SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
Parte III – P R O T O C O L O S D E D O E N Ç A S I N F E C C I O S A S [197]
ocorre pelo uso compartilhado de pentes, bonés e pode ser epidêmica entre
crianças na escola elementar de todas as faixas sócio-econômicas.
Adultos que tem contato com crianças infestadas podem adquirir a
pediculose de couro cabeludo.
b.	 QUADRO CLÍNICO
O principal sintoma é o prurido, o resultado pode ser escoriações nas
áreas afetadas.
A infecção secundária das lesões é comum.
Os piolhos podem ser encontrados no couro cabeludo e na região
pubiana.
Diagnóstico diferencial com dermatite seborreica e escabiose.
c.	CONDUTA
Orientar pacientes com infestação de pele para que se desfaçam de
suas roupas.
Aplicar permetrina 1% por 10 minutos para tratar pediculose pubiana,
seguido por aplicação do creme de permetrina a 5% durante 8 horas.
Lembrar de tratar todos os contatos sexuais de pacientes apresentando
pediculose pubiana.
Empregar a permetrina 1% durante 30 minutos a 8 h para tratar a
pediculose de couro cabeludo e como alternativa: ivermectina 200 a 400
µg/Kg VO dose única. Repetir 1 semana após o tratamento.
Orientar os pacientes a cuidar de roupas e roupas de cama.
Tratar a infecção secundária caso necessário.
Usar pente fino.
92. ACIDENTES OFÍDICOS
a.	Considerações Gerais de Avaliação
Ofidismo é o acidente causado por picada de cobra venenosa.
Em nosso país cerca de 90% dos acidentes são causados pela jararaca,
serpente do gênero Bothrops.
A jararaca apresenta a cor parda, possuindo fosseta loreal e escamas da
cauda lisas. É geralmente encontrada em locais úmidos, sendo a jararaca
bastante agressiva. Seu veneno é coagulante e proteolítico, causando dor
e necrose no local da picada e coagulação intravascular disseminada (CID)
com sangramentos difusos.
protocolos das u nidades de pronto atendimento 2 4 h oras[198]
As cascavéis (Crotalus), respondem por 9% dos acidentes ofídicos
no Brasil. Estas serpentes possuem fosseta loreal, a extremidade da
cauda possui um guizo característico e coloração amarelada. O veneno é
neurotóxico e produz mionecrose levando a Insuficiência Renal Aguda. As
alterações no local da picada são discretas.
O restante dos acidentes (1%) é causado pelas cobras corais verdadeiras
(Micrurus) e surucucus (Laquesis).
As cobras corais apesar de extremamente venenosas não possuem
fosseta loreal. Seu veneno é de ação neurotóxica causando paralisia
respiratória. Os sintomas no local da picada geralmente são de dormência.
b.	DIFERENCIAÇÃO ENTRE COBRAS VENENOSAS E NÃO
VENENOSAS
Características morfológicas para diferenciação entre cobras
venenosas e não venenosas
CARACTERÍSTICA VENENOSA NÃO VENENOSA
CABEÇA Triangular Arredondada
OLHOS Pequenos Grandes
FOSSETA LOREAL Possui Não possui
ESCAMAS Pequenas Em placa
CAUDA Curta, afina bruscamente Longa e afina gradativamente
DENTES Presas Dentes pequenos e iguais
PICADA
Um ou mais orifícios
profundos
Marcas pequenas, mais
ou menos iguais
c.	CONDUTA
Administrar soro antiofídico é a prioridade. Encaminhar para hospital
de referência.
Manter a vítima deitada e em repouso.
Imobilizar a extremidade picada mantendo-a abaixo do nível do
coração.
Limpar o local.
Afrouxar a roupa, remover anéis e braceletes que podem interromper
a circulação da extremidade após desenvolvimento de edema.
Levar a serpente caso ela tenha sido morta, para identificação. Não
assumir riscos desnecessários para efetuar este procedimento.
Estar atento para o desenvolvimento de choque ou parada respiratória,
secundária ao efeito do veneno.
Manter o ABC.
Parte III – P R O T O C O L O S D E D O E N Ç A S I N F E C C I O S A S [199]
Proibir a execução de procedimentos como aplicação de torniquete,
gelo e incisão da ferida para sugar o veneno.
Aplicar o soro quando disponível sempre por via IV. Nunca aplicar
soro SC ou no local da picada. A dose de 1 U de soro neutraliza 1 mg de
veneno e independe do peso do paciente. O soro polivalente não é eficaz
em acidentes por corais.
Ter a mão equipamento para reanimação em caso de reação anafilática
pela administração do soro.
Características clínicas e dose de soro antiofídico necessária para
tratamento dos acidentes botrópicos
ACIDENTES BOTRÓPICOS
PARÂMETROS LEVE MODERADO GRAVE
HEMORRAGIAS NÃO DISCRETA EVIDENTES
CHOQUE NÃO NÃO SIM
LOCAL DA PICADA DISCRETAS
EDEMA E DOR
MODERADOS
EDEMA E DOR
INTENSOS
DOSE DE SORO IV 100 U 150 A 200 U 300 U
Características clínicas e dose de soro antiofídico necessária para
tratamento dos acidentes crotálicos
ACIDENTES CROTÁLICOS
PARÂMETROS
(NUNCA SÃO LEVES)
MODERADO GRAVE
NEUROTOXICIDADE DISCRETA EVIDENTE
CHOQUE NÃO SIM
HEMOGLOBINÚRIA PRESENTE PRESENTE
DOSE DE SORO IV 150 A 200 U 300 U
Dose de soro antiofídico necessária para tratamento dos acidentes
elapídicos
ACIDENTES ELAPÍDICOS
PARÂMETROS (SÃO SEMPRE
CONSIDERADOS GRAVES)
GRAVE
DOSE DE SORO IV 100 A 150 U

