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ESCOLA DE SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL E INCLUSÃO
SOCIOEDUCACIONAL - ESPI
ESPIRITUALIDADE
Manaus
2017
Professor Luiz Januário
ESPIRITUALIDADE
Módulo: Espiritualidade do idoso
Para a capacitação de profissionais,
cuidadores de idosos, como
requisito especial de orientação
Manaus
2017
Professor Luiz Januário
Nome completo: Luiz Carlos Januário Silva.
Formação: Bacharel em teologia e licenciado em História
Especialização: Docência do Ensino Superior; MBA em Gestão de Empresas e
Projetos.
Atividades preferenciais: ler; pesquisar na internet; assistir filmes de ficção
científica, comédia romântica, épicos, documentários; viajar pra experimentar
culturas diferentes.
Ocupação: Professor universitário e formador de condutores (CNH)
Histórico: Militar reservista; missionário voluntário; micro empresário varejista;
vendedor; palestrante motivacional.
e-mail: luizjan@hotmail.com
O IDOSO E O BAÚ
Um senhor idoso, que era viúvo e que vivia sozinho, mesmo tendo trabalhado muito durante sua vida,
agora já não podia trabalhar mais e o dinheiro estava acabando. Seus três filhos, já casados, estavam
ocupados demais com suas famílias e quase não tinham tempo para visitá-lo. Sentia-se cada vez mais
fraco e as visitas dos filhos eram cada vez mais espaçadas. ―Eles não querem que eu me converta num
peso para eles‖ – pensava.
Certa noite, preocupado pelo seu futuro, teve uma ideia. Na manhã seguinte chamou um amigo
carpinteiro, e pediu-lhe que lhe fizesse um baú imitando os antigos baús de tesouro, com uma fechadura
também de estilo antigo. Depois foi visitar outro velho amigo que era vidraceiro e lhe pediu todos os
pedaços de vidro que não lhe servissem. O ancião quebrou mais ainda os pedaços de vidro, encheu o
baú com eles, fechou-o e o colocou no fundo do armário da cozinha onde guardava pratos, talheres,
etc…
Um dia, em que seus filhos vieram jantar com ele, quando o ajudavam a pôr a mesa, descobriram o baú e
lhe perguntaram:
- O que há neste baú?
- Nada – respondeu. – Apenas umas coisinhas que andei economizando…
Depois da janta, ao ajudarem o pai a recolher a mesa, perceberam que o baú era muito pesado e que ao
mexer com ele se ouvia um barulhinho como de moedas.
- Deve estar cheio de moedas que foi economizando durante muitos anos – murmuraram entre si.
Decidiram, então, que deveriam vigiar aquele baú e para isso se organizaram para que cada semana um
dos irmãos fosse ficar com o pai, dessa maneira também poderiam cuidar dele. Na primeira semana ficou
com ele o filho mais novo, na semana seguinte foi a vez do filho do meio e assim por diante, continuando
assim por bastante tempo.
Finalmente, o pai adoeceu gravemente e morreu. Os filhos organizaram um belo enterro, pois sabiam que
os esperava uma fortuna no baú do armário da cozinha, que compensaria todo aquele gasto.
Depois do enterro, os três irmãos procuram por toda a casa, a chave do baú e quando a acharam,
abriram-no e descobriram que estava cheio de cacos de vidro.
- Que trapaça tão feia! – exclamou o filho mais velho.
- Eu não diria que foi tão feia assim, mas, ao contrário, uma bela trapaça – corrigiu o segundo filho. –
Francamente, se não tivesse feito isso, não teríamos cuidado dele até o fim de sua vida, como fizemos…
O filho mais novo sentia-se muito triste:
- Estou envergonhado – disse. – Obrigamos nosso pai a fazer essa trapaça, porque não o tratamos como
ele nos ensinou quando ainda éramos crianças…
Então, o filho mais velho esvaziou o baú no chão, para ter certeza de que não continha nenhum objeto de
valor. Mas, no fundo do baú havia uma mensagem:
"Quinto mandamento: Honra a teu pai e a tua mãe. Êxodo 20;12"
(Desconheço a autoria)
CAPACITAÇÃO DO CUIDADOR DE IDOSOS
ESPIRITUALIDADE
Professor Luiz Januário
Sumário
Introdução
Como entender o Divino?(Quem é Deus?)
A importância da ESPIRITUALIDADE na terceira idade?
A espiritualidade na promoção da saúde do idoso
A culpa e seus males na terceira idade
A importância do perdão para a paz de espirito
A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR!
Esperança (O poder da fé aliado à esperança, ratificados pelo amor);
Toque de fé
Conclusão
Coletâneas dos clips musicais
Referências
INTRODUÇÃO
De acordo com a pesquisa promovida pelo Instituto Gallup Internacional em 2005,
que envolveu cerca de 50.000 pessoas em 65 países do mundo, mais de um terço
dos entrevistados revelaram ser religiosos e os idosos foram aqueles com maior
grau de religiosidade (quase 70% declararam-se religiosos, em oposição a 60%
dos jovens). Resultado semelhante já havia sido identificado por McFadden em
1995,5 em que os idosos mostraram maior envolvimento religioso. No Brasil, de
acordo com o Censo Demográfico de 2000,6 os idosos sem nenhum tipo de
religião perfaziam 3,6% do total, contrapondo valores de até 8,0% para faixas
etárias mais jovens. (REV. BRAS. GERIATRIA E GERONTOLOGIA; 2006; O idoso
e sua espiritualidade 161). Apesar disso, ainda há poucas pesquisas mundiais
envolvendo saúde e espiritualidade/ religiosidade em populações exclusivamente
idosas. No presente estudo, objetiva-se realizar uma revisão da literatura científica
que norteia essa temática e investigar qual o impacto da espiritualidade em
diferentes aspectos do envelhecimento.
Viver mais e melhor se constitui o desafio da humanidade. O envelhecimento
humano, mesmo estando inserido como um processo natural da vida, não ocorre
sem o acompanhamento de uma vulnerabilidade biológica e social. O
envelhecimento proporciona muitas alterações físicas, psicológicas e relacionais, e
desafia todos a construir aprendizagens de como trilhar esses caminhos para
vivenciar uma velhice bem sucedida. É fato que essa etapa da vida requer do
indivíduo aptidões que lhes permitam integrar-se à sociedade, manter-se
autônomo e fortalecer as próprias convicções de que todas as dimensões da vida
física, psicológica e espiritual devem ser consideradas. Mesmo com a constatação
de todo o aparato científico e tecnológico a serviço da humanidade, a dimensão
subjetiva da existência humana potencializa infinitas concepções sobre saúde e
enfermidade no contexto do sagrado. A religião é uma palavra que vem do latim
RELIGIO, pelo prefixo RE (outra vez, de novo) e o verbo LIGARE (ligar, unir,
vincular), constituindo-se, portanto, de um vínculo entre o mundo profano e o
sagrado. Através da sacralização e consagração, a religião cria a idéia de espaço
sagrado (igrejas, templos, santuários), com cerimônias de culto, preces e pedidos
de purificação, agradecimentos por graças recebidas e aos deuses, criando uma
separação entre o espaço da vida comum e o espaço sagrado. A religiosidade
nutre-se de uma força sobrenatural que habita o ser, organizando-se como uma
experiência simbólica da diferença entre os seres. A sacralidade introduz uma
ruptura entre o natural e o sobrenatural, entendido como aquilo que os homens
julgam impossível efetuar contando apenas com as forças e capacidades
humanas. É esse sagrado que opera o encantamento do mundo vivido, manifesto
na expressão da religiosidade humana (Fé). Entendendo a religião como uma
dimensão sociocultural, com importante significado de expressão individual e
coletiva, e de promoção do sagrado no cotidiano do cuidado de pessoas idosas, o
presente estudo confere ao mesmo, atribuições, como um meio de lidar com o
sofrimento, de interferir no curso de enfermidades físicas e mentais, e de
construção de possibilidades emancipatórias da vida. O contexto relevante dessas
práticas de expressão da vida social, baseadas na existência de códigos que se
dão num sistema de regras de identidade social, padrões de comportamento
desenvolvidos nos hábitos coletivos e transmitidos de geração em geração,
assume um caráter de valorização como prática de autocuidado. O homem é o ser
que se sabe mortal, em trânsito, e este pensamento ganha mais relevância e
motivo de reflexão quando a pessoa chega à velhice. Envelhecer e morrer são
experiências vitais singulares, próprias de cada ser. A idade adulta compreende
uma época em que a atenção do sujeito volta-se para o interior de si, em busca de
encontrar sentido e plenitude da vida. É uma fase de auto-exploração que surge
como uma necessidade do homem adulto de encontrar um propósito para sua
vida. Sempre recoberta por um cunho emocional profundo, a religiosidade tem
garantido às pessoas idosas a esperança de um mundo melhor e sem sofrimento.
Sem isso, cria-se o imaginário da recompensa após a morte e uma definição de
realidade convincente, coerente e gratificante que propicia possibilidades de
alcance de uma vida saudável, interface significante da vida articulada com a
transcendência na entrega dos problemas a Deus. Para o desenvolvimento de
uma fé forte e resoluta, a religiosidade pode dar um suporte necessário para que
se possa envelhecer condignamente, vivenciando um envelhecimento bem-
sucedido, a fim de lidar melhor com o sofrimento, os desafios e as transições ao
longo da vida. O indivíduo, através da religiosidade, pode atribuir significados aos
fatos, compreendendo-os como parte de algo mais amplo, mediante a crença de
que nada ocorre ao acaso e de que acontecimentos da vida são determinados por
uma força superior. Tais fatos, associados às crenças pessoais, podem levar a um
enriquecimento individual, como sabedoria, equilíbrio e maturidade. No âmbito da
Promoção da Saúde, seu conceito abrange um conjunto complexo de ações que
visam a capacitar a comunidade no controle do processo saúde-doença,
contribuindo para o desenvolvimento social, econômico e pessoal. Trata-se de um
importante instrumento para alcance da qualidade de vida e do bem-estar,
oferecendo proteção contra o surgimento de enfermidades, auxílio na recuperação
de doenças e melhora da confiança pessoal e do estado de saúde física, mental e
emocional do indivíduo. Nesse contexto, insere-se como aspecto relevante a
questão do empoderamento, que consiste na capacidade de o indivíduo controlar
os eventos e as situações da vida. Diante do processo de envelhecimento,
desafios diários surgem e dificultam a conquista da qualidade de vida do idoso.
Crenças, comportamentos religiosos, práticas devocionais e atividades ligadas a
grupos religiosos e de apoio social são imprescindíveis para a Saúde mental do
Idoso, meios usualmente encontrados por esses para enfrentar tais desafios.
Acredita-se que as crenças religiosas podem estimular a adoção de práticas
saudáveis, como redução da ingestão de álcool e do uso de drogas, devido à
criação de um pensamento otimista sobre proteção divina, isto é, Deus poderá
proteger aquele indivíduo de qualquer doença. Diante da instalação de alguma
enfermidade, as práticas religiosas também podem atuar como uma intervenção
cognitiva positiva, no sentido de favorecer a adaptação do idoso à sua condição de
saúde e ao enfrentamento de eventos adversos. Diversas opiniões têm sido
igualmente favoráveis sobre o papel da religiosidade na vida do homem. A relação
entre envelhecimento e religiosidade tem sido tratada através dos tempos. Há
ênfase na importância da religiosidade para a saúde psicológica das pessoas
idosas e em reconhecer sua importância em propiciar senso de significado e
entendimento aos indivíduos, que podem melhorar a sensação de bem-estar,
satisfação e felicidade. Este estudo objetiva verificar a importância da religiosidade
entre os idosos e considerando as relações da idade, sexo, atividades de lazer,
vivências espirituais e tempo de dedicação aos aspectos religiosos. A partir disso,
pretende-se destacar a relação das tendências religiosas com o próprio bem-estar
do idoso e com a sua integração social e psicológica, despertando para uma
reflexão sobre o papel da religiosidade junto à promoção da saúde do idoso.
MÉTODOS
O referido estudo foi produzido a partir de um projeto de pesquisa mais amplo que
visava ao conhecimento geral do cotidiano do idoso em relação à sua saúde,
educação, religiosidade, demanda aos serviços de saúde e aos registros de
violência e maus tratos obtidos em instituições públicas.
Primeira atividade (em todas as aulas)
• Vídeo/ Música: somos quem podemos ser. (um dia me disseram que as nuvens
não eram de algodão...)
• Fala: A importância de ―ser‖. 10 min. – Somos o que acreditamos ser; – Se não
há uma postura social, não há um ser, existe apenas ―alguém que sobrevive‖; – É
importante ter opinião, posicionar-se na escola, na rua, em casa, na vida... – Para
tanto é preciso ―ser alguém‖... Só posso me posicionar se me expresso de acordo
com um comportamento adequado; – Até quando? Até quando manterei uma
postura ―aquém‖ ao meio em que vivo?
• Discussão orientada pelas problemáticas: Quem somos? Onde vamos? Do que
fazemos parte? O que queremos? 10 min.
• Fala: Problemática: Estamos fazendo parte de algo? Contribuindo para algo?
João 21:18 ... quando fores velho, estenderas ...
Maria Conceição, 82 anos, há 20 anos saiu da casa de um irmão e foi para um asilo; nunca mais recebeu visitas.
COMO ENTENDER O DIVINO? (Quem é Deus?)
"O livro dos Espíritos" a resposta mais próxima da verdade científica até hoje já
concebida: - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. (1)
DEUS
Substantivo masculino
1. (REL TEOL) ente infinito, eterno, sobrenatural e existente por si só; causa necessária e
fim último de tudo que existe ☞inicial maiúsc.
2. (REL) nas religiões primitivas, designação dada às forças ocultas, aos espíritos mais ou
menos personalizados. (2)
Deus é o ser supremo Criador de todo o universo. Ele não tem princípio nem fim,
sabe todas as coisas e tem poder para fazer tudo. Deus é espírito, não tem
limitações físicas. Deus é amor, Deus é pessoa. Ao mesmo tempo é possível
conhecê-lo e impossível compreendê-lo todo, porque Ele é muito maior e mais
complexo que nós. A Bíblia é a revelação de Deus sobre quem Ele é. (3)
Mas agora, apenas para mostrar o quão complexa é a questão, verifiquemos o
significado de diversas palavras diretamente relacionadas ao termo Deus.
DEUS: Qualquer entidade cujos atributos estão acima das capacidades humanas.
TEÍSMO: Qualquer idéia de que há um Deus supremo ou vários deuses que se relacionam diretamente
com o Universo
DEÍSMO: Idéia de que há um Deus, mas este não se relaciona diretamente com o Universo, tendo-o
criado e depois se afastado, eliminando a possibilidade de haver revelações divinas ou qualquer
comunicação com tal divindade.
ATEÍSMO: Concepção de que não há qualquer forma de Deus, mas que não necessariamente invalida
um plano transcendente.
AGNOSTICISMO: Posição que declara não ser possível "Nenhum conhecimento" confiável a respeito de
Deus. Seus partidários embora em geral não neguem a existência de Deus, não seguem qualquer
religião.
PANTEÍSMO: "Pan" significa Natureza. Idéia de que Tudo é Deus. Que todos os elementos e coisas
existentes são o próprio "corpo" de Deus, e mesmo que possua uma dimensão invisível, transcendente,
está intimamente ligado à natureza e relacionado a todos os eventos.
PANENTEÍSMO: Variação do Panteísmo Transcendente onde a "alma" do universo porém excede em
muito o "corpo", de modo que Deus e a Natureza não são a mesma coisa, mas Deus é ONIPRESENTE
em tudo, característica que pode gerar confusão com o Monoteísmo.
POLITEÍSMO: Idéia de que existem vários deuses independentes, que geralmente representam aspectos
específicos da natureza, mas não são a própria natureza, e que geralmente se sucedem através de
gerações.
HENOTEÍSMO: Concepção de que existem vários deuses mas que um possui a qualidade suprema.
MONOTEÍSMO: Idéia de que existe um único Deus supremo sobre todas as outras criaturas, que é
princípio e fim de todas as coisas e que criou o Universo estando separado dele. Pode confundir-se com
Henoteísmo, e por vezes com o Politeísmo, por admitir a existência de outras criaturas divinas como
Anjos, mas que nesse caso, não são chamadas de deuses, e estão claramente subordinados a entidade
máxima que é Eterna e Imutável.
TEOCRACIA: Sistema de governo subordinado a uma religião, através de uma classe sacerdotal e, ou,
um código de leis sagradas.
METAFÍSICA: Parte da Filosofia que aborda questões que transcendem o plano físico e a natureza
sensível, embora mais num sentido de fundamentação do conhecimento.
SOBRENATURAL: Qualquer coisa que, teoricamente, esteja além da natureza, quer por ser inexplicável
em termos naturalistas, ou por não estar restrita a fenômenos naturais.
TEOLOGIA: Parte da Filosofia que estuda a idéia e concepção de Deus.
Palavras secundariamente relacionadas:
MONISMO: Idéia de que todo o Universo pode ser visto através de uma única substância, reduzido a uma
única essência, que pode estar associado à idéia de Deus e mais aproximadamente de um Deus
Panteísta.
DUALISMO: Concepção de que o Universo é composto fundamentalmente por duas forças primárias,
princípios complementares, substâncias equivalentes e distintas, que podem se harmonizar ou não
dependendo de suas proporções estarem ou não em equilíbrio. Só poderiam ser reduzidas a uma, se
puderem, num plano transcendente.
MANIQUEÍSMO: Religião fundada na Pérsia no século III que propunha de que o Universo é constituído
de dois princípios fundamentais opostos que se repelem e não podem se harmonizar, no caso o Bem e o
Mal. Nome também usado para designar qualquer concepção de Dualismo desarmônico e conflitivo.
MONOLATRIA: Adoração centrada num único ponto. Geralmente no Politeísmo, onde ocorre a adoração
de uma só divindade embora não implique sempre em HENOTEÍSMO. Muitas vezes o foco da adoração
se desloca para uma figura humana, um Governante, Rei, Imperador, ao qual se atribuem qualidades
divinas.
NIILISMO: Crença que não há qualquer forma de deus, transcendência, ética ou moral superiores.
Descrença absoluta.
MATERIALISMO: Forma de MONISMO onde a substância é a Matéria, reduzindo todo o universo e os
fenômenos a causas materiais.
ESPIRITUALISMO: DUALISMO onde além da Matéria, haveria uma substância sutil adicional, que
constituiria inclusiva nossa mente, ou parte dela, e um plano imaterial imperceptível pelos sentidos.
FISICALISMO: Doutrina que visa explicar todos os fenômenos existentes pelo ponto de vista unicamente
físico, sem apelar para qualquer conteúdo Metafísico.
HEDONISMO: Modo de vida que se ocupa unicamente da busca do prazer e satisfação pessoal.
CETICISMO: Posição crítica que rejeita alegações sem uma boa fundamentação e apresentação de
evidências convincentes, principalmente se de caráter extraordinário.
SOLIPSISMO: Proposição de que o Eu é a única realidade comprovada, e todas as demais coisas podem
ser projeções da mente individual.
EXISTENCIALISMO: Doutrina que prega que o ser humano é quem determina todos os eventos a partir
de sua própria escolha, sendo totalmente livre para fazer o que quiser, não havendo qualquer
impedimento de ordem divina, moral ou ética. Nesta concepção a Existência precede a Essência do Ser,
que na verdade é um Não-Ser, um vazio. (4)
"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não
habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos
de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá
a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a
geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os
tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação (...)" (Atos 17.24-26).
Êxodo 3:13-15
Porém, Moisés acrescentou: “Quando eu for aos filhos de Israel e comunicar: „O Deus de
vossos pais me enviou até vós‟ e me questionarem: „Qual é o seu Nome?‟ - que deverei
dizer?” Então afirmou Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. E deveis dizer aos filhos de
Israel: Eu Sou me enviou a vós outros!” Disse Deus ainda mais a Moisés: “Assim dirás aos
filhos de Israel: „Yahweh, o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó me enviou até vós. Esse, pois, é o meu Nome eternamente, e assim
serei lembrado de geração em geração!…
Êxodo 20:5 - Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu
Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração daqueles que me odeiam.
Entender o divino não é possível valendo-se dos conceitos da ciência e
conhecimento humano. Por isso, na filosofia, dois grupos de pensadores se
esforçam pra teorizar a doutrina da existência ou não existência de um Ser
supremo e espiritual (teístas e ateístas). Mas as pessoas simples o aceitam pela
Fé, mesmo sem entender seus desígnios. Até hoje, sequer conseguimos entender
o ser humano. Cada indivíduo constrói sua própria experiência na relação com o
divino para nesse propósito dirimir suas culpas. Nossas culpas se confundem
como na oração do Pai nosso! – ―... Assim na terra como no céu‖ (Mt 18: 18).
Queremos a paz de espirito ou de consciência e essa conta se apresenta no
mundo físico e no espiritual, a paz anunciada entre os homens de boa vontade
(Lucas 2:15). Assim, Deus não pode ser definido humanamente, porque todas as
comparações são infinitamente impossíveis. Foi-nos apresentado pela Fé como
Pai; Criador; Luz; Verdade; Vida; Onipotente; Onipresente; Onisciente; Eterno;
Início e Fim... Mas não como controlador! Estabeleceu uma lei divina e universal, a
qual Ele mesmo se submete, do poder de escolha (lei do livre arbítrio). E talvez
isso seja a tragédia humana de não podermos culpá-lo pelo que sofremos, já que
colhemos consequências de nossas decisões pessoais.
Se compreendermos cada citação do Pai nosso nos aproximaremos de algumas
respostas:
Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o vosso nome;
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos
devedores;
E não nos deixeis cair na tentação; mas livrai-nos do mal. Amém!
1. Os céus dar à idéia de universo ou em toda a parte e esse denominativo
Pai, apresenta o Ser cuidador e provedor. Deseja-nos como filhos.
2. O seu Nome ou caráter é divino e santo, reconhecer como referência de
vivência é buscar a irrepreensibilidade.
3. Desejar a vinda do reino ou administração real divino em detrimento da
falência dos governos humanos é se candidatar como súdito celestial.
4. Aceitar a vontade divina com sua suprema sabedoria é um gesto de
submissão e humildade, até o Messias o foi no Getsêmani (Mateus 26:39 e
42)
5. Na terra e no Céu: o Que é ligado na terra também o é no Céu (Mateus
18:18) ―Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e te lembrares de que
teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta, e vai reconciliar-te
primeiro com teu irmão e depois, vem e apresenta a tua oferta‖. (Mateus
5:23;24);
6. O pão nosso de cada dia nos dá hoje: fica claro que a suplica deve ser
diária e também que devemos apreciar o hoje, o agora, nem o passado,
nem o porvir estabelecendo a eterna comunhão com o Criador e Pai.
(Mateus 6:33;34);
7. E não nos deixeis cair na tentação – Embora a decisão seja particular, não
nos custa solicitar avisos de perigo e isso o Pai celestial não se nega
quando é suplicado.
8. Mas livrai-nos do mal. – essa ultima citação resume toda a oração! Só um
filho temente e confiante no Pai pede tal coisa. Num mundo onde o mal e a
tentação se apresentam atrativos e prazerosos, anseiar o livramento é ter
claro de que lado se quer estar. Amém! – é concordar com tudo citado.
Conclusão:
Quem é Deus?
Ele se revelou em seu Filho e nas Escrituras Sagradas. Não crer em sua
existência é ignora-lo. Na verdade aceitar sua existência divina é mais importante
para nós que para ele mesmo. Todavia, seu amor por seres humanos, suas
criaturas o impede de desistir de nos redimir e resgatar para seu rebanho. Ele é o
primeiro para aquele que o aceita e em ultima instância é a esperança quando
tudo falhar.
