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Hidráulica Geral
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Esp. Viviane Milani Manarini
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Hidrostática – Manômetro e Empuxo
5
•	 Medidores de Pressão (Manômetros)
•	 Empuxo
Nesta Unidade, abordaremos sobre manômetros e empuxo, tendo como principal
objetivo calcular as Pressões positivas e negativas e a Ação de fluidos sobre
superfícies submersas. Ex.: barragens.
Leia, atentamente, o conteúdo desta Unidade, que lhe possibilitará conhecer os conceitos
de fluido e o comportamento de um fluido em uma condição de equilíbrio estático como os
medidores de pressão (manômetros) e o empuxo.
Você também encontrará nesta Unidade uma atividade composta por exercícios, relacionada
com o conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de refletir sobre seus conhecimentos
e expor na atividade reflexiva que tem a proposta de introduzir o aluno num repertório criativo,
cultural e educativo.
É extremante importante que você consulte os materiais complementares, pois são ricos
em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre este assunto.
Hidrostática – Manômetro e Empuxo
6
Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo
Contextualização
Para iniciar os estudos desta Unidade, a partir da ilustração abaixo, reflita sobre a questão
do conceito do empuxo:
O Mar Morto (que é, na verdade, um lago famoso por sua lama) recebe esse nome devido à
inexistência de vida naquele ambiente. Isso ocorre pelo alto grau de salinidade de sua água. A
água salgada é mais densa que a água doce; no caso do Mar Morto, a densidade é maior ainda.
Como o empuxo é diretamente proporcional à densidade do líquido, no Mar Morto, corpos
mergulhados ficam submetidos a um grande empuxo e boiam facilmente (figura 1).
Figura1: Um corpo boiando facilmente no Mar Morto .
Fonte:Wikimedia Commons
Conforme a demonstração, analise:
»» O nível é alterado conforme o tipo de corpo mergulhado?
»» O empuxo no corpo varia com a profundidade?
7
Medidores de Pressão (Manômetros)
Na hidráulica, no que se refere a medidores de pressão, ou seja, os manômetros, os mais
usados são:
»» piezômetro;
»» tubo em U;
»» manômetro diferencial; e
»» manômetros analógicos e digitais.
A seguir, vamos conhecer cada um dos medidores de pressão mencionados anteriormente!
Piezômetro
É um tubo de vidro ligado numa extremidade ao ponto do qual se quer medir a pressão e
na outra aberto à atmosfera.
Na realidade, o piezômetro permite a leitura da carga de pressão, mas já sabemos que esta
multiplicada pelo γ do fluido determina a pressão.
Lei de Stevin: .AP hγ=
Tubo em U
Neste manômetro, corrigimos o problema das pressões negativas, pois é possível a formação
de cargas de pressão negativas, isto é, o fluido no ramo direto localizar-se abaixo do nível de
referência A.
Lei de Stevin:
.AP hγ= −
PC
= PA
+ γ.h
mas Pc
= Patm
= 0 (escala relativa)
0 = PA
+ γ.h
8
Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo
Manômetro diferencial
Os manômetros diferenciais determinam a diferença de pressões entre dois pontos A e B,
quando a pressão real, em qualquer ponto do sistema, não puder ser determinada.
Manômetro metálico tipo Bourdon
Temos um tubo oco de material flexível, aberto na parte da tomada de pressão e fechado
na outra parte. Ao ligar a tomada de pressão ao reservatório, a pressão interna ao tubo ficará
diferente da externa, tendendo a mover o tubo que transmitirá este movimento a um ponteiro
ligado ao mecanismo de ampliação do movimento.
Se a pressão ambiente for igual a pressão atmosférica local, a pressão indicada é a pressão relativa.
indicada tomada ambientepressão pressão pressão= =
9
Determinação da Pressão
Você sabe o que aplicamos para se determinar a pressão do ponto A em função das várias
alturas das colunas presentes na figura abaixo?
Nesse caso, o teorema de Stevin é aplicado em cada um dos trechos preenchidos com o
mesmo fluido.
Resolução
Ponto2
1 2 1 1
2 1 1
A 2 1 1
Ponto 2
.
. g .
. g .
A A
A
P P P h P
P h P
P P h
γ
ρ
ρ
= → = +
= +
= −
Ponto 3
2 3 2 1 1
A 3 1 1
Ponto 3
. g .
. g .
AP P P h P
P P h
ρ
ρ
= → = +
= −
Ponto 4
4 3 2 2 4 3 2 2
4 1 1 2 2
1 1 2 2
A 2 2 1 1
. . g .
