SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 46
CENTRO DE ESTUDOS
AVANÇADOS EM PÓS-
GRADUAÇÃO E PESQUISA
CESAP
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL
VÂNIA CÉLIA DE OLIVEIRA
ELIANA BEDIM TEODORO ZAMPIROLLI
A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS
VITÓRIA-ES
2012
VANIA CÉLIA DE OLIVEIRA
ELIANA BEDIM THEODORO ZAMPIROLLI
A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS
Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação em Tecnologia Educacional, do Centro
de Estudos Avançados em Pós-Graduação e Pesquisa - CESAP, como requisito para
obtenção do título de Especialista em Tecnologia Educacional.
VITÓRIA-ES
2012
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Oliveira,Vania Célia de.
S235i A Informática Educativa nas escolas brasileiras./ Vania Célia de
Oliveira; Eliana Bedim Teodoro Zampirolli. – 2012.
43f.
Orientador: Grece Telles Tonini
Trabalho de conclusão de curso (especialização em tecnologia
educacional) – Cesap – Centro de estudos avançados em pós
graduação e pesquisas.
1. Tecnologia educacional. I. Vania Célia de Oliveira II. Eliana
Bedim Teodoro Zampirolli III. Título.
CDU:371.3
CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CESAP
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL
VANIA CÉLIA DE OLIVEIRA
ELIANA BEDIM TEODORO ZAMPIROLLI
A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS
APROVADA __________________________________
Vitória (ES), ___ de __________ de 2012.
BANCA EXAMINADORA
Orientadora
Msc. Grece Telles Tonini
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e mestres os quais sempre
nos auxiliaram com palavras de incentivo, carinho e compreensão e entendendo
nossos momentos de ausência.
Agradecimentos:
Agradecemos primeiramente a Deus, que nos acompanhou na construção desse
trabalho. Aos nossos familiares, pelo carinho, compreensão e entendimento da
nossa ausência. Aos amigos que, de forma direta ou indireta, contribuíram com
palavras de incentivo e com seu conhecimento, principalmente a amiga Martha
Aleixo.
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas
novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram”.
Jean Piaget
RESUMO
A educação brasileira, historicamente, excluiu do direito fundamental à educação grande parcela da
população, constituída de pobres, mulheres, índios e negros. Após a democratização da educação
que permitiu o acesso às instituições de ensino, vemo-nos atualmente desafiados a garantir a
qualidade do ensino nas escolas brasileiras. A Informática Educativa, dentro do contexto histórico da
educação brasileira, surge como uma possível ferramenta que irá auxiliar no processo de ensino e
aprendizagem. Este trabalho propõe-se a fazer uma análise do material bibliográfico procurando
responder como a Informática Educativa adentra as escolas brasileiras através dos programas
governamentais e a reação de professores, alunos e demais funcionários frente à nova tecnologia.
Ainda, procuramos trazer a possibilidade de uso de algumas inovações tecnológicas e como o uso de
ambientes virtuais no contexto educacional pode trazer melhorias no processo de ensino e
aprendizagem. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa-descritiva, baseada em material
bibliográfico, tendo como fontes material impresso em livros e artigos e nos meios eletrônicos.
Necessário se faz uma reflexão tendo como eixo norteador a Informática Educativa como ferramenta
no auxílio do processo de ensino e aprendizagem, numa perspectiva de transformações na qualidade
do ensino e de reais transformações sociais.
Palavras-Chave: Educação; Informática Educativa; Ensino e Aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10
1. A EDUCAÇÃO NO BRASIL .................................................................................12
1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA ........................................................................... 12
1.2 A INFORMÁTICA EDUCATIVA .................................................................... 18
1.2.1 Panorama Inicial ............................................................................... 18
1.2.2 Os Programas Governamentais ...................................................... 20
2. A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS ............................................... 23
2.1 O USO DA INFORMÁTICA ENTRE OS PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO ................................................................................................... 23
2.2 INFORMÁTICA E AMBIENTES DE APRENDIZAGEM .................................. 25
2.3 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA DA INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO ................................................................................................... 26
3. OS AMBIENTES VIRTUAIS COMO RECURSO DIDÁTICO NO PROCESSO
DE ENSINO E APRENDIZAGEM ...................................................................... 29
3.1 SITES DE PESQUISA ....................................................................................30
3.2 EMAILS .......................................................................................................... 31
3.3 BLOGS ...........................................................................................................32
3.4 REDES SOCIAIS ........................................................................................... 34
4. METODOLOGIA ...................................................................................................36
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ....................................................................................................40
NOTAS ................................................................................................................. 43
12
INTRODUÇÃO
Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente
descobertas originais; significa também, e, sobretudo, difundir criticamente
verdades já descobertas, socializá-las por assim dizer; transformá-las,
portanto em bases de ações vitais, um elemento de coordenação e de
ordem intelectual e moral. (GRAMSCI, 1991, p. 13-14)
É mister reconhecermos que os avanços tecnológicos nas últimas décadas tem
causado um impacto na educação mundial e aqui no Brasil não seria diferente.
Percebemos as novas tecnologias adentrarem as nossas escolas de uma forma
muito rápida, gerando conflitos entre os educadores que, há muitas décadas,
acostumados com parcos recursos e uma educação voltada para uma pequena
parte da população, veem-se desafiados a conhecer e a utilizar, juntamente com
seus alunos, as novas tecnologias, principalmente a informática aliada ao processo
de ensino e aprendizagem.
Qual o maior desafio encontrado atualmente nas escolas brasileiras no que se refere
ao uso das novas ferramentas tecnológicas e em especial a informática? Como
estas poderão auxiliar alunos e professores no cotidiano das atividades para
melhorar o processo de ensino-aprendizagem?
Para responder a esses e a outros questionamentos abordaremos, mesmo que de
maneira sucinta, o contexto histórico da Educação brasileira a fim de refleti-la tendo
em vista as várias concepções de ensino ao longo da história, bem como entender, a
partir do passado, a educação na atualidade.
Buscaremos ainda relatar de que forma a Informática Educativa adentra as escolas
através dos programas governamentais e a repercussão dessas novas tecnologias
entre a comunidade escolar. Discutiremos como os ambientes informatizados podem
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem destacando as novidades tecnológicas
na área da Informática na Educação. Ainda, como os ambientes virtuais poderão ser
utilizados como recursos educacionais.
13
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo geral traçar um panorama do
uso da informática dentro do contexto das escolas brasileiras.
A partir dos estudos feitos no material bibliográfico pesquisado, pretende-se alcançar
os seguintes objetivos específicos:
 Investigar, teoricamente, a educação brasileira dentro de um contexto
histórico;
 Entender, a partir da literatura, como as novas tecnologias, e principalmente a
informática, adentram as escolas brasileiras;
 Compreender, com base no material bibliográfico, a visão dos professores
sobre a utilização da Informática Educativa nas escolas;
 Identificar, na literatura pesquisada, os maiores desafios encontrados em
relação ao uso da Informática Educativa como ferramenta de auxílio ao
ensino e a aprendizagem.
 Apurar, bibliograficamente, como os ambientes virtuais podem auxiliar no
processo de ensino e aprendizagem.
14
1. A EDUCAÇÃO NO BRASIL
1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA
Ao debruçarmos estudos sobre a história do Brasil, podemos perceber que a
educação brasileira, em determinadas épocas, foi destinada a uma pequena parcela
da população. Pobres, mulheres, indígenas e negros estiveram alijados desse direito
fundamental no processo de construção histórica desse país durante muito tempo.
Para um melhor esclarecimento, devemos entender a educação brasileira desde os
primórdios do processo de colonização.
O Brasil foi para Portugal uma colônia de exploração. Mesmo quando aqui se
fixaram os colonos portugueses, vieram em busca de riquezas e, a Coroa
Portuguesa, buscava riqueza e a defesa do seu território.
Não havia, portanto, uma preocupação com a educação dos colonos e muito menos
com a grande massa de mão-de-obra escrava de índios e negros africanos. Assim, o
Brasil vai se delineando com uma população de analfabetos. Os poucos que
recebiam instrução formal eram, primordialmente, pessoas do sexo masculino e de
famílias abastadas. A grande massa da população não recebe instrução escolar e
nem almeja recebê-la.
Assim, a educação no Brasil caminhou por veredas tortuosas desde o início,
reservada a uma elite dominante e totalmente exploradora, que sempre
esteve voltada a estratificação e dominação social. Esteve arragaida por
diversos séculos em nossa sociedade a concepção de dominação cultural
de uma parte minúscula da mesma, configurado-se na idéia básica de que o
ensino era apenas para alguns, e por isso os demais não precisariam
aprender. As oligarquias do período colonial e monárquico estavam
profundamente fundamentadas na dominação via controle do saber. Outros
dois fatores importantes foram o isolamento e a estratificação sociais,
basicamente dual, aliada à necessidade de manutenção de um esquema de
segurança configurando-se como fundamento a propriedade das terras.
(ROMANELLI, 2001, p.33)
15
O período colonial e monárquico foi marcado com um modelo de importação do
pensamento europeu, tendo a educação brasileira trabalhado com uma matriz de
aprendizagem nos moldes do pensamento e ideias dominantes da cultura européia.
Ainda segundo Romanelli (2001, p. 34), dois fatores vão se destacar dentre o
período colonial e monárquico para a formação do modelo educacional brasileiro. No
primeiro, a predominância de uma pequena elite formada por donos de terras sobre
uma grande massa de escravos e agregados, sendo que apenas a essa elite cabia o
direito a educação, excluídos mulheres e filhos primogênitos. O segundo fator era o
conteúdo de ensino dos Jesuítas, estes encarregados da educação brasileira nos
primeiros tempos. Esse sistema de ensino levou a uma desigualdade entre as
classes.
O ensino jesuítico, por outro lado, conservado à margem, sem aprofundar a
sua atividade e sem preocupação outras senão as do recrutamento de fiéis
ou de servidores, tornava-se possível porque não perturbava a estrutura
vigente, subordinava-se aos imperativos do meio social, marchava paralelo
a ele. Sua marginalidade era a essência de que vivia e se alimentava.
(SODRÉ, 1994, p.17)
Segundo Almeida (2000, p. 40) os Jesuítas forneciam uma Educação Clássica às
classes dominantes, já que a sociedade da época necessitava de uma educação
básica, livre e desinteressada, sem preocupações profissionais.
[...] daí os traços da cultura que elaboram o seu teor desinteressado, a sua
desvinculação com a realidade, a sua alienação quanto ao meio –
transitando, finalmente, para uma sorte de erudição livresca, vazia,
meramente ornamental, que satisfazia a vaidade do indivíduo, mas em nada
concorria para a comunidade. (SODRÉ, 1994, p. 17)
Almeida (2000, p. 42) ainda destaca que a educação no período colonial não tinha
compromisso com o povo, sendo este excluído do sistema educacional dos Jesuítas.
A educação oferecida à elite servia de patamar de ascensão social, afinal
Já não era somente pela propriedade da terra e pelo número de escravos
que se media a importância ou se avaliava a situação social dos colonos: os
graus de bacharel e os de mestre em artes passaram a exercer o papel de
escada ou de elevador, na hierarquia social da colônia. (...) A universidade
16
de Coimbra passou a ter, por isso, um papel de grande importância na
formação de nossas elites culturais. (AZEVEDO, 1996, p. 512-513).
Verificamos na análise de Almeida (2000, p. 45) que a educação no Brasil atendia
aos interesses políticos da metrópole e aos objetivos religiosos da Companhia de
Jesus. Quando os Jesuítas são expulsos do Brasil em 1759 por não atenderem mais
ao modelo de educação que a Metrópole desejava, a educação brasileira fica sem
nenhuma organização.
A ação educativa, que antes havia sido utilizada apenas como meio de
submissão e domínio político, agora era vista como a responsável pelo
descompasso entre o governo português e o resto da Europa, sendo os
seus ministros acusados como “bodes expiatórios”. Teriam sido justas tais
acusações? Interessa-nos saber que a metrópole e a colônia, já não
poderiam continuar à parte da agitação modernizadora que invadia a
Europa. (ALMEIDA, 2000, p. 45)
Com a Reforma Pombalina¹ o Marques de Pombal pretendia modernizar o ensino
influenciado pelas ideias dos enciclopedistas franceses. Mas, de acordo com
Almeida (2000, p. 46) a sua política radical não resultou numa reforma de ensino e
inúmeras foram as dificuldades decorrentes para o sistema educacional da época.
É, pois, toda a estrutura do ensino que entra em derrocada; a reforma
pombalina, que decorre de necessidades ligadas à expulsão dos jesuítas,
não cria estrutura nova, limitando-se a prescrições gerais. Dela, no que
afetou a colônia, a conseqüência ostensiva esteve na fragmentação, na
dispersão, que passa a constituir, no ensino, a característica maior, e é o
antípoda da unidade que tanto marcara aquele a que os jesuítas haviam
emprestado o seu nome. (SODRÉ, 1994, p. 28).
Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808 houve a
necessidade de uma reestruturação da Educação para atender aos cidadãos
portugueses que se encontravam em território brasileiro. Apesar de essas mudanças
privilegiarem apenas uma classe, viriam a influenciar todo o contexto educacional da
época e posteriormente.
A vinda da Corte suscitaria a criação de um Estado monárquico, mantendo
os padrões do absolutismo, em um território até então dominado pelas
falidas capitanias [...] A partir desta nova realidade se fez necessária uma
série de medidas no campo intelectual como a criação da Imprensa Régia e
a instalação da Biblioteca Pública. No campo educacional são criados
17
cursos para o preparo de pessoal mais diversificado e começa a história das
Escolas de Ensino Superiores: a Academia Real da Marinha (1808),
Academia Real Militar (1810), Academia Médico-Cirúrgica da Bahia (1808) e
Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro (1809). (NASCIMENTO,
2007, p. 19)
De acordo com Nascimento (2007, p. 20), D. João VI instituiu através de um decreto,
em 1826, quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus,
Ginásios e Academias. Fez investimentos no ensino técnico e superior,
negligenciando os estudos primários e médios destinados ao povo. Mais uma vez a
educação destinada ao povo fica relegada a segundo plano.
Nascimento (2007, p. 24) destaca que
Com a proclamação da Independência o governo se preocupou em formar
os alunos e os futuros cidadãos, apesar de estes serem apenas os filhos de
homens livres, a elite dirigente do país, preocupando-se em criar escolas
superiores e regulamentar o acesso as mesmas. Apesar de que desde 1854
algumas leis a favor da educação tenham sido elaboradas, a maioria da
população continuava analfabeta. Poucos alunos chegavam ao secundário
e à universidade, um privilégio apenas a elite. Até a Proclamação da
República pouco se fez de concreto pela educação.
O período de transição do Império para República é marcado pelos ideais liberais
disseminados na Europa, os quais irão influenciar sobremaneira os republicanos,
como cita Clark ([19--?], p. 8)
Para os republicanos, as mudanças que pretendiam implantar e que,
exigiam a sociedade que se organizava nos moldes determinados pelo
capitalismo internacional, tinha como principal suporte a instrução pública,
pois é a partir daí que pretendia os republicanos dar o grande salto
civilizatório.
Os ideais liberais são observados nos meios de comunicação da época. Clark
([19--?], p. 8) destaca uma manchete de 1890 que traz o seguinte texto
Quanto mais solidamente é o povo instruído, tanto mais forte e produtor se
torna. É preciso, porém que a instrução prepare homens úteis, capazes de
aumentar as forças progressivas do país e alimentar em alto grau sua
riqueza, que essa seja integral, concreta, tão completa quanto possível,
18
como recapitulação das verdades afirmadas pelas ciências. (A PROVÍNCIA
DE SÃO PAULO, 1890).
Houve um avanço na organização da Educação Brasileira no período Republicano.
Segundo Clark (([19--?], p. 9) cada Estado-membro, após a Proclamação da
República, adquiriu autonomia para organizar sua educação mantendo como base
um regime democrático. Clark (([19--?], p. 9) cita que o Estado
Influenciado pelos ideais liberais republicanos, valorizavam a liberdade de
culto, a co-educação dos sexos, a laicidade e a gratuidade. O tempo de
duração do curso primário e secundário era de 8 anos.
Na concepção de Clark ([19--?], p. 10) apesar de conseguir avanço na organização
na Educação, esse período foi marcado por uma série de reformas frustrantes, já
que nenhuma idéia pedagógica se desenvolveu de forma satisfatória. O povo
continuava distante de uma educação necessária às classes populares, como
descreve:
A impressão que se tem é que as camadas superiores responsáveis pela
elaboração das reformas, delas não necessitavam e por isso não as
levavam a sério, enquanto essas não prejudicassem os seus interesses de
classe e nem interferissem em seus privilégios De maneira que, o sistema
educacional brasileiro continuava a se orientar pela herança das escolas
jesuítica que continuaram a expandir suas escolas, sendo ela a principal
responsável pela educação da classe dominante; seguida de perto, pelas
escolas religiosas protestantes também alvo de preferência das elites,
sobretudo nos estados de São Paulo e Minas Gerais, atraídos pela inovação
pedagógica praticada por essas escolas. (CLARK, ([19--?], p. 10)
No período da República Velha a classe popular continuou com dificuldade de
garantir o direito básico à educação. Aumentava a população e o número de vagas
nas escolas não correspondia à necessidade dos brasileiros. Muitos estavam fora da
escola e havia um grande percentual de analfabetos. Clark ([19--?], p. 11) discorre
Mas se a elite e a classe média dispunham de escolas para instruírem seus
filhos, a camada popular, continuou marginalizada e fora da escola, em
virtude de que o ensino primário no período republicano, não recebeu
maiores atenções como era de se esperar, o que fez com que, a população,
na medida em que aumentava o seu efetivo, não aumentou na mesma
19
proporção o de escola, o que permitiu que um enorme contingente
populacional de todas as idades permanecesse fora dela, situação que
contribuiu negativamente para o aumento de analfabetos, que segundo a
estatística de 1900 a 1920, equivaleria a 75%.
Nos períodos que se seguem há uma tentativa de democratização do Ensino que vai
se concretizar, segundo Saviani (2008, p. 150), a partir de 1930. Esse autor
descreve que a matrícula geral saltou de 2.238.773 alunos em 1930 para 44.708.589
alunos em 1933 segundo dados do IBGE (BRASIL, 2003, p.106). O autor descreve
os períodos significativos na educação brasileira
O primeiro período (1549-1759) é dominado pelos colégios jesuítas; o
segundo (1759-1827) está representado pelas “Aulas Régias” instituídas
pela reforma pombalina, como uma primeira tentativa de se instaurar uma
escola pública estatal inspirada nas idéias iluministas segundo a estratégia
do despotismo esclarecido; o terceiro período (1827-1890) consiste nas
primeiras tentativas, descontínuas e intermitentes, de se organizar a
educação como responsabilidade do poder público representado pelo
governo imperial e pelos governos das províncias; o quarto período (1890-
1931) é marcado pela criação das escolas primárias nos estados na forma
de grupos escolares, impulsionada pelo ideário do iluminismo republicano; o
quinto período (1931-1961) se define pela regulamentação, em âmbito
nacional, das escolas superiores, secundárias e primárias, incorporando
crescentemente o ideário pedagógico renovador; finalmente, no sexto
período, que se estende de 1961 aos dias atuais, dá-se a unificação da
regulamentação da educação nacional abrangendo a rede pública
(municipal, estadual e federal) e a rede privada as quais, direta ou
indiretamente, foram sendo moldadas segundo uma concepção produtivista
de escola. (SAVIANI, 2008, p. 149-150).
Após a democratização do ensino no Brasil a discussão que irá permear o contexto
educacional é a qualidade do ensino oferecido aos alunos oriundos da classe
popular. Não bastava o aluno estar na escola. Ele precisava a aprender.
A partir da década de 80 o governo lança mão das Novas Tecnologias como
instrumento para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. É nesse contexto que
a informática na educação surge como ferramenta para auxiliar professores e
alunos.
O resgate histórico da realidade educacional brasileira se faz necessário para um
melhor entendimento do momento atual já que somos fruto de produções históricas.
20
Friso: o ofício dos historiadores é lembrar o que os outros esquecem. Talvez
seja essa a principal coisa que a pesquisa histórico-educacional tem a nos
dizer mesmo porque também os cursos de formação de educadores
parecem se mover num “presente contínuo” em decorrência do
esquecimento da história. Pelo trabalho historiográfico cabe-nos lembrar aos
