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Descolonização da
África e/ou Ásia
Universidade Federal de Sergipe
Centro de Educação e Ciências Humanas
Departamento de História
Prof. Me. Wanderlei Menezes
A Descolonização de África e a
“reafricanização dos espíritos”
Apresentação da proposta da aula
❑ Priorizar a Descolonização Africana
❑ Histórias Conectadas (Europa – Ásia – África)
❑ Recorte temporal: 1945-1975
❑ Estudar as independências em blocos
❑ Tomar o caso da Guiné e Cabo Verde como ilustrativo.
❑ Ênfase nas produções historiográficas africanas
Perspectivas analíticas
O colonialismo em África e Ásia
(século XV ao XX)
❑ Expansão Marítimo-Comercial Europeia do século XV e XVI –
Dominação litorânea, entrepostos comerciais, mercantilismo e
escravismo.
❑ Imperialismo (século XIX): dominação interiorizada, subjugação política,
capitalismo industrial e financeiro, exploração das riquezas e da força de
trabalho.
❑ Ideologia: Supremacismo branco – Racismo científico – Eugênia –
Darwinismo Social – “Fardo do Homem Branco.
❑ Discurso científico-político: África Selvagem – Antropologia.
❑ Resistências à opressão colonizadora europeia.
“O Mediterrâneo é um lago de civilização; não é segredo
para ninguém que ao norte de suas costas está o velho
universo e ao sul deste um universo ignorado; pode-se dizer
de um lado a civilização, do outro a barbárie.
O momento é de dizer a estas ilustres nações que aqui
estão: uni-vos! Vamos ao Sul! Ele está na nossa frente, esse
bloco de areia e cinzas, este monstro inerte e passivo que,
depois de seis mil anos, é obstáculo à marcha universal.
Deus oferece a África à Europa. [...] Façam estradas, portos,
cidades, cultivem, colonizem, multipliquem-se”.
Trecho de um discurso de Vitor Hugo (1804-
1885), proferido em 18 de maio de 1879.
Os frutos do colonialismo
❑ Violência
❑ Fome e desumanização
❑ exploração do trabalho e das riquezas
naturais
❑ Estatuto do Indígena: colônias
portuguesas e o Apartheid (África
britânica)
❑ Imposição da cultura europeia.
❑ Espaços administrativos artificiais.
As rachaduras no colonialismo
❑ Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
❑ Crise Mundial do Capitalismo (1929-1939)
❑ Aumento do êxodo rural – formação dos grandes
núcleos urbanos em África.
❑ Expansionismo das forças nazifascistas – O caso
Etíope – 1935-1936.
❑ A geração de “assimilados” ou “adiantados”
❑ Movimentos de Pan-Africanista
❑ Intelectualidade Negra – Negritude (diáspora)
Descolonização ou lutas de
Independências: discutindo conceitos
❑ A palavra descolonização não existia até a década de 1950. Aparece
primeiramente em francês décolonisation (1952) e em inglês
Decolonization (1955). Em português, apenas na década de 1970.
❑ Os primeiros historiadores a se valer do conceito são os franceses (René
Remond, Jean Chesneaux e Maurice Crouzet) para designar a crítica
dos povos africanos e asiáticos ao colonialismo europeu.
❑ Entre os pensadores africanos e líderes políticos o termo não era usado
(luta pela independência, anti-imperialismo, anti-colonialismo, libertação
nacional).
❑ Conceito histórico que representa um momento e acontecimentos (1945-
1975).
Independências e Descolonização
Colonialismo
Imperialismo
Tomada de
consciência
política
Lutas pelas
Independências
Descolonização
ou reafirmação
Pan-Africanismo e Negritude
❑ Marcus Harvey (1887-1940) – mito do regresso à
“Mãe-África” (afrodescendentes).
❑ William Du Bois (1868-1963) – Defesa da
igualdade das raças, coesão e união dos povos
negros contra os abusos do colonialismo.
❑ 1919 – Primeiro Congresso Pan-Africano (Paris).
