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28
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
AROMAS NATURAIS:
IMPORTÂNCIA,
VARIAÇÕES,
ESTRUTURA E
ACEITAÇÃO
Os aromas sempre fizeram parte da história da humanidade. Nos primórdios da
civilização, tinham a função de verificar se um alimento não estava estragado ou
diferenciar plantas nocivas das comestíveis. Óleos, incensos e perfumes são descritos
por quase todas as antigas civilizações, tanto na cosmética quanto para os ritos mágicos
ou religiosos... e assim pelos séculos afora.Atualmente, com o desenvolvimento
tecnológico na área de alimentos, os aromas assumiram uma nova função que, aliás, tem
crescido em importância: se destinam a melhorar a qualidade sensorial dos alimentos.
IvanMikhaylov|Dreamstime.com
29
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
Aroma e sabor
Grande parte do sabor de um
alimento é diretamente influencia-
do pelo seu aroma. Em meio a uma
grande quantidade de opções e novos
alimentos surgindo no mercado, são
as características diferenciais que
vão garantir a aceitação do produto
pelo consumidor.
De biscoito recheado sabor quin-
dim ao macarrão instantâneo com
tempero de estrogonofe, as fórmulas
têm se sofisticado. Essa diversidade é
possível graças aos aromas, aditivos
alimentares responsáveis por até
90% do cheiro e do sabor dos ali-
mentos industrializados. Sem eles,
enlatados, congelados, empacotados
e desidratados não teriam nenhum
atrativo, já que os processos indus-
triais e de armazenamento destróem
grande parte do sabor original.
Além da inovação em equipa-
mentos, a indústria alimentícia
tem utilizado aditivos cada vez com
maior freqüência, com a finalidade
de impedir alterações, manter, con-
ferir ou intensificar seu aroma, cor
e sabor e modificar ou manter seu
estado físico geral.
Os aditivos utilizados em alimen-
tos dividem-se em diversas classes.
Entre elas, os aromatizantes possuem
especial importância por conferirem
propriedades organolépticas que ca-
racterizam cada sabor e aroma dos
mais diversos produtos.
A maior parte dos alimentos
consumidos contém, em sua compo-
sição, substâncias aromáticas no seu
estado in natura ou outras formadas
através da preparação ou cocção do
alimento.
O uso dos aromas é diferente
do uso dos demais aditivos, já que
ao contrário destes, precisam ser
notados pelo consumidor, pois são
responsáveis pela caracterização do
sabor do produto a ser ingerido. Seu
emprego também está diretamente
ligado ao prazer de comer e beber,
satisfazendo os paladares mais re-
quintados ou contribuindo para a
ingestão de alimentos de alto valor
nutritivo, porém, de sabor não muito
atrativo.
O cheiro de determinados alimen-
tos pode ser o principal argumento
para consumi-los, e as características
de um alimento dependem mais do
aroma do que apenas do gosto, sen-
do que ambos constituem o sabor
ou flavor.
Portanto, o sabor de um produto
pode ser definido como o conjunto
de sensações de natureza psicofisio-
lógica decorrentes do contato com os
receptores sensoriais do nariz e com
as estruturas táteis e os receptores
sensoriais da boca.
A fisiologia reconhece que os
alimentos devem obrigatoriamente
possuir sabor agradável para que
sejam consumidos em quantidades
adequadas por períodos prolongados
de tempo. Os condimentos e os aro-
matizantes estão situados no mesmo
nível de importância que os macro-
nutrientes (proteínas, gorduras e
carboidratos) e micronutrientes
(vitaminas e minerais), devendo ser
considerados como componentes
essenciais da alimentação humana.
Nesta classe de aditivos é onde
existe o maior número de substân-
cias, uma vez que os aromas são
muito complexos. Alguns produtos
podem apresentar naturalmente
mais de 1.000 substâncias que, em
conjunto, conferem um aroma ca-
racterístico. Um exemplo é o aroma
natural de café; o café torrado apre-
senta um aroma tão complexo que
já foram identificados mais de 1.000
componentes na sua constituição.
Os aromatizantes aumentam
a aceitabilidade dos alimentos,
melhorando o seu aroma; desde o
século XIX são sintetizados nume-
rosos aromatizantes químicos. A
cumarina foi sintetizada em 1868;
o aroma de baunilha em 1874;
em 1884 sintetizou-se o aroma
de canela. Até o século XX foram
descobertos quase 1.000 agentes
químicos aromatizantes.
Estão catalogadas mais de 3.000
substâncias simples voláteis que po-
dem ser utilizadas para compor os
mais variados aromas que existem
na natureza. O mel apresenta um
aroma composto por mais de 200
aromas individuais; a maçã apre-
senta em seu aroma mais de 130
componentes individuais, voláteis.
Os aromas são formados por
substâncias químicas, como és-
teres, ácidos, cetonas, aldeídos,
álcoois e terpenos, utilizados em
quantidades mínimas, que não se
relacionam com o valor nutricio-
nal do alimento. Por ser neutro em
relação à base, tecnicamente, um
aroma de pêssego pode ser aplicado
tanto no amaciante de roupas como
no iogurte.
A maioria dos aromas consumi-
dos hoje é “idêntico ao natural”,
como são classificados os aromas
sintéticos que possuem as mesmas
moléculas aromáticas dos naturais.
A diferença entre um idêntico e um
autêntico está no método de obten-
ção dessas moléculas. Enquanto
nos aromas naturais as moléculas
são obtidas a partir de produtos de
origem animal ou vegetal, por pro-
cessos físicos, os demais são criados
por reações químicas de síntese em
laboratórios. Quando essa síntese
dá origem a moléculas que não
existem na natureza, os aromas são
considerados artificiais.
Os bioaromas são outra categoria
técnica. Obtidos pela fermentação
de fungos, são considerados natu-
rais. Existem mais de 3.000 micror-
ganismos, entre fungos, bactérias e
leveduras, que são cultivados nos
mais diferentes meios para a produ-
ção de aromas. Além disso, existem
ALGUNS SETORES
QUE UTILIZAM
AROMAS NA
FABRICAÇÃO DE
SEUS PRODUTOS
Laticínios: leite, iogurtes líquidos,
flans, pudins, etc.;
Confeitaria: doces, balas, bolos,
biscoitos, goma de mascar;
Culinária:sopas,mistura para sopas,
caldos, snacks, doces e salgados;
Bebidas:refrescos,refrigerantes,pós
para refrescos e bebidas em geral;
Carnes:embutidos em geral,produ-
tos processados.
30
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
mais de 6.000 moléculas aromáticas
conhecidas.
Ostipos de
aromatizantes
Os aromatizantes são utilizados
com a função de caracterização do
aroma/sabor, melhoramento do aro-
ma/sabor, padronização do aroma/
sabor, reconstituição do aroma/sabor
e mascaramento de aromas/sabores
indesejáveis. São constituídos por
uma parte ativa (as substâncias e
produtos aromatizantes), veículos
ou suportes (solventes) e substân-
cias auxiliares.