Mais conteúdo relacionado

Destaque

The Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda Holmes
The Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda HolmesThe Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda Holmes
The Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda HolmesInsideSales.com
 
Kerajaan islam
Kerajaan islamKerajaan islam
Kerajaan islamArina Eska
 
Ethics & The Designer
Ethics & The DesignerEthics & The Designer
Ethics & The DesignerTimothy Chan
 
2012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.0
2012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.02012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.0
2012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.0trackmania
 
Iii encuentro instructivo peii
Iii encuentro instructivo peiiIii encuentro instructivo peii
Iii encuentro instructivo peiiSusana Gomez
 
Elaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diaz
Elaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diazElaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diaz
Elaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diazDIAZJAIMESLILIBETH
 
Formulacion estrategica de problemas. final
Formulacion estrategica de problemas. finalFormulacion estrategica de problemas. final
Formulacion estrategica de problemas. finalAntonella Alvarado
 
Contoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desa
Contoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desaContoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desa
Contoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desaRaFuzi Diqi
 
Vitrine 08.2015 Tupperware Essencial
Vitrine 08.2015 Tupperware EssencialVitrine 08.2015 Tupperware Essencial
Vitrine 08.2015 Tupperware EssencialTUPPERWARE ESSENCIAL
 

Destaque (18)

The Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda Holmes
The Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda HolmesThe Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda Holmes
The Art and Science of Lead Generation - Ken Krogue & Amanda Holmes
 
Ppjl programe3
Ppjl programe3Ppjl programe3
Ppjl programe3
 
Kerajaan islam
Kerajaan islamKerajaan islam
Kerajaan islam
 
Ethics & The Designer
Ethics & The DesignerEthics & The Designer
Ethics & The Designer
 
2012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.0
2012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.02012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.0
2012 09-28 aldes-ovr-exploitation-wifi-v1.0
 
Iii encuentro instructivo peii
Iii encuentro instructivo peiiIii encuentro instructivo peii
Iii encuentro instructivo peii
 
Elaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diaz
Elaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diazElaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diaz
Elaboración de un patch cord con cable utp cat 5e lilibeth diaz
 
Formulacion estrategica de problemas. final
Formulacion estrategica de problemas. finalFormulacion estrategica de problemas. final
Formulacion estrategica de problemas. final
 
Contoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desa
Contoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desaContoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desa
Contoh surat keterangan tempat tinggal dari kepal desa
 
Vitrine 08.2015 Tupperware Essencial
Vitrine 08.2015 Tupperware EssencialVitrine 08.2015 Tupperware Essencial
Vitrine 08.2015 Tupperware Essencial
 
North east isometric
North east isometricNorth east isometric
North east isometric
 
Location
LocationLocation
Location
 
North isometric
North isometricNorth isometric
North isometric
 
North
NorthNorth
North
 
Site
SiteSite
Site
 
East isometric
East isometricEast isometric
East isometric
 
North west isometric
North west isometricNorth west isometric
North west isometric
 
East
EastEast
East
 

Semelhante a Protocolos de doenças infecciosas e acidentes ofídicos

Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosIsmael Costa
 
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdfSlides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdfStefanSudono
 