❑ Movimento de Negritude (1939) – Jean Price
Mars, Franz Fanon, Aimée Cesaire e Leopold
Senghor.
❑ Mobilização em jornais e revistas europeias
(França e Inglaterra)
❑ Presence Africaine (1947) – filósofo e historiador
Diop
Geração Pan-Africanista
Nkrumah Senghor S. Machel Agostinho Neto
Nyerere Keniata
Pequeno círculo
intelectualizado
Movimento de
Massas
❑ Organização da Unidade Africana
(OUA - 1963-2002)
❑ A OUA teve um importante papel na
história da descolonização de África,
não só como grupo de pressão junto
da comunidade internacional, mas
também fornecendo apoio direto aos
movimentos de libertação, através do
seu Comitê Coordenador da
Libertação da África.
❑ Atualmente é a União Africana (2002-)
Ascensão do nacionalismo africano
❑ Fontes de inspiração ao nacionalismo africano:
▪ Os experimentos europeus do século XIX.
▪ A política das nacionalidades pós-Grande Guerra.
▪ Carta do Atlântico (1940).
▪ ONU no Pós-Segunda Guerra.
“O que o cristianíssimo burguês do século XX não perdoa a Hitler não é o
crime em si, o crime contra o homem, não é a humilhação do homem em
si, é o crime contra o homem branco [...] é ter aplicado à Europa
procedimentos colonialistas que, até então, só se destinavam aos árabes,
cules da Índia e negros da África” (CESAIRE, 1955, p. 35).
Segunda Guerra Mundial e a
Descolonização
❑ Colapso das potências imperialistas (França, Bélgica e
Holanda) com a jugo nazista.
❑ Necessidade de recrutar combates do Ultramar.
❑ O Norte da África como espaço fundamental na Segunda
Guerra.
❑ O desmoronamento dos impérios coloniais asiáticos pelo
Japão Imperial.
❑ Racismo como uma das causas da Segunda Guerra.
❑ Mais de um milhão de soldados africanos combateram na
II Guerra Mundial e ajudaram a libertar a Europa do
fascismo. Mas o reconhecimento foi quase nulo.
A Guerra Fria e a luta dos povos
africanos e asiáticos
❑ Acordos de Brazaville com De Gaule (1944)
❑ 5º Congresso Panafricano de Manchester (out. 1945)
❑ Conferência de Bandung (Abril/1955) – não
alinhamento e terceiro mundismo.
❑ Apoio das Superpotências à causa.
❑ O caminho do socialismo africano.
❑ Organização da Unidade Africana.
África Branca:
as independências no Magreb
❑ Influência do Pan-Arabismo
❑ Egito (1922) – protetorado britânico – Canal de Suez
❑ Líbia (1952) – ex-colônia italiana – tutela de França e
Inglaterra
❑ Derrota humilhante do imperialismo francês na Indochina
❑ Tunísia e Marrocos (1956) temos mobilizações populares
e prisão de líderes nacionalistas – busca-se a negociação.
❑ Argélia (1952-1962) – Guerra entre o governo francês com
os Pieds Noires e as forças nacionalistas da FLN.
❑ Queda da 4ª República e a ascensão de De Gaulle.
❑ Atentados terroristas – 400 mil mortos.
A África Negra Francesa
❑ Em 1947, os malgaxes conquista a independência com luta
armada – “a Independência não se pede, se conquista!”.
❑ Tentativa de controlar os processos por método mais
conciliatório. (Gradualismo)
❑ África Ocidental Francesa (1960) – caso Sekou Turé (Guiné)
❑ África Tropical Francesa (1960) – Gabão, Congo, Camarões.
❑ A regionalização das Independências – Senegal (Senghor).
❑ Territórios sob tutela: Togo, Ruanda, Burundi.
A África Negra Inglesa
❑ Processos impactados pela Independência da Índia (1947) e
Birmânia – processos violentos.
