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YU-FU TUAN
• Geógrafo chinês, nascido em 1930.
• Deriva do grego: TOPO= Lugar/ FILIA= Amigo,
amizade, sentimento positivo
• “Elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou
ambiente físico”
2
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
• Sem a auto compreensão não podemos esperar por soluções duradoras para
problemas ambientais que, fundamentalmente, são problemas humanos.
• Problemas humanos (econômicos, políticos ou sociais) dependem do centro
psicológico da motivação, dos valores e atitudes que dirigem as energias para os
objetivos.
3
DEFINIÇÕES
• Percepção: inclui tanto a resposta aos estímulos externos, quanto a atividade proposital, na
qual certos fenômenos são registrados, enquanto outros retrocedem para a sombra.
• Atitude: uma postura cultural, formada por uma longa sucessão de percepções
(experiências)- implica firmeza de interesse e valor
• Visão do mundo: experiência conceitualizada, parcialmente pessoal e em grande parte
social, é um sistema de crenças. A palavra sistema implica que as crenças estão
estruturadas (podendo ser arbitrário)
4
CAPÍTULO 2: TRAÇOS COMUNS EM PERCEPÇÃO- OS SENTIDOS
• Duas pessoas ou grupos não vêem a mesma realidade- diferenças culturais e ambientais
• Porém como membros da mesma espécie compartilhamos órgãos sensoriais similares.
5
VISÃO
• O homem é predominantemente um animal visual: ver para crer
A visão humana, como a de outros primatas, evoluiu em um ambiente arbóreo. No
mundo denso e complexo de uma floresta tropical, ver bem é mais importante que o
olfato, por exemplo.
Ao longo da evolução, os olhos cresceram e o nariz encolheu
Sensibilidade cromática ostenta um grau de precisão raramente ultrapassada pela
espectofotometria.
Visão binocular: corpos tridimensionais
6
AS MÃOS E O SENTIDO DO TATO
• Ver não é ainda acreditar (Cristo se ofereceu para ser tocado pelo apóstolo incrédulo)
• O tato é a experiência direta da resistência, a realidade independente da nossa
imaginação.
• Primatas: capacidade de distinguir detalhes estáticos- meio ambiente como coleção de
coisas- manuseiam, apanham e examinam as coisas de todos os lados.
• Homem vendado e sem ouvir distingue madeira, metal, plástico, papel
7
AUDIÇÃO
• A audição humana não é muito fina (maior em carnívoros- orelhas sem mobilidade)
Apesar disso, somos mais sensíveis ao que ouvimos do que ao que vemos (música e
pintura)
Talvez, porque não podemos fechar os ouvidos, nos sentimos vulneráveis
• Sensações mais importante do feto e do bebê é a batida do coração da mãe.
• Aqueles que ficam surdos: depressão, paranoia, vida
congelada e o tempo não progride, o espaço se contrai,
dissociação.
8
OLFATO
• Cachorro> Primata
Acasalamento e alimentação
• Homem moderno: odor=mau cheiro
Aliáceo, ambrosíaco, hortelã pimenta, aromático,
etéreo, caprino, etc
• O odor evoca lembranças vívidas carregadas emocionalmente
Cortex (reserva de lembranças), evoluiu da parte do encéfalo, originalmente relacionada
ao olfato 9
PERCEBENDO COM TODOS OS SENTIDOS
• Ser humano usa todos os sentidos: Informação potencialmente disponível é imensa.
• Que órgão do sentido é mais exercitado varia com o individuo e depende da cultura
• Homem urbano industrial: visão- espaço limitado e estático- sem objetos e sem fronteiras,
o espaço é vazio
• Esquimó Aivilik: usa todos os sentidos-
espaço em movimento- céu e terra se
juntam-12 termos para os diferentes ventos
10
PERCEPÇÃO E ATIVIDADE
• A percepção é uma atividade: os órgãos dos sentidos têm pouca utilidade se não forem
ativamente usados
• Para os jovens, muitos jogos não têm finalidade mas ajudam a descobrir e experienciar o
mundo
Mas, ao contrário de outros primatas, a partir de três ou quatro anos os jogos começam a
ser motivados por temas (estórias que conta a si mesma, versões transfiguradas de sua
experiência no mundo)
• Atividades e explorações cada vez mais influenciados por valores culturais.
Podem ocorrer diferenças gritantes: Uma cultura tem bom olfato e outra visão
estereoscópica mais desenvolvida
11
CAPÍTULO 3: ESTRUTURAS E RESPOSTAS PSICOLÓGICAS
COMUNS
• Seres humanos tem grandes cérebros e mais que isso, mentes.