Os materiais componentes da
parte ativa podem ser classificados
como pertencendo a uma das cate-
gorias abaixo:
Matéria-prima aromatizante
natural: produto de origem animal
ou vegetal, utilizado para consumo
humano. Exemplos: frutas, suco de
frutas, vinhos, vinagres, carnes, quei-
jos, castanhas, ervas, especiarias,
favas de baunilha.
Produto aromatizante natural:
preparação concentrada de com-
posição complexa, obtida a partir
de matérias-primas aromatizantes
naturais por processos físicos ade-
quados. Exemplos: infusões, extra-
tos, óleos essenciais, óleos-resina,
extrato de baunilha.
Substância aromatizante natural:
substância quimicamente definida,
dotada de propriedades organolépti-
cas, obtida a partir de matéria-prima
ou produto aromatizante natural por
processo físico adequado. Exemplos:
citral, mentol, vanilina.
Substância aromatizante idêntica
a natural: substância quimicamente
definida, dotada de propriedades or-
ganolépticas, obtida por síntese ou
outro processo químico adequado, e
que apresenta estrutura idêntica à
da substância aromatizante natural.
Exemplo: vanilina sintética.
Substância aromatizante arti-
ficial: substância quimicamente
definida, dotada de propriedades
organolépticas, obtida por síntese ou
outro processo químico adequado,
e que ainda não foi encontrada na
natureza. Exemplo: etil vanilina.
As substâncias integrantes da
parte ativa, notadamente sintética,
são efetivas em concentrações da
ordem de ppm (partes por milhão).
Veículos ou solventes são abso-
lutamente necessários, de modo a
facilitar a manipulação e utilização
dos aromatizantes por parte de seus
usuários, ou seja, pela indústria
de alimentos. O tipo de solvente
é determinado pela natureza dos
componentes aromáticos, bem como
pelo uso final a que se destina a
composição.
Os aromatizantes ou aromas são
classificados, como já mencionado
mais acima, em naturais ou sintéti-
cos. Os aromas naturais são obtidos
exclusivamente mediante métodos
físicos, microbiológicos ou enzimáti-
cos, a partir de matérias-primas aro-
matizantes naturais. Entende-se por
matérias-primas aromatizantes na-
turais os produtos de origem animal
ou vegetal normalmente utilizados
na alimentação humana, que con-
tenham substâncias odoríferas e/ou
sápidas, seja em seu estado natural
ou após um tratamento adequado
(torrefação, cocção, fermentação,
enriquecimento enzimático, etc.).
Os aromas naturais incluem óle-
os essenciais, extratos, bálsamos,
oleoresinas e oleogomaresinas, e
substâncias aromatizantes/aromas
naturais isolados.
Os óleos essenciais são produtos
voláteis de origem vegetal obtidos
por processo físico (destilação por
arraste com vapor de água, destila-
ção a pressão reduzida ou outro mé-
todo adequado). Os óleos essenciais
podem se apresentar isoladamente
ou misturados entre si, retificados,
desterpenados ou concentrados.
Entende-se por retificados, os pro-
dutos que tenham sido submetidos
a processo de destilação fraciona-
da para concentrar determinados
componentes; por desterpenados,
aqueles que tenham sido submetidos
a processo de desterpenação; e, por
concentrados, os que tenham sido
parcialmente desterpenados.
Os extratos são produtos obtidos
por esgotamento a frio ou a quente
de produtos de origem animal ou
vegetal com solventes permitidos,
que posteriormente podem ser eli-
minados ou não. Os extratos devem
conter os princípios sápidos aromá-
ticos voláteis e fixos corresponden-
tes ao respectivo produto natural.
Podem se apresentar como extratos
líquidos, obtidos sem a eliminação
do solvente ou eliminando-o de for-
ma parcial; e extratos secos, obtidos
com a eliminação do solvente. São
conhecidos comercialmente sob as
denominações de concretos, quando
procedem da extração de vegetais
frescos; resinóides, quando proce-
dem da extração de vegetais secos ou
de bálsamos, oleoresinas ou oleogo-
maresinas; e purificados absolutos,
quando procedem de extratos secos
por dissolução em etanol, esfriamen-
to e filtração a frio, com eliminação
posterior do etanol.
Os bálsamos, oleoresinas e oleo-
gomaresinas são produtos obtidos
mediante a exudação livre ou pro-
vocada de determinadas espécies
vegetais; e as substâncias aroma-
tizantes/aromas naturais isolados
são substâncias quimicamente defi-
nidas, obtidas por processos físicos,
microbiológicos ou enzimáticos
adequados, a partir de matérias-
primas aromatizantes naturais ou de
aromatizantes/aromas naturais.
Os aromas sintéticos são compos-
tos quimicamente definidos obtidos
por processos químicos e incluem
os aromas idênticos aos naturais e
aromas artificiais.
Os aromas idênticos aos naturais
são as substâncias quimicamente
definidas obtidas por síntese ou iso-
ladas por processos químicos a partir
de matérias-primas de origem ani-
mal ou vegetal, que apresentam uma
estrutura química idêntica à das
substâncias presentes nas referidas
matérias-primas naturais (processa-
das ou não). Os sais de substâncias
idênticas às naturais com os cátions:
H+, Na+, K+, Ca++ e Fe+++ e
ânions: Cl-, SO4--, C03-- se classi-
ficam como aromatizantes/aromas
idênticos aos naturais.
Já os aromas artificiais são com-
postos químicos obtidos por síntese,
que ainda não tenham sido iden-
tificados em produtos de origem
animal ou vegetal utilizados por
31
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
suas propriedades aromáticas, em
seu estado primário ou preparados
para o consumo humano.
Os aromas também podem apre-
sentar-se misturados entre si, seja
qual for o número de componentes
e tipo de aromatizantes/aromas. O
aroma resultante poderá ser natu-
ral, quando derivar da mistura de
aromatizantes/aromas naturais;
idêntico ao natural, quando deri-
var da mistura de aromatizantes/
aromas idênticos aos naturais com
ou sem a adição de aromatizantes/
aromas naturais; e artificial, quando
na mistura intervier aromatizante/
aroma artificial, com ou sem a par-
ticipação de aromatizantes naturais
ou idênticos aos naturais.
Existem, ainda, os aromas de re-
ação ou de transformação, que são
produtos obtidos segundo as boas
práticas de fabricação, por aqueci-
mento a temperatura não superior
à 180ºC, durante um período não
superior a 15 minutos (podendo
transcorrer períodos mais longos
a temperaturas proporcionalmente
inferiores). O pH não poderá ser
superior a 8.