❑ África Ocidental Inglesa (Gana, Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia)
❑ África Oriental Inglesa (Quênia, Uganda e Tanganica)
❑ África Centro-Austral (Niassalandia e Rodésias e RAS)
❑ O caso Gana: Nkrumah (África para os africanos) – (1956).
❑ Nigéria: federação com guerra civil
❑ Quênia: tentativa dos Mau Maus (1952) e liderança de
Keniata. Resistência dos colonos brancos.
❑ Rodésia: tentativa de aplicar o Apartheid.
❑ O caso do Apartheid na África do Sul
O caso do Congo Belga
❑ Era propriedade particular do Rei Leopoldo II da
Bélgica. Oficialmente colônia belga em 1908
❑ Colonização violenta e com total desprezo pelos
nativos e exploração extrativista.
❑ Em 1959, começam as manifestações na capital
pela libertação nacional.
❑ A Bélgica aceita a Independência (1960), porém a
faz de modo intempestivo.
❑ Governo: Kasavubu (presidente) e Lumumba
(primeiro-ministro).
❑ Resistência na Katanga (Moises Tsombé) –
Guerra Civil).
❑ Assassinato de Patrice Lumumba (1961).
Patrice Lumumba, entregue aos
inimigos para ser assassinado
A Descolonização da África Lusófona
❑ Ultracolonialismo português – Ditadura
fascista de Antônio Salazar (1889-1970)
❑ Unidade administrativa no Ultramar:
Províncias Ultramarinas
❑ Regime do Indigenato e Luso-tropicalismo
❑ Guerra do Ultramar (Colonial): 1961-1974
❑ Revolução dos Cravos (abril/1974): queda
do Salazarismo
❑ Portugal aceita conceder as
independências (1975): Cabo Verde
(05.07), São Tomé e Principe (12.07),
Moçambique (25.06), Angola (11.11)
A Descolonização da África Lusófona
❑ Angola:
▪ Começa a guerra colonial em 1961
com massacres na Baixa do
Cassange com a UPA.
▪ Frentes de atuação: MPLA (Agostinho
Neto), FNLA (Holder Roberto) e
UNITA (Jonas Savimbi).
▪ Massacres e rivalidades fraticidas dos
movimentos.
▪ Forte presença da PIDE-DGS
❑ Moçambique:
▪ Comando da Frelimo (Eduardo
Mondlane), assassinado em 1969.
▪ Liderança de Samora Machel.
▪ Guerra de guerrilha a partir de 1964.
Amílcar Cabral (1924-1973)
❑ Natural da Guiné. Filho de pai cabo-verdiano e mãe guineense
❑ É um jovem literato promissor. Estuda Agronomia em Portugal
(1945)
❑ Na “Casa dos Estudantes do Império” conhece outros estudantes
africanos que liderarão os processos de descolonização de seus
países, movimento de negritude e antifascistas.
❑ Volta a Guiné-Bissau (1952) para atuar como adjunto dos Serviços
Agrícolas e Florestais da Guiné. Depara-se com a fome, miséria e
analfabetismo – mazelas do colonialismo.
❑ Em 1955, Cabral participa da Conferência de Bandung e toma
conhecimento da questão afro-asiática.
❑ Foge para Angola, onde ajuda na fundação do MPLA em 1956.
❑ Em 1959 funda o partido clandestino Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
PAIGC e a Descolonização da Guiné
❑ Em 1959 promovem a greve de trabalhadores do porto de Pidjiguiti,
fortemente reprimida pelo governo colonial, resultando na morte de 50
manifestantes e no ferimento de outras centenas.
❑ Tenta negociar com as autoridades portugueses à Independência de Guiné e
Cabo Verde sem sucesso.
❑ Articula, em 1960, a criação da Frente Revolucionária Africana para a
Independência Nacional das Colônias Portuguesas.
❑ Inicia a luta armada com apoio da URSS, Cuba e algumas nações africanas,
a exemplo da Guiné Conacri (Sekou Turé) que oferece bases ao PAIGC.
❑ Conquista vitórias militares e diplomáticas expressivas.