• Comportamento simbólico: linguagem abstrata de sinais e símbolos (mundos mentais)
O meio ambiente artificial construído é resultado de processos mentais (assim como os
mitos, ciência, fábulas, taxonomia)_ casulos variam conforme o tempo e o lugar
• Charge: Exemplo de como o mito (religião) e o símbolo (vestimenta) variam de acordo
com o lugar
12
13
• Escala da percepção: Os objetos que percebemos são proporcionais ao nosso corpo, à
acuidade e amplitude do nosso aparelho sensorial e ao propósito (insetos e bactérias além
da empatia)
• Segmentação: humanos tendem a segmentar os continuums da natureza (estações do
ano, cores, direções cardeais, clima)
• Oposições binárias: tendência em organizar os fenômenos em pares opostos
• Resolução de contradições: a ideia de centro reconcilia as tendências polares das
direções cardeais- reencarnação ou vida após a morte- círculos e mandalas 14
SUBSTÂNCIAS E ESQUEMAS COSMOLÓGICOS
• Cada grupo tem uma nomenclatura para os conteúdos da natureza (madeira, terra,
ar, água, fogo, metal, etc)
• Substâncias básicas têm qualidade específica e representam um processo no
desejo de compor um sistema coerente
• Em comum: Subdividem os continuuns da natureza, relacionam direções às cores,
ação ou comportamento implícito ou explícito, o conceito de centro existe
15
A PSICOLOGIA DAS CORES E O SIMBOLISMO
• Avançadas: vermelho, laranja e amarelo, parecem mais próximas do observador,
vermelho e laranja “se esticam”, estimula o sistema nervoso e sugere tepidez,
objeto parece mais pesado que é.
Vermelho: casamentos (China), sepultamentos (Papa, sarcófagos)
• Recuadas: Verde, azul, azul-verde, sugerem frieza, azul julgado mais leve do que é,
azul indica subida
• Branco, preto e vermelho são um dos símbolos mais antigos da humanidade
(produtos do corpo humano associado à emoção)
Amarelo e por último, azul.
16
PSICOLOGIA ESPACIAL E SIMBOLISMO
• Ideia de centro - geográfico ou cosmológico- e periferia é universal.
Centro é o lugar onde me encontro
• Valores espaciais que transcendem as culturas baseiam no corpo humano: frente
e trás (os nobres vão na frente, entrada dos fundos)
• Aberto e fechado: liberdade, aventura, luz versus aconchego, segurança,
privacidade
• Elementos verticais evocam esforço e desafio, enquanto os horizontais evocam
aceitação e descanso.
• Relação sinestésica: as paisagens abrem-se, as torres elevam-se
17
CAP. 4: ETNOCENTRISMO, SIMETRIA E ESPAÇO
• Etnocentrismo e egocentrismo são universais ( embora variem entre indivíduos e grupos
sociais)
Egocentrismo não se realiza pois dependemos uns dos outros (biologicamente e
psicologicamente)- fantasia
Etnocentrismo pode ser realizado: grupo totalmente auto suficiente
• Egito: homens de um lado e líbios, asiáticos e africanos de outro (os estrangeiros estão se
tornando pessoas)
• Persas: Quantos mais próximos mais estima os vizinhos recebiam.
• A ilusão do etnocentrismo deve ser mantida para a manutenção da cultura: Capital do
calcário, terra da salsicha (sentido de centralidade)
18
• Etnocentrismo e diagramas cósmicos entre povos analfabetos
• Esquimós vivem às margens do mundo habitado, mas se achavam o centro geográfico e
populacional do mundo.
• Quando europeus chegavam, eles pensavam que era para aprender virtudes e boas
maneiras.
Tendemos a exagerar o tamanho de nossos
Territórios
Terra como um disco plano cercado por água
e flutuando sobre ela (Aivilik, Yurok)
19
• Etnocentrismo chinês
• Cosmologia retangular
• Os mapas gregos
• Redondo plano rodeado por água- influencia
Babilônica (Pode ser um constructo compatível com a
mente humana)
• Hecateu (520 a 55 AC): Divididos pelo Cáucaso
20
• Mapas O-T (Orbis terrarum): Idade Média
• Don e Nilo (horizontal) e Mediterrâneo
• Sec VI- utilizados por 1000 anos
• Inúteis pra navegação mas expressa a crença de uma cultura teológica
• Figura 6: Mapas Orbis Terrarum da Europa Medieval 21
EXCEÇÕES
• Pessoas acreditam numa raça superior, semidivina, que vive além dos confins do
seu território conhecido.
Astecas e Cortez: crença em um povo divino de cor branca
Madagascar: lendas pressagiavam a chegada de uma raça poderosa
• Geocentrismo e heliocentrismo.
Filósofos do iluminismo viam a Europa como centro da escuridão rodeada por
ampla faixa de luz.
Pensadores e poetas do sec. XVII e XVIII deslumbrados pelos relatos de terras
além mar
22
CAP. 5: MUNDOS PESSOAIS: DIFERENÇAS E
PREFERÊNCIAS INDIVIDUAIS
• Seres humanos: Diferenças são individuais e não entre raças.