São considerados naturais ou sin-
téticos de acordo com a natureza de
suas matérias-primas e/ou processos
de elaboração. As matérias-primas
habitualmente utilizadas na fabri-
cação destes aromas de reação ou
transformação incluem fontes de ni-
trogênio protéico, ou seja, alimentos
que contenham nitrogênio protéico
(carnes, carnes de aves, ovos, pro-
dutos lácteos, peixes, frutos do mar,
cereais, produtos vegetais, frutas, le-
veduras) e seus extratos; hidrolisados
dos produtos acima citados, leveduras
autolisadas, peptídeos, aminoácidos
e/ou seus sais; fontes de carboidra-
tos, incluindo alimentos contendo
carboidratos (cereais, vegetais e
frutas) e seus extratos, mono, di e
polissacarídeos (açúcares, dextri-
nas, amidos e gomas comestíveis)
e hidrolisados dos produtos acima
mencionados; fontes de lipídeos ou
de ácidos graxos, como alimentos
que contenham gorduras e óleos,
gorduras e óleos comestíveis de
origem animal e vegetal, gorduras e
óleos hidrogenados, transesterifica-
dos e/ou fracionados e hidrolisados
dos produtos acima mencionados; e
matérias-primas, como ervas, espe-
ciarias e seus extratos, água, tiamina
e seu cloridrato, ácido ascórbico e
seus sais, ácido cítrico e seus sais,
ácido lático e seus sais, ácido inosíni-
co e seus sais, ácido guanílico e seus
sais, inositol, sulfetos, hidrossulfetos
e polissulfetos de sódio, potássio
e amônio, lecitina, ácidos, bases e
sais como reguladores do pH, ácido
clorídrico e seus sais, ácido sulfúrico
e seus sais, ácido fosfórico e seus
sais, ácido acético e seus sais, ácido
fumárico e seus sais, ácido succínico
e seus sais, ácido málico e seus sais,
ácido tartárico e seus sais, hidróxido
de sódio, potássio, cálcio e amônio,
e polimetilsiloxano como agente
antiespumante (não intervém na
reação).
O Quadro 1 apresenta os tipos de
aromas disponíveis e suas aplicações
em alimentos.
Os aromatizantes ou aromas po-
dem apresentar-se na forma sólida
(pó, granulados, tabletes), líquida
(soluções, emulsões) e pastosa.
Há diversos casos em que o uso
de aromatizantes líquidos não é
tecnicamente recomendável. Para
um grande número de alimentos,
notadamente produtos instantâ-
neos, os aromatizantes devem ser
apresentados na forma de pó seco
e fluente.
Existem basicamente dois pro-
cessos para a preparação de aromas
em pó: o de dispersão e o de atomiza-
ção. A escolha entre eles será ditada
pelo uso final a que se destinam, bem
como pela natureza das matérias-
primas utilizadas.
Os aromas em dispersão (spray
on) são preparados pela pulveri-
zação de um aroma líquido sobre
um veículo ou suporte comestível
e inerte, envolvendo agitação me-
cânica eficiente durante a fase de
incorporação, seguida de passagem
por peneiras, para quebrar possíveis
aglomerados e garantir o tamanho
de partículas desejado e imediata
embalagem. Embora seja mais eco-
nômico, esse processo apresenta inú-
meras desvantagens, destacando-se
entre elas o fato de que os princípios
ativos concentram-se sobre a super-
fície externa das partículas e ficam,
portanto, expostos a perdas por eva-
poração e degradação oxidativa.
Os principais produtos comer-
ciais preparados por esse processo
são o açúcar-vanilina e as misturas
de condimentos utilizadas pelas
indústrias de embutidos cárneos
e produtos expandidos de cereais
(snacks). Entre os suportes mais
utilizados destacam-se o amido, o
açúcar, o sal e o glutamato monos-
sódico. Se a dispersão apresenta
tendência a aglomerar, podem ser
utilizados agentes para controle de
fluidez, como por exemplo, dióxido
de silício, fosfato tricálcio e outros,
devendo ser incorporados no estágio
final da operação da mistura.
Os aromas atomizados (spray
dried) são preparados por passagem
em secador atomizador de uma sus-
pensão previamente homogeneizada
contendo os princípios aromáticos,
água e suporte. A suspensão é
forçada na forma de gotículas em
uma câmara de secagem contra
uma corrente de ar quente; a água
evapora-se instantaneamente e um
pó fino (partícula de 10 a 200 micra)
é coletado em um ciclone anexo. Os
princípios aromáticos ficam suspen-
sos em um suporte, protegidos de
Os aromatizantes aumentam a aceitabilidade dos alimentos,
melhorando o seu aroma; desde o século XIX são sintetizados
numerosos aromatizantes químicos.
32
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
QUADRO 1 - TIPOS DE AROMAS E SUAS APLICAÇÕES
Aditivo Alimentos em que podem ser adicionados
Limite máximo
g/100g – g/100ml
Aroma artificial
Creme vegetal. q.s.p.
Gorduras para fins industriais. q.s.p.
Iogurtes aromatizados. q.s.p.
Leites aromatizados, leites gelificados aromatizados. q.s.p.
Leites fermentados. q.s.p.
Licores. q.s.p.
Margarinas. q.s.p.
Produtos de frutas, cereais, legumes e outros ingredientes para uso
em iogurtes, queijos tipo petit suisse e similares.
q.s.p.
Aroma natural de fumaça
(alimentos aos quais se deseja
conferir sabor de defumado)
Produtos de pescado defumado (somente nos tipos consagrados). 0,009
Queijos defumados (como reforço nos tipos consagrados). 0,009
Aroma natural, aroma idêntico
ao natural
Açúcar (somente aroma idêntico ao natural). q.s.p.
Aguardentes compostas. q.s.p.
Batidas. q.s.p.
Bebidas alcoólicas mistas. q.s.p.
Chás (preparações para infusões ou decocções). q.s.p.
Conhaque. 1,0
Cooler. q.s.p.
Creme vegetal. q.s.p.
Frutas em conservas. q.s.p.
Geléias e doces de frutas. q.s.p.
Gorduras e compostos gordurosos. q.s.p.
Iogurtes aromatizados. q.s.p.
Leites aromatizados, leites gelificados aromatizados. q.s.p.
Leites fermentados. q.s.p.
Licores. q.s.p.
Margarinas. q.s.p.
Néctares de frutas (somente aromas naturais). q.s.p.
Picles (somente aromas naturais). q.s.p.
Produtos de frutas, cereais, legumes e outros ingredientes para uso
em iogurtes, queijos tipo petit suisse e similares.
q.s.p.
Produtos derivados de soja. q.s.p.
Queijos aromatizados e/ou condimentados. q.s.p.
Sangria. q.s.p.
Suco de frutas concentrado (somente aromas naturais). q.s.p.
Suco de frutas reprocessado (somente aroma idêntico ao natural). q.s.p.
Uísque. 1,0
Vinhos compostos. q.s.p.
Etil-vanilina sintética
(aroma imitação de baunilha)
Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. 0,007 (base seca)
Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. 0,007 no p.s.c.
Extrato de baunilha
Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. q.s.p.
Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. q.s.p.
Vanilina natural
(aroma natural de baunilha)
Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. 0,007 (base seca)
Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. 0,007 no p.s.c.
Vanilina sintética
(aroma imitação de baunilha)
Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. 0,007 (base seca)
Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. 0,007 no p.s.c.
33
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
oxidação e evaporação, diz-se que es-
tão encapsulados. A grande maioria
dos aromas em pó comercializados
atualmente é produzida por este
processo. O suporte mais eficiente
é a goma acácia (goma arábica),
que no Brasil, por razões de custo, é
substituída por maltodextrina.
A biotecnologia
dos aromas
naturais
Os microrganismos são freqüen-
temente associados à falta de quali-
dade ou à deterioração de alimentos.