. g . + . g .
0 . g . . g .
. g . . g .
A
A
P P h P P h
P h P h
h h P
P h h
γ ρ
ρ ρ
ρ ρ
ρ ρ
= − = −
= −
= − +
= −
Exemplo 1
No manômetro diferencial mostrado na figura, o fluido A é água, B é óleo e o fluido
manométrico é mercúrio. Sendo h1 = 25cm, h2 = 100cm, h3 = 80cm e h4 = 10cm,
determine qual é a diferença de pressão entre os pontos A e B.
Dados: γh20 = 10000N/m³, γHg = 136000N/m³, γóleo = 8000N/m³.
10
Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo
Solução do Exemplo 1
Ponto 1
P1
= PA
+ γH2O
.h1
Ponto 2
P2
= P1
+ γHg
.h2
P2
= PA
+ γH2O
.h1
+ γHg
.h2
Ponto 3
P3
= P2
Mesmo fluido e nível
P3
= PA
+ γH2O
.h1
+ γHg
.h2
Diferença de pressão
PB
= P3
- γóleo
.h3
PB
= PA
+ γH2O
.h1
+ γHg
.h2
- γóleo
.h3
PB
- PA
= γH2O
.h1
+ γHg
.h2
- γóleo
.h3
PB
- PA
= 10000.0,25 + 136000.1 - 8000.0,8
PB
- PA
= 132100 Pa
Exemplo 2
Calcular a leitura do manômetro A da figura.
Dados: γHg = 136000N/m³
Solução do Exemplo 2
indicada tomada ambientepressão pressão pressão= −
Pmanométrica
= Pinterna
- Pexterna
Pm
= 100 - PA
PA
= γHg
. h = 136.000 . 0,15 = 20400 Pa = 20,4 KPa
Pm
= 100 – 20,4
Pm
= 79,6 KPa
11
Empuxo
São forças que agem sobre corpos total ou parcialmente submersos. Seja um corpo
totalmente submerso num fluido de peso específico y.
Além disso, podemos fazer a descrição que, na posição vertical, as pressões na parte inferior
do corpo são maiores que as pressões na parte superior.
Agora, para ampliarmos nossos conhecimentos vamos conhecer o Princípio de Arquimedes:
“A resultante das forças de pressão que
agem num corpo imerso num fluido é
uma força vertical ascendente chamada
empuxo, cujo módulo é igual ao peso do
volume do fluido deslocado.”
Após, vamos estudar sobre a Demonstração do Princípio de Arquimedes:
O Princípio de Arquimedes permite calcular a força que um fluido (líquido ou gás) exerce
sobre um sólido nele mergulhado.
Você gostaria de entender melhor o Princípio de Arquimedes? Então, imagine um copo
totalmente cheio d’água e uma esfera de chumbo.
Importante notar que se a esfera for colocada na superfície da água, ela afundará e ainda
irá provocar o extravasamento de uma certa quantidade de água. Além disso, a força exercida
pela água sobre a esfera terá direção vertical, sentido para cima e módulo igual ao do peso da
água que foi deslocada como mostra a figura a seguir:
Tendo em vista o que já estudamos, segundo o Princípio de Arquimedes, o empuxo é igual
ao peso do líquido deslocado. Dessa forma, é possível escrever que:
12
Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo
.L LE W E m g= → =
Onde:
E = empuxo
mL
= a massa do líquido deslocado
Considerando a massa específica, temos:
. .L LE V gρ=
Onde:
ρL
= massa específica do líquido
VL
= volume de líquido deslocado
Exemplo
Um objeto com massa de 20kg e volume de 0,002m³ está totalmente imerso
dentro de um reservatório de água (rH2O = 1000kg/m³), determine:
a) Qual é o valor do peso do objeto? (utilize g = 10m/s²)
b) Qual é a intensidade da força de empuxo que a água exerce sobre o
objeto?
c) Qual o valor do peso aparente do objeto quando imerso na água?
Solução do Exemplo
a) Peso do Corpo:
PC
= m . g
PC
= 20 . 10
PC
= 200 N
b) Empuxo:
E = ρ . g . Vc
E = 1000 . 10 . 0,002
E = 20 N
c) Peso Aparente
PA
= PC
– E
PA
= 200 – 20
PA
= 180 N
Agora que você já conheceu um pouco sobre a demonstração do Princípio de Arquimedes, vamos
estudar sobre a Força resultante e centro de pressão em superfícies planas horizontais.