• Personalidade e temperamento: glândulas endócrinas (hormônios- emoções e
sensações)
• Individualidade fisiológica: sensibilidade para sons, cores, tátil, calor e frio,
visão periférica, encéfalo- mentes diferenciadas.
• Temperamento, talento e atitude: existe associação entre físico e
comportamento, mas ainda não foi descoberta um forma correta de relacioná-los.
23
• TOLSTÓI: Mundo Homérico no ambiente arcaico e pastoral, iguala a vida no
campo à boa vida
• DOSTOIEVSKI: Ao contrário está imerso na cidade, a cidade pode até ser o
inferno, mas a salvação não está no campo, só pode ser encontrada no reino de
Deus.
24
SEXO
• Diferenças fisiológicas entre homem e mulher são claramente especificáveis e afetam o
modo de responder ao mundo.
• Como o homem tem menos gordura sente menos frio
• A mulher tem a pele mais sensível
e é mais suscetível à sensações
táteis, também no aparelho olfativo.
• Culturalmente, homens e mulheres
tem papéis diferentes, mas há exceções
e dúvidas
Meninos: alto e baixo, paredes com protuberâncias (ornamentos ou canhões), torres altas,
fora do recinto, em movimento, colapso e ruína
Meninas: dentro e fora, interior do recinto, estáticos.
25
IDADE
• Infante
Discrimina o som e as variações de temperatura e pressão: sem mundo.
Experiência espacial: oral (respiração), vertical (arrotando), horizontal (dormindo)
26
• A criança pequena: 3 a 4, mundo animado, com objetos
vívidos em um espaço pobremente estruturado em termos de
paisagem ( reduzido aos arredores imediatos)
• A criança e a abertura para o mundo: sete aos
catorze têm impressões sensoriais vívidas, conceitua o
espaço e a paisagem, sem preocupações está aberta
ao mundo
• Velhice: os sentidos vão embotando com a idade (paladar,
visão, audição), o mundo percebido se encolhe, diminui a
mobilidade, fantasiam com o passado.
27
CAP. 6: CULTURA, EXPERIÊNCIA E ATITUDES
AMBIENTAIS
• Os conceitos “cultura” e “meio ambiente” se confundem assim como “homem” e
“natureza”.
• Papéis do sexo na percepção: caçador Aivilik desenha mapa com contorno da ilha, a
mulher mostra a localização de povoados, casais de braços dados no shopping.
• Papéis confusos na classe alta cosmopolita e grupos como: contracultura das “pessoas
de rua” e cientistas
28
• Visitante: Ponto de vista simples, facilmente enunciado (novidade)
O entusiasmo do estranho, não menos que sua postura crítica, podem ser superficiais
( sem pensar como as pessoas vivem)
Sua principal contribuição é a perspectiva nova.
• Nativo: atitude complexa é expressa com dificuldade e indiretamente, através do
comportamento, tradição local, conhecimento e mito.
29
MUDANÇAS NA ATITUDE AMBIENTAL: MONTANHA
• Elementos permanentes causam respostas emocionais que variam com o tempo
• A montanha: assombro, perigosa, inacessível, lugar onde o céu e a terra se encontravam,
centro do mundo, impregnado de poder sagrado
• Com o tempo as atitudes mudaram: do religioso para o estético, do sentimento pelo
sublime para o pitoresco (recurso recreativo)
• Sec. XVIII visão insensível depois os românticos a
exaltaram.
• Abandono da ideia de que o circulo representa
perfeição
• Ar leve faz bem para a saúde: spas, sanatórios
e hotéis.
30
CAP. 7: MEIO AMBIENTE, PERCEPÇÃO E VISÕES DE MUNDO
• Meio ambiente e percepção: pessoas que vivem em ambientes carpintejado ou não
carpintejado tendem a perceber de forma diferente o comprimento de retas e o tamanho
dos ângulos
• Acuidade perceptiva e os desafios dos meios severos: bosquímanos do Calaari
(deserto com alguns Baobás), identificam folhas invisíveis em meio ao capim para colher
tubérculos- tem maior acuidade visual que seus vizinhos Gikwe ( moitas e pequenas
árvores).
• Meio ambiente e visão de mundo: estreitamente relacionados
• O ambiente da floresta: completamente envolvente, homogêneo, sem horizonte, marcos
visuais, não se vê estrelas, sem sazonalidade
31
• Pigmeus BaMbuti da floresta equatorial do Congo: vivem em elemento completamente
abrangente, e não em terra entre céu em cima e inferno em baixo.
• As estrelas não tem papel em sua cosmografia e o sol não é um disco luminoso no céu,
mas antes manchas tremulantes no chão da floresta
• O sentido do tempo é restrito: dá-se pouca importância ao passado e à genealogia.
