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Estrutura das Explorações Agrícolas
Diagnóstico
Julho de 2019
Índice
Introdução 5
Agricultura: um setor com impacto territorial e social 6
Agricultura profissional e agricultura familiar: dois papéis distintos 18
Diferenciadas dinâmicas de uso do solo 27
Constrangimentos estruturais, chaves para a mudança 38
Índice de Figuras
Figura 1 – Agricultura por região, dimensão económica e orientação produtiva em 2016 (%)...................7
Figura 2 – Evolução do grau de especialização da agricultura (2009-2016)...............................................11
Figura 3 – Padrões de orientação produtiva do território..........................................................................12
Figura 4 – Evolução (em índice 100=1989) da mão-de-obra familiar e não familiar em Portugal.............13
Figura 5 – Evolução do volume de mão-de-obra assalariada e não assalariada 1995-2017......................13
Figura 6 – Evolução do peso da mão-de-obra assalariada no total da mão-de-obra por NUTII ................13
Figura 7 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas em Portugal (Preços
correntes) ...................................................................................................................................................14
Figura 8 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas NUTII com valores
extremos (Alentejo e Centro – Preços correntes)......................................................................................14
Figura 9 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas classes de dimensão
física com valores extremos (<5ha e >200ha – Preços correntes) .............................................................15
Figura 10 – Evolução do peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população
residente em Portugal 1989 a 2016 ...........................................................................................................16
Figura 11 – Peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em alguns
países da UE em 1990 e 2013.....................................................................................................................16
Figura 12 – Comparação da produtividade do trabalho da Agricultura, Silvicultura e Caça com a
produtividade do total da Economia por região (média 2000-2001-2002)................................................17
Figura 13 – Evolução dos dados globais da agricultura familiar.................................................................20
Figura 14 – Importância da agricultura familiar em Portugal.....................................................................20
Figura 15 – Importância regional da Agricultura Familiar – 2016 ..............................................................21
Figura 16 – Evolução da produtividade da terra (VABpm/HA) da agricultura familiar e empresarial .......22
Figura 17 – Relação entre as produtividades da terra (VABpm/ha) da agricultura familiar e agricultura
empresarial nos últimos quadros de programação....................................................................................22
Figura 18 – Evolução da produtividade do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e empresarial23
Figura 19 – Relação entre as produtividades do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e
agricultura empresarial nos últimos quadros de programação .................................................................23
Figura 20 – Evolução dos pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e empresarial ....24
Figura 21 – Relação entre os pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e agricultura
empresarial nos últimos quadros de programação....................................................................................24
Figura 22 – Peso dos pagamentos aos produtores no VALcf da agricultura familiar e agricultura
empresarial nos últimos quadros de programação....................................................................................25
Figura 23 – Evolução do rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da agricultura
familiar e empresarial.................................................................................................................................25
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 4
Julho de 2019
Figura 24 – Relação entre o rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da agricultura
familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação .................................................26
Figura 25 – Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA e comparação com 14 vezes
os ganhos médios mensais da economia ...................................................................................................26
Figura 26 – Relação entre o Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA da
agricultura familiar e agricultura empresarial e os ganhos médios por unidade de trabalho da Economia
....................................................................................................................................................................27
Figura 27 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), Número de
explorações (EXP), Unidades de Trabalho Anuais (UTA) e Superfície irrigável (SAU IRR) na Agricultura de
1989 a 2016................................................................................................................................................28
Figura 28 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) do número de explorações agrícolas por classe de
dimensão física de 1989 a 2016 .................................................................................................................29
Figura 29 – Distribuição das explorações e SAU por classe de SAU em 1999 e 2016 ................................29
Figura 30 – Composição da SAU das explorações agrícolas 1989-2016 (hectares)....................................31
Figura 31 – Evolução da SAU por região 1989-2016 ..................................................................................31
Figura 32 – Evolução da terra arável por região 1989-2016 ......................................................................32
Figura 33 – Evolução das pastagens permanentes por região 1989-2016.................................................32
Figura 34 – Evolução das culturas permanentes por região 1989-2016 ....................................................33
Figura 35 – Evolução da superfície irrigável nas explorações agrícolas por região 1989-2016..................33
Figura 36 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações agrícolas
por região 1989-2016.................................................................................................................................34
Figura 37 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações agrícolas
por região 1989-2016.................................................................................................................................38
Figura 38 – Cenários de evolução das produtividades agrícolas médias na Europa para o final do século
XXI, face aos valores atuais ........................................................................................................................39
Figura 39 – Proporção da superfície irrigável na SAU (%) ..........................................................................40
Figura 40 – Superfície irrigável, por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias em 2016 ................41
Figura 41 – Variação da superfície irrigável por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias 2016-
2009............................................................................................................................................................42
Figura 42 – Estrutura etária dos produtores agrícolas por região agrária em 2016 ..................................43
Figura 43 – Estrutura do nível de instrução dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009 ...44
Figura 44 – Estrutura da formação agrícola dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009 ...44
Índice de Quadros
Quadro 1 – Componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016 ......................................8
Quadro 2 – Peso das componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016 .......................9
Quadro 3 – Componentes da SAU por Região Agrária em 2016 ..................................................................9
Quadro 4 – Peso das Componentes da SAU por Região Agrária em 2016 ...................................................9
Quadro 5 – Características estruturais das explorações familiares............................................................21
Quadro 6 – SAU média por exploração nas regiões agrárias, 2009 e 2016................................................30
Quadro 7 – Taxa de variação das componentes de SAU, por classe de SAU 2009-2016 ...........................34
Quadro 8 – Taxa de variação das componentes de SAU, por região agrária 2009-2016 ...........................35
Quadro 9 – Importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a dimensão económica
das explorações agrícolas – 2016...............................................................................................................36
Quadro 10– Porporção das áreas florestais na área territorial, segundo a dimensão económica das
explorações agrícolas .................................................................................................................................36
Quadro 11 – A importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a região agrária ......37
Quadro 12 – Proporção das áreas florestais na área territorial, segundo a região agrária .......................37
Quadro 13 – Superfície irrigável por região agrária em 2016 ....................................................................42
Características estruturais das explorações agrícolas e florestais
Introdução
Nas três últimas décadas, o tecido produtivo agrícola atravessou, contínua e prolongadamente,
um processo de mudança em resultado de um conjunto alargado de efeitos, quer internos quer
externos, entre os quais se podem evidenciar:
• As distintas realidades agrícolas regionais e locais em resultado, nomeadamente, da
importância da atividade florestal, da concentração/dispersão da propriedade, do
relevo, do clima e das características do solo.
• A concorrência intersetorial resultante do processo de desenvolvimento e
modernização socioeconómica, terceirização da economia, com setores que permitem
remunerações dos fatores mais atrativas que os sistemas agrícolas tradicionais.
• A concorrência intrassetorial mais intensa, quando a agricultura portuguesa se integra
em espaços económicos cada vez mais vastos.
• As políticas públicas relativas à produção, à multifuncionalidade, à extensificação, à
conservação ambiental, à pequena agricultura e aos sistemas de alto valor natural.
Este conjunto de elementos tem exercido pressão sobre alguns dos sistemas de produção, o que
levou a que aqueles com menor capacidade de os enfrentar deixassem de ser sustentáveis do
ponto de vista económico, obrigando, nestes casos, a uma mudança de função dos fatores –
trabalho, terra e capital – que lhe estavam associados.
Assim, considerando que estes sistemas se enquadravam em contextos diferentes, estas
pressões deram origem, igualmente, a um conjunto de dinâmicas de alteração de uso do solo
distintas, com impactos também diferenciados.
De uma forma global, e recorrendo aos dados estatísticos disponíveis, pode-se inferir três
grandes dinâmicas:
• Onde existia estrutura fundiária com dimensão suficiente para suportar um processo de
extensificação, a terra foi integrada na SAU com utilização na pastorícia e silvo-
pastorícia.
• Quando coexiste alguma dimensão fundiária e acesso à terra, capacidade empresarial e
financeira, e disponibilidade de água para irrigação, surgem explorações com elevado
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 6
Julho de 2019
potencial produtivo, com sistemas de produção modernos e tecnologicamente
diferenciados, onde o regadio é mais eficaz, mas sujeitas a uma pressão social sobre o
seu desempenho ambiental.
• Noutros casos ainda, a estrutura fundiária da exploração não tem dimensão suficiente
para suportar processos de extensificação ou modernização, a que se junta a dificuldade
de os produtores se organizarem para concentrarem a oferta, levando a uma menor
capacidade de gerar rendimentos aceitáveis, e não garantindo assim condições para
assegurar uma sucessão geracional adequada. Estas explorações saem da atividade
produtiva. Note-se ainda que muitas destas explorações constituíam sistemas
agroflorestais, onde a floresta estreme estava integrada na gestão da exploração. O seu
desaparecimento como entidade gestora do território levou ao abandono de muitas
áreas florestais.
Territorialmente, observa-se também que, nos locais onde tradicionalmente existiam
explorações com dimensão económica, se verifica algum efeito de integração de superfícies que
saem da atividade produtiva nessas explorações. Naqueles onde não se verificava a presença de
agentes agregadores, a superfície é abandonada em maior grau.
Estes principais tipos de dinâmicas – extensificação, modernização e saída da atividade
produtiva – tiveram um impacto relevante na evolução da gestão do solo e apresentam desafios
e oportunidades específicas a levar em conta no quadro do próximo ciclo de programação.
Agricultura: um setor com impacto territorial e social
Existem em Portugal, segundo o Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas (IEEA) de 2016,
258 983 explorações agrícolas, que ocupam 4 663 173 hectares, dos quais 3 641 691 hectares
são Superfície Agrícola Utilizada (SAU), ou seja uma dimensão média de 14,1 ha por exploração.
O volume de mão-de-obra é de 318 292 UTA1
(Unidade de Trabalho Ano), das quais 229 952 são
UTAs familiares. O efetivo animal é constituído, aproximadamente, por 2,2 milhões de cabeças
normais.
1 Aproximadamente 627 825 pessoas
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 1 – Agricultura por região, dimensão económica e orientação produtiva em 2016 (%)
Fonte: GPP, a partir de IEEA 2016
Explorações
SAU
UTA Assalariada
VPPT
4.6
4.1
2.6
4.5
24.1
13.1
52.4
11.0
23.3
12.1
10.4
12.1
4.8
8.2
9.8
11.2
10.5
14.5
3.4
15.2
9.1
22.4
12.5
21.7
12.7
18.2
5.4
15.3
1.7
3.4
0.1
4.5
9.2
3.8
3.4
4.5
0Km 40Km 80Km
Escala
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Diversidade Regional – uma agricultura, várias realidades
Estas explorações apresentam uma notável diversidade a nível regional em termos,
nomeadamente, de dimensão física, de dimensão económica, e de orientação técnico-
económica.
A grande maioria das explorações (70%) e do volume de trabalho (68%) encontra-se no Norte e
Centro do Continente, enquanto a SAU se localiza maioritariamente no Alentejo (54%). O
Alentejo e a região agrária de Ribatejo e Oeste reúnem 25,3% da UTA assalariada embora
tenham apenas 16,8% da UTA familiar.
A SAU média no Alentejo é de 67,1 hectares sendo 14,9 no conjunto do Continente e 14,1 no
país. A dimensão económica média é no Alentejo (43,6 mil euros), na região agrária de Ribatejo
e Oeste (38,4 mil euros) e na RA Açores (40,9 mil euros) o dobro da média do país (19,8 mil
euros).
Predominam as explorações de reduzida dimensão física que representam uma pequena parte
da SAU e do Valor de Produção
As explorações com menos de 5 hectares representam 71,3% das explorações do país, embora
reunindo apenas 9,1% da SAU, com as culturas permanentes como ocupação predominante.
Em contrapartida, as explorações com mais de 20 hectares são 9,3% do total de explorações e
reúnem 77,8% da SAU, onde predominam as pastagens permanentes (46,4% da respetiva SAU,
que correspondem a 90,0% da área total de pastagens). As explorações no escalão de 5 a 20
hectares são 19,4% das explorações com 13,1% da SAU.
Quadro 1 – Componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016
hectares % hectares % hectares % hectares % hectares % N.º %
0 - < 1 ha 26 528 0,7 5 917 0,6 17 086 2,4 1 678 0,1 1 846 11,3 48 054 18,6
1 ha - < 5 ha 304 459 8,4 106 757 10,2 137 426 19,5 51 205 2,7 9 072 55,6 135 827 52,7
5 ha - < 20 ha 478 763 13,1 160 986 15,4 179 381 25,4 134 339 7,2 4 056 24,8 49 942 19,4
20 ha - < 50 ha 395 056 10,8 142 603 13,7 98 072 13,9 153 486 8,2 894 5,5 12 999 5,0
>= 50 ha 2 436 885 66,9 627 034 60,1 273 155 38,7 1 536 234 81,8 463 2,8 10 915 4,2
Total 3 641 691 100,0 1 043 297 100,0 705 120 100,0 1 876 942 100,0 16 331 100,0 257 737 100,0
< 20 ha 809 750 22,2 273 660 26,2 333 893 47,4 187 222 10,0 14 974 91,7 233 823 90,7
> 20 ha 2 831 941 77,8 769 637 73,8 371 227 52,6 1 689 720 90,0 1 357 8,3 23 914 9,3
Fonte: GPP, a aprtir de IEEA2016, INE
Explorações
Classes de SAU
SAU Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes Horta familiar
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Quadro 2 – Peso das componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016
Em termos regionais, salienta-se a região agrária Alentejo que reúne 52,4% da SAU, 34,5% das
culturas permanentes e 61,3% das pastagens permanentes, sendo que cerca de 60,4% da SAU
no Alentejo se encontra nesta categoria.
Quadro 3 – Componentes da SAU por Região Agrária em 2016
Quadro 4 – Peso das Componentes da SAU por Região Agrária em 2016
SAU/Exploração Terra arável
Culturas
permanentes
Pastagens
permanentes
Horta familiar SAU
hectares % % % % %
0 - < 1 ha 0,6 22,3 64,4 6,3 7,0 100,0
1 ha - < 5 ha 2,2 35,1 45,1 16,8 3,0 100,0
5 ha - < 20 ha 9,6 33,6 37,5 28,1 0,8 100,0
20 ha - < 50 ha 30,4 36,1 24,8 38,9 0,2 100,0
>= 50 ha 223,3 25,7 11,2 63,0 0,0 100,0
Total 14,1 28,6 19,4 51,5 0,4 100,0
< 20 ha 3,5 33,8 41,2 23,1 1,8 100,0
> 20 ha 118,4 27,2 13,1 59,7 0,0 100,0
Classes de SAU
hectares % hectares % hectares % hectares % hectares % N.º %
EDM 198 415 5,4 72 909 7,0 29 177 4,1 93 771 5,0 2 559 15,7 39 651 15,3
TM 454 719 12,5 99 396 9,5 189 595 26,9 161 262 8,6 4 466 27,3 56 228 21,7
BL 122 929 3,4 72 728 7,0 28 607 4,1 18 847 1,0 2 747 16,8 39 462 15,2
BI 356 488 9,8 79 580 7,6 66 727 9,5 207 663 11,1 2 519 15,4 29 065 11,2
RO 378 010 10,4 157 295 15,1 94 932 13,5 124 204 6,6 1 580 9,7 31 217 12,1
ALE 1 906 874 52,4 510 930 49,0 243 467 34,5 1 151 238 61,3 1 238 7,6 28 424 11,0
ALG 95 570 2,6 26 349 2,5 47 847 6,8 20 792 1,1 581 3,6 11 728 4,5
RAA 123 793 3,4 22 223 2,1 2 400 0,3 98 643 5,3 526 3,2 11 580 4,5
RAM 4 893 0,1 1 888 0,2 2 367 0,3 524 0,0 114 0,7 11 628 4,5
Total 3 641 691 100,0 1 043 297 100,0 705 120 100,0 1 876 942 100,0 16 331 100,0 258 983 100,0
Fonte: GPP, a aprtir de IEEA2016, INE
Horta familiar Explorações
Regiões Agrárias
SAU Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes
SAU/Exploração Terra arável
Culturas
permanentes
Pastagens
permanentes
Horta familiar SAU
hectares % % % % %
EDM 5,0 36,7 14,7 47,3 1,3 100,0
TM 8,1 21,9 41,7 35,5 1,0 100,0
BL 3,1 59,2 23,3 15,3 2,2 100,0
BI 12,3 22,3 18,7 58,3 0,7 100,0
RO 12,1 41,6 25,1 32,9 0,4 100,0
ALE 67,1 26,8 12,8 60,4 0,1 100,0
ALG 8,1 27,6 50,1 21,8 0,6 100,0
RAA 10,7 18,0 1,9 79,7 0,4 100,0
RAM 0,4 38,6 48,4 10,7 2,3 100,0
Total 14,1 28,6 19,4 51,5 0,4 100,0
Fonte: GPP, a aprtir de IEEA2016, INE
Regiões Agrárias
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Julho de 2019
Predominam as explorações de reduzida dimensão económica mas que representam uma
minoria da SAU e do valor da produção e da SAU
A dimensão económica média é baixa com 19,8 mil euros de Valor de Produção Padrão (VPP).