educadores e a toda a sociedade do país aquilo que, embora presente em
sua prática cotidiana, tende a ser sistematicamente esquecido: que a
situação na qual o trabalho educativo se processa, os avanços e recuos, os
problemas que os educadores enfrentam são produtos de construções
históricas. (SAVIANI, 2008, p. 152)
Após essa breve incursão pelos aspectos históricos da educação brasileira é
possível entender a origem de muitas dificuldades enfrentadas atualmente no que
concerne a educação no nosso país. A partir dessa análise histórica procuraremos
entender como a Informática na Educação irá ser operacionalizada através dos
programas governamentais e as suas formas de utilização nas escolas na
perspectivas de auxiliar o processo de ensino e aprendizagem.
1.2 A INFORMÁTICA EDUCATIVA
1.2.1 Panorama Inicial
A história da Informática na Educação inicia-se na década de 80 como um fator para
promover o avanço científico e tecnológico nas diversas classes sociais e se
consolidou através de diversas atividades e programas governamentais.
De acordo com Araujo (2006, p. 7) foi no primeiro e no segundo Seminário Nacional
de Informática na Educação que se estabeleceram programas de atuação que
deram origem ao projeto EDUCOM (educação e computador). Esse projeto tinha o
objetivo de realizar estudos e experiências em Informática na Educação. Araujo
(2006, p. 7) descreve que
Desde o início do programa, a decisão da comunidade de pesquisadores foi
a de que as políticas a serem implantadas deveriam ser fundamentadas em
pesquisas pautadas em experiências concretas, usando a escola pública e,
prioritariamente, o ensino médio (2º grau). Essas foram as bases do
EDUCOM, realizado em cinco universidades federais brasileiras: UFPE,
UFMG, UFRJ, UFRGS e UNICAMP.
21
Ainda segundo Araujo (2006, p. 8) o projeto EDUCOM contemplou várias
abordagens pedagógicas como o desenvolvimento de programas educativos e o uso
do computador como recurso para resolução de problemas. No que se refere à
metodologia, o trabalho deveria ser realizado por uma equipe multidisciplinar,
formada por professores onde seria desenvolvido o projeto e por um grupo de
profissionais das universidades. Ou seja, os professores das escolas seriam os
responsáveis por desenvolver o projeto e o grupo de profissionais das universidades
formado por pedagogos, psicólogos, sociólogos e cientistas da computação dariam
suporte e fariam o acompanhamento.
Araujo (2006, p. 8) cita que no desenvolvimento do projeto EDUCOM a proposta
metodológica era do uso da Informática na Educação numa perspectiva de se criar
ambientes onde o recurso do computador seria utilizado como instrumento facilitador
do processo de ensino e aprendizagem.
Quanto à proposta pedagógica e o papel que o computador deve
desempenhar no processo educacional, o programa brasileiro de informática
na educação é bastante peculiar. O computador tem o papel de provocar
mudanças pedagógicas profundas, ao invés de “automatizar o ensino” ou
preparar o aluno para ser capaz de trabalhar com o computador. Todos os
centros de pesquisa do projeto EDUCOM atuaram na perspectiva de criar
ambientes educacionais, usando o computador como recurso facilitador do
processo de ensino e aprendizagem. (ARAUJO, 2006, p. 7- 8)
Como a proposta era de que o computador fosse usado como uma ferramenta para
auxiliar o processo de ensino-aprendizagem, proporcionando melhoria na qualidade
de ensino, o grande desafio do projeto era a mudança na abordagem educacional
centrada no ensino, para uma abordagem baseada no aprender a aprender,
proporcionando ao aluno interagir com a ferramenta e buscar solução para os
desafios encontrados.
De acordo com Araujo (2006, p. 8) o EDUCOM, assim como outros projetos, teve
papel primordial para a introdução das Novas Tecnologias nas escolas brasileiras.
Destaca ainda que apesar da disseminação da Informática Educativa nas escolas o
seu uso está muito aquém do que o desejado e ainda é realidade muito distante de
alunos e professores, mesmo com a necessidade de uso cada vez mais crescente
na sociedade brasileira.
22
O EDUCOM teve um papel fundamental no processo inserção das novas
tecnologias nas escolas brasileiras, através do desenvolvimento de
pesquisas, da formação de recursos humanos, além da produção de artigos,
teses, dissertações e softwares educativos. Além do EDUCOM outros
projetos contribuíram para o processo de informatização, como o FORMAR,
que possibilitou a formação de recursos humanos, muitos dos quais estão
atualmente assessorando o PROINFO². (ARAUJO, 2006, p. 8, grifo nosso)
O computador é uma ferramenta que auxilia professores e alunos a desenvolverem
seus trabalhos. É ainda uma importante fonte de descentralização do saber já que a
informação é difundida, ampliando sua circulação e proporcionando uma rápida
mobilização de conhecimentos.
1.2.2 Os Programas Governamentais
Brignol (2004, p. 17) relaciona os programas governamentais importantes para a
implantação da Informática na Educação nas escolas brasileiras.
 EDUCOM - Computadores na Educação em 1983, onde estavam envolvidos
as universidades UFRJ, UFRGS, UNICAMP, UFMG e UFPE, com o objetivo
de estimular o uso dos computadores nas universidades.
 FORMAR – O objetivo era formar recursos humanos para o trabalho na área
de informática educacional (FORMAR I em 1987 e FORMAR II em 1989).
Vinculado a estes, os CIEDS – Centros de Informática Educacional em 17
Estados brasileiros.
 PROINFE - Programa Nacional de Informática na Educação. Implantado pelo
MEC em 1989, objetivava a criação de laboratórios e centros para
capacitação de professores.
 PROINFO – Programa Nacional de Informática nas Escolas, implantado em
1997 pelo SEED/MEC, com o objetivo de estimular e dar suporte para o uso
de tecnologia informática nas escolas de nível fundamental e médio em todo
o País. (BRASIL, 2004). O Programa é desenvolvido pela Secretaria de
Educação à Distância – SEED, por meio do Departamento de Informática na
23
Educação a Distância - DEIED, em parceria com as Secretarias Estaduais e
algumas Municipais de Educação.
O Projeto Educom, segundo Tajra (1998, p. 14), foi a primeira ação oficial e concreta
do governo para implementação da Informática Educativa nas escolas públicas
brasileiras. Foram criados cinco centros piloto, sendo estes centros responsáveis
pelo desenvolvimento de pesquisa e pela implementação do uso dos computadores
no processo de ensino e aprendizagem.
O projeto FORMAR, de acordo com Oliveira (2007, p. 31) tinha como objetivo
principal formar professores e técnicos da rede pública para desenvolver a
Informática Educativa junto aos alunos. Dentre os objetivos dos cursos de
capacitação destacam-se:
 Despertar uma nova geração de educadores, não apenas para dominar a
ferramenta, mas analisar criticamente sua contribuição no ensino-
aprendizagem;
 Ao final do curso, os professores-alunos iriam, em suas respectivas cidades,
capacitar outros professores, por meio da multiplicação dos conhecimentos
adquiridos no curso;
 Depois desse curso, as secretarias estaduais e municipais se sentiriam
pressionadas a viabilizar a implementação do CIED (Centro de Informática e
Educação).
 O curso levou os professores-alunos a se iniciarem na discussão acerca do
uso de computadores na educação para que, dessa forma, fosse fomentada a
investigação e, possivelmente, as aplicações pedagógicas das tecnologias
nas escolas.
Tajra (1998, p. 15) data que a criação do Proinfo se deu em 1995, e que esse projeto
visava à formação de NTEs (Núcleo de Tecnologias Educacionais). Esses núcleos
seriam criados em todos os Estados do País e seriam compostos por professores
24
que, após passar por capacitação em nível de pós-graduação referente à Informática
Educacional, seriam multiplicadores desta política. A proposta do Proinfo seria de
que as escolas receberiam computadores gradativamente até a sua totalidade.
A proposta da Informática Educativa difundida pelos multiplicadores do Proinfo era
de aproximar a cultura escolar dos avanços que a sociedade produziu na área
tecnológica ao longo da sua história, como a utilização das redes técnicas de
armazenamento, transformação, produção e transmissão de informações.
Ainda de acordo com Tajra (1998, p. 15) o Proinfo abrange o Ensino Fundamental e
Médio. Os NTEs teriam a função de acompanhar o processo de informatização das
escolas nos seus respectivos Estados, auxiliando no processo de incorporação e
planejamento do uso da Informática Educativa. Ainda, dariam suporte técnico e
capacitação aos professores e equipes administrativas das escolas.
Tajra (1998, p. 17) descreve os objetivos do Programa Nacional de Informática na
Educação.
 Melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.
 Possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes
escolares, mediante incorporação adequada das novas tecnologias de
informação pelas escolas.
 Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e
tecnológico.
 Educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente
desenvolvida.
Sobre programa de inclusão digital no Brasil Brignol (2004, p. 19) descreve
O mais recente projeto do governo que envolve o acesso à Internet no País
instalou 3.203 postos de comunicação, cada um com sete computadores, no
total 22,4 mil equipamentos que permitem atender quatro milhões de
pessoas. A meta para 2004 é de 5.200 pontos até o final do ano,
possibilitando cada vez mais o acesso dos cidadãos avançando a Inclusão
25
Digital no País. Os locais para a instalação dos postos são feitos a partir do
Índice de Desenvolvimento Humano-IDH14. As regiões com baixo IDH estão
sendo privilegiadas nas implantações. Outro critério é a localidade que não
tenha espaço público com acesso à Internet, mas que desenvolva
atividades na área de tecnologia da informação. Abrangendo todas as áreas
esta iniciativa pode alcançar as escolas que tenham projeto que inclua o uso
das TICs, como a proposta deste trabalho quando implantada nas escolas
do ensino médio. Assim, a implantação deste projeto pode colaborar para a
Inclusão Digital atendendo as perspectivas do MEC e do Ministério da
Ciência e Tecnologia para a sociedade brasileira.
2. A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS
2.1 O USO DA INFORMÁTICA ENTRE OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Tajra (1998, p. 64) cita que há fases na evolução da Informática na Educação que
são: iniciação (empolgação), adaptação (intermediação) e incorporação (absorção).
A fase de iniciação acontece quando a escola adquire os computadores e efetua a
sua instalação. Nesse momento tudo é novidade. O ambiente informatizado passa a
receber freqüentes visitas de vários profissionais da escola, pais e alunos. Alguns
professores mais receptivos a mudanças vão perceber o computador como mais
uma ferramenta de trabalho, enquanto outros, mais céticos, vão questionar que será
mais uma panacéia a ser usada para resolver todos os problemas da educação.
Para Tajra (1998, p. 64) esse é um momento em que a escola consegue se projetar
positivamente, mas destaca que o simples fato de ter os computadores não garantirá
um diferencial em relação às outras e, consequentemente, trazer melhorias no
ensino e na aprendizagem.
Neste momento a informática funciona como um grande marco para o
marketing da escola. Mas é interessante ressaltar que, diante da nova
realidade em que quase todas as escolas, principalmente, as particulares já
possuem computadores, com certeza, o simples fato de tê-los não
26
significará mais um diferencial, mas principalmente um passo que a escola
deve de fato dar. (TAJRA, 1998, p. 64)
Nessa fase de iniciação, os professores irão lançar mão dos recursos didáticos já
utilizados procurando incorporá-los ao computador. Desses recursos Tajra (1998, p.
64) cita: textos, livros-textos, livros de exercícios, retroprojetores, aulas expositivas e
trabalhos individuais. Também podem ser citados, como recursos já utilizados pelos
professores, as pesquisas, trabalhos em grupos, produções escritas, entre outros.
Os professores com pouco ou nenhum conhecimento sobre a informática sentir-se-
ão frustrados e amedrontados a ter que utilizar um recurso até então desconhecido.
A cobrança dos alunos e do setor pedagógico poderá aumentar ainda mais essa
angústia. Alguns se recusam de maneira veemente a utilizá-la e tendem ao
isolamento. Aqueles mais adeptos as mudanças e com algum ou total domínio da
informática vão apresentar alto nível de empolgação e irão querer usar com
freqüência o ambiente informatizado. Os professores se depararão com alunos que
detém um conhecimento muito avançado sobre a informática. Aquele profissional
que tem centrado o processo de ensino na figura do professor poderá achar que terá
uma perda do controle por não mais deter o conhecimento em si mesmo. Já o
profissional que foca o processo de ensino e aprendizagem no aluno, perceberá que
não será um problema, mas sim, aproveitará ao máximo esse conhecimento do
aluno em benefício do processo de ensino e aprendizagem de todos.
A fase de adaptação, Tajra (1998, p. 65) descreve que é uma fase intermediária.
Muitos professores já têm domínio da informática e, além dos recursos didáticos já
utilizados, possuem conhecimentos de alguns softwares e, por isso, já conseguem
um melhor desempenho no que concerne ao ensino e a aprendizagem.
Esta é uma fase intermediária, na qual os professores já possuem um
melhor nível de conhecimento da aplicabilidade da tecnologia na área
educacional e se preocupam em integrar os seus planos de cursos e de
aulas em função da melhor utilização do computador. Apesar da tecnologia
continuar sendo utilizada de forma tradicional, os alunos e professores já
dominam vários softwares, tendo ganhos, inclusive, de produtividade.
(TAJRA, 1998, p. 65)
27
Destaca ainda que essa seja uma fase de transição no processo de mudança, em
que, geralmente, a informática é voltada para as disciplinas de forma isolada, não
havendo um trabalho interdisciplinar ou multidisciplinar.
Para Tajra (1998, p. 65) a fase da incorporação é caracterizada pela absorção da
tecnologia aos projetos educacionais, de maneira tão natural, que os professores
planejam suas aulas e desenvolvem seus planos de ensino utilizando a informática
como ferramenta de ensino. É nessa fase que os projetos de trabalho se
desenvolvem de maneira interdisciplinar e multidisciplinar. Há nessa fase uma
tendência dos professores questionarem os antigos padrões utilizados.
2.2 INFORMÁTICA E AMBIENTES DE APRENDIZAGEM
Vivemos numa época de constante transformação em que a cada momento surgem
novas informações. Grandes transformações estão ocorrendo em todo o planeta,
com grande velocidade e de difícil dimensionamento. A capacidade do ser humano
não dá conta de absorver todo o saber elaborado pela humanidade historicamente.
A sociedade solicita não só um saber especializado, mas um saber que transita por
várias outras áreas do conhecimento, levando em conta a incerteza e a velocidade
das transformações da técnica num mundo globalizado e altamente tecnificado.
A informática tem papel de destaque no cenário educacional no que concerne a
transformações pelas quais passam a humanidade no campo tecnológico. Sua
utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social aumenta
de maneira muito acelerada. Cotidianamente convivemos com o uso desse recurso
tecnológico e não mais podemos negar a necessidade do seu uso. Dessa forma,
não mais podemos negar que a educação está inserida nesse contexto de
mudanças.
Vieira (2006, p. 17) descreve
28
Logo, para (FLORES, 1996), a informática deve habilitar e dar oportunidade
ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo ensino-
aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares
visando o desenvolvimento integral do aluno. Por isso, a informática na
escola é fundamental, tanto para os alunos quanto para os professores.
Essa nova tecnologia tornou-se um importante meio de estudo e pesquisa.
Os alunos, ao utilizarem o computador entram em um ambiente
multidisciplinar e interdisciplinar, ou seja, ao invés de apenas receberem
informações, os alunos também constroem conhecimentos, formando assim
um processo onde o professor educa o aluno e ao educar é transformado
através do diálogo com os outros alunos.
Brignol (2004, p. 30) argumenta que não basta disponibilizar uma gama de
informações aos alunos, mas é preciso transformar essas informações em
conhecimento, sendo para isso necessário a interferência de outros elementos,
como a mediação do professor, por exemplo, e elaborações e reflexões acerca do
assunto. Alerta ainda para a qualidade dos dados a serem analisados os quais
devam ser confiáveis para formulação e estruturação do conhecimento. O uso da
informática deve estar associado à proposta pedagógica que vai além do uso da
ferramenta em si, numa perspectiva de formar indivíduos que desenvolvam as suas
potencialidades a partir da utilização e da experimentação nesses ambientes de
aprendizagem. Que o conhecimento ultrapasse esses espaços e alcance a rede
mundial de computadores com todas as suas possibilidades.
Brignol (2004, p. 29) descreve ainda que
A implantação de ambientes educacionais e tecnológicos deve considerar o
momento social, histórico, econômico, político e cultural da vida e, neste
momento, tem-se esta possibilidade no País e no Estado através dos
diversos projetos de informática e uso de novas tecnologias aplicadas por
todo o Brasil.[...] É preciso aproveitar o momento atual de influência da
cultura tecnológica que envolve toda a sociedade brasileira, onde já não é
possível negá-la e sim usá-la para formar cidadãos capazes de utilizar
essas novas tecnologias com apoio da ciência, da técnica, com cooperação
e sabedoria.
Devemos atentar para o fato de que a utilização em si de equipamentos tecnológicos
não significará, em tese, melhoria no processo de ensino e aprendizagem. Todavia,
não podemos ignorar os impactos que os avanços tecnológicos têm trazidos para a
educação. Dentro de algum tempo a informática será realidade em todas as escolas
brasileiras já que novas possibilidades e desafios estão sendo delineados na
29
formação dos cidadãos, bastando uma reflexão acerca da utilização dessas
tecnologias na prática docente nas escolas brasileiras. Não adianta ter ferramentas
e não saber utilizá-las de maneira correta.
2.3 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
A mídia nos apresenta diariamente uma infinidade de novidades tecnológicas, seja
no ambiente do trabalho, no convívio social e no ambiente familiar. A geração atual
está completamente inserida no mundo tecnológico e a escola caminha de maneira
mais lenta. A educação necessita acompanhar os avanços tecnológicos
reestruturando-se para dar suporte educacional a geração atual e as gerações
vindouras.
Brignol (2004, p. 33) destaca a importância do computador conectado a internet
como um valioso recurso didático que pode auxiliar o processo de ensino
aprendizagem, já que colabora para desenvolver relações envolvidas na nova forma
de pensar e aprender a educação de maneira mais integrada, participativa e
cooperativa.
A revolução tecnológica concentrada nas Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TICs), que possibilita a conexão mundial via rede de
computadores, promove alterações significativas na base material da
sociedade, ao estabelecer uma interdependência global entre os países e
modificar as relações Estado-Nação e sociedade. O uso crescente de redes
como a Internet resultou na criação de uma organização social, a sociedade
em rede, que permite a formação de comunidades virtuais, grupos
constituídos pela identificação de interesses comuns. (CORREA apud
BRIGNOL, 2004, p. 33)
É importante salientar que as novas tecnologias por si só não garantirão melhorias
no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, poderão ser utilizadas como
recurso didático pelo professor para auxiliar esse processo, levando em conta uma
proposta pedagógica baseada no aprender a aprender onde professores e alunos
construirão esses conhecimentos e disseminarão para a sociedade o conhecimento
produzido.
Destacamos algumas inovações tecnológicas na área da Informática na Educação
apresentadas na 17ª Educar – Feira Internacional de Educação - realizada em São
Paulo, em maio de 2010, a qual expôs inovações tecnológicas para as escolas.
30
 Lousa digital, scanner que projeta as anotações do professor na parede e
softwares que exploram a anatomia do corpo humano;
 Software desenvolvido pelas empresas Smart e P3D para as aulas de
biologia, geografia e química de alunos de 5ª à 8ª série do ensino
fundamental e ensino médio. Com o programa, o aluno pode ver
internamente, em 3D, o corpo humano e de uma carpa. Músculos, órgãos e
ossos também são projetados.
 Na aula de geografia, o professor exemplifica em um clique as consequências
do efeito estufa. As imagens são projetadas em tela sensível ao toque – touch
screen – onde o professor também pode escrever e desenhar.
 A Dell trouxe para a 17ª Educar um sistema onde os alunos assistem às aulas
em uma lousa digital conectada por computadores em rede. O docente
coordena as funções, envia arquivos simultâneos e interage com a classe por
meio de chats. Se o aluno quiser navegar fora do conteúdo sugerido, é
denunciado por luzes que piscam no computador do professor.
Podemos citar outros recursos tecnológicos na área da Informática na Educação,
como: acesso ao computador, acesso a internet, apresentações multimídias,
planilhas eletrônicas, recursos audiovisuais (como data show e retroprojetor), blogs,
lista de emails, fóruns de discussões, redes sociais, sites de atividades pedagógicas,
dentre outros.
Esses e muitos outros recursos tecnológicos poderão ser utilizados em sala de aula
para proporcionar aos alunos um ensino mais dinâmico e concatenado com a
realidade tecnológica difundida no cotidiano nos diversos ambientes por eles
frequentados.
31
3. OS AMBIENTES VIRTUAIS COMO RECURSO DIDÁTICO NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM
Atualmente as relações que se estabelecem entre o pensamento, produção e
difusão do conhecimento e da informação são cada vez mais diferenciadas. Nessas
relações, os espaços já não são tão delimitados e o tempo já é dimensionado em
intervalos cada vez menores. O espaço físico vai perdendo a importância
estabelecendo novas possibilidades, como nos ambientes virtuais de aprendizagem
(AVA).
Esses ambientes virtuais articulam várias formas eletrônicas de armazenamento,
tratamento e difusão da informação e do conhecimento. Vários softwares são