Entretanto, as biotecnologias de
alimentos empíricas, praticadas há
milênios, são as raízes da moderna
tecnologia de alimentos e bebidas
e produtos, como cerveja, vinho,
vinagre, queijos, pães e vegetais
fermentados, devem seu perfil de
aroma típico a capacidade metabó-
lica de numerosos microrganismos.
Avanços recentes na biotecnologia
de plantas e fungos, na tecnologia
enzimática, na engenharia genética,
no monitoramento de bioprocessos
e nas técnicas de recuperação de
produtos proporcionaram novas
oportunidades em potencial para
a biotecnologia de produção de
aromas.
O primeiro relato publicado
sobre a capacidade de bactérias e
fungos selecionados produzirem
fragrância foi realizado por Ome-
lianski, em 1923. Em seu trabalho,
o autor destacou as leveduras como
um dos grupos mais importantes
de microrganismos que produz, em
cultura, um forte aroma etéreo, de
variada intensidade, que lembra
o odor de frutas como morango,
abacaxi, maçã, pêra e melão. Os
gêneros Mycoderma, Pichia, Willia
e Torula e outros isolados de uva,
de grãos úmidos de cevada, de suco
de abacaxi, de folhas de ruibarbo,
de queijo e de kumis foram citados
pelo autor como produtores de um
agradável e complexo aroma de
frutas. Omelianski realizou uma
série de experimentos com micror-
ganismos isolados do leite, do pão
e de algumas frutas, onde variou a
composição do meio de cultura e
obteve, em diferentes substratos, o
que chamou de aroma de morango,
aroma de fruta impuro e aroma de
queijo.
A relação entre a fisiologia micro-
biana e a produção de metabólitos
com odor, entretanto, só veio a ser
identificada em estudos realizados
nos anos 50. A partir daí, um número
significativo de trabalhos sobre com-
postos aromatizantes produzidos
por bactérias, fungos filamentosos e
leveduras começou a ser publicado.
As pesquisas foram inicialmente
direcionadas à otimização da bios-
síntese e à identificação de com-
postos de aromas específicos. Uma
primeira lista de compostos voláteis
em alimentos compreendia umas
poucas centenas de constituintes.
Com o advento de modernos instru-
mentos de análise, particularmente
a cromatografia gasosa acoplada
a espectrometria de massas, o nú-
mero de compostos identificados
aumentou significativamente e uma
compilação recente apontou mais de
10.000 compostos.
Tecnologias complementares
contribuíram para a caracterização
estrutural dos compostos aromatizan-
tes, como os ésteres produzidos por
Pseudomonas fragi, o aroma de coco
detectadoemcultivosdeTrichoderma
viride, Myocacia uda, Ischnoderma
benzoinum, Trichoderma harzianum
e de espécies do gênero Neuros-
pora, o agradável aroma de maçã
percebido no cultivo da levedura
Dipodascus aggregatus, os vinte
compostos voláteis, predominante-
mente ésteres e terpenos, que foram
identificados no meio de cultura de
Trichothecium roseum, os monoter-
penos citronelol, linalool e geraniol
que foram produzidos no cultivo de
Kluyveromyces lactis, o aroma de
ananás intenso e agradável que foi
produzido pela levedura Dipodascus
magnusii, os monoterpenos com
qualidade sensorial de leve aroma
frutal produzido por duas linhagens
de Ambrosiozyma monospora, e as
notas frutais e florais produzidas por
Hansenula anomala.
O desenvolvimento de métodos
biotecnológicos para a obtenção de
aromas específicos pode se tornar
bastante árduo porque a maior parte
dos aromas naturais é o resultado da
mistura de compostos que podem
chegar a centenas. Produzidas em
baixa concentração, essas misturas
podem conter terpenos, aldeídos,
ésteres, lactonas, álcoois superiores
e outras moléculas complexas que
resultam do metabolismo de fungos
filamentosos e leveduras. O desafio
de produzir compostos químicos
do aroma por meio de biossíntese,
entretanto, vem sendo vencido
com entusiasmo pelas companhias
produtoras, que apontam, como
vantagens deste método, a produção
de múltiplos componentes que con-
tribuem para um perfil balanceado
do aroma; a obtenção de novos efei-
tos de aroma, com características
únicas não obtidos com processos
tradicionais; a obtenção de perfis
de aroma que são considerados
naturais pelos consumidores; e a
potencialidade para a produção de
volumes que atendam ao mercado
internacional. Uma análise do custo-
benefício da produção de aromas por
microrganismos demonstrou que
para compostos aromatizantes com
A maioria dos aromas
consumidos hoje é
“idêntico ao natural”,
como são classificados
os aromas sintéticos
que possuem as
mesmas moléculas
aromáticas dos
naturais. A diferença
entre um idêntico e
um autêntico está no
método de obtenção
dessas moléculas.
34
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
valor de mercado a partir de US$ 200
por quilograma a rota microbiana
torna-se econômica, enquanto, para
aromas com preços inferiores a este
valor a produção por biossíntese não
é conveniente. Isto quer dizer que
o valor de mercado do composto
aromatizante e a elasticidade de seu
preço irá tornar vantajosa ou não a
biossíntese de um aroma.
As leveduras e
a produção de
aromas
As leveduras estão amplamente
distribuídas na natureza, associa-
das a diversos ecossistemas. Estão
presentes no solo, na água, no ar
e na superfície de insetos como,
por exemplo, abelhas, besouros e
moscas. Fazem parte, também, da
microbiota da pele e do intestino de
animais de sangue quente. Poucas
espécies de leveduras são patogêni-
cas para o ser humano, mas podem
ser oportunistas causando doenças
cuja gravidade dependerá da resis-
tência do indivíduo.
As plantas representam o habitat
mais importante para uma grande
variedade de leveduras. Néctares de
flores, folhas e frutos são habitados
por grande variedade de leveduras
selvagens devido à elevada concen-
tração de açúcares simples, baixo
pH e intensa visitação de vetores. A
casca íntegra dos frutos faz com que
esses microrganismos permaneçam
na superfície até que ocorram lesões
e eles cheguem ao interior do fruto.
Inicialmente, as folhas e os frutos
imaturos são dominados por levedu-
ras não fermentativas, disseminadas,
na sua maioria, por correntes de ar.
Estas comunidades são compostas,
principalmente, por basidiomicetos
dos gêneros Cryptococcus e Rho-
dotorula e leveduras negras, como
Aerobasidium pululans. Frutos ma-
duros, especialmente os caídos no
chão, são utilizados como alimento e
local de ovoposição para numerosos
insetos, que transferem leveduras do
ambiente ao redor para os frutos.
Nestas condições, os frutos passam
a ser colonizados por ascomicetos
que se multiplicam rapidamente
e consomem os açúcares simples
existentes nos frutos. Após alguns
dias, os açúcares simples começam
a se esgotar e são substituídos pelos
produtos da fermentação e por molé-
culas mais complexas. Em sucessões
posteriores, produtos como o etanol
e os ácidos orgânicos são utilizados
pelas leveduras. Frutos nessas condi-
ções possuem, freqüentemente, co-
munidades dominadas por leveduras
fermentativas e tornam-se, portanto,
iscas naturais para o isolamento de
leveduras selvagens. Espécies dos gê-
neros Issatchenkia, Pichia, Candida
e Kloeckera são comumente isoladas
de frutos maduros em ambientes
tropicais.
