lá do céu, numa noite até agradável a lua cheia
brilhava através do teto de vidro iluminando o recinto.
Subi a escadinha do trampolim. Fiquei fazendo exercício de respiração. Fui até a ponta.
Abri meus braços. Fechei os olhos. Assim fiquei por uns tempos. Quando abri os olhos, reparei
que meu corpo fazia uma grande sombra na parede em frente. Com os braços abertos, a
silhueta de meu corpo formava uma magnífica cruz.
Em vez de saltar, fiquei parado contemplando aquela imagem... Nesse momento pensei
na cruz de Jesus e em seu significado.
Relembrei minha vida. Eu era cristão, e quando criança aprendi que Jesus tinha morrido
na cruz para nos salvar. Mas tudo isso já havia passado. Agora se colocava só como uma
lembrança antiga embora boa.
Não sei por quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos
em forma de cruz. Pensando. Pensando.
Eu não mergulhei na piscina, como fazia sempre. Afastei-me do trampolim, desci a
escadinha. Ia embaixo mergulhar na água. Movi minha perna direita para tocar na superfície da
água para quebrar um pouco o frio da água. Não consegui... Desci mais.
Também não. Só então percebi que haviam esvaziado a piscina naquela tarde. E eu nem havia
percebido!
Tremi todo e senti um calafrio percorrer toda a minha espinha. Meu coração começou a
disparar em meu peito.
Se tivesse saltado naquela noite, teria sido meu último salto.
Voltei para casa ainda impressionado. A imagem da cruz que minha figura compôs à luz
do luar, havia salvado minha vida.
Fiquei muito agradecido a Deus, que por me amar permitiu que eu continuasse vivo.
Tomei consciência de que não somente a minha vida física, mas meu espírito também
precisava ser salvo. Eu que há tanto tempo estava afastado de Deus.
Aquela noite foi o início de um retomo para a vida religiosa.
Monsenhor Paulo Daher
- 31 -
ATIVIDADE
Pesquise/entreviste
Uma pessoa que testemunhe a presença de um sinal de Deus em sua vida:
Texto 2: Senhor Deus, enfim, te encontro
Um dia me perguntaram se em Deus eu acreditava. Eu não lhes respondi da maneira
que eu pensava: “Entre a lua e as estrelas, num galope, num troféu, pisando nas nuvens
brancas, eu vi Deus passar no céu...”
Todo dia existe Deus num sorriso de criança, no canto dos passarinhos, num olhar,
numa esperança... Na harmonia das cores, na natureza esquecida, na fresca aragem da brisa,
na própria essência da vida. No regato cristalino, pequeno servo do mar, nas ondas lavando as
praias, na clara luz do luar.
Na escuridão do infinito, todo ponteado de estrelas, na amplidão do universo, no
simples prazer de vê-Ias. Nos segredos desta vida, no germinar da semente, nos movimentos
da Terra, que gira incessantemente.
No orvalho sobre a relva, na passarada que canta, no cheiro que vem da terra e no sol
que se levanta. Nas flores que desabrocham, perfumando a atmosfera, nas folhas novas que
brotam, anunciando a primavera.
Deus é a Paz, a Esperança, é o alento do aflito, é o criador do universo, da luz, do ar,
do infinito. Deus é a justiça perfeita, que emana do coração: ao perdoar quem O ofende, ele é o
próprio perdão. Será que você não viu o rosto calmo de Deus, no colorido mais belo dos olhos
dos filhos seus?
Eu sei que não me enganei em tudo que lhes dizia: Deus é a paz, é o amor, Deus é a
eterna poesia. Deus é constante, é perene, é divino de tal sorte, que sendo a essência da vida,
é o descanso da morte.
Não há ida sem volta, e nem há volta sem ida. A morte não é a morte, é só a porta da
vida. No ciclo da natureza, nesse ir e vir constante, no broto que se renova, na vida que segue
adiante.
- 32 -
Em quem semeia a bondade, em quem ajuda o irmão, colhendo felicidade, cumprindo a
sua missão. No suor de quem trabalha, no calor duro da mão, no homem que planta o trigo, no
trigo que faz o pão.
VOCÊ PODE SENTIR DEUS PULSAR EM SEU CORAÇÃO.
Otávio e Roberto Barbosa
ATIVIDADE
Crie
Com base no texto e no seu dia a dia, crie um acróstico com a expressão “Presença
de Deus”:
Texto 3: O que nos diz o livro Gênesis?
“Tal é a história da criação dos céus e da terra.” (Gn 2, 4a). O primeiro livro da Bíblia
nos fala da origem, isto é, o início de tudo e afirma que tudo foi criado por Deus e que tudo é
bom, pois tem sua origem em Deus: “e Deus viu que tudo era bom.” Portanto, Gênesis 1 nos
ensina:
1º) Que Deus ao criar não precisa de nada. Ao contrário do pedreiro, que para fazer uma casa
precisa de areia, tijolo, cimento, etc. Deus cria por meio de sua Palavra: “E Deus disse – ‘faça-
se a luz’ – e a luz foi feita.” (1,3) Deus cria tudo a partir do nada. Deus é a origem de tudo;
2º) “Deus viu que tudo era bom” (vers. 4. 10b. 12b. 18b. 21b. 25b.) Deus é bom, cria por amor e
tudo o que vem de Deus é bom. A criação é boa, a natureza é boa, tudo o que existe é bom;
3º) Somente no quarto dia é que Deus cria o sol e a lua, para presidir o dia e a noite, de modo
que por “dia” podemos entender que Deus criou tudo em etapas. Primeiro o reino mineral,
depois o vegetal, o animal e como parte deste, depois de uma reflexão do próprio Deus –
“façamos o homem a nossa imagem e semelhança” – criou o homem como obra prima, a quem
Deus confiou o cuidado e o governo de tudo e Deus observou “que tudo é muito bom.”
Por fim, Deus descansa da criação e confia seu cuidado ao homem. Agora depende do
ser humano manter e fazer crescer tudo o que Deus entregou sob o seu domínio. Infelizmente,
sabemos que o homem pecou e, com isto, não consegue corretamente governar o que Deus
criou.
Assim nós devemos cuidar bem de tudo, pois tudo é dom de Deus e para o uso do ser
humano.
Pe. João Rosa
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Teto da Capela Sistina - A Criação de Adão (Michelangelo)
O propósito de Deus sobre todas as coisas
Ao criar todas as coisas, Deus teve sempre um propósito, um objetivo.
Conosco não é diferente! Não fomos criados por Deus para simplesmente vivermos
da maneira como quisermos, comermos, brincarmos, estudarmos. Ele tem planos
para cada um de nós, planos estes que cabe a nós realizarmos, segundo a Sua
vontade.
“Eu é que sei que pensamentos tenho de vós...”
Você pode imaginar então que pensamentos e planos Deus tem para você?
ATIVIDADES
1. Liste, pelo menos, 5 planos de Deus para você.
2. Divida a turma em grupos e peça que cada um elabore um cartaz sobre a criação.
Para lembrar
Para aprofundamento do tema texto complementar:
- Honestidade – pág.86.
O Bem que se faz num dia é semente para
felicidade no dia seguinte.
Dalai Lama
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2.2 A falsa idolatria
Sagrado significa santo, separado, especial. É algo ou alguém que incentiva nossa
vida sempre para o melhor. É como um pensamento ou sentimento que nos anima a
caminhar sempre para frente.
Texto 1: Religião e forma de ver e viver bem
Todas as religiões apresentam o lado da vida que não vemos, mas que mostram um
Ser Superior que cuida de nós. E o percebemos em todos os momentos de nossa vida. Isto
quando estamos ocupados com o que precisamos para manter nossa vida. Mas também em
momentos em que olhando para dentro de nós mesmos ocupamos pensamentos e
sentimentos em Alguém que pensa em nós e cuida de nós.
Por outro lado, quando idolatramos ou adoramos coisas passageiras, como bens
materiais, artistas ou modismos, desrespeitamos a santidade das coisas sagradas e violam-
se regras religiosas.
A manifestação do espírito religioso
A vida religiosa começa quando nós aceitamos a presença de um Ser Superior que
quer participar de nossa vida.
As três grandes religiões monoteístas (que acreditam num só Deus): judaísmo,
cristianismo e islamismo, consideram sagrados e dignos de respeito alguns lugares,
templos e pessoas. Seus seguidores se reúnem nestes lugares sagrados para suas
celebrações religiosas, comemorando suas datas especiais.
Como o Ser Superior (ou Deus) se comunica às pessoas
Os judeus e cristãos encontram no livro Sagrado da Bíblia que Deus cria o ser
humano à sua imagem e semelhança (Gn 1,26). Isto significa também para as grandes
religiões que cada pessoa é única e participa do caráter sagrado da vida divina.
Por isso mostram o aspecto sagrado do ser humano e afirmam que todos os
indivíduos devem ser respeitados e convivam em paz.
Devemos respeitar as pessoas e seus direitos como seres humanos mesmo com suas
diferenças culturais, religiosas, origem ou condição social.
Vivemos entre seres humanos que merecem ser sempre respeitados
A maneira de manter nosso relacionamento com o Ser Superior está ligada, pois ao nosso
bom relacionamento com as pessoas. Na Bíblia dos cristãos e nos livros sagrados das religiões só
estará unido ao Ser Superior se se aceitar conviver bem com todos.
Vida humana iluminada pela presença do divino
Quem tem fé e acredita em Deus, transforma toda a sua vida. Sua maneira de viver não
deve só ser vista pela forma como participa de celebrações religiosas (orações, cultos). Claro
- 35 -
para isso há lugares próprios para esses momentos. São os templos ou lugares especiais ou
momentos (datas) para essas ações sagradas.
Mas a maneira de pensar, sentir e agir segue o que o espírito religioso pede de cada um.
Se tenho fé em Deus e numa vida superior e eterna (como aceitam os cristãos) o meu dia será
conduzido por tudo que ouço e aprendo como orientação de minha fé. Isso comigo mesmo, em
minha família, no exercício de minha profissão e na sociedade.
Quem tem religião e quem não tem religião deve respeitar a maneira de viver do outro.
Respeitamos a maneira de falar das várias regiões, a maneira de vestir, os hábitos, as diferenças
das raças e línguas. Devemos também respeitar as diferenças na fé, na vida religiosa, naquilo que
não ofende ninguém, nem prejudica a vida dos outros.
Adaptado INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter-
religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004.
ATIVIDADES
Reflita
A educadora e filósofa Tânia Zagury realizou uma pesquisa sobre a adolescência e sua
relação com a escola, a família, a religião, o sexo, a política. Em sete capitais e nove cidades
do interior do Brasil, fez diversas perguntas aos próprios adolescentes.
Imagine que você foi entrevistado pelos pesquisadores de Tânia Zagury. Responda em grupo
a cada uma das perguntas da pesquisa.
- 36 -
1. Discuta os resultados da pesquisa.
2. Qual a diferença entre “ter religião” e “ser religioso”?
Responda e justifique
1. Pode existir uma religião que não tenha nenhuma referência ao sagrado?
2. O ser humano pode ser considerado sagrado?
3. Uma religião que dá mais importância aos ritos e regras do que às pessoas é uma
verdadeira religião?
4. Você acredita que as religiões conseguem conduzir seus seguidores para a paz?
Por que, então, acontecem guerras, às vezes, por motivos religiosos?
Reflita
Imagine que líderes políticos de todo o mundo se reuniram para discutir e aprovar a
resolução abaixo:
“A paz é considerada efetivamente direito e dever de todas as pessoas e nações.
Cada cidadão do mundo terá direito à paz. E os cidadãos do mundo todo terão a
obrigação de preservá-la.
Os governantes de cada nação jurarão esse compromisso pessoalmente diante dos
demais cidadãos do mundo.
As entidades internacionais, juntamente com a “Nova Organização das Nações
Unidas pela Paz”, zelarão pelo cumprimento efetivo desta resolução”.
 Você foi convidado para criar um símbolo para a Nova Organização das Nações
Unidas pela Paz. Desenhe-o.
 Você agora vai fazer parte de uma comissão responsável por tornar viável essa
resolução. Escreva três iniciativas que os governantes devem tomar para garantir
que a paz exista efetivamente no mundo todo.
INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter-
religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004.
- 37 -
2.3 O que é religião
Texto 1: Religião de costume ou religião de escolha?
Observa-se, hoje, uma grande valorização das diferentes culturas e formas de
manifestação do humano. Vêm se ampliando, também, o reconhecimento e o respeito pelas
diferentes religiões e suas maneiras de vivenciarem e de se relacionarem com o Supremo e o
Transcendente. Esse reconhecimento e valorização da diversidade religiosa têm possibilitado
um questionamento maior em relação à liberdade religiosa e à consequente escolha.
Cristianismo - Judaísmo – Hinduísmo – Islamismo - Budismo
Segundo a Constituição brasileira, cada indivíduo tem direito à livre escolha de sua
religião. Como é entendido, o respeito pela denominação religiosa e o poder religioso sobre os
sujeitos são influências que interferem na liberdade religiosa de cada um. Esta liberdade se vê
vinculada a uma série de preceitos e doutrinas. Muitos desses sujeitos ainda não sabem como
lidar com isso.
Estudos atuais sobre os fenômenos religiosos têm fortalecido o conhecimento e o
reconhecimento das diferentes religiões. Esses estudos têm apresentado uma reflexão mais
clara e de muito respeito para com a identidade religiosa de cada sujeito. O surgimento de
novas religiões, o pluralismo religioso, a presença pública das religiões na sociedade vêm
BONDADE
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de
sua pele, ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas
aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar,
pois o amor chega mais naturalmente ao coração
humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser
oculta, jamais extinta.
Nelson Mandela
- 38 -
contribuindo para o livre arbítrio, compreendendo melhor até mesmo os que se dizem sem
religião.
Entre a herança e a liberdade
Sabe-se que, apesar de predominar a religião de costume, no Brasil, existem religiões
que primam pelo ato da escolha. Encontram-se, sobretudo, hoje, denominações religiosas que
criam seus filhos em meio a uma liberdade muito tranquila, possibilitando uma escolha e opção
desejada. Conforme Reginaldo Prandi a religião que se professa hoje já não é aquela na qual
se nasce, mas a que se escolhe. A religião que alguém elege para si, hoje, escolhida de uma
plural idade em permanente expansão, também não é necessariamente mais a que seguirá
amanhã.
Segundo o padre José Ivo Follmann, estudioso em Ciências das Religiões, existem
quatro tipos de religião: 1) religião de herança vivida como um costume ou tradição; 2) religião
de herança, mas assumida em seu conteúdo fundamental através de formação, escolha e
consciência; 3) religião de herança, mas onde o sujeito vive numa atitude de abertura e busca,
experimentando outras religiões ou mesmo escolhendo, por opção, outra; 4) sem religião de
herança, podendo escolher, ou não, a sua religião na fase adulta.
Muitas religiões colocam as pessoas numa espécie de "horizonte fechado" desde o
nascimento, não possibilitando alternativas. O indivíduo é marcado pela religião de seus pais e
deve carregá-la consigo até o fim da vida e passá-la adiante. Não fazendo isto, sente-se
culpado e considerado infiel, pois não segue os costumes. A religião de costume tende a se
esvaziar no seu conteúdo e, sem um bom trabalho de formação, acaba limitando a consciência
religiosa.
A função do Ensino Religioso
Há casos em que a identidade religiosa é cultivada autenticamente desde o nascimento.
Em algumas religiões de matrizes africanas, os conhecimentos religiosos são passados de pai
para filho, ou seja, na gestação a criança já vai sendo preparada nas futuras obrigações e
responsabilidades religiosas. Na religião Católica, também, os pais procuram batizar seus filhos
logo ao nascer. Como bons religiosos, até a idade adulta são conduzidos a seguir os exemplos
dos pais e mães. São encaminhados sob orientações e costumes religiosos gerais como: ser
batizado, fazer primeira comunhão, receber a crisma, entre outros sacramentos.
Observando as leis e critérios em que cada religião se fundamenta, vemos claramente
que os sujeitos, na grande maioria, nascem num berço já determinado com uma opção
religiosa ou por algum costume religioso. Muitos dão continuidade, mas outros, ao chegarem à
idade adulta, preferem o ato da escolha de sua opção pessoal. Embora haja grande respeito
pela tradição religiosa dos pais, muitos jovens e adultos deixam para trás essa herança,
buscando outros costumes religiosos.
O Ensino Religioso nas escolas é convocado, por lei, a exercer um papel importante em
todo o Brasil. Hoje já há explícita mudança na maneira de ver o Ensino Religioso não mais
restrito a uma determinada orientação religiosa, mas observa-se um grande esforço em
apresentar e estudar a diversidade religiosa nas escolas. Este fato, sem dúvida, estará
contribuindo com a livre escolha e o respeito por todos os costumes religiosos.
Dessa maneira vemos a grande importância do diálogo com o diferente. O diálogo inter-
religioso é uma prática fundamental na vida de todos os sujeitos. O conhecimento sobre as
diversas religiões e o diálogo ajuda a fortalecer a identidade religiosa, além de possibilitar
grande estímulo para a religião de escolha. Aqueles que vivem a sua religião só por costume
ou tradição acabam não tendo coragem de dialogar sobre a mesma, perdendo a oportunidade
de conhecer e aprender a respeitar a dos outros.
Adevanir Aparecida Pinheiro, coordenadora dos projetos no Programa Gestando O Diálogo Inter-
Religioso e o Ecumenismo, da Unisinos em São Leopoldo, RS. Mundo Jovem. Junho/2006.
ATIVIDADES
1. Em que medida a família influencia na escolha da religião?
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2. A liberdade de escolha religiosa entre os jovens pode levar a uma opção de interesse e
não de compromisso?
3. Em que medida e em que oportunidade os jovens estão estudando e debatendo a questão
religiosa para uma opção consciente e fundamentada?
4. Escreva perguntas e curiosidades que você tem sobre religião:
Texto 2: Os significados da palavra religião
Retomar a ligação com Deus
Não há acordo entre os estudiosos da religião sobre a etimologia da palavra "religião".
Muitos afirmam que ela vem do termo latino religio, que por sua vez deriva do verbo religare.
Neste sentido, religião é o conjunto de vínculos que nos religam a Deus.
O ser humano, de acordo com essa concepção de religião, é alguém que se separou de
Deus. A religião serviria para nos ligar novamente a Deus.