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptxmicologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptxAnaCristinaDantas6
 
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptxmicologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptxAnaCristinaDantas6
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosIsmael Costa
 
Animais peçonhentos
Animais peçonhentos Animais peçonhentos
Animais peçonhentos Saulo Gomes
 
Acidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptxAcidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptxAnnaErikaCardosoAlme
 
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiosePicadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabioseCassyano Correr
 
slides Larva migrans
slides Larva migransslides Larva migrans
slides Larva migransNETTO Santtos
 
Infecções Fungicas - Microbiologia.pptx
Infecções Fungicas - Microbiologia.pptxInfecções Fungicas - Microbiologia.pptx
Infecções Fungicas - Microbiologia.pptxRodrigoShayd1
 
Aula micologia basica.pdf
Aula micologia basica.pdfAula micologia basica.pdf
Aula micologia basica.pdfAllefAquino1
 
Aula micologia basica slide.pptx
Aula micologia basica slide.pptxAula micologia basica slide.pptx
Aula micologia basica slide.pptxAllefAquino1
 
Acidentes por animais peçonhentos
Acidentes por animais peçonhentosAcidentes por animais peçonhentos
Acidentes por animais peçonhentosNathy Oliveira
 
Shirley - 20/09/2012
Shirley - 20/09/2012Shirley - 20/09/2012
Shirley - 20/09/2012Anais IV CBED
 
Aula micose subcutanea e sporothrix
Aula    micose subcutanea e sporothrixAula    micose subcutanea e sporothrix
Aula micose subcutanea e sporothrixCatarina Leão
 

Semelhante a Protocolos de doenças infecciosas e acidentes ofídicos (19)

Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdfSlides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
Slides - Acidentes causados por animais peçonhentos.pdf
 
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptxmicologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
 
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptxmicologia Profa. Ana Cristina.pptx
micologia Profa. Ana Cristina.pptx
 
Acidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentosAcidentes com animais peçonhentos
Acidentes com animais peçonhentos
 
Animais peçonhentos
Animais peçonhentos Animais peçonhentos
Animais peçonhentos
 
Acidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptxAcidentes com animais peçonhentos.pptx
Acidentes com animais peçonhentos.pptx
 
Dermatofilose dermatofitose e feridas
Dermatofilose  dermatofitose e feridasDermatofilose  dermatofitose e feridas
Dermatofilose dermatofitose e feridas
 
Coccidioidomicose
CoccidioidomicoseCoccidioidomicose
Coccidioidomicose
 
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiosePicadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
Picadas e mordidas de artrópodes, pediculose e escabiose
 
slides Larva migrans
slides Larva migransslides Larva migrans
slides Larva migrans
 
Infecções Fungicas - Microbiologia.pptx
Infecções Fungicas - Microbiologia.pptxInfecções Fungicas - Microbiologia.pptx
Infecções Fungicas - Microbiologia.pptx
 
Aula micologia basica.pdf
Aula micologia basica.pdfAula micologia basica.pdf
Aula micologia basica.pdf
 
Aula micologia basica slide.pptx
Aula micologia basica slide.pptxAula micologia basica slide.pptx
Aula micologia basica slide.pptx
 
Fungos e doenças relacionadas
Fungos e doenças relacionadas Fungos e doenças relacionadas
Fungos e doenças relacionadas
 
Doenças de pele, unhas e cabelos
Doenças de pele, unhas e cabelosDoenças de pele, unhas e cabelos
Doenças de pele, unhas e cabelos
 
Acidentes por animais peçonhentos
Acidentes por animais peçonhentosAcidentes por animais peçonhentos
Acidentes por animais peçonhentos
 
Shirley - 20/09/2012
Shirley - 20/09/2012Shirley - 20/09/2012
Shirley - 20/09/2012
 
Aula micose subcutanea e sporothrix
Aula    micose subcutanea e sporothrixAula    micose subcutanea e sporothrix
Aula micose subcutanea e sporothrix
 

Mais de adrianomedico

Um processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueiraUm processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueiraadrianomedico
 
Um ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueiraUm ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueiraadrianomedico
 
Tratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueiraTratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueiraadrianomedico
 
Saiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantilSaiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantiladrianomedico
 
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeusProblemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeusadrianomedico
 
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...adrianomedico
 
Para quem a escola gagueja
Para quem a escola gaguejaPara quem a escola gagueja
Para quem a escola gaguejaadrianomedico
 
Gagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamentoGagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamentoadrianomedico
 
Gagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamentoGagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamentoadrianomedico
 
Gagueira não é emocional
Gagueira não é emocionalGagueira não é emocional
Gagueira não é emocionaladrianomedico
 
Gagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da baseGagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da baseadrianomedico
 
Gagueira e disfluência geral
Gagueira e disfluência   geralGagueira e disfluência   geral
Gagueira e disfluência geraladrianomedico
 
Gagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagemGagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagemadrianomedico
 
Gagueira estudo molecular dos genes g
Gagueira   estudo molecular dos genes gGagueira   estudo molecular dos genes g
Gagueira estudo molecular dos genes gadrianomedico
 
Gagueira disfluência
Gagueira   disfluênciaGagueira   disfluência
Gagueira disfluênciaadrianomedico
 
Gagueira até onde é normal
Gagueira   até onde é normalGagueira   até onde é normal
Gagueira até onde é normaladrianomedico
 
Gagueira a teoria na prática
Gagueira   a teoria na práticaGagueira   a teoria na prática
Gagueira a teoria na práticaadrianomedico
 

Mais de adrianomedico (20)

Um processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueiraUm processo de terapia para a gagueira
Um processo de terapia para a gagueira
 
Um ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueiraUm ensaio sobre a gagueira
Um ensaio sobre a gagueira
 
Tratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueiraTratamento farmacológico da gagueira
Tratamento farmacológico da gagueira
 
Seu filho gagueja.
Seu filho gagueja.Seu filho gagueja.
Seu filho gagueja.
 
Saiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantilSaiba mais sobre a gagueira infantil
Saiba mais sobre a gagueira infantil
 
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeusProblemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
Problemas na fala atrapalham carreira de reis e plebeus
 
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
Perfil de sujeitos gagos que participam de comunidades virtuais como apoio so...
 
Para quem a escola gagueja
Para quem a escola gaguejaPara quem a escola gagueja
Para quem a escola gagueja
 
Genes da gagueira
Genes da gagueiraGenes da gagueira
Genes da gagueira
 
Gagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamentoGagueira tem tratamento
Gagueira tem tratamento
 
Gagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamentoGagueira não tem graça, tem tratamento
Gagueira não tem graça, tem tratamento
 
Gagueira não é emocional
Gagueira não é emocionalGagueira não é emocional
Gagueira não é emocional
 
Gagueira infantil
Gagueira infantilGagueira infantil
Gagueira infantil
 
Gagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da baseGagueira e núcleos da base
Gagueira e núcleos da base
 
Gagueira e disfluência geral
Gagueira e disfluência   geralGagueira e disfluência   geral
Gagueira e disfluência geral
 
Gagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagemGagueira e dificuldade de aprendizagem
Gagueira e dificuldade de aprendizagem
 
Gagueira estudo molecular dos genes g
Gagueira   estudo molecular dos genes gGagueira   estudo molecular dos genes g
Gagueira estudo molecular dos genes g
 
Gagueira disfluência
Gagueira   disfluênciaGagueira   disfluência
Gagueira disfluência
 
Gagueira até onde é normal
Gagueira   até onde é normalGagueira   até onde é normal
Gagueira até onde é normal
 
Gagueira a teoria na prática
Gagueira   a teoria na práticaGagueira   a teoria na prática
Gagueira a teoria na prática
 

