2. NASCITUROS
Um espetáculo teatral que propõe uma nova leitura a respeito
de preconceitos, direitos, escolhas e se interrogar sobre os
limites entre o direito coletivo sobre o individual. Ao expor a
crueldade das relações humanas, com toques de humor ácido,
a encenação busca tirar o público de sua passividade fazendo-
o mais um elemento da peça, pois, é a partir de sua leitura,
singular e subjetiva do espetáculo que ele extrai os elementos
para a sua compreensão de como uma sociedade pode
interferir nas escolhas e na vida de um indivíduo. Para isto, a
história é contada numa metalinguagem e a estrutura
dramática em forma de elipse, fazendo o público buscar em si
o preenchimento do hiato existente na história, com
personagens bem humanizados, onde a identificação é quase
imediata. O público completa, se reconhece e interroga as suas
próprias ações e consequentemente os limites
entre o direito coletivo sobre
o individual proposto
como tema da peça.
‘Nascituros’ estreou em junho de 2017
como prática de montagem de alunos de
Direção Teatral e Atuação Cênica
da UNIRIO. Após sua temporada
de estreia o espetáculo recebeu
diversas críticas positivas
que incentivaram o grupo
a manter o espetáculo
em repertório.
3. SINOPSE
Após um incidente um casal é forçado
a se separar.
Dez anos depois, quando uma das partes
decide escrever uma peça sobre seu passado,
a fim de expurgar suas aflições, a outra
reaparece na tentativa de impedir a
exposição dessa história, pois contém
segredos que podem acarretar
mais problemas.
A trama é contada
utilizando
diversas linguagens teatrais
através de dois
planos simultâneos
onde narram o presente
e o passado dos
personagens.
Classificação etária 14 anos
Duração 80 min
4. JUSTIFICATIVA
‘Nascituros’ aborda questões que
precisam ser discutidas agora.
Um espetáculo com temática LGBT
que discute a família, as escolhas
e renúncias, o abandono e,
principalmente, o amor.
É próximo! É de verdade!
Realidade ficção se misturam.
Não há quem não se identifique.
“E não é só isso!” é uma das frases
que mais se repete quando conversamos
sobre os temas da peça com espectadores.
E não é para ser! Porque não deve ser!
Impressões nunca são iguais,
porque a vida não é igual pra ninguém.
Cada pessoa se sente tocada em contextos diferentes,
se sensibiliza em momentos diferentes.
E este é nosso objetivo.
5. DRAMATURGIA
"No ano em que este texto foi escrito, um rapaz, em plena
Avenida Paulista, foi agredido com uma lâmpada fluorescente.
O motivo: homofobia. Este fato abriu na mídia espaço para
discussão e novos casos vieram à tona. O que tem essas
pessoas agredidas em comum? Foram julgadas e condenadas
com base numa 'lei' moral que a sociedade arbitra como o
indivíduo deve viver sua própria vida. Uma pergunta
reverberava em minha cabeça: 'Até que ponto um julgamento
coletivo pode interferir no individual?'.
Deste questionamento surgiu ‘Nascituros’ – ‘nascituro’ do
latim ‘aquele que há de nascer’, o que foi gerado e ainda não
nasceu. Reside aí uma controvérsia: se, tendo vida, tal feto
pode ser considerado um ser humano e logo seus direitos
estão assegurados? ‘Nascituros’ foi estruturado na temática
LGBT e a questão de seus direitos, ainda hoje muito discutido.
Mostra um angustiante reencontro de duas personagens que
não puderam escolher viver aquele amor. Depois de dez anos
terão que se enfrentar, olho no olho. Mas o passado vem à
tona: amor, ressentimento e homofobia. A construção da
história foi desenhada para ser interpretada por dois atores
ou duas atrizes sem ocorrer dano à história."
John Marcatto é ator, dramaturgo, roteirista e
professor de dramaturgia no programa de extensão
da UFRJ. Graduado em Artes Cênicas pela UNIRIO. É
autor de seis peças teatrais: “Medeia-21”, “O deserto
dos homens”, “Panela de Pressão”, “O curioso caso do
c a s t i g o d o s m e n i n o s ” , “ T r ê s l o u c a d a s ” e
“Zoológicos” (os dois últimos com diversos prêmios e
indicações). Como roteirista: “A Interessante Arte de
Comungar” (longa metragem; com estreia prevista
para o segundo semestre de 2017), “RIO: ZONA DE
GUERRA” (Longa metragem - Pré produção), “Pelos
seus olhos” (curta metragem - pré produção) e “Os
Invisíveis” (Web Série – em produção).
6. DIREÇÃO
"Sexualidade, homofobia,
abuso sexual e... o abandono!
Como tratar de temas tão sérios
sem deixar o espetáculo 'pesado'
ou panfletário demais?
Principalmente para mim,
um diretor palhaço
ou um palhaço diretor!
Mas o texto nos traz uma brecha
com a metateatralidade que permite uma fuga
para a fantasia, a poesia, para uma teatralidade ainda maior,
onde podemos explorar estudos de melodrama, palhaçaria e
performance. Apesar do texto original contar a história de um
casal homossexual, exploramos todas as possibilidade de
configuração deste casal, extravasando a cena e tocando a
plateia, independente de sexualidade. Acredito que a mensagem
atinge mais ao público quando ele se identifica com os
personagens, quando ele entende que aqueles conflitos poderiam
ser comuns a ele, que ele não está imune aos fatos encenados.