• Desconhecem os eventos cíclicos do meio ambiente, experimentam uma diminuição da
perspectiva.
• Kenge em pastagens abertas: búfalos tão pequenos
quanto insetos, barca de pesca como pedaço de
madeira flutuando
• Intimidade com a floresta: dançar sozinho - com a
floresta.
32
• Meio ambiente dicotomizado e atitudes dualistas: Lele do sudoeste da floresta
equatorial do Congo, onde há também pastagens.
• A floresta é o domínio dos homens e a pastagem fica para as mulheres
• A floresta é uma fonte de conforto para os homens e para as mulheres escura e
vagamente ameaçadora.
33
EGITO
• Rio Nilo fertiliza um corte meridional no deserto: águas de inundação certas
• O sol no céu sem nuvens também tem muita importância.
• Simetria na natureza: lado direito e esquerdo do Nilo férteis e além deles, desertos
desoláveis.
• Simetria na cosmologia: Terra no centro (com a forma do vale do Nilo) flutua nas água
primordiais, acima está o céu (panela emborcada), e abaixo o inferno.
• A aparência casual da cidade contradiz a ânsia
pela simetria e equilíbrio, que encontrou em
expressão tão exata nas pirâmides e em outros
aspectos da vida egípcia.
34
CAP. 8: TOPOFILIA E MEIO AMBIENTE
• Apreciação estética de obras de arte e cenários: dura 2 minutos, mais que isso necessita
da critica para manter nossa atenção
• As mais intensas experiências estéticas nos pegam de surpresa e são a antítese do
sentimento afetivo por lugares que se se conhece bem
• O turismo beneficia a economia mas não une o homem à natureza
• A apreciação da paisagem é maior quando está conectada a incidentes humanos ou
a curiosidades científicas.
35
• Saúde e topofilia: bem estar influencia, bom estado de ânimo
• Familiaridade e afeição: familiaridade engendra afeição ou desprezo, a afetiva protege o
ser humano das perplexidades do mundo exterior (despejo, idosos)
• A consciência do passado é importante no amor pelo lugar- Estátuas de batalhas
• Patriotismo: amor pela terra pátria
Evocado por categorias abstratas de orgulho e poder e por certos símbolos, como a
bandeira
A topofilia necessita de um tamanho compacto, reduzido às necessidades biológicas do
homem e às capacidades limitadas dos sentidos (Império Romano, Estado moderno,
Rússia czarista- vasto sistema de poder impessoal)
36
• Sentimento afetivo com o campo é mais difuso e precisa de sua antítese (cidade) para se
formar.
Quando a cidade alcança um certo nível de desenvolvimento e complexidade, as pessoas
começam a apreciar e observar a simplicidade da natureza.
• Apreciação romântica (literati) x apreciação forte e direta (arcaicos, agricultores)
• Cidade X selvagem (e não o campo- intermédio)
• Selvagem: Terra maldita (expurgo e punição) x Terra santa (refúgio e contemplação)
37
CAP. 9: MEIO AMBIENTE E TOPOFILIA.
• O ambiente não é a causa direta da topofilia, mas fornece o estímulo sensorial, que ao agir
como imagem percebida, dá forma às nossas alegrias e ideais.
• Meio ambiente ideal: Eliseu (além morte)
• Os meio ambientes de atração permanente: praia, vale e ilha
Praia: sugerem segurança (reentrâncias e vales) e aventura (mar), primeiras moradas dos
seres humanos na África, sambaquis sustentavam maior população que o interior,
balneário
Vale: nicho ecológico diversificado, primeiros passos da humanidade na agricultura,
útero/refúgio (símbolo)
Ilha: importância no reino da imaginação, cosmologias (terra como ilha), Idade Média até
grandes explorações- continentes como ilhas
38
• Topofilia derivada das imagens circundantes: aspectos que inspiram respeito, sustento e
satisfação no contexto de suas vidas
• O mar, a terra fértil e as ilhas figuraram na imaginação dos gregos antigos (Ilíada e
odisseia- mar cinzento e traiçoeiro; poesia alexandrina- fascínio pelo mar)
• Podemos conhecer muito pouco da topofilia do passado através das obras de arte e dos
artefatos que perduraram
• Pintura: difícil interpretar pois os artistas se desenvolvem em uma escola (revela mais do
que aprendeu do que sua visão)
• Montanhas e vales fluviais em artistas europeus (Leonardo da Vinci)- realista
39
• Topofilia enriquecida pelo amor religioso
• Grandeza da floresta primitiva, com sua solidão e quietude, interrompida somente pela luta
entre São Jorge e o dragão (Albrecht Altdorfer (1480- 1538)
• Influencia da concepção bíblica do selvagem como refúgio do perigo e do mal
• Por outro lado a atenção do artista para dentro da floresta, indica sensibilidade estética para