Ler os livros divinos
Outros estudiosos afirmam que a palavra religião deriva do verbo relegere, que significa
"reler". Deus se manifesta à humanidade por meio da palavra. A pessoa religiosa deve ler e
reler os textos sagrados para entender o plano de Deus e, a partir daí, reorientar sua vida.
A reeleição de Deus
Há ainda aqueles que consideram que o termo religião está relacionado a reeligere, que
significa "reeleger". Nesta acepção, os homens e as mulheres são vistos como seres que
sempre pecam. Mas apesar disso, depois do pecado que nos separa de Deus, queremos voltar
a ele. Portanto, reelegemos Deus para dirigir nossa vida.
Relação com Deus, a realidade suprema
Santo Tomás de Aquino, filósofo do século XIII, resume todas essas definições na
palavra relação. Para Santo Tomás, religião é a relação dos seres humanos com Deus.
Uma definição bastante aceitável de religião, hoje, é: "a aceitação de uma realidade
suprema que dá sentido a tudo, à vida, ao mundo e à história".
A partir dessa definição é possível classificar as religiões que existem.
Classificação das religiões
É possível classificar as religiões de diversas formas. Aqui, vamos usar a mais simples, que
divide as religiões em:
 Literárias: baseiam-se em geral na palavra, em um texto. Essa é a forma como os
deuses dessas religiões se revelam.
O cristianismo, o judaísmo e o islamismo são os exemplos mais evidentes de
religiões reveladas. A Bíblia, a Torá e o Corão são, respectivamente, seus livros
sagrados.
 Não-literárias:não possuem um texto com revelações e dogmas, pois baseiam-se
sobretudo na tradição. Os deuses dessas religiões são em geral elementos da
natureza ou do próprio cosmo.
As crenças e preceitos das religiões não-literárias são transmitidos oralmente, de
geração a geração.
SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo:
Scipione, 1997.
Reflita
Há um ditado popular que afirma: "Gosto e religião não se discute".
· Converse com três pessoas e anote suas opiniões a respeito desse ditado.
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· Depois, compare suas anotações com as de alguns colegas e, em grupo, elabore um texto
sobre o assunto.
Texto 3: Religiosidade e Religião
Religiosidade é própria ao ser humano, isto significa que ele nasce com esta
dimensão.
A religiosidade pode ser desenvolvida de uma forma positiva a partir da
educação ou formação do senso ético. Essa educação pode acontecer principalmente
na família e na comunidade religiosa. Se refere a uma das forças mais profundas de
movimentação humana e intensa busca pelo sentido de tudo que nos cerca.Trata-se de
uma percepção e uma conexão com a Vida que procura captar, fruir e proteger tudo
aquilo que ultrapassa a materialidade e imediaticidade do Mundo.
Religião significa religação do ser humano consigo mesmo, com os outros, com
a natureza, com o sagrado e com o transcendente. É a maneira concreta de vivenciar o
sentimento religioso por meio das práticas religiosas ou espiritualidades, dos ritos ou
cerimônias, símbolos, textos sagrados e normas éticas de conduta.
Muitas religiões contribuem para a humanização das sociedades humanas
quando buscam ajudar as pessoas a serem felizes e solidárias umas com as outras,
bem como, quando promovem a defesa da vida, do bem comum, da justiça, da paz, da
fraternidade e do respeito entre todos os povos.
A religião faz parte da vida de muitas pessoas, sendo um valor importante para
elas. Todas as pessoas, não importa a religião que professam, merecem nosso
respeito e consideração.
Adaptado de Borres Guilouski
http://edmaatividadesbiblicas.blogspot.com/2011/03/religiosidade-e-religiao.html
CORTELLA, Mario Sergio. Educação, Ensino Religioso e formação docente. In. SENA,
Luzia (org.) Ensino Religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em
diálogo. São Paulo: Paulinas, 2006.
ATIVIDADES
1) O que é religião? E religiosidade?
2) Como as religiões podem contribuir para a humanização das sociedades humanas?
3) Você conhece ou frequenta alguma religião ou igreja? Cite um ensinamento
importante desta religião ou igreja que ajuda as pessoas serem mais éticas:
4) Reflita: o desamor, a intolerância e outros males estão relacionados à falta de
religiosidade?
Para aprofundamento do tema texto complementar:
- O que é compaixão? – pág.87.
- 41 -
2.4 Como surgiram as religiões
Texto 1: Como surgiram as religiões
Não se conhece uma época ou civilização que não tenha religião. Ao longo do
Paleolítico - período que se iniciou há dois milhões de anos e terminou há dez mil anos - o
homem pré-histórico elaborou formas de lidar com o desconhecido que revelam que ele
acreditava num mundo sobrenatural e em poderes mágicos. Há pelo menos duas evidências
sobre isso:
 A primeira são os desenhos que os primeiros humanos faziam nas cavernas, que era uma
forma de lidar com o desconhecido.
 A outra evidência é o sepultamento dos mortos, mais uma indicação de que a crença na
existência de um mundo transcendental surgiu com o próprio ser humano.
O homem de Neanderthal, há cem mil anos, também manifestava preocupação com o que
haveria além da morte. Quando sepultavam alguém, os neandertaloides punham junto objetos
que o morto pudesse precisar na outra vida.
Há também algumas pinturas em pedra que expressam a preocupação do homem pré-histórico
com o além.
O pastoreio, a agricultura e as religiões
As condições de vida no Neolítico, há 10 mil anos, fazem surgir dois tipos de religião:
O primeiro é a religião dos povos pastores, que de um modo geral, acreditavam na
existência de deuses celestes. Lá do céu os deuses-astros acompanhavam a procura e a
localização dos pastos férteis para os animais. Escutar e interpretar os sinais do céu era vital
para esses povos. Os sinais divinos, que passaram a ser anotados, iam se transformando num
texto. Daí a importância da palavra, característica das religiões de origem pastoril.
O segundo tipo de religião é a dos povos agrícolas. Eles acreditavam que os deuses
eram a própria natureza e que os ciclos das estações e a fertilidade da terra eram
manifestações divinas. A dependência dos fenômenos naturais fez com que valorizassem e
transmitissem cada aprendizado sobre os desígnios da natureza. Por conta disso, a tradição se
transformou no valor fundamental das religiões desses povos.
Autor desconhecido
ATIVIDADES
1. Podemos afirmar que o homem pré-histórico acreditava na existência de um mundo
transcendental?
2. Explique como os povos pastores construíram seu sistema de crenças.
3. Em que os povos agrícolas se basearam para expressar sua religiosidade?
Texto 2: Religiões e seitas no mundo
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Religiões existem milhares, de acordo com o seu próprio jeito de reverenciar uma
divindade e de se posicionar no mundo, receberão nomes diferentes e seguidores próprios.
Vejamos algumas das principais religiões e seitas no mundo:
Afro-tradicionais - religião tradicional do continente africano. Tem como principal
característica a ausência de um livro sagrado, baseando-se em mitos e rituais que são
transmitidos oralmente. Suas crenças e costumes têm mais a ver com a experiência
diária do que com princípios morais de salvação espiritual. Apesar de se acreditar em
um Deus supremo, é dada uma atenção maior a espíritos secundários, principalmente
espíritos ancestrais, líderes ligados a algum clã ou tribo. Com a colonização europeia,
iniciada no século XVII, o contato com o islamismo e o cristianimo alterou algumas
concepções das religiões africanas tradicionais, ocorrendo o sincretismo religioso, ou
seja, a mistura de uma religião com outra. No Brasil as religiões afro-brasileiras
organizaram-se nas últimas décadas do século XIX, no período final da escravidão.
Estas formaram-se em diferentes regiões e estados do Brasil e em diferentes
momentos históricos. Como exemplos delas, temos o candomblé e a umbanda.
Budismo - religião fundada por Siddharta Gautama - o Buda - na Ásia Central, por
volta de 563-483 a.C., surgindo a partir do hinduísmo como um caminho individual para
a salvação. Segundo o budismo, todas as ações têm consequências, o princípio
propulsor por trás do ciclo nascimento-morte-renascimento são os pensamentos do
homem, suas palavras e seus atos (carma). Os ensinamentos básicos do budismo são:
evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de
sofrimento, samsara, despertando no praticante o entendimento da realidade última - o
Nirvana.
Catolicismo – Desde os primórdios do cristianismo, os cristãos ocidentais eram
chamados de católicos e os cristãos orientais de ortodoxos. Entende-se, então, que a
Igreja Católica é o conjunto de igrejas que estão em comunhão com o Papa; e a Igreja
Ortodoxa é o conjunto de dioceses do Oriente cujo chefe espiritual é o Patriarca
Ecumênico de Constantinopla (título simbólico, pois as igrejas ortodoxas são
independentes). A Igreja Católica Apostólica Romana abarca o maior número de
cristãos no mundo e apresenta uma rígida estrutura organizacional e hierárquica.
Possui 7 sacramentos (sinais visíveis de que Deus concede sua graça aos humanos):
batismo, crisma, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio.
Confucionismo - doutrina ética e política, fundada por Confúcio (551-479 a.C), que por
mais de dois mil anos constituiu o sistema filosófico dominante da China. Seu
pensamento consiste em definir as relações humanas individuais em função das
instituições sociais, principalmente família e Estado. Na verdade, o confucionismo e o
taoísmo tiveram predominância na educação e na vida intelectual da China, enquanto o
budismo exerceu importante influência na vida social.
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Espiritismo/ Kardecismo – consiste num sistema filosófico-religioso cujo eixo principal
é a crença na reencarnação. A designação kardecismo deriva do pseudônimo Allan
Kardec, adotado pelo teórico da doutrina espírita francesa Leon Hipolyte Denizard
Rivail (1804-69). Graças ao mandamento do amor, os mortais podem contar, em seu
processo de purificação e evolução, com a ajuda e as orações dos espíritos de luz já
desencarnados, sujeitos também eles à norma ética máxima do kardecismo, a
caridade.
Protestantismo – é um dos grandes ramos do Cristianismo, surgido da Reforma
Protestante ocorrida na Europa, no século XVI. Inicialmente, a partir da Reforma,
surgiram as igrejas Luterana e Reformada, mas que ao longo dos tempos foi
frutificando em novas igrejas e denominações como os batistas, metodistas, calvinistas,
presbiterianos, pentecostais, entre outros (alguns denominados genericamente de
evangélicos). Devido a essas divisões as formas de composição, estrutura, doutrinas,
práticas e culto também podem diferir entre si. De forma geral, a Palavra de Deus, a
Bíblia (organizada diferentemente da Bíblia católica), é amplamente estudada e
seguida.
Hinduísmo - religião professada pela maioria dos povos da Índia. Cultua um grande
número de deuses e deusas e seus seguidores acreditam na reencarnação e na união
com o Deus supremo - Brama - pela libertação espiritual. Os hinduístas têm rituais
diários obrigatórios e também os não-obrigatórios, mas de enorme valor para eles,
como a peregrinação a lugares sagrados: rio Ganges, por exemplo.
Islamismo - religião fundada por Maomé (570-652 d.C); do islã, muçulmana. Afirma a
existência de um único Deus - Alá - e acredita que o Cristo foi um grande profeta.
Maomé, no entanto, não é cultuado em si mesmo nem considerado um intermediador
entre Deus e os homens. Para os muçulmanos, sua vida é o ponto máximo da era
profética, sendo as leis do islamismo o cumprimento das revelações anteriores feitas
pelos profetas das religiões reveladas, como o cristianismo e o judaísmo.
Judaísmo - religião do povo hebreu e a partir da qual surgiu o cristianismo. Os judeus
esperam pela vinda de um Messias. Algumas ramificações judaicas (reformistas)
creem, no entanto, que a era messiânica não envolva necessariamente uma pessoa,
mas sim que se trate de um período de paz, prosperidade e justiça na humanidade. O
livro sagrado é a Bíblia judaica, equivalente ao Antigo Testamento, porém organizada
de forma diferente. É uma religião intimamente ligada à história. As narrativas da Bíblia
se baseiam numa crença bem definida de que Deus fez uma aliança especial com o
povo hebreu.
Taoísmo - filosofia religiosa desenvolvida principalmente pelo filósofo Lao-tse (séc. VI
a.C). A noção fundamental dessa doutrina é o Tao - o Caminho - princípio sintetizador
e harmônico do Yin (feminino) e Yang (masculino). O acesso ao Caminho se dá pela
meditação e pela prática de exercícios físicos e respiratórios.
Xintoísmo – Antiga religião nacional do Japão. A partir de 500 d.C., o xintoísmo
enfrentou dura competição com o budismo, mas as duas religiões acabaram por
influenciar uma à outra. Não há um fundador, como em outras religiões. A essência
desta religião são a cerimônia e o ritual, que mantêm o contato com o divino. Costuma-
se dizer que o xintoísmo possui diversos deuses ou kamis, que se manifestam sob a
forma de árvores, montanhas, rios, animais e seres humanos. O culto aos espíritos
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naturais e ancestrais sempre foi fundamental para o xintoísmo. 4 elementos estão
sempre presentes nas cerimônias: purificação, sacrifício, oração e refeição sagrada.
GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000.
ATIVIDADES:
1. Quais das religiões citadas você conhece?
2. Você gostaria de conhecer o sistema de crenças de alguma outra religião que não a sua?
Qual?
3. Consulte a programação da televisão em um jornal, revista ou internet. Localize os
programas de cunho religioso das principais emissoras nacionais. Preencha um quadro com a
emissora, programa e igreja:
SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo,
Scipione, 1997.
Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos
“Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento,
consciência, religião; este direito inclui a liberdade de mudar de
religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância,
isolada ou coletivamente, em público ou em particular.”
Segundo o artigo 5º, inciso VI, da Constituição: “É inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”
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Texto 3: As Principais Religiões
RELIGIÕES NO MUNDO
Ranking Geral das RELIGIÕES no mundo
Cristianismo
1º lugar: Islamismo – 1,314 bilhão de adeptos
2º lugar: Catolicismo – 1,119 bilhão de seguidores
3º lugar: Hinduísmo – 870,1 milhões de praticantes
4º lugar: Sem religião – 768,6 milhões
5º lugar: Cristianismo Independente (Pentecostais e Neopentecostais) – 426,7 milhões de fiéis
6º lugar: Religiões Populares Chinesas (combinação de crenças taoístas, xintoístas e budistas
com divindades locais, comum em províncias do interior da China) – 405 milhões de seguidores
7º lugar: Budismo – 378,8 milhões de adeptos
8º lugar: Protestantismo (Reformados e Históricos) – 358 milhões de praticantes
9º lugar: Animismo e Xamanismo – 256,3 milhões de praticantes
10º lugar: Cristianismo Ortodoxo – 219,5 milhões de fiéis
11º lugar: Ateísmo – 151,6 milhões
12º lugar: Novas religiões orientais (movimentos sincréticos, neobudistas e neoxintoístas) –
108,1 milhões de seguidores
13º lugar: Anglicanismo – 79,7 milhões de adeptos
14º lugar: Cristianismo de Fronteira (Mórmons, Adventistas e Testemunhas de Jeová) – 51,9
milhões de seguidores
15º lugar: Siquismo (oriundo do Hinduísmo) – 25,4 milhões de adeptos
16º lugar: Judaismo – 15,1 milhões de fiéis
17º lugar: Crenças espíritas (religiões africanas, afro-brasileiras e espiritismo) – 13,1 milhões
de adeptos
18º lugar: Bahaismo (oriundo do Islamismo) – 7,6 milhões de seguidores
19º lugar: Confucionismo (China) – 6,5 milhões de praticantes
20º lugar: Jainismo (oriundo do Hinduísmo) – 4,6 milhões de adeptos
21º lugar: Espiritismo Kardecista (Allan Kardec – França) – 3,7 milhões de seguidores
22º lugar: Xintoísmo (Japão) – 2,8 milhões de praticantes
23º lugar: Taoísmo (China) – 2,7 milhões de fiéis
24º lugar: Zoroastrismo (surgida na antiga Pérsia) – 2,6 milhões de seguidores
http://ccbnovascriaturas.forumeiro.org/
http://www.lideranca.org/cgi-
bin/index.cgi?action=forum&board=atualidades&op=display&num=5993
A ideia acima não é que eu e você nos posicionemos com relação a nossa crença e
saibamos quantos "pensam" como nós, mas sim que saibamos quantos (milhares)
pensam de maneira diferente e que precisam ser respeitadas.
"A nossa pode não ser, e com certeza não é, a única verdade."
Glauco Tavares
As pessoas se relacionam com Deus de diversas maneiras. Essas formas de
relacionar-se com Deus constituem as distintas religiões existentes no mundo. Algumas
são politeístas, porque admitem a existência de vários deuses; outras são
monoteístas, porque afirmam que só existe um Deus. As três grandes religiões
monoteístas são: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
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ATIVIDADES:
Teça comentários a respeito das seguintes assertivas:
a) Todas as pessoas possuem uma religião.
b) A religião colabora para que as pessoas tenham esperança e vivam na busca da
felicidade.
c) A diferença religiosa afasta as pessoas umas das outras.
d) Uma religião é mais importante que a outra.
e) Através da religião busca-se a harmonia entre os seres humanos, a sociedade e a
natureza.
Tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas.
Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês
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2.5 Líderes religiosos
TEXTO 1: LÍDERES RELIGIOSOS
MOISÉS foi, de acordo com a bíblia hebraica, alcorão e escrituras da fé Baha'i, um líder
religioso, legislador e profeta, a quem a autoria da Torá é tradicionalmente atribuída. Ele é o
profeta mais importante do judaísmo, e igualmente reconhecido pelo Cristianismo e Islamismo,
assim como em outras religiões. É o grande libertador dos hebreus, tido por eles como seu
principal legislador e mais importante líder religioso. A Bíblia o denomina "o homem mais
manso da Terra" (Números 12:3). Também é considerado um grande profeta pelos
muçulmanos. De acordo com a Bíblia e a tradição judaico-cristã, Moisés realizou diversos
prodígios após uma Epifania. Libertou o povo judeu da escravidão no Antigo Egito, tendo
instituído a Páscoa Judaica. Depois guiou seu povo através de um êxodo pelo deserto durante
quarenta anos. Ainda segundo a Bíblia, recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei de
Deus, contendo os Dez Mandamentos.
SIDDHARTA GAUTAMA (século VI a.C. - c.563 a.C. - c. 483 a.C.), em Kapilavastu, no sopé
do Himalaia, território do atual Nepal. Mais conhecido como Buda, o iluminado. Filósofo,
professor e líder espiritual, fundador do Budismo. Buda (Buddha, que significa "Desperto" , do
radical Budh-, "despertar") é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram
plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta
aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de
que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se
consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos
condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento. Para
Sidarta Gautama, não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes
também estão sujeitos ao carma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um
exemplo, guia e mestre para os seres vivos sencientes que devem trilhar o caminho por si
próprios.