❑ Janeiro de 1973: assassinado covardemente em Conacri por um militante do
PAIGC
❑ Setembro de 1973: proclamação da Independência de Guiné-Bissau, que no
ano seguinte seria reconhecida por Portugal.
Características da Luta
Descolonizadora de Cabral e do PAIGC
❑ Luta que visava atender as necessidades do povo.
❑ Unidade na luta e construção nacional.
❑ Luta antirracista.
❑ Luta democrática-popular.
❑ Luta com pautas feministas.
❑ Uso da diplomacia aliada à ordem militar.
❑ Organização familiar (tabancas).
❑ Apoio à educação libertadora.
“Nós não estamos a lutar para tomar
o lugar dos opressores colonialistas,
nem seus postos e nem explorar as
classes trabalhadoras. Nós queremos
a independência de nosso país e ser
um país não é apenas ter um
presidente, hino e bandeira.
É ser livre. É pensar. É querer ter
orgulho de ser africano. Só aquele
que reafricaniza os espíritos é livre e
venceu a opressão colonialista”
(Amílcar Cabral)
A Descolonização Africana:
um olhar toponímico
Costa do Ouro = Gana
Sudão Francês = Mali
Alto Volta = Burkina Faso
Rodésia = Norte (Zâmbia) e Sul (Zimbabué)
Niassalândia = Malaui
Congo Belga = Zaire
Bechuanalândia = Botsuana
Sudeste Africano (alemão) = Namíbia
Lourenço Marques (Moçambique) = Maputo
Leopoldville = Kinshasa
Considerações Finais
❑ A Descolonização e os processos de independências das nações
africanas são uma excelente síntese do século XX: lutas contra o
fascismo, fim dos impérios coloniais, luta contra o racismo,
ressignificação africana etc.
❑ Processo heterogêneo que dura uma geração (25 anos).
❑ As Metrópoles não abriram mão de suas colônias. Estas tiveram um
papel ativo na desconstrução do colonialismo e na afirmação de seus
estados nacionais.
❑ Quase metade dos países atuais foram resultados dos processos de
descolonizações (1945-1989), sendo que boa parte se deu entre 1950 e
1965.
Bibliografia
CANEDO, Letícia B. A Descolonização da Ásia e da África. 14. ed. São Paulo: Atual, 2005.
CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o Colonialismo. Trad. Noémia de Souza. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1978.
Descolonização (verbete). In: Enciclopédia Mirador Internacional. Vol. 5. São Paulo, Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
Ltda, 1983. p. 3231-3234.
FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências: séculos XIII a XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: O breve século XX, 1914-1991. 2. ed. Trad. Marcos Santaritta. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
KEITA, Boubacar N. A África Negra - colonização, luta de libertação e independências: uma síntese de História Política e das Civilizações. Belo
Horizonte: Ancestre; Luanda: ISPT, 2021.
LINHARES, Maria Yedda. A luta contra a metrópole (Ásia e África). 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1981.
LOPES, José Vicente. Cabo Verde – Os bastidores da Independência. Praia: Spleen, 2002.
MACEDO, José Rivair (org.). O Pensamento Africano no século XX. São Paulo: Outras Expressões, 2016.
MACEDO, José Rivair. Descolonização e tempo presente. In: História da África. São Paulo: Contexto, 2020. p 153-179.
MAZRUI, Ali A. (Ed.). História Geral da África - África desde 1935. Vol. 8. Brasília: UNESCO, 2010. p. 123-334.
RÉMOND, René. A Descolonização. In: O Século XX: de 1914 aos nossos dias. 9. ed. Trad. Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Cultrix, 1993.
SANCHES, Manuela Ribeiro (org.). Descolonizações: Reler Amílcar Cabral, Césaire e Du Bois no Séc. XXI. Lisboa: Edições 70, 2018.
VILLEN, Patrícia. Amílcar Cabral e a crítica ao colonialismo: entre harmonia e contradição. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
ZUBERI, Tukufu (org.). Independências Africanas: como a África Contemporânea redefiniu o mundo. Curitiba: Brasil Published, 2011.