Mas, mais uma vez, verifica-se uma grande diversidade. Assim, 73% das explorações são de
muito pequena dimensão económica (VPP < 8.000 €) e 16% de pequena dimensão económica
(VPP >= 8 000 e < 25 000 €), num total de 88,4% das explorações e 30,2% da SAU, a que
corresponde 70% do volume de trabalho.
Em contrapartida, as explorações de média dimensão económica (VPP >= 25 000 e < 100 000 €)
perfazem 8% das explorações, reúnem 20% do VPP total, 27% da SAU e 13,4% da UTA total. As
explorações de grande dimensão económica (>=100 000 €) correspondem a 3,6% do total de
explorações, concentram 60% do VPP Total, 43,3% da SAU e 16,5% da UTA Total.
Em termos de regiões agrárias, a dimensão económica média varia entre 7 330 € na Região
Autónoma (RA) da Madeira e 43 604 € no Alentejo.
Os dados estatísticos indicam que no país existem 246 149 produtores singulares que exploram
62,4% da SAU e apenas 11 397 sociedades que exploram 32,8% da SAU. Esta diferença permite
desde logo concluir que a adoção de modelos associativos ao nível das explorações agrícolas é
algo fundamental na agricultura portuguesa.
Neste quadro estrutural de predomínio de micro e pequenas explorações, a adoção de formas
associativas de gestão ou organização tem um papel muito importante na estruturação da
produção (sociedades de agricultura de grupo, outro tipo de sociedades comerciais, de
cooperativas ou de outras formas societárias).
Em termos de natureza jurídica, 98,5% dos produtores singulares desenvolvem a atividade como
autónomos e apenas 1,5% como empresários.
Elevada diversidade de sistemas de produção e tendência para a especialização das
explorações agrícolas (Orientações Técnico-Económicas)
A análise das explorações agrícolas segundo a Orientação Técnico Económica (OTE) aponta para
a especialização crescente da agricultura portuguesa, quer pelo ganho de importância do
número de explorações especializadas (66,6% em 2009 e 70,2% em 2016), a sua Superfície
Agrícola Utilizada (77,4% em 2009 e 79,6 em 2016), ou o seu Valor de Produção Padrão (85,9%
em 2009 e 88,1% em 2016).
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 2 – Evolução do grau de especialização da agricultura (2009-2016)
Fonte: GPP, a partir de INE RGA 2009 e IEEA 2016
O Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas (IEEA) 2016 indica a região de Trás-os-
Montes como a que tem mais explorações especializadas no país, representando cerca de 76%
do total da região e as regiões de Entre Douro e Minho e Beira Litoral como as que têm maior
concentração de explorações mistas.
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 3 – Padrões de orientação produtiva do território
Fonte: GPP, a partir de RA 09
Predominância cada vez menor do trabalho não assalariado
No que se refere à proporção de UTA total assalariada na UTA total, associada às diferenças
resultantes da diferente dimensão económica das explorações e aos tipos de agricultura
praticados, verifica-se igualmente uma grande diversidade regional. Assim, e para um valor
médio de 28%, verificam-se diferenças significativas nas diversas regiões agrárias, desde 12,1%
na Beira Litoral até 58% no Alentejo.
O decréscimo do volume de mão-de-obra global que se tem verificado resulta essencialmente
da redução da mão-de-obra familiar, que cai 64%. A mão-de-obra não familiar, ou assalariada,
tendo apresentado um decréscimo acentuado até 2007, tem vindo a recuperar, representando,
em 2016, 89% da que existia em 1989.
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Figura 4 – Evolução (em índice 100=1989) da mão-de-obra familiar e não familiar em Portugal
1989-2016
Fonte: INE
Figura 5 – Evolução do volume de mão-de-obra assalariada e não assalariada 1995-2017
Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais
Figura 6 – Evolução do peso da mão-de-obra assalariada no total da mão-de-obra por NUTII
(médias trienais – valores em %)
Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais
96.8
80.2
338.2
163.7
0.0
50.0
100.0
150.0
200.0
250.0
300.0
350.0
400.0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
1000
UTA
Anos
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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A remuneração da mão de obra familiar global continua inferior aos salários pagos no setor
Figura 7 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas em Portugal (Preços
correntes)
Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais
Figura 8 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas NUTII com valores
extremos (Alentejo e Centro – Preços correntes)
Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
1995 2000 2005 2010 2015
(€/uta)
Anos
Salários/UTA assalariadas RLE/UTA Não Assalariada Linear (Salários/UTA assalariadas) Linear (RLE/UTA Não Assalariada)
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
35 000
40 000
45 000
50 000
1995 2000 2005 2010 2015
(€/UTA)
Anos
Salários/UTA assalariadas - CNT RLE/UTA Não Assalariada - CNT Salários/UTA assalariadas - ALT
RLE/UTA Não Assalariada - ALT Linear (Salários/UTA assalariadas - CNT)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 9 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas classes de dimensão
física com valores extremos (<5ha e >200ha – Preços correntes)
Fonte: GPP – Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (Explorações com mais de 4 000€ de Valor de Produção Padrão)
Recurso muito reduzido a práticas de gestão
Em 2016, apenas 19,2% dos produtores trabalham a tempo inteiro na exploração e
demonstram hábitos de gestão muito pouco desenvolvidos. Os últimos dados disponíveis,
referentes a 2009, mostram que 94% das explorações não detinham contabilidade, nem
qualquer registo sistemático de receitas e despesas, sendo que na Beira Litoral e no Entre Douro
e Minho esse número atinge os 97% e 96%, respetivamente.
Perda de importância social da população agrícola
A população agrícola representava 15,6% do total da população residente em 1989 e passa a
representar apenas 5,9% em 2016 (Figura 10).
0
10 000
20 000
30 000
40 000
50 000
60 000
70 000
80 000
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
€/UTA
Anos
Rem MOAss >200ha Rem MONAss >200ha Rem MOAss < 5 ha Rem MONAss < 5 ha
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 10 – Evolução do peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população
residente em Portugal 1989 a 2016
Fonte: INE
Em Portugal, em 1990, 15,6% da população residente desenvolvia trabalho nas explorações
agrícolas da família, um valor muito elevado quando comparado com outras economias mais
desenvolvidas de Estados-Membros da UE (Reino Unido 1,2%; Espanha 7,3%, Holanda 1,9%)
(Figura 11). Na Beira Litoral, no mesmo ano, este indicador atinge os 24,3%, ou seja, um quarto
da população desta região fazia parte do agregado familiar e participava nos trabalhos da
exploração agrícola. Assim, o próprio normal desenvolvimento socioeconómico dos territórios
leva a que, naturalmente, uma proporção considerável das pessoas que desenvolviam atividade
na agricultura saiam para outros setores com maior capacidade de atração, quer pelos melhores
rendimentos, quer por melhores condições globais de trabalho.
Figura 11 – Peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em
alguns países da UE em 1990 e 2013
Fonte: Eurostat
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Este efeito é demonstrado igualmente pelos níveis de produtividade do trabalho da agricultura
em algumas regiões onde predominam as explorações de agricultura familiar de pequena
dimensão. Estes níveis são muito pouco competitivos quando comparados com a média da
economia e, por isso, têm muito pouca capacidade de assegurar rendimentos atrativos, sendo
mais um fator para dificultar os processos de sucessão destes pequenos produtores.
Na Figura 12, comparando as produtividades do trabalho do setor primário e do total da
economia, observa-se que é nas regiões com maiores diferenças de produtividade do trabalho
entre a Agricultura, Silvicultura e Caça e a média da economia que se têm verificado os maiores
impactos ao nível da perda de SAU e do número de explorações. Na Beira Litoral, por volta do
ano 2000, a produtividade do total da economia era 5,3 vezes a da Agricultura, Silvicultura e
Caça, evidenciando a dificuldade deste setor em competir com os outros na atração da mão-de-
obra e de investimento nestas zonas.
Figura 12 – Comparação da produtividade do trabalho da Agricultura, Silvicultura e Caça com a
produtividade do total da Economia por região (média 2000-2001-2002)
Fonte: Contas Regionais (INE)
Predomina uma agricultura assente na pluriatividade e no plurirrendimento dos agricultores
e suas familias
A pluriatividade dos agricultores (acumulação da atividade agrícola com outras atividades
remuneradas, quer nos setores industrial e de serviços quer no próprio setor agrícola) e a
atividade a tempo parcial continuam a ter grande expressão, contribuindo para a diversificação
dos rendimentos dos agregados familiares dos agricultores. Embora esta não especialização
reflita um menor profissionalismo, contribui para a sustentabilidade das explorações de menor
dimensão e para a redução das dificuldades das famílias em situações de crise.
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
EDM TM BL BI RO ALT ALG
€/ETC
Regiões Agrárias
Prrodutividade da Economia (VAB/Pop empregada ETC)
Produtividade Agricultura Silvicultura e Caça (VAB/Pop empregada ETC)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Verifica-se que 80,2% das pessoas que compõem a mão-de-obra agrícola desenvolvem a sua
atividade a tempo parcial e apenas 19,8% dedicam a totalidade do seu tempo à exploração. No
IEEA 2016 verificou-se também que havia 58,1 mil produtores singulares com outras atividades
lucrativas não relacionadas com a agricultura, correspondendo a 23,6%.
Diretamente relacionado com a pluriatividade, verifica-se o correspondente plurirrendimento
que provém, quer das outras atividades remuneradas ou de remessas de emigrantes, quer de
reformas e outros rendimentos sociais.
A dependência do exterior da exploração é evidente quando se considera a origem do
rendimento do agregado doméstico do produtor singular. O IEEA refere que apenas 6,1% (15,2
mil) dos produtores tem como origem do seu rendimento exclusivamente a exploração agrícola,
enquanto p 81,1% (199,6 mil) a origem é principalmente do exterior da exploração.
O IEEA 2016 identifica 143,2 mil produtores cujo rendimento principal provém de pensões e
reformas, o que que corresponde a mais de 58% do total de produtores singulares e a cerca de
72% do total de explorações cujo rendimento é principalmente de origem exterior à exploração.
Refere ainda que 10,1% dos produtores tem o seu rendimento principal em atividade do setor
secundário e 18,9% do setor terciário.
Com a origem do rendimento a vir principalmente da exploração agrícola, o IEEA apresentou
34,5 mil produtores singulares, que representam 12,8% do total. Juntando estes aos que têm na
exploração a exclusividade do rendimento, há 46,6 mil explorações que correspondem a 18,9%.
Agricultura profissional e agricultura familiar: dois papéis distintos
Verifica-se dos pontos anteriores que a atividade agrícola portuguesa assenta,
fundamentalmente, em dois modos principais de exploração:
 A agricultura mais profissional, que recorre numa maior proporção à mão-de-obra
assalariada, é essencialmente de grande e média dimensão económica e tem vindo a
ganhar importância no papel a desempenhar pela agricultura. Assenta em dois grandes
tipos de explorações. Umas com elevado potencial produtivo, com sistemas de
produção modernos e tecnologicamente diferenciados, onde o regadio é mais eficaz,
normalmente especializadas em horto-indústria, horticultura e floricultura, olival
intensivo, vinha e suínos e aves. Outras com estrutura fundiária com dimensão
suficiente para suportar sistemas de produção assentes na extensificação,
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
especializados na pastorícia e silvo-pastorícia. Está mais presente nas regiões do
Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo. É responsável pela maioria da produção e ocupa a
grande parte da SAU, mas representa uma minoria dos agricultores.
 A agricultura familiar, que recorre numa maior proporção à mão-de-obra familiar e que
tende a ser realizada em explorações de pequena e média dimensão física e de pequena
e muito pequena dimensão económica, que tem apresentado indicadores de menor
resiliência. Composta por explorações que tendem a ser pouco especializadas ou não
especializadas, com frequente recurso ao plurirrendimento e à pluriatividade. Está mais
presente nas regiões Norte, Centro e Algarve. Corresponde à grande maioria dos
agricultores, mas é minoritária em termos de valor da produção e proporção da SAU.
Agricultura familiar com importante papel, mas com elementos de pressão acentuados
No âmbito da criação do Estatuto da Agricultura Familiar, o governo define como objetivos desse
instrumento, entre outros, conferir à Agricultura Familiar um valor estratégico a ter em conta,
designadamente, nas prioridades das políticas agrícolas nacional e europeia, e promover maior
equidade na concessão de incentivos e condições de produção às explorações agrícolas
familiares. Para além disso, definiu como direito aos detentores do estatuto o acesso a medidas
específicas de políticas públicas de apoio às atividades de exploração agrícola e florestal,
nomeadamente no âmbito dos programas de desenvolvimento rural, financiados pelo Fundo
Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER);
Nesse sentido, interessa caracterizar este tipo de explorações por forma a identificar as
necessidades inerentes a esta forma de organização produtiva e, num passo posterior,incluir
estas necessidades numa priorização, de modo a avaliar se haverá instrumentos no quadro
regulamentar que permitam responder-lhes.
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Figura 13 – Evolução dos dados globais da agricultura familiar
Fonte: Recenseamento Agrícola 2009 e Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícola 2016
O debate e a reflexão efetuados em Portugal permitiram um conhecimento mais aprofundado
sobre a agricultura familiar. O Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas mostra que, em
2016, existiam cerca de 232 mil explorações agrícolas classificadas como familiares, o que
representa 90% do total das explorações, 46,2% da Superfície Agrícola Utilizada e perto de 74%
do trabalho total agrícola.
Os mesmos dados mostram que a importância da agricultura familiar tem vindo a diminuir.
Verifica-se que, entre 2009 e 2016, o número de explorações familiares decresceu 18,2 %, a SAU
gerida por estas explorações decresceu 6,7% e o volume de trabalho, 21,2%.
Figura 14 – Importância da agricultura familiar em Portugal
Fonte: Recenseamento Agrícola 2009 e Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas 2016
Nº de explorações familiares UTA – Explorações familiares
SAU – Explorações familiares
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Embora a importância da agricultura familiar na proporção de explorações que representa seja
elevada em todas as regiões, sempre acima dos 80%, o mesmo já não se passa com a superfície
agrícola utilizada que gerem, com os valores a variarem dos 32% no Alentejo e os 90% na
Madeira e 84% na Beira Litoral.