Você sabia que uma substância, quando em repouso, não resiste às tensões de cisalhamento?
Além disso, conclui-se que a hipótese de repouso nos leva à conclusão da inexistência de
forças tangenciais.
Dessa maneira, temos que as forças estão presentes nas superfícies.
Assim, a força agirá sobre a superfície da área por estar distribuída uniformemente pela
pressão recebida.
13
Força resultante = Pressão x Área
A pressão sobre a superfície plana será a mesma em todos os seus pontos e agirá
perpendicularmente a ela.
Sendo assim, a força resultante atuará verticalmente no centro de pressão da superfície, que
no caso, coincide com o seu centro de gravidade.
Exemplo
Qual é força sobre um comporta quadrada (1 x 1m) instalada no fundo de um reservatório
de água de 2 m de profundidade (ρágua
=1.000 kg/m3
).
P = ρ . g . h = 1000. 9,81 . 2
P = 19.620 Pa
F = P.A
F = 19620 . 1
F = 19.620 N
Já ampliamos bastante nosso conhecimento. Mas ainda não terminamos! Por isso, vamos
estudar sobre: Força resultante e centro de pressão em superfícies planas inclinadas.
Que tal começarmos pela afirmação abaixo?
A força devida à pressão de um líquido que age numa das faces de uma superfície plana
submersa é igual ao produto da pressão agente no centro de gravidade da superfície pela área
da mesma.
O centro de aplicação é considerado como centro de pressão e não coincide com o centro
de gravidade.
Para a determinação da força resultante em uma superfície inclinada, utiliza-se a equação abaixo:
Força resultante = Pressão x Área
14
Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo
Para a determinação da posição do centro de pressão e do momento de inércia da área,
utiliza-se a equação Ycp e a Tabela apresentada.
F = ρ . g . hcg . A
Onde:
hcg – profundidade do centro de gravidade da
superfície imersa
Chegou a hora de estudarmos sobre o Ponto de atuação da força
Reflita
O que é o ponto de atuação da força resultante e onde ele age?
Refletiu? Que bom! Podemos, então, verificar se sua reflexão está correta! Confira:
Ponto de atuação da força resultante é o ponto de aplicação da força resultante das
pressões que agem numa superfície submersa.
Pelo conceito de resultante, verifica-se fisicamente que o ponto de aplicação da força deverá
estar deslocado para baixo em relação ao centro de gravidade.
15
0
cp cg
cg .
I
Y Y
Y A
= +
Onde:
cp
cp
h
Y
senθ
=
cp
cp
h
Y
senθ
=
I0
– momento de inércia da área A
Tabela - Área, momento de inércia da área e posição do centro de gravidade das principais formas geométricas.
Figura A(m2
) I0
(m4
) Dcg
(m)
a.b
3
a.b
12
b
2
a.b
2
3
a.b
36
2.b
3
2
.rπ
4
.r
4
π
R
Exemplo
Uma barragem com 20 m de comprimento retém uma lâmina de água de 7 m. Determinar
a força resultante sobre a barragem e seu centro de aplicação.
Solução do exemplo:
F = ρ . g . hcg . A
16
Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo
hcg =
7
2
= 3,5 m
A = 20 .
7
60sen 
= 161,66 m2
F = 1000 . 9,81 . 3,5 . 161,66
F = 5.550.000 N
cg
cg
cg
h 3,5
Y 4,04
Y 60
m
sen senθ
= = =
I0
=
. 3
12
comprimento y
I0
=
7
20. 3
60
12
sen
 
  
I0
= 880,14 m4
0
cp cg
cg
I
Y Y
Y .A
= +
( )cp
880,14
Y 4,04
4,04 20.8,08
= +
cpY 5,39m=
cp cph Y . 60sen= 
cph 5,67m=
17
Material Complementar
Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta Unidade, leia as seguintes obras:
Livros:
VALADARES, E.C., MATEUS, A.L., SILVA, J.D. Aerodescobertas: explorando novas
possibilidades
Sites:
Caderno Brasileiro de Ensino de Física, disponível em:
http://www.fsc.ufsc.br/ccef
Sociedade Brasileira de Física, responsável pelas publicações Revista Brasileira de Ensino
de Física e Física na escola, disponível em:
http://www.sbfisica.org.br
Feira de Ciências, site com muitas atividades experimentais simples de serem reproduzidas,
disponível em:
http://www.feiradeciencias.com.br
Todas essas sugestões enriquecerão sua compreensão acerca da temática proposta na
unidade. Por isso, não deixe de consultá-las!