a floresta, mesmo quando ela domina o homem
40

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  • 2. YU-FU TUAN • Geógrafo chinês, nascido em 1930. • Deriva do grego: TOPO= Lugar/ FILIA= Amigo, amizade, sentimento positivo • “Elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico” 2
  • 3. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO • Sem a auto compreensão não podemos esperar por soluções duradoras para problemas ambientais que, fundamentalmente, são problemas humanos. • Problemas humanos (econômicos, políticos ou sociais) dependem do centro psicológico da motivação, dos valores e atitudes que dirigem as energias para os objetivos. 3
  • 4. DEFINIÇÕES • Percepção: inclui tanto a resposta aos estímulos externos, quanto a atividade proposital, na qual certos fenômenos são registrados, enquanto outros retrocedem para a sombra. • Atitude: uma postura cultural, formada por uma longa sucessão de percepções (experiências)- implica firmeza de interesse e valor • Visão do mundo: experiência conceitualizada, parcialmente pessoal e em grande parte social, é um sistema de crenças. A palavra sistema implica que as crenças estão estruturadas (podendo ser arbitrário) 4
  • 5. CAPÍTULO 2: TRAÇOS COMUNS EM PERCEPÇÃO- OS SENTIDOS • Duas pessoas ou grupos não vêem a mesma realidade- diferenças culturais e ambientais • Porém como membros da mesma espécie compartilhamos órgãos sensoriais similares. 5
  • 6. VISÃO • O homem é predominantemente um animal visual: ver para crer A visão humana, como a de outros primatas, evoluiu em um ambiente arbóreo. No mundo denso e complexo de uma floresta tropical, ver bem é mais importante que o olfato, por exemplo. Ao longo da evolução, os olhos cresceram e o nariz encolheu Sensibilidade cromática ostenta um grau de precisão raramente ultrapassada pela espectofotometria. Visão binocular: corpos tridimensionais 6
  • 7. AS MÃOS E O SENTIDO DO TATO • Ver não é ainda acreditar (Cristo se ofereceu para ser tocado pelo apóstolo incrédulo) • O tato é a experiência direta da resistência, a realidade independente da nossa imaginação. • Primatas: capacidade de distinguir detalhes estáticos- meio ambiente como coleção de coisas- manuseiam, apanham e examinam as coisas de todos os lados. • Homem vendado e sem ouvir distingue madeira, metal, plástico, papel 7
  • 8. AUDIÇÃO • A audição humana não é muito fina (maior em carnívoros- orelhas sem mobilidade) Apesar disso, somos mais sensíveis ao que ouvimos do que ao que vemos (música e pintura) Talvez, porque não podemos fechar os ouvidos, nos sentimos vulneráveis • Sensações mais importante do feto e do bebê é a batida do coração da mãe. • Aqueles que ficam surdos: depressão, paranoia, vida congelada e o tempo não progride, o espaço se contrai, dissociação. 8
  • 9. OLFATO • Cachorro> Primata Acasalamento e alimentação • Homem moderno: odor=mau cheiro Aliáceo, ambrosíaco, hortelã pimenta, aromático, etéreo, caprino, etc • O odor evoca lembranças vívidas carregadas emocionalmente Cortex (reserva de lembranças), evoluiu da parte do encéfalo, originalmente relacionada ao olfato 9
  • 10. PERCEBENDO COM TODOS OS SENTIDOS • Ser humano usa todos os sentidos: Informação potencialmente disponível é imensa. • Que órgão do sentido é mais exercitado varia com o individuo e depende da cultura • Homem urbano industrial: visão- espaço limitado e estático- sem objetos e sem fronteiras, o espaço é vazio • Esquimó Aivilik: usa todos os sentidos- espaço em movimento- céu e terra se juntam-12 termos para os diferentes ventos 10
  • 11. PERCEPÇÃO E ATIVIDADE • A percepção é uma atividade: os órgãos dos sentidos têm pouca utilidade se não forem ativamente usados • Para os jovens, muitos jogos não têm finalidade mas ajudam a descobrir e experienciar o mundo Mas, ao contrário de outros primatas, a partir de três ou quatro anos os jogos começam a ser motivados por temas (estórias que conta a si mesma, versões transfiguradas de sua experiência no mundo) • Atividades e explorações cada vez mais influenciados por valores culturais. Podem ocorrer diferenças gritantes: Uma cultura tem bom olfato e outra visão estereoscópica mais desenvolvida 11
  • 12. CAPÍTULO 3: ESTRUTURAS E RESPOSTAS PSICOLÓGICAS COMUNS • Seres humanos tem grandes cérebros e mais que isso, mentes. • Comportamento simbólico: linguagem abstrata de sinais e símbolos (mundos mentais) O meio ambiente artificial construído é resultado de processos mentais (assim como os mitos, ciência, fábulas, taxonomia)_ casulos variam conforme o tempo e o lugar • Charge: Exemplo de como o mito (religião) e o símbolo (vestimenta) variam de acordo com o lugar 12