Maria Rosa mostra a unha pintada de rosa; único parente que conhece é o irmão, João Vanderlei de Souza.
A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA TERCEIRA IDADE?
João 21:18 ... quando fores velho, estenderas ...
Espiritualidade na Terceira Idade
Autor: Monsenhor João Vicente Leite
Quando falamos em espiritualidade, entendemos sempre uma crescente
profundidade no viver o sentido da vida humana. Sob este enfoque, cada estágio
de nossa existência realiza sua espiritualidade própria. Assim, por exemplo, a
juventude e a maturidade enfrentam desafios e oportunidades específicas para seu
crescimento mais profundo como pessoa humana.
Também para os idosos isso é verdade. E como escreve alguém, ―a velhice é um
tempo revelador, em que o melhor e o pior de nós sobressaem com nítido relevo‖.
Por isso, a espiritualidade dos idosos começa a ser preparada muito cedo. Já na
primeira infância, o netinho vai aprendendo com seu vovô a admirar, a valorizar
suas qualidades.
A espiritualidade deve contemplar os vários aspectos da pessoa humana, não só o
etário: dimensões biológica, psíquica, social, religiosa (espiritual)… Cabe à família,
à sociedade, à Igreja, ao poder público ―assegurar que os serviços sociais para os
anciãos tenham em conta não somente suas necessidades físicas, mas também
as necessidades psicológicas e espirituais‖. Dessa forma aumentará sua
expectativa e qualidade de vida. A verdadeira espiritualidade cimenta suas atitudes
na Fé Teologal que, com sua irmã Esperança, nos abre o espírito para as
Verdades Reveladas.
A Fé e a Esperança nos levam a olhar para a frente. Com otimismo e alegria,
buscar na Palavra de Deus o alimento salutar de nossas preces. Atenção, porém:
espiritualidade não se mede por quantidade de oração, por volume, por números,
por estatística. A espiritualidade é o grau de nossa união com o Pai.
Aqui aparece um dos aspectos específicos que sinalizam claramente a
espiritualidade dos anciãos. A vida, com o passar dos anos, lhes presenteou boa
dose de paz. Seus gestos são mais tranqüilos. A ansiedade e a correria já ficaram
à margem de seus dia a dia. Seu espírito está aberto à meditação, à reflexão, à
contemplação. Pois, Deus não vem a nós num vento impetuoso e violento que
fende as montanhas, nem no tremor da terra, nem no fogo abrasador… Vem no
murmúrio de uma brisa suave (I Reis 19,11-13). (10)
A solidão vivenciada pelos idosos deve ser fortemente combatida, e o
desenvolvimento da autonomia das pessoas idosas deve ser incentivado, pois,
somente assim, elas poderão ser parte ativa e produtiva da sociedade. O
engajamento de idosos em grupos de apoio social, como também em grupos
religiosos, deve ser estimulado dado a sua praticidade diante de outros meios para
promoção da saúde. A inserção dos idosos nesses grupos pode favorecer o
empoderamento, aumentar a rede social, promover debates, diminuir a alienação,
através de reflexões críticas acerca dos eventos negativos associados ao
envelhecimento, e ministrar conhecimentos através de palestras sobre temas da
área de Geriatria e Gerontologia. A religiosidade constitui um aspecto muito
importante na vida dos idosos e, por isso, não deve ser negligenciada pelos
profissionais da saúde, sejam esses ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou
à rede privada. O respeito às crenças individuais da pessoa idosa proporciona um
melhor acolhimento e estabelece um vínculo de confiança, facilitando, inclusive, a
adesão a terapêuticas. Portanto a inserção de temas sobre as peculiaridades da
senescência no programa de formação e qualificação desses profissionais deve
ser considerada. Além do papel coletivo, o esforço individual do idoso em se
libertar de estereótipos se faz indispensável. Ter ciência de que a velhice não está
subordinada às afecções de saúde próprias da idade, e aprender a conviver com
as novas necessidades são ferramentas úteis para alcançar a auto-aceitação. A
religião entraria neste âmbito, tendo importância na elevação da auto-estima e da
automotivação, dando significado e objetividade à existência, influenciando na
percepção e visão de mundo das pessoas idosas, proporcionando um amparo
seguro para lidarem com as vicissitudes da vida e, principalmente, com a
proximidade da morte.
A religiosidade procura responder a indagações comuns, feitas pelo ser humano
desde os primórdios da civilização, tal como a definição de quem ele é. Também
proporciona sentimento de fazer parte de um contexto mais universal,
estabelecendo uma conexão entre corpo, alma e saúde. É fundamental ainda
observar que o uso da religiosidade para superar as dificuldades da vida não faz
sentido se as crenças não forem intrínsecas à pessoa idosa. Dessa forma, o
presente estudo não trata da defesa da religiosidade como instrumento de vivência
diária e cura de doenças, mas sim de sua valorização e de seu incentivo para
ampliar o bem estar do idoso. Com efeito, ainda não se podem fazer afirmações
mais consistentes sobre o binômio religiosidade-envelhecimento. Houve certa
dificuldade em avaliar a religiosidade com detalhes e verossimilhança, visto que,
após extensa pesquisa na literatura, constatou-se que ainda não se elaborou um
instrumento que seja, ao mesmo tempo, facilmente aplicável, satisfatório aos
aspectos mais genéricos das religiões e capaz de incorporar interpretações
individuais da religiosidade. Ressalta-se, ainda, a necessidade de mais pesquisas
que investiguem a relação da religiosidade com a saúde. No entanto, apesar
dessas limitações, alguns aspectos tornaram-se bem evidentes neste estudo. Boa
parcela dos idosos realmente atribui relevância à religiosidade na melhoria de sua
própria condição. É necessário buscar a integração social e psicológica dos
idosos, pois quanto mais integrados estiverem, menos ônus trarão para seus
familiares e cuidadores e para os serviços de saúde, e melhor será sua qualidade
de vida e bem-estar. Neste contexto, deve-se estimular uma mudança de
paradigmas, oferecendo-se às gerações presentes e futuras uma nova visão sobre
a questão do envelhecimento, sem amarras discriminatórias de descaso à
produtividade que o idoso ainda pode oferecer. Diante do exposto, cabe uma
reflexão sobre uma questão essencial: a consciência de que a religiosidade
constitui uma ferramenta imprescindível para abordagem e solução de problemas
relacionados à saúde e ao envelhecimento, contribuindo indubitavelmente para a
promoção da saúde do idoso.
A ESPIRITUALIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO
“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus!” (Hebreus 11:6)
Em 2005, estudo conduzido no Rio Grande do Sul por Moraes e cols mostrou que
aqueles idosos cujas crenças pessoais davam maior significado a suas vidas
tinham até dez vezes mais chance de cursar com envelhecimento bem-sucedido,
em comparação com aqueles que não as possuíam. Outro estudo gaúcho
realizado por Rosa em 2008 mostrou que a resiliência (capacidade humana muito
presente em pacientes com bem-estar espiritual, que consiste em enfrentar,
vencer e ser fortalecido ou transformado nas experiências de adversidade) foi
associada ao envelhecimento bem-sucedido. Da mesma forma, estudo
internacional realizado por Wong em 1998 demonstrou que as atividades
religiosas, o coping religioso (modo de lidar com a doença utilizando-se da religião)
e o maior significado à vida eram preditores daqueles que envelheceram de
maneira bem-sucedida ou não. Seguindo essa tendência, Crowther et al.
propuseram uma alteração no modelo de envelhecimento saudável de Rowe &
Kahn, que seria a introdução de um quarto fator: a espiritualidade, conforme
visualizado na figura 1. REV. BRAS. GERIATRIA E GERONTOLOGIA; 2006; REV.
BRAS. GERIATR. GERONTOL., RIO DE JANEIRO, 2011; Impacto no bem-estar e
qualidade de vida O impacto na qualidade de vida tem sido demonstrado de forma
quantitativa e qualitativa.
Claro exemplo disso foi um inquérito populacional conduzido no município de
Botucatu-SP envolvendo 365 idosos. Estes foram questionados sobre o que era
qualidade de vida e a resposta ―ter religião e fé‖ foi a sétima mais comum. Em
2005, foi realizada uma meta-análise dos principais estudos que envolviam o tema
espiritualidade e qualidade de vida. Na análise final, houve uma correlação
moderada (r = 0.34, 95% CI: 0.28–0.40) entre níveis mais altos de
espiritualidade/religiosidade e melhor qualidade de vida. Em 2003, Katsuno
demonstrou que a espiritualidade estava correlacionada à melhor qualidade de
vida subjetiva em pacientes com demência leve. Da mesma forma, outros estudos
têm demonstrado uma associação direta entre maior frequência religiosa e maior
satisfação com a vida, incluindo um estudo envolvendo 709 pessoas acima de 55
anos que participaram do World Values Survey. Com a mesma temática, estudo
realizado na China demonstrou íntima relação entre qualidade de vida e
espiritualidade em idosos com deficiências visuais. Impacto nas doenças crônico-
degenerativas Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), as
doenças crônico-degenerativas são definidas como doenças não-transmissíveis,
que incluem, dentre outras, osteoartrite, osteoporose, hipertensão, coronariopatia,
diabetes, hipotireoidismo. Quanto às doenças osteoarticulares, os idosos com
artrite que cultivavam um maior número de experiências espirituais diárias
possuíam maior energia e menor depressão. Da mesma forma, em pacientes com
artrite reumatóide, aqueles com maior espiritualidade tiveram maior resiliência e
percepção de saúde. Nas doenças cardiovasculares, Hummer et al. avaliaram uma
amostra representativa da população americana de 21.204 pessoas durante oito
anos, e mesmo após controlar para aspectos sociais, físicos e sociodemográficos,
a maior Figura 1 - Modelo de envelhecimento bem-sucedido proposto por Rowe
and Kahn e modificado por Crowther et al, 2002. Espiritualidade Ausência de
doenças e incapacidades Envolvimento na sociedade Alto funcionamento físico e
cognitivo Envelhecimento bem-sucedido REV. BRAS. GERIATRIA E
GERONTOLOGIA; 2006; O idoso e sua espiritualidade 163, a frequência religiosa
esteve associada a uma menor mortalidade por causas cardiovasculares. (11)
A manicure Maria de Lourdes Dourado, 78 anos, faz as unhas e leva alegria ao Lar de Idosos de Engenheiro Schmitt.
A CULPA E SEUS MALES NA TERCEIRA IDADE
Divida na terra: Mateus 5:25;26 ... pagarás até o ultimo centavo!
Neste capitulo, em particular, trataremos o tema com perguntas e respostas:
1) Há esperança para aqueles que fizeram coisas que não deviam? Há
esperança para pessoas que já erraram muito na vida?
"Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam
como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam
vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã." (Isaías 1:18) Esta é uma
promessa de perdão. Não importa o que você tenha feito no passado, no momento
em que você vai a Deus tudo é perdoado, completamente perdoado! Para
confirmar isto, temos uma declaração do próprio Jesus Cristo. Mateus 12:31: "Por
isso, vos declaro: todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens..."
(Mateus 12:31) Todo é todo! Não há outra palavra para explicar mais do que todo.
Eu não preciso dizer que dentro do todo está incluído adultério, fornicação,
assassinato, assalto a mão armada, tráfico de drogas, prostituição, promiscuidade,
feitiçarias, todos os tipos de pecado podem ser perdoados. Então você não precisa
viver atormentado pelo sentimento de culpa, basta apenas ir a Jesus e aceitar a
oferta de Seu perdão.
2) É só isso mesmo? Ou tem mais alguma coisa que nós como seres
humanos precisamos fazer?
Na realidade o problema é que tivemos uma educação em que se aprendeu a
pagar por tudo. Se alguma coisa custa barato a gente se pergunta muitas vezes:
Por que está barato? Qual é o problema?
Vamos dizer que você vai numa loja e encontra um sapato, vamos dizer, da marca
"Carmelo", por R$ 3,00. Você fica olhando o sapato; olha de um lado, olha do
outro. Alguma coisa tem que estar errada. Um sapato dessa marca não pode
custar 3 reais, impossível! O que esse sapato tem de errado? E você tenta
descobrir o problema. Vivemos numa cultura na qual nós pagamos pelas coisas
que valem, e, se algo é de graça não vale muito. Portanto, podemos concluir que o
ser humano é acostumado a pagar por tudo.
Quando se trata do perdão, ele também quer pagar. Só que a Bíblia é categórica
ao dizer que somos salvos unicamente pela graça de Cristo. Temos mais um verso
que confirma isso. Vejamos o que diz no evangelho de I S João 1:9: "Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e
nos purificar de toda injustiça." (I S João 1:9) Confessar, na realidade, é tudo o que
o ser humano precisa fazer.
3) Por que a gente tem que confessar? Você pode dizer: - "Eu tenho minha
culpa, eu cometi coisas que não deveria cometer, eu fiz coisas erradas no
passado. Mas por que eu tenho que confessar? Não dá para eu apenas
fazer uma oração, pedir perdão a Deus e o assunto ficar liquidado? Por que
tenho que confessar?"
Bom, quando digo confessar, quero dizer confessar a Deus, não a um ser humano.
Veja só, vou entrar num assunto muito delicado.
Vou dar um exemplo: Digamos que você esteja com um câncer terrível e que pela
maravilha de Deus, a ciência acaba de descobrir o remédio para qualquer tipo de
câncer. Só que você está com câncer, mas não aceita que está. Os médicos lhe
dizem que você está com câncer, mas você não aceita. Os exames médicos
afirmam que você está com câncer, mas você não aceita. Todo mundo em sua
volta sabe, mas você não aceita. Surge um remédio que a ciência descobriu para o
câncer, mas, de que serve este remédio pra você, se você não aceita que está
com câncer? O remédio tem algum valor pra você? Você tem que reconhecer, e,
para que o perdão divino tenha valor, você precisa reconhecer que é um pecador,
que precisa ser perdoado. A confissão é o meio através do qual você reconhece
que está enfermo com o pior câncer desse mundo: o pecado. Você precisa
confessar que precisa do remédio. Então, vai ao Redentor confessa o seu pecado
e aceita o remédio maravilhoso que Ele tem para você.
4) Nesse processo de restauração previsto na Palavra de Deus, há uma parte
sobre arrependimento. Mas arrependimento, às vezes, é uma coisa dolorosa. A
pessoa que passa pelo arrependimento, às vezes, passa por humilhação; a
pessoa não tem prazer em passar por isso. Arrependimento é necessário para
restauração, ou é simplesmente um adendo, se a pessoa quiser? Como é isto?
Vou explicar um pouco a diferença que existe entre arrependimento e remorso,
pois são duas coisas diferentes. Por exemplo: Você está com uma mulher que não
é sua esposa, sentado num restaurante, namorando. Você está tranquilo e de
repente passa por sua frente, a irmã de sua esposa e vê você com a mulher
traindo a irmã dela. Você vê sua cunhada e fica apavorado. Imediatamente se
esconde, abaixa a cabeça, desaparece. Então você começa a torcer: tomara que
ela não tenha me visto. Você começa a sofrer em seu coração, porque se a sua
cunhada abrir a boca, sua esposa vai lhe pedir o divórcio e você não quer isso.
Então você se ajoelha diante de Deus e diz: "Senhor, estou arrependido, por favor
me perdoe, eu nunca mais vou trair minha esposa; mas por favor, faça um milagre,
pois acredito que minha cunhada me viu, mas por favor cale a sua boca; produza
nela uma amnésia para que ela esqueça o que viu, ou então, deixe ela muda, faça
qualquer coisa, mas que ela não fale!" Então você faz mil promessas a Deus. Você
pensa que está arrependido, mas isso não é arrependimento, é remorso. Sabe
qual é o engano deste sentimento? É que você pensa que está arrependido,
porque alguém lhe viu. Remorso, na realidade, é medo de ser exposto porque
alguém lhe viu, medo de ser descoberto. Então, a maior evidência do remorso é
que, quando passa o perigo, você esquece. Como em nossa história, vamos dizer
que a cunhada dele não falou. Então, passando o perigo, ele esquece. Esquece as
promessas e volta a ser o que era antes.
Agora, arrependimento não, arrependimento é sentir dor pelo que você fez,
confessar o pecado e afastar-se da situação errada. Arrependimento, na realidade,
não nasce no coração. Ele é um fruto do Espírito Santo. Você vai a Deus levando
sua vida como está e Ele inspira em você o arrependimento, o nojo pelo pecado.
Você percebe a coisa errada que está fazendo e pede a Deus que te de forças
para mudar o rumo de sua vida.
5) No caso do rapaz que estava traindo sua esposa, ele, em um momento,
descobre na Palavra de Deus que tem que confessar o pecado. Ele se ajoelha e
sinceramente confessa o pecado, mas será que isso é suficiente? Ou essa
confissão também envolve pessoas? Se envolve pessoas, quando isso deve
acontecer?
Acredito que há circunstâncias que além de confessar a Deus, precisamos
confessar aos homens. Vamos dizer que eu lhe roubei mil dólares sem você saber.
E ninguém vai descobrir, ninguém vai saber nada. Eu lhe enganei em algum
documento, peguei mil dólares e você não percebeu. Ninguém percebeu. Não
existe possibilidade de alguém descobrir. Só que eu vou a Jesus e o Espírito de
Deus toca meu coração e eu sinto arrependimento, sinto dor pelo que fiz. Eu
confesso meu pecado a Deus e agora vou a você e digo: "amigo, você tem
confiança em mim, eu sei, mas sabe, há dois anos atrás, eu fui desonesto com
você. Você nunca percebeu, mas eu lhe roubei mil dólares e já confessei a Deus
meu pecado, estou arrependido e quero lhe devolver, pois não posso continuar
com essa culpa.
6) Então confissão é sinônimo de restauração?
Lógico! Veja que nesse caso cabe a restauração, o próprio Espírito de Deus nos
dá o sentido comum para saber quando a confissão em lugar de consertar alguma
coisa, somente traria dor, desespero e prejudicaria todo mundo. O Espírito de
Deus vai dizer na hora. Agora, todo o pecado que nós podemos confessar; acertar;
restaurar e corrigir. Temos que fazer.
7) Eu perdoo mas não esqueço. Você já ouviu isso? Talvez você mesmo tenha
falado isso. Por incrível que pareça, isso é uma norma pra muita gente, é um
padrão, é um estilo de vida. Será que quando Deus perdoa Ele esquece mesmo?
Ou sempre fica aquela imagem meio cinza, meio turva da pessoa que errou? Será
que Deus pensa: "olha, você está em período de regeneração, mas cuidado
comigo"?! Como funciona com Deus?
Isaías 1:18, como já foi mencionado antes, e eu repito, diz o seguinte: "...ainda que
os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a
neve..." (Isaías 1:18). Isso é uma promessa de perdão completo. Na realidade, eu
não diria que Ele risca, diria que Ele apaga completamente. O Velho Testamento
está cheio de lindas promessas: "... lançará todos os nossos pecados nas
profundezas do mar" (Miquéias 7:19); "Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim
afasta de nós as nossas transgressões" (Salmos 103:12). Esses versos falam de
perdão, de uma restauração completa. Perceba que o problema não está com
Deus, o problema do pecado está com o ser humano. Sabe por quê? Porque Deus
pode perdoar tudo, tudo mesmo!
Um dia uma senhora me procurou e disse: "Pastor, eu provoquei um aborto
quando era garota de dezoito anos, solteira. Depois tive a alegria de conhecer meu
marido. Casei. Ele não sabe que eu provoquei aquele aborto. Agora tenho três
filhos, sou feliz com meu marido, já se passaram trinta anos daquilo, mas não
consigo dormir em paz porque a consciência me atormenta; eu não somente
cometi o pecado de fornicação mas também matei, eu cometi um assassinato, tirei
a vida de uma criança. Há perdão para mim?" Eu quero dizer em nome de Deus:
há perdão. Não há pecado que Deus não possa perdoar. O problema não é com
Deus. O problema é conosco. Às vezes nós, seres humanos, chegamos a um
ponto em que não queremos mais ser perdoados. Chegamos a um ponto em que
não aceitamos mais o perdão. A Bíblia chama isso de pecado contra o Espírito
Santo. Inclusive Mateus 12:31 diz: "...todo o pecado e blasfêmia serão perdoados
aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada." (Mateus
12:31) Mas qual é o pecado contra o Espírito Santo? É aquele que você brinca,
brinca, brinca com o pecado; e chega um ponto em que o coração se endurece,
você já não sente mais dor, e você não sente mais dor pelo que faz, muito menos
irá sentir necessidade de perdão. E ai do seres humanos! Eu não gostaria nem de
pensar no caso de um ser humano que por brincar, por tratar com leviandade as
coisas divinas, chega ao ponto de se endurecer com as coisas de Deus, porque
para eles não há perdão!
8) Pecadinho, pecadão. Isso é outra coisa que a sociedade acredita. Por exemplo:
você contou uma mentira leve, era fruto da situação, e não tinha jeito de falar a
verdade mesmo, você iria correr um risco muito grande, foi um pecadinho. Agora,
se você vem com uma faca e mata uma pessoa, é crime de primeiro grau, aí é um
pecadão, aí você realmente está mal. Para Deus existe pecado maior ou pecado
menor? Como é que funciona isso? Dependendo do tamanho do pecado, pode
também mudar o tamanho da culpa?
Não existe diferença de pecado, existe diferença de culpa. Para Deus, pecado é
pecado. Eu explico: se alguém assaltar um banco a mão armada e matar o caixa,
isso para Deus é pecado. Eu sentar-me de gravata e colarinho branco e manejar
as contas, engordando o bolso, isso também é pecado. Pecado por pecado, para
Deus, ambos são pecados. Para Deus não existe graduação de pecados, mas
existe graduação de culpa. Um jovem que nasceu pobre, sem instrução, que não
conhece a Palavra de Deus e estupra uma menina, ou usa drogas, ou ainda
trafega drogas, ele pode ter, de certa maneira, menos culpa do que eu, que tive
todo conhecimento, toda a instrução necessária, fiz escola primária e secundária,
fui à faculdade, fiz mestrado, conheço a Palavra de Deus e engano uma menina
menor de idade, oferecendo algum dinheiro, e levando-a para a cama. Qual é o
pecado maior? Pecado por pecado, os pecados são iguais, mas minha culpa é
maior porque eu tenho mais ciência; o outro tem menos. Existe graduação de
culpa, mas não existe graduação de pecado.
9) Então, o que disse, pela Palavra de Deus, é que se a pessoa confessa, se a
pessoa se arrepende; existe esperança e ela pode ser liberta da culpa? O perdão
é para todo mundo mesmo?
Para todo mundo mesmo! Não há um ser humano que possa dizer que para ele
não há perdão, desde que ele sinta que precisa de perdão. Somente não sente
que precisa de perdão, quem cometeu o pecado contra o Espírito Santo, pois se
endureceu. Para esse não há perdão, não porque Deus se cansou de perdoar,
mas porque ele não quer ser perdoado.
O problema com o pecado - volto a enfatizar isso, está às vezes com as
consequências do pecado. Deus pode nos livrar da culpa e do tormento da
consciência, entretanto, às vezes, as consequências de nosso pecado podem
levar-nos até a destruição final, até a morte para sempre.
Um homem que brincou de liberalismo, promiscuidade sexual, drogas, adquire
AIDS, um dia se arrepende e pede perdão a Deus. Há perdão? Claro! Deus
perdoa! "Mas fui promiscuo?", não importa! "Mas eu fiz aquilo", Deus perdoa.
