O documento discute a detecção precoce do câncer de mama no Brasil e em outros países. Aponta que o câncer de mama costuma ser diagnosticado em estágios avançados nos países em desenvolvimento, com maiores percentuais de tumores palpáveis. Também destaca desafios como a qualidade dos exames de rastreamento, atrasos no diagnóstico e início do tratamento, e barreiras ao acesso aos serviços de saúde.
1. A detecção precoce do câncer de mama tem acontecido
de forma ágil, oportuna e com qualidade?
(Discussão das recomendações 3, 4, 5 e 8)
Coordenador: Ronaldo Corrêa
INCA / Conprev
Convidado: Luiz H. Gebrim
UNIFESP/Hospital Pérola Byington
INCA no outubro rosa - Fortalecendo laços para o controle do
câncer de mama: avanços e desafios
Rio de Janeiro, 04/10/2012
3. Estágio I Estágios III e IV
América Latina
(1985-1997, 2002)
9%-14% 48%-49%
Ásia (1995,1996) 4%-8% 35%-53%
Oriente Médio
(2000-2002,2001-2008, 2004, 2008)
11%-26% 37%-74%
África
(1970-1987, 1976-1997)
5%-31% 31%-78%
EUA
(1999-2005)
60% 38%
Brasil
(1979-1989, 1975-1997)
10%-16% 30%-67%
Estágio inicial do câncer de mama em países de média
e baixa renda e nos EUA
Fonte: Journal of Oncology. Volume 2010, Article ID 595167, 6 pages doi:10.1155/2010/595167, 2010.
4. Distribuição percentual dos casos de câncer da mama
feminina, segundo estadiamento clínico do tumor, 2000 a 2008*
Fonte: Integrador RHC. INCA, 2012.
*Excluídos: 9.022 (16,5%) casos sem informação para estadiamento; 2.811 (5,2%) casos não estadiáveis e 3
(menor que 0,1%) com outro estadiamento. Exceto Amapá, Maranhão, Roraima, Goiás e São Paulo.
5. Fez em até 1 ano
Nunca fez
Fez em até 2 anos
Nunca fez
Fonte: PNAD 2008 – Um Panorama da Saúde no Brasil. IBGE, 2010.
Proporção de mulheres segundo frequência de realização de exames de rastreamento para câncer de
mama - Brasil (PNAD 2008)
39,6
54,2
25,3
28,9
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Exame Clínico (40 anos ou mais) Mamografia (50 a 69 anos)
Tipo de exame
%
Percentual de cobertura dos exames de rastreamento do câncer
de mama – Brasil (PNAD 2008)
6. Proporção de mulheres segundo realização do exame clínico
das mamas e mamografia, por UF. Brasil - PNAD 2008
Fonte: Informativo Detecção Precoce nº 2. INCA, 2011.
PNAD 2008
Nunca fez ECM % Fez MMG em 2 anos %
Rondônia 45,6% São Paulo 69,4%
Pará 47,0% DF 70,4%
Alagoas 48,2% Espírito Santo 59,9%
Brasil 25,9% Brasil 54,2%
7. Tamanho dos nódulos nas mamografias
Fonte: SISMAMA. INCA/DATASUS, 2012.
Mamografias com nódulos, Brasil, 2011-2012
8. Qualidade da mamografia
Mamog rafia C onvencional - 2010
0
2
4
6
8
10
12
14
3 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 17
Dose de Entrada (mGy)
Nº
de
S
erviç
os
Média: 9,7mGy
Mínimo: 3 mGy
Máximo: 17 mGy
Mamog rafia Dig ital - 2010
0
1
2
3
4
5
7 8 9 10 11 12 13 14 15 17 18 19 20 25 42 40
Dose de Entrada (mGy)
Nº
de
S
erviç
os
Média: 14,9 m Gy
Mínim o: 7 m Gy
Máxim o: 45 m Gy
Secretaria de Vigilância Sanitária de Goiás - 2010
9. Detecção precoce e qualidade da MMG
O câncer de mama é geralmente diagnosticado em estágios avançados
nos países em desenvolvimento;
Maiores percentuais de tumores palpáveis nos países em
desenvolvimento (60%-70%) em comparação com países desenvolvidos
(40%).
O grau de conscientização ou alerta (awareness) sobre o câncer de
mama é baixo e está relacionado às condições sócio-econômicas;
A qualidade dos exames de rastreamento (mamografia) precisa ser
garantida;
12. Intervalo de tempo entre o diagnóstico e início do tratamento. Brasil, 2000 a 2008*
*Excluídos: 669 (1,2%) casos sem informação para data de diagnóstico; 500 (0,9%) casos sem informação para data de
início do tratamento e 727 (1,3%) casos em que o tratamento não foi realizado
Fonte: Registros Hospitalares de Câncer. INCA, 2012.
Atraso no início do tratamento
13. Atraso no diagnóstico e início do tratamento
As menores taxas de incidência implicam em maiores ocorrências de
resultados falso-positivos;
Diversas barreiras (sociais, culturais, relacionadas aos sistemas de
saúde) limitam a realização dos procedimentos diagnósticos;
Quanto maior o conjunto de procedimentos diagnósticos, maior o
atraso entre o diagnóstico e início do tratamento;
Diferentes patologias (benignas e malignas) e diferentes
apresentações (sintomáticas e assintomáticas) “competem” pelos
recursos diagnósticos;
Menor “tolerância” de atrasos entre o diagnóstico e o início do
tratamento de lesões palpáveis em comparação com lesões
impalpáveis;
14. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
www.inca.gov.br/mama
atencao_oncologica@inca.gov.br
rsilva@inca.gov.br
Tel:(021) 3207-5633/5643