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Tema: Visões de mundo e consciência social.
Questão norteadora: Como posicionar-se criticamente
respeitando a opinião do outro?
Competência 01 - Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e
práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses
conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos
de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de
participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.
Habilidade: (EM13LGG102) - Analisar visões de mundo, conflitos de
interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados
nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação,
interpretação e intervenção crítica da/na realidade.
Campos de atuação: Todos
Currículo em ação -1 semestre - Página 9
1. Como a arte pode contribuir para a forma como você reflete
criticamente sobre a sociedade? 2. Você conhece projetos ou
programas que se propõem a transformar a sociedade por meio da
arte? Conte o que sabe sobre eles. 3. Você já participou de algum
desses projetos ou programas? Como aconteceu?
O tema desta Situação de
Aprendizagem é Visões do
mundo e consciência social. Ao
longo desta jornada, a questão
que norteará o nosso trabalho é:
Como posicionar-se criticamente
respeitando a opinião do outro?
A arte como meio de
transformação social?
O dançarino e
coreógrafo Ivaldo
Bertazzo é conhecido
por defender a
democratização da
dança, levando para os
palcos pessoas comuns,
de diferentes classes
sociais, a partir do
desenvolvimento do
conceito “Cidadão
Dançante”.
Nasceu em São Paulo, em 1949, e desde os 16 anos está envolvido com a dança.
Em, 1975, criou a Escola do Movimento e desde então vem trabalhando com a
consciência do movimento por meio da dança.
Seu projeto Dança
Comunidade consiste em
oferecer aos jovens de
comunidades carentes outras
perspectivas sobre a vida: os
adolescentes recebem aulas
de dança, movimento,
educação cultural, origami,
música e canto, história da
dança, comunicação, e ainda
recebem assistência médica.
Para Ivaldo, a dança está sempre
atrelada à noção de cidadania.
Neste sentido, a formação
integral do bailarino prepara
cidadãos para uma vida digna.
Na Favela da Maré (Rio de
Janeiro) seu projeto deu origem
aos espetáculos Mãe Gentil
(2000), Folias Guanabaras (2001)
e Danças das Marés (2002) e, na
periferia de São Paulo, produziu
o espetáculo Samwaad (2004).
A artista multimodal Claudia Liz iniciou sua carreira como modelo aos 13 anos. Após atuar
com várias marcas da moda e em diversos países, passou a atuar como atriz em novelas e
filmes, chegando até a apresentar um programa de televisão. Foi premiada “Melhor Atriz”,
junto às atrizes Adriana Esteves e Drica Moraes, no Festival de Cartagena em 1995.
Atualmente, dedica-se às artes visuais e, além de produzir seus próprios quadros, atua ainda como ilustradora e
escritora. Na live A Teia Literária: Leitura além dos muros da escola (2022) transmitida pelo Centro de Mídias da
Educação de São Paulo (CMSP), Claudia compartilha reflexões sobre o feminino, os padrões de beleza e os
julgamentos sobre a mulher, e sobre como estas questões influenciam o seu trabalho em arte.
A grafiteira e
ativista
mineira Tainá
Lima, também
conhecida
como Criola,
explora a arte
urbana como
meio de
empoderamen
to do feminino
negro.
Criada na
periferia de
Belo Horizonte
(MG), tinha no
grafite a forma
de arte mais
próxima de sua
realidade. Aos
18 anos
ingressou em
uma escola de
arte e aos 22
começou a
produzir suas
próprias
pinturas.
O preconceito sofrido na infância,
decorrente principalmente de seus
cabelos crespos, hoje é motivo para suas
obras que, a partir de uma explosão de
cores, e do uso de elementos brasileiros,
exploram a imagem da mulher negra.
Currículo em ação -1 semestre - Página 11
1. Ao longo de seu percurso na Educação Básica, que teve início no 1º ano do
Ensino Fundamental, você provavelmente vivenciou a linguagem do teatro nas
aulas de arte. Quais vivências foram mais significativas? O que você aprendeu
sobre o teatro?
2. Você já teve experiências nesta linguagem fora da escola? Como
aconteceu?
3. Das experiências relatadas por você e seus colegas, quais delas se
propõem a utilizar a linguagem do teatro enquanto meio de transformação
social? De que maneira?
4. Você conhece o Teatro do Oprimido? O que sabe sobre ele?
AUGUSTO BOAL Dramaturgo e
teatrólogo brasileiro, foi o criador do
Teatro do Oprimido.
Desde o início de sua
carreira, até se tornar
diretor no Teatro de
Arena de São Paulo,
sua preocupação
sempre foi a de
trabalhar com a
realidade brasileira, o
que confere a seu
trabalho um caráter
político e social, com
vistas à transformação
social.