Agora e a AIDS? Deus não vai necessariamente tirar do corpo dele a AIDS. Então
esse é o assunto, as consequências do pecado são terríveis. Eu sempre digo:
Deus lhe perdoa, mas a vida pode não lhe perdoa!
Pensemos novamente no texto bíblico de I João 1:9: "Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça." (I S João 1:9) Deus não apenas promete nos perdoar, mas, também nos
purificar, nos transformar. Portanto, quando o Espírito de Deus lhe der certeza do
perdão e convidar para uma nova vida, o melhor é abandonar imediatamente todo
o pecado, e correr para os braços de Jesus.
ORAÇÃO
Pai querido, existem pessoas que vivem anos e anos atormentadas pelo complexo
de culpa. A culpa é como um martelo que bate de dia e de noite e não nos deixa
em paz. Mas Te agradecemos pela Tua Palavra neste momento; e Te
agradecemos pelo perdão. Como é bom sentir-se aliviado, sabermos que não
importa o que tenhamos feito no passado, se nos arrependermos e confessarmos,
Tu estás pronto a nos perdoar. Por favor, coloque paz em nosso coração. Em
nome e pelos méritos de Jesus. Amém.
(PR. ALEJANDRO BULLÓN) (12)
A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO PARA A PAZ DE ESPIRITO
Perdoar e pedir perdão são atos de generosidade e humildade. Mas só se pede
perdão ou se perdoa de verdade, quando houver sinceridade e abertura de coração.
Quem nunca cometeu um erro? Nunca precisou de um perdão por faltar com respeito
com alguém, por mentir, decepcionar, enganar, omitir, machucar, por se exceder?
Estamos cercados de sentimentos negativos, rancor, raiva, mágoa e que se não
soubermos nos defender desses sentimentos, eles têm grande capacidade de
destruição. Quem convive com esses sentimentos negativos sofre muito, pois acaba
se privando de momentos de felicidade e paz interior. E não podemos nos esquecer
dos malefícios que causam à saúde. Ao viver angustiado por um problema ou situação
mal resolvida prejudicamos diretamente nossa saúde física, causando estresse,
ansiedade, problemas com coração e pressão arterial. É o que chamamos de
‗somatização‘. É o corpo assumindo a dor e o peso da alma.
Perdoar é um processo de libertação do ressentimento e de certa forma é uma doação
sem esperar nada em troca.
O perdão é sincero e verdadeiro, quando dado e recebido não apenas em palavras e
sim nos gestos. Você não precisa necessariamente perdoar para a sociedade, mas
sim para você mesmo, pois é algo interno e individual. Perdoar é conseguir deixar para
trás o passado e dar novas oportunidades ao presente, poder viver livre, leve e solto,
sem essa preocupação.
Tão importante quanto perdoar é tomar a iniciativa de pedir perdão, algo que muitos
não fazem por questão de orgulho. Assim como somos capazes de dar o perdão,
quando erramos, devemos saber também tomar a iniciativa de pedir desculpas e ter
recursos para reconquistar a confiança e respeito alheio. Reconhecer os próprios erros
e ser capaz de mudar é sinal de amadurecimento e evolução.
Na prática:
- Saiba exatamente como você se sente sobre o que aconteceu e seja capaz de
expressar o que há de errado na situação.
- Não espere pedidos de desculpas dos outros nem da vida. Faça o que for preciso
para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e para ninguém mais.
- Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o feriu, nem
tornar-se cúmplice dela. O que você deve buscar é a sua paz. O perdão é um poder
pessoal.
- Em vez de concentrar-se nas suas mágoas, concentre suas energias na busca do
amor e da bondade ao seu redor.
- Lembre-se sempre: ―A maior vingança contra o inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo nos
livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. Já o ódio e a mágoa cultivam o
inimigo dentro de nós‖ (Augusto Cury). Perdoar é uma questão de escolha, é
preferível ser feliz, saudável e livre. (13).
MÁGOA, PERDÃO E PAZ DE ESPÍRITO
Os termos mágoa, perdão e paz de espírito formam uma sequência que de certo
quase todos que estão recebendo esta mensagem já vivenciaram. Tanto magoando
como sendo magoado, tanto perdoando como sendo perdoado.
A mágoa é um sentimento que traz danos nefastos a quem sente, pois é um
sentimento que perpetua uma situação. Seja qual for a ação feita pelo outro, a mágoa
registra esta ação na alma e enquanto permanece, vai consumindo e por vezes,
somatizando em disfunções principalmente digestivas.
Para diluir este registro que fica marcando, incomodando e sangrando nosso espírito,
somente utilizando o perdão. E como tudo que diz respeito à busca da paz do espírito,
perdoar não é um gesto fácil nem simples. Envolve compreensão e compaixão total. A
própria palavra perdoar, do latim perdonare onde o prefixo per significa "através de" e
donare que significa o "ato de doar", resumem em si estes dois gestos, a completa
compreensão e a total compaixão. Ou seja, perdoar é doar-se através da
compreensão e compaixão.
Li recentemente uma dissertação de um mestrando em filosofia que tratava do perdão
e a ênfase era dada ao ato de julgar. Ou seja, quando refletimos: fulano merece ou
não meu perdão? Colocamo-nos como juízes, no entanto, totalmente imparciais.
Se nos colocarmos fora da questão e enxergarmos tão somente o ato, buscando na
sabedoria da empatia, conseguir observar os dois lados, e o mal que a mágoa causa,
certamente um acordo entre sentimentos ocorrerá e o perdão será a melhor opção.
Difícil, pois somos humanos, mas não impossível, pois temos humanidade.
Desenvolvamos em nós a sabedoria do perdão e, principalmente, para ser aplicada a
nós mesmos. (14).
A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR!
Oração de São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
- São Francisco de Assis
Amém!
É linda essa oração! Pratica-la é doar a fé, a esperança e o amor!
Veja! Para doar tem que ter.
Certa vez o Mestre disse: ―- A boca fala o que o coração tá cheio! (Mt 15:18)‖. É mister
fazer essa reflexão. Encher o coração de esperança para oferecer aos desesperados;
acreditar no bem para oferecer a fé; experimentar o amor para oferecê-lo.
Pretendo agora me deter na reflexão de cada dom citado. Esse texto foi extraído da
carta do Apostolo Paulo aos crentes da cidade de Corinto.
As quatro cidades mais importantes do Império Romano eram: Roma, Corinto, Éfeso e
Antioquia da Síria. Portanto, Corinto era célebre. A cidade localizava-se em um istmo, que
é uma porção de terra que liga uma península ao continente. Possuía dois portos. Assim,
além de ser a única passagem por terra entre o norte e o sul da Grécia, era também
passagem entre a Ásia, a Palestina e a Itália. Os navegantes poderiam dar a volta pelo sul
da península. Porém, o mar na região era muito tempestuoso. Corinto era então um
corredor de mercadorias. Além disso, suas terras eram férteis. A cidade era rica e tinha
localização estratégica no cenário mundial.
Corinto grega
No auge da civilização grega, Corinto já ocupava lugar de destaque. Em 146 a.C., a cidade
foi destruída pelo cônsul romano Mummius.
Corinto romana
Devido à sua posição estratégica, a cidade foi reconstruída em 46 a.C. por Júlio César,
tornando-se capital da Província Romana da Acaia. A nova Corinto possuía ruas amplas,
praças, templos (Netuno, Apolo, etc), estádio (I Cor.9.24), teatros, estátuas, e o santuário
de mármore branco e azul (Rostra), onde se pronunciavam discursos e sentenças.
A idolatria de Corinto
A idolatria fazia parte da cultura grega com seus inúmeros deuses mitológicos. Ao sul de
Corinto havia uma colina chamada Acrocorinto, que se elevava a 152 metros acima da
cidade. Ali estava o templo de Afrodite, também chamada Astarte, Vênus ou Vésper, –
deusa do amor e da fertilidade.
A corrupção de Corinto
Os cultos a Afrodite incluíam ritos sexuais realizados por 1000 sacerdotisas, ou seja,
prostitutas cultuais. O fato de ser cidade portuária - contribuía para que umas séries de
problemas se estabelecessem. Muitos viajantes que por ali passavam se entregavam à
prostituição e à prática de outros delitos. O fato de estarem de passagem criava uma
sensação de impunidade, o que de fato se concretizava normalmente. Estes e outros
fatores contribuíam para uma corrupção generalizada na cidade.
Principais motivos da carta
Nessa epístola, Paulo não expõe os fundamentos do evangelho, como fez na carta aos
Romanos. Afinal, ele já estivera doutrinando os coríntios pessoalmente durante um ano e
meio. Paulo escreveu àquela igreja depois de receber uma carta com perguntas dos
coríntios (I Cor. 7.1; 8.1-13) e a visita de pessoas que vieram trazendo más notícias (1.11;
16.17). Os problemas dos coríntios eram muitos. Em destaque estavam a divisão e a
imoralidade.
Conhecimento, liberdade e amor eram elementos mal interpretados, mal colocados e mal
valorizados em Corinto. Isso veio a causar uma série de problemas na igreja. Alguns
julgavam que a liberdade cristã lhes dava direito de fazer tudo, quer seja a participação
nas refeições dos templos pagãos ou mesmo a união carnal com as meretrizes.
Paulo se posiciona contra todas essas variações da influência filosófica e da falsa
interpretação do cristianismo. Assim, ele condena a libertinagem sexual, ao mesmo tempo
em que defende a legitimidade do sexo dentro do matrimônio (I Cor. 6.15-16 e I Cor. 7). A
liberdade cristã é, de fato, ampla. Contudo, o amor é o seu parâmetro maior. Assim, se, no
uso da nossa liberdade, ultrapassamos os limites do amor a Deus e ao próximo, saímos da
liberdade cristã e entramos nos domínios do pecado. Por isso, Paulo diz: "Todas as coisas
me são lícitas, mas nem todas me convêm." (I Cor.10.23). "Não sabeis vós que os vossos
corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros
de meretriz? Não, por certo" (I Cor.6.15). Ao usar a expressão "não sabeis", fica evidente a
questão do conhecimento. Os coríntios sabiam muita coisa, mas era urgente que
soubessem sob o ponto de vista de Deus, conforme Paulo estava procurando expor. (16)
(autor: Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.)
O fundo histórico, nos ajuda a entender a motivação da carta para as pessoas que
viviam na cidade de Corinto. O autor, Paulo, viveu duas fases em sua vida. Na
primeira, fora educado a religião sem experimentar o essencial. Seu coração tinha
sinceridade e zelo por Deus e por sua crença, mas não tinha amor. Na sua juventude,
viu seu povo ser dominado pelos romanos dominadores do mundo de então, também
não havia esperança em seu coração. Embora fosse dotado de grande conhecimento,
desconhecia o poder da fé contemplado na execução de hebreus convertidos pelo
Mestre. Mas na segunda fase, agora também convertido ao Mestre, seu coração
estava inundado destes dons, dos quais destaca o amor.
Entretanto, o amor esta em oposição ao desejo sexual, porque essa era uma prática
naquela época. Ainda hoje se faz confusão sobre esse dom divino. Assim esse
homem dedica um capitulo de sua carta pra conceituar o amor:
O amor é sofredor; é do bem; não é invejoso; não trata leviandade; não se irrita; não
se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não
suspeita do mal; não se alegra com a injustiça, mas com a verdade. Tudo sofre, tudo
acredita, tudo espera, tudo suporta. Nunca falha. (I cor. 13: 4-8). Porque, em parte
conhecemos e em parte profetizamos (experiência espiritual) (v. 9). Mas quando vier o
que é perfeito, o que conhecemos não terá mais valor (grifo meu) (v. 10).
Quando eu cursava Teologia, resolvi escrever um livro: AMOR ADOLESCENTE.
Pesquisei tudo que encontrei sobrei o amor e percebi que falhamos em oferecer por
estarmos vazios desse dom. Então inventamos outras definições para justificar o que
se oferece como se fosse. Até sofremos de paixão, mas é o nosso orgulho ferido e
toda moralidade está condicionada as conveniências. Por isso, o amor é o mais
importante. Por ter sido usurpado por sensações e sentimentos de pena.
Como corrigir isso? Aquela parte que conhecemos deve ser passada a limpo. Se
deixar inundar com o Espirito Santo de Deus e partir dessa experiência ter amor para
oferecer, como amor no coração teremos esperança e fé, pois que tudo espera e tudo
crer (v.7). sabendo que, ainda que tenhamos fé sem amor acaba sendo inútil (v.2).
A Fé
A célebre frase dita por Habacuque e repetida em Romanos, Gálatas e Hebreus
continua viva até hoje: ―O justo viverá da sua fé‖. Fé é o estilo de vida do crente e é
como ele se relaciona com Deus, porque é pela fé que nos aproximamos dEle. A fé
nos possibilita viver cada promessa de Deus, subjugar a carne e andar em espírito, ver
o sobrenatural, orar eficazmente, deliciar o impossível e transportar os montes.
A fé trata com sua vida individualmente, seu domínio pessoal e vida com Deus. Tudo
que tange a você é acessado pela fé. Sua salvação, cura, libertação, prosperidade,
adoração. Todas as riquezas da graça de Deus dadas a nós são acessadas pela
fé. ―Pela fé temos acesso a essa graça‖ (Rm 5.2).
ESPERANÇA
A esperança é o que nos faz olhar para o futuro. Antigamente, colocávamos nossa
esperança em coisas que estavam sob o domínio da fé. Mas, ao descobrir isso, não
podemos de forma alguma abandonar a santa esperança. O apóstolo Paulo afirma
categoricamente que se vivemos uma vida sem a santa esperança somos os mais
infelizes dos homens, e nada que fazemos para Deus tem valor, seria melhor voltar
aos pecados do velho homem.
Saber que essa vida aqui é passageira e que uma eternidade nos aguarda, nos coloca
em movimento, pois, afinal de contas, a primeira coisa que acontecerá ao entrarmos
na eternidade será receber os galardões pela obra que realizamos em fé aqui na terra.
Não vou aqui falar sobre os ventos escatológicos, mas apenas te lembrar que eles são
reais e estão próximos.
A Bíblia ensina que a pregação das coisas do fim nos põe em movimento no nosso
chamado. Fomos criados para cumprir um propósito em por fim seremos galardoados
ou não de acordo com nossa obediência a esse chamado. ―E a si mesmo se purifica
todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro‖ (I João 3.3). (15).
Esperança (O poder da fé aliado à esperança, ratificados pelo amor)
Um dia, a Fé, a Esperança e o Amor saíram pelo mundo para ajudar os aflitos. Qual das três
seria capaz de realizar o melhor trabalho para a glória de Deus? À beira da estrada da vida
encontraram um homem pobre que sofria há muitos anos com uma doença que o fazia
paralítico desde nascença. Ele permanecia por muito tempo naquele mesmo lugar
mendigando às almas caridosas a fim de obter o sustento para sobreviver.
Diante daquela situação, a Fé tomou a frente da Esperança e do Amor para resolver o caso.
“Esperem aqui”, disse ela, “enquanto vou realizar minha obra na vida deste infeliz e arrancá-lo
desta miserável situação”. Sem delongas, a Fé trouxe ao homem a Palavra de Deus e assim ela
foi reproduzida no coração dele. Imediatamente aquele homem se rebelou contra aquela
situação e usou a fé que tinha agora no coração para determinar sua cura, e no momento em
que orava, seus ossos e juntas tornaram-se firmes. Pela primeira vez na vida ele ficou de pé e
saltou de alegria!
“Estou livre! Estou livre!”, gritava com euforia. A Fé o havia libertado. Agora ele era um novo
homem. Estava livre das algemas da doença e do sofrimento. Não precisava mais ficar à beira
da estrada para mendigar e muito menos padecer todas as dores de antes.
Que obra maravilhosa a Fé havia realizado!
Porém passadas algumas horas, o homem lembrou-se que não tinha para onde ir. Ele não
tinha casa, amigos ou qualquer profissão que lhe desse condições de se estabelecer na vida. A
única coisa que sabia fazer era mendigar pelo pão. Neste momento, a Esperança sentiu que
era chegada a sua vez de trabalhar. Ela o levou para o alto da montanha e fez com que ele
visse os férteis campos da terra. Desta maneira, foi mudando seu coração e o
homem entendeu que podia prosperar.
Movido pela força da Esperança, ele se pôs a caminho. Logo conseguiu um emprego, em uma
fazenda próxima, e rapidamente aprendeu a cultivar a terra. Em pouco tempo, tinha ajuntado
o suficiente para comprar seu próprio campo.
Com fé e esperança, renovava suas forças a cada dia, e em poucos anos expandiu
grandemente seus negócios. Suas colheitas eram exportadas em navio, alcançando portos em
todo o mundo. Ele tinha muitos empregados e se tornou um dos homens mais ricos da Terra.
A Fé e a Esperança estavam satisfeitas com o maravilhoso trabalho que haviam produzido na
vida daquele homem. Então disseram ao Amor: “Não te preocupes em realizar tua obra. Vês
que, juntas, mudamos completamente a vida deste homem, fazendo-o forte e
próspero”. Assim, o Amor partiu em busca de alguém a quem pudesse ajudar.
O homem continuou a crescer. Seu império foi se expandindo por todo lado. Eram tantas as
suas casas que muitas delas nem sequer conhecia. Viajou o mundo inteiro e não havia mais
nada que lhe surpreendesse. Mas com o passar do tempo o homem foi ficando triste e
enfastiado.
“Tenho tudo que um homem possa desejar”, dizia ele, “mas ainda me sinto vazio”.
A Fé e a Esperança perguntavam a si mesmas: o que poderiam dar ao homem para torná-lo
forte como antes. Ele agora tinha tudo que a fé e a esperança podiam conquistar. Não
precisava do milagre da cura nem da esperança para crer no sucesso do seu futuro, pois era
muito rico.
“Quem poderá nos ajudar?”, perguntavam elas. “Não queremos que a obra que realizamos na
vida deste homem venha a desmoronar, porque grande será esta ruína.”
Assim, as duas foram correndo em busca do Amor para lhe pedir ajuda.
O Amor voltou com elas e realizou sua obra no coração daquele homem. Ao sentir amor, ele
passou a entender a Deus e a sua mais extraordinária obra. Começou a ver surgir em si próprio
uma mudança completa que lhe trouxe um desejo imenso de ter comunhão com Deus e estes
momentos eram agora muito mais importantes que tudo o que havia experimentado antes.
Mas importante que sua saúde ou sua prosperidade.
Surgiu também em sua vida a necessidade de ajudar a outros que estavam passando pelos
mesmos problemas que ele um dia havia passado. Assim esquecia de si mesmo e se dedicava a
servir ao próximo. A cada dia sua força aumentava. Sua motivação vinha do amor e da
mudança que via na vida daqueles a quem ajudava.
Desta maneira encontrou a felicidade e nunca mais veio a perdê-la. A Fé e a Esperança
entenderam que, embora suas obras tivessem sido de uma grandeza extraordinária, com o
passar do tempo, sem o Amor, tudo perdia o sentido. A Fé é rápida, a Esperança permanece
por mais tempo, mas o Amor nunca acaba.
Por isso o apóstolo Paulo nos ensina no versículo 13 do capítulo 13 do primeiro livro de
Coríntios, “Agora pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior
destes é o amor”. (Marcelo Crivella - crônicas) (17)
ESPERANÇA NA ANGÚSTIA
(PR. ALEJANDRO BULLÓN)
"O texto para a mensagem está registrado em I Pedro 1: 3 a 7: "Bendito o Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos
regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre
os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada
nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé,
para salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora,
no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias
provações, para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso
do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e
honra na revelação de Jesus Cristo..."
O tema central do texto é a esperança cristã, como a herança maravilhosa que
Deus entrega a seus filhos nesta terra. Este texto foi escrito por Pedro, no primeiro
século de nossa era, para um grupo de pessoas que eram novas na fé. Mas as
lições são valiosas para os cristãos de todos os tempos indistintamente de quão
novos ou velhos sejam na experiência cristã.
Outro dia procurou-me um senhor, de uns cinquenta anos, embora seu rosto
aparentasse muito mais. Seu olhar sombrio refletia o vulcão de sentimentos
pessimistas que aprisionavam seu coração. "Ajude-me, Pastor", disse com voz
cansada, "gostaria que a vida tivesse sentido e não fosse aquela avalanche de dias
incertos, vazios e desesperantes."
Ah, meu amigo, todos gostaríamos que a vida tivesse sentido, que valesse a pena
acordar, ver o sol e abraçar desafios. Mas o que fazer, se a vida parece sempre
uma rotina massacrante? Aonde ir quando perdemos a motivação de viver e tudo
nos parece sombrio e sem graça?
O texto nos fala de esperança, mas entenda bem, esperança cristã não significa
apenas um tipo de expectativa com relação ao futuro. Ela é o ingrediente que dá
sentido a nossa vida presente. É ela que tira, de nossos dias rotineiros, as sombras
da incerteza e deixa brilhar o sol da alegria. Fazer da esperança apenas uma
possibilidade futura é torná-la simplesmente um desejo ou anseio ou espectativa,
mas não, a certeza de algo real.
Por exemplo, quando um garoto diz: "Gostaria de ganhar uma bicicleta no natal",
ele pode estar querendo dizer: "Acho que existe a possibilidade de que meu pai me
compre uma bicicleta." Poderia, também, estar dizendo: "Não existe muita chance
de que meu pai consiga o dinheiro suficiente para comprar-me uma bicicleta." Você
percebe? Isso é desejo, espectativa ou anseio, mas a esperança cristã é muito mais
do que isso.
Ela é a certeza de que Deus tem um lugar preparado para nós, quando a história
deste mundo chegar a seu final, mas também é a certeza de que ele está presente
em nossa vida, hoje, agora, aqui onde estamos, dando sentido à vida e trazendo
plenitude e paz ao coração, embora tudo pareça escuro e a vida esteja rodeada por
uma montanha de dificuldades.
Isto nos leva à conclusão de que a esperança está intimamente relacionada com a
fé. É isso que Pedro afirma no verso cinco: "...sois guardados pelo poder de Deus,
mediante a fé..." (I Pedro 1:5)
É impossível para uma pessoa que não tem fé, poder ter esperança. A fé é o que
gera a esperança. E fé, meu amigo, é confiança em Deus. Mas para poder confiar
em alguém, você precisa conhecer esse alguém. Para conhecer é necessário
conviver com essa pessoa. Você não poderá nunca exercitar a fé se não for a Jesus
do jeito que estiver, levando a Ele suas dúvidas e incredulidades. Ele é o autor da
fé. Você precisa ir a Ele e cair aos Seus pés depondo seu racionalismo, seu
agnosticismo, seu humanismo ou secularismo.
Não é capaz de crer? Vá a Ele. Você sabe que precisa de Jesus, mas sente que tem
o coração de pedra? Vá a Ele, como o pai daquele menino endemoninhado que um
dia foi a Jesus e clamou: "... Ajuda-me na minha falta de fé." (Marcos 9:24)
Sabe o que ele estava querendo dizer? Senhor, meu jeito de crer é imperfeito, sou
duro, tenho perdido a fé em tudo, mas preciso de Ti porque está tudo confuso na
minha vida. Meu coração está vazio, meu lar está caindo aos pedaços, meus
negócios estão indo à falência, não posso relacionar-me bem com as pessoas, estou
sozinho, preciso de Ti, ajuda-me na minha incredulidade.