O Brasil possui uma grande varie-
dade de ecossistemas com diferentes
populações de microrganismos já
estudados. As florestas tropicais,
incluindo a Floresta Amazônica e a
Mata Atlântica têm atraído a aten-
ção internacional como as maiores
fontes de biodiversidade. Dados
preliminares têm demonstrado uma
extensiva comunidade de leveduras
associadas a Drosophila na porção
da Mata Atlântica do Rio de Janeiro,
em vinte diferentes frutos da Mata
Atlântica de São Paulo, e no Amapá,
fruto de árvore endêmica da Floresta
Amazônica. A biodiversidade de leve-
duras vem sendo verificada, também,
em frutos de consumo usual, como
morango, cacau, coco, maçã, manga,
abacaxi, umbu, cajá, banana, goiaba
e jaca.
A uva é um caso especial. As
interações ecológicas que ocorrem
na uva, fonte primária de leveduras
para o ambiente de vinicultura, vêm
despertando grande interesse e, com
isso, gerando vários estudos. Na
superfície das uvas existem fungos
filamentosos, bactérias e, princi-
palmente, leveduras, das quais uma
pequena porção participa da fermen-
tação alcoólica que ocorre durante
a elaboração do vinho.
Uvas verdes apresentam a predo-
minância de espécies dos gêneros
Rhodotorula, Cryptococcus e Can-
dida. A maior parte dessas espécies
é isolada, também, de uvas maduras,
mas, nesse estágio, espécies de
leveduras apiculadas dos gêneros
Hanseniaspora, Kloeckera, Metschni-
kowia, Candida, Pichia, Rhodotorula
e Kluyveromyces são predominantes.
Lesões na superfície da uva aumen-
tam a disponibilidade de nutrientes
e encorajam o crescimento e a diver-
sidade da população de leveduras.
Uvas neste estado têm a incidência
de Hanseniaspora, Kloeckera e
Metschnikowia aumentada, assim
como as espécies de Saccharomyces
e Zygosaccharomyces.
O conjunto dessas leveduras
não-Saccharomyces - chamadas
selvagens, indígenas ou autóctones
– durante o esmagamento das uvas,
é introduzido no mosto e conduz
o primeiro estágio de fermenta-
ção espontânea da elaboração do
vinho. A qualidade do vinho está
estreitamente relacionada com a
presença dessas leveduras porque
elas utilizam os constituintes da
uva, principalmente os açúcares,
produzindo compostos voláteis e
não-voláteis como produtos finais
que contribuem para o aroma e sa-
bor característicos do vinho.
A manipulação fisiológica, ou
seja, a mudança das condições am-
bientais e nutricionais do meio de
cultivo vem permitindo conhecer a
influência de diversos parâmetros
sobre a qualidade e a quantidade da
produção de compostos voláteis. Pela
alteração de parâmetros ambientais
- aeração, temperatura e pH - e nu-
tricionais - composição do meio de
cultura e modo de fornecimento do
substrato – objetiva-se obter maiores
quantidades de produtos de alto va-
lor ou que atendam a preferência do
consumidor por produtos naturais,
tornando a área de biotecnologia
de aromas uma importante área de
pesquisa.
Os aromas e a
legislação
Os aditivos são normatizados/re-
gulamentados por diversas entidades
em todo o mundo. Segundo a FAO
(Food and Agriculture Organization),
comitê da Nações Unidas que dá
diretrizes sobre alimentação e agri-
cultura, os aditivos são “substâncias
35
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
MonikaAdamczyk|Dreamstime.com
36
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
não nutritivas, com a finalidade de
melhorar a aparência, sabor, textura
e tempo de armazenamento”. No
entanto, esse comitê esclarece que
“em certos casos, as substâncias
químicas incluídas para melhorar
esta qualidade do produto, poderão
elevar sua capacidade nutritiva”. Já
segundo o órgão norte-americano
Food Protection Comittee da National
Academy of Science, eles são ”subs-
tâncias ou misturas de substâncias,
que não o produto alimentício em
si, presentes nos alimentos, como
resultado dos meios de produção,
processamento, acondicionamento
e armazenamento”.
No Brasil, o uso de aditivos foi
regulamentado pelo decreto n°
55.871 de 23 de março de 1965 e
atualizado pelo decreto n° 63.526
de 4 de março de 1968. A especifi-
cação e utilização dessas substâncias
seguem as normas da FAO e da OMS,
sendo controladas, no Brasil, pela
ANVISA.
Mesmo incorrendo no risco de
sermos repetitivos, ressaltamos as
definições e diretrizes da ANVISA
quanto aos aromas em alimentos. A
Resolução nº 104 de 14 de maio de
1999, define aromatizante ou aroma
como a substância ou mistura pos-
suidora de propriedades odoríferas
e/ou sápidas, capaz de conferir e/
ou intensificar o aroma/sabor dos
alimentos. Excluem-se desta defi-
nição os produtos que apresentam
apenas sabor doce, ácido ou salgado,
e não podem ser consumidos em seu
estado natural.
Segundo a ANVISA, essa classe
de aditivos é dividida em:
Aromas naturais: obtidos ex-
clusivamente por métodos físicos,
microbiológicos ou enzimáticos, a
partir de matérias-primas aromati-
zantes naturais, as quais são pro-
dutos de origem animal ou vegetal
aceitáveis para consumo humano,
que contenham substâncias odorífe-
ras e/ou sápidas, seja em seu estado
natural ou após um tratamento
adequado, como torrefação, cocção,
fermentação, enriquecimento, trata-
mento enzimático ou outros.
Aromas sintéticos: compostos
quimicamente definidos obtidos
por processos químicos, compreen-
dendo os aromatizantes idênticos
aos naturais e os aromatizantes
artificiais.
Os aromas idênticos aos naturais
são as substâncias quimicamente de-
finidas obtidas por síntese e aquelas
isoladas por processos químicos a
partir de matérias-primas de origem
animal, vegetal ou microbiana que
apresentam uma estrutura química
idêntica às substâncias presentes
nas referidas matérias-primas natu-
rais (processadas ou não).
Os aromas artificiais são os
compostos químicos obtidos por
síntese, que ainda não tenham sido
identificados em produtos de ori-
gem animal, vegetal ou microbiana,
utilizados em seu estado primário
ou preparados para o consumo
humano.
Misturas de aromatizantes: Os
aromatizantes podem apresentar-se
misturados entre si, seja qual for
o número de componentes e tipo
de aromatizantes. O aromatizante
resultante será considerado:
- Natural: quando derivar da
mistura de aromatizantes/aromas
naturais.
- Idêntico ao natural: quando de-
rivar da mistura de aromatizantes/
aromas idênticos aos naturais com
ou sem a adição de aromatizantes/
aromas naturais.
- Artificial: quando na mistura
intervier aromatizante/aroma arti-
ficial, com ou sem a participação de
aromatizantes naturais ou idênticos
aos naturais.