utilizados para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem.
Santos (2003, p. 2) aborda os ambientes virtuais como espaços de construção de
conhecimentos.
Neste sentido podemos afirmar que um ambiente virtual é um espaço
fecundo de significação onde seres humanos e objetos técnicos interagem
potencializando assim, a construção de conhecimentos, logo a
aprendizagem. Então todo ambiente virtual é um ambiente de
aprendizagem? Se entendermos aprendizagem como um processo sócio
técnico onde os sujeitos interagem na e pela cultura sendo esta um campo
de luta, poder, diferença e significação, espaço para construção de saberes
e conhecimento, então podemos afirmar que sim.
32
De acordo com Santos (2003, p. 4), devemos perceber os ambientes virtuais muito
mais que um meio de comunicação, já que ele integra uma infinidade de mídias
como jornais, revistas, rádios, cinema, televisão, e interfaces como, chats, listas,
fóruns, blogs, redes sociais, dentre outras. Nesse sentido, estruturam-se como
ambientes virtuais de aprendizagem.
Entretanto, devemos problematizar as dificuldades encontradas no que se refere à
democratização do acesso a ambientes virtuais e também a capacidade das
pessoas em interagir com esses meios. Há uma necessidade muito grande de
disponibilizar o acesso e garantir que profissionais capacitados possam interagir
com seus alunos no sentido de garantir que o recurso se consubstanciará em
aprendizado.
Santos (2003, p. 7) alerta para a necessidade de políticas públicas voltadas para a
produção e socialização de interfaces livres e gratuitas.
Mesmo reconhecendo as potencialidades dos AVA comercializados por todo
mundo no ciberespaço é extremamente fundamental problematizarmos
acerca dos seus limites, tanto tecnológicos em nível de suporte, mas,
sobretudo no que tange a democratização do acesso a informação e,
sobretudo ao conhecimento. Para utilizar um AVA de uma organização é
necessário ter recursos para tal. A falta de recursos e políticas de
democratização do acesso as tecnologias configura-se num grande
problema social para a democratização do acesso e formação profissional
em diversas áreas do processo produtivo, inclusive na área educacional,
mas especificamente na formação de professores e professoras dos
espaços públicos de aprendizagem, seja na escola básica ou na
universidade ou institutos superiores de educação. É neste sentido que
temos com desafio criar e intervir nos processos de políticas públicas e na
produção e socialização de interfaces livres e gratuitas para que mais e
melhores interações possam emergir na sociedade da informação e do
conhecimento.
Importante também destacar que não basta que os ambientes virtuais sejam livres e
gratuitos. Devem também ser interativos para poder ser configurar como um
ambiente de aprendizagem.
3.1 SITES DE PESQUISA
Os sites de pesquisas poderão auxiliar professores e alunos já que existem numa
quantidade quase que imensurável. Os professores e alunos poderão, a princípio,
utilizar um site de busca para selecionar o assunto ou matéria a ser estudada. Após
33
a busca deve-se fazer uma seleção dos sites, já que nem todos são confiáveis. É
importante o professor fazer uma seleção prévia desses sites, conhecê-los para
depois direcionar os trabalhos com os seus alunos. Dessa forma o trabalho será
mais proveitoso e confiável.
Milani (2010, p. 378) faz uma referência a um site de pesquisa
(http://www.discoveryeducation.com/) – o portal educacional Discovery Education, e
descreve alguns recursos e conteúdos que são disponibilizados de forma gratuita, os
quais poderão servir de auxílio a professores na elaboração e execução das aulas:
a) Puzzlemaker – Cria jogos pedagógicos como caça palavras, palavras cruzadas,
criptogramas entre outros.
b) Biblioteca de planos de aulas – Repositório com planos de aulas prontos, com
recursos a serem utilizados.
c) Banco de cliparts – Milhares de ilustrações em cliparts para serem incorporados
em slides, documentos e etc.
d) Survival Tool Kit (Kit Ferramenta de sobrevivência) – Conjunto de ferramentas que
abrange blog, templates temáticos para PowerPoint, Instrumentos de avaliação
crítica, Boletins de idéias e etc.
e) Brain boosters (Estimuladores de cérebro) - Biblioteca de exercícios lógicos.
Podemos encontrar vários sites de pesquisas utilizando sites de buscas.
Destacamos neste estudo o site de atividades educativas
(http://www.atividadeseducativas.com.br/) já que traz uma variedade de assuntos e
temáticas em atividades lúdicas direcionadas aos alunos do Ensino Fundamental.
Também traz atividades sobre vestibular, pedagogia, BRoffice, entre outros. Também
o site Bússola Escolar (http://www.bussolaescolar.com.br) que além das disciplinas
regulares traz atividades sobre a cultura negra, a cultura indígena e línguas
estrangeiras e o site Aprendiz – Dever de Casa
(http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_licao/index.htm) que traz dicas de sites para
pesquisa e discute temas da atualidade.
34
3.2 EMAILS
Email (electronic mail) ou correio eletrônico é um serviço muito utilizado pela
internet. É um sistema de comunicação baseado no envio e recebimento de
mensagens eletrônicas. Tanto o emissor como o receptor devem ter um endereço
eletrônico, pois o email funciona como um correio convencional. A grande diferença
do email para o correio convencional é a velocidade de entrega da mensagem,
quase que instantânea. Juntamente a mensagem o emissor pode anexar textos,
transferir programas, fotos, planilhas, ou qualquer outro arquivo.
A RPN (Rede Nacional de Pesquisa) descreve a importância do email no processo
de interação entre os indivíduos.
O correio eletrônico é o meio de comunicação pessoal mais comum na
Internet. Seu uso está amplamente disseminado entre todas as categorias
de usuários da rede e seu papel é central sempre que há necessidade de
comunicação interativa entre indivíduos ou grupo de indivíduos previamente
definidos. Estudantes, professores e pesquisadores usam o correio
eletrônico para trocar informações acadêmicas; autores para escrever livros
em co-autoria; compradores e fornecedores para discutir condições
comerciais; empresas para atender clientes, e assim por diante. Uma
mensagem também pode transmitir informações não textuais, desde que
elas sejam codificadas e armazenadas em um arquivo e este seja
"anexado" à mensagem. (RPN, 1997, p. 48)
Tajra, (1998, p. 103) descreve como são compostos os endereços eletrônicos:
Descreve ainda que
Os endereços eletrônicos são obtidos no momento em que nos inscrevemos
na internet, eles são os provedores de Internet. A leitura do email é efetuada
da seguinte forma: samya arroba iconet ponto com ponto br. (TAJRA, 1998,
p. 103)
Os maiores problemas enfrentados ao usar os emails são as mensagens
indesejadas, vírus e o envio de mensagens maliciosas. Para evitar a contaminação
35
do computador por vírus aconselhamos a não abrir mensagens de emissores
desconhecidos e utilizar o anti-vírus nos arquivos recebidos.
A utilização de emails pode ser um ambiente de aprendizagem virtual na medida em
que os professores e alunos poderão trocar informações em tempo real. Ainda
utilizar para o envio de textos, listas de exercícios, links relacionados ás atividades
da sala de aula, calendário e gabarito de prova, entre outros. É um importante
recurso virtual que facilitará a comunicação entre alunos/alunos e alunos/professor.
3.3 BLOGS
O Blog é mais um dos ambientes virtuais de aprendizagem utilizados por
professores e alunos das escolas brasileiras. Isso porque, além de interativo, existe
uma facilidade de criação e publicação de atividades, além de proporcionar uma
construção coletiva, inclusive com a participação de pessoas que não pertençam ao
grupo da sala de aula.
Os professores podem utilizar os blogs para fornecer informações atualizadas,
orientar atividades e exercícios, propor questões e sugerir outros ambientes virtuais
de aprendizagem através de links, divulgar gabarito de provas, entre outros. Já os
alunos podem elaborar projetos individuais e coletivos, divulgar trabalhos como
pesquisas, textos e produções diversas, além de poder se expressar sobre as várias
publicações denominadas post. Nos blogs os alunos sentem-se a vontade para se
expressar criticamente sobre os diversos assuntos compartilhados. Favorece a livre
expressão.
Em um de seus artigos, Staa ([20--?] p. 1) destaca sete motivos para um professor
criar um blog e trabalhar com seus alunos.
 É divertido;
36
 Aproxima professor e alunos;
 Permite refletir sobre suas colocações;
 Liga o professor ao mundo;
 Amplia a aula;
 Permite trocar experiências com colegas;
 Torna o trabalho visível.
Cotes (2007, p. 1) também descreve vantagens em se trabalhar com um blog como
um ambiente virtual de aprendizagem.
 Aproximar professores e alunos;
 Permitir maior reflexão sobre o conteúdo;
 Manter o professor atualizado;
 Criar uma atividade fora do horário de aula;
 Trazer experiências de fora da escola;
 Divulgar o trabalho do aluno e do professor;
 Permitir o acompanhamento;
 Ensinar linguagem digital.
Torna-se cada vez mais comum os indivíduos publicizarem suas identidades e
conhecimentos por conta da facilidade de acesso e apropriações de interfaces nos
ambientes virtuais de aprendizagem. E um desses ambientes é o blog, como cita
Santos.
[...] o que antes era apenas restrito ao espaço atômico dos diários pessoais,
hoje é socializado para o mundo inteiro através de interfaces digitais
chamadas blogs. Através dos blogs os sujeitos podem editar e atualizar
mensagens no formato hipertextual. Além de disponibilizar textos, imagens,
sons a qualquer tempo e espaço é possível interagir com outros sujeitos,
pois o formato blog permite que outros usuários possam intervir no conteúdo
veiculado pelo autor do blog que se pluraliza compondo assim uma
comunidade virtual. (SANTOS, 2003, p. 12)
37
3.4 REDES SOCIAIS
As redes sociais são plataformas de relações interpessoais mediadas pelo
computador. É uma mídia social à medida que permite a criação e a troca de
conteúdos, passando o indivíduo a viver uma realidade diferente, na qual barreiras
temporais e geográficas deixam de ser significativas.
De maneira simplificada, podemos dizer que a s redes sociais são ambientes virtuais
utilizados pelas pessoas para se comunicarem, através da internet, com pessoas de
vários lugares. Nesses ambientes elas podem criar grupos onde os integrantes
compartilham os mesmos interesses. Esse grupo pode ser gerenciado por uma ou
mais pessoas. Podem ainda postar fotos, vídeos, textos, além de manter uma
comunicação rápida e em tempo real, caso conectados na internet.
Correa (2004, p. 1) também descreve a utilização das redes sociais.
De qualquer modo, o ciberespaço potencializa o surgimento de
comunidades virtuais e de agregações eletrônicas em geral que estão
delineadas em torno de interesses comuns, de traços de identificação, pois
ele é capaz de aproximar, de conectar indivíduos que talvez nunca tivessem
oportunidade de se encontrar pessoalmente. Ambiente que ignora
definitivamente a noção de tempo e espaço como barreiras.
É o indivíduo que escolha a qual rede social irá pertencer. Esse sentimento de
pertencimento será definido pela motivação, pelo seu interesse particular em
determinados assuntos. Será pela sua identificação com outras pessoas e o
interesse em comum que fará o indivíduo pertencer a essa e não a aquela rede.
A proposta de utilização das redes sociais como ambientes virtuais de aprendizagem
é mais uma possibilidade de troca e divulgação do conhecimento que irá ultrapassar
as paredes da sala de aula e o tempo restrito das aulas. Ao se deslocar para o
espaço virtual, professores e alunos abrem novas perspectivas para trocas de
experiências para a comunidade de alunos que participam dessas redes sociais.
38
Nassar (2009, p. 1) cita algumas redes sociais utilizadas no Brasil e no mundo, como
o Facebook, Orkut, Sonico, MySpace, Linkedin, Via 6, Twitter, Hi5 e Habbo. Dentre
essas destacamos nesse estudo o Facebook, Orkut e Twitter como mais populares
entre os alunos por experiência vivenciada nas escolas.
4. METODOLOGIA
O presente trabalho pretende fazer uma revisão bibliográfica acerca do uso da
Informática Educativa nas escolas brasileiras, enquadrando-se numa pesquisa
qualitativa. Será também descritiva à medida que, segundo Gil (1994), “tem como
objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”.
39
A análise será feita a partir de um caminho já trilhado, partindo de um estudo
bibliográfico sobre o uso da Informática Educativa nas escolas brasileiras, e de como
essa nova tecnologia está sendo usada como ferramenta no processo de ensino e
aprendizagem.
Levar-se-á em conta na análise do material pesquisado o conhecimento teórico
acumulado, bem como se fará o confronto de dados, das evidências levantadas e
das informações coletadas acerca do tema.
A partir do estudo de um problema, que ao mesmo tempo desperta o
interesse do pesquisador e limita a sua atividade de pesquisa a uma
determinada porção do saber, a qual ele se compromete a construir naquele
momento. (LÜDKE, 1986, p. 2)
O trabalho será desenvolvido com material já elaborado, constituído principalmente
de livros e artigos científicos, através de consultas em fontes impressas e eletrônicas
na busca de encontrar respostas para os objetivos propostos.
Buscar-se-á o contexto histórico, os conceitos, as hipóteses, os métodos, os
resultados, e as principais referências, como forma de entender o uso da Informática
Educativa nas escolas brasileiras e como essa pode servir como ferramentas de
ensino e aprendizagem, possibilitando visualizar novas perspectivas quanto a sua
utilização por todos aqueles que veem nas Informática Educativa possibilidades de
modificações na forma de interagir com as novas tecnologias e provocar
transformações sociais que perpassam pelo processo de ensino e aprendizagem.
Pretende-se, a partir das análises feitas, indicar novos caminhos, incitar novas
discussões e acrescentar novas perspectivas sobre o assunto, numa tentativa de
ampliar o conhecimento e auxiliar professores e alunos num caminho rumo a
inclusão digital de todos os brasileiros a qual poderá provocar reais transformações
sociais perpassando pela educação.
40
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término desse trabalho evidenciou-se através dos dados coletados e das
análises construídas que a Informática Educativa pode ser um bom recurso utilizado
por professores e alunos para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem.
Através da relação interativa entre professores e alunos com a nova tecnologia, há
um maior alcance no que concerne ao aprendizado, diminuindo a distancia entre os
dois últimos. Nossa hipótese é de que o uso da Informática Educativa constitui uma
41
ferramenta que contribui de forma significativa para a prática docente e traz ganhos
reais na aprendizagem dos alunos.
Entretanto, devemos alertar para que os educadores não tenham uma visão ingênua
de que a Informática na Educação seja a redentora da educação brasileira.
Consequentemente, ao analisarmos o uso do computador pelas escolas que
visam melhorar o processo de ensino-aprendizagem, é preciso que
tenhamos a grande preocupação para não considerarmos a informática na
educação como sendo uma panacéia para os problemas educacionais da
sociedade moderna, pois é preciso que tenhamos um posicionamento crítico
em face de quaisquer inovação tecnológica, o que inclui o computador.
(VIEIRA, 2006, p. 10)
O uso da Informática Educativa deve estar bem definido e objetivado dentro do
Plano Político Pedagógico (PPP) de cada escola, devendo ser analisado e discutido
por todos os segmentos que compõe a instituição escolar.
A Informática Educativa deve ser colocada a serviço da educação auxiliando os
processos educativos.
Entender o binômio Computador e Educação, é ter em vista o fato de que o
computador se tornou um instrumento, uma ferramenta para a
aprendizagem, desenvolvendo habilidades intelectuais e cognitivas, levado
o indivíduo ao desabrochar das suas potencialidades, de sua criatividade,
de sua inventividade. (VIEIRA, 2006, p. 11)
Os professores devem ser capacitados periodicamente quanto ao uso da nova
tecnologia e incentivados a utilizar o recurso de maneira prazerosa e efetiva, sem
pressão ou imposição de diretores e equipes pedagógicas. Um bom projeto de
utilização aliada à capacitação poderá dar mais segurança aos professores quanto à
utilização do recurso como ferramenta no auxílio ao processo de ensino e
aprendizagem.
Não podemos perder de vista toda a construção histórica de exclusão social que
grande parte da sociedade composta de pobres, mulheres, índios e negros sofreram
no que se refere à educação brasileira. Políticas públicas se fazem necessário para
que não tenhamos nos dias atuais uma exclusão digital de grande parte de
brasileiros que não tem acesso ao recurso.
42
Um dos caminhos para a inclusão digital pode ser a Informática Educativa não como
fim, mas como meio para que, senão toda, grande parte da população brasileira
composta de estudantes tenha acesso aos recursos tecnológicos através da escola
e, com esses recursos, provoquem verdadeiras transformações na forma de
aprender, juntamente com seus professores, e, consequentemente, verdadeiras
transformações sociais as quais se fazem necessário para a melhoria na qualidade
de vida de milhões de brasileiros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Jerusa da Silva Gonçalves; TEIXEIRA, Gilson Ruy Monteiro. A educação
no período colonial: o sentido da educação na dominação das almas. Revista
Trilhas, Belém, v.1, n.2, p. 56-65, nov., 2000. Disponível em: <http://www. nead.
unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/5.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2012.
ARAÚJO, Karla Teixeira Menezes de.; GOULART, Elias Estevão. Emprego da
informática na educação. Revista de Informática Aplicada. Centro Universitário
43
Fundação Santo André. v.II, n.1, jan/jun 2006. Disponível em: < http://seer.uscs. edu.br
/index.php/revista_informatica_aplicada/article/view/278/254>. Acesso em: 20 mar. 2012.
AZEVEDO, Fernando de. A cultura brasileira. 6 ed. Rio de Janeiro/Brasília: UFRJ e
UnB, 1996.
BRIGNOL, Sandra Mara Silva. Novas tecnologias de informação e comunicação nas
relações de aprendizagem da estatística no ensino médio. Revista ABE –
Associação Brasileira de Estatística. Disponível em: <http://redeabe.org.br/
Monografia.pdf >. Acesso em: 05 mai. 2012.
CLARK, Jorge Uilson. O desenvolvimento da política provincial e da educação no
período de transição do império para a república. Revista HISTEDBR. Campinas,
[19--?]. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_
frames/artigo_048.html>. Acesso em: 02 abr. 2012.
CORRÊA, Cybthia Harumy Watanabe. Comunidades Virtuais gerando identidades
na sociedade em rede. Universiabrasil.net, n. 13, 2004. Disponível em: <http: //
www.uff.br/ mestcii/cyntia1>. Acesso em: 12 mai. 2012.
COTES, Paloma. Como alunos e professores estão usando os diários na internet
para partilhar dúvidas, estimular pesquisas e incentivar a troca de informações.
Revista Época, 456.ed., 2007. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/
Revista/Epoca/0,,EDG76347-6014-456,00.htm>. Acesso em: 13 mai. 2012.
FAJARDO, Vanessa. Feira em São Paulo traz inovações tecnológicas para escolas.
Blog InfoEducar. 13 mai. 2010. Disponível em: <http://ok-infoeducar.blogspot
.com .br/2010/05/feira-em-sao-paulo-traz-inovacoes.html>. Acesso em: 03 fev. 2012.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. Ed. São Paulo:
Atlas, 1994.
GRAMSCI, A. Concepção dialética da história. 9.ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1991.
LÜDKE, Menga; ANDRE, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MILANI, Fábio Rogério; MILANI, Marta Priscila Cambui. Utilização de Recursos
Tecnológicos no Ensino Superior. Revista Olhar Científico – Faculdades
Associadas de Ariquemes – v.1, n.2, ago./dez. 2010. Disponível em:
44
<http://www.olharcientifico.kinghost.net/index.php/olhar/article/viewFile/44/47>.
Acesso em: 18 jan. 2012.
NASSAR, Bruno. As redes sociais mais populares. Site MestreSeo. 12 fev. 2009.
Disponível em: <http://www.mestreseo.com.br/redes-sociais/redes-sociais-mais-
populares>. Acesso em: 13 mai. 2012.
NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. et. al. Instituições escolares no Brasil Colonial e
imperial. Revista HISTEDBR. Campinas, n. 28, p.181 –203, dez. 2007. Disponível
em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_075.
html>. Acesso em: 02 abr. 2012.
OLIVEIRA, Ramon de. Informática Educativa: magistério, formação e trabalho
pedagógico. São Paulo: Papirus, 2007.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 13.ed.
Petrópolis: Vozes, 1991.
RPN - Rede Nacional de Pesquisa. Popularização da Internet: introdução ao uso de
correio eletrônico e web. Instituto Tamis. Out./1997. Documento N° MP / Ref / 0186
versão final. Disponível em: <http://www.rnp.br/_arquivo/documentos/ref0186. pdf>.
Acesso em: 13 mai. 2012.
SANCHO, J. M. Da fascinação ao desconcerto: a integração da informática na
escola. Revista Pátio, Ano VI, n. 22, 2002.
SANTOS. Edméa Oliveira. Ambientes virtuais de aprendizagem: por autorias livre,
plurais e gratuitas. Revista FAEBA, v.12, n.18, 2003 (no prelo). Disponível em:
<http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/hipertexto/home/ava.pdf>. Acesso em: 18
jan. 2012.
SAVIANI, Dermeval. História da História da Educação no Brasil: um balanço prévio e
necessário. EccoS Revista Científica, jul., vol. 10, [número especial], Centro
Universitário Nove de Julho, São Paulo, Brasil, 2008. p. 147-167.
SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese da história da educação brasileira. 17.ed. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
STAA, Betina Von. Sete motivos para um professor criar um blog. E.Educacional.
Disponível em: <http://www.educacional.com.br/articulistas/betina_bd.asp?codtexto
=636%20>. Acesso em: 13 mar. 2012.
45
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: professor na atualidade. São
Paulo: Érica, 1998.
VIEIRA, Zacarias Nascimento de Lima. A informática na educação. Faculdade
Cândido Mendes. 2006. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/31/
ZACARIAS%20NASCIMENTO%20DE%20LIMA%20VIEIRA.pdf>. Acesso em: 12
mai. 2012.
NOTAS
Reforma Pombalina¹ - Reformas político-econômicas administrativas, educacionais e
eclesiásticas empreendidas por Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o
Marquês de Pombal.
PROINFO² - Programa Nacional de Tecnologia Educacional
46