Ah, meu amigo, só a fé nos ajudará a manter viva a chama da esperança quando
tudo parece escuro em nossa vida. E olhe para sua volta. Assista os noticiários na
TV ou leia os jornais. Não está tudo saturado de miséria, tristeza, desonestidade e
violência? Às vezes, você não sente-se inseguro e pergunta-se: "Para onde vai este
mundo? Não sente-se revoltado quando a injustiça vence a justiça? Bom, aqui é
onde aparece o valor da esperança porque ela cria em você a certeza de que,
apesar do mundo estar sendo consumido pelas chamas da loucura humana, você
está seguro nos braços de Jesus. Não importa o que suceda hoje ou amanhã, Deus
está cuidando de você. Isso é a esperança cristã.
Corrie Ten Boom, foi uma jovem cristã desconhecida para muitos, mas com
certeza, seu nome está registrado nos livros da vida eterna. Veja o que ela
escreveu na cela imunda de um campo de concentração nazista, durante a segunda
guerra mundial. "O tempo aqui é um desafio. Às vezes surpreende-me o fato de eu
aceitar tudo isto tão bem. Seguramente nunca me acostumarei a esta situação,
mas em geral, estou feliz... Às vezes tudo parece escuro, mas o Senhor me provê
Sua luz e isso é muito bom."
Isto não combina com o que o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma
quando estavam sendo perseguidos? Veja, Romanos 8:38 e 39: "Porque eu estou
bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas
do presente, nem do porvir nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem
qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus nosso Senhor."
Outro aspecto do texto de hoje tem a ver com a esperança, como herança de Deus
para seus filhos. Isso está no verso 4: "...para uma herança incorruptível, sem
mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros..." (I Pedro 1:4)
Esta herança, obviamente, é a salvação. No verso 9, Pedro fala da salvação da
alma, referindo-se ao ser humano completo. Salvação, meu querido, é a libertação
divina do poder do pecado e da autodestruição, colocando-nos num relacionamento
correto com Deus. Este trabalho divino, afeta positivamente todas as áreas de
nossa vida: saúde, família, trabalho, vida social, enfim...
Quer dizer, quando Deus o abençoa com a Sua salvação, sua saúde deve melhorar
porque você passará a respeitar os princípios presevadores da vida, sua família
deve ser mais feliz porque agora o amor de Jesus transborda seu coração, sua vida
profissional deve ser mais produtiva, porque não é mais somente o dinheiro a sua
motivação. Você entende? Só que todos os benefícios que você pode receber nos
diferentes aspectos da vida, são apenas um "adiantamento" da verdadeira herança
que você receberá no final da história humana. Ah! o que Deus tem reservado para
você são coisas que "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou
em coração humano, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." (I
Coríntios 2:9)
Não é maravilhoso? Eu sei que é difícil para os seres humanos compreenderem o
valor do que realmente nos aguarda. São Pedro usa, no verso 4, três palavras para
referir-se ao tipo de vida que viveremos ao lado de Jesus: incorruptível, sem
mácula e que nunca murchará. O pecado nunca mais terá poder para escravizá-lo,
derrotá-lo ou humilhá-lo e você poderá respirar, a plenos pulmões, a liberdade que
o Senhor lhe dará como herança. E o melhor de tudo isso, é que você nunca
murchará, ou seja, não terá nunca mais aquela preocupação desesperada para não
envelhecer, não mais bisturís, nem cremes, nem óleos. Não haverá mais dor, nem
velhice, nem solidão. Você e Jesus vivendo eternamente.
O apóstolo Pedro termina enfatizando que a esperança cristã concede aos filhos de
Deus a certeza da proteção divina. Ele afirma no verso 5 que: "... sois guardados
no poder de Deus..." (I Pedro 1:5)
Agora, por favor, não entenda mal esta promessa. Proteção divina significa que
você nunca estará só em nenhuma circunstância da vida, por mais adversa que ela
seja. Jesus sempre estará com você. Proteção divina não significa isenção da dor e
do sofrimento. Pedro deixa isso bem claro quando afirma no verso 6: "...embora,
no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias
provações." (I Pedro 1:6)
Proteção divina, significa que o poder divino estará sempre ao seu alcance de modo
que você terá o valor e a coragem necessária para continuar sendo um filho de
Deus em qualquer circunstância. Existe muita diferença entre dizer: "Um dia o
Senhor me livrará de todas as dificuldades", e dizer: "Eu sei que o Senhor está
comigo apesar das dificuldades". Esperança cristã não é somente espectativa
futura. É, em primeiro lugar, e acima de tudo, realidade presente da proteção
divina. Mas esta proteção não significa necessáriamente que não seremos atingidos
pela dor. Claro que Deus não é o autor da tristeza e do sofrimento, mas essa é a
realidade da vida humana num mundo imperfeito depois da entrada do pecado. Só
que a promessa é que Deus não abandonará você quando a dor chegar. Ele estará
ao seu lado enquanto atravessar o "vale da sombra e da morte."
Lembre-se que a primeira epístola de Pedro foi escrita num tempo em que os
cristãos estavam sofrendo por amor a Jesus. Naqueles dias, existiam muitos tipos
de punições para os que seguiam a Jesus. Entre elas, estava a pena de morte.
Quando Pedro escreveu sua primeira epístola, seguir a Cristo significava ter a vida
por um fio. Os cristãos daquele tempo viviam na encruzilhada da vida e da morte.
Todas as pessoas eram obrigadas a curvarem-se diante da estátua do Imperador
de Roma e dizer: "César é o Senhor". Só que esta declaração siginificava negar ao
Senhor Jesus Cristo e a punição para aquele que ousasse rejeitar a adoração ao
Imperador, era a morte.
Por esse motivo é que Pedro enfatiza a idéia de que a proteção divina significa que
Deus não abandona Seus filhos na hora da decisão e da dor. Talvez você possa
compreender isto, se por algum motivo neste momento está tendo dificuldades
para seguir a Jesus.
Outro dia, conversei com uma senhora, cujo marido tinha ameaçado expulsá-la de
sua casa, se ela se batizasse. É esse o seu caso? Perdeu o emprego por causa de
Cristo? Seus amigos o abandonaram? Seus familiares não querem mais saber de
você? Bom, então talvez você compreenda como estavam sentindo-se os primeiros
cristãos quando Pedro lhes escreveu a sua primeira carta.
Nesta primeira carta, o apóstolo Pedro vai mais longe. Ele afirma no verso 6 que
devemos alegrar-nos quando a provação chegar. Por que? Ele responde no verso 7:
"Para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o
ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na
revelação de Jesus Cristo." (I Pedro 1:7)
Vê? Não se desespere quando o sofrimento chegar. Ele é como o fogo que refina o
ouro e quando tudo passar, sua fé estará mais madura e tudo terá sido para a
glória de Deus.
Você está atravessando um momento difícil em sua vida? Sente que suas forças
estão se esgotando e que você não conseguirá resistir por muito mais tempo?
Lembre-se da promessa de hoje. Deus finalmente expulsará a dor e o sofrimento
de sua vida. Mas enquanto esse dia não chegar, você não está sozinho. Jesus está
aí com você. Seu sofrimento tem sentido, porque finalmente você sairá mais
maduro dessa situação.
A esperança do cristão não significa somente que você viverá num mar de rosas um
dia, não. Ela tem que ver com você hoje. Ela trabalha em meio da humanidade e
infelizmente, a dor e o sofrimento, são parte da humanidade. A esperança do
cristão tem que ver com a vida. Não existe nada melhor que a esperança para dar
sentido à vida. Deus nos deu a vida quando nos criou e quando no Calvário, a
morte pareceu ter vencido, o Pai nos deu a ressurreição na vida de Seu Filho. Quer
dizer, Ele tirou daquele cadáver aprisionado pela tumba a luz da esperança, Ele
transformou aquela humilhação em glória, aquela agonia em forças renovadas.
Por isso, Deus é o fundamento da nossa esperança. E você, meu amigo, pode sair
neste momento das sombras do temor e do pessimismo para um novo dia ao lado
de Jesus. Abra seu coração a Ele agora.
ORAÇÃO
Querido Pai, obrigado pela vida, pela dor e pelo sofrimento. Obrigado porque é na
dor que a fé se purifica e faz-se mais robusta. Neste momento, muitos estão
sofrendo, dá-lhes a certeza de Tua presença. Se é Tua vontade, liberta-os da dor,
mas acima de tudo, liberta-os do medo, do pessimismo e dá-lhes a esperança que
pode transformá-los. Em nome de Jesus, amém. (18)
TOQUE DE FÉ
Texto bíblico: Marcos 5: 25 a 34
Grande multidão o seguia, comprimindo-o. Aconteceu que certa mulher, que, havia
doze anos, vinha sofrendo hemorragia e muito padecera à mão de vários médicos,
tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo
contrário, indo a pior, tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a
multidão, tocou-lhe a veste. Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei
curada. E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu
flagelo. Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio
da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes? Responderam-lhe seus
discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou? Ele, porém, olhava
ao redor para ver quem fizera isto. Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia
do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade. I
ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em az e fica livre do teu mal.
***
Vivemos na era da "geração saúde". A busca pela saúde, a procura da cura física e o
sonho da eterna juventude são o anseio de muitas pessoas que hoje sofrem de algum
mal e daqueles que querem viver com qualidade. Para conseguir isso estão dispostas
a dar qualquer coisa e fazer qualquer coisa.
Fomos criados para viver e não para morrer. Isto está dentro de nós, colocado pelo
criador, mas muitos buscam idéias mirabolantes para promover a saúde e a vida,
chegando até mesmo a cometer absurdos como negar a existência de doenças,
imaginando que se a mente acreditar que é um mal psicológico a doença se cura,
também a ingestão de pequenos pedaços de papel como se fossem comprimidos, se
alimentar de luz e tantas outros tratamentos.
Existem doenças graves, sérias, simples, de todo o tipo: viróticas, bacterianas,
genéticas, hereditárias, adquiridas, desenvolvidas... E todas elas precisam ser
combatidas. Os cientistas trabalham dia e noite tentando realizar descobertas que
revolucionem o mundo da ciência e da farmacêutica. Mas, muitas doenças ainda são
um desafio à ciência, apesar de toda a tecnologia moderna e avanços científicos.
Para cada doença há um tratamento específico e direcionado. Um dos tratamentos,
embora pareça simples, é o toque. O ser humano tem necessidade do toque. Pode-se
dizer que a origem do toque é tão antiga quanto à história da humanidade. O uso das
mãos como método de cura tem acompanhado a evolução das sociedades desde os
tempos é te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal mais remotos. A terapia pelo
toque das mãos tem um passado que atravessa todo o Oriente, do Egito ao Japão, e
cada cultura desenvolveu paralelamente suas representações terapêuticas tendo as
mãos como instrumento de cura.
Que uma boa massagem tem o poder de relaxar e renovar as forças, pouca gente
duvida. Quem já passou por uma sessão de massagem já experimentou a sensação
de sair tão leve como se estivesse flutuando. Em vários países algumas clínicas e
hospitais já oferecem massagens terapêuticas para complementar o tratamento de
doenças como enxaqueca, escoliose, má circulação, fibromialgia e hipertensão,
contudo, os médicos são categóricos em afirmar que o toque não substitui a medicina,
a fisioterapia ou a enfermagem. É um complemento.
O fato é que ninguém quer estar doente. Ninguém quer se sentir doente. Ninguém
deseja conviver com doença alguma.
UMA MULHER COM PROBLEMAS
A bíblia nos conta que nas margens do Mar da Galiléia, na pequena cidade de
Gergesa, à costa oriental, uma multidão esperava Jesus com alegria. Gergesa era o
nome de uma vila próxima a Gadara, que era a cidade mais próxima; "Jesus
permaneceu por algum tempo nas proximidades do lago, ensinando e curando".
Dirigiu-se em seguida à casa de Levi Mateus para um banquete. Ele foi para as
circunvizinhanças de Cafarnaum. Ali se daria o encontro do mestre curador e a mulher
com uma doença há doze anos.
Ser mulher já era difícil. Ser uma mulher sozinha era mais difícil ainda. Mas ser uma
mulher, sozinha e ainda doente era algo assustador.
Já se imaginou tendo uma doença que causasse uma hemorragia tão intensa que
durasse doze anos? As conseqüências seriam desastrosas. Você teria uma vida difícil,
teria fraqueza por causa da perda de sangue. Essa doença alteraria seus dias,
limitaria suas atividades, traria desconforto e se fosse como no tempo de Jesus,
ninguém poderia ou desejaria ficar perto de você. A doença controlaria sua vida,
controlaria seus movimentos te impossibilitando de fazer quase tudo. O mais difícil
seria ver o dinheiro que você ganhou no trabalho, o dinheirinho que você conseguiu
juntar na poupança, a herança de um tio distante que você ganhou e toda a ajuda que
a igreja podia dar ir embora em consultas, exames dolorosos e tratamentos
intermináveis, tudo em vão, sem nenhum resultado positivo, sem nenhuma esperança
de cura. Você se resignaria a esperar que seus dias terminassem solitários e infelizes.
Da mulher descrita em Marcos não sabemos quase nada. Não sabemos seu nome,
sua família, mas sabemos de sua fé. Ela tinha uma doença que lhe causou hemorragia
crônica e era uma situação embaraçosa, desencorajadora que estava além da ajuda,
do conhecimento e da simpatia humanos. Ela era considerada imunda pelas leis
judaicas. Uma vez que se encontrava imunda, não poderia se casar, ter um
relacionamento conjugai, convivência com amigos, carinho e afago dos pais... Era
exigido um complexo ritual de purificação de todos que a tocassem.
Essa mulher foi excluída do culto e da presença no Templo e também do privilégio de
adorar na sinagoga com familiares e amigos. Ela consultara numerosos médico, sem
obter resultado. Marcos acrescenta que ela "muito sofrerá, gastando todos os seus
haveres e piorando cada vez mais".
"Durante 12 anos, ela vivera num contínuo estado de impureza ritual. Sua alienação
só era menor que a de um leproso ou da pessoa que havia tocado um cadáver. Por
causa dela, camas, roupas e lugares em que se sentasse tornavam-se impuros".
Ao ouvir falar das curas que Cristo operava, reviveu-lhe a esperança. Ela teve certeza
de que se pudesse estar com Ele, ainda que só por um momento, ainda que fosse
apenas para tocar-lhe, seguramente sua enfermidade seria curada. Por tanto tempo
ela tentou ser curada e agora parecia tão possível que ela não teve dúvidas. Podia
acontecer com ela também. Tantos outros conseguiram curas miraculosas e até
impossíveis!
QUANDO A MULTIDÃO ATRAPALHA
Para se achegar a Jesus, esta mulher teve que enfrentar dois preconceitos:
De ser impura, segundo a lei (Levítico 15.25-33; 20.18) e, de ser mulher, pois, naquela
época, as mulheres não tinham os mesmos direitos dos homens.
Com muita dificuldade ela foi à beira mar, onde Jesus estava ensinando, mas nem
conseguiu chegar perto de Jesus. Ela tentou então segui-lo à casa de Levi Mateus,
mas de novo foi impossível chegar até Ele. Quase entrou em desespero. Estava tão
perto de conseguir, mas não podia falar-lhe. Era muita gente ao redor dEle.
Existem situações em que achamos que há uma multidão entre nós e Deus. Pessoas
que nos impedem de ir a Jesus e receber Suas bênçãos, mas o Senhor nunca irá
deixar Seus filhos em desespero. Quando faltarem forças ou condições, Ele vem em
nosso socorro. E foi o que aconteceu com aquela mulher. Jesus caminhou em meio à
multidão, por entre o povo. Ele chegou perto de onde ela estava. Imagine só. A
oportunidade estava ali. Ela não conseguiu ir até Ele, mas Ele foi até para perto dela.
Ela já nem pensou em falar com Ele, em pedir algo. Não seria possível, mas imaginou
que se ao menos tocasse a veste de Jesus ela ficaria curada. Ela não confiava nas
vestes de Jesus, mas no próprio Jesus. Ver Jesus foi suficiente para que a mulher
retomasse sua fé.
Finalmente ela conseguiu chegar pertinho de Jesus e, estendendo a mão, mal
conseguiu tocar na roupa Dele com as pontas dos dedos. Ellen White diz no Desejado
de Todas as Nações que ela avançou conseguindo tocar de leve na orla do vestido de
Jesus.
Logo que ela O tocou a hemorragia parou completamente! Uma sensação calorosa e
maravilhosa de saúde e bem-estar penetrou em todo o seu corpo e ela viu que depois
de todos esses anos de dor e sofrimento, finalmente estava curada! Ela concentrou
naquele único toque, toda a fé da sua vida e, num momento, a doença, a fraqueza, a
tristeza, o isolamento deram lugar ao vigor da perfeita saúde. O curioso é que não se
tratou de uma cura à distância, como a do servo do centurião, nem do toque
intencional de Jesus, como aconteceu com a sogra de Pedro; Não foi Jesus quem
tocou nela. Tratou-se de um toque de fé no mais próximo que ela imaginou conseguir
chegar de Jesus: sua veste.
QUEM ME TOCOU?
Ela estava cheia de gratidão, mas, reconhecendo a indignidade da sua situação ela
tentou ir embora por entre a multidão. Jesus se virou em sua direção e disse em alto e
bom som, que conseguiu ser ouvido e distinguido acima do barulho que havia: Quem
me tocou? Os Seus discípulos Lhe responderam com espanto, dizendo: - Com toda
esta multidão Te apertando de todos os lados, Tu perguntas quem é que te tocou? A
pergunta soou muito estranho aos discípulos e ao povo. Pedro, o mais rápido em falar
disse: - Senhor, não é possível crer no que dizes. Uma multidão está ao teu redor te
comprimindo, querendo chegar perto, querendo te tocar e o Senhor pergunta "Quem
me tocou"?
Obviamente Jesus sabia quem O havia tocado. Jesus é Deus e como Deus é
onisciente. Mas Jesus queria fazer algo mais por aquela mulher. Se a sociedade a
rejeitava pela doença que ela tinha, se a considerava impura por ter como sintoma
uma hemorragia crônica, ela precisava de uma restauração social.
Ainda tremendo ao perceber o que tinha acontecido, a mulher veio e prostrou-se aos
pés de Jesus, contando-lhe o lhe havia ocorrido. Amorosa e ternamente, como um pai
falaria com seu filho, Jesus lhe disse: — Filha, a tua fé te curou! Vai em paz e fica
curada da tua doença. Jesus desejou lhe dar a restauração física. Publicamente ela
manifestou fé em Jesus, publicamente Jesus anunciou sua cura.
Somos seres sociais. Não vivemos somente para nós. Precisamos dessas relações
interpessoais para completar nossa existência. Esposa, marido, filhos, amigos, irmãos,
pais, mães, vizinhos, colegas de trabalhos, vendedores, produtores, motoristas, todos
compõe nossa esfera de relacionamentos interpessoais e não podemos nos isolar
deles. A mulher que estivera doente sabia muito bem o que era estar isolada.
A comunidade daquela mulher sabia do seu mal, conhecia sua dor. Não conhecia a
solução, mas o problema conhecia bem. Para que ela pudesse voltar ao convívio
social, do qual estava afastada havia tanto tempo, o povo precisava saber que, de
fato, ela estava curada. Para libertá-la do constrangimento de ser impedida de entrar
em lugares, de falar com pessoas, de ir à igreja, Jesus fez a pergunta para que todos
pudessem ouvir a resposta. Então, quando ela voltou para assumir que foi ela quem O
tocou, Jesus pôde falar livre e publicamente: "Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e se
curada deste mar'.
Sabem, nenhum gesto fica despercebido pelo Deus do Céu. NEle sempre haverá
poder para solucionar impossibilidades. Tudo o que sentimos, o que desejamos e o
que fazemos passa pelo olhar misericordioso do Deus eterno. O poder de Jesus na
vida faz isso; traz restauração física, social e emocional. Jesus queria devolver àquela
mulher a capacidade de movimentos, de locomoção, de atividade e a restauração
física lhe deu isso. Mas Jesus foi além. Deu também a capacidade de amar e ser
amada, respeitada, a possibilidade de viver em família e de voltar a adorar a Deus em
comunidade.
Agora sim, sua vida poderia voltar ao normal. Poderia começar uma nova vida! Nossa!
Que transformação em um único toque!
CONCLUSÃO
Deus quer restaurar-nos completamente Restaurar-nos fisicamente, socialmente e
espiritualmente. Necessita¬mos tocar em Jesus. Temos um Deus único que não é
Deus de multidões, mas de indivíduos. Vê cada um distintamen¬te, conhece as
impossibilidades e dores e socorre a cada um, conforme as suas necessidades.
Muitos naquela multidão tocaram em Jesus e não foram curados. Por quê? Ainda hoje,
em nossos dias, mui¬tos aprendem sobre Jesus, estudam Sua Palavra, O respei¬tam
mas não são transformados.Por quê?
" Porque a cura ou a transformação, a mudança de vida, de rumo só ocorre mediante
confiança real, fé legíti¬ma nEle e não mediante mero contato com Seu evangelho,
com Sua igreja, com Sua história. Hoje as pessoas conhecem muito sobre muitas
coisas e pouco conhecem de Deus. Je¬sus corresponde àqueles que correspondem a
Ele de modo real. O toque de Cristo não transformará a todos, somente aos que
desejarem ardentemente. Aqueles que se deixarem atrair por Cristo serão
infinitamente ajudados".
No poder de Deus o toque divino suaviza qualquer tipo de dor, reverte qualquer
situação e não há miséria hu¬mana que não possa ser aliviada pelo toque do Senhor.
Em I Pedro 5:7 lemos o convite: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade porque
Ele tem cuidado de vós". Jesus está disposto a oferecer a cura de que necessitamos.
Seu toque de amor toca nossa alma e nos cura, toca nosso coração e nos transforma,
toca nossa vida e a restaura, toca nossa fé e a faz crescer, toca nossa mente e a faz
entender Suas verdades e Seu amor.
Jesus está disposto a vir onde você está. Está esperando seu lançar-se sobre Ele e
você pode ter a certeza que teve Davi: Ele sabe tudo a nosso respeito e por isso pode
nos socorrer.
Ao irmos a Jesus é como se estivéssemos dizendo: Senhor, Tu sabes que desejo ser
bom. Tu sabes o quanto desejo ter meu caráter transformado, minhas vontades
sujeitas à Tua vontade. Só o Senhor vê o coração, vê as intenções, então Te suplico -
olhe lá dentro de mim e me ajude a mudar o que não consigo. Tenho fé suficiente para
crer, mas sou fraco demais para mudar. Restaura minha vida, pela Tua graça! Eu Te
aceito e Te louvo por tão grande amor!
A vida é uma constante busca e uma grande tentativa de ser feliz, mas, só há um lugar
onde podemos encontrar a verdadeira felicidade - aquela que motiva a vida e anima o
espírito: aos pés de Jesus. Esta é a grande verdade, pois o ser se renova e reforma a
cada manhã, ao encontrarmos o Senhor. Pela comunhão, pela contemplação e pela
obediência somos transformados. O toque da fé nos leva a uma maior relação de
amparo e amor, uma compreensão maior da necessidade da presença do salvador na
vida. Temos em Jesus nosso maior exemplo; temos em Seu amor nossa maior
segurança; temos em Sua graça nossa maior certeza - a vida eterna! (19).
Johnny Torres
Zé Boró já teve seus dias de glória no circo por “cantar sozinho com duas vozes em perfeito dueto”, mas hoje
é mais um dos esquecidos nos asilos. O sonho dele é encontrar a filha de 25 anos
"Não tenho mais prazer na vida/ não pretendo mais amar/ o meu destino é
esse/ meu consolo é chorar!”