Aromatizantes/aromas de reação
ou de transformação: São produtos
obtidos segundo as boas práticas
de fabricação, por aquecimento a
temperatura não superior a 180ºC,
durante um período não superior a
15 minutos (podendo transcorrer
períodos mais longos a temperaturas
proporcionalmente inferiores). O
pH não poderá ser superior a 8. São
considerados naturais ou sintéticos
de acordo com a natureza de suas
matérias-primas e/ou processos de
elaboração.
Aromatizantes de fumaça: São
preparações concentradas utilizadas
para conferir aroma/sabor de defu-
mado aos alimentos.
O Quadro 2 apresenta os prin-
cipais aromatizantes utilizados no
Brasil.
As substâncias utilizadas na
elaboração dos aromatizantes ou
aromas permitidas pela ANVISA
incluem:
Diluentes e suportes: são usa-
dos para manter a uniformidade e
diluição necessárias para facilitar
a incorporação e dispersão de aro-
mas concentrados nos produtos
alimentícios. Alguns suportes po-
dem ser utilizados para encapsular
os aromatizantes com a finalidade
de protegê-los da evaporação e de
possíveis alterações durante seu
armazenamento.
Antioxidantes: são indispensá-
veis para a proteção de certos óleos
essenciais, especialmente os que
contêm terpenos, assim como de
outras substâncias aromáticas.
Seqüestrantes: impedem a ação
catalítica de determinados íons me-
tálicos, protegendo o aromatizante
da oxidação.
QUADRO 2 - PRINCIPAIS AROMATIZANTES UTILIZADOS NO BRASIL
Diacetila: biscoitos e produtos de confeitaria.
Essências artificiais: balas, biscoitos, geléias, etc.
Essências naturais: bombons, balas, biscoitos, geléias, etc.
Extrato natural de fumaça: carnes, conservas de pescado, queijos, sopas, molhos, etc.
Extrato vegetal aromático: biscoitos, gelatina, licores, refrigerantes, etc.
Flavorizantes quimicamente definidos:aguardentes compostas,açúcar,refrigerantes,etc.
Óleo fusel: bebidas não alcoólicas.
Propenil guatenol: isoladamente ou em misturas com outros flavorizantes.
Vanilina: margarina.
37
ADITIVOS&INGREDIENTES
AROMAS
Conservantes: são necessários
para inibir o desenvolvimento mi-
crobiano em determinados aro-
matizantes, devendo levar-se em
consideração o produto ao qual são
destinados.
Emulsificantes e estabilizantes:
Facilitam a homogeneização dos
aromas ou sua incorporação nos
produtos alimentícios.
Corretores de densidade: são
utilizados para atingir a densidade
pretendida de aromatizante. Óleo ve-
getal bromado, exclusivamente para
bebidas não alcoólicas, até 15mg/kg
em produto terminado.
Reguladores de acidez: são usa-
dos em alguns aromatizantes para
ajustar o seu pH.
Antiumectantes/antiaglutinantes:
são utilizados para manter, caso ne-
cessário, a fluidez dos aromatizantes
em pó.
Corante: o uso de corante cara-
melo é permitido para padronização
da cor.
Solventes de extração e processa-
mento: são utilizados para obtenção
de extratos naturais. A quantidade
de solvente residual presente em um
alimento está limitada a um máximo
devido ao princípio ativo de transfe-
rência de massa.
Pode-se considerar o uso de
aromas em três grupos principais,
ou seja, onde o aroma faz o produ-
to, como refrigerantes, sorvetes,
gelatinas, refrescos em pó, etc., os
quais não existiriam sem o uso de
aromas; onde o aroma identifica o
produto, como em refrigerantes,
balas e pudins (estes produtos são
diferenciados entre si por caracte-
rísticas específicas dos aromas neles
empregados); e onde o aroma com-
plementa o produto, contribuindo
para repor as substâncias voláteis
que se perderam durante o proces-
samento do produto.
Os artigos 14, 15, 16 e 17 do
Decreto-Lei nº 986/69 determinam
a obrigatoriedade da indicação
do uso de aroma na rotulagem
dos alimentos que utilizem estas
substâncias. Este Decreto prevê a
indicação de aromas naturais e ar-
tificiais. A Resolução RDC nº 2 de
15 de janeiro de 2007, que aprova o
Regulamento Técnico sobre Aditivos
Aromatizantes, classifica os aromas
em duas categorias: os naturais e os
sintéticos, cujas definições foram
dadas mais acima. As informações
que devem constar no rótulo dos
alimentos que contêm aroma em sua
formulação para conferir, reforçar
ou reconstituir o sabor ou, ainda,
conferir sabor não específico devem
ser padronizadas, considerando-se
em tais procedimentos a obriga-
toriedade da indicação do uso de
aroma na rotulagem dos alimentos
que utilizem estas substâncias, con-
forme determinam os artigos 14, 15,
16 e 17 do Decreto-Lei nº. 986/69;
as classificações e definições cons-
tantes na Resolução RDC nº 2 de
15 de janeiro de 2007, que aprova o
Regulamento Técnico sobre Aditivos
Aromatizantes; a demanda do setor
produtivo sobre como indicar o uso
de aromas nos rótulos dos produtos;
e a necessidade de disponibilizar no
rótulo dos alimentos a informação
correta ao consumidor quanto à
composição dos mesmos.
Segundo a Gerência Geral de
Alimentos (GGALI/ANVISA) a indi-
cação do uso de aromas nos rótulos
dos alimentos deve ser feita confor-
me descrito no Quadro 3, a partir da
finalidade do aroma no alimento.
No caso de mistura de aromas,
para indicação do aroma na rotula-
gem do alimento deve ser seguida a
orientação do item 2.4 da Resolução
RDC nº 2/2007.
Finalmente, no que tange a
toxicidade dos aromatizantes con-
vêm salientar que a mesma reside
principalmente na quantidade
em que estes são adicionados aos
alimentos. Muitas vezes para se
originar um aroma, é necessária
a interação de centenas de com-
postos químicos. Cada fabricante
possui suas próprias composições
e métodos de fabricação, o que
dificulta a caracterização precisa e
genérica de quais compostos pode-
riam ser nocivos à saúde. Sabe-se que
a quantidade de aroma empregada
na formulação de um alimento é
bastante pequena (inclusive chega
a ser cerca de 100 vezes menor que
um conservante). A restrição de uso,
portanto, é geralmente vinculada a
raros casos de alergias a tais compo-
nentes e sua privação seria restrita
a este grupo sensível, sem esquecer
que o grau de pureza e o efeito não
cumulativo no organismo também
devem ser considerados.
QUADRO 3 - INDICAÇÃO DO USO DE AROMAS NAS ROTULAGENS
Finalidade do aroma no produto
Classificação
do aroma
Designação ou
Painel Principal
Painel Principal
Definir/conferir sabor a um alimento
Natural Sabor Contém aromatizante
Artificial Sabor artificial de Aromatizado artificialmente
Idêntico ao natural Sabor
Contém aromatizante sintético
idêntico ao natural
Reforçar ou reconstituir sabor de um alimento
Natural Nome do produto Contém aromatizante
Artificial Nome do produto Aromatizado artificialmente
Idêntico ao natural Nome do produto
Contém aromatizante sintético
idêntico ao natural
Conferir sabor não específico
A indicação do uso de aroma deve constar na lista de ingredientes conforme
determina o item 6.2.4 da Resolução RDC nº 259/2002.