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Planejamento vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atual
Planejamento  vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atualPlanejamento  vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atual
Planejamento vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atualRaniquele Silva
 
Proj. integrador (1)
Proj. integrador (1)Proj. integrador (1)
Proj. integrador (1)Bruna Gomes
 
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o ManifestoSistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o ManifestoLinTrab
 
Pnaic caderno 1-curriculo_terça
Pnaic caderno 1-curriculo_terçaPnaic caderno 1-curriculo_terça
Pnaic caderno 1-curriculo_terçaClaudio Pessoa
 
Orientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino MédioOrientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino MédioItalo Malta
 
Sugestao para planejamento de sequência didatica
Sugestao para planejamento  de sequência didaticaSugestao para planejamento  de sequência didatica
Sugestao para planejamento de sequência didaticaPercilia
 
Orientacoes curriculares para o ensino medio volume mat e ciencias
Orientacoes curriculares para o ensino medio    volume  mat e cienciasOrientacoes curriculares para o ensino medio    volume  mat e ciencias
Orientacoes curriculares para o ensino medio volume mat e cienciasEdinho Fialho
 
Currículo na perspectiva da inclusão e da diversidade
Currículo na perspectiva da inclusão e da diversidadeCurrículo na perspectiva da inclusão e da diversidade
Currículo na perspectiva da inclusão e da diversidadeDaniela Menezes
 
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIOORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIOwil
 
Orientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioOrientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioMauro Uchoa
 

Mais procurados (15)

Base nacional comum
Base nacional comumBase nacional comum
Base nacional comum
 
Planejamento vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atual
Planejamento  vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atualPlanejamento  vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atual
Planejamento vertical e horizontal nas escolas do vale do juruá atual
 
Proj. integrador (1)
Proj. integrador (1)Proj. integrador (1)
Proj. integrador (1)
 
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o ManifestoSistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
 
Pnaic caderno 1-curriculo_terça
Pnaic caderno 1-curriculo_terçaPnaic caderno 1-curriculo_terça
Pnaic caderno 1-curriculo_terça
 
Orientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino MédioOrientações Curriculares para o Ensino Médio
Orientações Curriculares para o Ensino Médio
 
Sugestao para planejamento de sequência didatica
Sugestao para planejamento  de sequência didaticaSugestao para planejamento  de sequência didatica
Sugestao para planejamento de sequência didatica
 
Orientacoes curriculares para o ensino medio volume mat e ciencias
Orientacoes curriculares para o ensino medio    volume  mat e cienciasOrientacoes curriculares para o ensino medio    volume  mat e ciencias
Orientacoes curriculares para o ensino medio volume mat e ciencias
 