CONCLUSÃO
Como seres humanos e racionais, temos que naturalmente cuidar de nossos entes:
Filhos, irmãos e nossos pais, e com a caridade cristã, o próximo (Lucas 10:29). Os
motivos podem ser por amor, gratidão, generosidade, afetividade, etc.
Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou
a fé, e é pior do que o infiel. [I Tm 5:8]
Nesse estudo, evidenciamos que através da espiritualidade em nós, é possível
transferir o conceito com ações práticas a partir de nossa vida pessoal. Aceitar a
existência de um ser divino e tê-lo como referência nos capacita a oferta-lo àqueles
com os quais trabalharemos e cuidaremos. Entendemos que o idoso tem outra
perspectiva em relação a sua vida e seu momento, quando a espiritualidade se torna
ingrediente de sua crença e seus valores. Aferimos por diagnóstico nesse estudo, que
a culpa é um mal presente, mas que o perdão aprendido é antidoto que sara e
proporciona a paz. Ancoramos nossa certeza nos fundamentos da Fé, da Esperança e
do Amor. Cremos que a transformação de nosso pensar sobre a vida é contagiante e
motiva-nos na certeza que estamos no caminho certo.
Primeira atividade (em todas as aulas)
• Vídeo/ Música:
- Somos quem podemos ser.
- É preciso saber viver
- Nada do que foi será de novo...
- Oração de São Francisco (Fágner)
- Tente outra vez
- Epitáfio
- Tocando em frente
- Até quando?
- Quem acredita sempre alcança
- Dias melhores pra sempre
- Ninguém Explica Deus
• Fala: A importância de ―ser‖. 10 min. – Somos o que acreditamos ser; – Se não
há uma postura social, não há um ser, existe apenas ―alguém que sobrevive‖; – É
importante ter opinião, posicionar-se na escola, na rua, em casa, na vida... – Para
tanto é preciso ―ser alguém‖... Só posso me posicionar se me expresso de acordo
com um comportamento adequado; – Até quando? Até quando manterei uma
postura ―aquém‖ ao meio em que vivo?
Apostila espiritualidade

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  • 1. ESCOLA DE SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL E INCLUSÃO SOCIOEDUCACIONAL - ESPI ESPIRITUALIDADE Manaus 2017
  • 2. Professor Luiz Januário ESPIRITUALIDADE Módulo: Espiritualidade do idoso Para a capacitação de profissionais, cuidadores de idosos, como requisito especial de orientação Manaus 2017
  • 3. Professor Luiz Januário Nome completo: Luiz Carlos Januário Silva. Formação: Bacharel em teologia e licenciado em História Especialização: Docência do Ensino Superior; MBA em Gestão de Empresas e Projetos. Atividades preferenciais: ler; pesquisar na internet; assistir filmes de ficção científica, comédia romântica, épicos, documentários; viajar pra experimentar culturas diferentes. Ocupação: Professor universitário e formador de condutores (CNH) Histórico: Militar reservista; missionário voluntário; micro empresário varejista; vendedor; palestrante motivacional. e-mail: luizjan@hotmail.com
  • 4. O IDOSO E O BAÚ Um senhor idoso, que era viúvo e que vivia sozinho, mesmo tendo trabalhado muito durante sua vida, agora já não podia trabalhar mais e o dinheiro estava acabando. Seus três filhos, já casados, estavam ocupados demais com suas famílias e quase não tinham tempo para visitá-lo. Sentia-se cada vez mais fraco e as visitas dos filhos eram cada vez mais espaçadas. ―Eles não querem que eu me converta num peso para eles‖ – pensava. Certa noite, preocupado pelo seu futuro, teve uma ideia. Na manhã seguinte chamou um amigo carpinteiro, e pediu-lhe que lhe fizesse um baú imitando os antigos baús de tesouro, com uma fechadura também de estilo antigo. Depois foi visitar outro velho amigo que era vidraceiro e lhe pediu todos os pedaços de vidro que não lhe servissem. O ancião quebrou mais ainda os pedaços de vidro, encheu o baú com eles, fechou-o e o colocou no fundo do armário da cozinha onde guardava pratos, talheres, etc… Um dia, em que seus filhos vieram jantar com ele, quando o ajudavam a pôr a mesa, descobriram o baú e lhe perguntaram: - O que há neste baú? - Nada – respondeu. – Apenas umas coisinhas que andei economizando… Depois da janta, ao ajudarem o pai a recolher a mesa, perceberam que o baú era muito pesado e que ao mexer com ele se ouvia um barulhinho como de moedas. - Deve estar cheio de moedas que foi economizando durante muitos anos – murmuraram entre si. Decidiram, então, que deveriam vigiar aquele baú e para isso se organizaram para que cada semana um dos irmãos fosse ficar com o pai, dessa maneira também poderiam cuidar dele. Na primeira semana ficou com ele o filho mais novo, na semana seguinte foi a vez do filho do meio e assim por diante, continuando assim por bastante tempo. Finalmente, o pai adoeceu gravemente e morreu. Os filhos organizaram um belo enterro, pois sabiam que os esperava uma fortuna no baú do armário da cozinha, que compensaria todo aquele gasto. Depois do enterro, os três irmãos procuram por toda a casa, a chave do baú e quando a acharam, abriram-no e descobriram que estava cheio de cacos de vidro. - Que trapaça tão feia! – exclamou o filho mais velho. - Eu não diria que foi tão feia assim, mas, ao contrário, uma bela trapaça – corrigiu o segundo filho. – Francamente, se não tivesse feito isso, não teríamos cuidado dele até o fim de sua vida, como fizemos… O filho mais novo sentia-se muito triste: - Estou envergonhado – disse. – Obrigamos nosso pai a fazer essa trapaça, porque não o tratamos como ele nos ensinou quando ainda éramos crianças… Então, o filho mais velho esvaziou o baú no chão, para ter certeza de que não continha nenhum objeto de valor. Mas, no fundo do baú havia uma mensagem: "Quinto mandamento: Honra a teu pai e a tua mãe. Êxodo 20;12" (Desconheço a autoria)
  • 5. CAPACITAÇÃO DO CUIDADOR DE IDOSOS ESPIRITUALIDADE Professor Luiz Januário Sumário Introdução Como entender o Divino?(Quem é Deus?) A importância da ESPIRITUALIDADE na terceira idade? A espiritualidade na promoção da saúde do idoso A culpa e seus males na terceira idade A importância do perdão para a paz de espirito A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR! Esperança (O poder da fé aliado à esperança, ratificados pelo amor); Toque de fé Conclusão Coletâneas dos clips musicais Referências INTRODUÇÃO De acordo com a pesquisa promovida pelo Instituto Gallup Internacional em 2005, que envolveu cerca de 50.000 pessoas em 65 países do mundo, mais de um terço dos entrevistados revelaram ser religiosos e os idosos foram aqueles com maior grau de religiosidade (quase 70% declararam-se religiosos, em oposição a 60% dos jovens). Resultado semelhante já havia sido identificado por McFadden em 1995,5 em que os idosos mostraram maior envolvimento religioso. No Brasil, de acordo com o Censo Demográfico de 2000,6 os idosos sem nenhum tipo de religião perfaziam 3,6% do total, contrapondo valores de até 8,0% para faixas etárias mais jovens. (REV. BRAS. GERIATRIA E GERONTOLOGIA; 2006; O idoso e sua espiritualidade 161). Apesar disso, ainda há poucas pesquisas mundiais envolvendo saúde e espiritualidade/ religiosidade em populações exclusivamente idosas. No presente estudo, objetiva-se realizar uma revisão da literatura científica que norteia essa temática e investigar qual o impacto da espiritualidade em diferentes aspectos do envelhecimento.
  • 6. Viver mais e melhor se constitui o desafio da humanidade. O envelhecimento humano, mesmo estando inserido como um processo natural da vida, não ocorre sem o acompanhamento de uma vulnerabilidade biológica e social. O envelhecimento proporciona muitas alterações físicas, psicológicas e relacionais, e desafia todos a construir aprendizagens de como trilhar esses caminhos para vivenciar uma velhice bem sucedida. É fato que essa etapa da vida requer do indivíduo aptidões que lhes permitam integrar-se à sociedade, manter-se autônomo e fortalecer as próprias convicções de que todas as dimensões da vida física, psicológica e espiritual devem ser consideradas. Mesmo com a constatação de todo o aparato científico e tecnológico a serviço da humanidade, a dimensão subjetiva da existência humana potencializa infinitas concepções sobre saúde e enfermidade no contexto do sagrado. A religião é uma palavra que vem do latim RELIGIO, pelo prefixo RE (outra vez, de novo) e o verbo LIGARE (ligar, unir, vincular), constituindo-se, portanto, de um vínculo entre o mundo profano e o sagrado. Através da sacralização e consagração, a religião cria a idéia de espaço sagrado (igrejas, templos, santuários), com cerimônias de culto, preces e pedidos de purificação, agradecimentos por graças recebidas e aos deuses, criando uma separação entre o espaço da vida comum e o espaço sagrado. A religiosidade nutre-se de uma força sobrenatural que habita o ser, organizando-se como uma experiência simbólica da diferença entre os seres. A sacralidade introduz uma ruptura entre o natural e o sobrenatural, entendido como aquilo que os homens julgam impossível efetuar contando apenas com as forças e capacidades humanas. É esse sagrado que opera o encantamento do mundo vivido, manifesto na expressão da religiosidade humana (Fé). Entendendo a religião como uma dimensão sociocultural, com importante significado de expressão individual e coletiva, e de promoção do sagrado no cotidiano do cuidado de pessoas idosas, o presente estudo confere ao mesmo, atribuições, como um meio de lidar com o sofrimento, de interferir no curso de enfermidades físicas e mentais, e de construção de possibilidades emancipatórias da vida. O contexto relevante dessas práticas de expressão da vida social, baseadas na existência de códigos que se dão num sistema de regras de identidade social, padrões de comportamento desenvolvidos nos hábitos coletivos e transmitidos de geração em geração, assume um caráter de valorização como prática de autocuidado. O homem é o ser que se sabe mortal, em trânsito, e este pensamento ganha mais relevância e motivo de reflexão quando a pessoa chega à velhice. Envelhecer e morrer são experiências vitais singulares, próprias de cada ser. A idade adulta compreende uma época em que a atenção do sujeito volta-se para o interior de si, em busca de encontrar sentido e plenitude da vida. É uma fase de auto-exploração que surge como uma necessidade do homem adulto de encontrar um propósito para sua vida. Sempre recoberta por um cunho emocional profundo, a religiosidade tem garantido às pessoas idosas a esperança de um mundo melhor e sem sofrimento. Sem isso, cria-se o imaginário da recompensa após a morte e uma definição de realidade convincente, coerente e gratificante que propicia possibilidades de alcance de uma vida saudável, interface significante da vida articulada com a transcendência na entrega dos problemas a Deus. Para o desenvolvimento de uma fé forte e resoluta, a religiosidade pode dar um suporte necessário para que
  • 7. se possa envelhecer condignamente, vivenciando um envelhecimento bem- sucedido, a fim de lidar melhor com o sofrimento, os desafios e as transições ao longo da vida. O indivíduo, através da religiosidade, pode atribuir significados aos fatos, compreendendo-os como parte de algo mais amplo, mediante a crença de que nada ocorre ao acaso e de que acontecimentos da vida são determinados por uma força superior. Tais fatos, associados às crenças pessoais, podem levar a um enriquecimento individual, como sabedoria, equilíbrio e maturidade. No âmbito da Promoção da Saúde, seu conceito abrange um conjunto complexo de ações que visam a capacitar a comunidade no controle do processo saúde-doença, contribuindo para o desenvolvimento social, econômico e pessoal. Trata-se de um importante instrumento para alcance da qualidade de vida e do bem-estar, oferecendo proteção contra o surgimento de enfermidades, auxílio na recuperação de doenças e melhora da confiança pessoal e do estado de saúde física, mental e emocional do indivíduo. Nesse contexto, insere-se como aspecto relevante a questão do empoderamento, que consiste na capacidade de o indivíduo controlar os eventos e as situações da vida. Diante do processo de envelhecimento, desafios diários surgem e dificultam a conquista da qualidade de vida do idoso. Crenças, comportamentos religiosos, práticas devocionais e atividades ligadas a grupos religiosos e de apoio social são imprescindíveis para a Saúde mental do Idoso, meios usualmente encontrados por esses para enfrentar tais desafios. Acredita-se que as crenças religiosas podem estimular a adoção de práticas saudáveis, como redução da ingestão de álcool e do uso de drogas, devido à criação de um pensamento otimista sobre proteção divina, isto é, Deus poderá proteger aquele indivíduo de qualquer doença. Diante da instalação de alguma enfermidade, as práticas religiosas também podem atuar como uma intervenção cognitiva positiva, no sentido de favorecer a adaptação do idoso à sua condição de saúde e ao enfrentamento de eventos adversos. Diversas opiniões têm sido igualmente favoráveis sobre o papel da religiosidade na vida do homem. A relação entre envelhecimento e religiosidade tem sido tratada através dos tempos. Há ênfase na importância da religiosidade para a saúde psicológica das pessoas idosas e em reconhecer sua importância em propiciar senso de significado e entendimento aos indivíduos, que podem melhorar a sensação de bem-estar, satisfação e felicidade. Este estudo objetiva verificar a importância da religiosidade entre os idosos e considerando as relações da idade, sexo, atividades de lazer, vivências espirituais e tempo de dedicação aos aspectos religiosos. A partir disso, pretende-se destacar a relação das tendências religiosas com o próprio bem-estar do idoso e com a sua integração social e psicológica, despertando para uma reflexão sobre o papel da religiosidade junto à promoção da saúde do idoso. MÉTODOS O referido estudo foi produzido a partir de um projeto de pesquisa mais amplo que visava ao conhecimento geral do cotidiano do idoso em relação à sua saúde, educação, religiosidade, demanda aos serviços de saúde e aos registros de violência e maus tratos obtidos em instituições públicas.
  • 8. Primeira atividade (em todas as aulas) • Vídeo/ Música: somos quem podemos ser. (um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão...) • Fala: A importância de ―ser‖. 10 min. – Somos o que acreditamos ser; – Se não há uma postura social, não há um ser, existe apenas ―alguém que sobrevive‖; – É importante ter opinião, posicionar-se na escola, na rua, em casa, na vida... – Para tanto é preciso ―ser alguém‖... Só posso me posicionar se me expresso de acordo com um comportamento adequado; – Até quando? Até quando manterei uma postura ―aquém‖ ao meio em que vivo? • Discussão orientada pelas problemáticas: Quem somos? Onde vamos? Do que fazemos parte? O que queremos? 10 min. • Fala: Problemática: Estamos fazendo parte de algo? Contribuindo para algo? João 21:18 ... quando fores velho, estenderas ... Maria Conceição, 82 anos, há 20 anos saiu da casa de um irmão e foi para um asilo; nunca mais recebeu visitas.
  • 9. COMO ENTENDER O DIVINO? (Quem é Deus?) "O livro dos Espíritos" a resposta mais próxima da verdade científica até hoje já concebida: - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. (1) DEUS Substantivo masculino 1. (REL TEOL) ente infinito, eterno, sobrenatural e existente por si só; causa necessária e fim último de tudo que existe ☞inicial maiúsc. 2. (REL) nas religiões primitivas, designação dada às forças ocultas, aos espíritos mais ou menos personalizados. (2) Deus é o ser supremo Criador de todo o universo. Ele não tem princípio nem fim, sabe todas as coisas e tem poder para fazer tudo. Deus é espírito, não tem limitações físicas. Deus é amor, Deus é pessoa. Ao mesmo tempo é possível conhecê-lo e impossível compreendê-lo todo, porque Ele é muito maior e mais complexo que nós. A Bíblia é a revelação de Deus sobre quem Ele é. (3) Mas agora, apenas para mostrar o quão complexa é a questão, verifiquemos o significado de diversas palavras diretamente relacionadas ao termo Deus. DEUS: Qualquer entidade cujos atributos estão acima das capacidades humanas. TEÍSMO: Qualquer idéia de que há um Deus supremo ou vários deuses que se relacionam diretamente com o Universo DEÍSMO: Idéia de que há um Deus, mas este não se relaciona diretamente com o Universo, tendo-o criado e depois se afastado, eliminando a possibilidade de haver revelações divinas ou qualquer comunicação com tal divindade. ATEÍSMO: Concepção de que não há qualquer forma de Deus, mas que não necessariamente invalida um plano transcendente. AGNOSTICISMO: Posição que declara não ser possível "Nenhum conhecimento" confiável a respeito de Deus. Seus partidários embora em geral não neguem a existência de Deus, não seguem qualquer religião. PANTEÍSMO: "Pan" significa Natureza. Idéia de que Tudo é Deus. Que todos os elementos e coisas existentes são o próprio "corpo" de Deus, e mesmo que possua uma dimensão invisível, transcendente, está intimamente ligado à natureza e relacionado a todos os eventos. PANENTEÍSMO: Variação do Panteísmo Transcendente onde a "alma" do universo porém excede em muito o "corpo", de modo que Deus e a Natureza não são a mesma coisa, mas Deus é ONIPRESENTE em tudo, característica que pode gerar confusão com o Monoteísmo. POLITEÍSMO: Idéia de que existem vários deuses independentes, que geralmente representam aspectos específicos da natureza, mas não são a própria natureza, e que geralmente se sucedem através de gerações. HENOTEÍSMO: Concepção de que existem vários deuses mas que um possui a qualidade suprema. MONOTEÍSMO: Idéia de que existe um único Deus supremo sobre todas as outras criaturas, que é princípio e fim de todas as coisas e que criou o Universo estando separado dele. Pode confundir-se com
  • 10. Henoteísmo, e por vezes com o Politeísmo, por admitir a existência de outras criaturas divinas como Anjos, mas que nesse caso, não são chamadas de deuses, e estão claramente subordinados a entidade máxima que é Eterna e Imutável. TEOCRACIA: Sistema de governo subordinado a uma religião, através de uma classe sacerdotal e, ou, um código de leis sagradas. METAFÍSICA: Parte da Filosofia que aborda questões que transcendem o plano físico e a natureza sensível, embora mais num sentido de fundamentação do conhecimento. SOBRENATURAL: Qualquer coisa que, teoricamente, esteja além da natureza, quer por ser inexplicável em termos naturalistas, ou por não estar restrita a fenômenos naturais. TEOLOGIA: Parte da Filosofia que estuda a idéia e concepção de Deus. Palavras secundariamente relacionadas: MONISMO: Idéia de que todo o Universo pode ser visto através de uma única substância, reduzido a uma única essência, que pode estar associado à idéia de Deus e mais aproximadamente de um Deus Panteísta. DUALISMO: Concepção de que o Universo é composto fundamentalmente por duas forças primárias, princípios complementares, substâncias equivalentes e distintas, que podem se harmonizar ou não dependendo de suas proporções estarem ou não em equilíbrio. Só poderiam ser reduzidas a uma, se puderem, num plano transcendente. MANIQUEÍSMO: Religião fundada na Pérsia no século III que propunha de que o Universo é constituído de dois princípios fundamentais opostos que se repelem e não podem se harmonizar, no caso o Bem e o Mal. Nome também usado para designar qualquer concepção de Dualismo desarmônico e conflitivo. MONOLATRIA: Adoração centrada num único ponto. Geralmente no Politeísmo, onde ocorre a adoração de uma só divindade embora não implique sempre em HENOTEÍSMO. Muitas vezes o foco da adoração se desloca para uma figura humana, um Governante, Rei, Imperador, ao qual se atribuem qualidades divinas. NIILISMO: Crença que não há qualquer forma de deus, transcendência, ética ou moral superiores. Descrença absoluta. MATERIALISMO: Forma de MONISMO onde a substância é a Matéria, reduzindo todo o universo e os fenômenos a causas materiais. ESPIRITUALISMO: DUALISMO onde além da Matéria, haveria uma substância sutil adicional, que constituiria inclusiva nossa mente, ou parte dela, e um plano imaterial imperceptível pelos sentidos. FISICALISMO: Doutrina que visa explicar todos os fenômenos existentes pelo ponto de vista unicamente físico, sem apelar para qualquer conteúdo Metafísico. HEDONISMO: Modo de vida que se ocupa unicamente da busca do prazer e satisfação pessoal. CETICISMO: Posição crítica que rejeita alegações sem uma boa fundamentação e apresentação de evidências convincentes, principalmente se de caráter extraordinário. SOLIPSISMO: Proposição de que o Eu é a única realidade comprovada, e todas as demais coisas podem ser projeções da mente individual. EXISTENCIALISMO: Doutrina que prega que o ser humano é quem determina todos os eventos a partir de sua própria escolha, sendo totalmente livre para fazer o que quiser, não havendo qualquer impedimento de ordem divina, moral ou ética. Nesta concepção a Existência precede a Essência do Ser, que na verdade é um Não-Ser, um vazio. (4)
  • 11. "O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação (...)" (Atos 17.24-26). Êxodo 3:13-15 Porém, Moisés acrescentou: “Quando eu for aos filhos de Israel e comunicar: „O Deus de vossos pais me enviou até vós‟ e me questionarem: „Qual é o seu Nome?‟ - que deverei dizer?” Então afirmou Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. E deveis dizer aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros!” Disse Deus ainda mais a Moisés: “Assim dirás aos filhos de Israel: „Yahweh, o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó me enviou até vós. Esse, pois, é o meu Nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração!… Êxodo 20:5 - Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. Entender o divino não é possível valendo-se dos conceitos da ciência e conhecimento humano. Por isso, na filosofia, dois grupos de pensadores se esforçam pra teorizar a doutrina da existência ou não existência de um Ser supremo e espiritual (teístas e ateístas). Mas as pessoas simples o aceitam pela Fé, mesmo sem entender seus desígnios. Até hoje, sequer conseguimos entender o ser humano. Cada indivíduo constrói sua própria experiência na relação com o divino para nesse propósito dirimir suas culpas. Nossas culpas se confundem como na oração do Pai nosso! – ―... Assim na terra como no céu‖ (Mt 18: 18). Queremos a paz de espirito ou de consciência e essa conta se apresenta no mundo físico e no espiritual, a paz anunciada entre os homens de boa vontade (Lucas 2:15). Assim, Deus não pode ser definido humanamente, porque todas as comparações são infinitamente impossíveis. Foi-nos apresentado pela Fé como Pai; Criador; Luz; Verdade; Vida; Onipotente; Onipresente; Onisciente; Eterno; Início e Fim... Mas não como controlador! Estabeleceu uma lei divina e universal, a qual Ele mesmo se submete, do poder de escolha (lei do livre arbítrio). E talvez isso seja a tragédia humana de não podermos culpá-lo pelo que sofremos, já que colhemos consequências de nossas decisões pessoais. Se compreendermos cada citação do Pai nosso nos aproximaremos de algumas respostas: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o vosso nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
  • 12. E não nos deixeis cair na tentação; mas livrai-nos do mal. Amém! 1. Os céus dar à idéia de universo ou em toda a parte e esse denominativo Pai, apresenta o Ser cuidador e provedor. Deseja-nos como filhos. 2. O seu Nome ou caráter é divino e santo, reconhecer como referência de vivência é buscar a irrepreensibilidade. 3. Desejar a vinda do reino ou administração real divino em detrimento da falência dos governos humanos é se candidatar como súdito celestial. 4. Aceitar a vontade divina com sua suprema sabedoria é um gesto de submissão e humildade, até o Messias o foi no Getsêmani (Mateus 26:39 e 42) 5. Na terra e no Céu: o Que é ligado na terra também o é no Céu (Mateus 18:18) ―Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e depois, vem e apresenta a tua oferta‖. (Mateus 5:23;24); 6. O pão nosso de cada dia nos dá hoje: fica claro que a suplica deve ser diária e também que devemos apreciar o hoje, o agora, nem o passado, nem o porvir estabelecendo a eterna comunhão com o Criador e Pai. (Mateus 6:33;34); 7. E não nos deixeis cair na tentação – Embora a decisão seja particular, não nos custa solicitar avisos de perigo e isso o Pai celestial não se nega quando é suplicado. 8. Mas livrai-nos do mal. – essa ultima citação resume toda a oração! Só um filho temente e confiante no Pai pede tal coisa. Num mundo onde o mal e a tentação se apresentam atrativos e prazerosos, anseiar o livramento é ter claro de que lado se quer estar. Amém! – é concordar com tudo citado. Conclusão: Quem é Deus? Ele se revelou em seu Filho e nas Escrituras Sagradas. Não crer em sua existência é ignora-lo. Na verdade aceitar sua existência divina é mais importante para nós que para ele mesmo. Todavia, seu amor por seres humanos, suas criaturas o impede de desistir de nos redimir e resgatar para seu rebanho. Ele é o primeiro para aquele que o aceita e em ultima instância é a esperança quando tudo falhar. Maria Rosa mostra a unha pintada de rosa; único parente que conhece é o irmão, João Vanderlei de Souza.