Figura 15 – Importância regional da Agricultura Familiar – 2016
Fonte: Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas 2016
Quadro 5 – Características estruturais das explorações familiares
Fonte: Recenseamento Agrícola 2009 e Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícola 2016
Nota: Na análise a seguir apresentada deve ter-se em consideração que a amostra RICA representa apenas
as explorações com Valor de Produção Padrão anual superior a 4 000€. Os dados apresentados resultam
da extrapolação dos dados da amostra RICA (em média no último triénio, 2 150 explorações que
representam 97 mil explorações do Universo IE 2016). Os dados monetários são apresentados em preços
correntes.
A produtividade da terra das explorações familiares, medida pelo Valor Acrescentado Bruto
(VAB) a preços de mercado (sem ajudas), tem sido inferior à apresentada pelas explorações
empresariais. No triénio 2012/13/14, a agricultura familiar apresentava, em média,
produtividades da terra que correspondiam a 74% das observadas em explorações empresariais.
O valor ainda se afastou mais no atual quadro de programação, representando apenas perto de
63%.
A linha de tendência aponta para um afastamento ainda maior no futuro.
Familiar 2016 Não familiar 2016 Familiar 2009
SAU/EXP (ha) 7,2 73,8 6,4
UTA/EXP 1,0 3,1 1,1
UTA/SAL (uta/100ha) 14,0 4,2 16,7
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 16 – Evolução da produtividade da terra (VABpm/HA) da agricultura familiar e empresarial
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
Figura 17 – Relação entre as produtividades da terra (VABpm/ha) da agricultura familiar e agricultura
empresarial nos últimos quadros de programação
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
A diferença de produtividades do trabalho, medido pelo Valor Acrescentado Bruto a preços de
mercado, ainda é mais significativa, e as linhas de tendência mostram uma possibilidade de
afastamento que poderá evoluir para níveis ainda superiores.
74.0
62.8
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17
(%)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Figura 18 – Evolução da produtividade do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e empresarial
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
No triénio 2012/13/14, cada unidade de trabalho da agricultura familiar acrescentava apenas
53% do valor bruto que a mesma unidade em agricultura empresarial e, no triénio seguinte, esse
valor foi ainda mais baixo, em média, apenas 39%.
Figura 19 – Relação entre as produtividades do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e
agricultura empresarial nos últimos quadros de programação
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
Os dados mostram igualmente que as explorações empresariais recebem pagamentos aos
produtores (ajudas diretas e medidas de superfície do segundo pilar) por Unidade de Trabalho
Anual superiores às explorações familiares. Por cada 100€ por unidade de trabalho recebidos
pelas explorações empresariais, as explorações familiares recebiam, na média do último triénio
0.0
2000.0
4000.0
6000.0
8000.0
10000.0
12000.0
14000.0
16000.0
18000.0
20000.0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
€
VABpm/UTA
Anos
Agricultura empresarial Agricultura Familiar Linear (Agricultura empresarial) Linear (Agricultura Familiar)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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do quadro comunitário anterior, 83,5€, e apenas 74,4€ no primeiro triénio deste quadro. Ou
seja, em média, as explorações familiares recebem menos apoios ao rendimento por unidade
de trabalho que as empresariais; no entanto, o seu rendimento está mais dependente dos
apoios públicos (agricultura familiar 51,7% e empresarial 32,7%, no triénio 2015/16/17, ver
Figura 22).
Figura 20 – Evolução dos pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e empresarial
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
Figura 21 – Relação entre os pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e agricultura
empresarial nos últimos quadros de programação
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
83.5
74.4
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17
(%)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Figura 22 – Peso dos pagamentos aos produtores no VALcf da agricultura familiar e agricultura
empresarial nos últimos quadros de programação
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
Figura 23 – Evolução do rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da agricultura
familiar e empresarial
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 24 – Relação entre o rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da
agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
Figura 25 – Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA e comparação com 14
vezes os ganhos médios mensais da economia
Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
61.9
47.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17
(%)
0
5000
10000
15000
20000
25000
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
€
RLE+Salários/UTA
Anos
Agricultura empresarial Agricultura Familiar Ganho médio mensal*14 (€)
Linear (Agricultura empresarial) Linear (Agricultura Familiar)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Figura 26 – Relação entre o Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA da
agricultura familiar e agricultura empresarial e os ganhos médios por unidade de trabalho da
Economia
De uma forma geral, pode-se afirmar que a agricultura familiar, tendo um papel fundamental na
produção de alimentos e outras matérias-primas, e acima de tudo na gestão do território e logo
na sustentabilidade do setor, tem vindo a perder importância, quer em número de agricultores,
quer em superfície agrícola e volume de trabalho.
Os dados mostram também que é menos produtiva, tanto por unidade de trabalho, como por
unidade de superfície agrícola. Proporciona igualmente menos rendimento por unidade de
trabalho, e este rendimento está mais dependente dos apoios públicos. O rendimento
disponível para remunerar o trabalho está mais afastado dos salários médios da economia na
agricultura familiar.
Diferenciadas dinâmicas de uso do solo
Em contextos diferentes, as pressões sobre os sistemas agrícolas deram origem a um conjunto
de dinâmicas de alteração de uso do solo distintas
A evolução da superfície agrícola utilizada é muitas vezes utilizada como um indicador de
resiliência do setor agrícola. O sentido da sua evolução e as alterações da sua composição são o
espelho da resposta dos agricultores ao conjuto de pressões externas e internas a que o setor
tem estado sujeito.
87.5
127.1
55.5
61.1
0.0
20.0
40.0
60.0
80.0
100.0
120.0
140.0
Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17
%
do
ganho
médio
mensal
*
14
Agricultura empresarial Agricultura Familiar
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Relativamente à Superfície Agrícola Utilizada (SAU), que em 2016 representava 39,5% da
superfície territorial portuguesa, verificou-se uma estabilização na sua evolução. De entre as
principais variáveis, a SAU é aquela que, em termos globais, apresenta uma evolução mais
resiliente. Em 2016, correspondia a 91% (quebra de 9%) da superfície agrícola que existia em
1989 (a superfície irrigável caiu 38%, o número de explorações caiu 57% e o volume de mão-de-
obra apresentou um decréscimo de 64%).
Figura 27 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), Número de
explorações (EXP), Unidades de Trabalho Anuais (UTA) e Superfície irrigável (SAU IRR) na Agricultura
de 1989 a 2016
No entanto, esta evolução resulta de realidades contrastadas. A superfície ocupada por
explorações com menos de 5 ha caiu 57% (Figura 28). O desaparecimento expressivo de
explorações, que se dá essencialmente nas explorações familiares de pequena dimensão,
(existiam em 2016 menos 63% das explorações com menos de 5ha que em 1989).
Já as explorações com mais de 50 ha ocupam agora mais 16% da superfície agrícola que
ocupavam em 1989 (Figura 28), correspondendo a um aumento de 15% no número destas
explorações, o que evidencia o aparecimento de um conjunto de explorações estruturadas e
com dimensão.
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 28 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) do número de explorações agrícolas por classe de
dimensão física de 1989 a 2016
Fonte: INE
Em 2016, a SAU média das explorações subiu para 14,1 hectares (+0,3 ha do que em 2013). Em
1999, era de 9,3 hectares, tendo passado para os 12 hectares em 2009.
Assim, continuou a verificar-se uma distribuição assimétrica da SAU pelas explorações, com
elevada concentração da superfície num número limitado de explorações. As explorações com
mais de 50 hectares, que são apenas 4,2% do total das explorações, representam, em 2016, mais
de dois terços da SAU (66,9%), enquanto no lado oposto as pequenas explorações, que
representam 71,5% do total, significam apenas 9,1% da SAU.
Figura 29 – Distribuição das explorações e SAU por classe de SAU em 1999 e 2016
Fonte: INE
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Observando a SAU média por exploração nas regiões constata-se não só uma grande
diferenciação, mas também que esta média está a aumentar em todas as regiões.
Quadro 6 – SAU média por exploração nas regiões agrárias, 2009 e 2016
Fonte: IEEA 2016, INE
Da análise da evolução, nos últimos anos, dos grandes agregados que constituem a SAU por
exploração agrícola, observa-se igualmente um conjunto de tendências que indiciam uma
reestruturação importante do tecido produtivo. Ou seja, não se trata apenas da perda de SAU,
mas também de profundas transformações nas superfícies que permanecem na função de
produção.
Quanto à composição da SAL, observou-se, ao longo do período de 1989 a 2016, uma
significativa transferência na ocupação do solo entre as terras aráveis e as pastagens
permanentes. As terras aráveis passaram de 2,3 milhões de hectares em 1989 para pouco mais
de 1 milhão em 2016, o que correspondeu a uma variação de -55,5%, enquanto as pastagens
permantes passaram de 838 mil hectares para 1,9 milhões no mesmo período, com uma
variação de 124%. As culturas permanentes, com a menor variação entre 1989 e 2016,
mantiveram praticamente a mesma área, tendo passado de 789 mil hectares para 705 mil
(-10,7%).
Os prados e pastagens permanentes são agora mais de metade (51,5%) da SAU, as terras aráveis
representam 28,6% e as culturas permanentes 19,4%. Em 2009, eram respetivamente 47,4%;
32,7% e 19,4%.
2009 2016
ha/expl ha/expl
Portugal 12,1 14,1
Continente 12,8 14,9
EDM 4,3 5,0
TM 7,0 8,1
BL 2,6 3,1
BI 10,0 12,3
RO 9,9 12,1
Alent 62,3 67,1
Alg 7,2 8,1
RAA 8,9 10,7
RAM 0,4 0,4
Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
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Julho de 2019
Figura 30 – Composição da SAU das explorações agrícolas 1989-2016 (hectares)
Fonte: INE
Nas figuras seguintes, apresentam-se as variações dos principais componentes da SAU por
região agrária. Da sua análise, podem-se também inferir algumas das dinâmicas já referidas.
A quebra da SAU está associada a regiões onde predominavam as explorações familiares de
pequena dimensão. Na Beira Litoral, a SAU reduz-se quase para metade (Figura 31). No Alentejo,
onde a estrutura fundiária oferece outras oportunidades, a SAU aumenta 3,5%, perto de 65 mil
ha.
Figura 31 – Evolução da SAU por região 1989-2016
Fonte: INE
Verifica-se uma quebra muito acentuada da área ocupada com terras aráveis, chegando a cair
mais de 60% no Alentejo e na Beira Interior. No Alentejo, os 60% de quebra representam mais
de 768 mil ha que mudaram o seu tipo de utilização (Figura 32).
-31.5
-7.0
-46.9
-17.8
-17.2
3.5
-30.1
-9.4
-50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0.0 10.0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Continente
-91 207
-34 414
-108 529
-77 458
-78 534
64 779
-41 210
-200 000 0 200 000
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Variação absoluta (ha)
Variação relativa (%)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 32
Julho de 2019
A grande parte da área ocupada por terras aráveis foi convertida em pastagem permanente,
salientando-se o aumento generalizado deste tipo de superfície: mais de 194% no Alentejo,
correspondendo nesta região a um acréscimo de cerca de 759 mil ha de pastagens (Figura 33).
Esta alteração significativa de uso da SAU, tendo em consideração que estas pastagens são, em
grande parte, naturais, mostra um claro processo de extensificação através da diminuição da
superfície cultivada.
Figura 32 – Evolução da terra arável por região 1989-2016
Fonte: INE
Figura 33 – Evolução das pastagens permanentes por região 1989-2016
Fonte: INE
Verifica-se um aumento considerável da superfície de culturas permanentes na região do
Alentejo, mais 74 mil ha (+44%) (Figura 34), associado a novos investimentos.
-58.7
-55.2
-52.5
-63.1
-28.9
-60.0
-58.3
-56.3
-70.0 -60.0 -50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0.0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Continente
-103 666
-122 629
-80 420
-136 040
-63 992
-767 506
-36 888
-1 000 000 -800 000 -600 000 -400 000 -200 000 0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
46.4
99.9
22.8
85.1
107.5
193.6
69.0
141.4
0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Continente
29 699
80 606
3 502
95 451
64 334
759 179
8 486
0 200 000 400 000 600 000 800 000
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Variação absoluta (ha)
Variação relativa (%)
Variação relativa (%) Variação absoluta (ha)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 33
Julho de 2019
Figura 34 – Evolução das culturas permanentes por região 1989-2016
Fonte: INE
Verifica-se uma redução da superfície irrigável em termos globais. No entanto, regionalmente
as dinâmicas são muito distintas: há uma diminuição muito acentuada nas regiões do Norte,
Centro e Algarve, associada ao desaparecimento de explorações de pequena dimensão, e um
aumento muito significativo na região do Alentejo, decorrente da entrada em funcionamento
do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Figura 35 – Evolução da superfície irrigável nas explorações agrícolas por região 1989-2016
Fonte: INE
A redução acentuada das explorações familiares de pequena dimensão, que em muitos casos
constituíam sistemas agroflorestais, onde a floresta estreme estava integrada na gestão da
exploração, provocou igualmente uma redução acentuada da floresta estreme gerida por estas,
o que em muitos casos levou, por sua vez, ao abandono de muitas áreas florestais com as
consequências já conhecidas.
-35.4
6.2
-49.3
-33.4
-44.7
44.0
-20.1
-10.3
-60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Continente
-15 983
11 146
-27 853
-33 450
-76 863
74 430
-12 041
-200 000 0 200 000
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
-59.7
-56.0
-60.8
-59.6
-21.0
58.4
-49.9
-37.6
-80.0 -60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Continente
-134 579
-55 901
-87 436
-67 163
-30 362
64 657
-17 060
-200 000 0 200 000
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Variação absoluta (ha)
Variação relativa (%)
Variação absoluta (ha)
Variação relativa (%)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 34
Julho de 2019
Figura 36 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações
agrícolas por região 1989-2016
Fonte: INE
A análise dos últimos anos, de 2009 a 2016, mostra as mesma tendências da análise mais
estrutural. Nas explorações agrícolas com menos de 20 hectares de SAU, ocorreu uma
diminuição que foi consequência da redução do número das respetivas explorações que passou
de cerca de 282 mil para cerca de 233 mil. Em 2009, a SAU era 889 mil hectares, passando para
810 mil em 2016.
Já para as explorações superior a 20 hectares, verificou-se um ligeiro aumento da SAU (1,9%)
relativamente a 2009, com um aumento de 4,1% das áreas ocupadas por pastagens e de 19,4%
das culturas permanentes, em contrapartida de uma diminuição das terras aráveis de -8,8%.
Quadro 7 – Taxa de variação das componentes de SAU, por classe de SAU 2009-2016
1.0
62.5
-41.8
-34.2
-52.0
45.0
-16.0
-14.8
-60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Continente
1 531
45 931
-75 574
-57 676
-103 993
56 047
-9 221
-200 000 0 200 000
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
0 - < 1 ha -24,3 -35,2 -19,8 -11,5 -32,4
1 ha - < 5 ha -15,9 -22,9 -18,2 17,0 -23,5
5 ha - < 20 ha -2,8 -11,4 -5,8 15,3 4,8
20 ha - < 50 ha 10,4 2,6 11,3 18,0 17,0
>= 50 ha 0,7 -11,1 22,5 2,9 -2,1
Total -0,7 -11,1 2,1 5,2 -17,1
< 20 ha -9,0 -16,9 -12,1 15,5 -18,9
> 20 ha 1,9 -8,8 19,4 4,1 9,7
Fonte: GPP, a partir de RA 2009 e IEEA 2016, INE
SAU Terra arável
Culturas
permanentes
Pastagens
permanentes
Horta
familiar
Classes de SAU
Variação absoluta (ha)
Variação relativa (%)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 35
Julho de 2019
Quadro 8 – Taxa de variação das componentes de SAU, por região agrária 2009-2016
A agricultura continua a desempenhar um papel importante na gestão florestal (mais de 1/3
da área das explorações agrícolas é floresta)
A floresta ocupa, de acordo com a Carta de Ocupação do Solo (COS2015), 3 479 mil hectares, o
que constitui 39% da superfície territorial do Continente.