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  • 2. 29 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS Aroma e sabor Grande parte do sabor de um alimento é diretamente influencia- do pelo seu aroma. Em meio a uma grande quantidade de opções e novos alimentos surgindo no mercado, são as características diferenciais que vão garantir a aceitação do produto pelo consumidor. De biscoito recheado sabor quin- dim ao macarrão instantâneo com tempero de estrogonofe, as fórmulas têm se sofisticado. Essa diversidade é possível graças aos aromas, aditivos alimentares responsáveis por até 90% do cheiro e do sabor dos ali- mentos industrializados. Sem eles, enlatados, congelados, empacotados e desidratados não teriam nenhum atrativo, já que os processos indus- triais e de armazenamento destróem grande parte do sabor original. Além da inovação em equipa- mentos, a indústria alimentícia tem utilizado aditivos cada vez com maior freqüência, com a finalidade de impedir alterações, manter, con- ferir ou intensificar seu aroma, cor e sabor e modificar ou manter seu estado físico geral. Os aditivos utilizados em alimen- tos dividem-se em diversas classes. Entre elas, os aromatizantes possuem especial importância por conferirem propriedades organolépticas que ca- racterizam cada sabor e aroma dos mais diversos produtos. A maior parte dos alimentos consumidos contém, em sua compo- sição, substâncias aromáticas no seu estado in natura ou outras formadas através da preparação ou cocção do alimento. O uso dos aromas é diferente do uso dos demais aditivos, já que ao contrário destes, precisam ser notados pelo consumidor, pois são responsáveis pela caracterização do sabor do produto a ser ingerido. Seu emprego também está diretamente ligado ao prazer de comer e beber, satisfazendo os paladares mais re- quintados ou contribuindo para a ingestão de alimentos de alto valor nutritivo, porém, de sabor não muito atrativo. O cheiro de determinados alimen- tos pode ser o principal argumento para consumi-los, e as características de um alimento dependem mais do aroma do que apenas do gosto, sen- do que ambos constituem o sabor ou flavor. Portanto, o sabor de um produto pode ser definido como o conjunto de sensações de natureza psicofisio- lógica decorrentes do contato com os receptores sensoriais do nariz e com as estruturas táteis e os receptores sensoriais da boca. A fisiologia reconhece que os alimentos devem obrigatoriamente possuir sabor agradável para que sejam consumidos em quantidades adequadas por períodos prolongados de tempo. Os condimentos e os aro- matizantes estão situados no mesmo nível de importância que os macro- nutrientes (proteínas, gorduras e carboidratos) e micronutrientes (vitaminas e minerais), devendo ser considerados como componentes essenciais da alimentação humana. Nesta classe de aditivos é onde existe o maior número de substân- cias, uma vez que os aromas são muito complexos. Alguns produtos podem apresentar naturalmente mais de 1.000 substâncias que, em conjunto, conferem um aroma ca- racterístico. Um exemplo é o aroma natural de café; o café torrado apre- senta um aroma tão complexo que já foram identificados mais de 1.000 componentes na sua constituição. Os aromatizantes aumentam a aceitabilidade dos alimentos, melhorando o seu aroma; desde o século XIX são sintetizados nume- rosos aromatizantes químicos. A cumarina foi sintetizada em 1868; o aroma de baunilha em 1874; em 1884 sintetizou-se o aroma de canela. Até o século XX foram descobertos quase 1.000 agentes químicos aromatizantes. Estão catalogadas mais de 3.000 substâncias simples voláteis que po- dem ser utilizadas para compor os mais variados aromas que existem na natureza. O mel apresenta um aroma composto por mais de 200 aromas individuais; a maçã apre- senta em seu aroma mais de 130 componentes individuais, voláteis. Os aromas são formados por substâncias químicas, como és- teres, ácidos, cetonas, aldeídos, álcoois e terpenos, utilizados em quantidades mínimas, que não se relacionam com o valor nutricio- nal do alimento. Por ser neutro em relação à base, tecnicamente, um aroma de pêssego pode ser aplicado tanto no amaciante de roupas como no iogurte. A maioria dos aromas consumi- dos hoje é “idêntico ao natural”, como são classificados os aromas sintéticos que possuem as mesmas moléculas aromáticas dos naturais. A diferença entre um idêntico e um autêntico está no método de obten- ção dessas moléculas. Enquanto nos aromas naturais as moléculas são obtidas a partir de produtos de origem animal ou vegetal, por pro- cessos físicos, os demais são criados por reações químicas de síntese em laboratórios. Quando essa síntese dá origem a moléculas que não existem na natureza, os aromas são considerados artificiais. Os bioaromas são outra categoria técnica. Obtidos pela fermentação de fungos, são considerados natu- rais. Existem mais de 3.000 micror- ganismos, entre fungos, bactérias e leveduras, que são cultivados nos mais diferentes meios para a produ- ção de aromas. Além disso, existem ALGUNS SETORES QUE UTILIZAM AROMAS NA FABRICAÇÃO DE SEUS PRODUTOS Laticínios: leite, iogurtes líquidos, flans, pudins, etc.; Confeitaria: doces, balas, bolos, biscoitos, goma de mascar; Culinária:sopas,mistura para sopas, caldos, snacks, doces e salgados; Bebidas:refrescos,refrigerantes,pós para refrescos e bebidas em geral; Carnes:embutidos em geral,produ- tos processados.