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Descolonização da África e independências de Guiné e Cabo Verde

  • 1. Descolonização da África e/ou Ásia Universidade Federal de Sergipe Centro de Educação e Ciências Humanas Departamento de História
  • 2. Prof. Me. Wanderlei Menezes A Descolonização de África e a “reafricanização dos espíritos”
  • 3. Apresentação da proposta da aula ❑ Priorizar a Descolonização Africana ❑ Histórias Conectadas (Europa – Ásia – África) ❑ Recorte temporal: 1945-1975 ❑ Estudar as independências em blocos ❑ Tomar o caso da Guiné e Cabo Verde como ilustrativo. ❑ Ênfase nas produções historiográficas africanas
  • 5. O colonialismo em África e Ásia (século XV ao XX) ❑ Expansão Marítimo-Comercial Europeia do século XV e XVI – Dominação litorânea, entrepostos comerciais, mercantilismo e escravismo. ❑ Imperialismo (século XIX): dominação interiorizada, subjugação política, capitalismo industrial e financeiro, exploração das riquezas e da força de trabalho. ❑ Ideologia: Supremacismo branco – Racismo científico – Eugênia – Darwinismo Social – “Fardo do Homem Branco. ❑ Discurso científico-político: África Selvagem – Antropologia. ❑ Resistências à opressão colonizadora europeia.
  • 6.
  • 7. “O Mediterrâneo é um lago de civilização; não é segredo para ninguém que ao norte de suas costas está o velho universo e ao sul deste um universo ignorado; pode-se dizer de um lado a civilização, do outro a barbárie. O momento é de dizer a estas ilustres nações que aqui estão: uni-vos! Vamos ao Sul! Ele está na nossa frente, esse bloco de areia e cinzas, este monstro inerte e passivo que, depois de seis mil anos, é obstáculo à marcha universal. Deus oferece a África à Europa. [...] Façam estradas, portos, cidades, cultivem, colonizem, multipliquem-se”. Trecho de um discurso de Vitor Hugo (1804- 1885), proferido em 18 de maio de 1879.
  • 8. Os frutos do colonialismo ❑ Violência ❑ Fome e desumanização ❑ exploração do trabalho e das riquezas naturais ❑ Estatuto do Indígena: colônias portuguesas e o Apartheid (África britânica) ❑ Imposição da cultura europeia. ❑ Espaços administrativos artificiais.
  • 9. As rachaduras no colonialismo ❑ Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ❑ Crise Mundial do Capitalismo (1929-1939) ❑ Aumento do êxodo rural – formação dos grandes núcleos urbanos em África. ❑ Expansionismo das forças nazifascistas – O caso Etíope – 1935-1936. ❑ A geração de “assimilados” ou “adiantados” ❑ Movimentos de Pan-Africanista ❑ Intelectualidade Negra – Negritude (diáspora)
  • 10. Descolonização ou lutas de Independências: discutindo conceitos ❑ A palavra descolonização não existia até a década de 1950. Aparece primeiramente em francês décolonisation (1952) e em inglês Decolonization (1955). Em português, apenas na década de 1970. ❑ Os primeiros historiadores a se valer do conceito são os franceses (René Remond, Jean Chesneaux e Maurice Crouzet) para designar a crítica dos povos africanos e asiáticos ao colonialismo europeu. ❑ Entre os pensadores africanos e líderes políticos o termo não era usado (luta pela independência, anti-imperialismo, anti-colonialismo, libertação nacional). ❑ Conceito histórico que representa um momento e acontecimentos (1945- 1975).