  • 13. 13
  • 14. • Escala da percepção: Os objetos que percebemos são proporcionais ao nosso corpo, à acuidade e amplitude do nosso aparelho sensorial e ao propósito (insetos e bactérias além da empatia) • Segmentação: humanos tendem a segmentar os continuums da natureza (estações do ano, cores, direções cardeais, clima) • Oposições binárias: tendência em organizar os fenômenos em pares opostos • Resolução de contradições: a ideia de centro reconcilia as tendências polares das direções cardeais- reencarnação ou vida após a morte- círculos e mandalas 14
  • 15. SUBSTÂNCIAS E ESQUEMAS COSMOLÓGICOS • Cada grupo tem uma nomenclatura para os conteúdos da natureza (madeira, terra, ar, água, fogo, metal, etc) • Substâncias básicas têm qualidade específica e representam um processo no desejo de compor um sistema coerente • Em comum: Subdividem os continuuns da natureza, relacionam direções às cores, ação ou comportamento implícito ou explícito, o conceito de centro existe 15
  • 16. A PSICOLOGIA DAS CORES E O SIMBOLISMO • Avançadas: vermelho, laranja e amarelo, parecem mais próximas do observador, vermelho e laranja “se esticam”, estimula o sistema nervoso e sugere tepidez, objeto parece mais pesado que é. Vermelho: casamentos (China), sepultamentos (Papa, sarcófagos) • Recuadas: Verde, azul, azul-verde, sugerem frieza, azul julgado mais leve do que é, azul indica subida • Branco, preto e vermelho são um dos símbolos mais antigos da humanidade (produtos do corpo humano associado à emoção) Amarelo e por último, azul. 16
  • 17. PSICOLOGIA ESPACIAL E SIMBOLISMO • Ideia de centro - geográfico ou cosmológico- e periferia é universal. Centro é o lugar onde me encontro • Valores espaciais que transcendem as culturas baseiam no corpo humano: frente e trás (os nobres vão na frente, entrada dos fundos) • Aberto e fechado: liberdade, aventura, luz versus aconchego, segurança, privacidade • Elementos verticais evocam esforço e desafio, enquanto os horizontais evocam aceitação e descanso. • Relação sinestésica: as paisagens abrem-se, as torres elevam-se 17
  • 18. CAP. 4: ETNOCENTRISMO, SIMETRIA E ESPAÇO • Etnocentrismo e egocentrismo são universais ( embora variem entre indivíduos e grupos sociais) Egocentrismo não se realiza pois dependemos uns dos outros (biologicamente e psicologicamente)- fantasia Etnocentrismo pode ser realizado: grupo totalmente auto suficiente • Egito: homens de um lado e líbios, asiáticos e africanos de outro (os estrangeiros estão se tornando pessoas) • Persas: Quantos mais próximos mais estima os vizinhos recebiam. • A ilusão do etnocentrismo deve ser mantida para a manutenção da cultura: Capital do calcário, terra da salsicha (sentido de centralidade) 18
  • 19. • Etnocentrismo e diagramas cósmicos entre povos analfabetos • Esquimós vivem às margens do mundo habitado, mas se achavam o centro geográfico e populacional do mundo. • Quando europeus chegavam, eles pensavam que era para aprender virtudes e boas maneiras. Tendemos a exagerar o tamanho de nossos Territórios Terra como um disco plano cercado por água e flutuando sobre ela (Aivilik, Yurok) 19
  • 20. • Etnocentrismo chinês • Cosmologia retangular • Os mapas gregos • Redondo plano rodeado por água- influencia Babilônica (Pode ser um constructo compatível com a mente humana) • Hecateu (520 a 55 AC): Divididos pelo Cáucaso 20
  • 21. • Mapas O-T (Orbis terrarum): Idade Média • Don e Nilo (horizontal) e Mediterrâneo • Sec VI- utilizados por 1000 anos • Inúteis pra navegação mas expressa a crença de uma cultura teológica • Figura 6: Mapas Orbis Terrarum da Europa Medieval 21
  • 22. EXCEÇÕES • Pessoas acreditam numa raça superior, semidivina, que vive além dos confins do seu território conhecido. Astecas e Cortez: crença em um povo divino de cor branca Madagascar: lendas pressagiavam a chegada de uma raça poderosa • Geocentrismo e heliocentrismo. Filósofos do iluminismo viam a Europa como centro da escuridão rodeada por ampla faixa de luz. Pensadores e poetas do sec. XVII e XVIII deslumbrados pelos relatos de terras além mar 22