JESUS CRISTO - Jesus (também chamado Jesus de Nazaré) nasceu entre 7–2 a.C e morreu
por volta de 30–33 d.C., é a figura central do cristianismo e aquele que os ensinamentos de
maior parte das denominações cristãs, além dos judeus messiânicos, consideram ser o Filho
de Deus. O cristianismo e o judaísmo messiânico consideram Jesus como o Messias
aguardado no Antigo Testamento e referem-se a ele como Jesus Cristo (Yeshua
Ha'Maschiach), um nome também usado fora do contexto cristão. Jesus foi um pregador judeu
da Galileia, foi batizado por João Batista e crucificado por ordem do governador romano Pôncio
Pilatos.
ABŪ AL-QĀSIM MUḥAMMAD IBN ʿABD ALLĀH IBN ʿABD AL-MUṭṭALIB IBN HĀSHIM,
MAIS CONHECIDO COMO MAOMÉ (Meca, ca. 6 de Abril de 570 — Medina, 8 de Junho de
632) foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais
recente e último profeta do Deus de Abraão. Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em
seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Nascido em
Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas
viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes
perto de Meca. Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos,
enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado
pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse os versos enviados por Deus, e comunicou
que Deus o havia escolhido como o último profeta enviado à humanidade. Maomé deu ouvidos
à mensagem do anjo e, após sua morte, estes versos foram reunidos e integrados no Alcorão.
Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já
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conhecidas pelos árabes. Em vez disso, declarou que é necessária proteção a estas religiões e
informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas
religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos. Muitos habitantes de Meca rejeitaram a
sua mensagem e começaram a persegui-lo, bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé
foi obrigado a abandonar Meca, tendo se mudado para Yathrib (atual Medina).Seguiram-se uns
anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que resultaram em geral na vitória de
Maomé e de seus seguidores. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada
para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente
todo o território sob o signo de uma nova religião, o islão.
AGENOR MIRANDA ROCHA, O PAI AGENOR, (Luanda, Angola, 8 de setembro de 1907 —
Rio de Janeiro, 17 de julho de 2004) foi um babalaô da Religião dos Orixás Candomblé. O
Professor Agenor, como era conhecido, foi professor catedrático aposentado do Colégio Pedro
II, nas cadeiras de matemática e latim, cantor lírico (seguindo os passos de sua mãe, o soprano
Zulmira Miranda e babalaô adivinho na referida tradição religiosa candomblé, um dos
ocidentais mais conhecedores da herança e da Cultura afro-brasileira, além de talvez uma das
mais respeitadas personalidades religiosas por todas as lideranças de tradicionais terreiros do
Brasil. Agenor Miranda também foi poeta e musicista. O filme (Brasil, 2001, 93 min.), mostra
Pai Agenor em sua casa no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, onde figuram desde
imagens de São Francisco e Buda até de Oxalá e outras divindades do candomblé. Suas
declarações são desconcertantes. “A força do candomblé está no sangue verde das plantas e
não no sangue vermelho dos animais”, comenta para condenar os sacrifícios em cultos.
www.wikipedia.org
ATIVIDADE:
Pesquise sobre o líder da sua religião e compartilhe com os colegas da turma:
Texto 2: São Francisco de Assis
Francisco era um jovem de família rica. Ele nasceu em 1182, em Assis, na Itália, e
faleceu no dia 4 de outubro de 1226. Era esbanjador e tinha fama de gozador.
Em sua juventude, abraçando ideais sociais e de justiça, Francisco lutou para defender
o seu povo e sua igreja, porém ficou doente e começou a entender o que Deus queria para sua
vida. Francisco passou a ajudar os pobres e a viver por eles.
Cantou louvores a Deus, agradecendo pelo Irmão Sol, pela Irmã Lua, pelas estrelas,
pela terra, pelo vento e por todas as criaturas.
Assim como Abraão, Francisco também teve dificuldades para seguir a sua escolha,
mas foi firme, confiante em Deus, e só espalhou a verdade e o amor à vida.
O Inventor do Presépio
Foi Francisco que, nos últimos tempos de sua vida, criou a ideia do presépio para comemorar o
nascimento de Jesus. O historiador Jacques Le Goff conta esta história:
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O primeiro episódio é o do Natal de 1223. Francisco atende ao convite de um daqueles
nobres que ficaram impressionados com ele, Giovanni Velita, senhor de Grécio. Vai celebrar o
Nascimento de Cristo em meio a grutas e eremitérios no alto de uma montanha escarpada.
Pede a um amigo da montanha para reconstituir a manjedoura de Belém, de acordo
com a inspiração de sua imaginação poética. "Quero lembrar a criança que nasceu em Belém e
ver com meus olhos carnais as dificuldades de sua infância pobre, como ele dormiu na
manjedoura, e como, entre o boi e o burro, deitaram-no sobre o feno." De todas as partes, na
noite de Natal, homens e mulheres das vizinhanças sobem a montanha de Grécio com tantas
velas e tochas que a noite ali ficou toda iluminada. Eles cantam, a floresta carrega suas vozes,
os rochedos as repercutem. Celebra-se a missa. O santo de Deus está perto da manjedoura,
canta o Evangelho, prega "com sua voz veemente, com sua voz doce, com sua voz clara, com
sua voz sonora". Anuncia as recompensas eternas. Um homem entre os assistentes tem uma
visão: subitamente vê o menino deitado na manjedoura e Francisco se debruçar sobre ele para
acordá-lo. Grécio se tornou uma nova Belém.
Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro, Record, 2001.
eremitérios - locais onde vivem os eremitas, que se isolam da sociedade escarpada - íngreme, difícil de
subir
ATIVIDADES:
Responda
1. Na sua opinião, por que Francisco quis construir um presépio de Natal?
2. No texto, Jacques Le Goff diz que Grécio havia se transformado numa nova Belém. Por
quê?
Oração pela paz
CRISTO, quero ser instrumento
De tua paz e do teu infinito amor.
Onde houver ódio e rancor,
Que eu leve a concórdia,
Que eu leve o amor!
Onde houver ofensa que dói,
Que eu leve o perdão.
Onde houver a discórdia,
Que eu leve a união e tua paz!
Onde encontrar um irmão,
A chorar de tristeza,
Sem ter voz e nem vez,
Quero, bem no seu coração,
Semear alegria, para florir gratidão!
Mestre, que eu saiba amar,
Compreender, consolar
E dar sem receber!
Quero sempre mais perdoar.
Trabalhar na conquista da vitória e da paz!
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Escreva
Você conhece alguma instituição ou pessoas cujas práticas lembrem a atitudes
franciscanas? Escreva um relato contando o que você descobriu.
Responda
1. Por que Francisco deixou sua herança e os direitos que tinha?
2. A família, os vizinhos e a sociedade de Assis se escandalizaram com a atitude de
Francisco. Que atitude você acha que terão as pessoas hoje se alguém resolver
ignorar a sociedade de consumo e se preocupar em ajudar os mais pobres?
3. Francisco de Assis ficou na História. Ainda hoje há gente empolgada com seu
exemplo querendo viver o ideal que ele deixou. Você poderia citar outras pessoas
que deram um exemplo de generosidade para o bem dos irmãos?
Sugestão de filme: SÃO FRANCISCO DE ASSIS
https://www.youtube.com/watch?v=9IizwRIIC3k
Texto 3: Martin Luther King
Martin Luther King é um exemplo de
vida, como Gandhi e outros que tudo fizeram
em favor do desenvolvimento intelectual,
social, político, cultural e moral de nossa
sociedade.
Luther King lutou pelos direitos civis
dos negros norte-americanos, e foi tão
importante que ainda hoje se ouvem
histórias a respeito dos discursos, protestos,
gestos e manifestações feitas por esse
grande líder negro em busca de liberdade e
igualdade entre as pessoas.
Entre os inúmeros prêmios que
recebeu está o Nobel da Paz, obtido em
1964, com apenas 35 anos de idade,
tornando-se o mais jovem homenageado.
Até os anos 1960, a sociedade norte-
americana tinha leis que proibiam os negros
de frequentar os mesmos locais que os
brancos. Esse regime de segregação racial é
conhecido como apartheid. Sociedades
secretas de cunho racista como a Ku Klux
Klan advogavam a discriminação e o
extermínio daqueles que lutavam pelos
direitos civis e pela igualdade entre os homens.
Apesar do apoio de vários movimentos sociais de brancos, Martin Luther King foi
assassinado em 1968.
- 51 -
“Eu tenho um sonho” é, sem dúvida, o mais conhecido e importante discurso de Martin
Luther King. Nele, o líder negro retrata sua vida e a de milhares de pessoas em busca de um
sonho. Com a liderança de King, o sonho de liberdade ganhou um sabor de vitória.
ATIVIDADES:
Pense e responda
 Martin Luther King lutava contra o preconceito racial, pela liberdade e pelo
desenvolvimento da sociedade, pelos pobres e marginalizados. Há alguma semelhança
entre a sua história de vida e a de Jesus? Qual?
 Um dos mais conhecidos sermões de King começava assim: “Eu tenho um sonho...”. E
você? Tem um sonho? Escreva sobre ele.
CAMINHOS DO MEDO – Luther King
Uma noite, lá pelos fins de janeiro, eu acabara de deitar-se depois de um dia cheio de
trabalhos. Coretta já estava dormindo e, mal eu comecei a cochilar, o telefone tocou... Uma voz
dizia então, cheia de ódio, quase rilhando os dentes:
"Escuta aqui, seu negro sujo! Já te aguentamos demais: antes do fim da próxima
semana tu vais te arrepender de ter nascido e de ter vindo aqui para Montgomery...". Eu
desliguei o aparelho e não consegui mais dormir.
Parecia-me que todos os temores haviam desabado sobre mim, todos. Ao mesmo
tempo... e me esmagavam com seu peso de chumbo...
Eu atingira o ponto de saturação. Levantei-me da cama e fui para a cozinha, onde me
pus a andar de um lado para o outro...
Depois fiz um café. A mão que segurava a xícara tremia, e senti nesse tremor um pavor
animal que em mim surgia, bem lá no fundo de mim mesmo, como alcateia de lobos de goelas
abertas para me devorar, avançando em câmara lenta. Então me pus a pensar como pular do
barco, abandonar o "time", fugir daqueles lobos, sem parecer covarde...
Foi naquele momento de exaustão, quando a coragem toda se fora, que eu decidi levar
o meu problema a Deus, Nosso Senhor.
Com a cabeça entre as mãos, rezei em voz alta, e a prece daquela noite continua bem
viva em minha mente:
"Senhor, estou tomando uma atitude em favor de uma causa justa... Mas agora, Senhor,
estou com medo! As pessoas me buscam, procurando conforto e liderança, agora, eu me vejo
diante delas assim cheio de medo... Se me virem assim, elas também vão perder a coragem e
ceder!
Cheguei ao fim de minhas forças; já nada mais me resta, e os lobos vêm aí! Cheguei ao
ponto em que não posso enfrentar tudo sozinho".
Foi exatamente neste momento que, de maneira luminosa, inexprimível, eu senti a
presença do Divino!
Jamais, em minha vida, sentira Deus assim tão perto, tão dentro de mim mesmo, como
naquela hora de impotência.
Para aprofundamento do tema textos complementares:
- Missionárias da Caridade – pág.89;
- A responsabilidade é de todos – pág.90.
- 52 -
3 - Valores
Texto 1: O que é valor
Devemos considerar que cada um de nós é um ente no mundo em que estamos
incluídos. Vivemos num Universo composto de elementos que não são neutros, pois
dependemos uns dos outros. Pode-se dizer que todas as coisas e todos os seres têm uma nota
peculiar. São elas boas ou más, feias ou belas, úteis ou inúteis, em suma, representam alguma
coisa para nós.
Costumamos falar em valor quando dizemos do aspecto econômico. Quando afirmamos
por exemplo que uma televisão vale R$ 1.500,00 e um par de tênis custa R$ 200,00.
Valorizamos as mais diferentes coisas. O nosso valorar recai sobre todos os objetos
possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros, homens, opiniões, atos. Tudo isso é objeto das
nossas apreciações. Em realidade o valor serve para designar o que de qualquer modo vale
para o homem, logo, tudo aquilo que satisfaz ao homem vale, pois é objeto de seu interesse.
Os valores não existem por si mesmos, precisam de uma pessoa para que possa existir.
A beleza de um quadro é um bom exemplo, uma vez que se está a observá-lo, será
possível ver que ele possui qualidades objetivas como: a extensão, o peso e as cores. O
quadro não pode existir sem essas qualidades. Entretanto, a beleza do quadro, embora
objetiva, é atribuída a ele por outro subjetivamente. Numa reflexão sobre a educação não se
pode deixar de lado o papel do “não-valor” e do “contravalor”. Considera-se por não valor aquilo
que é indiferente, que nada representa para o sujeito por não corresponder as suas
necessidades.
O não-valor pode ser o resultado de uma desvalorização feita pelo homem, que retira
um valor dando origem ao não-valor. É o caso de quem vive na Serra não apreciar um passeio
de barco nas manhãs de boa maré. Não significa que tal distração não tenha valor.
No processo de desvalorização o valor permanece existindo independente do sujeito. O
homem é um ser que não pode viver em sociedade sem regras de justiça e respeito ao outro, o
que o faz criar normas e prescrições que regulamentam o comportamento dos indivíduos.
Quando se perde o parâmetro da moralidade, mesmo que seja em nome da modernidade,
estamos diante da instalação de um contravalor.
O contravalor é o que se opõe ao valor. O que visa a um objeto prejudicial.
Um exemplo claro de contravalor é o da economia com base na degradação ambiental,
como foi o caso da monocultura e do extrativismo do pau-brasil, que criaram grandes
extensões de área desértica no Brasil. Sabe-se hoje que tais formas de degradação poderão
levar o planeta Terra à extinção. Este é o caso de um contravalor vital, pois é nocivo por
restringir a vida e a saúde de todos.
- 53 -
Outro exemplo de nocividade refere-se ao ato de soltar balões em festas juninas, hábito
que se disseminou de tal forma que acabou virando tema de concursos e competições. Durante
muito tempo isto ocorreu, até por desconhecer-se a extensão do perigo ocasionado por tal
prática.
A luta da educação resume-se nesse esforço contínuo para a promoção do valor e o
combate ao contravalor.
Anna Maria Nardi
ATIVIDADES
Escreva
Escreva uma frase com cada par de palavras.
Escreva como uma pessoa deve agir em cada situação.
 Quando outra pessoa o insulta e depois pede perdão.
 Quando recebe o perdão de Deus.
Para refletir
 Durante esta semana, à noite, antes de dormir, dedique um tempo
para pensar em que atitudes tem acertado e em que atitudes tem
errado e precisa mudar.
 Trace seus objetivos, você consigo mesmo!
Perdão reconciliação
Deus misericórdia Sacramento alegria
Perdoar pedir perdão
- 54 -
Texto 2: Quais são os meus valores
Uma primeira coisa que a gente deve levar em conta quando vai discutir valor é o que
esta palavra pode significar. Porque, mesmo sendo uma das palavras mais usadas, quando
você pergunta o que é um valor, poucos conseguem dizer o que é. Portanto, a primeira coisa
que a gente precisa distinguir é que valor significa uma porção de coisas diferentes. O valor
pode significar o econômico, que é o preço, quanto você paga por alguma coisa.
Outro sentido, que já está mais próximo do que se vai falar aqui, é o valor natural, isto é,
o valor que provém do fato de algo ser da natureza, de algo não ter sido feito pelos homens.
Por exemplo, a terra, tem um valor natural, o ar, a água, que é o valor da natureza.
E há um terceiro sentido para a palavra valor: alguma convicção profunda que está
dentro da gente e dentro dos grupos, alguma convicção que faz com que a gente faça aquilo, e
ache que seja bom. É exatamente o que a gente poderia dizer do valor ético, que é aquela
atribuição que a gente dá às coisas. A gente pergunta: esta coisa é boa ou ruim? É o valor que
está encaixado nas coisas.
O interessante é que tudo tem valor, nesse sentido. Não há nada que seja neutro.
Todas as ações vêm enroladas em valores, tudo o que a gente faz, no fundo, no fundo é por
um motivo de valor. Então, o valor é aquilo que dá o impulso fundamental às nossas ações. Só
que a gente não pára para pensar: qual é a razão daquilo que estou dizendo? Por que decidi
fazer esse curso e não outro? Por que decidi responder dessa maneira e não de outra
maneira?
Mesmo quando a pessoa usa droga, ela tem algum valor, tem alguma razão para fazer
isso. Eu busco algo que não tenho. Só que alguns acham que isso é negativo. A gente nunca
se pergunta sobre o porquê de grande parte daquilo que fazemos. Talvez essa seja a questão
mais séria.
Pe. Pedrinho Guareschi. Mundo Jovem, Ano XLI, nº 333, fevereiro, 2003, p. 13
- 55 -
ATIVIDADES
Responda
Abaixo estão definições de oito atitudes e valores que contribuem para a
construção de um mundo melhor. Descubra quais são eles.
Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem ou de alguma coisa:
A ___ ___ ___
Capacidade de cada um se decidir ou agir segundo a própria vontade ou
determinação: L ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
Harmonia. Momento em que não há guerras ou conflitos. Estado de humor de quem
está tranquilo: P ___ ___
Qualidade que tem a pessoa que não desiste daquilo em que acredita:
P ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
Grande conhecimento acumulado, baseado geralmente na experiência de vida:
S ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
- 56 -
3.1 Solidariedade
Texto 1: A tenda fechada
Contam que um velho sacerdote persa dedicara-se à vida no deserto e instituíra a custa
de trabalho e sacrifício, num dos pontos mais áridos da região, um oásis pelo qual passavam
caravanas cansadas e sedentas; as quais ele socorria com dedicação e cuidado.
Certa vez, passou por ali o acompanhante de um príncipe, orgulhoso e prepotente, que
aos gritos exigiu água e alimento para os membros de sua comitiva. Silenciosamente, o velho
sacerdote atendeu a todos. Ao final do período de descanso, porém, eis que o príncipe se viu
acometido de um súbito mal e tombou, desacordado. Seus auxiliares, sem conseguirem
reanimá-lo, chamaram pelo ancião, que o recolheu em sua própria tenda e dele cuidou com
todo o carinho.