18
Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo
Referências
AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de hidráulica. 8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
FOX, R. W. Introdução à mecânica dos fluidos. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC. 2001.
MUNSON, B. R. Fundamentos da mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 1997.
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. São Paulo. Pearson.
19
Anotações
Hidráulica Geral: Manômetros, Empuxo e Forças em Fluidos
Hidráulica Geral: Manômetros, Empuxo e Forças em Fluidos
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  • 4.
  • 5. 5 • Medidores de Pressão (Manômetros) • Empuxo Nesta Unidade, abordaremos sobre manômetros e empuxo, tendo como principal objetivo calcular as Pressões positivas e negativas e a Ação de fluidos sobre superfícies submersas. Ex.: barragens. Leia, atentamente, o conteúdo desta Unidade, que lhe possibilitará conhecer os conceitos de fluido e o comportamento de um fluido em uma condição de equilíbrio estático como os medidores de pressão (manômetros) e o empuxo. Você também encontrará nesta Unidade uma atividade composta por exercícios, relacionada com o conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de refletir sobre seus conhecimentos e expor na atividade reflexiva que tem a proposta de introduzir o aluno num repertório criativo, cultural e educativo. É extremante importante que você consulte os materiais complementares, pois são ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre este assunto. Hidrostática – Manômetro e Empuxo
  • 6. 6 Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo Contextualização Para iniciar os estudos desta Unidade, a partir da ilustração abaixo, reflita sobre a questão do conceito do empuxo: O Mar Morto (que é, na verdade, um lago famoso por sua lama) recebe esse nome devido à inexistência de vida naquele ambiente. Isso ocorre pelo alto grau de salinidade de sua água. A água salgada é mais densa que a água doce; no caso do Mar Morto, a densidade é maior ainda. Como o empuxo é diretamente proporcional à densidade do líquido, no Mar Morto, corpos mergulhados ficam submetidos a um grande empuxo e boiam facilmente (figura 1). Figura1: Um corpo boiando facilmente no Mar Morto . Fonte:Wikimedia Commons Conforme a demonstração, analise: »» O nível é alterado conforme o tipo de corpo mergulhado? »» O empuxo no corpo varia com a profundidade?
  • 7. 7 Medidores de Pressão (Manômetros) Na hidráulica, no que se refere a medidores de pressão, ou seja, os manômetros, os mais usados são: »» piezômetro; »» tubo em U; »» manômetro diferencial; e »» manômetros analógicos e digitais. A seguir, vamos conhecer cada um dos medidores de pressão mencionados anteriormente! Piezômetro É um tubo de vidro ligado numa extremidade ao ponto do qual se quer medir a pressão e na outra aberto à atmosfera. Na realidade, o piezômetro permite a leitura da carga de pressão, mas já sabemos que esta multiplicada pelo γ do fluido determina a pressão. Lei de Stevin: .AP hγ= Tubo em U Neste manômetro, corrigimos o problema das pressões negativas, pois é possível a formação de cargas de pressão negativas, isto é, o fluido no ramo direto localizar-se abaixo do nível de referência A. Lei de Stevin: .AP hγ= − PC = PA + γ.h mas Pc = Patm = 0 (escala relativa) 0 = PA + γ.h
  • 8. 8 Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo Manômetro diferencial Os manômetros diferenciais determinam a diferença de pressões entre dois pontos A e B, quando a pressão real, em qualquer ponto do sistema, não puder ser determinada. Manômetro metálico tipo Bourdon Temos um tubo oco de material flexível, aberto na parte da tomada de pressão e fechado na outra parte. Ao ligar a tomada de pressão ao reservatório, a pressão interna ao tubo ficará diferente da externa, tendendo a mover o tubo que transmitirá este movimento a um ponteiro ligado ao mecanismo de ampliação do movimento. Se a pressão ambiente for igual a pressão atmosférica local, a pressão indicada é a pressão relativa. indicada tomada ambientepressão pressão pressão= =
  • 9. 9 Determinação da Pressão Você sabe o que aplicamos para se determinar a pressão do ponto A em função das várias alturas das colunas presentes na figura abaixo? Nesse caso, o teorema de Stevin é aplicado em cada um dos trechos preenchidos com o mesmo fluido. Resolução Ponto2 1 2 1 1 2 1 1 A 2 1 1 Ponto 2 . . g . . g . A A A P P P h P P h P P P h γ ρ ρ = → = + = + = − Ponto 3 2 3 2 1 1 A 3 1 1 Ponto 3 . g . . g . AP P P h P P P h ρ ρ = → = + = − Ponto 4 4 3 2 2 4 3 2 2 4 1 1 2 2 1 1 2 2 A 2 2 1 1 . . g . . g . + . g . 0 . g . . g . . g . . g . A A P P h P P h P h P h h h P P h h γ ρ ρ ρ ρ ρ ρ ρ = − = − = − = − + = − Exemplo 1 No manômetro diferencial mostrado na figura, o fluido A é água, B é óleo e o fluido manométrico é mercúrio. Sendo h1 = 25cm, h2 = 100cm, h3 = 80cm e h4 = 10cm, determine qual é a diferença de pressão entre os pontos A e B. Dados: γh20 = 10000N/m³, γHg = 136000N/m³, γóleo = 8000N/m³.
