Este documento discute como a arte pode ser usada para promover a transformação social e o desenvolvimento da consciência crítica. Apresenta exemplos de projetos que usam a dança, o grafite e o teatro para empoderar comunidades e encorajar reflexões sobre questões sociais. Também descreve a técnica do Teatro do Oprimido, criada para dar voz aos oprimidos e promover o diálogo sobre problemas reais.
3. Competência 01 - Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e
práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses
conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos
de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de
participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e
interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.
4. Habilidade: (EM13LGG102) - Analisar visões de mundo, conflitos de
interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados
nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação,
interpretação e intervenção crítica da/na realidade.
Campos de atuação: Todos
5. Currículo em ação -1 semestre - Página 9
1. Como a arte pode contribuir para a forma como você reflete
criticamente sobre a sociedade? 2. Você conhece projetos ou
programas que se propõem a transformar a sociedade por meio da
arte? Conte o que sabe sobre eles. 3. Você já participou de algum
desses projetos ou programas? Como aconteceu?
6. O tema desta Situação de
Aprendizagem é Visões do
mundo e consciência social. Ao
longo desta jornada, a questão
que norteará o nosso trabalho é:
Como posicionar-se criticamente
respeitando a opinião do outro?
A arte como meio de
transformação social?
7. O dançarino e
coreógrafo Ivaldo
Bertazzo é conhecido
por defender a
democratização da
dança, levando para os
palcos pessoas comuns,
de diferentes classes
sociais, a partir do
desenvolvimento do
conceito “Cidadão
Dançante”.
8. Nasceu em São Paulo, em 1949, e desde os 16 anos está envolvido com a dança.
9. Em, 1975, criou a Escola do Movimento e desde então vem trabalhando com a
consciência do movimento por meio da dança.
10. Seu projeto Dança
Comunidade consiste em
oferecer aos jovens de
comunidades carentes outras
perspectivas sobre a vida: os
adolescentes recebem aulas
de dança, movimento,
educação cultural, origami,
música e canto, história da
dança, comunicação, e ainda
recebem assistência médica.
11. Para Ivaldo, a dança está sempre
atrelada à noção de cidadania.
Neste sentido, a formação
integral do bailarino prepara
cidadãos para uma vida digna.
Na Favela da Maré (Rio de
Janeiro) seu projeto deu origem
aos espetáculos Mãe Gentil
(2000), Folias Guanabaras (2001)
e Danças das Marés (2002) e, na
periferia de São Paulo, produziu
o espetáculo Samwaad (2004).
12. A artista multimodal Claudia Liz iniciou sua carreira como modelo aos 13 anos. Após atuar
com várias marcas da moda e em diversos países, passou a atuar como atriz em novelas e
filmes, chegando até a apresentar um programa de televisão. Foi premiada “Melhor Atriz”,
junto às atrizes Adriana Esteves e Drica Moraes, no Festival de Cartagena em 1995.
13. Atualmente, dedica-se às artes visuais e, além de produzir seus próprios quadros, atua ainda como ilustradora e
escritora. Na live A Teia Literária: Leitura além dos muros da escola (2022) transmitida pelo Centro de Mídias da
Educação de São Paulo (CMSP), Claudia compartilha reflexões sobre o feminino, os padrões de beleza e os
julgamentos sobre a mulher, e sobre como estas questões influenciam o seu trabalho em arte.
14.
15. A grafiteira e
ativista
mineira Tainá
Lima, também
conhecida
como Criola,
explora a arte
urbana como
meio de
empoderamen
to do feminino
negro.
16. Criada na
periferia de
Belo Horizonte
(MG), tinha no
grafite a forma
de arte mais
próxima de sua
realidade. Aos
18 anos
ingressou em
uma escola de
arte e aos 22
começou a
produzir suas
próprias
pinturas.
17. O preconceito sofrido na infância,
decorrente principalmente de seus
cabelos crespos, hoje é motivo para suas
obras que, a partir de uma explosão de
cores, e do uso de elementos brasileiros,
exploram a imagem da mulher negra.
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1. Ao longo de seu percurso na Educação Básica, que teve início no 1º ano do
Ensino Fundamental, você provavelmente vivenciou a linguagem do teatro nas
aulas de arte. Quais vivências foram mais significativas? O que você aprendeu
sobre o teatro?
2. Você já teve experiências nesta linguagem fora da escola? Como
aconteceu?
3. Das experiências relatadas por você e seus colegas, quais delas se
propõem a utilizar a linguagem do teatro enquanto meio de transformação
social? De que maneira?
4. Você conhece o Teatro do Oprimido? O que sabe sobre ele?
20. Desde o início de sua
carreira, até se tornar
diretor no Teatro de
Arena de São Paulo,
sua preocupação
sempre foi a de
trabalhar com a
realidade brasileira, o
que confere a seu
trabalho um caráter
político e social, com
vistas à transformação
social.