  • 11. Independências e Descolonização Colonialismo Imperialismo Tomada de consciência política Lutas pelas Independências Descolonização ou reafirmação
  • 12. Pan-Africanismo e Negritude ❑ Marcus Harvey (1887-1940) – mito do regresso à “Mãe-África” (afrodescendentes). ❑ William Du Bois (1868-1963) – Defesa da igualdade das raças, coesão e união dos povos negros contra os abusos do colonialismo. ❑ 1919 – Primeiro Congresso Pan-Africano (Paris). ❑ Movimento de Negritude (1939) – Jean Price Mars, Franz Fanon, Aimée Cesaire e Leopold Senghor. ❑ Mobilização em jornais e revistas europeias (França e Inglaterra) ❑ Presence Africaine (1947) – filósofo e historiador Diop
  • 13. Geração Pan-Africanista Nkrumah Senghor S. Machel Agostinho Neto Nyerere Keniata Pequeno círculo intelectualizado Movimento de Massas
  • 14. ❑ Organização da Unidade Africana (OUA - 1963-2002) ❑ A OUA teve um importante papel na história da descolonização de África, não só como grupo de pressão junto da comunidade internacional, mas também fornecendo apoio direto aos movimentos de libertação, através do seu Comitê Coordenador da Libertação da África. ❑ Atualmente é a União Africana (2002-)
  • 15. Ascensão do nacionalismo africano ❑ Fontes de inspiração ao nacionalismo africano: ▪ Os experimentos europeus do século XIX. ▪ A política das nacionalidades pós-Grande Guerra. ▪ Carta do Atlântico (1940). ▪ ONU no Pós-Segunda Guerra. “O que o cristianíssimo burguês do século XX não perdoa a Hitler não é o crime em si, o crime contra o homem, não é a humilhação do homem em si, é o crime contra o homem branco [...] é ter aplicado à Europa procedimentos colonialistas que, até então, só se destinavam aos árabes, cules da Índia e negros da África” (CESAIRE, 1955, p. 35).
  • 16. Segunda Guerra Mundial e a Descolonização ❑ Colapso das potências imperialistas (França, Bélgica e Holanda) com a jugo nazista. ❑ Necessidade de recrutar combates do Ultramar. ❑ O Norte da África como espaço fundamental na Segunda Guerra. ❑ O desmoronamento dos impérios coloniais asiáticos pelo Japão Imperial. ❑ Racismo como uma das causas da Segunda Guerra. ❑ Mais de um milhão de soldados africanos combateram na II Guerra Mundial e ajudaram a libertar a Europa do fascismo. Mas o reconhecimento foi quase nulo.
  • 17. A Guerra Fria e a luta dos povos africanos e asiáticos ❑ Acordos de Brazaville com De Gaule (1944) ❑ 5º Congresso Panafricano de Manchester (out. 1945) ❑ Conferência de Bandung (Abril/1955) – não alinhamento e terceiro mundismo. ❑ Apoio das Superpotências à causa. ❑ O caminho do socialismo africano. ❑ Organização da Unidade Africana.
  • 18. África Branca: as independências no Magreb ❑ Influência do Pan-Arabismo ❑ Egito (1922) – protetorado britânico – Canal de Suez ❑ Líbia (1952) – ex-colônia italiana – tutela de França e Inglaterra ❑ Derrota humilhante do imperialismo francês na Indochina ❑ Tunísia e Marrocos (1956) temos mobilizações populares e prisão de líderes nacionalistas – busca-se a negociação. ❑ Argélia (1952-1962) – Guerra entre o governo francês com os Pieds Noires e as forças nacionalistas da FLN. ❑ Queda da 4ª República e a ascensão de De Gaulle. ❑ Atentados terroristas – 400 mil mortos.
  • 19. A África Negra Francesa ❑ Em 1947, os malgaxes conquista a independência com luta armada – “a Independência não se pede, se conquista!”. ❑ Tentativa de controlar os processos por método mais conciliatório. (Gradualismo) ❑ África Ocidental Francesa (1960) – caso Sekou Turé (Guiné) ❑ África Tropical Francesa (1960) – Gabão, Congo, Camarões. ❑ A regionalização das Independências – Senegal (Senghor). ❑ Territórios sob tutela: Togo, Ruanda, Burundi.