A floresta nas explorações agrícolas2
ocupa 1 635 mil hectares e corresponde, por outro lado, a
35% da superfície total gerida pelas explorações agrícolas.
Estas áreas florestais distribuem-se em dois grandes tipos: as sem SAU sob coberto com 837 mil
hectares (predominantemente pinheiro bravo e eucalipto) e as com SAU sob coberto com 798
mil hectares (essencialmente montados de sobro e azinho).
Analisando a distribuição destes dois tipos de área florestal segundo a classe de dimensão
económica das explorações agrícolas, verificam-se variações bem distintas.
As áreas florestais com SAU sob coberto existem quase exclusivamente nas explorações de
maior dimensão (62% estão nas explorações de grande dimensão, > 100 mil euros). As áreas
florestais sem SAU sob coberto predominam nas explorações de muito pequena dimensão (< 8
mil euros).
Refira-se que a SAU das áreas florestais com sob coberto é predominantemente constituída por
pastagens naturais (isto é, não melhoradas).
2 Conceito diferente do utilizado na COS
Regiões Agrárias SAU Terra arável
Culturas
permanentes
Pastagens
permanentes
Horta familiar
EDM -6,0 -15,0 8,3 -1,6 -19,6
TM 5,0 -2,2 -1,1 19,8 -11,2
BL -2,0 3,1 -15,8 15,3 -39,7
BI 5,8 -20,4 -9,9 29,4 1,7
RO -3,3 -5,5 1,4 -3,8 -18,7
ALE -2,5 -16,5 10,2 2,6 5,3
ALG 8,2 18,0 6,3 2,2 -7,5
RAA 2,8 84,0 18,8 -6,8 1,0
RAM -9,9 -15,8 -4,6 0,6 -37,7
Total -0,7 -11,1 2,1 5,2 -17,1
Fonte: GPP, a partir de RA 2009 e IEEA 2016, INE
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 36
Julho de 2019
Quadro 9 – Importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a dimensão económica
das explorações agrícolas – 2016
De salientar que as áreas florestais correspondem a uma maior proporção da área territorial
ocupada pelas explorações agrícolas nas explorações de dimensão económica muito pequena
(41%) e grande dimensão (com 36%).
Quadro 10– Porporção das áreas florestais na área territorial, segundo a dimensão económica das
explorações agrícolas
Relativamente à distribuição regional destes dois tipos de área florestal, verificam-se variações
bem distintas, com o Alentejo a reunir 80% da floresta com SAU sob coberto. Já a floresta sem
SAU sob coberto distribui-se por todo o território.
hectares % hectares % hectares % hectares %
MP (Muito pequena) 1 050 214 22,5 432 260 26,4 27 885 3,5 404 375 48,3
P (Pequena) 679 465 14,6 188 184 11,5 55 291 6,9 132 893 15,9
M (Média) 1 157 466 24,8 372 539 22,8 220 074 27,6 152 465 18,2
G (Grande) 1 776 027 38,1 641 592 39,3 494 258 62,0 147 334 17,6
TOTAL 4 663 173 100,0 1 634 575 100,0 797 508 100,0 837 067 100,0
Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE
Com SAU sob-coberto
de matas e florestas
Sem SAU sob-coberto
de matas e florestas
Total
Floresta nas explorações agrícolas
Superfície Territorial
das explorações
Classes de dimensão
económica
Total
Com SAU sob-coberto
de matas e florestas
Sem SAU sob-coberto
de matas e florestas
MP (Muito pequena) 41,2 2,7 38,5
P (Pequena) 27,7 8,1 19,6
M (Média) 32,2 19,0 13,2
G (Grande) 36,1 27,8 8,3
TOTAL 35,1 17,1 18,0
Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE
Floresta nas explorações agrícolas
Classes de dimensão
económica
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 37
Julho de 2019
Quadro 11 – A importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a região agrária
A floresta com SAU sob coberto é 30% da superfície territorial das explorações do Alentejo. A
floresta sem SAU sob coberto é 45% da superfície territorial da Beira Litoral.
Quadro 12 – Proporção das áreas florestais na área territorial, segundo a região agrária
hectares % hectares % hectares % hectares %
EDM 376 225 8,1 180 599 11,0 18 102 2,3 162 497 19,4
TM 594 141 12,7 129 766 7,9 10 341 1,3 119 425 14,3
BL 234 215 5,0 105 239 6,4 223 0,0 105 016 12,5
BI 504 569 10,8 155 739 9,5 44 987 5,6 110 752 13,2
RO 493 467 10,6 172 330 10,5 76 258 9,6 96 072 11,5
Alent 2 142 617 45,9 824 073 50,4 643 478 80,7 180 595 21,6
Alg 170 655 3,7 52 482 3,2 4 118 0,5 48 364 5,8
RAA 139 799 3,0 12 870 0,8 12 870 1,5
RAM 7 484 0,2 1 476 0,1 1 476 0,2
TOTAL 4 663 173 100,0 1 634 575 100,0 797 508 100,0 837 067 100,0
Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE
Regiões agrárias
Superfície Territorial
das explorações
Floresta nas explorações agrícolas
Total
Com SAU sob-coberto
de matas e florestas
Sem SAU sob-coberto
de matas e florestas
Total
Com SAU sob-coberto
de matas e florestas
Sem SAU sob-coberto
de matas e florestas
EDM 48,0 4,8 43,2
TM 21,8 1,7 20,1
BL 44,9 0,1 44,8
BI 30,9 8,9 21,9
RO 34,9 15,5 19,5
Alent 38,5 30,0 8,4
Alg 30,8 2,4 28,3
RAA 9,2 9,2
RAM 19,7 19,7
TOTAL 35,1 17,1 18,0
Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE
Regiões agrárias
Floresta nas explorações agrícolas
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 38
Julho de 2019
Figura 37 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações
agrícolas por região 1989-2016
Fonte: INE
Constrangimentos estruturais, chaves para a mudança
Peso significativo da SAU localizada em zonas com condicionantes naturais
Verifica-se que 81% do território português corresponde a zonas agrícolas desfavorecidas, sendo
que 42% do território está em Zonas com Condicionantes Naturais de Montanha (ZCNM), 37,5%
do território está em Outras Zonas com Condicionantes Naturais que não de Montanha
(ZCNNM) e 1,7% em zonas com condicionantes específicas (ZCE) (zonas de solos calcários com
afloramentos rochosos intensos).
Segundo o Recenseamento Agrícola (RA) 2009, em termos de SAU, a importância das Zonas com
Condicionantes Naturais é ainda maior: 87,9% da SAU em Zonas com Condicionantes Naturais
(26,2% está em ZCNM, 61,1% em ZCNNM e 0,6% em ZCE). Assim, apenas 12,1% da SAU está em
Zonas Sem Condicionantes Naturais. Note-se que a delimitação das zonas tem sido muito
estável, permanecendo praticamente imutável desde a adesão de Portugal à CEE e assim
continuará a ser para as ZCNM e as ZDCE; no entanto, decorreu um processo de revisão da
delimitação das ZCNNM que entrou em vigor no PU2019.
1.0
62.5
-41.8
-34.2
-52.0
45.0
-16.0
-14.8
-60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Continente
1 531
45 931
-75 574
-57 676
-103 993
56 047
-9 221
-200 000 0 200 000
Entre Douro e Minho
Trás-os-Montes
Beira Litoral
Beira Interior
Lisboa e Vale do Tejo
Alentejo
Algarve
Variação absoluta (ha)
Variação relativa (%)
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 39
Julho de 2019
A água é um fator limitante da produção agrícola
Figura 38 – Cenários de evolução das produtividades agrícolas médias na Europa para o final do século
XXI, face aos valores atuais3
Fonte: Estudo PESETA/JRC com base em dados IPCC (COM (2007))
Nas condições climáticas mediterrânicas, a água é um dos principais fatores limitantes da
produção agrícola, não porque a precipitação anual seja insuficiente, mas porque é mal
distribuída no tempo face às necessidades hídricas das culturas: não chove quando a
temperatura é mais favorável para produzir. Apesar do nível de incerteza, o conhecimento
científico está hoje suficientemente consensualizado sobre as tendências de alteração do clima,
pelo que a necessidade de adaptação para minimização dos seus efeitos se vem tornando
incontornável.
Tais efeitos terão consequências para a agricultura, tendo em conta a sua especial dependência
das condições climáticas, e para o território, determinando novos padrões de distribuição do
coberto vegetal e de ocupação do solo.
Assim, na região mediterrânica, em que Portugal se insere, o regadio constitui um elemento
estratégico para o desenvolvimento da agricultura e dos territórios rurais, promoção da coesão
social e territorial, combate à desertificação e adaptação às alterações climáticas.
3
Níveis de produtividade simulados para a década de 2080 em relação ao período de 1961-1990, de acordo com
um cenário de alta emissão (IPCC A2) e dois modelos climáticos diferentes: (esquerda) HadCM3 / HIRHAM, (direita)
ECHAM4 / RCA3, elaboração de mapa pelo CE JRC / IES
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 40
Julho de 2019
O regadio: fator indispensável nas condições edafo-climáticas de Portugal continental
Neste quadro previsível de menores disponibilidades hídricas e maior variabilidade, o recurso
ao regadio assume uma importância decisiva para reduzir a vulnerabilidade de alguns sistemas
de produção, pois através do armazenamento da água promove-se a regularização da sua
disponibilidade para as culturas.
Apenas 15% da SAU é irrigável
A superfície regada correspondeu em 2016 a 13% da SAU4
(474 mil hectares), tendo vindo a
diminuir nos últimos 20 anos, em resultado da redução da SAU em zonas de pequena agricultura
com regadio.
No entanto, verificou-se que a proporção de superfície irrigável que é efetivamente regada
aumentou no mesmo período cerca de 21%, o que demonstra o aproveitamento crescente das
infraestruturas de rega existentes. Em 2016, foi efetivamente regada 86,5% da área equipada.
Figura 39 – Proporção da superfície irrigável na SAU (%)
Fonte: INE
A superfície irrigável é de 548 mil hectares, compreendendo 133 mil explorações com
infraestruturas de rega instaladas, o que corresponde a cerca de 15% da SAU e a cerca de 51%
das explorações.
4 IEEA 2016
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 41
Julho de 2019
Figura 40 – Superfície irrigável, por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias em 2016
Fonte: INE
A nível regional, a superfície irrigável concentra-se, em regra, nas terras aráveis em cultura
principal nas regiões de Entre Douro e Minho (66%), Beira Litoral (81%) e Ribatejo e Oeste
(75%). No Algarve é sobretudo nas culturas pemanentes (89%).
Diminuição da superfície irrigável, em particular nas classes de menor dimensão física
A diminuição da superfície irrigável em termos globais resulta de uma redução acentuada nas
regiões marcadas pelas explorações familiares de pequena dimensão, onde predominavam
regadios tradicionais. No entanto, essa quebra é atenuada pelo aumento de superfície irrigável
no Alentejo, decorrente da entrada em funcionamento do Empreendimento de Fins Múltiplos
do Alqueva (ver Figura 35).
Este Empreendimento permitiu o aparecimento de novos regadios modernos e estruturados.
Nestes casos, a coexistência de alguma dimensão fundiária e acesso à terra, capacidade
empresarial e financeira, e disponibilidade de água para irrigação, levou ao aparecimento de
explorações com elevado potencial produtivo, com sistemas de produção modernos e
tecnologicamente diferenciados, onde o regadio é mais eficaz, mas sujeitas a uma pressão social
no que diz respeito ao seu desempenho ambiental e social.
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 42
Julho de 2019
Quadro 13 – Superfície irrigável por região agrária em 2016
Fonte: INE
Figura 41 – Variação da superfície irrigável por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias 2016-
2009
Fonte: INE
A análise de um período mais recente, 2009 a 2016, mostra já uma inversão no quadro global.
A superfície irrigável apresenta um ligeiro aumento (1,3%), mas as variações dos vários tipos de
superfície irrigável continuam a mostrar o mesmo padrão, ou seja, uma diminuição acentuada
nas regiões marcadas pelas explorações familiares de pequena dimensão e principalmente na
terra arável e um aumento no Alentejo, normalmente associado a culturas permanentes.
Peso na
SAU
Variação
2016-2009
hectares % % %
EDM 90 938 16,6 45,8 -4,1
TM 43 953 8,0 9,7 -5,8
BL 56 385 10,3 45,9 -7,7
BI 45 571 8,3 12,8 -8,1
RO 114 330 20,9 30,2 1,6
Alent 175 410 32,0 9,2 13,1
Alg 17 158 3,1 18,0 5,4
RAA
RAM 4 092 0,7 83,6 -8,4
TOTAL 547 837 100,0 15,0 1,3
Fonte: INE, RA2009; IEEA2016
Superfície irrigável
Regiões
agrárias
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 43
Julho de 2019
Uma agricultura cada vez mais envelhecida (mais de metade dos produtores agrícolas tem
mais de 64 anos )
A idade média dos produtores agrícolas tem aumentado gradualmente. Em 1999 era de 59 anos,
tendo passado para 63 anos em 2009 e para 65 anos em 2016. Neste último ano, o número de
produtores com menos de 35 anos era de apenas 4 182 (3 500 no Continente) ou 1,7% do total
(1,6% do total no Continente), o que representa a proporção mais baixa de todos os países
membros da União Europeia, com exceção do Chipre (1,1%). O número de produtores com
mais de 64 anos atingia 54,6% do total, a percentagem mais alta da União Europeia e bastante
superior à média europeia de 32% (2013) – os únicos países com mais de 40% de produtores
com idade superior a 65 anos, para além de Portugal, são a Itália e a Roménia (dados de 2013)
e Chipre (dados de 2016). O rácio (produtores <35) / (produtores >=55) (2,2) é o mais baixo da
União Europeia.
Em termos regionais, a RA Açores tem os produtores agrícolas mais jovens: 5% com menos de
35 anos e apenas 30% com mais de 64 anos. Nas restantes regiões agrárias, os produtores
agrícolas com mais de 64 anos variam entre 50% em Entre Douro e Minho e 66% no Algarve.
Figura 42 – Estrutura etária dos produtores agrícolas por região agrária em 2016
Fonte: GPP, a partir de IEEA 2016, INE
Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico
Pág. 44
Julho de 2019
Produtores com baixa escolaridade e formação profissional
Em 2016, apenas 13% dos produtores detinham o ensino secundário ou superior, sendo que
cerca de 71% dos produtores apenas completou o ensino básico e 16% não completaram
qualquer nível de instrução.
Relativamenta à formação agrícola, apenas 1% dos produtores agrícolas tem formação agrícola
completa (secundário ou superior agrícola) e 44% formação profissional, apresentando a
maioria (55%) experiência exclusivamente prática. Entre 2009 e 2016, verificou-se uma evolução
negativa dos produtores com experiência exclusivamente prática (-49,4%) e um crescimento
bastante significativo do número de produtores com curso de formação profissional em
atividades agrícolas (271,6%), o que se deveu à obrigatoriedade de formação para o
manuseamento de fitofarmacos. Também a formação completa teve uma variação positiva face
a 2009 de 6,8%.