Então formei este quebra-cabeça de conflitos e relações
amorosas.
E viva a diversidade! Viva o amor! Viva o teatro!”
Victor Fontoura é formando em Direção Teatral pela
Unirio e em Marketing, com pós-graduação pela FGV. É
diretor, dramaturgo, produtor, palhaço e ator. Faz parte
do projeto 'Enfermaria do Riso' coordenado pela
professora Ana Aschar, onde pesquisa máscara e
palhaçaria. Foi assistente de direção de Thierry
Tremoroux, Oscar Saraiva e Anilia Francisca. Dirigiu
seu espetáculo autoral 'Oportunus' e 'Descaminhos
Adolescentes' de Anilia Francisca. Seus últimos
trabalhos como ator foram 'Baal' de Bertolt Brecht,
dirigido por Thierry Tremoroux e o musical 'O Jovem
Frankenstein' de Mel Brooks, dirigido por Rubens Lima
Jr. Foi professor de teatro pelo Senac-RJ e pela
Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência.
7. FICHA TÉCNICA
texto John Marcatto
direção Victor Fontoura
orientação Ricardo Kosovski
arte Nikko
luz Lucas Maciel
mixagem DJ Scardua
fotografia Danillo Sabino
cenário e figurino Tríptico Coletivo
elenco
Bruno Marques
John Marcato
Mari Bridi
Marilha Galla
8. COLETIVO
O Coletivo Tríptico é formado por
integrantes da Tríptica Cultural,
criada em 2011, e da Cia Os Trípticos,
iniciada em 2014, junto a novos
integrantes que compõem a terceira parte
deste painel artístico. Esta junção
nasceu após um período de ensaios e
treinamento do novo projeto,
iniciado em 2016, onde os
integrantes manifestaram
o desejo de se estabelecer
como um único grupo,
assim formando o Coletivo Tríptico.
Com a ideia, agora renovada e ratificada,
de uma prática por um teatro de grupo, com
espetáculos em pesquisas temáticas,
que se propõe a uma reflexão
sobre a ética num
universo social.
2013 - Teatro - 'Opportunus'
Texto e direção: Victor Fontoura
UNIRIO
2014 - Cinema - 'Média'
Direção e roteiro: Victor Fontoura
Exibido no MAR - Museu de Arte do Rio
2014 - Teatro - ‘Zoológicos’
Texto: John Marcatto
Teatro Municipal Ziembinski
Teatro Municipal Gonzaguinha
Teatro Fernando Torres - ES
Sesc Duque de Caxias
2017 - Teatro - ‘Nascituros’
Texto: John Marcatto
Direção: Victor Fontoura
Sala Glauce Rocha - UNIRIO
2017 - Teatro - ‘O Deserto dos Homens’
Texto e direção: John Marcatto
Estreia prevista para agosto de 2017.
9. RIDER TÉCNICO
Som
- Mesa de som com mínimo 2 canais
- 1 microfone com fio
- 2 caixas de som
Luz
- 16 PCs
- 4 Elipsos
- 4 LED
Máquina de Fumaça
10. CRÍTICA DO ESPETÁCULO
"Vocês construíram uma 'obra de arte'.
Apesar de habitarmos um espaço de produção artística, é raro romper a
fronteira que divide experimentação e acabamento.
Estou na Unirio desde 2009, assisto regularmente as produções de colegas,
mas poucas vezes presenciei este atravessamento.
Portanto, se a plateia carioca tiver sorte, poderão contar com o ânimo do
Tríptico Coletivo para levar sua peça a diversos espaços onde possa se
apresentar, o mais rápido possível.
Bruno é um ator que saboreia o texto como se fosse improvisado,
proporcionando ao espectador um deleite ímpar, dado ao frescor que suas
nuances imprimem à oratória e à performance.
John é um ator que amadureceu (e é uma delícia perceber a sua evolução).
O rigor de sua performance e os desafios que enfrenta revelam um elevado
grau de aperfeiçoamento.
Mari é uma atriz densa, contrastante com a leveza de seu físico. Seu leque
de recursos e a potência de sua atuação amedrontam.
Marilha é uma atriz sedutora. Seu charme não é carisma, é mais, é talento
adicionado a trabalho - é nítido. Encanta e depois retira o "doce da boca" da
audiência. Poucas qualidades dramáticas são tão necessárias quanto esta.
Victor é um diretor múltiplo: dirige a cena e dirige o ator - incluindo
yourself. Ou seja, uma exceção. Há um refinamento em seu trabalho, pois
amarra as pontas e abasta as arestas. Além disso, domina o ritmo e
prepara a arena pros atores que, em vez de
digladiarem, divertem-se. Bingo!
A dramaturgia é fruto de relojoaria. Uma engrenagem arrojada. É tocante e
é política.
Portanto, necessária.
A trilha sonora, a Iluminação,
a cenografia e o figurino
dialogam respeitando
a individualidade dos projetos
de cada instância. Formam um
cata-vento de cores isoladas,
que fundem-se ao
girar das pás da hélice
sobre o mesmo eixo.
Vida longa a Cris & Francis.
Parabéns!
Muito obrigado pela experiência."
por Sandro Melo
Formando em Teoria do Teatro/UNIRIO