No início da década de 60, dirigiu um espetáculo musical sobre as questões agrárias. A montagem viajou
pelo nordeste e foi apresentada a uma liga camponesa. O final da encenação era um incentivo aos sem
terras para a luta contra os latifúndios.
Em uma das apresentações, porém, uma das pessoas da plateia convidou o grupo de teatro a enfrentar
os capangas que haviam desalojado seus companheiros. O grupo recusou, mas essa situação foi o ponto
de partida para as reflexões de Boal sobre a finalidade do teatro, que deveria ser um diálogo, não um
monólogo. Essas foram as ideias iniciais para o Teatro do Oprimido, que nasceria apenas no início da
década de 70
O Teatro do Oprimido é um método teatral desenvolvido por Augusto Boal.
É um conjunto de
exercícios, jogos e
técnicas teatrais
que favorece a
democratização
da linguagem do
teatro por meio do
estímulo à
participação de
atores e
não-atores,
pessoas comuns,
nas encenações
propostas.
Tem como objetivo a transformação da realidade por meio da conscientização política e do diálogo,
propiciando que seus participantes tenham outras perspectivas em relação a uma determinada situação.
Assim, a linguagem do teatro torna-se um canal para debater problemas pessoais e sociais, formando
indivíduos conscientes de seus direitos e da situação social em que estão inseridos.
Seus jogos e técnicas permitem que as pessoas se posicionem sobre o que se passa na cena, de modo
que reflitam sobre suas próprias condições e que, assim, se tornem agentes de transformação da
realidade.
Dentre as principais técnicas criadas por Augusto Boal, estão:
Teatro Jornal
Teatro Imagem
Teatro Invisível
Teatro Fórum
Arco-Íris do Desejo
Teatro Legislativo.
UNICAMP. Teatro do Oprimido e educação – Entrevista com Bárbara Santos.
Currículo em ação -1 semestre - Página 12
1. Como o Teatro do Oprimido pode contribuir para que as pessoas se tornem
agentes de transformação de suas realidades?
2. Como o Teatro do Oprimido pode lhe ajudar a se posicionar criticamente,
respeitando a opinião do outro?
TEATRO FÓRUM
É uma técnica teatral criada por Augusto Boal no contexto do Teatro do
Oprimido. Ela propõe que seja encenada uma cena de conflito, em que
oprimido e opressor atuam até o ponto em que o conflito se estabelece.
Neste momento, a encenação é pausada e o oprimido questiona
o público sobre como deve proceder. A cada sugestão da plateia,
um desfecho é improvisado, oportunizando atores e espectadores
a reflexão sob diversas perspectivas acerca de um mesmo tema.
Desta maneira, o Teatro Fórum se propõe à escuta das mais
diversas visões de mundo sobre determinada situação,
respeitando a diversidade de posições ocupadas pelos atores.
A vivência no Teatro Fórum deve iniciar com a escolha
do tema.
Escolham um tema.
Elejam uma temática relacionada ao seu cotidiano, o
cotidiano dos estudantes, que deve ser de comum acordo e
fazer parte da vivência da turma, como por exemplo um
conflito recorrente na escola, ou alguma situação em que a
turma tenha reconhecido como injustiça ou opressão,
relatem experiências que se relacionem com o tema
escolhido, enquanto isso o professor anota as palavras
chaves no quadro.
Definam uma cena a partir das experiências apresentadas:combinem elementos
semelhantes, destaquem emoções envolvidas no conflito e, em conjunto, descreva
os personagens e escreva o diálogo inicial.
Determinem, ainda, o ponto em que a encenação será pausada e a plateia será
escutada.
Quais são os estudantes que se sentem confortáveis em encenar e gostariam de
participar?
Definam os papéis de cada um.
Os estudantes que não farão parte da encenação, serão espectadores da cena.
Os estudantes devem iniciar a apresentação, pausando a cena no ponto
combinado, convidando a plateia para oferecer as soluções para a situação.
Devem, então, encenar possíveis finais baseados nessas contribuições
Currículo em ação -1 semestre - Página 14
1. Como a vivência no Teatro do Oprimido lhe ajudou a compreender as diversas visões de mundo
frente a uma mesma situação?
2. Como essa vivência se mostrou potente enquanto instrumento de reflexão crítica sobre a
realidade?
3. Como essa vivência pode ajudar a desenvolver atitudes de respeito, empatia e consciência
crítica frente às situações cotidianas?
4. Ao longo dessa Situação de Aprendizagem, foram apresentadas ao menos três possibilidades
em que a arte é utilizada como instrumento de transformação social. Retome as características de
cada uma delas e reflita sobre como você se reconhece enquanto agente de transformação social.