Pcn médio
Pcn médioPcn médio
Pcn médio
 
Currículo na perspectiva da inclusão e da diversidade
Currículo na perspectiva da inclusão e da diversidadeCurrículo na perspectiva da inclusão e da diversidade
Currículo na perspectiva da inclusão e da diversidade
 
Atps pedagogia 2011 - 1 semestre
Atps   pedagogia 2011 - 1 semestreAtps   pedagogia 2011 - 1 semestre
Atps pedagogia 2011 - 1 semestre
 
Ano 1 unidade_6_miolo
Ano 1 unidade_6_mioloAno 1 unidade_6_miolo
Ano 1 unidade_6_miolo
 
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIOORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO
 
Orientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino MédioOrientações curriculares para o Ensino Médio
Orientações curriculares para o Ensino Médio
 
Cbc anos finais - história
Cbc   anos finais - históriaCbc   anos finais - história
Cbc anos finais - história
 

Semelhante a Informática Educativa e escolas brasileiras

Tecnologias_Digitais_na_Educacao.pdf
Tecnologias_Digitais_na_Educacao.pdfTecnologias_Digitais_na_Educacao.pdf
Tecnologias_Digitais_na_Educacao.pdfFernando Naize
 
Módulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoMódulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoJoão Alves Dos Reis
 
Produção pedagógica sobre a internet e o ensino da história e cultura afr...
Produção  pedagógica sobre  a  internet e o ensino da  história e cultura afr...Produção  pedagógica sobre  a  internet e o ensino da  história e cultura afr...
Produção pedagógica sobre a internet e o ensino da história e cultura afr...culturaafro
 
Educação, jovens e media 5
Educação, jovens e media 5Educação, jovens e media 5
Educação, jovens e media 5dardevaia2
 
Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...
Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...
Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...Vanessa Fumes
 
Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)
Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)
Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)pibidsociais
 
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.Lázaro Melo
 
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1Wagner Antonio Junior
 
Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...
Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...
Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...José Daniel da Silva
 
21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdf
21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdf21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdf
21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdfYan Felipe Cavalcante
 
Monografia Elioneide Matemática 2007
Monografia Elioneide Matemática 2007Monografia Elioneide Matemática 2007
Monografia Elioneide Matemática 2007Biblioteca Campus VII
 
Livro do curso Redes de Aprendizagem
Livro do curso Redes de Aprendizagem  Livro do curso Redes de Aprendizagem
Livro do curso Redes de Aprendizagem Silvana Lopes
 

Semelhante a Informática Educativa e escolas brasileiras (20)

81d23eb5f8 (1).pdf
81d23eb5f8 (1).pdf81d23eb5f8 (1).pdf
81d23eb5f8 (1).pdf
 
Tecnologias_Digitais_na_Educacao.pdf
Tecnologias_Digitais_na_Educacao.pdfTecnologias_Digitais_na_Educacao.pdf
Tecnologias_Digitais_na_Educacao.pdf
 
Módulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoMódulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informação
 
Produção pedagógica sobre a internet e o ensino da história e cultura afr...
Produção  pedagógica sobre  a  internet e o ensino da  história e cultura afr...Produção  pedagógica sobre  a  internet e o ensino da  história e cultura afr...
Produção pedagógica sobre a internet e o ensino da história e cultura afr...
 
Educação, jovens e media 5
Educação, jovens e media 5Educação, jovens e media 5
Educação, jovens e media 5
 
Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...
Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...
Teoria Racional Tecnológica no contexto da Cibercultura Uff informatica educa...
 
Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)
Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)
Slides Parâmetros curriculares nacionais (Grupo: Ináia, Giliane, Eunice)
 
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
As TIC: novas práticas para antigos saberes da escola.
 
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
Faces das práticas inovadoras: da creche aos anos iniciais da alfabetização1
 
Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...
Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...
Contribuições da tecnologia na construção de material didático para sala mult...
 
Monrafia Jailde Pedagogia 2011
Monrafia Jailde Pedagogia 2011Monrafia Jailde Pedagogia 2011
Monrafia Jailde Pedagogia 2011
 
21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdf
21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdf21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdf
21921-Texto do artigo-80618-1-10-20110726.pdf
 
LIVRO
LIVROLIVRO
LIVRO
 
Monografia Elioneide Matemática 2007
Monografia Elioneide Matemática 2007Monografia Elioneide Matemática 2007
Monografia Elioneide Matemática 2007
 
Rede´s cursista
Rede´s cursistaRede´s cursista
Rede´s cursista
 
Livro do curso Redes de Aprendizagem
Livro do curso Redes de Aprendizagem  Livro do curso Redes de Aprendizagem
Livro do curso Redes de Aprendizagem
 
Guia do cursista 2013
Guia do cursista 2013Guia do cursista 2013
Guia do cursista 2013
 
Diversidade educacao
Diversidade educacaoDiversidade educacao
Diversidade educacao
 
Guia do formador 2013
Guia do formador 2013Guia do formador 2013
Guia do formador 2013
 
Apresencoloquio
ApresencoloquioApresencoloquio
Apresencoloquio
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 