Passou a tarde, veio a noite e o príncipe delirava, febril, sob os cuidados incessantes do
velho sacerdote. Dos seus lábios saíam palavras de rancor, ordens grosseiras, e expressões
enraivecidas, nas quais exigia, sem reservas, dos médicos e de Deus, a cura para os seus
males, que desde muito o atormentavam.
No dia seguinte, um tanto fraco, embora com a mesma fisionomia a refletir orgulho e
inconformação, o príncipe se preparou para partir, mas o velho, aproximando-se dele,
convidou-o a retornar à tenda.
Lá chegando, pacientemente o ancião tapou todas as aberturas, até que o ambiente
ficasse em completa escuridão.
Interrogado pelo príncipe, que já principiava a encolerizar-se, respondeu:
- Enquanto Vossa Alteza se encontrava sob os meus cuidados, ouvi que exigíeis de
Deus a vossa cura, como se o Supremo Pai devesse obedecer-nos em nossos caprichos.
Vosso coração, meu príncipe, assemelha-se a esta tenda: fechada por todos os lados, escura
por dentro, embora o sol brilhe lá fora com todo o seu esplendor.
E, descobrindo novamente as aberturas, continuou:
- Vedes como a claridade penetra e varre a escuridão? Fazei o mesmo com o vosso
coração, meu príncipe! Não sejais uma tenda fechada às luzes do Senhor.
Sem ter o que responder ao velho, o príncipe, envergonhado, montou e partiu.
BRITO, Joaquim Torres Sousa e outros. Lendas daqui e de lá. 2. ed.
São Paulo: Mundo moderno, 1956.
- 57 -
ATIVIDADE
Responda
O velho sacerdote socorria pessoas cansadas e sedentas. Como você pode, a
exemplo do velho sacerdote, auxiliar pessoas necessitadas de:
Bens materiais –
Deus –
Texto 2: A união faz a força
por Eugênio Mussak | fotos André Spinola e Castro |
produção Silvia Goichman
A vida em sociedade fica mais fácil se entendermos que
dependemos uns dos outros para viver melhor
Cooperação pelo bem
Exemplos de força retirada da união contam-se aos milhares. Um deles é uma cidade
inteira: São Roque de Minas, uma pequena localidade da região centro-oeste de Minas Gerais,
plantada próximo da serra da Canastra, exatamente onde nasce, tímido, o rio São Francisco.
Localizada em uma região tradicionalmente pobre, São Roque vivia da agricultura e,
principalmente, da produção de queijo canastra, o orgulho daqueles mineiros. A pequena
economia era administrada pela agência da Minas Caixa, até que veio um golpe fatal: um dia o
banco simplesmente fechou as portas, alegando falta de movimento financeiro que justificasse
sua permanência. O impacto não poderia ser maior: não havia mais onde compensar cheques,
receber pagamentos, aposentadorias, pagar contas, depositar poupanças. Esse fato decretou a
morte de São Roque.
Começou o êxodo. Todos tentavam vender suas propriedades, só que não havia para
quem, mas mesmo assim a debandada foi grande, reduzindo a cidade quase à metade. Foi
nessa época que um filho do lugar, chamado João Carlos Leite, que havia ido estudar
agronomia, voltou para casa. Como tantos outros, ele parecia ter só uma alternativa: arrumar as
malas e procurar oportunidade na cidade grande. Mas aquele jovem de 26 anos recusou-se a
virar as costas à sua terra natal. Propôs a criação de uma cooperativa de crédito, para substituir
o banco que se fora, no melhor estilo da união criando a força.
Passada uma década, hoje São Roque de Minas é detentora de indicadores invejáveis
de desenvolvimento humano, pois conseguiu uma economia estável, baseada na produção do
queijo canastra, só que agora de forma conjunta, com os produtores colaborando uns com os
outros, utilizando a cooperativa como o promotor de seu bem-estar. Não sentem saudades do
banco que se foi, porque agora a cidade tem seu próprio banco, cujos donos são todos os
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CAMINHO PARA O AUTOCONHECIMENTO

  • 1. CAMINHO PARA DEUS 7º ano Secretaria de Educação Prefeitura de Petrópolis
  • 2.
  • 3. Dr. Rubens Bomtempo PREFEITO Maria Elisa Peixoto da Costa Badia Secretária de Educação Jaqueline Azevedo de Assis Subsecretária de Educação Infantil Mônica Vieira Freitas Subsecretária de Ensino Fundamental Kelly Cristina Félix Gonçalves Grandi Diretora da Casa de Educação Visconde de Mauá Cristiane Noel Souza da Cruz Coordenadora do Ensino Religioso
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  • 5. Colaboradores Professora Anna Maria Nardi Professora Maria Marta Cabral Camacho Professora Maria Cristina Julio da Silva Amorim Professora Maria Nilva Corsini Professora Neide de Araújo Chaves Monsenhor Paulo Elias Daher Chédier Professora Cristiane Noel Souza da Cruz Professora Pathricia Maria da Silva Bittencourt Pe. João Rosa de Miranda Professora Mariangela Monteiro Nascimento Professora Aline Nonato da Silva Professora Rita de Cássia de Freitas Cordeiro de Oliveira Professora Roberta Mantovani Heinen Coordenação Professora Bianca Della Nina
  • 6.
  • 7. Aulas de Ensino Religioso? A educação da consciência religiosa é direito de todos. Para garantir esse direito, a Lei de Diretrizes e Bases, artigo 33, apresenta o Ensino Religioso (ER) como parte integrante da educação básica. Há quatro grandes temas que fundamentam esse ensino. São eles: a compreensão da história, a interpretação da cultura, a busca de sentido e a compreensão da experiência religiosa. A compreensão da história O fato religioso está presente em diferentes grupos, nações e períodos e quem não o compreende também não compreenderá a história humana. A saga dos faraós do Egito, dos imperadores romanos, dos índios americanos; as carrancas escandinavas e asiáticas; a colonização do Brasil; a história da arte, da arquitetura; a relação entre sagrado e profano e tantos outros aspectos culturais não seriam entendidos na sua essência sem o reconhecimento do fato religioso. O ER oferece uma outra perspectiva para a análise da história. A interpretação da cultura A antropologia fala do processo espontâneo que se dá no interior das culturas, responsável pela manutenção e transmissão das tradições de geração em geração. Quanto mais consciente e intencional for esse processo, tanto mais serão fortalecidas a própria identidade cultural e a capacidade de conviver com o diferente e respeitá-lo. O ER será responsável por desenvolver essa competência da questão religiosa. A busca de sentido As perguntas fundamentais da existência humana - De onde vim? Para onde vou? etc. - não são apenas capricho de mentes desocupadas. Elas compõem a busca necessária ao desenvolvimento humano. O papel fundamental da educação é abrir possibilidades de respostas, para que o sentido da vida vá além da própria vida. O objetivo do ER não é responder às questões, mas criar condições para que essa reflexão se dê num ambiente educativo onde haja espaço para o diálogo, o debate, a pesquisa e a síntese pessoal e coletiva. Compreensão da experiência religiosa O que caracteriza a experiência é a mudança gerada na relação sujeito e fato (acontecimentos). Toda grande mudança nasce de um momento interior, íntimo, vivido na relação com o eu e o não-eu. Por isso, podemos dizer que a experiência corresponde sempre a um aspecto de envolvimento pessoal e um aspecto de interpretação do que foi vivido. Paulo Freire, sobre isso, diz o seguinte: “O homem é um ser que está no mundo e com o mundo. Se apenas estivesse no mundo não haveria transcendência nem se objetivaria a si mesmo. Mas como pode objetivar-se, pode também distinguir entre um eu e um não-eu. Isso o torna um ser capaz de relacionar-se; de sair de si; de projetar -se nos outros; de transcender. Essas relações não se dão apenas com os outros, mas se dão no mundo, com o mundo e pelo mundo, nisso se apoiaria o problema da religião”. (FREIRE, 1981) A religiosidade é inerente ao ser humano. Se não a educamos estamos empobrecendo a sua humanidade. Dessa forma, o ER deve criar condições para que o educando possa interpretar suas experiências religiosas, trazê-las ao nível consciente e, assim, gerar mudanças significativas na própria vida e nas relações sociorreligiosas. OLIVEIRA, Adalgisa A. Mundo Jovem. Ano XLI, nº 333, Fevereiro, 2003.
  • 8.
  • 9. Apresentação Hoje em dia, a lei brasileira garante o respeito a todas as religiões e culturas. Veja o que diz a Constituição brasileira, a lei máxima que rege nosso país, assinada em 5 de outubro de 1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. Por isso, colocamos à disposição dos alunos da Rede Pública de Ensino de Petrópolis um livro de orientação moral e religiosa para o Ensino Religioso do 6º ao 9º ano. A forma prática que achamos oportuna foi escolher textos próprios que ajudassem no conhecimento e debates sobre os temas estabelecidos, seguidos de atividades e dinâmicas. A este livro denominamos: Caminho para Deus. É uma oportunidade para proporcionar momentos de reflexão, de busca de experiência espiritual que despertem maior amor a Deus e às pessoas. Este tempo é de formação e preparação para a escolha de uma profissão. Para isso, é preciso que conheçamos valores morais, éticos e religiosos para poder vivenciá- los no dia a dia atual e no futuro. Este caderno estrutura-se em quatro partes, a saber: 1) Textos e atividades que atendem aos conteúdos e objetivos do referencial curricular. Os textos contemplam uma variedade de gêneros, como textos religiosos, canções, fábulas, textos informativos, histórias em quadrinho, charges, tiras, tabelas e gráficos a fim de subsidiar de forma ampla o trabalho do professor; 2) Exemplos de vida, que expõem a história de pessoas que se tornaram referências a serem seguidas por suas ações e por seus pensamentos; 3) Atividades interdisciplinares, que promovem a articulação com as demais disciplinas do currículo. 4) Textos complementares, que podem ser utilizados pelo professor, conforme o interesse e a necessidade da turma; Sugestões de filmes, de documentários e de dinâmicas perpassam por todo o conteúdo do livro de modo a oferecer ao professor uma maior variedade de recursos a serem utilizados durante as aulas.
  • 10. Face à variedade de textos, atividades e recursos oferecidos, faz-se necessário um planejamento cuidadoso para uma utilização mais eficaz destas propostas aqui contempladas.
  • 11. SUMÁRIO 1. Conhecimento 1.1 Autoconhecimento 13 1.2 Conhecimento da realidade 18 1.3 Conhecimento do outro 25 2. A opção por Deus 2.1 O projeto de Deus 30 2.2 A falsa idolatria 34 2.3 O que é religião 37 2.4 Como surgiram as religiões 41 2.5 Líderes religiosos 47 3. Valores 52 3.1 Solidariedade 56 3.2 Gratidão 62 3.3 Verdade 64 3.4 Esperança 69 Exemplos de Vida 72 Atividades Interdisciplinares 75 Textos Complementares 78 Sugestões de Filmes 94 Referências 95
  • 12.
  • 13. - 13 - 1 – Conhecimento 1.1 Autoconhecimento AUTOCONHECIMENTO Autoconhecimento é conhecer a si mesmo, as características da personalidade, os próprios sentimentos, inclinações, gostos, preferências, necessidades, sonhos, etc. O autoconhecimento é muito importante para a nossa vida. Quando nos conhecemos compreendemos melhor nossas próprias atitudes. Somos capazes de nos perdoar, porque somos capazes de reconhecer nossos erros e recomeçar. Quando compreendemos as razões das nossas ações é muito mais fácil mudá-las quando preciso. Texto 1: O leão e o mosquito Certa tarde, numa floresta distante, o rei dos animais ridicularizava impiedosamente um mosquito dizendo: - Saia de perto de mim, seu inseto imundo, excremento do esgoto! Bicho nojento! Muito irritado, o pequeno mosquito resolve declarar guerra ao leão: - Não pense você que conseguirá intimidar-me com a altivez de sua cabeleira e com a posição que ocupa na cadeia alimentar. Você está enganado! Eu não tenho medo de você, pois muito mais corpulento é o touro e eu o conduzo de acordo com a minha vontade! E, decidida, toma distância e num voo rápido e certeiro atinge o rei dos animais bem no peito. E tem início a batalha! O felino põe-se a rugir encolerizado, seus olhos saltam de raiva, a boca incha-se, as presas ficam à vista e toda a floresta se afasta e se esconde em lugar seguro.
  • 14. - 14 - Quem diria... e tudo por causa de um mísero inseto! Um mosquito! E o mosquito continuava a ofender o rei da floresta de todos os modos. Foram picadas nas costas, no focinho, nas patas, barriga, entrava pelas narinas deixando o leão tão desesperado que, sem controle, se arranhava, mordia sem parar. E, no máximo de sua ira, numa investida final sobre o mosquito, erra o alvo e acerta a si próprio, rasgando seu ventre. A fera ainda golpeia o ar e, furioso e inconformado, já exausto, lança-se ao chão. Após a batalha sangrenta, o mosquito, orgulhoso é vitorioso, sai cantando vitória... E na vontade de contar a novidade a todos da floresta, em voo veloz e hilariante, o mosquito é interceptado por uma simples e delicada teia de aranha. Apanhado, mantém-se imóvel esperando pela morte, fim de suas aventuras. Moral: É preciso acreditar em si mesmo, mas também reconhecer suas limitações e buscar superá-las. La Fontaine ATIVIDADE Pense nas suas limitações e crie estratégias de como superá-las: Texto 2: IDENTIDADE Às vezes nem eu mesmo sei quem sou. às vezes sou. "o meu queridinho", às vezes sou "moleque malcriado". Para mim tem vezes que eu sou rei, herói voador, cowboy, lutador, jogador campeão. às vezes sou pulga, sou mosca também, que voa e se esconde de medo e vergonha. Às vezes eu sou Hércules, Sansão vencedor, peito de aço goleador! Mas o que importa
  • 15. - 15 - o que pensam de mim? Eu sou quem sou, eu sou eu, sou assim, sou menino. Pedro Bandeira ATIVIDADES Reflita sobre as seguintes questões: Como eu sou? Aceito-me ou não como sou? O que posso mudar para viver melhor? O que os adultos pensam que sou? A Partir destas reflexões crie um poema com a mesma forma e estrutura do poema lido, tendo como título: QUEM SOU EU? Texto 3: Sonhar é preciso Sem sonhos, as pedras do caminho se tornam montanhas, os pequenos problemas ficam insuperáveis, as perdas são insuportáveis, as decepções se transformam em golpes fatais e os desafios se transformam em fonte de medo. Voltaire disse que os sonhos e a esperança nos foram dados como compensação às dificuldades da vida. Mas precisamos compreender que sonhos não são desejos superficiais. Sonhos são bússolas do coração, são projetos de vida. Desejos não suportam o calor das dificuldades. Sonhos resistem às mais altas temperaturas dos problemas. Renovam a esperança quando o mundo desaba sobre nós. John F. Kennedy disse que precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca foram. Tem fundamento seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a emoção e produzem um agradável romance com a vida. Quem não vive um romance com sua vida será um miserável no território da emoção, ainda que habite em mansões, tenha carros luxuosos, viaje de primeira classe nos aviões e seja aplaudido pelo mundo. Precisamos perseguir nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem que ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas sejam atingidas. Não se esqueça de que você vai falhar 100% das vezes em que não tentar,
  • 16. - 16 - vai perder 100% das vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não ousar caminhar. Como disse o filósofo da música Raul Seixas: “Tenha fé em Deus, tenha fé na vida, tente outra vez...” Se você sonhar, poderá sacudir o mundo, pelo menos o seu mundo... Se você tiver de desistir de alguns sonhos, troque-os por outros. Pois a vida sem sonhos é um rio sem nascente, uma praia sem ondas, uma manhã sem orvalho, uma flor sem perfume. Sem sonhos, os ricos se deprimem, os famosos se entediam, os intelectuais se tornam estéreis, os livres se tornam escravos, os fortes se tornam tímidos. Sem sonhos, a coragem se dissipa, a inventividade se esgota, o sorriso vira um disfarce, a emoção envelhece. Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. Por isso, desejo sinceramente que você... Os sonhos e a juventude Jovens, vocês não precisarão de sonhos se optarem por gastar o dinheiro dos seus pais, explorá-los e achar que eles são obrigados a satisfazer seus desejos. Também não precisarão de sonhos para dizer que eles são chatos, caretas, ultrapassados, controladores, impacientes e incompreensivos. Mas precisarão de muitas lágrimas para garimpar o ouro que se esconde no coração de seus pais. Precisarão de sonhos para entender que eles não deram tudo o que vocês quiseram, mas deram tudo o que puderam. Precisarão dos “sonhos sábios” para entender e suportar os “nãos” dos seus pais, pois os “nãos” de quem os amam irão prepará-los para suportar um dia os “nãos” da vida. Precisarão de sonhos para descobrir que seus pais perderam noites de sono para que vocês dormissem tranquilos, derramassem lágrimas para que vocês fossem felizes, adiaram alguns sonhos para que vocês sonhassem. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o índice de desemprego entre os jovens é altíssimo. Muitos não terão chance no mercado competitivo e agressivo. A situação piora porque muitos estão despreparados para ousar, criar, empreender. Mas não tenham medo. Saibam que seus pais e outras pessoas apostam em vocês, apesar das suas falhas; acreditam em vocês, apesar dos seus defeitos. Por isso, agora, vocês precisam de grandiosos sonhos para enfrentar a vida de peito aberto, se preparar para trabalhar seus medos, vencer suas crises, superar sua passividade e amar os desafios. Assim, escaparão do rol dos frustrados, sairão da sombra dos seus pais e construirão sua própria história. CURY, Augusto. Nunca desista de seus sonhos. Ed. Sextante, 2004. NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS!