  • 23. CAP. 5: MUNDOS PESSOAIS: DIFERENÇAS E PREFERÊNCIAS INDIVIDUAIS • Seres humanos: Diferenças são individuais e não entre raças. • Personalidade e temperamento: glândulas endócrinas (hormônios- emoções e sensações) • Individualidade fisiológica: sensibilidade para sons, cores, tátil, calor e frio, visão periférica, encéfalo- mentes diferenciadas. • Temperamento, talento e atitude: existe associação entre físico e comportamento, mas ainda não foi descoberta um forma correta de relacioná-los. 23
  • 24. • TOLSTÓI: Mundo Homérico no ambiente arcaico e pastoral, iguala a vida no campo à boa vida • DOSTOIEVSKI: Ao contrário está imerso na cidade, a cidade pode até ser o inferno, mas a salvação não está no campo, só pode ser encontrada no reino de Deus. 24
  • 25. SEXO • Diferenças fisiológicas entre homem e mulher são claramente especificáveis e afetam o modo de responder ao mundo. • Como o homem tem menos gordura sente menos frio • A mulher tem a pele mais sensível e é mais suscetível à sensações táteis, também no aparelho olfativo. • Culturalmente, homens e mulheres tem papéis diferentes, mas há exceções e dúvidas Meninos: alto e baixo, paredes com protuberâncias (ornamentos ou canhões), torres altas, fora do recinto, em movimento, colapso e ruína Meninas: dentro e fora, interior do recinto, estáticos. 25
  • 26. IDADE • Infante Discrimina o som e as variações de temperatura e pressão: sem mundo. Experiência espacial: oral (respiração), vertical (arrotando), horizontal (dormindo) 26
  • 27. • A criança pequena: 3 a 4, mundo animado, com objetos vívidos em um espaço pobremente estruturado em termos de paisagem ( reduzido aos arredores imediatos) • A criança e a abertura para o mundo: sete aos catorze têm impressões sensoriais vívidas, conceitua o espaço e a paisagem, sem preocupações está aberta ao mundo • Velhice: os sentidos vão embotando com a idade (paladar, visão, audição), o mundo percebido se encolhe, diminui a mobilidade, fantasiam com o passado. 27
  • 28. CAP. 6: CULTURA, EXPERIÊNCIA E ATITUDES AMBIENTAIS • Os conceitos “cultura” e “meio ambiente” se confundem assim como “homem” e “natureza”. • Papéis do sexo na percepção: caçador Aivilik desenha mapa com contorno da ilha, a mulher mostra a localização de povoados, casais de braços dados no shopping. • Papéis confusos na classe alta cosmopolita e grupos como: contracultura das “pessoas de rua” e cientistas 28
  • 29. • Visitante: Ponto de vista simples, facilmente enunciado (novidade) O entusiasmo do estranho, não menos que sua postura crítica, podem ser superficiais ( sem pensar como as pessoas vivem) Sua principal contribuição é a perspectiva nova. • Nativo: atitude complexa é expressa com dificuldade e indiretamente, através do comportamento, tradição local, conhecimento e mito. 29
  • 30. MUDANÇAS NA ATITUDE AMBIENTAL: MONTANHA • Elementos permanentes causam respostas emocionais que variam com o tempo • A montanha: assombro, perigosa, inacessível, lugar onde o céu e a terra se encontravam, centro do mundo, impregnado de poder sagrado • Com o tempo as atitudes mudaram: do religioso para o estético, do sentimento pelo sublime para o pitoresco (recurso recreativo) • Sec. XVIII visão insensível depois os românticos a exaltaram. • Abandono da ideia de que o circulo representa perfeição • Ar leve faz bem para a saúde: spas, sanatórios e hotéis. 30
  • 31. CAP. 7: MEIO AMBIENTE, PERCEPÇÃO E VISÕES DE MUNDO • Meio ambiente e percepção: pessoas que vivem em ambientes carpintejado ou não carpintejado tendem a perceber de forma diferente o comprimento de retas e o tamanho dos ângulos • Acuidade perceptiva e os desafios dos meios severos: bosquímanos do Calaari (deserto com alguns Baobás), identificam folhas invisíveis em meio ao capim para colher tubérculos- tem maior acuidade visual que seus vizinhos Gikwe ( moitas e pequenas árvores). • Meio ambiente e visão de mundo: estreitamente relacionados • O ambiente da floresta: completamente envolvente, homogêneo, sem horizonte, marcos visuais, não se vê estrelas, sem sazonalidade 31
  • 32. • Pigmeus BaMbuti da floresta equatorial do Congo: vivem em elemento completamente abrangente, e não em terra entre céu em cima e inferno em baixo. • As estrelas não tem papel em sua cosmografia e o sol não é um disco luminoso no céu, mas antes manchas tremulantes no chão da floresta • O sentido do tempo é restrito: dá-se pouca importância ao passado e à genealogia. • Desconhecem os eventos cíclicos do meio ambiente, experimentam uma diminuição da perspectiva. • Kenge em pastagens abertas: búfalos tão pequenos quanto insetos, barca de pesca como pedaço de madeira flutuando • Intimidade com a floresta: dançar sozinho - com a floresta. 32