Informática Educativa e escolas brasileiras

  • 1. CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUISA CESAP CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL VÂNIA CÉLIA DE OLIVEIRA ELIANA BEDIM TEODORO ZAMPIROLLI A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS
  • 2. VITÓRIA-ES 2012 VANIA CÉLIA DE OLIVEIRA ELIANA BEDIM THEODORO ZAMPIROLLI A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação em Tecnologia Educacional, do Centro de Estudos Avançados em Pós-Graduação e Pesquisa - CESAP, como requisito para obtenção do título de Especialista em Tecnologia Educacional.
  • 3. VITÓRIA-ES 2012 Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) Oliveira,Vania Célia de. S235i A Informática Educativa nas escolas brasileiras./ Vania Célia de Oliveira; Eliana Bedim Teodoro Zampirolli. – 2012. 43f. Orientador: Grece Telles Tonini Trabalho de conclusão de curso (especialização em tecnologia educacional) – Cesap – Centro de estudos avançados em pós graduação e pesquisas. 1. Tecnologia educacional. I. Vania Célia de Oliveira II. Eliana Bedim Teodoro Zampirolli III. Título. CDU:371.3
  • 4. CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CESAP CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL VANIA CÉLIA DE OLIVEIRA ELIANA BEDIM TEODORO ZAMPIROLLI A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS APROVADA __________________________________ Vitória (ES), ___ de __________ de 2012.
  • 6. Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e mestres os quais sempre nos auxiliaram com palavras de incentivo, carinho e compreensão e entendendo nossos momentos de ausência. Agradecimentos: Agradecemos primeiramente a Deus, que nos acompanhou na construção desse trabalho. Aos nossos familiares, pelo carinho, compreensão e entendimento da nossa ausência. Aos amigos que, de forma direta ou indireta, contribuíram com palavras de incentivo e com seu conhecimento, principalmente a amiga Martha Aleixo.
  • 7.
  • 8. “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram”. Jean Piaget RESUMO A educação brasileira, historicamente, excluiu do direito fundamental à educação grande parcela da população, constituída de pobres, mulheres, índios e negros. Após a democratização da educação que permitiu o acesso às instituições de ensino, vemo-nos atualmente desafiados a garantir a qualidade do ensino nas escolas brasileiras. A Informática Educativa, dentro do contexto histórico da educação brasileira, surge como uma possível ferramenta que irá auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. Este trabalho propõe-se a fazer uma análise do material bibliográfico procurando responder como a Informática Educativa adentra as escolas brasileiras através dos programas governamentais e a reação de professores, alunos e demais funcionários frente à nova tecnologia. Ainda, procuramos trazer a possibilidade de uso de algumas inovações tecnológicas e como o uso de
  • 9. ambientes virtuais no contexto educacional pode trazer melhorias no processo de ensino e aprendizagem. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa-descritiva, baseada em material bibliográfico, tendo como fontes material impresso em livros e artigos e nos meios eletrônicos. Necessário se faz uma reflexão tendo como eixo norteador a Informática Educativa como ferramenta no auxílio do processo de ensino e aprendizagem, numa perspectiva de transformações na qualidade do ensino e de reais transformações sociais. Palavras-Chave: Educação; Informática Educativa; Ensino e Aprendizagem. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10 1. A EDUCAÇÃO NO BRASIL .................................................................................12
  • 10. 1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA ........................................................................... 12 1.2 A INFORMÁTICA EDUCATIVA .................................................................... 18 1.2.1 Panorama Inicial ............................................................................... 18 1.2.2 Os Programas Governamentais ...................................................... 20 2. A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS ............................................... 23 2.1 O USO DA INFORMÁTICA ENTRE OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ................................................................................................... 23 2.2 INFORMÁTICA E AMBIENTES DE APRENDIZAGEM .................................. 25 2.3 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ................................................................................................... 26 3. OS AMBIENTES VIRTUAIS COMO RECURSO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM ...................................................................... 29 3.1 SITES DE PESQUISA ....................................................................................30 3.2 EMAILS .......................................................................................................... 31 3.3 BLOGS ...........................................................................................................32 3.4 REDES SOCIAIS ........................................................................................... 34 4. METODOLOGIA ...................................................................................................36 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 38 REFERÊNCIAS ....................................................................................................40
  • 12. 12 INTRODUÇÃO Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas originais; significa também, e, sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, socializá-las por assim dizer; transformá-las, portanto em bases de ações vitais, um elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. (GRAMSCI, 1991, p. 13-14) É mister reconhecermos que os avanços tecnológicos nas últimas décadas tem causado um impacto na educação mundial e aqui no Brasil não seria diferente. Percebemos as novas tecnologias adentrarem as nossas escolas de uma forma muito rápida, gerando conflitos entre os educadores que, há muitas décadas, acostumados com parcos recursos e uma educação voltada para uma pequena parte da população, veem-se desafiados a conhecer e a utilizar, juntamente com seus alunos, as novas tecnologias, principalmente a informática aliada ao processo de ensino e aprendizagem. Qual o maior desafio encontrado atualmente nas escolas brasileiras no que se refere ao uso das novas ferramentas tecnológicas e em especial a informática? Como estas poderão auxiliar alunos e professores no cotidiano das atividades para melhorar o processo de ensino-aprendizagem? Para responder a esses e a outros questionamentos abordaremos, mesmo que de maneira sucinta, o contexto histórico da Educação brasileira a fim de refleti-la tendo em vista as várias concepções de ensino ao longo da história, bem como entender, a partir do passado, a educação na atualidade. Buscaremos ainda relatar de que forma a Informática Educativa adentra as escolas através dos programas governamentais e a repercussão dessas novas tecnologias entre a comunidade escolar. Discutiremos como os ambientes informatizados podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem destacando as novidades tecnológicas na área da Informática na Educação. Ainda, como os ambientes virtuais poderão ser utilizados como recursos educacionais.
  • 13. 13 Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo geral traçar um panorama do uso da informática dentro do contexto das escolas brasileiras. A partir dos estudos feitos no material bibliográfico pesquisado, pretende-se alcançar os seguintes objetivos específicos:  Investigar, teoricamente, a educação brasileira dentro de um contexto histórico;  Entender, a partir da literatura, como as novas tecnologias, e principalmente a informática, adentram as escolas brasileiras;  Compreender, com base no material bibliográfico, a visão dos professores sobre a utilização da Informática Educativa nas escolas;  Identificar, na literatura pesquisada, os maiores desafios encontrados em relação ao uso da Informática Educativa como ferramenta de auxílio ao ensino e a aprendizagem.  Apurar, bibliograficamente, como os ambientes virtuais podem auxiliar no processo de ensino e aprendizagem.
  • 14. 14 1. A EDUCAÇÃO NO BRASIL 1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA Ao debruçarmos estudos sobre a história do Brasil, podemos perceber que a educação brasileira, em determinadas épocas, foi destinada a uma pequena parcela da população. Pobres, mulheres, indígenas e negros estiveram alijados desse direito fundamental no processo de construção histórica desse país durante muito tempo. Para um melhor esclarecimento, devemos entender a educação brasileira desde os primórdios do processo de colonização. O Brasil foi para Portugal uma colônia de exploração. Mesmo quando aqui se fixaram os colonos portugueses, vieram em busca de riquezas e, a Coroa Portuguesa, buscava riqueza e a defesa do seu território. Não havia, portanto, uma preocupação com a educação dos colonos e muito menos com a grande massa de mão-de-obra escrava de índios e negros africanos. Assim, o Brasil vai se delineando com uma população de analfabetos. Os poucos que recebiam instrução formal eram, primordialmente, pessoas do sexo masculino e de famílias abastadas. A grande massa da população não recebe instrução escolar e nem almeja recebê-la. Assim, a educação no Brasil caminhou por veredas tortuosas desde o início, reservada a uma elite dominante e totalmente exploradora, que sempre esteve voltada a estratificação e dominação social. Esteve arragaida por diversos séculos em nossa sociedade a concepção de dominação cultural de uma parte minúscula da mesma, configurado-se na idéia básica de que o ensino era apenas para alguns, e por isso os demais não precisariam aprender. As oligarquias do período colonial e monárquico estavam profundamente fundamentadas na dominação via controle do saber. Outros dois fatores importantes foram o isolamento e a estratificação sociais, basicamente dual, aliada à necessidade de manutenção de um esquema de segurança configurando-se como fundamento a propriedade das terras. (ROMANELLI, 2001, p.33)
  • 15. 15 O período colonial e monárquico foi marcado com um modelo de importação do pensamento europeu, tendo a educação brasileira trabalhado com uma matriz de aprendizagem nos moldes do pensamento e ideias dominantes da cultura européia. Ainda segundo Romanelli (2001, p. 34), dois fatores vão se destacar dentre o período colonial e monárquico para a formação do modelo educacional brasileiro. No primeiro, a predominância de uma pequena elite formada por donos de terras sobre uma grande massa de escravos e agregados, sendo que apenas a essa elite cabia o direito a educação, excluídos mulheres e filhos primogênitos. O segundo fator era o conteúdo de ensino dos Jesuítas, estes encarregados da educação brasileira nos primeiros tempos. Esse sistema de ensino levou a uma desigualdade entre as classes. O ensino jesuítico, por outro lado, conservado à margem, sem aprofundar a sua atividade e sem preocupação outras senão as do recrutamento de fiéis ou de servidores, tornava-se possível porque não perturbava a estrutura vigente, subordinava-se aos imperativos do meio social, marchava paralelo a ele. Sua marginalidade era a essência de que vivia e se alimentava. (SODRÉ, 1994, p.17) Segundo Almeida (2000, p. 40) os Jesuítas forneciam uma Educação Clássica às classes dominantes, já que a sociedade da época necessitava de uma educação básica, livre e desinteressada, sem preocupações profissionais. [...] daí os traços da cultura que elaboram o seu teor desinteressado, a sua desvinculação com a realidade, a sua alienação quanto ao meio – transitando, finalmente, para uma sorte de erudição livresca, vazia, meramente ornamental, que satisfazia a vaidade do indivíduo, mas em nada concorria para a comunidade. (SODRÉ, 1994, p. 17) Almeida (2000, p. 42) ainda destaca que a educação no período colonial não tinha compromisso com o povo, sendo este excluído do sistema educacional dos Jesuítas. A educação oferecida à elite servia de patamar de ascensão social, afinal Já não era somente pela propriedade da terra e pelo número de escravos que se media a importância ou se avaliava a situação social dos colonos: os graus de bacharel e os de mestre em artes passaram a exercer o papel de escada ou de elevador, na hierarquia social da colônia. (...) A universidade
  • 16. 16 de Coimbra passou a ter, por isso, um papel de grande importância na formação de nossas elites culturais. (AZEVEDO, 1996, p. 512-513). Verificamos na análise de Almeida (2000, p. 45) que a educação no Brasil atendia aos interesses políticos da metrópole e aos objetivos religiosos da Companhia de Jesus. Quando os Jesuítas são expulsos do Brasil em 1759 por não atenderem mais ao modelo de educação que a Metrópole desejava, a educação brasileira fica sem nenhuma organização. A ação educativa, que antes havia sido utilizada apenas como meio de submissão e domínio político, agora era vista como a responsável pelo descompasso entre o governo português e o resto da Europa, sendo os seus ministros acusados como “bodes expiatórios”. Teriam sido justas tais acusações? Interessa-nos saber que a metrópole e a colônia, já não poderiam continuar à parte da agitação modernizadora que invadia a Europa. (ALMEIDA, 2000, p. 45) Com a Reforma Pombalina¹ o Marques de Pombal pretendia modernizar o ensino influenciado pelas ideias dos enciclopedistas franceses. Mas, de acordo com Almeida (2000, p. 46) a sua política radical não resultou numa reforma de ensino e inúmeras foram as dificuldades decorrentes para o sistema educacional da época. É, pois, toda a estrutura do ensino que entra em derrocada; a reforma pombalina, que decorre de necessidades ligadas à expulsão dos jesuítas, não cria estrutura nova, limitando-se a prescrições gerais. Dela, no que afetou a colônia, a conseqüência ostensiva esteve na fragmentação, na dispersão, que passa a constituir, no ensino, a característica maior, e é o antípoda da unidade que tanto marcara aquele a que os jesuítas haviam emprestado o seu nome. (SODRÉ, 1994, p. 28). Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808 houve a necessidade de uma reestruturação da Educação para atender aos cidadãos portugueses que se encontravam em território brasileiro. Apesar de essas mudanças privilegiarem apenas uma classe, viriam a influenciar todo o contexto educacional da época e posteriormente. A vinda da Corte suscitaria a criação de um Estado monárquico, mantendo os padrões do absolutismo, em um território até então dominado pelas falidas capitanias [...] A partir desta nova realidade se fez necessária uma série de medidas no campo intelectual como a criação da Imprensa Régia e a instalação da Biblioteca Pública. No campo educacional são criados
  • 17. 17 cursos para o preparo de pessoal mais diversificado e começa a história das Escolas de Ensino Superiores: a Academia Real da Marinha (1808), Academia Real Militar (1810), Academia Médico-Cirúrgica da Bahia (1808) e Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro (1809). (NASCIMENTO, 2007, p. 19) De acordo com Nascimento (2007, p. 20), D. João VI instituiu através de um decreto, em 1826, quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. Fez investimentos no ensino técnico e superior, negligenciando os estudos primários e médios destinados ao povo. Mais uma vez a educação destinada ao povo fica relegada a segundo plano. Nascimento (2007, p. 24) destaca que Com a proclamação da Independência o governo se preocupou em formar os alunos e os futuros cidadãos, apesar de estes serem apenas os filhos de homens livres, a elite dirigente do país, preocupando-se em criar escolas superiores e regulamentar o acesso as mesmas. Apesar de que desde 1854 algumas leis a favor da educação tenham sido elaboradas, a maioria da população continuava analfabeta. Poucos alunos chegavam ao secundário e à universidade, um privilégio apenas a elite. Até a Proclamação da República pouco se fez de concreto pela educação. O período de transição do Império para República é marcado pelos ideais liberais disseminados na Europa, os quais irão influenciar sobremaneira os republicanos, como cita Clark ([19--?], p. 8) Para os republicanos, as mudanças que pretendiam implantar e que, exigiam a sociedade que se organizava nos moldes determinados pelo capitalismo internacional, tinha como principal suporte a instrução pública, pois é a partir daí que pretendia os republicanos dar o grande salto civilizatório. Os ideais liberais são observados nos meios de comunicação da época. Clark ([19--?], p. 8) destaca uma manchete de 1890 que traz o seguinte texto Quanto mais solidamente é o povo instruído, tanto mais forte e produtor se torna. É preciso, porém que a instrução prepare homens úteis, capazes de aumentar as forças progressivas do país e alimentar em alto grau sua riqueza, que essa seja integral, concreta, tão completa quanto possível,
  • 18. 18 como recapitulação das verdades afirmadas pelas ciências. (A PROVÍNCIA DE SÃO PAULO, 1890). Houve um avanço na organização da Educação Brasileira no período Republicano. Segundo Clark (([19--?], p. 9) cada Estado-membro, após a Proclamação da República, adquiriu autonomia para organizar sua educação mantendo como base um regime democrático. Clark (([19--?], p. 9) cita que o Estado Influenciado pelos ideais liberais republicanos, valorizavam a liberdade de culto, a co-educação dos sexos, a laicidade e a gratuidade. O tempo de duração do curso primário e secundário era de 8 anos. Na concepção de Clark ([19--?], p. 10) apesar de conseguir avanço na organização na Educação, esse período foi marcado por uma série de reformas frustrantes, já que nenhuma idéia pedagógica se desenvolveu de forma satisfatória. O povo continuava distante de uma educação necessária às classes populares, como descreve: A impressão que se tem é que as camadas superiores responsáveis pela elaboração das reformas, delas não necessitavam e por isso não as levavam a sério, enquanto essas não prejudicassem os seus interesses de classe e nem interferissem em seus privilégios De maneira que, o sistema educacional brasileiro continuava a se orientar pela herança das escolas jesuítica que continuaram a expandir suas escolas, sendo ela a principal responsável pela educação da classe dominante; seguida de perto, pelas escolas religiosas protestantes também alvo de preferência das elites, sobretudo nos estados de São Paulo e Minas Gerais, atraídos pela inovação pedagógica praticada por essas escolas. (CLARK, ([19--?], p. 10) No período da República Velha a classe popular continuou com dificuldade de garantir o direito básico à educação. Aumentava a população e o número de vagas nas escolas não correspondia à necessidade dos brasileiros. Muitos estavam fora da escola e havia um grande percentual de analfabetos. Clark ([19--?], p. 11) discorre Mas se a elite e a classe média dispunham de escolas para instruírem seus filhos, a camada popular, continuou marginalizada e fora da escola, em virtude de que o ensino primário no período republicano, não recebeu maiores atenções como era de se esperar, o que fez com que, a população, na medida em que aumentava o seu efetivo, não aumentou na mesma
  • 19. 19 proporção o de escola, o que permitiu que um enorme contingente populacional de todas as idades permanecesse fora dela, situação que contribuiu negativamente para o aumento de analfabetos, que segundo a estatística de 1900 a 1920, equivaleria a 75%. Nos períodos que se seguem há uma tentativa de democratização do Ensino que vai se concretizar, segundo Saviani (2008, p. 150), a partir de 1930. Esse autor descreve que a matrícula geral saltou de 2.238.773 alunos em 1930 para 44.708.589 alunos em 1933 segundo dados do IBGE (BRASIL, 2003, p.106). O autor descreve os períodos significativos na educação brasileira O primeiro período (1549-1759) é dominado pelos colégios jesuítas; o segundo (1759-1827) está representado pelas “Aulas Régias” instituídas pela reforma pombalina, como uma primeira tentativa de se instaurar uma escola pública estatal inspirada nas idéias iluministas segundo a estratégia do despotismo esclarecido; o terceiro período (1827-1890) consiste nas primeiras tentativas, descontínuas e intermitentes, de se organizar a educação como responsabilidade do poder público representado pelo governo imperial e pelos governos das províncias; o quarto período (1890- 1931) é marcado pela criação das escolas primárias nos estados na forma de grupos escolares, impulsionada pelo ideário do iluminismo republicano; o quinto período (1931-1961) se define pela regulamentação, em âmbito nacional, das escolas superiores, secundárias e primárias, incorporando crescentemente o ideário pedagógico renovador; finalmente, no sexto período, que se estende de 1961 aos dias atuais, dá-se a unificação da regulamentação da educação nacional abrangendo a rede pública (municipal, estadual e federal) e a rede privada as quais, direta ou indiretamente, foram sendo moldadas segundo uma concepção produtivista de escola. (SAVIANI, 2008, p. 149-150). Após a democratização do ensino no Brasil a discussão que irá permear o contexto educacional é a qualidade do ensino oferecido aos alunos oriundos da classe popular. Não bastava o aluno estar na escola. Ele precisava a aprender. A partir da década de 80 o governo lança mão das Novas Tecnologias como instrumento para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. É nesse contexto que a informática na educação surge como ferramenta para auxiliar professores e alunos. O resgate histórico da realidade educacional brasileira se faz necessário para um melhor entendimento do momento atual já que somos fruto de produções históricas.