  • 17. - 17 - ATIVIDADE Responda Faça uma relação das coisas de que você já desistiu. Você pensaria em retomá-las? Como? MINHA BANDEIRA PESSOAL Faça um desenho de uma bandeira, no caderno, e divida-a em 6 partes Lembre-se que a bandeira geralmente representa um país e significa algo da história desse país. Nesta atividade cada um vai construir sua própria bandeira a partir das seis perguntas: 1-Qual o seu maior sucesso individual? 2- O que gostaria de mudar em você? 3- Qual a pessoa que você mais admira? 4- Em que atividade você se considera muito bom? 5- O que mais valoriza na vida? 6- Qual a sua maior dificuldade? As respostas podem ser por intermédio de um desenho ou de um símbolo na área adequada. Os que não quiserem desenhar poderão escrever, não esqueça de colocar o número correspondente a pergunta. Pintar e enfeitar como quiser a sua bandeira. Compartilhar a bandeira com a turma. Os alunos comentam o que mais chamou a atenção de cada um em sua própria bandeira e na dos companheiros. Contar o que descobriu sobre si mesmo e sobre o grupo. http://www.mundojovem.com.br/dinamicas/minha-bandeira-pessoal Para aprofundamento do tema texto complementar: - Por que falam tanto de nós? – pág.81. Sugestão de filme: Um doce olhar (1h43min) – sinopse pág.97. https://www.youtube.com/watch?v=h68gsvNP05M
  • 18. - 18 - 1.2 Conhecimento da realidade Texto 1: A violência Drogas e violência são irmãs “Os dados são assustadores: segundo dados do Ministério da Justiça, no Brasil, a cada 13 minutos uma pessoa é assassinada; 50% dos moradores das capitais evitam sair a noite com medo de assaltos; o Brasil é o terceiro maior mercado de carros blindados no mundo. Enfim, se continuássemos nessas estatísticas, ficaríamos literalmente assustados. Surge então a pergunta: Qual a causa de tanta violência? É dever da sociedade e de cada um tentar analisar as causas mais profundas desse problema que deixa a população amedrontada e as instituições governamentais constantemente em pé de guerra. FALTAM OPORTUNIDADES Uma sociedade que não trabalha para eliminar as desigualdades sociais, acabará pagando muito caro pelas consequências dessa situação injusta. Aquela roupa da moda, o carro, a casa própria… tão enaltecidos pela propaganda e que muitos já possuem e usam normalmente, tornam-se bens praticamente proibidos por uma fatia considerável de pessoas da mesma sociedade que, por diversos motivos, não tem poder de compra. Dessa forma, o cidadão, não tendo possibilidade de obter seus direitos, tenta consegui- los apelando à violência. O mercado das drogas emprega, atualmente, milhares de crianças e adolescentes, dando, embora de forma imprópria, uma esperança econômica para eles e para toda a família. É dinheiro fácil que chega ao bolso do traficante através do dependente químico, cliente fiel." https://portaldovoluntario.v2v.net/posts/9728 ATIVIDADES Responda 1. Você concorda com a afirmação: “Quem compra drogas financia a violência?” Por quê? Você acredita que você possa ser vítima dessa violência? 2. O que você faria para ajudar alguém que caiu nas garras da droga?
  • 19. - 19 - Texto 2: A violência contra a mulher O que faz com que um homem reaja violentamente contra uma mulher? • A genética • O machismo • A educação • As mulheres • Os amigos • A bebida • O estado de ânimo do homem • Insegurança • Ciúme • Todas as anteriores • Nenhuma das anteriores Acho que a melhor resposta para essa pergunta é: nenhuma das anteriores. Nada justifica a violência que milhares de mulheres sofrem no mundo inteiro. Por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos: desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores. Esses dois últimos itens são os maiores aliados desse crime contra as mulheres. A falta de compromisso das autoridades e das próprias vítimas, o medo de denunciar, o desconhecimento da lei ou a total ausência de normas que punam o delito, entre outras coisas, são o que tornaram essa prática tão comum nas sociedades latino-americanas e em todos os lugares do mundo marcados por uma conduta machista. A violência contra a mulher se define por todo ato que possa resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico. Ameaças, coação ou privação de liberdade, violência doméstica e qualquer outro tipo de ação, crimes passionais, exploração sexual de mulheres e meninas, violação, mutilação genital feminina, casamento precoce e forçado, infanticídio de meninas, ataques com ácido, entre outros. De acordo com a Organização das Nações Unidas “(…) uma em cada três mulheres é maltratada e coagida a manter relações sexuais, ou submetida a outros abusos. Entre 30% e 60% das mulheres que já tiveram um parceiro sofreram alguma vez violência física ou sexual por parte do companheiro, e 48% das meninas e jovens com idades entre 10 e 24 anos afirmam ter tido suas primeiras relações sexuais sob coação”. Como podemos observar, essa é uma realidade para mulheres de todo o planeta, o que confirma a necessidade de intervenção dos estados, das autoridades, da sociedade, da família e, acima de tudo, das próprias mulheres. Esses dados são um chamado às mulheres que vivem esta situação e às que ocupam cargos políticos ou posições de liderança, para que conscientizem o mundo sobre essa realidade. Este é um convite a todas as mulheres, para que superem seus medos, ergam a voz, superem os preconceitos e façam valer seus direitos como seres humanos. Se você for vítima de: Lesões à integridade física, emocional e sexual – o que inclui socos, empurrões, puxões de cabelo, beliscões, insultos, gritos, ameaças, humilhações e relações sexuais não consentidas, por exemplo, a primeira
  • 20. - 20 - Coisa que deve fazer é: Quebrar o silêncio e falar com alguém sobre essa situação. Esse “alguém” pode ser sua melhor amiga, um parente, um vizinho ou as autoridades da sua cidade. O silêncio é seu pior inimigo e um dos principais motivos de você estar passando por isso. Em caso de agressão, tente sair de perto ou fugir do agressor. Chame a polícia, vá a um hospital ou à casa de um amigo que possa ajudá-la. E, o mais importante, DENUNCIE. É preciso mudar a mentalidade de todas as mulheres. Nada justifica esses atos. Nem o álcool ou as drogas, nem o ciúme ou a insegurança, nem o amor ou a falta dele, nem a religião, a raça ou os fatores econômicos. Nada justifica e nenhum homem, por qualquer motivo, tem o direito de maltratar, agredir, ameaçar ou insultar a mulher. http://discoverymulher.uol.com.br/familia/atitude-e-superacao/violencia-contra-a-mulher/ ATIVIDADE Reflita Reflita e discuta sobre as questões abaixo: a) Menino não chora. b) Meninas brincam de boneca. Meninos só brincam de luta, guerrinha. c) Mulher deve aprender a cozinhar, lavar e passar. Texto 3: Violência na escola BULLYING Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa. Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
  • 21. - 21 - O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência. O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade. As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio. O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda. No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho. A escola é lugar de formação da ética e da moral dos alunos, professores ou demais funcionários. A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários.
  • 22. - 22 - Porém, o que vemos são ações coercitivas, representadas pelo poder e autoritarismo dos professores, coordenação e direção, numa escala hierárquica, estando os alunos no meio dos conflitos profissionais que acabam por refletir dentro da sala de aula. Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades, a violência doméstica, os latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder a credibilidade quanto a uma sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento social em iguais condições para todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos sociais. Nas escolas, as relações do dia a dia deveriam traduzir respeito ao próximo, através de atitudes que levassem à amizade, harmonia e integração das pessoas, visando atingir os objetivos propostos no projeto político pedagógico da instituição. Muito se diz sobre o combate à violência, porém, levando ao pé da letra, combater significa guerrear, bombardear, batalhar, o que não traz um conceito correto para se revogar a mesma. As próprias instituições públicas se utilizam desse conceito errôneo, princípio que deve ser o motivador para a falta de engajamento dessas ações. www.brasilescola.com/educacao/escola-x-violencia.htm ATIVIDADE Fale você Que tipo de violência existe na sua escola? Promova uma campanha para a conscientização da não-violência. Texto 4: O mal se combate com violência? Muita gente tem a ideia de que é preciso combater a violência com mais violência, corrigir a injustiça castigando cruelmente os injustos, enfim, melhorar o mundo com armas e guerras, e com o poder dos mais fortes. Poucas pessoas acreditam na força do amor. No entanto, muitos homens e mulheres que realmente mudaram a sociedade humana não possuíam exércitos nem mataram ninguém. Ao contrário: alguns até morreram pela paz. Como eles conseguiram fazer isso em um mundo cheio de governos poderosos, armas potentes, dinheiro em abundância? Acontece que os governos caem, as armas envelhecem, o
  • 23. - 23 - dinheiro acaba... mas a fé verdadeira, o exemplo do bem, as vidas de paz nunca se apagam do coração humano. Pense no exemplo do próprio Cristo: ele não comandava exércitos, não era membro de nenhum governo. Mas seu amor foi tão grande, sua morte pelo bem da humanidade foi tão impressionante, que até passamos a contar o tempo, no Ocidente, em a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo). A história ficou profundamente marcada pela sua passagem na Terra. Agora, pense no exemplo de Gandhi. Ao morrer, deixou um par de óculos, um par de sandálias, uma túnica, um livro e uma roca de tecer. Era tudo o que possuía. Mas sua ideia e sua prática da não- violência não morreram: inspiraram o pacifista Martin Luther King e muitos movimentos de paz em todo o mundo. Essas pessoas ensinaram justamente que o maior poder do mundo está no amor, a maior riqueza está na capacidade de perdoar e a única maneira de corrigir a injustiça é sensibilizar o coração dos homens para a justiça e converter pessoas injustas em pessoas justas. Em vez de punir, é preciso educar. Antes de julgar com crueldade, deve-se perdoar com misericórdia. Todo ser humano tem alguma coisa divina dentro de si, e exemplos de amor profundo, como foram Jesus, Gandhi e São Francisco de Assis, podem despertar a vontade de ser bom. A violência para com aquele que é violento apenas desperta ainda mais revolta. Praticar não-violência não é aceitar tudo calado e deixar de combater o que é errado: é lutar pelo que é certo, mas com os meios da paz. É tentar acabar com o erro salvando a pessoa que está errada. Praticar não-violência é lutar ainda mais ativamente contra o mal. A não-violência é superior à violência. O perdão é bem mais poderoso que o castigo. Praticar não-violência significa sofrer conscientemente, não se submetendo à vontade do malfeitor, mas empenhando-se, com todo o ânimo e sem ódio, contra o tirano. Por meio da não-violência, um só indivíduo - Gandhi - desafiou os poderes de um império injusto e salvou muitas pessoas da injustiça. Embora no século XX tenham ocorrido muitos movimentos pela paz, tivemos também inúmeras e desumanas guerras, entre nações e dentro de nações. Neste início de milênio, a violência continua presente em todos os setores da sociedade. O caminho para a paz parece difícil, mas precisamos procurá-lo. Autor Desconhecido
  • 24. - 24 - ATIVIDADES Responda 1. Você concorda que seja possível lutar sem violência? Por quê? 2. Quais são as armas da violência? E quais são as “armas” da paz? 3. Para você, o que dá mais resultado: a violência ou a paz? Por quê? Faça Você Sob a orientação do(a) professor(a), façam uma oração pela paz. Cada um deverá fazer uma reflexão íntima: Tem alguma coisa contra alguém? Consegue perdoar? O que pode fazer em contribuição à paz? Para aprofundamento do tema textos complementares: - Regras para se tornar humano – pág.83; - Os animais e a peste – pág.84. Atividade interdisciplinar: Tô com fome! – pág.78.
  • 25. - 25 - 1.3 Conhecimento do outro Texto 1: Amizade: sinal de vida em mim, no outro, em nós... Durante a guerra da Vietnã, uma granada explodira perto de um orfanato e muitas crianças ficaram feridas. Dentre elas, uma menina de aproximadamente nove anos fora levada às pressas ao hospital, pois perdera muito sangue e sofrera traumatismos. Foram feitos testes em toda a equipe médica americana, mas o tipo sanguíneo de ninguém era compatível com o da garota. Os médicos, tentando de toda forma salvar a menina, chamaram toda a população local, contaram o ocorrido entre gestos e palavras, a fim de conseguir um doador. Depois de um momento de silêncio, viu-se um braço levantar-se. Era um garoto de aproximadamente 12 anos. Os médicos o levaram às pressas para o hospital, terminaram os preparativos e iniciaram a transfusão. O garoto sentiu a agulha silenciosamente, mas, passado algum tempo, deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão. O médico perguntou se estava doendo e ele apenas balançou a cabeça demonstrando que não. Os soluços aumentaram e o médico, preocupado, chamou uma enfermeira vietnamita para tentar saber o que acontecia com o garoto. Após algumas palavras e carinhos, a enfermeira voltou sorrindo e disse ao médico que ele estava com medo. - Medo de quê? – perguntou o médico. - Medo de morrer. Ele não havia entendido o que estava acontecendo. Pensou que seu sangue passaria todo para a menina e que ele morreria. - Então, por que ele se ofereceu para a transfusão? - Eu lhe perguntei a mesma coisa. Ele me olhou com um brilho diferente e disse: - Porque ela é minha amiga. MIRANDA, Paula. Mundo Jovem. Julho/2002, p. 21
  • 26. - 26 - ATIVIDADE Responda Você seria capaz de renunciar algo em benefício do outro? Texto 2: Visita a feira de informática Pedro é um aluno novato na turma e na escola que frequenta. Ainda se adaptando e muito tímido só fez amizade com Victor. Depois de algumas semanas de aula, surge a oportunidade de uma visita/excursão a uma feira de informática que está acontecendo na cidade. O problema surge quando Pedro vê que seu único amigo, Victor, apanha um objeto exposto e guarda consigo. De volta à escola, parece que tudo correu da melhor maneira possível. Os alunos retornam para suas casas, porém, a direção da escola recebe um telefonema da pessoa responsável pela feira dando queixa do sumiço de um objeto. A professora comunica e o fato é discutido com outros educadores da escola. A professora, apesar de constrangida, expõe a situação à turma do dia seguinte e sugere que o aluno que está de posse do objeto o devolva, e nada acontecerá. Caso contrário, o objeto deverá ser pago aos expositores da feira e o valor rateado entre todos os alunos da turma. Autor Desconhecido ATIVIDADES Responda 1. O que Victor deve fazer? 2. O final desta história é assim: "Victor prefere calar-se e deixar que todos paguem o objeto roubado". Você percebe que Pedro ficou distante de toda a situação. Pedro foi realmente amigo de Victor? 3. Qual seria a reação de um amigo verdadeiro ao se deparar com um problema ou uma falha do outro? Comente “O tapa de um amigo é legal, mas o beijo de um falso amigo é mentiroso” Provérbios 27, 6) Texto 3: Aceitando pelo o que é
  • 27. - 27 - O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: "Cachorrinhos a venda". Esse tipo de anúncio sempre atrai às crianças e logo um menininho apareceu na loja perguntando: -"Qual é o preço dos cachorrinhos?" O dono respondeu: - "Entre R$ 30,00 e R$ 50,00". O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas: - "Só tenho R$ 2,37... posso vê-los?". O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cadela correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás. O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando. - "O que aconteceu com esse cachorrinho?", perguntou. O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se emocionou muito e exclamou: - "Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!". E o homem respondeu: - "Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de presente". O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse: - "Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo". O homem respondeu: - "Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos". O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou de novo ao homem e lhe disse: - "Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda". O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas... sorriu e disse: - "Filho, só espero e oro para que cada um destes cachorrinhos tenham um dono como você". Na vida não importa como és, mas importa que alguém te aprecie pelo que és, te aceite e te ame incondicionalmente.
  • 28. - 28 - Autor Desconhecido ATIVIDADES 1. Procure, no caça-palavras, o que os cristãos devem ser para os irmãos e o mundo. A E D I O V I N T E R E S S E C A R Z V S H D E D I C A Ç Ã O X T O Z V S A L M O X V Z T U A P B C D P W N M S E R V I Ç O X Z A P M L X V B N K L P U Y A L E G R I A W F E R M E N T O W Z A M I Z A D E X V C B C O M P R E E N S Ã O Ç W D F G H T Y U N I Ã O Ç A P O Q W H J N M L W E R D O A Ç Ã O Q W S 2. Relacione valores necessários para que possa acontecer uma amizade de verdade: 3. Você já descobriu: a) Os dons que recebeu de Deus? Quais são? b) O que faz ou pretende fazer com eles? EM POUCAS PALAVRAS Leia e reflita sobre as citações abaixo: “Se os amigos fugirem de mim, fugirão todos os meus tesouros” Malba Tahan, pseudônimo de Julio César de Melo e Sousa, escritor e professor brasileiro. “Amigo verdadeiro é aquele que nos quer apesar de nada” Luís Felipe Angell, o Sofocleto, humorista peruano. O acaso nos dá parentes, mas a escolha nos dá amigos” Júlio Dinis, escritor português. “Amigo não é aquele que faz sorrir, e sim o que não deixa cair lágrimas.” Anônimo
  • 29. - 29 - Para lembrar Para aprofundamento do tema texto complementar: - Um amigo de verdade – pág.85. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês
  • 30. - 30 - 2 - A opção por Deus 2.1 O projeto de Deus Texto 1: A Cruz, símbolo e sinal do amor de Cristo por nós Era professor de natação. Certa noite, não conseguia dormir. Eu morava perto do ginásio e como eu tinha a chave do ginásio para lá me dirigi. Fui até a piscina para nadar. Não acendi a luz porque conhecia bem o lugar. Lá do céu, numa noite até agradável a lua cheia brilhava através do teto de vidro iluminando o recinto. Subi a escadinha do trampolim. Fiquei fazendo exercício de respiração. Fui até a ponta. Abri meus braços. Fechei os olhos. Assim fiquei por uns tempos. Quando abri os olhos, reparei que meu corpo fazia uma grande sombra na parede em frente. Com os braços abertos, a silhueta de meu corpo formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei parado contemplando aquela imagem... Nesse momento pensei na cruz de Jesus e em seu significado. Relembrei minha vida. Eu era cristão, e quando criança aprendi que Jesus tinha morrido na cruz para nos salvar. Mas tudo isso já havia passado. Agora se colocava só como uma lembrança antiga embora boa. Não sei por quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos em forma de cruz. Pensando. Pensando. Eu não mergulhei na piscina, como fazia sempre. Afastei-me do trampolim, desci a escadinha. Ia embaixo mergulhar na água. Movi minha perna direita para tocar na superfície da água para quebrar um pouco o frio da água. Não consegui... Desci mais. Também não. Só então percebi que haviam esvaziado a piscina naquela tarde. E eu nem havia percebido! Tremi todo e senti um calafrio percorrer toda a minha espinha. Meu coração começou a disparar em meu peito. Se tivesse saltado naquela noite, teria sido meu último salto. Voltei para casa ainda impressionado. A imagem da cruz que minha figura compôs à luz do luar, havia salvado minha vida. Fiquei muito agradecido a Deus, que por me amar permitiu que eu continuasse vivo. Tomei consciência de que não somente a minha vida física, mas meu espírito também precisava ser salvo. Eu que há tanto tempo estava afastado de Deus. Aquela noite foi o início de um retomo para a vida religiosa. Monsenhor Paulo Daher
  • 31. - 31 - ATIVIDADE Pesquise/entreviste Uma pessoa que testemunhe a presença de um sinal de Deus em sua vida: Texto 2: Senhor Deus, enfim, te encontro Um dia me perguntaram se em Deus eu acreditava. Eu não lhes respondi da maneira que eu pensava: “Entre a lua e as estrelas, num galope, num troféu, pisando nas nuvens brancas, eu vi Deus passar no céu...” Todo dia existe Deus num sorriso de criança, no canto dos passarinhos, num olhar, numa esperança... Na harmonia das cores, na natureza esquecida, na fresca aragem da brisa, na própria essência da vida. No regato cristalino, pequeno servo do mar, nas ondas lavando as praias, na clara luz do luar. Na escuridão do infinito, todo ponteado de estrelas, na amplidão do universo, no simples prazer de vê-Ias. Nos segredos desta vida, no germinar da semente, nos movimentos da Terra, que gira incessantemente. No orvalho sobre a relva, na passarada que canta, no cheiro que vem da terra e no sol que se levanta. Nas flores que desabrocham, perfumando a atmosfera, nas folhas novas que brotam, anunciando a primavera. Deus é a Paz, a Esperança, é o alento do aflito, é o criador do universo, da luz, do ar, do infinito. Deus é a justiça perfeita, que emana do coração: ao perdoar quem O ofende, ele é o próprio perdão. Será que você não viu o rosto calmo de Deus, no colorido mais belo dos olhos dos filhos seus? Eu sei que não me enganei em tudo que lhes dizia: Deus é a paz, é o amor, Deus é a eterna poesia. Deus é constante, é perene, é divino de tal sorte, que sendo a essência da vida, é o descanso da morte. Não há ida sem volta, e nem há volta sem ida. A morte não é a morte, é só a porta da vida. No ciclo da natureza, nesse ir e vir constante, no broto que se renova, na vida que segue adiante.