  • 13. A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA TERCEIRA IDADE? João 21:18 ... quando fores velho, estenderas ... Espiritualidade na Terceira Idade Autor: Monsenhor João Vicente Leite Quando falamos em espiritualidade, entendemos sempre uma crescente profundidade no viver o sentido da vida humana. Sob este enfoque, cada estágio de nossa existência realiza sua espiritualidade própria. Assim, por exemplo, a juventude e a maturidade enfrentam desafios e oportunidades específicas para seu crescimento mais profundo como pessoa humana. Também para os idosos isso é verdade. E como escreve alguém, ―a velhice é um tempo revelador, em que o melhor e o pior de nós sobressaem com nítido relevo‖. Por isso, a espiritualidade dos idosos começa a ser preparada muito cedo. Já na primeira infância, o netinho vai aprendendo com seu vovô a admirar, a valorizar suas qualidades. A espiritualidade deve contemplar os vários aspectos da pessoa humana, não só o etário: dimensões biológica, psíquica, social, religiosa (espiritual)… Cabe à família, à sociedade, à Igreja, ao poder público ―assegurar que os serviços sociais para os anciãos tenham em conta não somente suas necessidades físicas, mas também as necessidades psicológicas e espirituais‖. Dessa forma aumentará sua expectativa e qualidade de vida. A verdadeira espiritualidade cimenta suas atitudes na Fé Teologal que, com sua irmã Esperança, nos abre o espírito para as Verdades Reveladas. A Fé e a Esperança nos levam a olhar para a frente. Com otimismo e alegria, buscar na Palavra de Deus o alimento salutar de nossas preces. Atenção, porém: espiritualidade não se mede por quantidade de oração, por volume, por números, por estatística. A espiritualidade é o grau de nossa união com o Pai. Aqui aparece um dos aspectos específicos que sinalizam claramente a espiritualidade dos anciãos. A vida, com o passar dos anos, lhes presenteou boa dose de paz. Seus gestos são mais tranqüilos. A ansiedade e a correria já ficaram à margem de seus dia a dia. Seu espírito está aberto à meditação, à reflexão, à contemplação. Pois, Deus não vem a nós num vento impetuoso e violento que fende as montanhas, nem no tremor da terra, nem no fogo abrasador… Vem no murmúrio de uma brisa suave (I Reis 19,11-13). (10) A solidão vivenciada pelos idosos deve ser fortemente combatida, e o desenvolvimento da autonomia das pessoas idosas deve ser incentivado, pois, somente assim, elas poderão ser parte ativa e produtiva da sociedade. O engajamento de idosos em grupos de apoio social, como também em grupos religiosos, deve ser estimulado dado a sua praticidade diante de outros meios para promoção da saúde. A inserção dos idosos nesses grupos pode favorecer o empoderamento, aumentar a rede social, promover debates, diminuir a alienação, através de reflexões críticas acerca dos eventos negativos associados ao envelhecimento, e ministrar conhecimentos através de palestras sobre temas da área de Geriatria e Gerontologia. A religiosidade constitui um aspecto muito importante na vida dos idosos e, por isso, não deve ser negligenciada pelos profissionais da saúde, sejam esses ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou à rede privada. O respeito às crenças individuais da pessoa idosa proporciona um
  • 14. melhor acolhimento e estabelece um vínculo de confiança, facilitando, inclusive, a adesão a terapêuticas. Portanto a inserção de temas sobre as peculiaridades da senescência no programa de formação e qualificação desses profissionais deve ser considerada. Além do papel coletivo, o esforço individual do idoso em se libertar de estereótipos se faz indispensável. Ter ciência de que a velhice não está subordinada às afecções de saúde próprias da idade, e aprender a conviver com as novas necessidades são ferramentas úteis para alcançar a auto-aceitação. A religião entraria neste âmbito, tendo importância na elevação da auto-estima e da automotivação, dando significado e objetividade à existência, influenciando na percepção e visão de mundo das pessoas idosas, proporcionando um amparo seguro para lidarem com as vicissitudes da vida e, principalmente, com a proximidade da morte. A religiosidade procura responder a indagações comuns, feitas pelo ser humano desde os primórdios da civilização, tal como a definição de quem ele é. Também proporciona sentimento de fazer parte de um contexto mais universal, estabelecendo uma conexão entre corpo, alma e saúde. É fundamental ainda observar que o uso da religiosidade para superar as dificuldades da vida não faz sentido se as crenças não forem intrínsecas à pessoa idosa. Dessa forma, o presente estudo não trata da defesa da religiosidade como instrumento de vivência diária e cura de doenças, mas sim de sua valorização e de seu incentivo para ampliar o bem estar do idoso. Com efeito, ainda não se podem fazer afirmações mais consistentes sobre o binômio religiosidade-envelhecimento. Houve certa dificuldade em avaliar a religiosidade com detalhes e verossimilhança, visto que, após extensa pesquisa na literatura, constatou-se que ainda não se elaborou um instrumento que seja, ao mesmo tempo, facilmente aplicável, satisfatório aos aspectos mais genéricos das religiões e capaz de incorporar interpretações individuais da religiosidade. Ressalta-se, ainda, a necessidade de mais pesquisas que investiguem a relação da religiosidade com a saúde. No entanto, apesar dessas limitações, alguns aspectos tornaram-se bem evidentes neste estudo. Boa parcela dos idosos realmente atribui relevância à religiosidade na melhoria de sua própria condição. É necessário buscar a integração social e psicológica dos idosos, pois quanto mais integrados estiverem, menos ônus trarão para seus familiares e cuidadores e para os serviços de saúde, e melhor será sua qualidade de vida e bem-estar. Neste contexto, deve-se estimular uma mudança de paradigmas, oferecendo-se às gerações presentes e futuras uma nova visão sobre a questão do envelhecimento, sem amarras discriminatórias de descaso à produtividade que o idoso ainda pode oferecer. Diante do exposto, cabe uma reflexão sobre uma questão essencial: a consciência de que a religiosidade constitui uma ferramenta imprescindível para abordagem e solução de problemas relacionados à saúde e ao envelhecimento, contribuindo indubitavelmente para a promoção da saúde do idoso.
  • 15. A ESPIRITUALIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus!” (Hebreus 11:6) Em 2005, estudo conduzido no Rio Grande do Sul por Moraes e cols mostrou que aqueles idosos cujas crenças pessoais davam maior significado a suas vidas tinham até dez vezes mais chance de cursar com envelhecimento bem-sucedido, em comparação com aqueles que não as possuíam. Outro estudo gaúcho realizado por Rosa em 2008 mostrou que a resiliência (capacidade humana muito presente em pacientes com bem-estar espiritual, que consiste em enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado nas experiências de adversidade) foi associada ao envelhecimento bem-sucedido. Da mesma forma, estudo internacional realizado por Wong em 1998 demonstrou que as atividades religiosas, o coping religioso (modo de lidar com a doença utilizando-se da religião) e o maior significado à vida eram preditores daqueles que envelheceram de maneira bem-sucedida ou não. Seguindo essa tendência, Crowther et al. propuseram uma alteração no modelo de envelhecimento saudável de Rowe & Kahn, que seria a introdução de um quarto fator: a espiritualidade, conforme visualizado na figura 1. REV. BRAS. GERIATRIA E GERONTOLOGIA; 2006; REV. BRAS. GERIATR. GERONTOL., RIO DE JANEIRO, 2011; Impacto no bem-estar e qualidade de vida O impacto na qualidade de vida tem sido demonstrado de forma quantitativa e qualitativa. Claro exemplo disso foi um inquérito populacional conduzido no município de Botucatu-SP envolvendo 365 idosos. Estes foram questionados sobre o que era qualidade de vida e a resposta ―ter religião e fé‖ foi a sétima mais comum. Em 2005, foi realizada uma meta-análise dos principais estudos que envolviam o tema espiritualidade e qualidade de vida. Na análise final, houve uma correlação moderada (r = 0.34, 95% CI: 0.28–0.40) entre níveis mais altos de espiritualidade/religiosidade e melhor qualidade de vida. Em 2003, Katsuno demonstrou que a espiritualidade estava correlacionada à melhor qualidade de vida subjetiva em pacientes com demência leve. Da mesma forma, outros estudos têm demonstrado uma associação direta entre maior frequência religiosa e maior satisfação com a vida, incluindo um estudo envolvendo 709 pessoas acima de 55 anos que participaram do World Values Survey. Com a mesma temática, estudo realizado na China demonstrou íntima relação entre qualidade de vida e espiritualidade em idosos com deficiências visuais. Impacto nas doenças crônico- degenerativas Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), as doenças crônico-degenerativas são definidas como doenças não-transmissíveis, que incluem, dentre outras, osteoartrite, osteoporose, hipertensão, coronariopatia, diabetes, hipotireoidismo. Quanto às doenças osteoarticulares, os idosos com artrite que cultivavam um maior número de experiências espirituais diárias possuíam maior energia e menor depressão. Da mesma forma, em pacientes com artrite reumatóide, aqueles com maior espiritualidade tiveram maior resiliência e percepção de saúde. Nas doenças cardiovasculares, Hummer et al. avaliaram uma
  • 16. amostra representativa da população americana de 21.204 pessoas durante oito anos, e mesmo após controlar para aspectos sociais, físicos e sociodemográficos, a maior Figura 1 - Modelo de envelhecimento bem-sucedido proposto por Rowe and Kahn e modificado por Crowther et al, 2002. Espiritualidade Ausência de doenças e incapacidades Envolvimento na sociedade Alto funcionamento físico e cognitivo Envelhecimento bem-sucedido REV. BRAS. GERIATRIA E GERONTOLOGIA; 2006; O idoso e sua espiritualidade 163, a frequência religiosa esteve associada a uma menor mortalidade por causas cardiovasculares. (11) A manicure Maria de Lourdes Dourado, 78 anos, faz as unhas e leva alegria ao Lar de Idosos de Engenheiro Schmitt. A CULPA E SEUS MALES NA TERCEIRA IDADE Divida na terra: Mateus 5:25;26 ... pagarás até o ultimo centavo! Neste capitulo, em particular, trataremos o tema com perguntas e respostas: 1) Há esperança para aqueles que fizeram coisas que não deviam? Há esperança para pessoas que já erraram muito na vida? "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã." (Isaías 1:18) Esta é uma promessa de perdão. Não importa o que você tenha feito no passado, no momento em que você vai a Deus tudo é perdoado, completamente perdoado! Para confirmar isto, temos uma declaração do próprio Jesus Cristo. Mateus 12:31: "Por isso, vos declaro: todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens..." (Mateus 12:31) Todo é todo! Não há outra palavra para explicar mais do que todo.
  • 17. Eu não preciso dizer que dentro do todo está incluído adultério, fornicação, assassinato, assalto a mão armada, tráfico de drogas, prostituição, promiscuidade, feitiçarias, todos os tipos de pecado podem ser perdoados. Então você não precisa viver atormentado pelo sentimento de culpa, basta apenas ir a Jesus e aceitar a oferta de Seu perdão. 2) É só isso mesmo? Ou tem mais alguma coisa que nós como seres humanos precisamos fazer? Na realidade o problema é que tivemos uma educação em que se aprendeu a pagar por tudo. Se alguma coisa custa barato a gente se pergunta muitas vezes: Por que está barato? Qual é o problema? Vamos dizer que você vai numa loja e encontra um sapato, vamos dizer, da marca "Carmelo", por R$ 3,00. Você fica olhando o sapato; olha de um lado, olha do outro. Alguma coisa tem que estar errada. Um sapato dessa marca não pode custar 3 reais, impossível! O que esse sapato tem de errado? E você tenta descobrir o problema. Vivemos numa cultura na qual nós pagamos pelas coisas que valem, e, se algo é de graça não vale muito. Portanto, podemos concluir que o ser humano é acostumado a pagar por tudo. Quando se trata do perdão, ele também quer pagar. Só que a Bíblia é categórica ao dizer que somos salvos unicamente pela graça de Cristo. Temos mais um verso que confirma isso. Vejamos o que diz no evangelho de I S João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (I S João 1:9) Confessar, na realidade, é tudo o que o ser humano precisa fazer. 3) Por que a gente tem que confessar? Você pode dizer: - "Eu tenho minha culpa, eu cometi coisas que não deveria cometer, eu fiz coisas erradas no passado. Mas por que eu tenho que confessar? Não dá para eu apenas fazer uma oração, pedir perdão a Deus e o assunto ficar liquidado? Por que tenho que confessar?" Bom, quando digo confessar, quero dizer confessar a Deus, não a um ser humano. Veja só, vou entrar num assunto muito delicado. Vou dar um exemplo: Digamos que você esteja com um câncer terrível e que pela maravilha de Deus, a ciência acaba de descobrir o remédio para qualquer tipo de câncer. Só que você está com câncer, mas não aceita que está. Os médicos lhe dizem que você está com câncer, mas você não aceita. Os exames médicos afirmam que você está com câncer, mas você não aceita. Todo mundo em sua volta sabe, mas você não aceita. Surge um remédio que a ciência descobriu para o câncer, mas, de que serve este remédio pra você, se você não aceita que está com câncer? O remédio tem algum valor pra você? Você tem que reconhecer, e, para que o perdão divino tenha valor, você precisa reconhecer que é um pecador, que precisa ser perdoado. A confissão é o meio através do qual você reconhece que está enfermo com o pior câncer desse mundo: o pecado. Você precisa confessar que precisa do remédio. Então, vai ao Redentor confessa o seu pecado e aceita o remédio maravilhoso que Ele tem para você.
  • 18. 4) Nesse processo de restauração previsto na Palavra de Deus, há uma parte sobre arrependimento. Mas arrependimento, às vezes, é uma coisa dolorosa. A pessoa que passa pelo arrependimento, às vezes, passa por humilhação; a pessoa não tem prazer em passar por isso. Arrependimento é necessário para restauração, ou é simplesmente um adendo, se a pessoa quiser? Como é isto? Vou explicar um pouco a diferença que existe entre arrependimento e remorso, pois são duas coisas diferentes. Por exemplo: Você está com uma mulher que não é sua esposa, sentado num restaurante, namorando. Você está tranquilo e de repente passa por sua frente, a irmã de sua esposa e vê você com a mulher traindo a irmã dela. Você vê sua cunhada e fica apavorado. Imediatamente se esconde, abaixa a cabeça, desaparece. Então você começa a torcer: tomara que ela não tenha me visto. Você começa a sofrer em seu coração, porque se a sua cunhada abrir a boca, sua esposa vai lhe pedir o divórcio e você não quer isso. Então você se ajoelha diante de Deus e diz: "Senhor, estou arrependido, por favor me perdoe, eu nunca mais vou trair minha esposa; mas por favor, faça um milagre, pois acredito que minha cunhada me viu, mas por favor cale a sua boca; produza nela uma amnésia para que ela esqueça o que viu, ou então, deixe ela muda, faça qualquer coisa, mas que ela não fale!" Então você faz mil promessas a Deus. Você pensa que está arrependido, mas isso não é arrependimento, é remorso. Sabe qual é o engano deste sentimento? É que você pensa que está arrependido, porque alguém lhe viu. Remorso, na realidade, é medo de ser exposto porque alguém lhe viu, medo de ser descoberto. Então, a maior evidência do remorso é que, quando passa o perigo, você esquece. Como em nossa história, vamos dizer que a cunhada dele não falou. Então, passando o perigo, ele esquece. Esquece as promessas e volta a ser o que era antes. Agora, arrependimento não, arrependimento é sentir dor pelo que você fez, confessar o pecado e afastar-se da situação errada. Arrependimento, na realidade, não nasce no coração. Ele é um fruto do Espírito Santo. Você vai a Deus levando sua vida como está e Ele inspira em você o arrependimento, o nojo pelo pecado. Você percebe a coisa errada que está fazendo e pede a Deus que te de forças para mudar o rumo de sua vida. 5) No caso do rapaz que estava traindo sua esposa, ele, em um momento, descobre na Palavra de Deus que tem que confessar o pecado. Ele se ajoelha e sinceramente confessa o pecado, mas será que isso é suficiente? Ou essa confissão também envolve pessoas? Se envolve pessoas, quando isso deve acontecer? Acredito que há circunstâncias que além de confessar a Deus, precisamos confessar aos homens. Vamos dizer que eu lhe roubei mil dólares sem você saber. E ninguém vai descobrir, ninguém vai saber nada. Eu lhe enganei em algum documento, peguei mil dólares e você não percebeu. Ninguém percebeu. Não existe possibilidade de alguém descobrir. Só que eu vou a Jesus e o Espírito de Deus toca meu coração e eu sinto arrependimento, sinto dor pelo que fiz. Eu confesso meu pecado a Deus e agora vou a você e digo: "amigo, você tem
  • 19. confiança em mim, eu sei, mas sabe, há dois anos atrás, eu fui desonesto com você. Você nunca percebeu, mas eu lhe roubei mil dólares e já confessei a Deus meu pecado, estou arrependido e quero lhe devolver, pois não posso continuar com essa culpa. 6) Então confissão é sinônimo de restauração? Lógico! Veja que nesse caso cabe a restauração, o próprio Espírito de Deus nos dá o sentido comum para saber quando a confissão em lugar de consertar alguma coisa, somente traria dor, desespero e prejudicaria todo mundo. O Espírito de Deus vai dizer na hora. Agora, todo o pecado que nós podemos confessar; acertar; restaurar e corrigir. Temos que fazer. 7) Eu perdoo mas não esqueço. Você já ouviu isso? Talvez você mesmo tenha falado isso. Por incrível que pareça, isso é uma norma pra muita gente, é um padrão, é um estilo de vida. Será que quando Deus perdoa Ele esquece mesmo? Ou sempre fica aquela imagem meio cinza, meio turva da pessoa que errou? Será que Deus pensa: "olha, você está em período de regeneração, mas cuidado comigo"?! Como funciona com Deus? Isaías 1:18, como já foi mencionado antes, e eu repito, diz o seguinte: "...ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve..." (Isaías 1:18). Isso é uma promessa de perdão completo. Na realidade, eu não diria que Ele risca, diria que Ele apaga completamente. O Velho Testamento está cheio de lindas promessas: "... lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (Miquéias 7:19); "Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões" (Salmos 103:12). Esses versos falam de perdão, de uma restauração completa. Perceba que o problema não está com Deus, o problema do pecado está com o ser humano. Sabe por quê? Porque Deus pode perdoar tudo, tudo mesmo! Um dia uma senhora me procurou e disse: "Pastor, eu provoquei um aborto quando era garota de dezoito anos, solteira. Depois tive a alegria de conhecer meu marido. Casei. Ele não sabe que eu provoquei aquele aborto. Agora tenho três filhos, sou feliz com meu marido, já se passaram trinta anos daquilo, mas não consigo dormir em paz porque a consciência me atormenta; eu não somente cometi o pecado de fornicação mas também matei, eu cometi um assassinato, tirei a vida de uma criança. Há perdão para mim?" Eu quero dizer em nome de Deus: há perdão. Não há pecado que Deus não possa perdoar. O problema não é com Deus. O problema é conosco. Às vezes nós, seres humanos, chegamos a um ponto em que não queremos mais ser perdoados. Chegamos a um ponto em que não aceitamos mais o perdão. A Bíblia chama isso de pecado contra o Espírito Santo. Inclusive Mateus 12:31 diz: "...todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada." (Mateus 12:31) Mas qual é o pecado contra o Espírito Santo? É aquele que você brinca, brinca, brinca com o pecado; e chega um ponto em que o coração se endurece, você já não sente mais dor, e você não sente mais dor pelo que faz, muito menos irá sentir necessidade de perdão. E ai do seres humanos! Eu não gostaria nem de
  • 20. pensar no caso de um ser humano que por brincar, por tratar com leviandade as coisas divinas, chega ao ponto de se endurecer com as coisas de Deus, porque para eles não há perdão! 8) Pecadinho, pecadão. Isso é outra coisa que a sociedade acredita. Por exemplo: você contou uma mentira leve, era fruto da situação, e não tinha jeito de falar a verdade mesmo, você iria correr um risco muito grande, foi um pecadinho. Agora, se você vem com uma faca e mata uma pessoa, é crime de primeiro grau, aí é um pecadão, aí você realmente está mal. Para Deus existe pecado maior ou pecado menor? Como é que funciona isso? Dependendo do tamanho do pecado, pode também mudar o tamanho da culpa? Não existe diferença de pecado, existe diferença de culpa. Para Deus, pecado é pecado. Eu explico: se alguém assaltar um banco a mão armada e matar o caixa, isso para Deus é pecado. Eu sentar-me de gravata e colarinho branco e manejar as contas, engordando o bolso, isso também é pecado. Pecado por pecado, para Deus, ambos são pecados. Para Deus não existe graduação de pecados, mas existe graduação de culpa. Um jovem que nasceu pobre, sem instrução, que não conhece a Palavra de Deus e estupra uma menina, ou usa drogas, ou ainda trafega drogas, ele pode ter, de certa maneira, menos culpa do que eu, que tive todo conhecimento, toda a instrução necessária, fiz escola primária e secundária, fui à faculdade, fiz mestrado, conheço a Palavra de Deus e engano uma menina menor de idade, oferecendo algum dinheiro, e levando-a para a cama. Qual é o pecado maior? Pecado por pecado, os pecados são iguais, mas minha culpa é maior porque eu tenho mais ciência; o outro tem menos. Existe graduação de culpa, mas não existe graduação de pecado. 9) Então, o que disse, pela Palavra de Deus, é que se a pessoa confessa, se a pessoa se arrepende; existe esperança e ela pode ser liberta da culpa? O perdão é para todo mundo mesmo? Para todo mundo mesmo! Não há um ser humano que possa dizer que para ele não há perdão, desde que ele sinta que precisa de perdão. Somente não sente que precisa de perdão, quem cometeu o pecado contra o Espírito Santo, pois se endureceu. Para esse não há perdão, não porque Deus se cansou de perdoar, mas porque ele não quer ser perdoado. O problema com o pecado - volto a enfatizar isso, está às vezes com as consequências do pecado. Deus pode nos livrar da culpa e do tormento da consciência, entretanto, às vezes, as consequências de nosso pecado podem levar-nos até a destruição final, até a morte para sempre. Um homem que brincou de liberalismo, promiscuidade sexual, drogas, adquire AIDS, um dia se arrepende e pede perdão a Deus. Há perdão? Claro! Deus perdoa! "Mas fui promiscuo?", não importa! "Mas eu fiz aquilo", Deus perdoa.