  • 10. 10 Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo Solução do Exemplo 1 Ponto 1 P1 = PA + γH2O .h1 Ponto 2 P2 = P1 + γHg .h2 P2 = PA + γH2O .h1 + γHg .h2 Ponto 3 P3 = P2 Mesmo fluido e nível P3 = PA + γH2O .h1 + γHg .h2 Diferença de pressão PB = P3 - γóleo .h3 PB = PA + γH2O .h1 + γHg .h2 - γóleo .h3 PB - PA = γH2O .h1 + γHg .h2 - γóleo .h3 PB - PA = 10000.0,25 + 136000.1 - 8000.0,8 PB - PA = 132100 Pa Exemplo 2 Calcular a leitura do manômetro A da figura. Dados: γHg = 136000N/m³ Solução do Exemplo 2 indicada tomada ambientepressão pressão pressão= − Pmanométrica = Pinterna - Pexterna Pm = 100 - PA PA = γHg . h = 136.000 . 0,15 = 20400 Pa = 20,4 KPa Pm = 100 – 20,4 Pm = 79,6 KPa
  • 11. 11 Empuxo São forças que agem sobre corpos total ou parcialmente submersos. Seja um corpo totalmente submerso num fluido de peso específico y. Além disso, podemos fazer a descrição que, na posição vertical, as pressões na parte inferior do corpo são maiores que as pressões na parte superior. Agora, para ampliarmos nossos conhecimentos vamos conhecer o Princípio de Arquimedes: “A resultante das forças de pressão que agem num corpo imerso num fluido é uma força vertical ascendente chamada empuxo, cujo módulo é igual ao peso do volume do fluido deslocado.” Após, vamos estudar sobre a Demonstração do Princípio de Arquimedes: O Princípio de Arquimedes permite calcular a força que um fluido (líquido ou gás) exerce sobre um sólido nele mergulhado. Você gostaria de entender melhor o Princípio de Arquimedes? Então, imagine um copo totalmente cheio d’água e uma esfera de chumbo. Importante notar que se a esfera for colocada na superfície da água, ela afundará e ainda irá provocar o extravasamento de uma certa quantidade de água. Além disso, a força exercida pela água sobre a esfera terá direção vertical, sentido para cima e módulo igual ao do peso da água que foi deslocada como mostra a figura a seguir: Tendo em vista o que já estudamos, segundo o Princípio de Arquimedes, o empuxo é igual ao peso do líquido deslocado. Dessa forma, é possível escrever que:
  • 12. 12 Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo .L LE W E m g= → = Onde: E = empuxo mL = a massa do líquido deslocado Considerando a massa específica, temos: . .L LE V gρ= Onde: ρL = massa específica do líquido VL = volume de líquido deslocado Exemplo Um objeto com massa de 20kg e volume de 0,002m³ está totalmente imerso dentro de um reservatório de água (rH2O = 1000kg/m³), determine: a) Qual é o valor do peso do objeto? (utilize g = 10m/s²) b) Qual é a intensidade da força de empuxo que a água exerce sobre o objeto? c) Qual o valor do peso aparente do objeto quando imerso na água? Solução do Exemplo a) Peso do Corpo: PC = m . g PC = 20 . 10 PC = 200 N b) Empuxo: E = ρ . g . Vc E = 1000 . 10 . 0,002 E = 20 N c) Peso Aparente PA = PC – E PA = 200 – 20 PA = 180 N Agora que você já conheceu um pouco sobre a demonstração do Princípio de Arquimedes, vamos estudar sobre a Força resultante e centro de pressão em superfícies planas horizontais. Você sabia que uma substância, quando em repouso, não resiste às tensões de cisalhamento? Além disso, conclui-se que a hipótese de repouso nos leva à conclusão da inexistência de forças tangenciais. Dessa maneira, temos que as forças estão presentes nas superfícies. Assim, a força agirá sobre a superfície da área por estar distribuída uniformemente pela pressão recebida.