Figura 43 – Estrutura do nível de instrução dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009
Figura 44 – Estrutura da formação agrícola dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009

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  • 1. Estrutura das Explorações Agrícolas Diagnóstico Julho de 2019
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  • 3. Índice Introdução 5 Agricultura: um setor com impacto territorial e social 6 Agricultura profissional e agricultura familiar: dois papéis distintos 18 Diferenciadas dinâmicas de uso do solo 27 Constrangimentos estruturais, chaves para a mudança 38 Índice de Figuras Figura 1 – Agricultura por região, dimensão económica e orientação produtiva em 2016 (%)...................7 Figura 2 – Evolução do grau de especialização da agricultura (2009-2016)...............................................11 Figura 3 – Padrões de orientação produtiva do território..........................................................................12 Figura 4 – Evolução (em índice 100=1989) da mão-de-obra familiar e não familiar em Portugal.............13 Figura 5 – Evolução do volume de mão-de-obra assalariada e não assalariada 1995-2017......................13 Figura 6 – Evolução do peso da mão-de-obra assalariada no total da mão-de-obra por NUTII ................13 Figura 7 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas em Portugal (Preços correntes) ...................................................................................................................................................14 Figura 8 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas NUTII com valores extremos (Alentejo e Centro – Preços correntes)......................................................................................14 Figura 9 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas classes de dimensão física com valores extremos (<5ha e >200ha – Preços correntes) .............................................................15 Figura 10 – Evolução do peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em Portugal 1989 a 2016 ...........................................................................................................16 Figura 11 – Peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em alguns países da UE em 1990 e 2013.....................................................................................................................16 Figura 12 – Comparação da produtividade do trabalho da Agricultura, Silvicultura e Caça com a produtividade do total da Economia por região (média 2000-2001-2002)................................................17 Figura 13 – Evolução dos dados globais da agricultura familiar.................................................................20 Figura 14 – Importância da agricultura familiar em Portugal.....................................................................20 Figura 15 – Importância regional da Agricultura Familiar – 2016 ..............................................................21 Figura 16 – Evolução da produtividade da terra (VABpm/HA) da agricultura familiar e empresarial .......22 Figura 17 – Relação entre as produtividades da terra (VABpm/ha) da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação....................................................................................22 Figura 18 – Evolução da produtividade do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e empresarial23 Figura 19 – Relação entre as produtividades do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação .................................................................23 Figura 20 – Evolução dos pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e empresarial ....24 Figura 21 – Relação entre os pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação....................................................................................24 Figura 22 – Peso dos pagamentos aos produtores no VALcf da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação....................................................................................25 Figura 23 – Evolução do rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da agricultura familiar e empresarial.................................................................................................................................25
  • 4. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 4 Julho de 2019 Figura 24 – Relação entre o rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação .................................................26 Figura 25 – Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA e comparação com 14 vezes os ganhos médios mensais da economia ...................................................................................................26 Figura 26 – Relação entre o Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA da agricultura familiar e agricultura empresarial e os ganhos médios por unidade de trabalho da Economia ....................................................................................................................................................................27 Figura 27 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), Número de explorações (EXP), Unidades de Trabalho Anuais (UTA) e Superfície irrigável (SAU IRR) na Agricultura de 1989 a 2016................................................................................................................................................28 Figura 28 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) do número de explorações agrícolas por classe de dimensão física de 1989 a 2016 .................................................................................................................29 Figura 29 – Distribuição das explorações e SAU por classe de SAU em 1999 e 2016 ................................29 Figura 30 – Composição da SAU das explorações agrícolas 1989-2016 (hectares)....................................31 Figura 31 – Evolução da SAU por região 1989-2016 ..................................................................................31 Figura 32 – Evolução da terra arável por região 1989-2016 ......................................................................32 Figura 33 – Evolução das pastagens permanentes por região 1989-2016.................................................32 Figura 34 – Evolução das culturas permanentes por região 1989-2016 ....................................................33 Figura 35 – Evolução da superfície irrigável nas explorações agrícolas por região 1989-2016..................33 Figura 36 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações agrícolas por região 1989-2016.................................................................................................................................34 Figura 37 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações agrícolas por região 1989-2016.................................................................................................................................38 Figura 38 – Cenários de evolução das produtividades agrícolas médias na Europa para o final do século XXI, face aos valores atuais ........................................................................................................................39 Figura 39 – Proporção da superfície irrigável na SAU (%) ..........................................................................40 Figura 40 – Superfície irrigável, por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias em 2016 ................41 Figura 41 – Variação da superfície irrigável por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias 2016- 2009............................................................................................................................................................42 Figura 42 – Estrutura etária dos produtores agrícolas por região agrária em 2016 ..................................43 Figura 43 – Estrutura do nível de instrução dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009 ...44 Figura 44 – Estrutura da formação agrícola dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009 ...44 Índice de Quadros Quadro 1 – Componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016 ......................................8 Quadro 2 – Peso das componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016 .......................9 Quadro 3 – Componentes da SAU por Região Agrária em 2016 ..................................................................9 Quadro 4 – Peso das Componentes da SAU por Região Agrária em 2016 ...................................................9 Quadro 5 – Características estruturais das explorações familiares............................................................21 Quadro 6 – SAU média por exploração nas regiões agrárias, 2009 e 2016................................................30 Quadro 7 – Taxa de variação das componentes de SAU, por classe de SAU 2009-2016 ...........................34 Quadro 8 – Taxa de variação das componentes de SAU, por região agrária 2009-2016 ...........................35 Quadro 9 – Importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a dimensão económica das explorações agrícolas – 2016...............................................................................................................36 Quadro 10– Porporção das áreas florestais na área territorial, segundo a dimensão económica das explorações agrícolas .................................................................................................................................36 Quadro 11 – A importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a região agrária ......37 Quadro 12 – Proporção das áreas florestais na área territorial, segundo a região agrária .......................37 Quadro 13 – Superfície irrigável por região agrária em 2016 ....................................................................42
  • 5. Características estruturais das explorações agrícolas e florestais Introdução Nas três últimas décadas, o tecido produtivo agrícola atravessou, contínua e prolongadamente, um processo de mudança em resultado de um conjunto alargado de efeitos, quer internos quer externos, entre os quais se podem evidenciar: • As distintas realidades agrícolas regionais e locais em resultado, nomeadamente, da importância da atividade florestal, da concentração/dispersão da propriedade, do relevo, do clima e das características do solo. • A concorrência intersetorial resultante do processo de desenvolvimento e modernização socioeconómica, terceirização da economia, com setores que permitem remunerações dos fatores mais atrativas que os sistemas agrícolas tradicionais. • A concorrência intrassetorial mais intensa, quando a agricultura portuguesa se integra em espaços económicos cada vez mais vastos. • As políticas públicas relativas à produção, à multifuncionalidade, à extensificação, à conservação ambiental, à pequena agricultura e aos sistemas de alto valor natural. Este conjunto de elementos tem exercido pressão sobre alguns dos sistemas de produção, o que levou a que aqueles com menor capacidade de os enfrentar deixassem de ser sustentáveis do ponto de vista económico, obrigando, nestes casos, a uma mudança de função dos fatores – trabalho, terra e capital – que lhe estavam associados. Assim, considerando que estes sistemas se enquadravam em contextos diferentes, estas pressões deram origem, igualmente, a um conjunto de dinâmicas de alteração de uso do solo distintas, com impactos também diferenciados. De uma forma global, e recorrendo aos dados estatísticos disponíveis, pode-se inferir três grandes dinâmicas: • Onde existia estrutura fundiária com dimensão suficiente para suportar um processo de extensificação, a terra foi integrada na SAU com utilização na pastorícia e silvo- pastorícia. • Quando coexiste alguma dimensão fundiária e acesso à terra, capacidade empresarial e financeira, e disponibilidade de água para irrigação, surgem explorações com elevado
  • 6. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 6 Julho de 2019 potencial produtivo, com sistemas de produção modernos e tecnologicamente diferenciados, onde o regadio é mais eficaz, mas sujeitas a uma pressão social sobre o seu desempenho ambiental. • Noutros casos ainda, a estrutura fundiária da exploração não tem dimensão suficiente para suportar processos de extensificação ou modernização, a que se junta a dificuldade de os produtores se organizarem para concentrarem a oferta, levando a uma menor capacidade de gerar rendimentos aceitáveis, e não garantindo assim condições para assegurar uma sucessão geracional adequada. Estas explorações saem da atividade produtiva. Note-se ainda que muitas destas explorações constituíam sistemas agroflorestais, onde a floresta estreme estava integrada na gestão da exploração. O seu desaparecimento como entidade gestora do território levou ao abandono de muitas áreas florestais. Territorialmente, observa-se também que, nos locais onde tradicionalmente existiam explorações com dimensão económica, se verifica algum efeito de integração de superfícies que saem da atividade produtiva nessas explorações. Naqueles onde não se verificava a presença de agentes agregadores, a superfície é abandonada em maior grau. Estes principais tipos de dinâmicas – extensificação, modernização e saída da atividade produtiva – tiveram um impacto relevante na evolução da gestão do solo e apresentam desafios e oportunidades específicas a levar em conta no quadro do próximo ciclo de programação. Agricultura: um setor com impacto territorial e social Existem em Portugal, segundo o Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas (IEEA) de 2016, 258 983 explorações agrícolas, que ocupam 4 663 173 hectares, dos quais 3 641 691 hectares são Superfície Agrícola Utilizada (SAU), ou seja uma dimensão média de 14,1 ha por exploração. O volume de mão-de-obra é de 318 292 UTA1 (Unidade de Trabalho Ano), das quais 229 952 são UTAs familiares. O efetivo animal é constituído, aproximadamente, por 2,2 milhões de cabeças normais. 1 Aproximadamente 627 825 pessoas
  • 7. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 7 Julho de 2019 Figura 1 – Agricultura por região, dimensão económica e orientação produtiva em 2016 (%) Fonte: GPP, a partir de IEEA 2016 Explorações SAU UTA Assalariada VPPT 4.6 4.1 2.6 4.5 24.1 13.1 52.4 11.0 23.3 12.1 10.4 12.1 4.8 8.2 9.8 11.2 10.5 14.5 3.4 15.2 9.1 22.4 12.5 21.7 12.7 18.2 5.4 15.3 1.7 3.4 0.1 4.5 9.2 3.8 3.4 4.5 0Km 40Km 80Km Escala
  • 8. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 8 Julho de 2019 Diversidade Regional – uma agricultura, várias realidades Estas explorações apresentam uma notável diversidade a nível regional em termos, nomeadamente, de dimensão física, de dimensão económica, e de orientação técnico- económica. A grande maioria das explorações (70%) e do volume de trabalho (68%) encontra-se no Norte e Centro do Continente, enquanto a SAU se localiza maioritariamente no Alentejo (54%). O Alentejo e a região agrária de Ribatejo e Oeste reúnem 25,3% da UTA assalariada embora tenham apenas 16,8% da UTA familiar. A SAU média no Alentejo é de 67,1 hectares sendo 14,9 no conjunto do Continente e 14,1 no país. A dimensão económica média é no Alentejo (43,6 mil euros), na região agrária de Ribatejo e Oeste (38,4 mil euros) e na RA Açores (40,9 mil euros) o dobro da média do país (19,8 mil euros). Predominam as explorações de reduzida dimensão física que representam uma pequena parte da SAU e do Valor de Produção As explorações com menos de 5 hectares representam 71,3% das explorações do país, embora reunindo apenas 9,1% da SAU, com as culturas permanentes como ocupação predominante. Em contrapartida, as explorações com mais de 20 hectares são 9,3% do total de explorações e reúnem 77,8% da SAU, onde predominam as pastagens permanentes (46,4% da respetiva SAU, que correspondem a 90,0% da área total de pastagens). As explorações no escalão de 5 a 20 hectares são 19,4% das explorações com 13,1% da SAU. Quadro 1 – Componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016 hectares % hectares % hectares % hectares % hectares % N.º % 0 - < 1 ha 26 528 0,7 5 917 0,6 17 086 2,4 1 678 0,1 1 846 11,3 48 054 18,6 1 ha - < 5 ha 304 459 8,4 106 757 10,2 137 426 19,5 51 205 2,7 9 072 55,6 135 827 52,7 5 ha - < 20 ha 478 763 13,1 160 986 15,4 179 381 25,4 134 339 7,2 4 056 24,8 49 942 19,4 20 ha - < 50 ha 395 056 10,8 142 603 13,7 98 072 13,9 153 486 8,2 894 5,5 12 999 5,0 >= 50 ha 2 436 885 66,9 627 034 60,1 273 155 38,7 1 536 234 81,8 463 2,8 10 915 4,2 Total 3 641 691 100,0 1 043 297 100,0 705 120 100,0 1 876 942 100,0 16 331 100,0 257 737 100,0 < 20 ha 809 750 22,2 273 660 26,2 333 893 47,4 187 222 10,0 14 974 91,7 233 823 90,7 > 20 ha 2 831 941 77,8 769 637 73,8 371 227 52,6 1 689 720 90,0 1 357 8,3 23 914 9,3 Fonte: GPP, a aprtir de IEEA2016, INE Explorações Classes de SAU SAU Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes Horta familiar
  • 9. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 9 Julho de 2019 Quadro 2 – Peso das componentes da SAU por dimensão física das explorações em 2016 Em termos regionais, salienta-se a região agrária Alentejo que reúne 52,4% da SAU, 34,5% das culturas permanentes e 61,3% das pastagens permanentes, sendo que cerca de 60,4% da SAU no Alentejo se encontra nesta categoria. Quadro 3 – Componentes da SAU por Região Agrária em 2016 Quadro 4 – Peso das Componentes da SAU por Região Agrária em 2016 SAU/Exploração Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes Horta familiar SAU hectares % % % % % 0 - < 1 ha 0,6 22,3 64,4 6,3 7,0 100,0 1 ha - < 5 ha 2,2 35,1 45,1 16,8 3,0 100,0 5 ha - < 20 ha 9,6 33,6 37,5 28,1 0,8 100,0 20 ha - < 50 ha 30,4 36,1 24,8 38,9 0,2 100,0 >= 50 ha 223,3 25,7 11,2 63,0 0,0 100,0 Total 14,1 28,6 19,4 51,5 0,4 100,0 < 20 ha 3,5 33,8 41,2 23,1 1,8 100,0 > 20 ha 118,4 27,2 13,1 59,7 0,0 100,0 Classes de SAU hectares % hectares % hectares % hectares % hectares % N.º % EDM 198 415 5,4 72 909 7,0 29 177 4,1 93 771 5,0 2 559 15,7 39 651 15,3 TM 454 719 12,5 99 396 9,5 189 595 26,9 161 262 8,6 4 466 27,3 56 228 21,7 BL 122 929 3,4 72 728 7,0 28 607 4,1 18 847 1,0 2 747 16,8 39 462 15,2 BI 356 488 9,8 79 580 7,6 66 727 9,5 207 663 11,1 2 519 15,4 29 065 11,2 RO 378 010 10,4 157 295 15,1 94 932 13,5 124 204 6,6 1 580 9,7 31 217 12,1 ALE 1 906 874 52,4 510 930 49,0 243 467 34,5 1 151 238 61,3 1 238 7,6 28 424 11,0 ALG 95 570 2,6 26 349 2,5 47 847 6,8 20 792 1,1 581 3,6 11 728 4,5 RAA 123 793 3,4 22 223 2,1 2 400 0,3 98 643 5,3 526 3,2 11 580 4,5 RAM 4 893 0,1 1 888 0,2 2 367 0,3 524 0,0 114 0,7 11 628 4,5 Total 3 641 691 100,0 1 043 297 100,0 705 120 100,0 1 876 942 100,0 16 331 100,0 258 983 100,0 Fonte: GPP, a aprtir de IEEA2016, INE Horta familiar Explorações Regiões Agrárias SAU Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes SAU/Exploração Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes Horta familiar SAU hectares % % % % % EDM 5,0 36,7 14,7 47,3 1,3 100,0 TM 8,1 21,9 41,7 35,5 1,0 100,0 BL 3,1 59,2 23,3 15,3 2,2 100,0 BI 12,3 22,3 18,7 58,3 0,7 100,0 RO 12,1 41,6 25,1 32,9 0,4 100,0 ALE 67,1 26,8 12,8 60,4 0,1 100,0 ALG 8,1 27,6 50,1 21,8 0,6 100,0 RAA 10,7 18,0 1,9 79,7 0,4 100,0 RAM 0,4 38,6 48,4 10,7 2,3 100,0 Total 14,1 28,6 19,4 51,5 0,4 100,0 Fonte: GPP, a aprtir de IEEA2016, INE Regiões Agrárias
  • 10. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 10 Julho de 2019 Predominam as explorações de reduzida dimensão económica mas que representam uma minoria da SAU e do valor da produção e da SAU A dimensão económica média é baixa com 19,8 mil euros de Valor de Produção Padrão (VPP). Mas, mais uma vez, verifica-se uma grande diversidade. Assim, 73% das explorações são de muito pequena dimensão económica (VPP < 8.000 €) e 16% de pequena dimensão económica (VPP >= 8 000 e < 25 000 €), num total de 88,4% das explorações e 30,2% da SAU, a que corresponde 70% do volume de trabalho. Em contrapartida, as explorações de média dimensão económica (VPP >= 25 000 e < 100 000 €) perfazem 8% das explorações, reúnem 20% do VPP total, 27% da SAU e 13,4% da UTA total. As explorações de grande dimensão económica (>=100 000 €) correspondem a 3,6% do total de explorações, concentram 60% do VPP Total, 43,3% da SAU e 16,5% da UTA Total. Em termos de regiões agrárias, a dimensão económica média varia entre 7 330 € na Região Autónoma (RA) da Madeira e 43 604 € no Alentejo. Os dados estatísticos indicam que no país existem 246 149 produtores singulares que exploram 62,4% da SAU e apenas 11 397 sociedades que exploram 32,8% da SAU. Esta diferença permite desde logo concluir que a adoção de modelos associativos ao nível das explorações agrícolas é algo fundamental na agricultura portuguesa. Neste quadro estrutural de predomínio de micro e pequenas explorações, a adoção de formas associativas de gestão ou organização tem um papel muito importante na estruturação da produção (sociedades de agricultura de grupo, outro tipo de sociedades comerciais, de cooperativas ou de outras formas societárias). Em termos de natureza jurídica, 98,5% dos produtores singulares desenvolvem a atividade como autónomos e apenas 1,5% como empresários. Elevada diversidade de sistemas de produção e tendência para a especialização das explorações agrícolas (Orientações Técnico-Económicas) A análise das explorações agrícolas segundo a Orientação Técnico Económica (OTE) aponta para a especialização crescente da agricultura portuguesa, quer pelo ganho de importância do número de explorações especializadas (66,6% em 2009 e 70,2% em 2016), a sua Superfície Agrícola Utilizada (77,4% em 2009 e 79,6 em 2016), ou o seu Valor de Produção Padrão (85,9% em 2009 e 88,1% em 2016).