  • 20. 20 Friso: o ofício dos historiadores é lembrar o que os outros esquecem. Talvez seja essa a principal coisa que a pesquisa histórico-educacional tem a nos dizer mesmo porque também os cursos de formação de educadores parecem se mover num “presente contínuo” em decorrência do esquecimento da história. Pelo trabalho historiográfico cabe-nos lembrar aos educadores e a toda a sociedade do país aquilo que, embora presente em sua prática cotidiana, tende a ser sistematicamente esquecido: que a situação na qual o trabalho educativo se processa, os avanços e recuos, os problemas que os educadores enfrentam são produtos de construções históricas. (SAVIANI, 2008, p. 152) Após essa breve incursão pelos aspectos históricos da educação brasileira é possível entender a origem de muitas dificuldades enfrentadas atualmente no que concerne a educação no nosso país. A partir dessa análise histórica procuraremos entender como a Informática na Educação irá ser operacionalizada através dos programas governamentais e as suas formas de utilização nas escolas na perspectivas de auxiliar o processo de ensino e aprendizagem. 1.2 A INFORMÁTICA EDUCATIVA 1.2.1 Panorama Inicial A história da Informática na Educação inicia-se na década de 80 como um fator para promover o avanço científico e tecnológico nas diversas classes sociais e se consolidou através de diversas atividades e programas governamentais. De acordo com Araujo (2006, p. 7) foi no primeiro e no segundo Seminário Nacional de Informática na Educação que se estabeleceram programas de atuação que deram origem ao projeto EDUCOM (educação e computador). Esse projeto tinha o objetivo de realizar estudos e experiências em Informática na Educação. Araujo (2006, p. 7) descreve que Desde o início do programa, a decisão da comunidade de pesquisadores foi a de que as políticas a serem implantadas deveriam ser fundamentadas em pesquisas pautadas em experiências concretas, usando a escola pública e, prioritariamente, o ensino médio (2º grau). Essas foram as bases do EDUCOM, realizado em cinco universidades federais brasileiras: UFPE, UFMG, UFRJ, UFRGS e UNICAMP.
  • 21. 21 Ainda segundo Araujo (2006, p. 8) o projeto EDUCOM contemplou várias abordagens pedagógicas como o desenvolvimento de programas educativos e o uso do computador como recurso para resolução de problemas. No que se refere à metodologia, o trabalho deveria ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por professores onde seria desenvolvido o projeto e por um grupo de profissionais das universidades. Ou seja, os professores das escolas seriam os responsáveis por desenvolver o projeto e o grupo de profissionais das universidades formado por pedagogos, psicólogos, sociólogos e cientistas da computação dariam suporte e fariam o acompanhamento. Araujo (2006, p. 8) cita que no desenvolvimento do projeto EDUCOM a proposta metodológica era do uso da Informática na Educação numa perspectiva de se criar ambientes onde o recurso do computador seria utilizado como instrumento facilitador do processo de ensino e aprendizagem. Quanto à proposta pedagógica e o papel que o computador deve desempenhar no processo educacional, o programa brasileiro de informática na educação é bastante peculiar. O computador tem o papel de provocar mudanças pedagógicas profundas, ao invés de “automatizar o ensino” ou preparar o aluno para ser capaz de trabalhar com o computador. Todos os centros de pesquisa do projeto EDUCOM atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador como recurso facilitador do processo de ensino e aprendizagem. (ARAUJO, 2006, p. 7- 8) Como a proposta era de que o computador fosse usado como uma ferramenta para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem, proporcionando melhoria na qualidade de ensino, o grande desafio do projeto era a mudança na abordagem educacional centrada no ensino, para uma abordagem baseada no aprender a aprender, proporcionando ao aluno interagir com a ferramenta e buscar solução para os desafios encontrados. De acordo com Araujo (2006, p. 8) o EDUCOM, assim como outros projetos, teve papel primordial para a introdução das Novas Tecnologias nas escolas brasileiras. Destaca ainda que apesar da disseminação da Informática Educativa nas escolas o seu uso está muito aquém do que o desejado e ainda é realidade muito distante de alunos e professores, mesmo com a necessidade de uso cada vez mais crescente na sociedade brasileira.
  • 22. 22 O EDUCOM teve um papel fundamental no processo inserção das novas tecnologias nas escolas brasileiras, através do desenvolvimento de pesquisas, da formação de recursos humanos, além da produção de artigos, teses, dissertações e softwares educativos. Além do EDUCOM outros projetos contribuíram para o processo de informatização, como o FORMAR, que possibilitou a formação de recursos humanos, muitos dos quais estão atualmente assessorando o PROINFO². (ARAUJO, 2006, p. 8, grifo nosso) O computador é uma ferramenta que auxilia professores e alunos a desenvolverem seus trabalhos. É ainda uma importante fonte de descentralização do saber já que a informação é difundida, ampliando sua circulação e proporcionando uma rápida mobilização de conhecimentos. 1.2.2 Os Programas Governamentais Brignol (2004, p. 17) relaciona os programas governamentais importantes para a implantação da Informática na Educação nas escolas brasileiras.  EDUCOM - Computadores na Educação em 1983, onde estavam envolvidos as universidades UFRJ, UFRGS, UNICAMP, UFMG e UFPE, com o objetivo de estimular o uso dos computadores nas universidades.  FORMAR – O objetivo era formar recursos humanos para o trabalho na área de informática educacional (FORMAR I em 1987 e FORMAR II em 1989). Vinculado a estes, os CIEDS – Centros de Informática Educacional em 17 Estados brasileiros.  PROINFE - Programa Nacional de Informática na Educação. Implantado pelo MEC em 1989, objetivava a criação de laboratórios e centros para capacitação de professores.  PROINFO – Programa Nacional de Informática nas Escolas, implantado em 1997 pelo SEED/MEC, com o objetivo de estimular e dar suporte para o uso de tecnologia informática nas escolas de nível fundamental e médio em todo o País. (BRASIL, 2004). O Programa é desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância – SEED, por meio do Departamento de Informática na
  • 23. 23 Educação a Distância - DEIED, em parceria com as Secretarias Estaduais e algumas Municipais de Educação. O Projeto Educom, segundo Tajra (1998, p. 14), foi a primeira ação oficial e concreta do governo para implementação da Informática Educativa nas escolas públicas brasileiras. Foram criados cinco centros piloto, sendo estes centros responsáveis pelo desenvolvimento de pesquisa e pela implementação do uso dos computadores no processo de ensino e aprendizagem. O projeto FORMAR, de acordo com Oliveira (2007, p. 31) tinha como objetivo principal formar professores e técnicos da rede pública para desenvolver a Informática Educativa junto aos alunos. Dentre os objetivos dos cursos de capacitação destacam-se:  Despertar uma nova geração de educadores, não apenas para dominar a ferramenta, mas analisar criticamente sua contribuição no ensino- aprendizagem;  Ao final do curso, os professores-alunos iriam, em suas respectivas cidades, capacitar outros professores, por meio da multiplicação dos conhecimentos adquiridos no curso;  Depois desse curso, as secretarias estaduais e municipais se sentiriam pressionadas a viabilizar a implementação do CIED (Centro de Informática e Educação).  O curso levou os professores-alunos a se iniciarem na discussão acerca do uso de computadores na educação para que, dessa forma, fosse fomentada a investigação e, possivelmente, as aplicações pedagógicas das tecnologias nas escolas. Tajra (1998, p. 15) data que a criação do Proinfo se deu em 1995, e que esse projeto visava à formação de NTEs (Núcleo de Tecnologias Educacionais). Esses núcleos seriam criados em todos os Estados do País e seriam compostos por professores
  • 24. 24 que, após passar por capacitação em nível de pós-graduação referente à Informática Educacional, seriam multiplicadores desta política. A proposta do Proinfo seria de que as escolas receberiam computadores gradativamente até a sua totalidade. A proposta da Informática Educativa difundida pelos multiplicadores do Proinfo era de aproximar a cultura escolar dos avanços que a sociedade produziu na área tecnológica ao longo da sua história, como a utilização das redes técnicas de armazenamento, transformação, produção e transmissão de informações. Ainda de acordo com Tajra (1998, p. 15) o Proinfo abrange o Ensino Fundamental e Médio. Os NTEs teriam a função de acompanhar o processo de informatização das escolas nos seus respectivos Estados, auxiliando no processo de incorporação e planejamento do uso da Informática Educativa. Ainda, dariam suporte técnico e capacitação aos professores e equipes administrativas das escolas. Tajra (1998, p. 17) descreve os objetivos do Programa Nacional de Informática na Educação.  Melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.  Possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares, mediante incorporação adequada das novas tecnologias de informação pelas escolas.  Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico.  Educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida. Sobre programa de inclusão digital no Brasil Brignol (2004, p. 19) descreve O mais recente projeto do governo que envolve o acesso à Internet no País instalou 3.203 postos de comunicação, cada um com sete computadores, no total 22,4 mil equipamentos que permitem atender quatro milhões de pessoas. A meta para 2004 é de 5.200 pontos até o final do ano, possibilitando cada vez mais o acesso dos cidadãos avançando a Inclusão
  • 25. 25 Digital no País. Os locais para a instalação dos postos são feitos a partir do Índice de Desenvolvimento Humano-IDH14. As regiões com baixo IDH estão sendo privilegiadas nas implantações. Outro critério é a localidade que não tenha espaço público com acesso à Internet, mas que desenvolva atividades na área de tecnologia da informação. Abrangendo todas as áreas esta iniciativa pode alcançar as escolas que tenham projeto que inclua o uso das TICs, como a proposta deste trabalho quando implantada nas escolas do ensino médio. Assim, a implantação deste projeto pode colaborar para a Inclusão Digital atendendo as perspectivas do MEC e do Ministério da Ciência e Tecnologia para a sociedade brasileira. 2. A INFORMÁTICA EDUCATIVA NAS ESCOLAS 2.1 O USO DA INFORMÁTICA ENTRE OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Tajra (1998, p. 64) cita que há fases na evolução da Informática na Educação que são: iniciação (empolgação), adaptação (intermediação) e incorporação (absorção). A fase de iniciação acontece quando a escola adquire os computadores e efetua a sua instalação. Nesse momento tudo é novidade. O ambiente informatizado passa a receber freqüentes visitas de vários profissionais da escola, pais e alunos. Alguns professores mais receptivos a mudanças vão perceber o computador como mais uma ferramenta de trabalho, enquanto outros, mais céticos, vão questionar que será mais uma panacéia a ser usada para resolver todos os problemas da educação. Para Tajra (1998, p. 64) esse é um momento em que a escola consegue se projetar positivamente, mas destaca que o simples fato de ter os computadores não garantirá um diferencial em relação às outras e, consequentemente, trazer melhorias no ensino e na aprendizagem. Neste momento a informática funciona como um grande marco para o marketing da escola. Mas é interessante ressaltar que, diante da nova realidade em que quase todas as escolas, principalmente, as particulares já possuem computadores, com certeza, o simples fato de tê-los não
  • 26. 26 significará mais um diferencial, mas principalmente um passo que a escola deve de fato dar. (TAJRA, 1998, p. 64) Nessa fase de iniciação, os professores irão lançar mão dos recursos didáticos já utilizados procurando incorporá-los ao computador. Desses recursos Tajra (1998, p. 64) cita: textos, livros-textos, livros de exercícios, retroprojetores, aulas expositivas e trabalhos individuais. Também podem ser citados, como recursos já utilizados pelos professores, as pesquisas, trabalhos em grupos, produções escritas, entre outros. Os professores com pouco ou nenhum conhecimento sobre a informática sentir-se- ão frustrados e amedrontados a ter que utilizar um recurso até então desconhecido. A cobrança dos alunos e do setor pedagógico poderá aumentar ainda mais essa angústia. Alguns se recusam de maneira veemente a utilizá-la e tendem ao isolamento. Aqueles mais adeptos as mudanças e com algum ou total domínio da informática vão apresentar alto nível de empolgação e irão querer usar com freqüência o ambiente informatizado. Os professores se depararão com alunos que detém um conhecimento muito avançado sobre a informática. Aquele profissional que tem centrado o processo de ensino na figura do professor poderá achar que terá uma perda do controle por não mais deter o conhecimento em si mesmo. Já o profissional que foca o processo de ensino e aprendizagem no aluno, perceberá que não será um problema, mas sim, aproveitará ao máximo esse conhecimento do aluno em benefício do processo de ensino e aprendizagem de todos. A fase de adaptação, Tajra (1998, p. 65) descreve que é uma fase intermediária. Muitos professores já têm domínio da informática e, além dos recursos didáticos já utilizados, possuem conhecimentos de alguns softwares e, por isso, já conseguem um melhor desempenho no que concerne ao ensino e a aprendizagem. Esta é uma fase intermediária, na qual os professores já possuem um melhor nível de conhecimento da aplicabilidade da tecnologia na área educacional e se preocupam em integrar os seus planos de cursos e de aulas em função da melhor utilização do computador. Apesar da tecnologia continuar sendo utilizada de forma tradicional, os alunos e professores já dominam vários softwares, tendo ganhos, inclusive, de produtividade. (TAJRA, 1998, p. 65)
  • 27. 27 Destaca ainda que essa seja uma fase de transição no processo de mudança, em que, geralmente, a informática é voltada para as disciplinas de forma isolada, não havendo um trabalho interdisciplinar ou multidisciplinar. Para Tajra (1998, p. 65) a fase da incorporação é caracterizada pela absorção da tecnologia aos projetos educacionais, de maneira tão natural, que os professores planejam suas aulas e desenvolvem seus planos de ensino utilizando a informática como ferramenta de ensino. É nessa fase que os projetos de trabalho se desenvolvem de maneira interdisciplinar e multidisciplinar. Há nessa fase uma tendência dos professores questionarem os antigos padrões utilizados. 2.2 INFORMÁTICA E AMBIENTES DE APRENDIZAGEM Vivemos numa época de constante transformação em que a cada momento surgem novas informações. Grandes transformações estão ocorrendo em todo o planeta, com grande velocidade e de difícil dimensionamento. A capacidade do ser humano não dá conta de absorver todo o saber elaborado pela humanidade historicamente. A sociedade solicita não só um saber especializado, mas um saber que transita por várias outras áreas do conhecimento, levando em conta a incerteza e a velocidade das transformações da técnica num mundo globalizado e altamente tecnificado. A informática tem papel de destaque no cenário educacional no que concerne a transformações pelas quais passam a humanidade no campo tecnológico. Sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social aumenta de maneira muito acelerada. Cotidianamente convivemos com o uso desse recurso tecnológico e não mais podemos negar a necessidade do seu uso. Dessa forma, não mais podemos negar que a educação está inserida nesse contexto de mudanças. Vieira (2006, p. 17) descreve
  • 28. 28 Logo, para (FLORES, 1996), a informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo ensino- aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral do aluno. Por isso, a informática na escola é fundamental, tanto para os alunos quanto para os professores. Essa nova tecnologia tornou-se um importante meio de estudo e pesquisa. Os alunos, ao utilizarem o computador entram em um ambiente multidisciplinar e interdisciplinar, ou seja, ao invés de apenas receberem informações, os alunos também constroem conhecimentos, formando assim um processo onde o professor educa o aluno e ao educar é transformado através do diálogo com os outros alunos. Brignol (2004, p. 30) argumenta que não basta disponibilizar uma gama de informações aos alunos, mas é preciso transformar essas informações em conhecimento, sendo para isso necessário a interferência de outros elementos, como a mediação do professor, por exemplo, e elaborações e reflexões acerca do assunto. Alerta ainda para a qualidade dos dados a serem analisados os quais devam ser confiáveis para formulação e estruturação do conhecimento. O uso da informática deve estar associado à proposta pedagógica que vai além do uso da ferramenta em si, numa perspectiva de formar indivíduos que desenvolvam as suas potencialidades a partir da utilização e da experimentação nesses ambientes de aprendizagem. Que o conhecimento ultrapasse esses espaços e alcance a rede mundial de computadores com todas as suas possibilidades. Brignol (2004, p. 29) descreve ainda que A implantação de ambientes educacionais e tecnológicos deve considerar o momento social, histórico, econômico, político e cultural da vida e, neste momento, tem-se esta possibilidade no País e no Estado através dos diversos projetos de informática e uso de novas tecnologias aplicadas por todo o Brasil.[...] É preciso aproveitar o momento atual de influência da cultura tecnológica que envolve toda a sociedade brasileira, onde já não é possível negá-la e sim usá-la para formar cidadãos capazes de utilizar essas novas tecnologias com apoio da ciência, da técnica, com cooperação e sabedoria. Devemos atentar para o fato de que a utilização em si de equipamentos tecnológicos não significará, em tese, melhoria no processo de ensino e aprendizagem. Todavia, não podemos ignorar os impactos que os avanços tecnológicos têm trazidos para a educação. Dentro de algum tempo a informática será realidade em todas as escolas brasileiras já que novas possibilidades e desafios estão sendo delineados na
  • 29. 29 formação dos cidadãos, bastando uma reflexão acerca da utilização dessas tecnologias na prática docente nas escolas brasileiras. Não adianta ter ferramentas e não saber utilizá-las de maneira correta. 2.3 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO A mídia nos apresenta diariamente uma infinidade de novidades tecnológicas, seja no ambiente do trabalho, no convívio social e no ambiente familiar. A geração atual está completamente inserida no mundo tecnológico e a escola caminha de maneira mais lenta. A educação necessita acompanhar os avanços tecnológicos reestruturando-se para dar suporte educacional a geração atual e as gerações vindouras. Brignol (2004, p. 33) destaca a importância do computador conectado a internet como um valioso recurso didático que pode auxiliar o processo de ensino aprendizagem, já que colabora para desenvolver relações envolvidas na nova forma de pensar e aprender a educação de maneira mais integrada, participativa e cooperativa. A revolução tecnológica concentrada nas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), que possibilita a conexão mundial via rede de computadores, promove alterações significativas na base material da sociedade, ao estabelecer uma interdependência global entre os países e modificar as relações Estado-Nação e sociedade. O uso crescente de redes como a Internet resultou na criação de uma organização social, a sociedade em rede, que permite a formação de comunidades virtuais, grupos constituídos pela identificação de interesses comuns. (CORREA apud BRIGNOL, 2004, p. 33) É importante salientar que as novas tecnologias por si só não garantirão melhorias no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, poderão ser utilizadas como recurso didático pelo professor para auxiliar esse processo, levando em conta uma proposta pedagógica baseada no aprender a aprender onde professores e alunos construirão esses conhecimentos e disseminarão para a sociedade o conhecimento produzido. Destacamos algumas inovações tecnológicas na área da Informática na Educação apresentadas na 17ª Educar – Feira Internacional de Educação - realizada em São Paulo, em maio de 2010, a qual expôs inovações tecnológicas para as escolas.
  • 30. 30  Lousa digital, scanner que projeta as anotações do professor na parede e softwares que exploram a anatomia do corpo humano;  Software desenvolvido pelas empresas Smart e P3D para as aulas de biologia, geografia e química de alunos de 5ª à 8ª série do ensino fundamental e ensino médio. Com o programa, o aluno pode ver internamente, em 3D, o corpo humano e de uma carpa. Músculos, órgãos e ossos também são projetados.  Na aula de geografia, o professor exemplifica em um clique as consequências do efeito estufa. As imagens são projetadas em tela sensível ao toque – touch screen – onde o professor também pode escrever e desenhar.  A Dell trouxe para a 17ª Educar um sistema onde os alunos assistem às aulas em uma lousa digital conectada por computadores em rede. O docente coordena as funções, envia arquivos simultâneos e interage com a classe por meio de chats. Se o aluno quiser navegar fora do conteúdo sugerido, é denunciado por luzes que piscam no computador do professor. Podemos citar outros recursos tecnológicos na área da Informática na Educação, como: acesso ao computador, acesso a internet, apresentações multimídias, planilhas eletrônicas, recursos audiovisuais (como data show e retroprojetor), blogs, lista de emails, fóruns de discussões, redes sociais, sites de atividades pedagógicas, dentre outros. Esses e muitos outros recursos tecnológicos poderão ser utilizados em sala de aula para proporcionar aos alunos um ensino mais dinâmico e concatenado com a realidade tecnológica difundida no cotidiano nos diversos ambientes por eles frequentados.
  • 31. 31 3. OS AMBIENTES VIRTUAIS COMO RECURSO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Atualmente as relações que se estabelecem entre o pensamento, produção e difusão do conhecimento e da informação são cada vez mais diferenciadas. Nessas relações, os espaços já não são tão delimitados e o tempo já é dimensionado em intervalos cada vez menores. O espaço físico vai perdendo a importância estabelecendo novas possibilidades, como nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). Esses ambientes virtuais articulam várias formas eletrônicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação e do conhecimento. Vários softwares são utilizados para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem. Santos (2003, p. 2) aborda os ambientes virtuais como espaços de construção de conhecimentos. Neste sentido podemos afirmar que um ambiente virtual é um espaço fecundo de significação onde seres humanos e objetos técnicos interagem potencializando assim, a construção de conhecimentos, logo a aprendizagem. Então todo ambiente virtual é um ambiente de aprendizagem? Se entendermos aprendizagem como um processo sócio técnico onde os sujeitos interagem na e pela cultura sendo esta um campo de luta, poder, diferença e significação, espaço para construção de saberes e conhecimento, então podemos afirmar que sim.