  • 21. Agora e a AIDS? Deus não vai necessariamente tirar do corpo dele a AIDS. Então esse é o assunto, as consequências do pecado são terríveis. Eu sempre digo: Deus lhe perdoa, mas a vida pode não lhe perdoa! Pensemos novamente no texto bíblico de I João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (I S João 1:9) Deus não apenas promete nos perdoar, mas, também nos purificar, nos transformar. Portanto, quando o Espírito de Deus lhe der certeza do perdão e convidar para uma nova vida, o melhor é abandonar imediatamente todo o pecado, e correr para os braços de Jesus. ORAÇÃO Pai querido, existem pessoas que vivem anos e anos atormentadas pelo complexo de culpa. A culpa é como um martelo que bate de dia e de noite e não nos deixa em paz. Mas Te agradecemos pela Tua Palavra neste momento; e Te agradecemos pelo perdão. Como é bom sentir-se aliviado, sabermos que não importa o que tenhamos feito no passado, se nos arrependermos e confessarmos, Tu estás pronto a nos perdoar. Por favor, coloque paz em nosso coração. Em nome e pelos méritos de Jesus. Amém. (PR. ALEJANDRO BULLÓN) (12) A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO PARA A PAZ DE ESPIRITO Perdoar e pedir perdão são atos de generosidade e humildade. Mas só se pede perdão ou se perdoa de verdade, quando houver sinceridade e abertura de coração.
  • 22. Quem nunca cometeu um erro? Nunca precisou de um perdão por faltar com respeito com alguém, por mentir, decepcionar, enganar, omitir, machucar, por se exceder? Estamos cercados de sentimentos negativos, rancor, raiva, mágoa e que se não soubermos nos defender desses sentimentos, eles têm grande capacidade de destruição. Quem convive com esses sentimentos negativos sofre muito, pois acaba se privando de momentos de felicidade e paz interior. E não podemos nos esquecer dos malefícios que causam à saúde. Ao viver angustiado por um problema ou situação mal resolvida prejudicamos diretamente nossa saúde física, causando estresse, ansiedade, problemas com coração e pressão arterial. É o que chamamos de ‗somatização‘. É o corpo assumindo a dor e o peso da alma. Perdoar é um processo de libertação do ressentimento e de certa forma é uma doação sem esperar nada em troca. O perdão é sincero e verdadeiro, quando dado e recebido não apenas em palavras e sim nos gestos. Você não precisa necessariamente perdoar para a sociedade, mas sim para você mesmo, pois é algo interno e individual. Perdoar é conseguir deixar para trás o passado e dar novas oportunidades ao presente, poder viver livre, leve e solto, sem essa preocupação. Tão importante quanto perdoar é tomar a iniciativa de pedir perdão, algo que muitos não fazem por questão de orgulho. Assim como somos capazes de dar o perdão, quando erramos, devemos saber também tomar a iniciativa de pedir desculpas e ter recursos para reconquistar a confiança e respeito alheio. Reconhecer os próprios erros e ser capaz de mudar é sinal de amadurecimento e evolução. Na prática: - Saiba exatamente como você se sente sobre o que aconteceu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. - Não espere pedidos de desculpas dos outros nem da vida. Faça o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e para ninguém mais. - Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o feriu, nem tornar-se cúmplice dela. O que você deve buscar é a sua paz. O perdão é um poder pessoal. - Em vez de concentrar-se nas suas mágoas, concentre suas energias na busca do amor e da bondade ao seu redor. - Lembre-se sempre: ―A maior vingança contra o inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. Já o ódio e a mágoa cultivam o inimigo dentro de nós‖ (Augusto Cury). Perdoar é uma questão de escolha, é preferível ser feliz, saudável e livre. (13). MÁGOA, PERDÃO E PAZ DE ESPÍRITO Os termos mágoa, perdão e paz de espírito formam uma sequência que de certo quase todos que estão recebendo esta mensagem já vivenciaram. Tanto magoando como sendo magoado, tanto perdoando como sendo perdoado. A mágoa é um sentimento que traz danos nefastos a quem sente, pois é um sentimento que perpetua uma situação. Seja qual for a ação feita pelo outro, a mágoa registra esta ação na alma e enquanto permanece, vai consumindo e por vezes, somatizando em disfunções principalmente digestivas.
  • 23. Para diluir este registro que fica marcando, incomodando e sangrando nosso espírito, somente utilizando o perdão. E como tudo que diz respeito à busca da paz do espírito, perdoar não é um gesto fácil nem simples. Envolve compreensão e compaixão total. A própria palavra perdoar, do latim perdonare onde o prefixo per significa "através de" e donare que significa o "ato de doar", resumem em si estes dois gestos, a completa compreensão e a total compaixão. Ou seja, perdoar é doar-se através da compreensão e compaixão. Li recentemente uma dissertação de um mestrando em filosofia que tratava do perdão e a ênfase era dada ao ato de julgar. Ou seja, quando refletimos: fulano merece ou não meu perdão? Colocamo-nos como juízes, no entanto, totalmente imparciais. Se nos colocarmos fora da questão e enxergarmos tão somente o ato, buscando na sabedoria da empatia, conseguir observar os dois lados, e o mal que a mágoa causa, certamente um acordo entre sentimentos ocorrerá e o perdão será a melhor opção. Difícil, pois somos humanos, mas não impossível, pois temos humanidade. Desenvolvamos em nós a sabedoria do perdão e, principalmente, para ser aplicada a nós mesmos. (14). A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR! Oração de São Francisco de Assis Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; Compreender, que ser compreendido; Amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, É perdoando que se é perdoado, E é morrendo que se vive para a vida eterna.
  • 24. - São Francisco de Assis Amém! É linda essa oração! Pratica-la é doar a fé, a esperança e o amor! Veja! Para doar tem que ter. Certa vez o Mestre disse: ―- A boca fala o que o coração tá cheio! (Mt 15:18)‖. É mister fazer essa reflexão. Encher o coração de esperança para oferecer aos desesperados; acreditar no bem para oferecer a fé; experimentar o amor para oferecê-lo. Pretendo agora me deter na reflexão de cada dom citado. Esse texto foi extraído da carta do Apostolo Paulo aos crentes da cidade de Corinto. As quatro cidades mais importantes do Império Romano eram: Roma, Corinto, Éfeso e Antioquia da Síria. Portanto, Corinto era célebre. A cidade localizava-se em um istmo, que é uma porção de terra que liga uma península ao continente. Possuía dois portos. Assim, além de ser a única passagem por terra entre o norte e o sul da Grécia, era também passagem entre a Ásia, a Palestina e a Itália. Os navegantes poderiam dar a volta pelo sul da península. Porém, o mar na região era muito tempestuoso. Corinto era então um corredor de mercadorias. Além disso, suas terras eram férteis. A cidade era rica e tinha localização estratégica no cenário mundial. Corinto grega No auge da civilização grega, Corinto já ocupava lugar de destaque. Em 146 a.C., a cidade foi destruída pelo cônsul romano Mummius. Corinto romana Devido à sua posição estratégica, a cidade foi reconstruída em 46 a.C. por Júlio César, tornando-se capital da Província Romana da Acaia. A nova Corinto possuía ruas amplas,
  • 25. praças, templos (Netuno, Apolo, etc), estádio (I Cor.9.24), teatros, estátuas, e o santuário de mármore branco e azul (Rostra), onde se pronunciavam discursos e sentenças. A idolatria de Corinto A idolatria fazia parte da cultura grega com seus inúmeros deuses mitológicos. Ao sul de Corinto havia uma colina chamada Acrocorinto, que se elevava a 152 metros acima da cidade. Ali estava o templo de Afrodite, também chamada Astarte, Vênus ou Vésper, – deusa do amor e da fertilidade. A corrupção de Corinto Os cultos a Afrodite incluíam ritos sexuais realizados por 1000 sacerdotisas, ou seja, prostitutas cultuais. O fato de ser cidade portuária - contribuía para que umas séries de problemas se estabelecessem. Muitos viajantes que por ali passavam se entregavam à prostituição e à prática de outros delitos. O fato de estarem de passagem criava uma sensação de impunidade, o que de fato se concretizava normalmente. Estes e outros fatores contribuíam para uma corrupção generalizada na cidade. Principais motivos da carta Nessa epístola, Paulo não expõe os fundamentos do evangelho, como fez na carta aos Romanos. Afinal, ele já estivera doutrinando os coríntios pessoalmente durante um ano e meio. Paulo escreveu àquela igreja depois de receber uma carta com perguntas dos coríntios (I Cor. 7.1; 8.1-13) e a visita de pessoas que vieram trazendo más notícias (1.11; 16.17). Os problemas dos coríntios eram muitos. Em destaque estavam a divisão e a imoralidade. Conhecimento, liberdade e amor eram elementos mal interpretados, mal colocados e mal valorizados em Corinto. Isso veio a causar uma série de problemas na igreja. Alguns julgavam que a liberdade cristã lhes dava direito de fazer tudo, quer seja a participação nas refeições dos templos pagãos ou mesmo a união carnal com as meretrizes. Paulo se posiciona contra todas essas variações da influência filosófica e da falsa interpretação do cristianismo. Assim, ele condena a libertinagem sexual, ao mesmo tempo em que defende a legitimidade do sexo dentro do matrimônio (I Cor. 6.15-16 e I Cor. 7). A liberdade cristã é, de fato, ampla. Contudo, o amor é o seu parâmetro maior. Assim, se, no uso da nossa liberdade, ultrapassamos os limites do amor a Deus e ao próximo, saímos da liberdade cristã e entramos nos domínios do pecado. Por isso, Paulo diz: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm." (I Cor.10.23). "Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de meretriz? Não, por certo" (I Cor.6.15). Ao usar a expressão "não sabeis", fica evidente a questão do conhecimento. Os coríntios sabiam muita coisa, mas era urgente que soubessem sob o ponto de vista de Deus, conforme Paulo estava procurando expor. (16) (autor: Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.) O fundo histórico, nos ajuda a entender a motivação da carta para as pessoas que viviam na cidade de Corinto. O autor, Paulo, viveu duas fases em sua vida. Na primeira, fora educado a religião sem experimentar o essencial. Seu coração tinha sinceridade e zelo por Deus e por sua crença, mas não tinha amor. Na sua juventude, viu seu povo ser dominado pelos romanos dominadores do mundo de então, também não havia esperança em seu coração. Embora fosse dotado de grande conhecimento, desconhecia o poder da fé contemplado na execução de hebreus convertidos pelo
  • 26. Mestre. Mas na segunda fase, agora também convertido ao Mestre, seu coração estava inundado destes dons, dos quais destaca o amor. Entretanto, o amor esta em oposição ao desejo sexual, porque essa era uma prática naquela época. Ainda hoje se faz confusão sobre esse dom divino. Assim esse homem dedica um capitulo de sua carta pra conceituar o amor: O amor é sofredor; é do bem; não é invejoso; não trata leviandade; não se irrita; não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não suspeita do mal; não se alegra com a injustiça, mas com a verdade. Tudo sofre, tudo acredita, tudo espera, tudo suporta. Nunca falha. (I cor. 13: 4-8). Porque, em parte conhecemos e em parte profetizamos (experiência espiritual) (v. 9). Mas quando vier o que é perfeito, o que conhecemos não terá mais valor (grifo meu) (v. 10). Quando eu cursava Teologia, resolvi escrever um livro: AMOR ADOLESCENTE. Pesquisei tudo que encontrei sobrei o amor e percebi que falhamos em oferecer por estarmos vazios desse dom. Então inventamos outras definições para justificar o que se oferece como se fosse. Até sofremos de paixão, mas é o nosso orgulho ferido e toda moralidade está condicionada as conveniências. Por isso, o amor é o mais importante. Por ter sido usurpado por sensações e sentimentos de pena. Como corrigir isso? Aquela parte que conhecemos deve ser passada a limpo. Se deixar inundar com o Espirito Santo de Deus e partir dessa experiência ter amor para oferecer, como amor no coração teremos esperança e fé, pois que tudo espera e tudo crer (v.7). sabendo que, ainda que tenhamos fé sem amor acaba sendo inútil (v.2). A Fé A célebre frase dita por Habacuque e repetida em Romanos, Gálatas e Hebreus continua viva até hoje: ―O justo viverá da sua fé‖. Fé é o estilo de vida do crente e é como ele se relaciona com Deus, porque é pela fé que nos aproximamos dEle. A fé nos possibilita viver cada promessa de Deus, subjugar a carne e andar em espírito, ver o sobrenatural, orar eficazmente, deliciar o impossível e transportar os montes. A fé trata com sua vida individualmente, seu domínio pessoal e vida com Deus. Tudo que tange a você é acessado pela fé. Sua salvação, cura, libertação, prosperidade, adoração. Todas as riquezas da graça de Deus dadas a nós são acessadas pela fé. ―Pela fé temos acesso a essa graça‖ (Rm 5.2). ESPERANÇA A esperança é o que nos faz olhar para o futuro. Antigamente, colocávamos nossa esperança em coisas que estavam sob o domínio da fé. Mas, ao descobrir isso, não podemos de forma alguma abandonar a santa esperança. O apóstolo Paulo afirma
  • 27. categoricamente que se vivemos uma vida sem a santa esperança somos os mais infelizes dos homens, e nada que fazemos para Deus tem valor, seria melhor voltar aos pecados do velho homem. Saber que essa vida aqui é passageira e que uma eternidade nos aguarda, nos coloca em movimento, pois, afinal de contas, a primeira coisa que acontecerá ao entrarmos na eternidade será receber os galardões pela obra que realizamos em fé aqui na terra. Não vou aqui falar sobre os ventos escatológicos, mas apenas te lembrar que eles são reais e estão próximos. A Bíblia ensina que a pregação das coisas do fim nos põe em movimento no nosso chamado. Fomos criados para cumprir um propósito em por fim seremos galardoados ou não de acordo com nossa obediência a esse chamado. ―E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro‖ (I João 3.3). (15). Esperança (O poder da fé aliado à esperança, ratificados pelo amor) Um dia, a Fé, a Esperança e o Amor saíram pelo mundo para ajudar os aflitos. Qual das três seria capaz de realizar o melhor trabalho para a glória de Deus? À beira da estrada da vida encontraram um homem pobre que sofria há muitos anos com uma doença que o fazia paralítico desde nascença. Ele permanecia por muito tempo naquele mesmo lugar mendigando às almas caridosas a fim de obter o sustento para sobreviver. Diante daquela situação, a Fé tomou a frente da Esperança e do Amor para resolver o caso. “Esperem aqui”, disse ela, “enquanto vou realizar minha obra na vida deste infeliz e arrancá-lo desta miserável situação”. Sem delongas, a Fé trouxe ao homem a Palavra de Deus e assim ela foi reproduzida no coração dele. Imediatamente aquele homem se rebelou contra aquela situação e usou a fé que tinha agora no coração para determinar sua cura, e no momento em que orava, seus ossos e juntas tornaram-se firmes. Pela primeira vez na vida ele ficou de pé e saltou de alegria! “Estou livre! Estou livre!”, gritava com euforia. A Fé o havia libertado. Agora ele era um novo homem. Estava livre das algemas da doença e do sofrimento. Não precisava mais ficar à beira da estrada para mendigar e muito menos padecer todas as dores de antes. Que obra maravilhosa a Fé havia realizado! Porém passadas algumas horas, o homem lembrou-se que não tinha para onde ir. Ele não tinha casa, amigos ou qualquer profissão que lhe desse condições de se estabelecer na vida. A única coisa que sabia fazer era mendigar pelo pão. Neste momento, a Esperança sentiu que era chegada a sua vez de trabalhar. Ela o levou para o alto da montanha e fez com que ele visse os férteis campos da terra. Desta maneira, foi mudando seu coração e o homem entendeu que podia prosperar.
  • 28. Movido pela força da Esperança, ele se pôs a caminho. Logo conseguiu um emprego, em uma fazenda próxima, e rapidamente aprendeu a cultivar a terra. Em pouco tempo, tinha ajuntado o suficiente para comprar seu próprio campo. Com fé e esperança, renovava suas forças a cada dia, e em poucos anos expandiu grandemente seus negócios. Suas colheitas eram exportadas em navio, alcançando portos em todo o mundo. Ele tinha muitos empregados e se tornou um dos homens mais ricos da Terra. A Fé e a Esperança estavam satisfeitas com o maravilhoso trabalho que haviam produzido na vida daquele homem. Então disseram ao Amor: “Não te preocupes em realizar tua obra. Vês que, juntas, mudamos completamente a vida deste homem, fazendo-o forte e próspero”. Assim, o Amor partiu em busca de alguém a quem pudesse ajudar. O homem continuou a crescer. Seu império foi se expandindo por todo lado. Eram tantas as suas casas que muitas delas nem sequer conhecia. Viajou o mundo inteiro e não havia mais nada que lhe surpreendesse. Mas com o passar do tempo o homem foi ficando triste e enfastiado. “Tenho tudo que um homem possa desejar”, dizia ele, “mas ainda me sinto vazio”. A Fé e a Esperança perguntavam a si mesmas: o que poderiam dar ao homem para torná-lo forte como antes. Ele agora tinha tudo que a fé e a esperança podiam conquistar. Não precisava do milagre da cura nem da esperança para crer no sucesso do seu futuro, pois era muito rico. “Quem poderá nos ajudar?”, perguntavam elas. “Não queremos que a obra que realizamos na vida deste homem venha a desmoronar, porque grande será esta ruína.” Assim, as duas foram correndo em busca do Amor para lhe pedir ajuda. O Amor voltou com elas e realizou sua obra no coração daquele homem. Ao sentir amor, ele passou a entender a Deus e a sua mais extraordinária obra. Começou a ver surgir em si próprio uma mudança completa que lhe trouxe um desejo imenso de ter comunhão com Deus e estes momentos eram agora muito mais importantes que tudo o que havia experimentado antes. Mas importante que sua saúde ou sua prosperidade. Surgiu também em sua vida a necessidade de ajudar a outros que estavam passando pelos mesmos problemas que ele um dia havia passado. Assim esquecia de si mesmo e se dedicava a servir ao próximo. A cada dia sua força aumentava. Sua motivação vinha do amor e da mudança que via na vida daqueles a quem ajudava. Desta maneira encontrou a felicidade e nunca mais veio a perdê-la. A Fé e a Esperança entenderam que, embora suas obras tivessem sido de uma grandeza extraordinária, com o passar do tempo, sem o Amor, tudo perdia o sentido. A Fé é rápida, a Esperança permanece por mais tempo, mas o Amor nunca acaba. Por isso o apóstolo Paulo nos ensina no versículo 13 do capítulo 13 do primeiro livro de Coríntios, “Agora pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”. (Marcelo Crivella - crônicas) (17)
  • 29. ESPERANÇA NA ANGÚSTIA (PR. ALEJANDRO BULLÓN) "O texto para a mensagem está registrado em I Pedro 1: 3 a 7: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo..." O tema central do texto é a esperança cristã, como a herança maravilhosa que Deus entrega a seus filhos nesta terra. Este texto foi escrito por Pedro, no primeiro século de nossa era, para um grupo de pessoas que eram novas na fé. Mas as lições são valiosas para os cristãos de todos os tempos indistintamente de quão novos ou velhos sejam na experiência cristã. Outro dia procurou-me um senhor, de uns cinquenta anos, embora seu rosto aparentasse muito mais. Seu olhar sombrio refletia o vulcão de sentimentos pessimistas que aprisionavam seu coração. "Ajude-me, Pastor", disse com voz cansada, "gostaria que a vida tivesse sentido e não fosse aquela avalanche de dias incertos, vazios e desesperantes." Ah, meu amigo, todos gostaríamos que a vida tivesse sentido, que valesse a pena acordar, ver o sol e abraçar desafios. Mas o que fazer, se a vida parece sempre uma rotina massacrante? Aonde ir quando perdemos a motivação de viver e tudo nos parece sombrio e sem graça? O texto nos fala de esperança, mas entenda bem, esperança cristã não significa apenas um tipo de expectativa com relação ao futuro. Ela é o ingrediente que dá sentido a nossa vida presente. É ela que tira, de nossos dias rotineiros, as sombras da incerteza e deixa brilhar o sol da alegria. Fazer da esperança apenas uma possibilidade futura é torná-la simplesmente um desejo ou anseio ou espectativa, mas não, a certeza de algo real. Por exemplo, quando um garoto diz: "Gostaria de ganhar uma bicicleta no natal", ele pode estar querendo dizer: "Acho que existe a possibilidade de que meu pai me compre uma bicicleta." Poderia, também, estar dizendo: "Não existe muita chance de que meu pai consiga o dinheiro suficiente para comprar-me uma bicicleta." Você percebe? Isso é desejo, espectativa ou anseio, mas a esperança cristã é muito mais do que isso. Ela é a certeza de que Deus tem um lugar preparado para nós, quando a história deste mundo chegar a seu final, mas também é a certeza de que ele está presente em nossa vida, hoje, agora, aqui onde estamos, dando sentido à vida e trazendo
  • 30. plenitude e paz ao coração, embora tudo pareça escuro e a vida esteja rodeada por uma montanha de dificuldades. Isto nos leva à conclusão de que a esperança está intimamente relacionada com a fé. É isso que Pedro afirma no verso cinco: "...sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé..." (I Pedro 1:5) É impossível para uma pessoa que não tem fé, poder ter esperança. A fé é o que gera a esperança. E fé, meu amigo, é confiança em Deus. Mas para poder confiar em alguém, você precisa conhecer esse alguém. Para conhecer é necessário conviver com essa pessoa. Você não poderá nunca exercitar a fé se não for a Jesus do jeito que estiver, levando a Ele suas dúvidas e incredulidades. Ele é o autor da fé. Você precisa ir a Ele e cair aos Seus pés depondo seu racionalismo, seu agnosticismo, seu humanismo ou secularismo. Não é capaz de crer? Vá a Ele. Você sabe que precisa de Jesus, mas sente que tem o coração de pedra? Vá a Ele, como o pai daquele menino endemoninhado que um dia foi a Jesus e clamou: "... Ajuda-me na minha falta de fé." (Marcos 9:24) Sabe o que ele estava querendo dizer? Senhor, meu jeito de crer é imperfeito, sou duro, tenho perdido a fé em tudo, mas preciso de Ti porque está tudo confuso na minha vida. Meu coração está vazio, meu lar está caindo aos pedaços, meus negócios estão indo à falência, não posso relacionar-me bem com as pessoas, estou sozinho, preciso de Ti, ajuda-me na minha incredulidade. Ah, meu amigo, só a fé nos ajudará a manter viva a chama da esperança quando tudo parece escuro em nossa vida. E olhe para sua volta. Assista os noticiários na TV ou leia os jornais. Não está tudo saturado de miséria, tristeza, desonestidade e violência? Às vezes, você não sente-se inseguro e pergunta-se: "Para onde vai este mundo? Não sente-se revoltado quando a injustiça vence a justiça? Bom, aqui é onde aparece o valor da esperança porque ela cria em você a certeza de que, apesar do mundo estar sendo consumido pelas chamas da loucura humana, você está seguro nos braços de Jesus. Não importa o que suceda hoje ou amanhã, Deus está cuidando de você. Isso é a esperança cristã. Corrie Ten Boom, foi uma jovem cristã desconhecida para muitos, mas com certeza, seu nome está registrado nos livros da vida eterna. Veja o que ela escreveu na cela imunda de um campo de concentração nazista, durante a segunda guerra mundial. "O tempo aqui é um desafio. Às vezes surpreende-me o fato de eu aceitar tudo isto tão bem. Seguramente nunca me acostumarei a esta situação, mas em geral, estou feliz... Às vezes tudo parece escuro, mas o Senhor me provê Sua luz e isso é muito bom." Isto não combina com o que o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma quando estavam sendo perseguidos? Veja, Romanos 8:38 e 39: "Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor."