Inclua, se for o caso, as possibilidades de transformação da realidade a partir de uma
manifestação artística da qual participa.

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Teatro do oprimido.pdf

  • 1. Tema: Visões de mundo e consciência social.
  • 2. Questão norteadora: Como posicionar-se criticamente respeitando a opinião do outro?
  • 3. Competência 01 - Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.
  • 4. Habilidade: (EM13LGG102) - Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. Campos de atuação: Todos
  • 5. Currículo em ação -1 semestre - Página 9 1. Como a arte pode contribuir para a forma como você reflete criticamente sobre a sociedade? 2. Você conhece projetos ou programas que se propõem a transformar a sociedade por meio da arte? Conte o que sabe sobre eles. 3. Você já participou de algum desses projetos ou programas? Como aconteceu?
  • 6. O tema desta Situação de Aprendizagem é Visões do mundo e consciência social. Ao longo desta jornada, a questão que norteará o nosso trabalho é: Como posicionar-se criticamente respeitando a opinião do outro? A arte como meio de transformação social?
  • 7. O dançarino e coreógrafo Ivaldo Bertazzo é conhecido por defender a democratização da dança, levando para os palcos pessoas comuns, de diferentes classes sociais, a partir do desenvolvimento do conceito “Cidadão Dançante”.
  • 8. Nasceu em São Paulo, em 1949, e desde os 16 anos está envolvido com a dança.
  • 9. Em, 1975, criou a Escola do Movimento e desde então vem trabalhando com a consciência do movimento por meio da dança.
  • 10. Seu projeto Dança Comunidade consiste em oferecer aos jovens de comunidades carentes outras perspectivas sobre a vida: os adolescentes recebem aulas de dança, movimento, educação cultural, origami, música e canto, história da dança, comunicação, e ainda recebem assistência médica.
  • 11. Para Ivaldo, a dança está sempre atrelada à noção de cidadania. Neste sentido, a formação integral do bailarino prepara cidadãos para uma vida digna. Na Favela da Maré (Rio de Janeiro) seu projeto deu origem aos espetáculos Mãe Gentil (2000), Folias Guanabaras (2001) e Danças das Marés (2002) e, na periferia de São Paulo, produziu o espetáculo Samwaad (2004).
  • 12. A artista multimodal Claudia Liz iniciou sua carreira como modelo aos 13 anos. Após atuar com várias marcas da moda e em diversos países, passou a atuar como atriz em novelas e filmes, chegando até a apresentar um programa de televisão. Foi premiada “Melhor Atriz”, junto às atrizes Adriana Esteves e Drica Moraes, no Festival de Cartagena em 1995.
  • 13. Atualmente, dedica-se às artes visuais e, além de produzir seus próprios quadros, atua ainda como ilustradora e escritora. Na live A Teia Literária: Leitura além dos muros da escola (2022) transmitida pelo Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP), Claudia compartilha reflexões sobre o feminino, os padrões de beleza e os julgamentos sobre a mulher, e sobre como estas questões influenciam o seu trabalho em arte.
  • 14.
  • 15. A grafiteira e ativista mineira Tainá Lima, também conhecida como Criola, explora a arte urbana como meio de empoderamen to do feminino negro.
  • 16. Criada na periferia de Belo Horizonte (MG), tinha no grafite a forma de arte mais próxima de sua realidade. Aos 18 anos ingressou em uma escola de arte e aos 22 começou a produzir suas próprias pinturas.
  • 17. O preconceito sofrido na infância, decorrente principalmente de seus cabelos crespos, hoje é motivo para suas obras que, a partir de uma explosão de cores, e do uso de elementos brasileiros, exploram a imagem da mulher negra.
  • 18. Currículo em ação -1 semestre - Página 11 1. Ao longo de seu percurso na Educação Básica, que teve início no 1º ano do Ensino Fundamental, você provavelmente vivenciou a linguagem do teatro nas aulas de arte. Quais vivências foram mais significativas? O que você aprendeu sobre o teatro? 2. Você já teve experiências nesta linguagem fora da escola? Como aconteceu? 3. Das experiências relatadas por você e seus colegas, quais delas se propõem a utilizar a linguagem do teatro enquanto meio de transformação social? De que maneira? 4. Você conhece o Teatro do Oprimido? O que sabe sobre ele?
  • 19. AUGUSTO BOAL Dramaturgo e teatrólogo brasileiro, foi o criador do Teatro do Oprimido.
  • 20. Desde o início de sua carreira, até se tornar diretor no Teatro de Arena de São Paulo, sua preocupação sempre foi a de trabalhar com a realidade brasileira, o que confere a seu trabalho um caráter político e social, com vistas à transformação social.