  • 32. - 32 - Em quem semeia a bondade, em quem ajuda o irmão, colhendo felicidade, cumprindo a sua missão. No suor de quem trabalha, no calor duro da mão, no homem que planta o trigo, no trigo que faz o pão. VOCÊ PODE SENTIR DEUS PULSAR EM SEU CORAÇÃO. Otávio e Roberto Barbosa ATIVIDADE Crie Com base no texto e no seu dia a dia, crie um acróstico com a expressão “Presença de Deus”: Texto 3: O que nos diz o livro Gênesis? “Tal é a história da criação dos céus e da terra.” (Gn 2, 4a). O primeiro livro da Bíblia nos fala da origem, isto é, o início de tudo e afirma que tudo foi criado por Deus e que tudo é bom, pois tem sua origem em Deus: “e Deus viu que tudo era bom.” Portanto, Gênesis 1 nos ensina: 1º) Que Deus ao criar não precisa de nada. Ao contrário do pedreiro, que para fazer uma casa precisa de areia, tijolo, cimento, etc. Deus cria por meio de sua Palavra: “E Deus disse – ‘faça- se a luz’ – e a luz foi feita.” (1,3) Deus cria tudo a partir do nada. Deus é a origem de tudo; 2º) “Deus viu que tudo era bom” (vers. 4. 10b. 12b. 18b. 21b. 25b.) Deus é bom, cria por amor e tudo o que vem de Deus é bom. A criação é boa, a natureza é boa, tudo o que existe é bom; 3º) Somente no quarto dia é que Deus cria o sol e a lua, para presidir o dia e a noite, de modo que por “dia” podemos entender que Deus criou tudo em etapas. Primeiro o reino mineral, depois o vegetal, o animal e como parte deste, depois de uma reflexão do próprio Deus – “façamos o homem a nossa imagem e semelhança” – criou o homem como obra prima, a quem Deus confiou o cuidado e o governo de tudo e Deus observou “que tudo é muito bom.” Por fim, Deus descansa da criação e confia seu cuidado ao homem. Agora depende do ser humano manter e fazer crescer tudo o que Deus entregou sob o seu domínio. Infelizmente, sabemos que o homem pecou e, com isto, não consegue corretamente governar o que Deus criou. Assim nós devemos cuidar bem de tudo, pois tudo é dom de Deus e para o uso do ser humano. Pe. João Rosa
  • 33. - 33 - Teto da Capela Sistina - A Criação de Adão (Michelangelo) O propósito de Deus sobre todas as coisas Ao criar todas as coisas, Deus teve sempre um propósito, um objetivo. Conosco não é diferente! Não fomos criados por Deus para simplesmente vivermos da maneira como quisermos, comermos, brincarmos, estudarmos. Ele tem planos para cada um de nós, planos estes que cabe a nós realizarmos, segundo a Sua vontade. “Eu é que sei que pensamentos tenho de vós...” Você pode imaginar então que pensamentos e planos Deus tem para você? ATIVIDADES 1. Liste, pelo menos, 5 planos de Deus para você. 2. Divida a turma em grupos e peça que cada um elabore um cartaz sobre a criação. Para lembrar Para aprofundamento do tema texto complementar: - Honestidade – pág.86. O Bem que se faz num dia é semente para felicidade no dia seguinte. Dalai Lama
  • 34. - 34 - 2.2 A falsa idolatria Sagrado significa santo, separado, especial. É algo ou alguém que incentiva nossa vida sempre para o melhor. É como um pensamento ou sentimento que nos anima a caminhar sempre para frente. Texto 1: Religião e forma de ver e viver bem Todas as religiões apresentam o lado da vida que não vemos, mas que mostram um Ser Superior que cuida de nós. E o percebemos em todos os momentos de nossa vida. Isto quando estamos ocupados com o que precisamos para manter nossa vida. Mas também em momentos em que olhando para dentro de nós mesmos ocupamos pensamentos e sentimentos em Alguém que pensa em nós e cuida de nós. Por outro lado, quando idolatramos ou adoramos coisas passageiras, como bens materiais, artistas ou modismos, desrespeitamos a santidade das coisas sagradas e violam- se regras religiosas. A manifestação do espírito religioso A vida religiosa começa quando nós aceitamos a presença de um Ser Superior que quer participar de nossa vida. As três grandes religiões monoteístas (que acreditam num só Deus): judaísmo, cristianismo e islamismo, consideram sagrados e dignos de respeito alguns lugares, templos e pessoas. Seus seguidores se reúnem nestes lugares sagrados para suas celebrações religiosas, comemorando suas datas especiais. Como o Ser Superior (ou Deus) se comunica às pessoas Os judeus e cristãos encontram no livro Sagrado da Bíblia que Deus cria o ser humano à sua imagem e semelhança (Gn 1,26). Isto significa também para as grandes religiões que cada pessoa é única e participa do caráter sagrado da vida divina. Por isso mostram o aspecto sagrado do ser humano e afirmam que todos os indivíduos devem ser respeitados e convivam em paz. Devemos respeitar as pessoas e seus direitos como seres humanos mesmo com suas diferenças culturais, religiosas, origem ou condição social. Vivemos entre seres humanos que merecem ser sempre respeitados A maneira de manter nosso relacionamento com o Ser Superior está ligada, pois ao nosso bom relacionamento com as pessoas. Na Bíblia dos cristãos e nos livros sagrados das religiões só estará unido ao Ser Superior se se aceitar conviver bem com todos. Vida humana iluminada pela presença do divino Quem tem fé e acredita em Deus, transforma toda a sua vida. Sua maneira de viver não deve só ser vista pela forma como participa de celebrações religiosas (orações, cultos). Claro
  • 35. - 35 - para isso há lugares próprios para esses momentos. São os templos ou lugares especiais ou momentos (datas) para essas ações sagradas. Mas a maneira de pensar, sentir e agir segue o que o espírito religioso pede de cada um. Se tenho fé em Deus e numa vida superior e eterna (como aceitam os cristãos) o meu dia será conduzido por tudo que ouço e aprendo como orientação de minha fé. Isso comigo mesmo, em minha família, no exercício de minha profissão e na sociedade. Quem tem religião e quem não tem religião deve respeitar a maneira de viver do outro. Respeitamos a maneira de falar das várias regiões, a maneira de vestir, os hábitos, as diferenças das raças e línguas. Devemos também respeitar as diferenças na fé, na vida religiosa, naquilo que não ofende ninguém, nem prejudica a vida dos outros. Adaptado INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter- religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004. ATIVIDADES Reflita A educadora e filósofa Tânia Zagury realizou uma pesquisa sobre a adolescência e sua relação com a escola, a família, a religião, o sexo, a política. Em sete capitais e nove cidades do interior do Brasil, fez diversas perguntas aos próprios adolescentes. Imagine que você foi entrevistado pelos pesquisadores de Tânia Zagury. Responda em grupo a cada uma das perguntas da pesquisa.
  • 36. - 36 - 1. Discuta os resultados da pesquisa. 2. Qual a diferença entre “ter religião” e “ser religioso”? Responda e justifique 1. Pode existir uma religião que não tenha nenhuma referência ao sagrado? 2. O ser humano pode ser considerado sagrado? 3. Uma religião que dá mais importância aos ritos e regras do que às pessoas é uma verdadeira religião? 4. Você acredita que as religiões conseguem conduzir seus seguidores para a paz? Por que, então, acontecem guerras, às vezes, por motivos religiosos? Reflita Imagine que líderes políticos de todo o mundo se reuniram para discutir e aprovar a resolução abaixo: “A paz é considerada efetivamente direito e dever de todas as pessoas e nações. Cada cidadão do mundo terá direito à paz. E os cidadãos do mundo todo terão a obrigação de preservá-la. Os governantes de cada nação jurarão esse compromisso pessoalmente diante dos demais cidadãos do mundo. As entidades internacionais, juntamente com a “Nova Organização das Nações Unidas pela Paz”, zelarão pelo cumprimento efetivo desta resolução”.  Você foi convidado para criar um símbolo para a Nova Organização das Nações Unidas pela Paz. Desenhe-o.  Você agora vai fazer parte de uma comissão responsável por tornar viável essa resolução. Escreva três iniciativas que os governantes devem tomar para garantir que a paz exista efetivamente no mundo todo. INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter- religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004.
  • 37. - 37 - 2.3 O que é religião Texto 1: Religião de costume ou religião de escolha? Observa-se, hoje, uma grande valorização das diferentes culturas e formas de manifestação do humano. Vêm se ampliando, também, o reconhecimento e o respeito pelas diferentes religiões e suas maneiras de vivenciarem e de se relacionarem com o Supremo e o Transcendente. Esse reconhecimento e valorização da diversidade religiosa têm possibilitado um questionamento maior em relação à liberdade religiosa e à consequente escolha. Cristianismo - Judaísmo – Hinduísmo – Islamismo - Budismo Segundo a Constituição brasileira, cada indivíduo tem direito à livre escolha de sua religião. Como é entendido, o respeito pela denominação religiosa e o poder religioso sobre os sujeitos são influências que interferem na liberdade religiosa de cada um. Esta liberdade se vê vinculada a uma série de preceitos e doutrinas. Muitos desses sujeitos ainda não sabem como lidar com isso. Estudos atuais sobre os fenômenos religiosos têm fortalecido o conhecimento e o reconhecimento das diferentes religiões. Esses estudos têm apresentado uma reflexão mais clara e de muito respeito para com a identidade religiosa de cada sujeito. O surgimento de novas religiões, o pluralismo religioso, a presença pública das religiões na sociedade vêm BONDADE Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta. Nelson Mandela
  • 38. - 38 - contribuindo para o livre arbítrio, compreendendo melhor até mesmo os que se dizem sem religião. Entre a herança e a liberdade Sabe-se que, apesar de predominar a religião de costume, no Brasil, existem religiões que primam pelo ato da escolha. Encontram-se, sobretudo, hoje, denominações religiosas que criam seus filhos em meio a uma liberdade muito tranquila, possibilitando uma escolha e opção desejada. Conforme Reginaldo Prandi a religião que se professa hoje já não é aquela na qual se nasce, mas a que se escolhe. A religião que alguém elege para si, hoje, escolhida de uma plural idade em permanente expansão, também não é necessariamente mais a que seguirá amanhã. Segundo o padre José Ivo Follmann, estudioso em Ciências das Religiões, existem quatro tipos de religião: 1) religião de herança vivida como um costume ou tradição; 2) religião de herança, mas assumida em seu conteúdo fundamental através de formação, escolha e consciência; 3) religião de herança, mas onde o sujeito vive numa atitude de abertura e busca, experimentando outras religiões ou mesmo escolhendo, por opção, outra; 4) sem religião de herança, podendo escolher, ou não, a sua religião na fase adulta. Muitas religiões colocam as pessoas numa espécie de "horizonte fechado" desde o nascimento, não possibilitando alternativas. O indivíduo é marcado pela religião de seus pais e deve carregá-la consigo até o fim da vida e passá-la adiante. Não fazendo isto, sente-se culpado e considerado infiel, pois não segue os costumes. A religião de costume tende a se esvaziar no seu conteúdo e, sem um bom trabalho de formação, acaba limitando a consciência religiosa. A função do Ensino Religioso Há casos em que a identidade religiosa é cultivada autenticamente desde o nascimento. Em algumas religiões de matrizes africanas, os conhecimentos religiosos são passados de pai para filho, ou seja, na gestação a criança já vai sendo preparada nas futuras obrigações e responsabilidades religiosas. Na religião Católica, também, os pais procuram batizar seus filhos logo ao nascer. Como bons religiosos, até a idade adulta são conduzidos a seguir os exemplos dos pais e mães. São encaminhados sob orientações e costumes religiosos gerais como: ser batizado, fazer primeira comunhão, receber a crisma, entre outros sacramentos. Observando as leis e critérios em que cada religião se fundamenta, vemos claramente que os sujeitos, na grande maioria, nascem num berço já determinado com uma opção religiosa ou por algum costume religioso. Muitos dão continuidade, mas outros, ao chegarem à idade adulta, preferem o ato da escolha de sua opção pessoal. Embora haja grande respeito pela tradição religiosa dos pais, muitos jovens e adultos deixam para trás essa herança, buscando outros costumes religiosos. O Ensino Religioso nas escolas é convocado, por lei, a exercer um papel importante em todo o Brasil. Hoje já há explícita mudança na maneira de ver o Ensino Religioso não mais restrito a uma determinada orientação religiosa, mas observa-se um grande esforço em apresentar e estudar a diversidade religiosa nas escolas. Este fato, sem dúvida, estará contribuindo com a livre escolha e o respeito por todos os costumes religiosos. Dessa maneira vemos a grande importância do diálogo com o diferente. O diálogo inter- religioso é uma prática fundamental na vida de todos os sujeitos. O conhecimento sobre as diversas religiões e o diálogo ajuda a fortalecer a identidade religiosa, além de possibilitar grande estímulo para a religião de escolha. Aqueles que vivem a sua religião só por costume ou tradição acabam não tendo coragem de dialogar sobre a mesma, perdendo a oportunidade de conhecer e aprender a respeitar a dos outros. Adevanir Aparecida Pinheiro, coordenadora dos projetos no Programa Gestando O Diálogo Inter- Religioso e o Ecumenismo, da Unisinos em São Leopoldo, RS. Mundo Jovem. Junho/2006. ATIVIDADES 1. Em que medida a família influencia na escolha da religião?
  • 39. - 39 - 2. A liberdade de escolha religiosa entre os jovens pode levar a uma opção de interesse e não de compromisso? 3. Em que medida e em que oportunidade os jovens estão estudando e debatendo a questão religiosa para uma opção consciente e fundamentada? 4. Escreva perguntas e curiosidades que você tem sobre religião: Texto 2: Os significados da palavra religião Retomar a ligação com Deus Não há acordo entre os estudiosos da religião sobre a etimologia da palavra "religião". Muitos afirmam que ela vem do termo latino religio, que por sua vez deriva do verbo religare. Neste sentido, religião é o conjunto de vínculos que nos religam a Deus. O ser humano, de acordo com essa concepção de religião, é alguém que se separou de Deus. A religião serviria para nos ligar novamente a Deus. Ler os livros divinos Outros estudiosos afirmam que a palavra religião deriva do verbo relegere, que significa "reler". Deus se manifesta à humanidade por meio da palavra. A pessoa religiosa deve ler e reler os textos sagrados para entender o plano de Deus e, a partir daí, reorientar sua vida. A reeleição de Deus Há ainda aqueles que consideram que o termo religião está relacionado a reeligere, que significa "reeleger". Nesta acepção, os homens e as mulheres são vistos como seres que sempre pecam. Mas apesar disso, depois do pecado que nos separa de Deus, queremos voltar a ele. Portanto, reelegemos Deus para dirigir nossa vida. Relação com Deus, a realidade suprema Santo Tomás de Aquino, filósofo do século XIII, resume todas essas definições na palavra relação. Para Santo Tomás, religião é a relação dos seres humanos com Deus. Uma definição bastante aceitável de religião, hoje, é: "a aceitação de uma realidade suprema que dá sentido a tudo, à vida, ao mundo e à história". A partir dessa definição é possível classificar as religiões que existem. Classificação das religiões É possível classificar as religiões de diversas formas. Aqui, vamos usar a mais simples, que divide as religiões em:  Literárias: baseiam-se em geral na palavra, em um texto. Essa é a forma como os deuses dessas religiões se revelam. O cristianismo, o judaísmo e o islamismo são os exemplos mais evidentes de religiões reveladas. A Bíblia, a Torá e o Corão são, respectivamente, seus livros sagrados.  Não-literárias:não possuem um texto com revelações e dogmas, pois baseiam-se sobretudo na tradição. Os deuses dessas religiões são em geral elementos da natureza ou do próprio cosmo. As crenças e preceitos das religiões não-literárias são transmitidos oralmente, de geração a geração. SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo: Scipione, 1997. Reflita Há um ditado popular que afirma: "Gosto e religião não se discute". · Converse com três pessoas e anote suas opiniões a respeito desse ditado.