  • 31. Outro aspecto do texto de hoje tem a ver com a esperança, como herança de Deus para seus filhos. Isso está no verso 4: "...para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros..." (I Pedro 1:4) Esta herança, obviamente, é a salvação. No verso 9, Pedro fala da salvação da alma, referindo-se ao ser humano completo. Salvação, meu querido, é a libertação divina do poder do pecado e da autodestruição, colocando-nos num relacionamento correto com Deus. Este trabalho divino, afeta positivamente todas as áreas de nossa vida: saúde, família, trabalho, vida social, enfim... Quer dizer, quando Deus o abençoa com a Sua salvação, sua saúde deve melhorar porque você passará a respeitar os princípios presevadores da vida, sua família deve ser mais feliz porque agora o amor de Jesus transborda seu coração, sua vida profissional deve ser mais produtiva, porque não é mais somente o dinheiro a sua motivação. Você entende? Só que todos os benefícios que você pode receber nos diferentes aspectos da vida, são apenas um "adiantamento" da verdadeira herança que você receberá no final da história humana. Ah! o que Deus tem reservado para você são coisas que "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." (I Coríntios 2:9) Não é maravilhoso? Eu sei que é difícil para os seres humanos compreenderem o valor do que realmente nos aguarda. São Pedro usa, no verso 4, três palavras para referir-se ao tipo de vida que viveremos ao lado de Jesus: incorruptível, sem mácula e que nunca murchará. O pecado nunca mais terá poder para escravizá-lo, derrotá-lo ou humilhá-lo e você poderá respirar, a plenos pulmões, a liberdade que o Senhor lhe dará como herança. E o melhor de tudo isso, é que você nunca murchará, ou seja, não terá nunca mais aquela preocupação desesperada para não envelhecer, não mais bisturís, nem cremes, nem óleos. Não haverá mais dor, nem velhice, nem solidão. Você e Jesus vivendo eternamente. O apóstolo Pedro termina enfatizando que a esperança cristã concede aos filhos de Deus a certeza da proteção divina. Ele afirma no verso 5 que: "... sois guardados no poder de Deus..." (I Pedro 1:5) Agora, por favor, não entenda mal esta promessa. Proteção divina significa que você nunca estará só em nenhuma circunstância da vida, por mais adversa que ela seja. Jesus sempre estará com você. Proteção divina não significa isenção da dor e do sofrimento. Pedro deixa isso bem claro quando afirma no verso 6: "...embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações." (I Pedro 1:6) Proteção divina, significa que o poder divino estará sempre ao seu alcance de modo que você terá o valor e a coragem necessária para continuar sendo um filho de Deus em qualquer circunstância. Existe muita diferença entre dizer: "Um dia o Senhor me livrará de todas as dificuldades", e dizer: "Eu sei que o Senhor está comigo apesar das dificuldades". Esperança cristã não é somente espectativa futura. É, em primeiro lugar, e acima de tudo, realidade presente da proteção divina. Mas esta proteção não significa necessáriamente que não seremos atingidos
  • 32. pela dor. Claro que Deus não é o autor da tristeza e do sofrimento, mas essa é a realidade da vida humana num mundo imperfeito depois da entrada do pecado. Só que a promessa é que Deus não abandonará você quando a dor chegar. Ele estará ao seu lado enquanto atravessar o "vale da sombra e da morte." Lembre-se que a primeira epístola de Pedro foi escrita num tempo em que os cristãos estavam sofrendo por amor a Jesus. Naqueles dias, existiam muitos tipos de punições para os que seguiam a Jesus. Entre elas, estava a pena de morte. Quando Pedro escreveu sua primeira epístola, seguir a Cristo significava ter a vida por um fio. Os cristãos daquele tempo viviam na encruzilhada da vida e da morte. Todas as pessoas eram obrigadas a curvarem-se diante da estátua do Imperador de Roma e dizer: "César é o Senhor". Só que esta declaração siginificava negar ao Senhor Jesus Cristo e a punição para aquele que ousasse rejeitar a adoração ao Imperador, era a morte. Por esse motivo é que Pedro enfatiza a idéia de que a proteção divina significa que Deus não abandona Seus filhos na hora da decisão e da dor. Talvez você possa compreender isto, se por algum motivo neste momento está tendo dificuldades para seguir a Jesus. Outro dia, conversei com uma senhora, cujo marido tinha ameaçado expulsá-la de sua casa, se ela se batizasse. É esse o seu caso? Perdeu o emprego por causa de Cristo? Seus amigos o abandonaram? Seus familiares não querem mais saber de você? Bom, então talvez você compreenda como estavam sentindo-se os primeiros cristãos quando Pedro lhes escreveu a sua primeira carta. Nesta primeira carta, o apóstolo Pedro vai mais longe. Ele afirma no verso 6 que devemos alegrar-nos quando a provação chegar. Por que? Ele responde no verso 7: "Para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo." (I Pedro 1:7) Vê? Não se desespere quando o sofrimento chegar. Ele é como o fogo que refina o ouro e quando tudo passar, sua fé estará mais madura e tudo terá sido para a glória de Deus. Você está atravessando um momento difícil em sua vida? Sente que suas forças estão se esgotando e que você não conseguirá resistir por muito mais tempo? Lembre-se da promessa de hoje. Deus finalmente expulsará a dor e o sofrimento de sua vida. Mas enquanto esse dia não chegar, você não está sozinho. Jesus está aí com você. Seu sofrimento tem sentido, porque finalmente você sairá mais maduro dessa situação. A esperança do cristão não significa somente que você viverá num mar de rosas um dia, não. Ela tem que ver com você hoje. Ela trabalha em meio da humanidade e infelizmente, a dor e o sofrimento, são parte da humanidade. A esperança do cristão tem que ver com a vida. Não existe nada melhor que a esperança para dar sentido à vida. Deus nos deu a vida quando nos criou e quando no Calvário, a morte pareceu ter vencido, o Pai nos deu a ressurreição na vida de Seu Filho. Quer
  • 33. dizer, Ele tirou daquele cadáver aprisionado pela tumba a luz da esperança, Ele transformou aquela humilhação em glória, aquela agonia em forças renovadas. Por isso, Deus é o fundamento da nossa esperança. E você, meu amigo, pode sair neste momento das sombras do temor e do pessimismo para um novo dia ao lado de Jesus. Abra seu coração a Ele agora. ORAÇÃO Querido Pai, obrigado pela vida, pela dor e pelo sofrimento. Obrigado porque é na dor que a fé se purifica e faz-se mais robusta. Neste momento, muitos estão sofrendo, dá-lhes a certeza de Tua presença. Se é Tua vontade, liberta-os da dor, mas acima de tudo, liberta-os do medo, do pessimismo e dá-lhes a esperança que pode transformá-los. Em nome de Jesus, amém. (18) TOQUE DE FÉ Texto bíblico: Marcos 5: 25 a 34 Grande multidão o seguia, comprimindo-o. Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo hemorragia e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior, tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo. Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes? Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou? Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto. Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade. I ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em az e fica livre do teu mal. *** Vivemos na era da "geração saúde". A busca pela saúde, a procura da cura física e o sonho da eterna juventude são o anseio de muitas pessoas que hoje sofrem de algum mal e daqueles que querem viver com qualidade. Para conseguir isso estão dispostas a dar qualquer coisa e fazer qualquer coisa. Fomos criados para viver e não para morrer. Isto está dentro de nós, colocado pelo criador, mas muitos buscam idéias mirabolantes para promover a saúde e a vida, chegando até mesmo a cometer absurdos como negar a existência de doenças, imaginando que se a mente acreditar que é um mal psicológico a doença se cura,
  • 34. também a ingestão de pequenos pedaços de papel como se fossem comprimidos, se alimentar de luz e tantas outros tratamentos. Existem doenças graves, sérias, simples, de todo o tipo: viróticas, bacterianas, genéticas, hereditárias, adquiridas, desenvolvidas... E todas elas precisam ser combatidas. Os cientistas trabalham dia e noite tentando realizar descobertas que revolucionem o mundo da ciência e da farmacêutica. Mas, muitas doenças ainda são um desafio à ciência, apesar de toda a tecnologia moderna e avanços científicos. Para cada doença há um tratamento específico e direcionado. Um dos tratamentos, embora pareça simples, é o toque. O ser humano tem necessidade do toque. Pode-se dizer que a origem do toque é tão antiga quanto à história da humanidade. O uso das mãos como método de cura tem acompanhado a evolução das sociedades desde os tempos é te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal mais remotos. A terapia pelo toque das mãos tem um passado que atravessa todo o Oriente, do Egito ao Japão, e cada cultura desenvolveu paralelamente suas representações terapêuticas tendo as mãos como instrumento de cura. Que uma boa massagem tem o poder de relaxar e renovar as forças, pouca gente duvida. Quem já passou por uma sessão de massagem já experimentou a sensação de sair tão leve como se estivesse flutuando. Em vários países algumas clínicas e hospitais já oferecem massagens terapêuticas para complementar o tratamento de doenças como enxaqueca, escoliose, má circulação, fibromialgia e hipertensão, contudo, os médicos são categóricos em afirmar que o toque não substitui a medicina, a fisioterapia ou a enfermagem. É um complemento. O fato é que ninguém quer estar doente. Ninguém quer se sentir doente. Ninguém deseja conviver com doença alguma. UMA MULHER COM PROBLEMAS A bíblia nos conta que nas margens do Mar da Galiléia, na pequena cidade de Gergesa, à costa oriental, uma multidão esperava Jesus com alegria. Gergesa era o nome de uma vila próxima a Gadara, que era a cidade mais próxima; "Jesus permaneceu por algum tempo nas proximidades do lago, ensinando e curando". Dirigiu-se em seguida à casa de Levi Mateus para um banquete. Ele foi para as circunvizinhanças de Cafarnaum. Ali se daria o encontro do mestre curador e a mulher com uma doença há doze anos. Ser mulher já era difícil. Ser uma mulher sozinha era mais difícil ainda. Mas ser uma mulher, sozinha e ainda doente era algo assustador. Já se imaginou tendo uma doença que causasse uma hemorragia tão intensa que durasse doze anos? As conseqüências seriam desastrosas. Você teria uma vida difícil, teria fraqueza por causa da perda de sangue. Essa doença alteraria seus dias, limitaria suas atividades, traria desconforto e se fosse como no tempo de Jesus, ninguém poderia ou desejaria ficar perto de você. A doença controlaria sua vida, controlaria seus movimentos te impossibilitando de fazer quase tudo. O mais difícil
  • 35. seria ver o dinheiro que você ganhou no trabalho, o dinheirinho que você conseguiu juntar na poupança, a herança de um tio distante que você ganhou e toda a ajuda que a igreja podia dar ir embora em consultas, exames dolorosos e tratamentos intermináveis, tudo em vão, sem nenhum resultado positivo, sem nenhuma esperança de cura. Você se resignaria a esperar que seus dias terminassem solitários e infelizes. Da mulher descrita em Marcos não sabemos quase nada. Não sabemos seu nome, sua família, mas sabemos de sua fé. Ela tinha uma doença que lhe causou hemorragia crônica e era uma situação embaraçosa, desencorajadora que estava além da ajuda, do conhecimento e da simpatia humanos. Ela era considerada imunda pelas leis judaicas. Uma vez que se encontrava imunda, não poderia se casar, ter um relacionamento conjugai, convivência com amigos, carinho e afago dos pais... Era exigido um complexo ritual de purificação de todos que a tocassem. Essa mulher foi excluída do culto e da presença no Templo e também do privilégio de adorar na sinagoga com familiares e amigos. Ela consultara numerosos médico, sem obter resultado. Marcos acrescenta que ela "muito sofrerá, gastando todos os seus haveres e piorando cada vez mais". "Durante 12 anos, ela vivera num contínuo estado de impureza ritual. Sua alienação só era menor que a de um leproso ou da pessoa que havia tocado um cadáver. Por causa dela, camas, roupas e lugares em que se sentasse tornavam-se impuros". Ao ouvir falar das curas que Cristo operava, reviveu-lhe a esperança. Ela teve certeza de que se pudesse estar com Ele, ainda que só por um momento, ainda que fosse apenas para tocar-lhe, seguramente sua enfermidade seria curada. Por tanto tempo ela tentou ser curada e agora parecia tão possível que ela não teve dúvidas. Podia acontecer com ela também. Tantos outros conseguiram curas miraculosas e até impossíveis! QUANDO A MULTIDÃO ATRAPALHA Para se achegar a Jesus, esta mulher teve que enfrentar dois preconceitos: De ser impura, segundo a lei (Levítico 15.25-33; 20.18) e, de ser mulher, pois, naquela época, as mulheres não tinham os mesmos direitos dos homens. Com muita dificuldade ela foi à beira mar, onde Jesus estava ensinando, mas nem conseguiu chegar perto de Jesus. Ela tentou então segui-lo à casa de Levi Mateus, mas de novo foi impossível chegar até Ele. Quase entrou em desespero. Estava tão perto de conseguir, mas não podia falar-lhe. Era muita gente ao redor dEle. Existem situações em que achamos que há uma multidão entre nós e Deus. Pessoas que nos impedem de ir a Jesus e receber Suas bênçãos, mas o Senhor nunca irá deixar Seus filhos em desespero. Quando faltarem forças ou condições, Ele vem em nosso socorro. E foi o que aconteceu com aquela mulher. Jesus caminhou em meio à multidão, por entre o povo. Ele chegou perto de onde ela estava. Imagine só. A oportunidade estava ali. Ela não conseguiu ir até Ele, mas Ele foi até para perto dela.
  • 36. Ela já nem pensou em falar com Ele, em pedir algo. Não seria possível, mas imaginou que se ao menos tocasse a veste de Jesus ela ficaria curada. Ela não confiava nas vestes de Jesus, mas no próprio Jesus. Ver Jesus foi suficiente para que a mulher retomasse sua fé. Finalmente ela conseguiu chegar pertinho de Jesus e, estendendo a mão, mal conseguiu tocar na roupa Dele com as pontas dos dedos. Ellen White diz no Desejado de Todas as Nações que ela avançou conseguindo tocar de leve na orla do vestido de Jesus. Logo que ela O tocou a hemorragia parou completamente! Uma sensação calorosa e maravilhosa de saúde e bem-estar penetrou em todo o seu corpo e ela viu que depois de todos esses anos de dor e sofrimento, finalmente estava curada! Ela concentrou naquele único toque, toda a fé da sua vida e, num momento, a doença, a fraqueza, a tristeza, o isolamento deram lugar ao vigor da perfeita saúde. O curioso é que não se tratou de uma cura à distância, como a do servo do centurião, nem do toque intencional de Jesus, como aconteceu com a sogra de Pedro; Não foi Jesus quem tocou nela. Tratou-se de um toque de fé no mais próximo que ela imaginou conseguir chegar de Jesus: sua veste. QUEM ME TOCOU? Ela estava cheia de gratidão, mas, reconhecendo a indignidade da sua situação ela tentou ir embora por entre a multidão. Jesus se virou em sua direção e disse em alto e bom som, que conseguiu ser ouvido e distinguido acima do barulho que havia: Quem me tocou? Os Seus discípulos Lhe responderam com espanto, dizendo: - Com toda esta multidão Te apertando de todos os lados, Tu perguntas quem é que te tocou? A pergunta soou muito estranho aos discípulos e ao povo. Pedro, o mais rápido em falar disse: - Senhor, não é possível crer no que dizes. Uma multidão está ao teu redor te comprimindo, querendo chegar perto, querendo te tocar e o Senhor pergunta "Quem me tocou"? Obviamente Jesus sabia quem O havia tocado. Jesus é Deus e como Deus é onisciente. Mas Jesus queria fazer algo mais por aquela mulher. Se a sociedade a rejeitava pela doença que ela tinha, se a considerava impura por ter como sintoma uma hemorragia crônica, ela precisava de uma restauração social. Ainda tremendo ao perceber o que tinha acontecido, a mulher veio e prostrou-se aos pés de Jesus, contando-lhe o lhe havia ocorrido. Amorosa e ternamente, como um pai falaria com seu filho, Jesus lhe disse: — Filha, a tua fé te curou! Vai em paz e fica curada da tua doença. Jesus desejou lhe dar a restauração física. Publicamente ela manifestou fé em Jesus, publicamente Jesus anunciou sua cura. Somos seres sociais. Não vivemos somente para nós. Precisamos dessas relações interpessoais para completar nossa existência. Esposa, marido, filhos, amigos, irmãos, pais, mães, vizinhos, colegas de trabalhos, vendedores, produtores, motoristas, todos compõe nossa esfera de relacionamentos interpessoais e não podemos nos isolar
  • 37. deles. A mulher que estivera doente sabia muito bem o que era estar isolada. A comunidade daquela mulher sabia do seu mal, conhecia sua dor. Não conhecia a solução, mas o problema conhecia bem. Para que ela pudesse voltar ao convívio social, do qual estava afastada havia tanto tempo, o povo precisava saber que, de fato, ela estava curada. Para libertá-la do constrangimento de ser impedida de entrar em lugares, de falar com pessoas, de ir à igreja, Jesus fez a pergunta para que todos pudessem ouvir a resposta. Então, quando ela voltou para assumir que foi ela quem O tocou, Jesus pôde falar livre e publicamente: "Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e se curada deste mar'. Sabem, nenhum gesto fica despercebido pelo Deus do Céu. NEle sempre haverá poder para solucionar impossibilidades. Tudo o que sentimos, o que desejamos e o que fazemos passa pelo olhar misericordioso do Deus eterno. O poder de Jesus na vida faz isso; traz restauração física, social e emocional. Jesus queria devolver àquela mulher a capacidade de movimentos, de locomoção, de atividade e a restauração física lhe deu isso. Mas Jesus foi além. Deu também a capacidade de amar e ser amada, respeitada, a possibilidade de viver em família e de voltar a adorar a Deus em comunidade. Agora sim, sua vida poderia voltar ao normal. Poderia começar uma nova vida! Nossa! Que transformação em um único toque! CONCLUSÃO Deus quer restaurar-nos completamente Restaurar-nos fisicamente, socialmente e espiritualmente. Necessita¬mos tocar em Jesus. Temos um Deus único que não é Deus de multidões, mas de indivíduos. Vê cada um distintamen¬te, conhece as impossibilidades e dores e socorre a cada um, conforme as suas necessidades. Muitos naquela multidão tocaram em Jesus e não foram curados. Por quê? Ainda hoje, em nossos dias, mui¬tos aprendem sobre Jesus, estudam Sua Palavra, O respei¬tam mas não são transformados.Por quê? " Porque a cura ou a transformação, a mudança de vida, de rumo só ocorre mediante confiança real, fé legíti¬ma nEle e não mediante mero contato com Seu evangelho, com Sua igreja, com Sua história. Hoje as pessoas conhecem muito sobre muitas coisas e pouco conhecem de Deus. Je¬sus corresponde àqueles que correspondem a Ele de modo real. O toque de Cristo não transformará a todos, somente aos que desejarem ardentemente. Aqueles que se deixarem atrair por Cristo serão infinitamente ajudados". No poder de Deus o toque divino suaviza qualquer tipo de dor, reverte qualquer situação e não há miséria hu¬mana que não possa ser aliviada pelo toque do Senhor. Em I Pedro 5:7 lemos o convite: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade porque Ele tem cuidado de vós". Jesus está disposto a oferecer a cura de que necessitamos. Seu toque de amor toca nossa alma e nos cura, toca nosso coração e nos transforma,
  • 38. toca nossa vida e a restaura, toca nossa fé e a faz crescer, toca nossa mente e a faz entender Suas verdades e Seu amor. Jesus está disposto a vir onde você está. Está esperando seu lançar-se sobre Ele e você pode ter a certeza que teve Davi: Ele sabe tudo a nosso respeito e por isso pode nos socorrer. Ao irmos a Jesus é como se estivéssemos dizendo: Senhor, Tu sabes que desejo ser bom. Tu sabes o quanto desejo ter meu caráter transformado, minhas vontades sujeitas à Tua vontade. Só o Senhor vê o coração, vê as intenções, então Te suplico - olhe lá dentro de mim e me ajude a mudar o que não consigo. Tenho fé suficiente para crer, mas sou fraco demais para mudar. Restaura minha vida, pela Tua graça! Eu Te aceito e Te louvo por tão grande amor! A vida é uma constante busca e uma grande tentativa de ser feliz, mas, só há um lugar onde podemos encontrar a verdadeira felicidade - aquela que motiva a vida e anima o espírito: aos pés de Jesus. Esta é a grande verdade, pois o ser se renova e reforma a cada manhã, ao encontrarmos o Senhor. Pela comunhão, pela contemplação e pela obediência somos transformados. O toque da fé nos leva a uma maior relação de amparo e amor, uma compreensão maior da necessidade da presença do salvador na vida. Temos em Jesus nosso maior exemplo; temos em Seu amor nossa maior segurança; temos em Sua graça nossa maior certeza - a vida eterna! (19). Johnny Torres Zé Boró já teve seus dias de glória no circo por “cantar sozinho com duas vozes em perfeito dueto”, mas hoje é mais um dos esquecidos nos asilos. O sonho dele é encontrar a filha de 25 anos "Não tenho mais prazer na vida/ não pretendo mais amar/ o meu destino é esse/ meu consolo é chorar!”
  • 39. CONCLUSÃO Como seres humanos e racionais, temos que naturalmente cuidar de nossos entes: Filhos, irmãos e nossos pais, e com a caridade cristã, o próximo (Lucas 10:29). Os motivos podem ser por amor, gratidão, generosidade, afetividade, etc. Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. [I Tm 5:8] Nesse estudo, evidenciamos que através da espiritualidade em nós, é possível transferir o conceito com ações práticas a partir de nossa vida pessoal. Aceitar a existência de um ser divino e tê-lo como referência nos capacita a oferta-lo àqueles com os quais trabalharemos e cuidaremos. Entendemos que o idoso tem outra perspectiva em relação a sua vida e seu momento, quando a espiritualidade se torna ingrediente de sua crença e seus valores. Aferimos por diagnóstico nesse estudo, que a culpa é um mal presente, mas que o perdão aprendido é antidoto que sara e proporciona a paz. Ancoramos nossa certeza nos fundamentos da Fé, da Esperança e do Amor. Cremos que a transformação de nosso pensar sobre a vida é contagiante e motiva-nos na certeza que estamos no caminho certo. Primeira atividade (em todas as aulas) • Vídeo/ Música: - Somos quem podemos ser. - É preciso saber viver - Nada do que foi será de novo... - Oração de São Francisco (Fágner) - Tente outra vez - Epitáfio - Tocando em frente - Até quando? - Quem acredita sempre alcança - Dias melhores pra sempre - Ninguém Explica Deus • Fala: A importância de ―ser‖. 10 min. – Somos o que acreditamos ser; – Se não há uma postura social, não há um ser, existe apenas ―alguém que sobrevive‖; – É importante ter opinião, posicionar-se na escola, na rua, em casa, na vida... – Para tanto é preciso ―ser alguém‖... Só posso me posicionar se me expresso de acordo com um comportamento adequado; – Até quando? Até quando manterei uma postura ―aquém‖ ao meio em que vivo?