  • 11. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 11 Julho de 2019 Figura 2 – Evolução do grau de especialização da agricultura (2009-2016) Fonte: GPP, a partir de INE RGA 2009 e IEEA 2016 O Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas (IEEA) 2016 indica a região de Trás-os- Montes como a que tem mais explorações especializadas no país, representando cerca de 76% do total da região e as regiões de Entre Douro e Minho e Beira Litoral como as que têm maior concentração de explorações mistas.
  • 12. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 12 Julho de 2019 Figura 3 – Padrões de orientação produtiva do território Fonte: GPP, a partir de RA 09 Predominância cada vez menor do trabalho não assalariado No que se refere à proporção de UTA total assalariada na UTA total, associada às diferenças resultantes da diferente dimensão económica das explorações e aos tipos de agricultura praticados, verifica-se igualmente uma grande diversidade regional. Assim, e para um valor médio de 28%, verificam-se diferenças significativas nas diversas regiões agrárias, desde 12,1% na Beira Litoral até 58% no Alentejo. O decréscimo do volume de mão-de-obra global que se tem verificado resulta essencialmente da redução da mão-de-obra familiar, que cai 64%. A mão-de-obra não familiar, ou assalariada, tendo apresentado um decréscimo acentuado até 2007, tem vindo a recuperar, representando, em 2016, 89% da que existia em 1989.
  • 13. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 13 Julho de 2019 Figura 4 – Evolução (em índice 100=1989) da mão-de-obra familiar e não familiar em Portugal 1989-2016 Fonte: INE Figura 5 – Evolução do volume de mão-de-obra assalariada e não assalariada 1995-2017 Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais Figura 6 – Evolução do peso da mão-de-obra assalariada no total da mão-de-obra por NUTII (médias trienais – valores em %) Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais 96.8 80.2 338.2 163.7 0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0 300.0 350.0 400.0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 1000 UTA Anos
  • 14. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 14 Julho de 2019 A remuneração da mão de obra familiar global continua inferior aos salários pagos no setor Figura 7 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas em Portugal (Preços correntes) Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais Figura 8 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas NUTII com valores extremos (Alentejo e Centro – Preços correntes) Fonte: INE – Contas Económicas da Agricultura Regionais 0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000 12 000 14 000 1995 2000 2005 2010 2015 (€/uta) Anos Salários/UTA assalariadas RLE/UTA Não Assalariada Linear (Salários/UTA assalariadas) Linear (RLE/UTA Não Assalariada) 0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000 35 000 40 000 45 000 50 000 1995 2000 2005 2010 2015 (€/UTA) Anos Salários/UTA assalariadas - CNT RLE/UTA Não Assalariada - CNT Salários/UTA assalariadas - ALT RLE/UTA Não Assalariada - ALT Linear (Salários/UTA assalariadas - CNT)
  • 15. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 15 Julho de 2019 Figura 9 – Evolução da remuneração das UTA assalariadas e não assalariadas nas classes de dimensão física com valores extremos (<5ha e >200ha – Preços correntes) Fonte: GPP – Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (Explorações com mais de 4 000€ de Valor de Produção Padrão) Recurso muito reduzido a práticas de gestão Em 2016, apenas 19,2% dos produtores trabalham a tempo inteiro na exploração e demonstram hábitos de gestão muito pouco desenvolvidos. Os últimos dados disponíveis, referentes a 2009, mostram que 94% das explorações não detinham contabilidade, nem qualquer registo sistemático de receitas e despesas, sendo que na Beira Litoral e no Entre Douro e Minho esse número atinge os 97% e 96%, respetivamente. Perda de importância social da população agrícola A população agrícola representava 15,6% do total da população residente em 1989 e passa a representar apenas 5,9% em 2016 (Figura 10). 0 10 000 20 000 30 000 40 000 50 000 60 000 70 000 80 000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 €/UTA Anos Rem MOAss >200ha Rem MONAss >200ha Rem MOAss < 5 ha Rem MONAss < 5 ha
  • 16. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 16 Julho de 2019 Figura 10 – Evolução do peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em Portugal 1989 a 2016 Fonte: INE Em Portugal, em 1990, 15,6% da população residente desenvolvia trabalho nas explorações agrícolas da família, um valor muito elevado quando comparado com outras economias mais desenvolvidas de Estados-Membros da UE (Reino Unido 1,2%; Espanha 7,3%, Holanda 1,9%) (Figura 11). Na Beira Litoral, no mesmo ano, este indicador atinge os 24,3%, ou seja, um quarto da população desta região fazia parte do agregado familiar e participava nos trabalhos da exploração agrícola. Assim, o próprio normal desenvolvimento socioeconómico dos territórios leva a que, naturalmente, uma proporção considerável das pessoas que desenvolviam atividade na agricultura saiam para outros setores com maior capacidade de atração, quer pelos melhores rendimentos, quer por melhores condições globais de trabalho. Figura 11 – Peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em alguns países da UE em 1990 e 2013 Fonte: Eurostat
  • 17. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 17 Julho de 2019 Este efeito é demonstrado igualmente pelos níveis de produtividade do trabalho da agricultura em algumas regiões onde predominam as explorações de agricultura familiar de pequena dimensão. Estes níveis são muito pouco competitivos quando comparados com a média da economia e, por isso, têm muito pouca capacidade de assegurar rendimentos atrativos, sendo mais um fator para dificultar os processos de sucessão destes pequenos produtores. Na Figura 12, comparando as produtividades do trabalho do setor primário e do total da economia, observa-se que é nas regiões com maiores diferenças de produtividade do trabalho entre a Agricultura, Silvicultura e Caça e a média da economia que se têm verificado os maiores impactos ao nível da perda de SAU e do número de explorações. Na Beira Litoral, por volta do ano 2000, a produtividade do total da economia era 5,3 vezes a da Agricultura, Silvicultura e Caça, evidenciando a dificuldade deste setor em competir com os outros na atração da mão-de- obra e de investimento nestas zonas. Figura 12 – Comparação da produtividade do trabalho da Agricultura, Silvicultura e Caça com a produtividade do total da Economia por região (média 2000-2001-2002) Fonte: Contas Regionais (INE) Predomina uma agricultura assente na pluriatividade e no plurirrendimento dos agricultores e suas familias A pluriatividade dos agricultores (acumulação da atividade agrícola com outras atividades remuneradas, quer nos setores industrial e de serviços quer no próprio setor agrícola) e a atividade a tempo parcial continuam a ter grande expressão, contribuindo para a diversificação dos rendimentos dos agregados familiares dos agricultores. Embora esta não especialização reflita um menor profissionalismo, contribui para a sustentabilidade das explorações de menor dimensão e para a redução das dificuldades das famílias em situações de crise. 0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000 EDM TM BL BI RO ALT ALG €/ETC Regiões Agrárias Prrodutividade da Economia (VAB/Pop empregada ETC) Produtividade Agricultura Silvicultura e Caça (VAB/Pop empregada ETC)
  • 18. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 18 Julho de 2019 Verifica-se que 80,2% das pessoas que compõem a mão-de-obra agrícola desenvolvem a sua atividade a tempo parcial e apenas 19,8% dedicam a totalidade do seu tempo à exploração. No IEEA 2016 verificou-se também que havia 58,1 mil produtores singulares com outras atividades lucrativas não relacionadas com a agricultura, correspondendo a 23,6%. Diretamente relacionado com a pluriatividade, verifica-se o correspondente plurirrendimento que provém, quer das outras atividades remuneradas ou de remessas de emigrantes, quer de reformas e outros rendimentos sociais. A dependência do exterior da exploração é evidente quando se considera a origem do rendimento do agregado doméstico do produtor singular. O IEEA refere que apenas 6,1% (15,2 mil) dos produtores tem como origem do seu rendimento exclusivamente a exploração agrícola, enquanto p 81,1% (199,6 mil) a origem é principalmente do exterior da exploração. O IEEA 2016 identifica 143,2 mil produtores cujo rendimento principal provém de pensões e reformas, o que que corresponde a mais de 58% do total de produtores singulares e a cerca de 72% do total de explorações cujo rendimento é principalmente de origem exterior à exploração. Refere ainda que 10,1% dos produtores tem o seu rendimento principal em atividade do setor secundário e 18,9% do setor terciário. Com a origem do rendimento a vir principalmente da exploração agrícola, o IEEA apresentou 34,5 mil produtores singulares, que representam 12,8% do total. Juntando estes aos que têm na exploração a exclusividade do rendimento, há 46,6 mil explorações que correspondem a 18,9%. Agricultura profissional e agricultura familiar: dois papéis distintos Verifica-se dos pontos anteriores que a atividade agrícola portuguesa assenta, fundamentalmente, em dois modos principais de exploração:  A agricultura mais profissional, que recorre numa maior proporção à mão-de-obra assalariada, é essencialmente de grande e média dimensão económica e tem vindo a ganhar importância no papel a desempenhar pela agricultura. Assenta em dois grandes tipos de explorações. Umas com elevado potencial produtivo, com sistemas de produção modernos e tecnologicamente diferenciados, onde o regadio é mais eficaz, normalmente especializadas em horto-indústria, horticultura e floricultura, olival intensivo, vinha e suínos e aves. Outras com estrutura fundiária com dimensão suficiente para suportar sistemas de produção assentes na extensificação,
  • 19. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 19 Julho de 2019 especializados na pastorícia e silvo-pastorícia. Está mais presente nas regiões do Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo. É responsável pela maioria da produção e ocupa a grande parte da SAU, mas representa uma minoria dos agricultores.  A agricultura familiar, que recorre numa maior proporção à mão-de-obra familiar e que tende a ser realizada em explorações de pequena e média dimensão física e de pequena e muito pequena dimensão económica, que tem apresentado indicadores de menor resiliência. Composta por explorações que tendem a ser pouco especializadas ou não especializadas, com frequente recurso ao plurirrendimento e à pluriatividade. Está mais presente nas regiões Norte, Centro e Algarve. Corresponde à grande maioria dos agricultores, mas é minoritária em termos de valor da produção e proporção da SAU. Agricultura familiar com importante papel, mas com elementos de pressão acentuados No âmbito da criação do Estatuto da Agricultura Familiar, o governo define como objetivos desse instrumento, entre outros, conferir à Agricultura Familiar um valor estratégico a ter em conta, designadamente, nas prioridades das políticas agrícolas nacional e europeia, e promover maior equidade na concessão de incentivos e condições de produção às explorações agrícolas familiares. Para além disso, definiu como direito aos detentores do estatuto o acesso a medidas específicas de políticas públicas de apoio às atividades de exploração agrícola e florestal, nomeadamente no âmbito dos programas de desenvolvimento rural, financiados pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER); Nesse sentido, interessa caracterizar este tipo de explorações por forma a identificar as necessidades inerentes a esta forma de organização produtiva e, num passo posterior,incluir estas necessidades numa priorização, de modo a avaliar se haverá instrumentos no quadro regulamentar que permitam responder-lhes.