  • 20. A África Negra Inglesa ❑ Processos impactados pela Independência da Índia (1947) e Birmânia – processos violentos. ❑ África Ocidental Inglesa (Gana, Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia) ❑ África Oriental Inglesa (Quênia, Uganda e Tanganica) ❑ África Centro-Austral (Niassalandia e Rodésias e RAS) ❑ O caso Gana: Nkrumah (África para os africanos) – (1956). ❑ Nigéria: federação com guerra civil ❑ Quênia: tentativa dos Mau Maus (1952) e liderança de Keniata. Resistência dos colonos brancos. ❑ Rodésia: tentativa de aplicar o Apartheid. ❑ O caso do Apartheid na África do Sul
  • 21. O caso do Congo Belga ❑ Era propriedade particular do Rei Leopoldo II da Bélgica. Oficialmente colônia belga em 1908 ❑ Colonização violenta e com total desprezo pelos nativos e exploração extrativista. ❑ Em 1959, começam as manifestações na capital pela libertação nacional. ❑ A Bélgica aceita a Independência (1960), porém a faz de modo intempestivo. ❑ Governo: Kasavubu (presidente) e Lumumba (primeiro-ministro). ❑ Resistência na Katanga (Moises Tsombé) – Guerra Civil). ❑ Assassinato de Patrice Lumumba (1961). Patrice Lumumba, entregue aos inimigos para ser assassinado
  • 22. A Descolonização da África Lusófona ❑ Ultracolonialismo português – Ditadura fascista de Antônio Salazar (1889-1970) ❑ Unidade administrativa no Ultramar: Províncias Ultramarinas ❑ Regime do Indigenato e Luso-tropicalismo ❑ Guerra do Ultramar (Colonial): 1961-1974 ❑ Revolução dos Cravos (abril/1974): queda do Salazarismo ❑ Portugal aceita conceder as independências (1975): Cabo Verde (05.07), São Tomé e Principe (12.07), Moçambique (25.06), Angola (11.11)
  • 23. A Descolonização da África Lusófona ❑ Angola: ▪ Começa a guerra colonial em 1961 com massacres na Baixa do Cassange com a UPA. ▪ Frentes de atuação: MPLA (Agostinho Neto), FNLA (Holder Roberto) e UNITA (Jonas Savimbi). ▪ Massacres e rivalidades fraticidas dos movimentos. ▪ Forte presença da PIDE-DGS ❑ Moçambique: ▪ Comando da Frelimo (Eduardo Mondlane), assassinado em 1969. ▪ Liderança de Samora Machel. ▪ Guerra de guerrilha a partir de 1964.
  • 24. Amílcar Cabral (1924-1973) ❑ Natural da Guiné. Filho de pai cabo-verdiano e mãe guineense ❑ É um jovem literato promissor. Estuda Agronomia em Portugal (1945) ❑ Na “Casa dos Estudantes do Império” conhece outros estudantes africanos que liderarão os processos de descolonização de seus países, movimento de negritude e antifascistas. ❑ Volta a Guiné-Bissau (1952) para atuar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné. Depara-se com a fome, miséria e analfabetismo – mazelas do colonialismo. ❑ Em 1955, Cabral participa da Conferência de Bandung e toma conhecimento da questão afro-asiática. ❑ Foge para Angola, onde ajuda na fundação do MPLA em 1956. ❑ Em 1959 funda o partido clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
  • 25. PAIGC e a Descolonização da Guiné ❑ Em 1959 promovem a greve de trabalhadores do porto de Pidjiguiti, fortemente reprimida pelo governo colonial, resultando na morte de 50 manifestantes e no ferimento de outras centenas. ❑ Tenta negociar com as autoridades portugueses à Independência de Guiné e Cabo Verde sem sucesso. ❑ Articula, em 1960, a criação da Frente Revolucionária Africana para a Independência Nacional das Colônias Portuguesas. ❑ Inicia a luta armada com apoio da URSS, Cuba e algumas nações africanas, a exemplo da Guiné Conacri (Sekou Turé) que oferece bases ao PAIGC. ❑ Conquista vitórias militares e diplomáticas expressivas. ❑ Janeiro de 1973: assassinado covardemente em Conacri por um militante do PAIGC ❑ Setembro de 1973: proclamação da Independência de Guiné-Bissau, que no ano seguinte seria reconhecida por Portugal.