Protocolos de doenças infecciosas e acidentes ofídicos

  • 1. Parte III – P R O T O C O L O S D E D O E N Ç A S I N F E C C I O S A S [197] ocorre pelo uso compartilhado de pentes, bonés e pode ser epidêmica entre crianças na escola elementar de todas as faixas sócio-econômicas. Adultos que tem contato com crianças infestadas podem adquirir a pediculose de couro cabeludo. b. QUADRO CLÍNICO O principal sintoma é o prurido, o resultado pode ser escoriações nas áreas afetadas. A infecção secundária das lesões é comum. Os piolhos podem ser encontrados no couro cabeludo e na região pubiana. Diagnóstico diferencial com dermatite seborreica e escabiose. c. CONDUTA Orientar pacientes com infestação de pele para que se desfaçam de suas roupas. Aplicar permetrina 1% por 10 minutos para tratar pediculose pubiana, seguido por aplicação do creme de permetrina a 5% durante 8 horas. Lembrar de tratar todos os contatos sexuais de pacientes apresentando pediculose pubiana. Empregar a permetrina 1% durante 30 minutos a 8 h para tratar a pediculose de couro cabeludo e como alternativa: ivermectina 200 a 400 µg/Kg VO dose única. Repetir 1 semana após o tratamento. Orientar os pacientes a cuidar de roupas e roupas de cama. Tratar a infecção secundária caso necessário. Usar pente fino. 92. ACIDENTES OFÍDICOS a. Considerações Gerais de Avaliação Ofidismo é o acidente causado por picada de cobra venenosa. Em nosso país cerca de 90% dos acidentes são causados pela jararaca, serpente do gênero Bothrops. A jararaca apresenta a cor parda, possuindo fosseta loreal e escamas da cauda lisas. É geralmente encontrada em locais úmidos, sendo a jararaca bastante agressiva. Seu veneno é coagulante e proteolítico, causando dor e necrose no local da picada e coagulação intravascular disseminada (CID) com sangramentos difusos.
  • 2. protocolos das u nidades de pronto atendimento 2 4 h oras[198] As cascavéis (Crotalus), respondem por 9% dos acidentes ofídicos no Brasil. Estas serpentes possuem fosseta loreal, a extremidade da cauda possui um guizo característico e coloração amarelada. O veneno é neurotóxico e produz mionecrose levando a Insuficiência Renal Aguda. As alterações no local da picada são discretas. O restante dos acidentes (1%) é causado pelas cobras corais verdadeiras (Micrurus) e surucucus (Laquesis). As cobras corais apesar de extremamente venenosas não possuem fosseta loreal. Seu veneno é de ação neurotóxica causando paralisia respiratória. Os sintomas no local da picada geralmente são de dormência. b. DIFERENCIAÇÃO ENTRE COBRAS VENENOSAS E NÃO VENENOSAS Características morfológicas para diferenciação entre cobras venenosas e não venenosas CARACTERÍSTICA VENENOSA NÃO VENENOSA CABEÇA Triangular Arredondada OLHOS Pequenos Grandes FOSSETA LOREAL Possui Não possui ESCAMAS Pequenas Em placa CAUDA Curta, afina bruscamente Longa e afina gradativamente DENTES Presas Dentes pequenos e iguais PICADA Um ou mais orifícios profundos Marcas pequenas, mais ou menos iguais c. CONDUTA Administrar soro antiofídico é a prioridade. Encaminhar para hospital de referência. Manter a vítima deitada e em repouso. Imobilizar a extremidade picada mantendo-a abaixo do nível do coração. Limpar o local. Afrouxar a roupa, remover anéis e braceletes que podem interromper a circulação da extremidade após desenvolvimento de edema. Levar a serpente caso ela tenha sido morta, para identificação. Não assumir riscos desnecessários para efetuar este procedimento. Estar atento para o desenvolvimento de choque ou parada respiratória, secundária ao efeito do veneno. Manter o ABC.
  • 3. Parte III – P R O T O C O L O S D E D O E N Ç A S I N F E C C I O S A S [199] Proibir a execução de procedimentos como aplicação de torniquete, gelo e incisão da ferida para sugar o veneno. Aplicar o soro quando disponível sempre por via IV. Nunca aplicar soro SC ou no local da picada. A dose de 1 U de soro neutraliza 1 mg de veneno e independe do peso do paciente. O soro polivalente não é eficaz em acidentes por corais. Ter a mão equipamento para reanimação em caso de reação anafilática pela administração do soro. Características clínicas e dose de soro antiofídico necessária para tratamento dos acidentes botrópicos ACIDENTES BOTRÓPICOS PARÂMETROS LEVE MODERADO GRAVE HEMORRAGIAS NÃO DISCRETA EVIDENTES CHOQUE NÃO NÃO SIM LOCAL DA PICADA DISCRETAS EDEMA E DOR MODERADOS EDEMA E DOR INTENSOS DOSE DE SORO IV 100 U 150 A 200 U 300 U Características clínicas e dose de soro antiofídico necessária para tratamento dos acidentes crotálicos ACIDENTES CROTÁLICOS PARÂMETROS (NUNCA SÃO LEVES) MODERADO GRAVE NEUROTOXICIDADE DISCRETA EVIDENTE CHOQUE NÃO SIM HEMOGLOBINÚRIA PRESENTE PRESENTE DOSE DE SORO IV 150 A 200 U 300 U Dose de soro antiofídico necessária para tratamento dos acidentes elapídicos ACIDENTES ELAPÍDICOS PARÂMETROS (SÃO SEMPRE CONSIDERADOS GRAVES) GRAVE DOSE DE SORO IV 100 A 150 U