  • 20. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 20 Julho de 2019 Figura 13 – Evolução dos dados globais da agricultura familiar Fonte: Recenseamento Agrícola 2009 e Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícola 2016 O debate e a reflexão efetuados em Portugal permitiram um conhecimento mais aprofundado sobre a agricultura familiar. O Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas mostra que, em 2016, existiam cerca de 232 mil explorações agrícolas classificadas como familiares, o que representa 90% do total das explorações, 46,2% da Superfície Agrícola Utilizada e perto de 74% do trabalho total agrícola. Os mesmos dados mostram que a importância da agricultura familiar tem vindo a diminuir. Verifica-se que, entre 2009 e 2016, o número de explorações familiares decresceu 18,2 %, a SAU gerida por estas explorações decresceu 6,7% e o volume de trabalho, 21,2%. Figura 14 – Importância da agricultura familiar em Portugal Fonte: Recenseamento Agrícola 2009 e Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas 2016 Nº de explorações familiares UTA – Explorações familiares SAU – Explorações familiares
  • 21. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 21 Julho de 2019 Embora a importância da agricultura familiar na proporção de explorações que representa seja elevada em todas as regiões, sempre acima dos 80%, o mesmo já não se passa com a superfície agrícola utilizada que gerem, com os valores a variarem dos 32% no Alentejo e os 90% na Madeira e 84% na Beira Litoral. Figura 15 – Importância regional da Agricultura Familiar – 2016 Fonte: Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícolas 2016 Quadro 5 – Características estruturais das explorações familiares Fonte: Recenseamento Agrícola 2009 e Inquérito às Estruturas das Explorações Agrícola 2016 Nota: Na análise a seguir apresentada deve ter-se em consideração que a amostra RICA representa apenas as explorações com Valor de Produção Padrão anual superior a 4 000€. Os dados apresentados resultam da extrapolação dos dados da amostra RICA (em média no último triénio, 2 150 explorações que representam 97 mil explorações do Universo IE 2016). Os dados monetários são apresentados em preços correntes. A produtividade da terra das explorações familiares, medida pelo Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preços de mercado (sem ajudas), tem sido inferior à apresentada pelas explorações empresariais. No triénio 2012/13/14, a agricultura familiar apresentava, em média, produtividades da terra que correspondiam a 74% das observadas em explorações empresariais. O valor ainda se afastou mais no atual quadro de programação, representando apenas perto de 63%. A linha de tendência aponta para um afastamento ainda maior no futuro. Familiar 2016 Não familiar 2016 Familiar 2009 SAU/EXP (ha) 7,2 73,8 6,4 UTA/EXP 1,0 3,1 1,1 UTA/SAL (uta/100ha) 14,0 4,2 16,7
  • 22. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 22 Julho de 2019 Figura 16 – Evolução da produtividade da terra (VABpm/HA) da agricultura familiar e empresarial Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) Figura 17 – Relação entre as produtividades da terra (VABpm/ha) da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) A diferença de produtividades do trabalho, medido pelo Valor Acrescentado Bruto a preços de mercado, ainda é mais significativa, e as linhas de tendência mostram uma possibilidade de afastamento que poderá evoluir para níveis ainda superiores. 74.0 62.8 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17 (%)
  • 23. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 23 Julho de 2019 Figura 18 – Evolução da produtividade do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e empresarial Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) No triénio 2012/13/14, cada unidade de trabalho da agricultura familiar acrescentava apenas 53% do valor bruto que a mesma unidade em agricultura empresarial e, no triénio seguinte, esse valor foi ainda mais baixo, em média, apenas 39%. Figura 19 – Relação entre as produtividades do trabalho (VABpm/UTA) da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) Os dados mostram igualmente que as explorações empresariais recebem pagamentos aos produtores (ajudas diretas e medidas de superfície do segundo pilar) por Unidade de Trabalho Anual superiores às explorações familiares. Por cada 100€ por unidade de trabalho recebidos pelas explorações empresariais, as explorações familiares recebiam, na média do último triénio 0.0 2000.0 4000.0 6000.0 8000.0 10000.0 12000.0 14000.0 16000.0 18000.0 20000.0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 € VABpm/UTA Anos Agricultura empresarial Agricultura Familiar Linear (Agricultura empresarial) Linear (Agricultura Familiar)
  • 24. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 24 Julho de 2019 do quadro comunitário anterior, 83,5€, e apenas 74,4€ no primeiro triénio deste quadro. Ou seja, em média, as explorações familiares recebem menos apoios ao rendimento por unidade de trabalho que as empresariais; no entanto, o seu rendimento está mais dependente dos apoios públicos (agricultura familiar 51,7% e empresarial 32,7%, no triénio 2015/16/17, ver Figura 22). Figura 20 – Evolução dos pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e empresarial Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) Figura 21 – Relação entre os pagamentos aos produtores por UTA da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) 83.5 74.4 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17 (%)
  • 25. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 25 Julho de 2019 Figura 22 – Peso dos pagamentos aos produtores no VALcf da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) Figura 23 – Evolução do rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da agricultura familiar e empresarial Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA)
  • 26. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 26 Julho de 2019 Figura 24 – Relação entre o rendimento dos fatores por unidade de trabalho (VALcf/UTA) da agricultura familiar e agricultura empresarial nos últimos quadros de programação Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) Figura 25 – Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA e comparação com 14 vezes os ganhos médios mensais da economia Fonte: Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) 61.9 47.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17 (%) 0 5000 10000 15000 20000 25000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 € RLE+Salários/UTA Anos Agricultura empresarial Agricultura Familiar Ganho médio mensal*14 (€) Linear (Agricultura empresarial) Linear (Agricultura Familiar)
  • 27. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 27 Julho de 2019 Figura 26 – Relação entre o Rendimento Líquido de Exploração mais salários pagos por UTA da agricultura familiar e agricultura empresarial e os ganhos médios por unidade de trabalho da Economia De uma forma geral, pode-se afirmar que a agricultura familiar, tendo um papel fundamental na produção de alimentos e outras matérias-primas, e acima de tudo na gestão do território e logo na sustentabilidade do setor, tem vindo a perder importância, quer em número de agricultores, quer em superfície agrícola e volume de trabalho. Os dados mostram também que é menos produtiva, tanto por unidade de trabalho, como por unidade de superfície agrícola. Proporciona igualmente menos rendimento por unidade de trabalho, e este rendimento está mais dependente dos apoios públicos. O rendimento disponível para remunerar o trabalho está mais afastado dos salários médios da economia na agricultura familiar. Diferenciadas dinâmicas de uso do solo Em contextos diferentes, as pressões sobre os sistemas agrícolas deram origem a um conjunto de dinâmicas de alteração de uso do solo distintas A evolução da superfície agrícola utilizada é muitas vezes utilizada como um indicador de resiliência do setor agrícola. O sentido da sua evolução e as alterações da sua composição são o espelho da resposta dos agricultores ao conjuto de pressões externas e internas a que o setor tem estado sujeito. 87.5 127.1 55.5 61.1 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 140.0 Triénio 2012/13/14 Triénio 2015/16/17 % do ganho médio mensal * 14 Agricultura empresarial Agricultura Familiar
  • 28. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 28 Julho de 2019 Relativamente à Superfície Agrícola Utilizada (SAU), que em 2016 representava 39,5% da superfície territorial portuguesa, verificou-se uma estabilização na sua evolução. De entre as principais variáveis, a SAU é aquela que, em termos globais, apresenta uma evolução mais resiliente. Em 2016, correspondia a 91% (quebra de 9%) da superfície agrícola que existia em 1989 (a superfície irrigável caiu 38%, o número de explorações caiu 57% e o volume de mão-de- obra apresentou um decréscimo de 64%). Figura 27 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), Número de explorações (EXP), Unidades de Trabalho Anuais (UTA) e Superfície irrigável (SAU IRR) na Agricultura de 1989 a 2016 No entanto, esta evolução resulta de realidades contrastadas. A superfície ocupada por explorações com menos de 5 ha caiu 57% (Figura 28). O desaparecimento expressivo de explorações, que se dá essencialmente nas explorações familiares de pequena dimensão, (existiam em 2016 menos 63% das explorações com menos de 5ha que em 1989). Já as explorações com mais de 50 ha ocupam agora mais 16% da superfície agrícola que ocupavam em 1989 (Figura 28), correspondendo a um aumento de 15% no número destas explorações, o que evidencia o aparecimento de um conjunto de explorações estruturadas e com dimensão.
  • 29. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 29 Julho de 2019 Figura 28 – Evolução (em índice 100=valor de 1989) do número de explorações agrícolas por classe de dimensão física de 1989 a 2016 Fonte: INE Em 2016, a SAU média das explorações subiu para 14,1 hectares (+0,3 ha do que em 2013). Em 1999, era de 9,3 hectares, tendo passado para os 12 hectares em 2009. Assim, continuou a verificar-se uma distribuição assimétrica da SAU pelas explorações, com elevada concentração da superfície num número limitado de explorações. As explorações com mais de 50 hectares, que são apenas 4,2% do total das explorações, representam, em 2016, mais de dois terços da SAU (66,9%), enquanto no lado oposto as pequenas explorações, que representam 71,5% do total, significam apenas 9,1% da SAU. Figura 29 – Distribuição das explorações e SAU por classe de SAU em 1999 e 2016 Fonte: INE
  • 30. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 30 Julho de 2019 Observando a SAU média por exploração nas regiões constata-se não só uma grande diferenciação, mas também que esta média está a aumentar em todas as regiões. Quadro 6 – SAU média por exploração nas regiões agrárias, 2009 e 2016 Fonte: IEEA 2016, INE Da análise da evolução, nos últimos anos, dos grandes agregados que constituem a SAU por exploração agrícola, observa-se igualmente um conjunto de tendências que indiciam uma reestruturação importante do tecido produtivo. Ou seja, não se trata apenas da perda de SAU, mas também de profundas transformações nas superfícies que permanecem na função de produção. Quanto à composição da SAL, observou-se, ao longo do período de 1989 a 2016, uma significativa transferência na ocupação do solo entre as terras aráveis e as pastagens permanentes. As terras aráveis passaram de 2,3 milhões de hectares em 1989 para pouco mais de 1 milhão em 2016, o que correspondeu a uma variação de -55,5%, enquanto as pastagens permantes passaram de 838 mil hectares para 1,9 milhões no mesmo período, com uma variação de 124%. As culturas permanentes, com a menor variação entre 1989 e 2016, mantiveram praticamente a mesma área, tendo passado de 789 mil hectares para 705 mil (-10,7%). Os prados e pastagens permanentes são agora mais de metade (51,5%) da SAU, as terras aráveis representam 28,6% e as culturas permanentes 19,4%. Em 2009, eram respetivamente 47,4%; 32,7% e 19,4%. 2009 2016 ha/expl ha/expl Portugal 12,1 14,1 Continente 12,8 14,9 EDM 4,3 5,0 TM 7,0 8,1 BL 2,6 3,1 BI 10,0 12,3 RO 9,9 12,1 Alent 62,3 67,1 Alg 7,2 8,1 RAA 8,9 10,7 RAM 0,4 0,4 Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE
  • 31. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 31 Julho de 2019 Figura 30 – Composição da SAU das explorações agrícolas 1989-2016 (hectares) Fonte: INE Nas figuras seguintes, apresentam-se as variações dos principais componentes da SAU por região agrária. Da sua análise, podem-se também inferir algumas das dinâmicas já referidas. A quebra da SAU está associada a regiões onde predominavam as explorações familiares de pequena dimensão. Na Beira Litoral, a SAU reduz-se quase para metade (Figura 31). No Alentejo, onde a estrutura fundiária oferece outras oportunidades, a SAU aumenta 3,5%, perto de 65 mil ha. Figura 31 – Evolução da SAU por região 1989-2016 Fonte: INE Verifica-se uma quebra muito acentuada da área ocupada com terras aráveis, chegando a cair mais de 60% no Alentejo e na Beira Interior. No Alentejo, os 60% de quebra representam mais de 768 mil ha que mudaram o seu tipo de utilização (Figura 32). -31.5 -7.0 -46.9 -17.8 -17.2 3.5 -30.1 -9.4 -50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0.0 10.0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Continente -91 207 -34 414 -108 529 -77 458 -78 534 64 779 -41 210 -200 000 0 200 000 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Variação absoluta (ha) Variação relativa (%)
  • 32. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 32 Julho de 2019 A grande parte da área ocupada por terras aráveis foi convertida em pastagem permanente, salientando-se o aumento generalizado deste tipo de superfície: mais de 194% no Alentejo, correspondendo nesta região a um acréscimo de cerca de 759 mil ha de pastagens (Figura 33). Esta alteração significativa de uso da SAU, tendo em consideração que estas pastagens são, em grande parte, naturais, mostra um claro processo de extensificação através da diminuição da superfície cultivada. Figura 32 – Evolução da terra arável por região 1989-2016 Fonte: INE Figura 33 – Evolução das pastagens permanentes por região 1989-2016 Fonte: INE Verifica-se um aumento considerável da superfície de culturas permanentes na região do Alentejo, mais 74 mil ha (+44%) (Figura 34), associado a novos investimentos. -58.7 -55.2 -52.5 -63.1 -28.9 -60.0 -58.3 -56.3 -70.0 -60.0 -50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0.0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Continente -103 666 -122 629 -80 420 -136 040 -63 992 -767 506 -36 888 -1 000 000 -800 000 -600 000 -400 000 -200 000 0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve 46.4 99.9 22.8 85.1 107.5 193.6 69.0 141.4 0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Continente 29 699 80 606 3 502 95 451 64 334 759 179 8 486 0 200 000 400 000 600 000 800 000 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Variação absoluta (ha) Variação relativa (%) Variação relativa (%) Variação absoluta (ha)
  • 33. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 33 Julho de 2019 Figura 34 – Evolução das culturas permanentes por região 1989-2016 Fonte: INE Verifica-se uma redução da superfície irrigável em termos globais. No entanto, regionalmente as dinâmicas são muito distintas: há uma diminuição muito acentuada nas regiões do Norte, Centro e Algarve, associada ao desaparecimento de explorações de pequena dimensão, e um aumento muito significativo na região do Alentejo, decorrente da entrada em funcionamento do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva. Figura 35 – Evolução da superfície irrigável nas explorações agrícolas por região 1989-2016 Fonte: INE A redução acentuada das explorações familiares de pequena dimensão, que em muitos casos constituíam sistemas agroflorestais, onde a floresta estreme estava integrada na gestão da exploração, provocou igualmente uma redução acentuada da floresta estreme gerida por estas, o que em muitos casos levou, por sua vez, ao abandono de muitas áreas florestais com as consequências já conhecidas. -35.4 6.2 -49.3 -33.4 -44.7 44.0 -20.1 -10.3 -60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Continente -15 983 11 146 -27 853 -33 450 -76 863 74 430 -12 041 -200 000 0 200 000 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve -59.7 -56.0 -60.8 -59.6 -21.0 58.4 -49.9 -37.6 -80.0 -60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Continente -134 579 -55 901 -87 436 -67 163 -30 362 64 657 -17 060 -200 000 0 200 000 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Variação absoluta (ha) Variação relativa (%) Variação absoluta (ha) Variação relativa (%)