  • 40. - 40 - · Depois, compare suas anotações com as de alguns colegas e, em grupo, elabore um texto sobre o assunto. Texto 3: Religiosidade e Religião Religiosidade é própria ao ser humano, isto significa que ele nasce com esta dimensão. A religiosidade pode ser desenvolvida de uma forma positiva a partir da educação ou formação do senso ético. Essa educação pode acontecer principalmente na família e na comunidade religiosa. Se refere a uma das forças mais profundas de movimentação humana e intensa busca pelo sentido de tudo que nos cerca.Trata-se de uma percepção e uma conexão com a Vida que procura captar, fruir e proteger tudo aquilo que ultrapassa a materialidade e imediaticidade do Mundo. Religião significa religação do ser humano consigo mesmo, com os outros, com a natureza, com o sagrado e com o transcendente. É a maneira concreta de vivenciar o sentimento religioso por meio das práticas religiosas ou espiritualidades, dos ritos ou cerimônias, símbolos, textos sagrados e normas éticas de conduta. Muitas religiões contribuem para a humanização das sociedades humanas quando buscam ajudar as pessoas a serem felizes e solidárias umas com as outras, bem como, quando promovem a defesa da vida, do bem comum, da justiça, da paz, da fraternidade e do respeito entre todos os povos. A religião faz parte da vida de muitas pessoas, sendo um valor importante para elas. Todas as pessoas, não importa a religião que professam, merecem nosso respeito e consideração. Adaptado de Borres Guilouski http://edmaatividadesbiblicas.blogspot.com/2011/03/religiosidade-e-religiao.html CORTELLA, Mario Sergio. Educação, Ensino Religioso e formação docente. In. SENA, Luzia (org.) Ensino Religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em diálogo. São Paulo: Paulinas, 2006. ATIVIDADES 1) O que é religião? E religiosidade? 2) Como as religiões podem contribuir para a humanização das sociedades humanas? 3) Você conhece ou frequenta alguma religião ou igreja? Cite um ensinamento importante desta religião ou igreja que ajuda as pessoas serem mais éticas: 4) Reflita: o desamor, a intolerância e outros males estão relacionados à falta de religiosidade? Para aprofundamento do tema texto complementar: - O que é compaixão? – pág.87.
  • 41. - 41 - 2.4 Como surgiram as religiões Texto 1: Como surgiram as religiões Não se conhece uma época ou civilização que não tenha religião. Ao longo do Paleolítico - período que se iniciou há dois milhões de anos e terminou há dez mil anos - o homem pré-histórico elaborou formas de lidar com o desconhecido que revelam que ele acreditava num mundo sobrenatural e em poderes mágicos. Há pelo menos duas evidências sobre isso:  A primeira são os desenhos que os primeiros humanos faziam nas cavernas, que era uma forma de lidar com o desconhecido.  A outra evidência é o sepultamento dos mortos, mais uma indicação de que a crença na existência de um mundo transcendental surgiu com o próprio ser humano. O homem de Neanderthal, há cem mil anos, também manifestava preocupação com o que haveria além da morte. Quando sepultavam alguém, os neandertaloides punham junto objetos que o morto pudesse precisar na outra vida. Há também algumas pinturas em pedra que expressam a preocupação do homem pré-histórico com o além. O pastoreio, a agricultura e as religiões As condições de vida no Neolítico, há 10 mil anos, fazem surgir dois tipos de religião: O primeiro é a religião dos povos pastores, que de um modo geral, acreditavam na existência de deuses celestes. Lá do céu os deuses-astros acompanhavam a procura e a localização dos pastos férteis para os animais. Escutar e interpretar os sinais do céu era vital para esses povos. Os sinais divinos, que passaram a ser anotados, iam se transformando num texto. Daí a importância da palavra, característica das religiões de origem pastoril. O segundo tipo de religião é a dos povos agrícolas. Eles acreditavam que os deuses eram a própria natureza e que os ciclos das estações e a fertilidade da terra eram manifestações divinas. A dependência dos fenômenos naturais fez com que valorizassem e transmitissem cada aprendizado sobre os desígnios da natureza. Por conta disso, a tradição se transformou no valor fundamental das religiões desses povos. Autor desconhecido ATIVIDADES 1. Podemos afirmar que o homem pré-histórico acreditava na existência de um mundo transcendental? 2. Explique como os povos pastores construíram seu sistema de crenças. 3. Em que os povos agrícolas se basearam para expressar sua religiosidade? Texto 2: Religiões e seitas no mundo
  • 42. - 42 - Religiões existem milhares, de acordo com o seu próprio jeito de reverenciar uma divindade e de se posicionar no mundo, receberão nomes diferentes e seguidores próprios. Vejamos algumas das principais religiões e seitas no mundo: Afro-tradicionais - religião tradicional do continente africano. Tem como principal característica a ausência de um livro sagrado, baseando-se em mitos e rituais que são transmitidos oralmente. Suas crenças e costumes têm mais a ver com a experiência diária do que com princípios morais de salvação espiritual. Apesar de se acreditar em um Deus supremo, é dada uma atenção maior a espíritos secundários, principalmente espíritos ancestrais, líderes ligados a algum clã ou tribo. Com a colonização europeia, iniciada no século XVII, o contato com o islamismo e o cristianimo alterou algumas concepções das religiões africanas tradicionais, ocorrendo o sincretismo religioso, ou seja, a mistura de uma religião com outra. No Brasil as religiões afro-brasileiras organizaram-se nas últimas décadas do século XIX, no período final da escravidão. Estas formaram-se em diferentes regiões e estados do Brasil e em diferentes momentos históricos. Como exemplos delas, temos o candomblé e a umbanda. Budismo - religião fundada por Siddharta Gautama - o Buda - na Ásia Central, por volta de 563-483 a.C., surgindo a partir do hinduísmo como um caminho individual para a salvação. Segundo o budismo, todas as ações têm consequências, o princípio propulsor por trás do ciclo nascimento-morte-renascimento são os pensamentos do homem, suas palavras e seus atos (carma). Os ensinamentos básicos do budismo são: evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de sofrimento, samsara, despertando no praticante o entendimento da realidade última - o Nirvana. Catolicismo – Desde os primórdios do cristianismo, os cristãos ocidentais eram chamados de católicos e os cristãos orientais de ortodoxos. Entende-se, então, que a Igreja Católica é o conjunto de igrejas que estão em comunhão com o Papa; e a Igreja Ortodoxa é o conjunto de dioceses do Oriente cujo chefe espiritual é o Patriarca Ecumênico de Constantinopla (título simbólico, pois as igrejas ortodoxas são independentes). A Igreja Católica Apostólica Romana abarca o maior número de cristãos no mundo e apresenta uma rígida estrutura organizacional e hierárquica. Possui 7 sacramentos (sinais visíveis de que Deus concede sua graça aos humanos): batismo, crisma, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. Confucionismo - doutrina ética e política, fundada por Confúcio (551-479 a.C), que por mais de dois mil anos constituiu o sistema filosófico dominante da China. Seu pensamento consiste em definir as relações humanas individuais em função das instituições sociais, principalmente família e Estado. Na verdade, o confucionismo e o taoísmo tiveram predominância na educação e na vida intelectual da China, enquanto o budismo exerceu importante influência na vida social.
  • 43. - 43 - Espiritismo/ Kardecismo – consiste num sistema filosófico-religioso cujo eixo principal é a crença na reencarnação. A designação kardecismo deriva do pseudônimo Allan Kardec, adotado pelo teórico da doutrina espírita francesa Leon Hipolyte Denizard Rivail (1804-69). Graças ao mandamento do amor, os mortais podem contar, em seu processo de purificação e evolução, com a ajuda e as orações dos espíritos de luz já desencarnados, sujeitos também eles à norma ética máxima do kardecismo, a caridade. Protestantismo – é um dos grandes ramos do Cristianismo, surgido da Reforma Protestante ocorrida na Europa, no século XVI. Inicialmente, a partir da Reforma, surgiram as igrejas Luterana e Reformada, mas que ao longo dos tempos foi frutificando em novas igrejas e denominações como os batistas, metodistas, calvinistas, presbiterianos, pentecostais, entre outros (alguns denominados genericamente de evangélicos). Devido a essas divisões as formas de composição, estrutura, doutrinas, práticas e culto também podem diferir entre si. De forma geral, a Palavra de Deus, a Bíblia (organizada diferentemente da Bíblia católica), é amplamente estudada e seguida. Hinduísmo - religião professada pela maioria dos povos da Índia. Cultua um grande número de deuses e deusas e seus seguidores acreditam na reencarnação e na união com o Deus supremo - Brama - pela libertação espiritual. Os hinduístas têm rituais diários obrigatórios e também os não-obrigatórios, mas de enorme valor para eles, como a peregrinação a lugares sagrados: rio Ganges, por exemplo. Islamismo - religião fundada por Maomé (570-652 d.C); do islã, muçulmana. Afirma a existência de um único Deus - Alá - e acredita que o Cristo foi um grande profeta. Maomé, no entanto, não é cultuado em si mesmo nem considerado um intermediador entre Deus e os homens. Para os muçulmanos, sua vida é o ponto máximo da era profética, sendo as leis do islamismo o cumprimento das revelações anteriores feitas pelos profetas das religiões reveladas, como o cristianismo e o judaísmo. Judaísmo - religião do povo hebreu e a partir da qual surgiu o cristianismo. Os judeus esperam pela vinda de um Messias. Algumas ramificações judaicas (reformistas) creem, no entanto, que a era messiânica não envolva necessariamente uma pessoa, mas sim que se trate de um período de paz, prosperidade e justiça na humanidade. O livro sagrado é a Bíblia judaica, equivalente ao Antigo Testamento, porém organizada de forma diferente. É uma religião intimamente ligada à história. As narrativas da Bíblia se baseiam numa crença bem definida de que Deus fez uma aliança especial com o povo hebreu. Taoísmo - filosofia religiosa desenvolvida principalmente pelo filósofo Lao-tse (séc. VI a.C). A noção fundamental dessa doutrina é o Tao - o Caminho - princípio sintetizador e harmônico do Yin (feminino) e Yang (masculino). O acesso ao Caminho se dá pela meditação e pela prática de exercícios físicos e respiratórios. Xintoísmo – Antiga religião nacional do Japão. A partir de 500 d.C., o xintoísmo enfrentou dura competição com o budismo, mas as duas religiões acabaram por influenciar uma à outra. Não há um fundador, como em outras religiões. A essência desta religião são a cerimônia e o ritual, que mantêm o contato com o divino. Costuma- se dizer que o xintoísmo possui diversos deuses ou kamis, que se manifestam sob a forma de árvores, montanhas, rios, animais e seres humanos. O culto aos espíritos
  • 44. - 44 - naturais e ancestrais sempre foi fundamental para o xintoísmo. 4 elementos estão sempre presentes nas cerimônias: purificação, sacrifício, oração e refeição sagrada. GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. ATIVIDADES: 1. Quais das religiões citadas você conhece? 2. Você gostaria de conhecer o sistema de crenças de alguma outra religião que não a sua? Qual? 3. Consulte a programação da televisão em um jornal, revista ou internet. Localize os programas de cunho religioso das principais emissoras nacionais. Preencha um quadro com a emissora, programa e igreja: SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo, Scipione, 1997. Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência, religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.” Segundo o artigo 5º, inciso VI, da Constituição: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”
  • 45. - 45 - Texto 3: As Principais Religiões RELIGIÕES NO MUNDO Ranking Geral das RELIGIÕES no mundo Cristianismo 1º lugar: Islamismo – 1,314 bilhão de adeptos 2º lugar: Catolicismo – 1,119 bilhão de seguidores 3º lugar: Hinduísmo – 870,1 milhões de praticantes 4º lugar: Sem religião – 768,6 milhões 5º lugar: Cristianismo Independente (Pentecostais e Neopentecostais) – 426,7 milhões de fiéis 6º lugar: Religiões Populares Chinesas (combinação de crenças taoístas, xintoístas e budistas com divindades locais, comum em províncias do interior da China) – 405 milhões de seguidores 7º lugar: Budismo – 378,8 milhões de adeptos 8º lugar: Protestantismo (Reformados e Históricos) – 358 milhões de praticantes 9º lugar: Animismo e Xamanismo – 256,3 milhões de praticantes 10º lugar: Cristianismo Ortodoxo – 219,5 milhões de fiéis 11º lugar: Ateísmo – 151,6 milhões 12º lugar: Novas religiões orientais (movimentos sincréticos, neobudistas e neoxintoístas) – 108,1 milhões de seguidores 13º lugar: Anglicanismo – 79,7 milhões de adeptos 14º lugar: Cristianismo de Fronteira (Mórmons, Adventistas e Testemunhas de Jeová) – 51,9 milhões de seguidores 15º lugar: Siquismo (oriundo do Hinduísmo) – 25,4 milhões de adeptos 16º lugar: Judaismo – 15,1 milhões de fiéis 17º lugar: Crenças espíritas (religiões africanas, afro-brasileiras e espiritismo) – 13,1 milhões de adeptos 18º lugar: Bahaismo (oriundo do Islamismo) – 7,6 milhões de seguidores 19º lugar: Confucionismo (China) – 6,5 milhões de praticantes 20º lugar: Jainismo (oriundo do Hinduísmo) – 4,6 milhões de adeptos 21º lugar: Espiritismo Kardecista (Allan Kardec – França) – 3,7 milhões de seguidores 22º lugar: Xintoísmo (Japão) – 2,8 milhões de praticantes 23º lugar: Taoísmo (China) – 2,7 milhões de fiéis 24º lugar: Zoroastrismo (surgida na antiga Pérsia) – 2,6 milhões de seguidores http://ccbnovascriaturas.forumeiro.org/ http://www.lideranca.org/cgi- bin/index.cgi?action=forum&board=atualidades&op=display&num=5993 A ideia acima não é que eu e você nos posicionemos com relação a nossa crença e saibamos quantos "pensam" como nós, mas sim que saibamos quantos (milhares) pensam de maneira diferente e que precisam ser respeitadas. "A nossa pode não ser, e com certeza não é, a única verdade." Glauco Tavares As pessoas se relacionam com Deus de diversas maneiras. Essas formas de relacionar-se com Deus constituem as distintas religiões existentes no mundo. Algumas são politeístas, porque admitem a existência de vários deuses; outras são monoteístas, porque afirmam que só existe um Deus. As três grandes religiões monoteístas são: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
  • 46. - 46 - ATIVIDADES: Teça comentários a respeito das seguintes assertivas: a) Todas as pessoas possuem uma religião. b) A religião colabora para que as pessoas tenham esperança e vivam na busca da felicidade. c) A diferença religiosa afasta as pessoas umas das outras. d) Uma religião é mais importante que a outra. e) Através da religião busca-se a harmonia entre os seres humanos, a sociedade e a natureza. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês
  • 47. - 47 - 2.5 Líderes religiosos TEXTO 1: LÍDERES RELIGIOSOS MOISÉS foi, de acordo com a bíblia hebraica, alcorão e escrituras da fé Baha'i, um líder religioso, legislador e profeta, a quem a autoria da Torá é tradicionalmente atribuída. Ele é o profeta mais importante do judaísmo, e igualmente reconhecido pelo Cristianismo e Islamismo, assim como em outras religiões. É o grande libertador dos hebreus, tido por eles como seu principal legislador e mais importante líder religioso. A Bíblia o denomina "o homem mais manso da Terra" (Números 12:3). Também é considerado um grande profeta pelos muçulmanos. De acordo com a Bíblia e a tradição judaico-cristã, Moisés realizou diversos prodígios após uma Epifania. Libertou o povo judeu da escravidão no Antigo Egito, tendo instituído a Páscoa Judaica. Depois guiou seu povo através de um êxodo pelo deserto durante quarenta anos. Ainda segundo a Bíblia, recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei de Deus, contendo os Dez Mandamentos. SIDDHARTA GAUTAMA (século VI a.C. - c.563 a.C. - c. 483 a.C.), em Kapilavastu, no sopé do Himalaia, território do atual Nepal. Mais conhecido como Buda, o iluminado. Filósofo, professor e líder espiritual, fundador do Budismo. Buda (Buddha, que significa "Desperto" , do radical Budh-, "despertar") é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento. Para Sidarta Gautama, não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes também estão sujeitos ao carma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um exemplo, guia e mestre para os seres vivos sencientes que devem trilhar o caminho por si próprios. JESUS CRISTO - Jesus (também chamado Jesus de Nazaré) nasceu entre 7–2 a.C e morreu por volta de 30–33 d.C., é a figura central do cristianismo e aquele que os ensinamentos de maior parte das denominações cristãs, além dos judeus messiânicos, consideram ser o Filho de Deus. O cristianismo e o judaísmo messiânico consideram Jesus como o Messias aguardado no Antigo Testamento e referem-se a ele como Jesus Cristo (Yeshua Ha'Maschiach), um nome também usado fora do contexto cristão. Jesus foi um pregador judeu da Galileia, foi batizado por João Batista e crucificado por ordem do governador romano Pôncio Pilatos. ABŪ AL-QĀSIM MUḥAMMAD IBN ʿABD ALLĀH IBN ʿABD AL-MUṭṭALIB IBN HĀSHIM, MAIS CONHECIDO COMO MAOMÉ (Meca, ca. 6 de Abril de 570 — Medina, 8 de Junho de 632) foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão. Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Nascido em Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes perto de Meca. Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos, enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse os versos enviados por Deus, e comunicou que Deus o havia escolhido como o último profeta enviado à humanidade. Maomé deu ouvidos à mensagem do anjo e, após sua morte, estes versos foram reunidos e integrados no Alcorão. Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já
  • 48. - 48 - conhecidas pelos árabes. Em vez disso, declarou que é necessária proteção a estas religiões e informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos. Muitos habitantes de Meca rejeitaram a sua mensagem e começaram a persegui-lo, bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé foi obrigado a abandonar Meca, tendo se mudado para Yathrib (atual Medina).Seguiram-se uns anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que resultaram em geral na vitória de Maomé e de seus seguidores. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente todo o território sob o signo de uma nova religião, o islão. AGENOR MIRANDA ROCHA, O PAI AGENOR, (Luanda, Angola, 8 de setembro de 1907 — Rio de Janeiro, 17 de julho de 2004) foi um babalaô da Religião dos Orixás Candomblé. O Professor Agenor, como era conhecido, foi professor catedrático aposentado do Colégio Pedro II, nas cadeiras de matemática e latim, cantor lírico (seguindo os passos de sua mãe, o soprano Zulmira Miranda e babalaô adivinho na referida tradição religiosa candomblé, um dos ocidentais mais conhecedores da herança e da Cultura afro-brasileira, além de talvez uma das mais respeitadas personalidades religiosas por todas as lideranças de tradicionais terreiros do Brasil. Agenor Miranda também foi poeta e musicista. O filme (Brasil, 2001, 93 min.), mostra Pai Agenor em sua casa no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, onde figuram desde imagens de São Francisco e Buda até de Oxalá e outras divindades do candomblé. Suas declarações são desconcertantes. “A força do candomblé está no sangue verde das plantas e não no sangue vermelho dos animais”, comenta para condenar os sacrifícios em cultos. www.wikipedia.org ATIVIDADE: Pesquise sobre o líder da sua religião e compartilhe com os colegas da turma: Texto 2: São Francisco de Assis Francisco era um jovem de família rica. Ele nasceu em 1182, em Assis, na Itália, e faleceu no dia 4 de outubro de 1226. Era esbanjador e tinha fama de gozador. Em sua juventude, abraçando ideais sociais e de justiça, Francisco lutou para defender o seu povo e sua igreja, porém ficou doente e começou a entender o que Deus queria para sua vida. Francisco passou a ajudar os pobres e a viver por eles. Cantou louvores a Deus, agradecendo pelo Irmão Sol, pela Irmã Lua, pelas estrelas, pela terra, pelo vento e por todas as criaturas. Assim como Abraão, Francisco também teve dificuldades para seguir a sua escolha, mas foi firme, confiante em Deus, e só espalhou a verdade e o amor à vida. O Inventor do Presépio Foi Francisco que, nos últimos tempos de sua vida, criou a ideia do presépio para comemorar o nascimento de Jesus. O historiador Jacques Le Goff conta esta história:
  • 49. - 49 - O primeiro episódio é o do Natal de 1223. Francisco atende ao convite de um daqueles nobres que ficaram impressionados com ele, Giovanni Velita, senhor de Grécio. Vai celebrar o Nascimento de Cristo em meio a grutas e eremitérios no alto de uma montanha escarpada. Pede a um amigo da montanha para reconstituir a manjedoura de Belém, de acordo com a inspiração de sua imaginação poética. "Quero lembrar a criança que nasceu em Belém e ver com meus olhos carnais as dificuldades de sua infância pobre, como ele dormiu na manjedoura, e como, entre o boi e o burro, deitaram-no sobre o feno." De todas as partes, na noite de Natal, homens e mulheres das vizinhanças sobem a montanha de Grécio com tantas velas e tochas que a noite ali ficou toda iluminada. Eles cantam, a floresta carrega suas vozes, os rochedos as repercutem. Celebra-se a missa. O santo de Deus está perto da manjedoura, canta o Evangelho, prega "com sua voz veemente, com sua voz doce, com sua voz clara, com sua voz sonora". Anuncia as recompensas eternas. Um homem entre os assistentes tem uma visão: subitamente vê o menino deitado na manjedoura e Francisco se debruçar sobre ele para acordá-lo. Grécio se tornou uma nova Belém. Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro, Record, 2001. eremitérios - locais onde vivem os eremitas, que se isolam da sociedade escarpada - íngreme, difícil de subir ATIVIDADES: Responda 1. Na sua opinião, por que Francisco quis construir um presépio de Natal? 2. No texto, Jacques Le Goff diz que Grécio havia se transformado numa nova Belém. Por quê? Oração pela paz CRISTO, quero ser instrumento De tua paz e do teu infinito amor. Onde houver ódio e rancor, Que eu leve a concórdia, Que eu leve o amor! Onde houver ofensa que dói, Que eu leve o perdão. Onde houver a discórdia, Que eu leve a união e tua paz! Onde encontrar um irmão, A chorar de tristeza, Sem ter voz e nem vez, Quero, bem no seu coração, Semear alegria, para florir gratidão! Mestre, que eu saiba amar, Compreender, consolar E dar sem receber! Quero sempre mais perdoar. Trabalhar na conquista da vitória e da paz!