  • 32. 32 De acordo com Santos (2003, p. 4), devemos perceber os ambientes virtuais muito mais que um meio de comunicação, já que ele integra uma infinidade de mídias como jornais, revistas, rádios, cinema, televisão, e interfaces como, chats, listas, fóruns, blogs, redes sociais, dentre outras. Nesse sentido, estruturam-se como ambientes virtuais de aprendizagem. Entretanto, devemos problematizar as dificuldades encontradas no que se refere à democratização do acesso a ambientes virtuais e também a capacidade das pessoas em interagir com esses meios. Há uma necessidade muito grande de disponibilizar o acesso e garantir que profissionais capacitados possam interagir com seus alunos no sentido de garantir que o recurso se consubstanciará em aprendizado. Santos (2003, p. 7) alerta para a necessidade de políticas públicas voltadas para a produção e socialização de interfaces livres e gratuitas. Mesmo reconhecendo as potencialidades dos AVA comercializados por todo mundo no ciberespaço é extremamente fundamental problematizarmos acerca dos seus limites, tanto tecnológicos em nível de suporte, mas, sobretudo no que tange a democratização do acesso a informação e, sobretudo ao conhecimento. Para utilizar um AVA de uma organização é necessário ter recursos para tal. A falta de recursos e políticas de democratização do acesso as tecnologias configura-se num grande problema social para a democratização do acesso e formação profissional em diversas áreas do processo produtivo, inclusive na área educacional, mas especificamente na formação de professores e professoras dos espaços públicos de aprendizagem, seja na escola básica ou na universidade ou institutos superiores de educação. É neste sentido que temos com desafio criar e intervir nos processos de políticas públicas e na produção e socialização de interfaces livres e gratuitas para que mais e melhores interações possam emergir na sociedade da informação e do conhecimento. Importante também destacar que não basta que os ambientes virtuais sejam livres e gratuitos. Devem também ser interativos para poder ser configurar como um ambiente de aprendizagem. 3.1 SITES DE PESQUISA Os sites de pesquisas poderão auxiliar professores e alunos já que existem numa quantidade quase que imensurável. Os professores e alunos poderão, a princípio, utilizar um site de busca para selecionar o assunto ou matéria a ser estudada. Após
  • 33. 33 a busca deve-se fazer uma seleção dos sites, já que nem todos são confiáveis. É importante o professor fazer uma seleção prévia desses sites, conhecê-los para depois direcionar os trabalhos com os seus alunos. Dessa forma o trabalho será mais proveitoso e confiável. Milani (2010, p. 378) faz uma referência a um site de pesquisa (http://www.discoveryeducation.com/) – o portal educacional Discovery Education, e descreve alguns recursos e conteúdos que são disponibilizados de forma gratuita, os quais poderão servir de auxílio a professores na elaboração e execução das aulas: a) Puzzlemaker – Cria jogos pedagógicos como caça palavras, palavras cruzadas, criptogramas entre outros. b) Biblioteca de planos de aulas – Repositório com planos de aulas prontos, com recursos a serem utilizados. c) Banco de cliparts – Milhares de ilustrações em cliparts para serem incorporados em slides, documentos e etc. d) Survival Tool Kit (Kit Ferramenta de sobrevivência) – Conjunto de ferramentas que abrange blog, templates temáticos para PowerPoint, Instrumentos de avaliação crítica, Boletins de idéias e etc. e) Brain boosters (Estimuladores de cérebro) - Biblioteca de exercícios lógicos. Podemos encontrar vários sites de pesquisas utilizando sites de buscas. Destacamos neste estudo o site de atividades educativas (http://www.atividadeseducativas.com.br/) já que traz uma variedade de assuntos e temáticas em atividades lúdicas direcionadas aos alunos do Ensino Fundamental. Também traz atividades sobre vestibular, pedagogia, BRoffice, entre outros. Também o site Bússola Escolar (http://www.bussolaescolar.com.br) que além das disciplinas regulares traz atividades sobre a cultura negra, a cultura indígena e línguas estrangeiras e o site Aprendiz – Dever de Casa (http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_licao/index.htm) que traz dicas de sites para pesquisa e discute temas da atualidade.
  • 34. 34 3.2 EMAILS Email (electronic mail) ou correio eletrônico é um serviço muito utilizado pela internet. É um sistema de comunicação baseado no envio e recebimento de mensagens eletrônicas. Tanto o emissor como o receptor devem ter um endereço eletrônico, pois o email funciona como um correio convencional. A grande diferença do email para o correio convencional é a velocidade de entrega da mensagem, quase que instantânea. Juntamente a mensagem o emissor pode anexar textos, transferir programas, fotos, planilhas, ou qualquer outro arquivo. A RPN (Rede Nacional de Pesquisa) descreve a importância do email no processo de interação entre os indivíduos. O correio eletrônico é o meio de comunicação pessoal mais comum na Internet. Seu uso está amplamente disseminado entre todas as categorias de usuários da rede e seu papel é central sempre que há necessidade de comunicação interativa entre indivíduos ou grupo de indivíduos previamente definidos. Estudantes, professores e pesquisadores usam o correio eletrônico para trocar informações acadêmicas; autores para escrever livros em co-autoria; compradores e fornecedores para discutir condições comerciais; empresas para atender clientes, e assim por diante. Uma mensagem também pode transmitir informações não textuais, desde que elas sejam codificadas e armazenadas em um arquivo e este seja "anexado" à mensagem. (RPN, 1997, p. 48) Tajra, (1998, p. 103) descreve como são compostos os endereços eletrônicos: Descreve ainda que Os endereços eletrônicos são obtidos no momento em que nos inscrevemos na internet, eles são os provedores de Internet. A leitura do email é efetuada da seguinte forma: samya arroba iconet ponto com ponto br. (TAJRA, 1998, p. 103) Os maiores problemas enfrentados ao usar os emails são as mensagens indesejadas, vírus e o envio de mensagens maliciosas. Para evitar a contaminação
  • 35. 35 do computador por vírus aconselhamos a não abrir mensagens de emissores desconhecidos e utilizar o anti-vírus nos arquivos recebidos. A utilização de emails pode ser um ambiente de aprendizagem virtual na medida em que os professores e alunos poderão trocar informações em tempo real. Ainda utilizar para o envio de textos, listas de exercícios, links relacionados ás atividades da sala de aula, calendário e gabarito de prova, entre outros. É um importante recurso virtual que facilitará a comunicação entre alunos/alunos e alunos/professor. 3.3 BLOGS O Blog é mais um dos ambientes virtuais de aprendizagem utilizados por professores e alunos das escolas brasileiras. Isso porque, além de interativo, existe uma facilidade de criação e publicação de atividades, além de proporcionar uma construção coletiva, inclusive com a participação de pessoas que não pertençam ao grupo da sala de aula. Os professores podem utilizar os blogs para fornecer informações atualizadas, orientar atividades e exercícios, propor questões e sugerir outros ambientes virtuais de aprendizagem através de links, divulgar gabarito de provas, entre outros. Já os alunos podem elaborar projetos individuais e coletivos, divulgar trabalhos como pesquisas, textos e produções diversas, além de poder se expressar sobre as várias publicações denominadas post. Nos blogs os alunos sentem-se a vontade para se expressar criticamente sobre os diversos assuntos compartilhados. Favorece a livre expressão. Em um de seus artigos, Staa ([20--?] p. 1) destaca sete motivos para um professor criar um blog e trabalhar com seus alunos.  É divertido;
  • 36. 36  Aproxima professor e alunos;  Permite refletir sobre suas colocações;  Liga o professor ao mundo;  Amplia a aula;  Permite trocar experiências com colegas;  Torna o trabalho visível. Cotes (2007, p. 1) também descreve vantagens em se trabalhar com um blog como um ambiente virtual de aprendizagem.  Aproximar professores e alunos;  Permitir maior reflexão sobre o conteúdo;  Manter o professor atualizado;  Criar uma atividade fora do horário de aula;  Trazer experiências de fora da escola;  Divulgar o trabalho do aluno e do professor;  Permitir o acompanhamento;  Ensinar linguagem digital. Torna-se cada vez mais comum os indivíduos publicizarem suas identidades e conhecimentos por conta da facilidade de acesso e apropriações de interfaces nos ambientes virtuais de aprendizagem. E um desses ambientes é o blog, como cita Santos. [...] o que antes era apenas restrito ao espaço atômico dos diários pessoais, hoje é socializado para o mundo inteiro através de interfaces digitais chamadas blogs. Através dos blogs os sujeitos podem editar e atualizar mensagens no formato hipertextual. Além de disponibilizar textos, imagens, sons a qualquer tempo e espaço é possível interagir com outros sujeitos, pois o formato blog permite que outros usuários possam intervir no conteúdo veiculado pelo autor do blog que se pluraliza compondo assim uma comunidade virtual. (SANTOS, 2003, p. 12)
  • 37. 37 3.4 REDES SOCIAIS As redes sociais são plataformas de relações interpessoais mediadas pelo computador. É uma mídia social à medida que permite a criação e a troca de conteúdos, passando o indivíduo a viver uma realidade diferente, na qual barreiras temporais e geográficas deixam de ser significativas. De maneira simplificada, podemos dizer que a s redes sociais são ambientes virtuais utilizados pelas pessoas para se comunicarem, através da internet, com pessoas de vários lugares. Nesses ambientes elas podem criar grupos onde os integrantes compartilham os mesmos interesses. Esse grupo pode ser gerenciado por uma ou mais pessoas. Podem ainda postar fotos, vídeos, textos, além de manter uma comunicação rápida e em tempo real, caso conectados na internet. Correa (2004, p. 1) também descreve a utilização das redes sociais. De qualquer modo, o ciberespaço potencializa o surgimento de comunidades virtuais e de agregações eletrônicas em geral que estão delineadas em torno de interesses comuns, de traços de identificação, pois ele é capaz de aproximar, de conectar indivíduos que talvez nunca tivessem oportunidade de se encontrar pessoalmente. Ambiente que ignora definitivamente a noção de tempo e espaço como barreiras. É o indivíduo que escolha a qual rede social irá pertencer. Esse sentimento de pertencimento será definido pela motivação, pelo seu interesse particular em determinados assuntos. Será pela sua identificação com outras pessoas e o interesse em comum que fará o indivíduo pertencer a essa e não a aquela rede. A proposta de utilização das redes sociais como ambientes virtuais de aprendizagem é mais uma possibilidade de troca e divulgação do conhecimento que irá ultrapassar as paredes da sala de aula e o tempo restrito das aulas. Ao se deslocar para o espaço virtual, professores e alunos abrem novas perspectivas para trocas de experiências para a comunidade de alunos que participam dessas redes sociais.
  • 38. 38 Nassar (2009, p. 1) cita algumas redes sociais utilizadas no Brasil e no mundo, como o Facebook, Orkut, Sonico, MySpace, Linkedin, Via 6, Twitter, Hi5 e Habbo. Dentre essas destacamos nesse estudo o Facebook, Orkut e Twitter como mais populares entre os alunos por experiência vivenciada nas escolas. 4. METODOLOGIA O presente trabalho pretende fazer uma revisão bibliográfica acerca do uso da Informática Educativa nas escolas brasileiras, enquadrando-se numa pesquisa qualitativa. Será também descritiva à medida que, segundo Gil (1994), “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”.
  • 39. 39 A análise será feita a partir de um caminho já trilhado, partindo de um estudo bibliográfico sobre o uso da Informática Educativa nas escolas brasileiras, e de como essa nova tecnologia está sendo usada como ferramenta no processo de ensino e aprendizagem. Levar-se-á em conta na análise do material pesquisado o conhecimento teórico acumulado, bem como se fará o confronto de dados, das evidências levantadas e das informações coletadas acerca do tema. A partir do estudo de um problema, que ao mesmo tempo desperta o interesse do pesquisador e limita a sua atividade de pesquisa a uma determinada porção do saber, a qual ele se compromete a construir naquele momento. (LÜDKE, 1986, p. 2) O trabalho será desenvolvido com material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, através de consultas em fontes impressas e eletrônicas na busca de encontrar respostas para os objetivos propostos. Buscar-se-á o contexto histórico, os conceitos, as hipóteses, os métodos, os resultados, e as principais referências, como forma de entender o uso da Informática Educativa nas escolas brasileiras e como essa pode servir como ferramentas de ensino e aprendizagem, possibilitando visualizar novas perspectivas quanto a sua utilização por todos aqueles que veem nas Informática Educativa possibilidades de modificações na forma de interagir com as novas tecnologias e provocar transformações sociais que perpassam pelo processo de ensino e aprendizagem. Pretende-se, a partir das análises feitas, indicar novos caminhos, incitar novas discussões e acrescentar novas perspectivas sobre o assunto, numa tentativa de ampliar o conhecimento e auxiliar professores e alunos num caminho rumo a inclusão digital de todos os brasileiros a qual poderá provocar reais transformações sociais perpassando pela educação.
  • 40. 40 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao término desse trabalho evidenciou-se através dos dados coletados e das análises construídas que a Informática Educativa pode ser um bom recurso utilizado por professores e alunos para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem. Através da relação interativa entre professores e alunos com a nova tecnologia, há um maior alcance no que concerne ao aprendizado, diminuindo a distancia entre os dois últimos. Nossa hipótese é de que o uso da Informática Educativa constitui uma
  • 41. 41 ferramenta que contribui de forma significativa para a prática docente e traz ganhos reais na aprendizagem dos alunos. Entretanto, devemos alertar para que os educadores não tenham uma visão ingênua de que a Informática na Educação seja a redentora da educação brasileira. Consequentemente, ao analisarmos o uso do computador pelas escolas que visam melhorar o processo de ensino-aprendizagem, é preciso que tenhamos a grande preocupação para não considerarmos a informática na educação como sendo uma panacéia para os problemas educacionais da sociedade moderna, pois é preciso que tenhamos um posicionamento crítico em face de quaisquer inovação tecnológica, o que inclui o computador. (VIEIRA, 2006, p. 10) O uso da Informática Educativa deve estar bem definido e objetivado dentro do Plano Político Pedagógico (PPP) de cada escola, devendo ser analisado e discutido por todos os segmentos que compõe a instituição escolar. A Informática Educativa deve ser colocada a serviço da educação auxiliando os processos educativos. Entender o binômio Computador e Educação, é ter em vista o fato de que o computador se tornou um instrumento, uma ferramenta para a aprendizagem, desenvolvendo habilidades intelectuais e cognitivas, levado o indivíduo ao desabrochar das suas potencialidades, de sua criatividade, de sua inventividade. (VIEIRA, 2006, p. 11) Os professores devem ser capacitados periodicamente quanto ao uso da nova tecnologia e incentivados a utilizar o recurso de maneira prazerosa e efetiva, sem pressão ou imposição de diretores e equipes pedagógicas. Um bom projeto de utilização aliada à capacitação poderá dar mais segurança aos professores quanto à utilização do recurso como ferramenta no auxílio ao processo de ensino e aprendizagem. Não podemos perder de vista toda a construção histórica de exclusão social que grande parte da sociedade composta de pobres, mulheres, índios e negros sofreram no que se refere à educação brasileira. Políticas públicas se fazem necessário para que não tenhamos nos dias atuais uma exclusão digital de grande parte de brasileiros que não tem acesso ao recurso.
  • 42. 42 Um dos caminhos para a inclusão digital pode ser a Informática Educativa não como fim, mas como meio para que, senão toda, grande parte da população brasileira composta de estudantes tenha acesso aos recursos tecnológicos através da escola e, com esses recursos, provoquem verdadeiras transformações na forma de aprender, juntamente com seus professores, e, consequentemente, verdadeiras transformações sociais as quais se fazem necessário para a melhoria na qualidade de vida de milhões de brasileiros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Jerusa da Silva Gonçalves; TEIXEIRA, Gilson Ruy Monteiro. A educação no período colonial: o sentido da educação na dominação das almas. Revista Trilhas, Belém, v.1, n.2, p. 56-65, nov., 2000. Disponível em: <http://www. nead. unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/5.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2012. ARAÚJO, Karla Teixeira Menezes de.; GOULART, Elias Estevão. Emprego da informática na educação. Revista de Informática Aplicada. Centro Universitário
  • 43. 43 Fundação Santo André. v.II, n.1, jan/jun 2006. Disponível em: < http://seer.uscs. edu.br /index.php/revista_informatica_aplicada/article/view/278/254>. Acesso em: 20 mar. 2012. AZEVEDO, Fernando de. A cultura brasileira. 6 ed. Rio de Janeiro/Brasília: UFRJ e UnB, 1996. BRIGNOL, Sandra Mara Silva. Novas tecnologias de informação e comunicação nas relações de aprendizagem da estatística no ensino médio. Revista ABE – Associação Brasileira de Estatística. Disponível em: <http://redeabe.org.br/ Monografia.pdf >. Acesso em: 05 mai. 2012. CLARK, Jorge Uilson. O desenvolvimento da política provincial e da educação no período de transição do império para a república. Revista HISTEDBR. Campinas, [19--?]. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_ frames/artigo_048.html>. Acesso em: 02 abr. 2012. CORRÊA, Cybthia Harumy Watanabe. Comunidades Virtuais gerando identidades na sociedade em rede. Universiabrasil.net, n. 13, 2004. Disponível em: <http: // www.uff.br/ mestcii/cyntia1>. Acesso em: 12 mai. 2012. COTES, Paloma. Como alunos e professores estão usando os diários na internet para partilhar dúvidas, estimular pesquisas e incentivar a troca de informações. Revista Época, 456.ed., 2007. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/ Revista/Epoca/0,,EDG76347-6014-456,00.htm>. Acesso em: 13 mai. 2012. FAJARDO, Vanessa. Feira em São Paulo traz inovações tecnológicas para escolas. Blog InfoEducar. 13 mai. 2010. Disponível em: <http://ok-infoeducar.blogspot .com .br/2010/05/feira-em-sao-paulo-traz-inovacoes.html>. Acesso em: 03 fev. 2012. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1994. GRAMSCI, A. Concepção dialética da história. 9.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. LÜDKE, Menga; ANDRE, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MILANI, Fábio Rogério; MILANI, Marta Priscila Cambui. Utilização de Recursos Tecnológicos no Ensino Superior. Revista Olhar Científico – Faculdades Associadas de Ariquemes – v.1, n.2, ago./dez. 2010. Disponível em:
  • 44. 44 <http://www.olharcientifico.kinghost.net/index.php/olhar/article/viewFile/44/47>. Acesso em: 18 jan. 2012. NASSAR, Bruno. As redes sociais mais populares. Site MestreSeo. 12 fev. 2009. Disponível em: <http://www.mestreseo.com.br/redes-sociais/redes-sociais-mais- populares>. Acesso em: 13 mai. 2012. NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. et. al. Instituições escolares no Brasil Colonial e imperial. Revista HISTEDBR. Campinas, n. 28, p.181 –203, dez. 2007. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_075. html>. Acesso em: 02 abr. 2012. OLIVEIRA, Ramon de. Informática Educativa: magistério, formação e trabalho pedagógico. São Paulo: Papirus, 2007. ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 13.ed. Petrópolis: Vozes, 1991. RPN - Rede Nacional de Pesquisa. Popularização da Internet: introdução ao uso de correio eletrônico e web. Instituto Tamis. Out./1997. Documento N° MP / Ref / 0186 versão final. Disponível em: <http://www.rnp.br/_arquivo/documentos/ref0186. pdf>. Acesso em: 13 mai. 2012. SANCHO, J. M. Da fascinação ao desconcerto: a integração da informática na escola. Revista Pátio, Ano VI, n. 22, 2002. SANTOS. Edméa Oliveira. Ambientes virtuais de aprendizagem: por autorias livre, plurais e gratuitas. Revista FAEBA, v.12, n.18, 2003 (no prelo). Disponível em: <http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/hipertexto/home/ava.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2012. SAVIANI, Dermeval. História da História da Educação no Brasil: um balanço prévio e necessário. EccoS Revista Científica, jul., vol. 10, [número especial], Centro Universitário Nove de Julho, São Paulo, Brasil, 2008. p. 147-167. SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese da história da educação brasileira. 17.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994. STAA, Betina Von. Sete motivos para um professor criar um blog. E.Educacional. Disponível em: <http://www.educacional.com.br/articulistas/betina_bd.asp?codtexto =636%20>. Acesso em: 13 mar. 2012.
  • 45. 45 TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: professor na atualidade. São Paulo: Érica, 1998. VIEIRA, Zacarias Nascimento de Lima. A informática na educação. Faculdade Cândido Mendes. 2006. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/31/ ZACARIAS%20NASCIMENTO%20DE%20LIMA%20VIEIRA.pdf>. Acesso em: 12 mai. 2012. NOTAS Reforma Pombalina¹ - Reformas político-econômicas administrativas, educacionais e eclesiásticas empreendidas por Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o Marquês de Pombal. PROINFO² - Programa Nacional de Tecnologia Educacional
  • 46. 46