21. No início da década de 60, dirigiu um espetáculo musical sobre as questões agrárias. A montagem viajou
pelo nordeste e foi apresentada a uma liga camponesa. O final da encenação era um incentivo aos sem
terras para a luta contra os latifúndios.
22. Em uma das apresentações, porém, uma das pessoas da plateia convidou o grupo de teatro a enfrentar
os capangas que haviam desalojado seus companheiros. O grupo recusou, mas essa situação foi o ponto
de partida para as reflexões de Boal sobre a finalidade do teatro, que deveria ser um diálogo, não um
monólogo. Essas foram as ideias iniciais para o Teatro do Oprimido, que nasceria apenas no início da
década de 70
23.
24. O Teatro do Oprimido é um método teatral desenvolvido por Augusto Boal.
25. É um conjunto de
exercícios, jogos e
técnicas teatrais
que favorece a
democratização
da linguagem do
teatro por meio do
estímulo à
participação de
atores e
não-atores,
pessoas comuns,
nas encenações
propostas.
26. Tem como objetivo a transformação da realidade por meio da conscientização política e do diálogo,
propiciando que seus participantes tenham outras perspectivas em relação a uma determinada situação.
Assim, a linguagem do teatro torna-se um canal para debater problemas pessoais e sociais, formando
indivíduos conscientes de seus direitos e da situação social em que estão inseridos.
27. Seus jogos e técnicas permitem que as pessoas se posicionem sobre o que se passa na cena, de modo
que reflitam sobre suas próprias condições e que, assim, se tornem agentes de transformação da
realidade.
28. Dentre as principais técnicas criadas por Augusto Boal, estão:
Teatro Jornal
Teatro Imagem
Teatro Invisível
Teatro Fórum
Arco-Íris do Desejo
Teatro Legislativo.
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1. Como o Teatro do Oprimido pode contribuir para que as pessoas se tornem
agentes de transformação de suas realidades?
2. Como o Teatro do Oprimido pode lhe ajudar a se posicionar criticamente,
respeitando a opinião do outro?
32. É uma técnica teatral criada por Augusto Boal no contexto do Teatro do
Oprimido. Ela propõe que seja encenada uma cena de conflito, em que
oprimido e opressor atuam até o ponto em que o conflito se estabelece.
33. Neste momento, a encenação é pausada e o oprimido questiona
o público sobre como deve proceder. A cada sugestão da plateia,
um desfecho é improvisado, oportunizando atores e espectadores
a reflexão sob diversas perspectivas acerca de um mesmo tema.
Desta maneira, o Teatro Fórum se propõe à escuta das mais
diversas visões de mundo sobre determinada situação,
respeitando a diversidade de posições ocupadas pelos atores.
34.
35. A vivência no Teatro Fórum deve iniciar com a escolha
do tema.
Escolham um tema.
36. Elejam uma temática relacionada ao seu cotidiano, o
cotidiano dos estudantes, que deve ser de comum acordo e
fazer parte da vivência da turma, como por exemplo um
conflito recorrente na escola, ou alguma situação em que a
turma tenha reconhecido como injustiça ou opressão,
relatem experiências que se relacionem com o tema
escolhido, enquanto isso o professor anota as palavras
chaves no quadro.
37. Definam uma cena a partir das experiências apresentadas:combinem elementos
semelhantes, destaquem emoções envolvidas no conflito e, em conjunto, descreva
os personagens e escreva o diálogo inicial.
Determinem, ainda, o ponto em que a encenação será pausada e a plateia será
escutada.
38. Quais são os estudantes que se sentem confortáveis em encenar e gostariam de
participar?
Definam os papéis de cada um.
Os estudantes que não farão parte da encenação, serão espectadores da cena.
Os estudantes devem iniciar a apresentação, pausando a cena no ponto
combinado, convidando a plateia para oferecer as soluções para a situação.
Devem, então, encenar possíveis finais baseados nessas contribuições
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1. Como a vivência no Teatro do Oprimido lhe ajudou a compreender as diversas visões de mundo
frente a uma mesma situação?
2. Como essa vivência se mostrou potente enquanto instrumento de reflexão crítica sobre a
realidade?
3. Como essa vivência pode ajudar a desenvolver atitudes de respeito, empatia e consciência
crítica frente às situações cotidianas?
4. Ao longo dessa Situação de Aprendizagem, foram apresentadas ao menos três possibilidades
em que a arte é utilizada como instrumento de transformação social. Retome as características de
cada uma delas e reflita sobre como você se reconhece enquanto agente de transformação social.
Inclua, se for o caso, as possibilidades de transformação da realidade a partir de uma
manifestação artística da qual participa.