  • 34. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 34 Julho de 2019 Figura 36 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações agrícolas por região 1989-2016 Fonte: INE A análise dos últimos anos, de 2009 a 2016, mostra as mesma tendências da análise mais estrutural. Nas explorações agrícolas com menos de 20 hectares de SAU, ocorreu uma diminuição que foi consequência da redução do número das respetivas explorações que passou de cerca de 282 mil para cerca de 233 mil. Em 2009, a SAU era 889 mil hectares, passando para 810 mil em 2016. Já para as explorações superior a 20 hectares, verificou-se um ligeiro aumento da SAU (1,9%) relativamente a 2009, com um aumento de 4,1% das áreas ocupadas por pastagens e de 19,4% das culturas permanentes, em contrapartida de uma diminuição das terras aráveis de -8,8%. Quadro 7 – Taxa de variação das componentes de SAU, por classe de SAU 2009-2016 1.0 62.5 -41.8 -34.2 -52.0 45.0 -16.0 -14.8 -60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Continente 1 531 45 931 -75 574 -57 676 -103 993 56 047 -9 221 -200 000 0 200 000 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve 0 - < 1 ha -24,3 -35,2 -19,8 -11,5 -32,4 1 ha - < 5 ha -15,9 -22,9 -18,2 17,0 -23,5 5 ha - < 20 ha -2,8 -11,4 -5,8 15,3 4,8 20 ha - < 50 ha 10,4 2,6 11,3 18,0 17,0 >= 50 ha 0,7 -11,1 22,5 2,9 -2,1 Total -0,7 -11,1 2,1 5,2 -17,1 < 20 ha -9,0 -16,9 -12,1 15,5 -18,9 > 20 ha 1,9 -8,8 19,4 4,1 9,7 Fonte: GPP, a partir de RA 2009 e IEEA 2016, INE SAU Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes Horta familiar Classes de SAU Variação absoluta (ha) Variação relativa (%)
  • 35. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 35 Julho de 2019 Quadro 8 – Taxa de variação das componentes de SAU, por região agrária 2009-2016 A agricultura continua a desempenhar um papel importante na gestão florestal (mais de 1/3 da área das explorações agrícolas é floresta) A floresta ocupa, de acordo com a Carta de Ocupação do Solo (COS2015), 3 479 mil hectares, o que constitui 39% da superfície territorial do Continente. A floresta nas explorações agrícolas2 ocupa 1 635 mil hectares e corresponde, por outro lado, a 35% da superfície total gerida pelas explorações agrícolas. Estas áreas florestais distribuem-se em dois grandes tipos: as sem SAU sob coberto com 837 mil hectares (predominantemente pinheiro bravo e eucalipto) e as com SAU sob coberto com 798 mil hectares (essencialmente montados de sobro e azinho). Analisando a distribuição destes dois tipos de área florestal segundo a classe de dimensão económica das explorações agrícolas, verificam-se variações bem distintas. As áreas florestais com SAU sob coberto existem quase exclusivamente nas explorações de maior dimensão (62% estão nas explorações de grande dimensão, > 100 mil euros). As áreas florestais sem SAU sob coberto predominam nas explorações de muito pequena dimensão (< 8 mil euros). Refira-se que a SAU das áreas florestais com sob coberto é predominantemente constituída por pastagens naturais (isto é, não melhoradas). 2 Conceito diferente do utilizado na COS Regiões Agrárias SAU Terra arável Culturas permanentes Pastagens permanentes Horta familiar EDM -6,0 -15,0 8,3 -1,6 -19,6 TM 5,0 -2,2 -1,1 19,8 -11,2 BL -2,0 3,1 -15,8 15,3 -39,7 BI 5,8 -20,4 -9,9 29,4 1,7 RO -3,3 -5,5 1,4 -3,8 -18,7 ALE -2,5 -16,5 10,2 2,6 5,3 ALG 8,2 18,0 6,3 2,2 -7,5 RAA 2,8 84,0 18,8 -6,8 1,0 RAM -9,9 -15,8 -4,6 0,6 -37,7 Total -0,7 -11,1 2,1 5,2 -17,1 Fonte: GPP, a partir de RA 2009 e IEEA 2016, INE
  • 36. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 36 Julho de 2019 Quadro 9 – Importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a dimensão económica das explorações agrícolas – 2016 De salientar que as áreas florestais correspondem a uma maior proporção da área territorial ocupada pelas explorações agrícolas nas explorações de dimensão económica muito pequena (41%) e grande dimensão (com 36%). Quadro 10– Porporção das áreas florestais na área territorial, segundo a dimensão económica das explorações agrícolas Relativamente à distribuição regional destes dois tipos de área florestal, verificam-se variações bem distintas, com o Alentejo a reunir 80% da floresta com SAU sob coberto. Já a floresta sem SAU sob coberto distribui-se por todo o território. hectares % hectares % hectares % hectares % MP (Muito pequena) 1 050 214 22,5 432 260 26,4 27 885 3,5 404 375 48,3 P (Pequena) 679 465 14,6 188 184 11,5 55 291 6,9 132 893 15,9 M (Média) 1 157 466 24,8 372 539 22,8 220 074 27,6 152 465 18,2 G (Grande) 1 776 027 38,1 641 592 39,3 494 258 62,0 147 334 17,6 TOTAL 4 663 173 100,0 1 634 575 100,0 797 508 100,0 837 067 100,0 Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE Com SAU sob-coberto de matas e florestas Sem SAU sob-coberto de matas e florestas Total Floresta nas explorações agrícolas Superfície Territorial das explorações Classes de dimensão económica Total Com SAU sob-coberto de matas e florestas Sem SAU sob-coberto de matas e florestas MP (Muito pequena) 41,2 2,7 38,5 P (Pequena) 27,7 8,1 19,6 M (Média) 32,2 19,0 13,2 G (Grande) 36,1 27,8 8,3 TOTAL 35,1 17,1 18,0 Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE Floresta nas explorações agrícolas Classes de dimensão económica
  • 37. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 37 Julho de 2019 Quadro 11 – A importância da superfície territorial e das áreas florestais, segundo a região agrária A floresta com SAU sob coberto é 30% da superfície territorial das explorações do Alentejo. A floresta sem SAU sob coberto é 45% da superfície territorial da Beira Litoral. Quadro 12 – Proporção das áreas florestais na área territorial, segundo a região agrária hectares % hectares % hectares % hectares % EDM 376 225 8,1 180 599 11,0 18 102 2,3 162 497 19,4 TM 594 141 12,7 129 766 7,9 10 341 1,3 119 425 14,3 BL 234 215 5,0 105 239 6,4 223 0,0 105 016 12,5 BI 504 569 10,8 155 739 9,5 44 987 5,6 110 752 13,2 RO 493 467 10,6 172 330 10,5 76 258 9,6 96 072 11,5 Alent 2 142 617 45,9 824 073 50,4 643 478 80,7 180 595 21,6 Alg 170 655 3,7 52 482 3,2 4 118 0,5 48 364 5,8 RAA 139 799 3,0 12 870 0,8 12 870 1,5 RAM 7 484 0,2 1 476 0,1 1 476 0,2 TOTAL 4 663 173 100,0 1 634 575 100,0 797 508 100,0 837 067 100,0 Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE Regiões agrárias Superfície Territorial das explorações Floresta nas explorações agrícolas Total Com SAU sob-coberto de matas e florestas Sem SAU sob-coberto de matas e florestas Total Com SAU sob-coberto de matas e florestas Sem SAU sob-coberto de matas e florestas EDM 48,0 4,8 43,2 TM 21,8 1,7 20,1 BL 44,9 0,1 44,8 BI 30,9 8,9 21,9 RO 34,9 15,5 19,5 Alent 38,5 30,0 8,4 Alg 30,8 2,4 28,3 RAA 9,2 9,2 RAM 19,7 19,7 TOTAL 35,1 17,1 18,0 Fonte: GPP, a partir de IEEA2016, INE Regiões agrárias Floresta nas explorações agrícolas
  • 38. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 38 Julho de 2019 Figura 37 – Evolução da superfície florestal sem culturas sob coberto integrada nas explorações agrícolas por região 1989-2016 Fonte: INE Constrangimentos estruturais, chaves para a mudança Peso significativo da SAU localizada em zonas com condicionantes naturais Verifica-se que 81% do território português corresponde a zonas agrícolas desfavorecidas, sendo que 42% do território está em Zonas com Condicionantes Naturais de Montanha (ZCNM), 37,5% do território está em Outras Zonas com Condicionantes Naturais que não de Montanha (ZCNNM) e 1,7% em zonas com condicionantes específicas (ZCE) (zonas de solos calcários com afloramentos rochosos intensos). Segundo o Recenseamento Agrícola (RA) 2009, em termos de SAU, a importância das Zonas com Condicionantes Naturais é ainda maior: 87,9% da SAU em Zonas com Condicionantes Naturais (26,2% está em ZCNM, 61,1% em ZCNNM e 0,6% em ZCE). Assim, apenas 12,1% da SAU está em Zonas Sem Condicionantes Naturais. Note-se que a delimitação das zonas tem sido muito estável, permanecendo praticamente imutável desde a adesão de Portugal à CEE e assim continuará a ser para as ZCNM e as ZDCE; no entanto, decorreu um processo de revisão da delimitação das ZCNNM que entrou em vigor no PU2019. 1.0 62.5 -41.8 -34.2 -52.0 45.0 -16.0 -14.8 -60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Continente 1 531 45 931 -75 574 -57 676 -103 993 56 047 -9 221 -200 000 0 200 000 Entre Douro e Minho Trás-os-Montes Beira Litoral Beira Interior Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve Variação absoluta (ha) Variação relativa (%)
  • 39. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 39 Julho de 2019 A água é um fator limitante da produção agrícola Figura 38 – Cenários de evolução das produtividades agrícolas médias na Europa para o final do século XXI, face aos valores atuais3 Fonte: Estudo PESETA/JRC com base em dados IPCC (COM (2007)) Nas condições climáticas mediterrânicas, a água é um dos principais fatores limitantes da produção agrícola, não porque a precipitação anual seja insuficiente, mas porque é mal distribuída no tempo face às necessidades hídricas das culturas: não chove quando a temperatura é mais favorável para produzir. Apesar do nível de incerteza, o conhecimento científico está hoje suficientemente consensualizado sobre as tendências de alteração do clima, pelo que a necessidade de adaptação para minimização dos seus efeitos se vem tornando incontornável. Tais efeitos terão consequências para a agricultura, tendo em conta a sua especial dependência das condições climáticas, e para o território, determinando novos padrões de distribuição do coberto vegetal e de ocupação do solo. Assim, na região mediterrânica, em que Portugal se insere, o regadio constitui um elemento estratégico para o desenvolvimento da agricultura e dos territórios rurais, promoção da coesão social e territorial, combate à desertificação e adaptação às alterações climáticas. 3 Níveis de produtividade simulados para a década de 2080 em relação ao período de 1961-1990, de acordo com um cenário de alta emissão (IPCC A2) e dois modelos climáticos diferentes: (esquerda) HadCM3 / HIRHAM, (direita) ECHAM4 / RCA3, elaboração de mapa pelo CE JRC / IES
  • 40. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 40 Julho de 2019 O regadio: fator indispensável nas condições edafo-climáticas de Portugal continental Neste quadro previsível de menores disponibilidades hídricas e maior variabilidade, o recurso ao regadio assume uma importância decisiva para reduzir a vulnerabilidade de alguns sistemas de produção, pois através do armazenamento da água promove-se a regularização da sua disponibilidade para as culturas. Apenas 15% da SAU é irrigável A superfície regada correspondeu em 2016 a 13% da SAU4 (474 mil hectares), tendo vindo a diminuir nos últimos 20 anos, em resultado da redução da SAU em zonas de pequena agricultura com regadio. No entanto, verificou-se que a proporção de superfície irrigável que é efetivamente regada aumentou no mesmo período cerca de 21%, o que demonstra o aproveitamento crescente das infraestruturas de rega existentes. Em 2016, foi efetivamente regada 86,5% da área equipada. Figura 39 – Proporção da superfície irrigável na SAU (%) Fonte: INE A superfície irrigável é de 548 mil hectares, compreendendo 133 mil explorações com infraestruturas de rega instaladas, o que corresponde a cerca de 15% da SAU e a cerca de 51% das explorações. 4 IEEA 2016
  • 41. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 41 Julho de 2019 Figura 40 – Superfície irrigável, por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias em 2016 Fonte: INE A nível regional, a superfície irrigável concentra-se, em regra, nas terras aráveis em cultura principal nas regiões de Entre Douro e Minho (66%), Beira Litoral (81%) e Ribatejo e Oeste (75%). No Algarve é sobretudo nas culturas pemanentes (89%). Diminuição da superfície irrigável, em particular nas classes de menor dimensão física A diminuição da superfície irrigável em termos globais resulta de uma redução acentuada nas regiões marcadas pelas explorações familiares de pequena dimensão, onde predominavam regadios tradicionais. No entanto, essa quebra é atenuada pelo aumento de superfície irrigável no Alentejo, decorrente da entrada em funcionamento do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (ver Figura 35). Este Empreendimento permitiu o aparecimento de novos regadios modernos e estruturados. Nestes casos, a coexistência de alguma dimensão fundiária e acesso à terra, capacidade empresarial e financeira, e disponibilidade de água para irrigação, levou ao aparecimento de explorações com elevado potencial produtivo, com sistemas de produção modernos e tecnologicamente diferenciados, onde o regadio é mais eficaz, mas sujeitas a uma pressão social no que diz respeito ao seu desempenho ambiental e social.
  • 42. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 42 Julho de 2019 Quadro 13 – Superfície irrigável por região agrária em 2016 Fonte: INE Figura 41 – Variação da superfície irrigável por tipo de utilização de terras nas regiões agrárias 2016- 2009 Fonte: INE A análise de um período mais recente, 2009 a 2016, mostra já uma inversão no quadro global. A superfície irrigável apresenta um ligeiro aumento (1,3%), mas as variações dos vários tipos de superfície irrigável continuam a mostrar o mesmo padrão, ou seja, uma diminuição acentuada nas regiões marcadas pelas explorações familiares de pequena dimensão e principalmente na terra arável e um aumento no Alentejo, normalmente associado a culturas permanentes. Peso na SAU Variação 2016-2009 hectares % % % EDM 90 938 16,6 45,8 -4,1 TM 43 953 8,0 9,7 -5,8 BL 56 385 10,3 45,9 -7,7 BI 45 571 8,3 12,8 -8,1 RO 114 330 20,9 30,2 1,6 Alent 175 410 32,0 9,2 13,1 Alg 17 158 3,1 18,0 5,4 RAA RAM 4 092 0,7 83,6 -8,4 TOTAL 547 837 100,0 15,0 1,3 Fonte: INE, RA2009; IEEA2016 Superfície irrigável Regiões agrárias
  • 43. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 43 Julho de 2019 Uma agricultura cada vez mais envelhecida (mais de metade dos produtores agrícolas tem mais de 64 anos ) A idade média dos produtores agrícolas tem aumentado gradualmente. Em 1999 era de 59 anos, tendo passado para 63 anos em 2009 e para 65 anos em 2016. Neste último ano, o número de produtores com menos de 35 anos era de apenas 4 182 (3 500 no Continente) ou 1,7% do total (1,6% do total no Continente), o que representa a proporção mais baixa de todos os países membros da União Europeia, com exceção do Chipre (1,1%). O número de produtores com mais de 64 anos atingia 54,6% do total, a percentagem mais alta da União Europeia e bastante superior à média europeia de 32% (2013) – os únicos países com mais de 40% de produtores com idade superior a 65 anos, para além de Portugal, são a Itália e a Roménia (dados de 2013) e Chipre (dados de 2016). O rácio (produtores <35) / (produtores >=55) (2,2) é o mais baixo da União Europeia. Em termos regionais, a RA Açores tem os produtores agrícolas mais jovens: 5% com menos de 35 anos e apenas 30% com mais de 64 anos. Nas restantes regiões agrárias, os produtores agrícolas com mais de 64 anos variam entre 50% em Entre Douro e Minho e 66% no Algarve. Figura 42 – Estrutura etária dos produtores agrícolas por região agrária em 2016 Fonte: GPP, a partir de IEEA 2016, INE
  • 44. Estrutura das Explorações Agrícolas – Diagnóstico Pág. 44 Julho de 2019 Produtores com baixa escolaridade e formação profissional Em 2016, apenas 13% dos produtores detinham o ensino secundário ou superior, sendo que cerca de 71% dos produtores apenas completou o ensino básico e 16% não completaram qualquer nível de instrução. Relativamenta à formação agrícola, apenas 1% dos produtores agrícolas tem formação agrícola completa (secundário ou superior agrícola) e 44% formação profissional, apresentando a maioria (55%) experiência exclusivamente prática. Entre 2009 e 2016, verificou-se uma evolução negativa dos produtores com experiência exclusivamente prática (-49,4%) e um crescimento bastante significativo do número de produtores com curso de formação profissional em atividades agrícolas (271,6%), o que se deveu à obrigatoriedade de formação para o manuseamento de fitofarmacos. Também a formação completa teve uma variação positiva face a 2009 de 6,8%. Figura 43 – Estrutura do nível de instrução dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009 Figura 44 – Estrutura da formação agrícola dos produtores agrícolas em 2016 e variação face a 2009