  • 50. - 50 - Escreva Você conhece alguma instituição ou pessoas cujas práticas lembrem a atitudes franciscanas? Escreva um relato contando o que você descobriu. Responda 1. Por que Francisco deixou sua herança e os direitos que tinha? 2. A família, os vizinhos e a sociedade de Assis se escandalizaram com a atitude de Francisco. Que atitude você acha que terão as pessoas hoje se alguém resolver ignorar a sociedade de consumo e se preocupar em ajudar os mais pobres? 3. Francisco de Assis ficou na História. Ainda hoje há gente empolgada com seu exemplo querendo viver o ideal que ele deixou. Você poderia citar outras pessoas que deram um exemplo de generosidade para o bem dos irmãos? Sugestão de filme: SÃO FRANCISCO DE ASSIS https://www.youtube.com/watch?v=9IizwRIIC3k Texto 3: Martin Luther King Martin Luther King é um exemplo de vida, como Gandhi e outros que tudo fizeram em favor do desenvolvimento intelectual, social, político, cultural e moral de nossa sociedade. Luther King lutou pelos direitos civis dos negros norte-americanos, e foi tão importante que ainda hoje se ouvem histórias a respeito dos discursos, protestos, gestos e manifestações feitas por esse grande líder negro em busca de liberdade e igualdade entre as pessoas. Entre os inúmeros prêmios que recebeu está o Nobel da Paz, obtido em 1964, com apenas 35 anos de idade, tornando-se o mais jovem homenageado. Até os anos 1960, a sociedade norte- americana tinha leis que proibiam os negros de frequentar os mesmos locais que os brancos. Esse regime de segregação racial é conhecido como apartheid. Sociedades secretas de cunho racista como a Ku Klux Klan advogavam a discriminação e o extermínio daqueles que lutavam pelos direitos civis e pela igualdade entre os homens. Apesar do apoio de vários movimentos sociais de brancos, Martin Luther King foi assassinado em 1968.
  • 51. - 51 - “Eu tenho um sonho” é, sem dúvida, o mais conhecido e importante discurso de Martin Luther King. Nele, o líder negro retrata sua vida e a de milhares de pessoas em busca de um sonho. Com a liderança de King, o sonho de liberdade ganhou um sabor de vitória. ATIVIDADES: Pense e responda  Martin Luther King lutava contra o preconceito racial, pela liberdade e pelo desenvolvimento da sociedade, pelos pobres e marginalizados. Há alguma semelhança entre a sua história de vida e a de Jesus? Qual?  Um dos mais conhecidos sermões de King começava assim: “Eu tenho um sonho...”. E você? Tem um sonho? Escreva sobre ele. CAMINHOS DO MEDO – Luther King Uma noite, lá pelos fins de janeiro, eu acabara de deitar-se depois de um dia cheio de trabalhos. Coretta já estava dormindo e, mal eu comecei a cochilar, o telefone tocou... Uma voz dizia então, cheia de ódio, quase rilhando os dentes: "Escuta aqui, seu negro sujo! Já te aguentamos demais: antes do fim da próxima semana tu vais te arrepender de ter nascido e de ter vindo aqui para Montgomery...". Eu desliguei o aparelho e não consegui mais dormir. Parecia-me que todos os temores haviam desabado sobre mim, todos. Ao mesmo tempo... e me esmagavam com seu peso de chumbo... Eu atingira o ponto de saturação. Levantei-me da cama e fui para a cozinha, onde me pus a andar de um lado para o outro... Depois fiz um café. A mão que segurava a xícara tremia, e senti nesse tremor um pavor animal que em mim surgia, bem lá no fundo de mim mesmo, como alcateia de lobos de goelas abertas para me devorar, avançando em câmara lenta. Então me pus a pensar como pular do barco, abandonar o "time", fugir daqueles lobos, sem parecer covarde... Foi naquele momento de exaustão, quando a coragem toda se fora, que eu decidi levar o meu problema a Deus, Nosso Senhor. Com a cabeça entre as mãos, rezei em voz alta, e a prece daquela noite continua bem viva em minha mente: "Senhor, estou tomando uma atitude em favor de uma causa justa... Mas agora, Senhor, estou com medo! As pessoas me buscam, procurando conforto e liderança, agora, eu me vejo diante delas assim cheio de medo... Se me virem assim, elas também vão perder a coragem e ceder! Cheguei ao fim de minhas forças; já nada mais me resta, e os lobos vêm aí! Cheguei ao ponto em que não posso enfrentar tudo sozinho". Foi exatamente neste momento que, de maneira luminosa, inexprimível, eu senti a presença do Divino! Jamais, em minha vida, sentira Deus assim tão perto, tão dentro de mim mesmo, como naquela hora de impotência. Para aprofundamento do tema textos complementares: - Missionárias da Caridade – pág.89; - A responsabilidade é de todos – pág.90.
  • 52. - 52 - 3 - Valores Texto 1: O que é valor Devemos considerar que cada um de nós é um ente no mundo em que estamos incluídos. Vivemos num Universo composto de elementos que não são neutros, pois dependemos uns dos outros. Pode-se dizer que todas as coisas e todos os seres têm uma nota peculiar. São elas boas ou más, feias ou belas, úteis ou inúteis, em suma, representam alguma coisa para nós. Costumamos falar em valor quando dizemos do aspecto econômico. Quando afirmamos por exemplo que uma televisão vale R$ 1.500,00 e um par de tênis custa R$ 200,00. Valorizamos as mais diferentes coisas. O nosso valorar recai sobre todos os objetos possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros, homens, opiniões, atos. Tudo isso é objeto das nossas apreciações. Em realidade o valor serve para designar o que de qualquer modo vale para o homem, logo, tudo aquilo que satisfaz ao homem vale, pois é objeto de seu interesse. Os valores não existem por si mesmos, precisam de uma pessoa para que possa existir. A beleza de um quadro é um bom exemplo, uma vez que se está a observá-lo, será possível ver que ele possui qualidades objetivas como: a extensão, o peso e as cores. O quadro não pode existir sem essas qualidades. Entretanto, a beleza do quadro, embora objetiva, é atribuída a ele por outro subjetivamente. Numa reflexão sobre a educação não se pode deixar de lado o papel do “não-valor” e do “contravalor”. Considera-se por não valor aquilo que é indiferente, que nada representa para o sujeito por não corresponder as suas necessidades. O não-valor pode ser o resultado de uma desvalorização feita pelo homem, que retira um valor dando origem ao não-valor. É o caso de quem vive na Serra não apreciar um passeio de barco nas manhãs de boa maré. Não significa que tal distração não tenha valor. No processo de desvalorização o valor permanece existindo independente do sujeito. O homem é um ser que não pode viver em sociedade sem regras de justiça e respeito ao outro, o que o faz criar normas e prescrições que regulamentam o comportamento dos indivíduos. Quando se perde o parâmetro da moralidade, mesmo que seja em nome da modernidade, estamos diante da instalação de um contravalor. O contravalor é o que se opõe ao valor. O que visa a um objeto prejudicial. Um exemplo claro de contravalor é o da economia com base na degradação ambiental, como foi o caso da monocultura e do extrativismo do pau-brasil, que criaram grandes extensões de área desértica no Brasil. Sabe-se hoje que tais formas de degradação poderão levar o planeta Terra à extinção. Este é o caso de um contravalor vital, pois é nocivo por restringir a vida e a saúde de todos.
  • 53. - 53 - Outro exemplo de nocividade refere-se ao ato de soltar balões em festas juninas, hábito que se disseminou de tal forma que acabou virando tema de concursos e competições. Durante muito tempo isto ocorreu, até por desconhecer-se a extensão do perigo ocasionado por tal prática. A luta da educação resume-se nesse esforço contínuo para a promoção do valor e o combate ao contravalor. Anna Maria Nardi ATIVIDADES Escreva Escreva uma frase com cada par de palavras. Escreva como uma pessoa deve agir em cada situação.  Quando outra pessoa o insulta e depois pede perdão.  Quando recebe o perdão de Deus. Para refletir  Durante esta semana, à noite, antes de dormir, dedique um tempo para pensar em que atitudes tem acertado e em que atitudes tem errado e precisa mudar.  Trace seus objetivos, você consigo mesmo! Perdão reconciliação Deus misericórdia Sacramento alegria Perdoar pedir perdão
  • 54. - 54 - Texto 2: Quais são os meus valores Uma primeira coisa que a gente deve levar em conta quando vai discutir valor é o que esta palavra pode significar. Porque, mesmo sendo uma das palavras mais usadas, quando você pergunta o que é um valor, poucos conseguem dizer o que é. Portanto, a primeira coisa que a gente precisa distinguir é que valor significa uma porção de coisas diferentes. O valor pode significar o econômico, que é o preço, quanto você paga por alguma coisa. Outro sentido, que já está mais próximo do que se vai falar aqui, é o valor natural, isto é, o valor que provém do fato de algo ser da natureza, de algo não ter sido feito pelos homens. Por exemplo, a terra, tem um valor natural, o ar, a água, que é o valor da natureza. E há um terceiro sentido para a palavra valor: alguma convicção profunda que está dentro da gente e dentro dos grupos, alguma convicção que faz com que a gente faça aquilo, e ache que seja bom. É exatamente o que a gente poderia dizer do valor ético, que é aquela atribuição que a gente dá às coisas. A gente pergunta: esta coisa é boa ou ruim? É o valor que está encaixado nas coisas. O interessante é que tudo tem valor, nesse sentido. Não há nada que seja neutro. Todas as ações vêm enroladas em valores, tudo o que a gente faz, no fundo, no fundo é por um motivo de valor. Então, o valor é aquilo que dá o impulso fundamental às nossas ações. Só que a gente não pára para pensar: qual é a razão daquilo que estou dizendo? Por que decidi fazer esse curso e não outro? Por que decidi responder dessa maneira e não de outra maneira? Mesmo quando a pessoa usa droga, ela tem algum valor, tem alguma razão para fazer isso. Eu busco algo que não tenho. Só que alguns acham que isso é negativo. A gente nunca se pergunta sobre o porquê de grande parte daquilo que fazemos. Talvez essa seja a questão mais séria. Pe. Pedrinho Guareschi. Mundo Jovem, Ano XLI, nº 333, fevereiro, 2003, p. 13
  • 55. - 55 - ATIVIDADES Responda Abaixo estão definições de oito atitudes e valores que contribuem para a construção de um mundo melhor. Descubra quais são eles. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem ou de alguma coisa: A ___ ___ ___ Capacidade de cada um se decidir ou agir segundo a própria vontade ou determinação: L ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ Harmonia. Momento em que não há guerras ou conflitos. Estado de humor de quem está tranquilo: P ___ ___ Qualidade que tem a pessoa que não desiste daquilo em que acredita: P ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ Grande conhecimento acumulado, baseado geralmente na experiência de vida: S ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
  • 56. - 56 - 3.1 Solidariedade Texto 1: A tenda fechada Contam que um velho sacerdote persa dedicara-se à vida no deserto e instituíra a custa de trabalho e sacrifício, num dos pontos mais áridos da região, um oásis pelo qual passavam caravanas cansadas e sedentas; as quais ele socorria com dedicação e cuidado. Certa vez, passou por ali o acompanhante de um príncipe, orgulhoso e prepotente, que aos gritos exigiu água e alimento para os membros de sua comitiva. Silenciosamente, o velho sacerdote atendeu a todos. Ao final do período de descanso, porém, eis que o príncipe se viu acometido de um súbito mal e tombou, desacordado. Seus auxiliares, sem conseguirem reanimá-lo, chamaram pelo ancião, que o recolheu em sua própria tenda e dele cuidou com todo o carinho. Passou a tarde, veio a noite e o príncipe delirava, febril, sob os cuidados incessantes do velho sacerdote. Dos seus lábios saíam palavras de rancor, ordens grosseiras, e expressões enraivecidas, nas quais exigia, sem reservas, dos médicos e de Deus, a cura para os seus males, que desde muito o atormentavam. No dia seguinte, um tanto fraco, embora com a mesma fisionomia a refletir orgulho e inconformação, o príncipe se preparou para partir, mas o velho, aproximando-se dele, convidou-o a retornar à tenda. Lá chegando, pacientemente o ancião tapou todas as aberturas, até que o ambiente ficasse em completa escuridão. Interrogado pelo príncipe, que já principiava a encolerizar-se, respondeu: - Enquanto Vossa Alteza se encontrava sob os meus cuidados, ouvi que exigíeis de Deus a vossa cura, como se o Supremo Pai devesse obedecer-nos em nossos caprichos. Vosso coração, meu príncipe, assemelha-se a esta tenda: fechada por todos os lados, escura por dentro, embora o sol brilhe lá fora com todo o seu esplendor. E, descobrindo novamente as aberturas, continuou: - Vedes como a claridade penetra e varre a escuridão? Fazei o mesmo com o vosso coração, meu príncipe! Não sejais uma tenda fechada às luzes do Senhor. Sem ter o que responder ao velho, o príncipe, envergonhado, montou e partiu. BRITO, Joaquim Torres Sousa e outros. Lendas daqui e de lá. 2. ed. São Paulo: Mundo moderno, 1956.
  • 57. - 57 - ATIVIDADE Responda O velho sacerdote socorria pessoas cansadas e sedentas. Como você pode, a exemplo do velho sacerdote, auxiliar pessoas necessitadas de: Bens materiais – Deus – Texto 2: A união faz a força por Eugênio Mussak | fotos André Spinola e Castro | produção Silvia Goichman A vida em sociedade fica mais fácil se entendermos que dependemos uns dos outros para viver melhor Cooperação pelo bem Exemplos de força retirada da união contam-se aos milhares. Um deles é uma cidade inteira: São Roque de Minas, uma pequena localidade da região centro-oeste de Minas Gerais, plantada próximo da serra da Canastra, exatamente onde nasce, tímido, o rio São Francisco. Localizada em uma região tradicionalmente pobre, São Roque vivia da agricultura e, principalmente, da produção de queijo canastra, o orgulho daqueles mineiros. A pequena economia era administrada pela agência da Minas Caixa, até que veio um golpe fatal: um dia o banco simplesmente fechou as portas, alegando falta de movimento financeiro que justificasse sua permanência. O impacto não poderia ser maior: não havia mais onde compensar cheques, receber pagamentos, aposentadorias, pagar contas, depositar poupanças. Esse fato decretou a morte de São Roque. Começou o êxodo. Todos tentavam vender suas propriedades, só que não havia para quem, mas mesmo assim a debandada foi grande, reduzindo a cidade quase à metade. Foi nessa época que um filho do lugar, chamado João Carlos Leite, que havia ido estudar agronomia, voltou para casa. Como tantos outros, ele parecia ter só uma alternativa: arrumar as malas e procurar oportunidade na cidade grande. Mas aquele jovem de 26 anos recusou-se a virar as costas à sua terra natal. Propôs a criação de uma cooperativa de crédito, para substituir o banco que se fora, no melhor estilo da união criando a força. Passada uma década, hoje São Roque de Minas é detentora de indicadores invejáveis de desenvolvimento humano, pois conseguiu uma economia estável, baseada na produção do queijo canastra, só que agora de forma conjunta, com os produtores colaborando uns com os outros, utilizando a cooperativa como o promotor de seu bem-estar. Não sentem saudades do banco que se foi, porque agora a cidade tem seu próprio banco, cujos donos são todos os