  • 26. Características da Luta Descolonizadora de Cabral e do PAIGC ❑ Luta que visava atender as necessidades do povo. ❑ Unidade na luta e construção nacional. ❑ Luta antirracista. ❑ Luta democrática-popular. ❑ Luta com pautas feministas. ❑ Uso da diplomacia aliada à ordem militar. ❑ Organização familiar (tabancas). ❑ Apoio à educação libertadora.
  • 27. “Nós não estamos a lutar para tomar o lugar dos opressores colonialistas, nem seus postos e nem explorar as classes trabalhadoras. Nós queremos a independência de nosso país e ser um país não é apenas ter um presidente, hino e bandeira. É ser livre. É pensar. É querer ter orgulho de ser africano. Só aquele que reafricaniza os espíritos é livre e venceu a opressão colonialista” (Amílcar Cabral)
  • 28. A Descolonização Africana: um olhar toponímico Costa do Ouro = Gana Sudão Francês = Mali Alto Volta = Burkina Faso Rodésia = Norte (Zâmbia) e Sul (Zimbabué) Niassalândia = Malaui Congo Belga = Zaire Bechuanalândia = Botsuana Sudeste Africano (alemão) = Namíbia Lourenço Marques (Moçambique) = Maputo Leopoldville = Kinshasa
  • 29. Considerações Finais ❑ A Descolonização e os processos de independências das nações africanas são uma excelente síntese do século XX: lutas contra o fascismo, fim dos impérios coloniais, luta contra o racismo, ressignificação africana etc. ❑ Processo heterogêneo que dura uma geração (25 anos). ❑ As Metrópoles não abriram mão de suas colônias. Estas tiveram um papel ativo na desconstrução do colonialismo e na afirmação de seus estados nacionais. ❑ Quase metade dos países atuais foram resultados dos processos de descolonizações (1945-1989), sendo que boa parte se deu entre 1950 e 1965.
  • 30. Bibliografia CANEDO, Letícia B. A Descolonização da Ásia e da África. 14. ed. São Paulo: Atual, 2005. CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o Colonialismo. Trad. Noémia de Souza. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1978. Descolonização (verbete). In: Enciclopédia Mirador Internacional. Vol. 5. São Paulo, Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda, 1983. p. 3231-3234. FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências: séculos XIII a XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: O breve século XX, 1914-1991. 2. ed. Trad. Marcos Santaritta. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. KEITA, Boubacar N. A África Negra - colonização, luta de libertação e independências: uma síntese de História Política e das Civilizações. Belo Horizonte: Ancestre; Luanda: ISPT, 2021. LINHARES, Maria Yedda. A luta contra a metrópole (Ásia e África). 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. LOPES, José Vicente. Cabo Verde – Os bastidores da Independência. Praia: Spleen, 2002. MACEDO, José Rivair (org.). O Pensamento Africano no século XX. São Paulo: Outras Expressões, 2016. MACEDO, José Rivair. Descolonização e tempo presente. In: História da África. São Paulo: Contexto, 2020. p 153-179. MAZRUI, Ali A. (Ed.). História Geral da África - África desde 1935. Vol. 8. Brasília: UNESCO, 2010. p. 123-334. RÉMOND, René. A Descolonização. In: O Século XX: de 1914 aos nossos dias. 9. ed. Trad. Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Cultrix, 1993. SANCHES, Manuela Ribeiro (org.). Descolonizações: Reler Amílcar Cabral, Césaire e Du Bois no Séc. XXI. Lisboa: Edições 70, 2018. VILLEN, Patrícia. Amílcar Cabral e a crítica ao colonialismo: entre harmonia e contradição. São Paulo: Expressão Popular, 2013. ZUBERI, Tukufu (org.). Independências Africanas: como a África Contemporânea redefiniu o mundo. Curitiba: Brasil Published, 2011.