  • 21. No início da década de 60, dirigiu um espetáculo musical sobre as questões agrárias. A montagem viajou pelo nordeste e foi apresentada a uma liga camponesa. O final da encenação era um incentivo aos sem terras para a luta contra os latifúndios.
  • 22. Em uma das apresentações, porém, uma das pessoas da plateia convidou o grupo de teatro a enfrentar os capangas que haviam desalojado seus companheiros. O grupo recusou, mas essa situação foi o ponto de partida para as reflexões de Boal sobre a finalidade do teatro, que deveria ser um diálogo, não um monólogo. Essas foram as ideias iniciais para o Teatro do Oprimido, que nasceria apenas no início da década de 70
  • 23.
  • 24. O Teatro do Oprimido é um método teatral desenvolvido por Augusto Boal.
  • 25. É um conjunto de exercícios, jogos e técnicas teatrais que favorece a democratização da linguagem do teatro por meio do estímulo à participação de atores e não-atores, pessoas comuns, nas encenações propostas.
  • 26. Tem como objetivo a transformação da realidade por meio da conscientização política e do diálogo, propiciando que seus participantes tenham outras perspectivas em relação a uma determinada situação. Assim, a linguagem do teatro torna-se um canal para debater problemas pessoais e sociais, formando indivíduos conscientes de seus direitos e da situação social em que estão inseridos.
  • 27. Seus jogos e técnicas permitem que as pessoas se posicionem sobre o que se passa na cena, de modo que reflitam sobre suas próprias condições e que, assim, se tornem agentes de transformação da realidade.
  • 28. Dentre as principais técnicas criadas por Augusto Boal, estão: Teatro Jornal Teatro Imagem Teatro Invisível Teatro Fórum Arco-Íris do Desejo Teatro Legislativo.
  • 29. UNICAMP. Teatro do Oprimido e educação – Entrevista com Bárbara Santos.
  • 30. Currículo em ação -1 semestre - Página 12 1. Como o Teatro do Oprimido pode contribuir para que as pessoas se tornem agentes de transformação de suas realidades? 2. Como o Teatro do Oprimido pode lhe ajudar a se posicionar criticamente, respeitando a opinião do outro?
  • 32. É uma técnica teatral criada por Augusto Boal no contexto do Teatro do Oprimido. Ela propõe que seja encenada uma cena de conflito, em que oprimido e opressor atuam até o ponto em que o conflito se estabelece.
  • 33. Neste momento, a encenação é pausada e o oprimido questiona o público sobre como deve proceder. A cada sugestão da plateia, um desfecho é improvisado, oportunizando atores e espectadores a reflexão sob diversas perspectivas acerca de um mesmo tema. Desta maneira, o Teatro Fórum se propõe à escuta das mais diversas visões de mundo sobre determinada situação, respeitando a diversidade de posições ocupadas pelos atores.
  • 34.
  • 35. A vivência no Teatro Fórum deve iniciar com a escolha do tema. Escolham um tema.
  • 36. Elejam uma temática relacionada ao seu cotidiano, o cotidiano dos estudantes, que deve ser de comum acordo e fazer parte da vivência da turma, como por exemplo um conflito recorrente na escola, ou alguma situação em que a turma tenha reconhecido como injustiça ou opressão, relatem experiências que se relacionem com o tema escolhido, enquanto isso o professor anota as palavras chaves no quadro.
  • 37. Definam uma cena a partir das experiências apresentadas:combinem elementos semelhantes, destaquem emoções envolvidas no conflito e, em conjunto, descreva os personagens e escreva o diálogo inicial. Determinem, ainda, o ponto em que a encenação será pausada e a plateia será escutada.
  • 38. Quais são os estudantes que se sentem confortáveis em encenar e gostariam de participar? Definam os papéis de cada um. Os estudantes que não farão parte da encenação, serão espectadores da cena. Os estudantes devem iniciar a apresentação, pausando a cena no ponto combinado, convidando a plateia para oferecer as soluções para a situação. Devem, então, encenar possíveis finais baseados nessas contribuições
  • 39. Currículo em ação -1 semestre - Página 14 1. Como a vivência no Teatro do Oprimido lhe ajudou a compreender as diversas visões de mundo frente a uma mesma situação? 2. Como essa vivência se mostrou potente enquanto instrumento de reflexão crítica sobre a realidade? 3. Como essa vivência pode ajudar a desenvolver atitudes de respeito, empatia e consciência crítica frente às situações cotidianas? 4. Ao longo dessa Situação de Aprendizagem, foram apresentadas ao menos três possibilidades em que a arte é utilizada como instrumento de transformação social. Retome as características de cada uma delas e reflita sobre como você se reconhece enquanto agente de transformação social. Inclua, se for o caso, as possibilidades de transformação da realidade a partir de uma manifestação artística da qual participa.