  • 13. 13 Força resultante = Pressão x Área A pressão sobre a superfície plana será a mesma em todos os seus pontos e agirá perpendicularmente a ela. Sendo assim, a força resultante atuará verticalmente no centro de pressão da superfície, que no caso, coincide com o seu centro de gravidade. Exemplo Qual é força sobre um comporta quadrada (1 x 1m) instalada no fundo de um reservatório de água de 2 m de profundidade (ρágua =1.000 kg/m3 ). P = ρ . g . h = 1000. 9,81 . 2 P = 19.620 Pa F = P.A F = 19620 . 1 F = 19.620 N Já ampliamos bastante nosso conhecimento. Mas ainda não terminamos! Por isso, vamos estudar sobre: Força resultante e centro de pressão em superfícies planas inclinadas. Que tal começarmos pela afirmação abaixo? A força devida à pressão de um líquido que age numa das faces de uma superfície plana submersa é igual ao produto da pressão agente no centro de gravidade da superfície pela área da mesma. O centro de aplicação é considerado como centro de pressão e não coincide com o centro de gravidade. Para a determinação da força resultante em uma superfície inclinada, utiliza-se a equação abaixo: Força resultante = Pressão x Área
  • 14. 14 Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo Para a determinação da posição do centro de pressão e do momento de inércia da área, utiliza-se a equação Ycp e a Tabela apresentada. F = ρ . g . hcg . A Onde: hcg – profundidade do centro de gravidade da superfície imersa Chegou a hora de estudarmos sobre o Ponto de atuação da força Reflita O que é o ponto de atuação da força resultante e onde ele age? Refletiu? Que bom! Podemos, então, verificar se sua reflexão está correta! Confira: Ponto de atuação da força resultante é o ponto de aplicação da força resultante das pressões que agem numa superfície submersa. Pelo conceito de resultante, verifica-se fisicamente que o ponto de aplicação da força deverá estar deslocado para baixo em relação ao centro de gravidade.
  • 15. 15 0 cp cg cg . I Y Y Y A = + Onde: cp cp h Y senθ = cp cp h Y senθ = I0 – momento de inércia da área A Tabela - Área, momento de inércia da área e posição do centro de gravidade das principais formas geométricas. Figura A(m2 ) I0 (m4 ) Dcg (m) a.b 3 a.b 12 b 2 a.b 2 3 a.b 36 2.b 3 2 .rπ 4 .r 4 π R Exemplo Uma barragem com 20 m de comprimento retém uma lâmina de água de 7 m. Determinar a força resultante sobre a barragem e seu centro de aplicação. Solução do exemplo: F = ρ . g . hcg . A
  • 16. 16 Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo hcg = 7 2 = 3,5 m A = 20 . 7 60sen  = 161,66 m2 F = 1000 . 9,81 . 3,5 . 161,66 F = 5.550.000 N cg cg cg h 3,5 Y 4,04 Y 60 m sen senθ = = = I0 = . 3 12 comprimento y I0 = 7 20. 3 60 12 sen      I0 = 880,14 m4 0 cp cg cg I Y Y Y .A = + ( )cp 880,14 Y 4,04 4,04 20.8,08 = + cpY 5,39m= cp cph Y . 60sen=  cph 5,67m=
  • 17. 17 Material Complementar Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta Unidade, leia as seguintes obras: Livros: VALADARES, E.C., MATEUS, A.L., SILVA, J.D. Aerodescobertas: explorando novas possibilidades Sites: Caderno Brasileiro de Ensino de Física, disponível em: http://www.fsc.ufsc.br/ccef Sociedade Brasileira de Física, responsável pelas publicações Revista Brasileira de Ensino de Física e Física na escola, disponível em: http://www.sbfisica.org.br Feira de Ciências, site com muitas atividades experimentais simples de serem reproduzidas, disponível em: http://www.feiradeciencias.com.br Todas essas sugestões enriquecerão sua compreensão acerca da temática proposta na unidade. Por isso, não deixe de consultá-las!
  • 18. 18 Unidade: Hidrostática – Manômetro e Empuxo Referências AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de hidráulica. 8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998. FOX, R. W. Introdução à mecânica dos fluidos. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC. 2001. MUNSON, B. R. Fundamentos da mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1997. BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. São Paulo. Pearson.