  • 33. • Meio ambiente dicotomizado e atitudes dualistas: Lele do sudoeste da floresta equatorial do Congo, onde há também pastagens. • A floresta é o domínio dos homens e a pastagem fica para as mulheres • A floresta é uma fonte de conforto para os homens e para as mulheres escura e vagamente ameaçadora. 33
  • 34. EGITO • Rio Nilo fertiliza um corte meridional no deserto: águas de inundação certas • O sol no céu sem nuvens também tem muita importância. • Simetria na natureza: lado direito e esquerdo do Nilo férteis e além deles, desertos desoláveis. • Simetria na cosmologia: Terra no centro (com a forma do vale do Nilo) flutua nas água primordiais, acima está o céu (panela emborcada), e abaixo o inferno. • A aparência casual da cidade contradiz a ânsia pela simetria e equilíbrio, que encontrou em expressão tão exata nas pirâmides e em outros aspectos da vida egípcia. 34
  • 35. CAP. 8: TOPOFILIA E MEIO AMBIENTE • Apreciação estética de obras de arte e cenários: dura 2 minutos, mais que isso necessita da critica para manter nossa atenção • As mais intensas experiências estéticas nos pegam de surpresa e são a antítese do sentimento afetivo por lugares que se se conhece bem • O turismo beneficia a economia mas não une o homem à natureza • A apreciação da paisagem é maior quando está conectada a incidentes humanos ou a curiosidades científicas. 35
  • 36. • Saúde e topofilia: bem estar influencia, bom estado de ânimo • Familiaridade e afeição: familiaridade engendra afeição ou desprezo, a afetiva protege o ser humano das perplexidades do mundo exterior (despejo, idosos) • A consciência do passado é importante no amor pelo lugar- Estátuas de batalhas • Patriotismo: amor pela terra pátria Evocado por categorias abstratas de orgulho e poder e por certos símbolos, como a bandeira A topofilia necessita de um tamanho compacto, reduzido às necessidades biológicas do homem e às capacidades limitadas dos sentidos (Império Romano, Estado moderno, Rússia czarista- vasto sistema de poder impessoal) 36
  • 37. • Sentimento afetivo com o campo é mais difuso e precisa de sua antítese (cidade) para se formar. Quando a cidade alcança um certo nível de desenvolvimento e complexidade, as pessoas começam a apreciar e observar a simplicidade da natureza. • Apreciação romântica (literati) x apreciação forte e direta (arcaicos, agricultores) • Cidade X selvagem (e não o campo- intermédio) • Selvagem: Terra maldita (expurgo e punição) x Terra santa (refúgio e contemplação) 37
  • 38. CAP. 9: MEIO AMBIENTE E TOPOFILIA. • O ambiente não é a causa direta da topofilia, mas fornece o estímulo sensorial, que ao agir como imagem percebida, dá forma às nossas alegrias e ideais. • Meio ambiente ideal: Eliseu (além morte) • Os meio ambientes de atração permanente: praia, vale e ilha Praia: sugerem segurança (reentrâncias e vales) e aventura (mar), primeiras moradas dos seres humanos na África, sambaquis sustentavam maior população que o interior, balneário Vale: nicho ecológico diversificado, primeiros passos da humanidade na agricultura, útero/refúgio (símbolo) Ilha: importância no reino da imaginação, cosmologias (terra como ilha), Idade Média até grandes explorações- continentes como ilhas 38
  • 39. • Topofilia derivada das imagens circundantes: aspectos que inspiram respeito, sustento e satisfação no contexto de suas vidas • O mar, a terra fértil e as ilhas figuraram na imaginação dos gregos antigos (Ilíada e odisseia- mar cinzento e traiçoeiro; poesia alexandrina- fascínio pelo mar) • Podemos conhecer muito pouco da topofilia do passado através das obras de arte e dos artefatos que perduraram • Pintura: difícil interpretar pois os artistas se desenvolvem em uma escola (revela mais do que aprendeu do que sua visão) • Montanhas e vales fluviais em artistas europeus (Leonardo da Vinci)- realista 39
  • 40. • Topofilia enriquecida pelo amor religioso • Grandeza da floresta primitiva, com sua solidão e quietude, interrompida somente pela luta entre São Jorge e o dragão (Albrecht Altdorfer (1480- 1538) • Influencia da concepção bíblica do selvagem como refúgio do perigo e do mal • Por outro lado a atenção do artista para dentro da floresta, indica sensibilidade estética para a floresta, mesmo quando ela domina o homem 40