  • 3. 30 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS mais de 6.000 moléculas aromáticas conhecidas. Ostipos de aromatizantes Os aromatizantes são utilizados com a função de caracterização do aroma/sabor, melhoramento do aro- ma/sabor, padronização do aroma/ sabor, reconstituição do aroma/sabor e mascaramento de aromas/sabores indesejáveis. São constituídos por uma parte ativa (as substâncias e produtos aromatizantes), veículos ou suportes (solventes) e substân- cias auxiliares. Os materiais componentes da parte ativa podem ser classificados como pertencendo a uma das cate- gorias abaixo: Matéria-prima aromatizante natural: produto de origem animal ou vegetal, utilizado para consumo humano. Exemplos: frutas, suco de frutas, vinhos, vinagres, carnes, quei- jos, castanhas, ervas, especiarias, favas de baunilha. Produto aromatizante natural: preparação concentrada de com- posição complexa, obtida a partir de matérias-primas aromatizantes naturais por processos físicos ade- quados. Exemplos: infusões, extra- tos, óleos essenciais, óleos-resina, extrato de baunilha. Substância aromatizante natural: substância quimicamente definida, dotada de propriedades organolépti- cas, obtida a partir de matéria-prima ou produto aromatizante natural por processo físico adequado. Exemplos: citral, mentol, vanilina. Substância aromatizante idêntica a natural: substância quimicamente definida, dotada de propriedades or- ganolépticas, obtida por síntese ou outro processo químico adequado, e que apresenta estrutura idêntica à da substância aromatizante natural. Exemplo: vanilina sintética. Substância aromatizante arti- ficial: substância quimicamente definida, dotada de propriedades organolépticas, obtida por síntese ou outro processo químico adequado, e que ainda não foi encontrada na natureza. Exemplo: etil vanilina. As substâncias integrantes da parte ativa, notadamente sintética, são efetivas em concentrações da ordem de ppm (partes por milhão). Veículos ou solventes são abso- lutamente necessários, de modo a facilitar a manipulação e utilização dos aromatizantes por parte de seus usuários, ou seja, pela indústria de alimentos. O tipo de solvente é determinado pela natureza dos componentes aromáticos, bem como pelo uso final a que se destina a composição. Os aromatizantes ou aromas são classificados, como já mencionado mais acima, em naturais ou sintéti- cos. Os aromas naturais são obtidos exclusivamente mediante métodos físicos, microbiológicos ou enzimáti- cos, a partir de matérias-primas aro- matizantes naturais. Entende-se por matérias-primas aromatizantes na- turais os produtos de origem animal ou vegetal normalmente utilizados na alimentação humana, que con- tenham substâncias odoríferas e/ou sápidas, seja em seu estado natural ou após um tratamento adequado (torrefação, cocção, fermentação, enriquecimento enzimático, etc.). Os aromas naturais incluem óle- os essenciais, extratos, bálsamos, oleoresinas e oleogomaresinas, e substâncias aromatizantes/aromas naturais isolados. Os óleos essenciais são produtos voláteis de origem vegetal obtidos por processo físico (destilação por arraste com vapor de água, destila- ção a pressão reduzida ou outro mé- todo adequado). Os óleos essenciais podem se apresentar isoladamente ou misturados entre si, retificados, desterpenados ou concentrados. Entende-se por retificados, os pro- dutos que tenham sido submetidos a processo de destilação fraciona- da para concentrar determinados componentes; por desterpenados, aqueles que tenham sido submetidos a processo de desterpenação; e, por concentrados, os que tenham sido parcialmente desterpenados. Os extratos são produtos obtidos por esgotamento a frio ou a quente de produtos de origem animal ou vegetal com solventes permitidos, que posteriormente podem ser eli- minados ou não. Os extratos devem conter os princípios sápidos aromá- ticos voláteis e fixos corresponden- tes ao respectivo produto natural. Podem se apresentar como extratos líquidos, obtidos sem a eliminação do solvente ou eliminando-o de for- ma parcial; e extratos secos, obtidos com a eliminação do solvente. São conhecidos comercialmente sob as denominações de concretos, quando procedem da extração de vegetais frescos; resinóides, quando proce- dem da extração de vegetais secos ou de bálsamos, oleoresinas ou oleogo- maresinas; e purificados absolutos, quando procedem de extratos secos por dissolução em etanol, esfriamen- to e filtração a frio, com eliminação posterior do etanol. Os bálsamos, oleoresinas e oleo- gomaresinas são produtos obtidos mediante a exudação livre ou pro- vocada de determinadas espécies vegetais; e as substâncias aroma- tizantes/aromas naturais isolados são substâncias quimicamente defi- nidas, obtidas por processos físicos, microbiológicos ou enzimáticos adequados, a partir de matérias- primas aromatizantes naturais ou de aromatizantes/aromas naturais. Os aromas sintéticos são compos- tos quimicamente definidos obtidos por processos químicos e incluem os aromas idênticos aos naturais e aromas artificiais. Os aromas idênticos aos naturais são as substâncias quimicamente definidas obtidas por síntese ou iso- ladas por processos químicos a partir de matérias-primas de origem ani- mal ou vegetal, que apresentam uma estrutura química idêntica à das substâncias presentes nas referidas matérias-primas naturais (processa- das ou não). Os sais de substâncias idênticas às naturais com os cátions: H+, Na+, K+, Ca++ e Fe+++ e ânions: Cl-, SO4--, C03-- se classi- ficam como aromatizantes/aromas idênticos aos naturais. Já os aromas artificiais são com- postos químicos obtidos por síntese, que ainda não tenham sido iden- tificados em produtos de origem animal ou vegetal utilizados por
  • 4. 31 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS suas propriedades aromáticas, em seu estado primário ou preparados para o consumo humano. Os aromas também podem apre- sentar-se misturados entre si, seja qual for o número de componentes e tipo de aromatizantes/aromas. O aroma resultante poderá ser natu- ral, quando derivar da mistura de aromatizantes/aromas naturais; idêntico ao natural, quando deri- var da mistura de aromatizantes/ aromas idênticos aos naturais com ou sem a adição de aromatizantes/ aromas naturais; e artificial, quando na mistura intervier aromatizante/ aroma artificial, com ou sem a par- ticipação de aromatizantes naturais ou idênticos aos naturais. Existem, ainda, os aromas de re- ação ou de transformação, que são produtos obtidos segundo as boas práticas de fabricação, por aqueci- mento a temperatura não superior à 180ºC, durante um período não superior a 15 minutos (podendo transcorrer períodos mais longos a temperaturas proporcionalmente inferiores). O pH não poderá ser superior a 8. São considerados naturais ou sin- téticos de acordo com a natureza de suas matérias-primas e/ou processos de elaboração. As matérias-primas habitualmente utilizadas na fabri- cação destes aromas de reação ou transformação incluem fontes de ni- trogênio protéico, ou seja, alimentos que contenham nitrogênio protéico (carnes, carnes de aves, ovos, pro- dutos lácteos, peixes, frutos do mar, cereais, produtos vegetais, frutas, le- veduras) e seus extratos; hidrolisados dos produtos acima citados, leveduras autolisadas, peptídeos, aminoácidos e/ou seus sais; fontes de carboidra- tos, incluindo alimentos contendo carboidratos (cereais, vegetais e frutas) e seus extratos, mono, di e polissacarídeos (açúcares, dextri- nas, amidos e gomas comestíveis) e hidrolisados dos produtos acima mencionados; fontes de lipídeos ou de ácidos graxos, como alimentos que contenham gorduras e óleos, gorduras e óleos comestíveis de origem animal e vegetal, gorduras e óleos hidrogenados, transesterifica- dos e/ou fracionados e hidrolisados dos produtos acima mencionados; e matérias-primas, como ervas, espe- ciarias e seus extratos, água, tiamina e seu cloridrato, ácido ascórbico e seus sais, ácido cítrico e seus sais, ácido lático e seus sais, ácido inosíni- co e seus sais, ácido guanílico e seus sais, inositol, sulfetos, hidrossulfetos e polissulfetos de sódio, potássio e amônio, lecitina, ácidos, bases e sais como reguladores do pH, ácido clorídrico e seus sais, ácido sulfúrico e seus sais, ácido fosfórico e seus sais, ácido acético e seus sais, ácido fumárico e seus sais, ácido succínico e seus sais, ácido málico e seus sais, ácido tartárico e seus sais, hidróxido de sódio, potássio, cálcio e amônio, e polimetilsiloxano como agente antiespumante (não intervém na reação). O Quadro 1 apresenta os tipos de aromas disponíveis e suas aplicações em alimentos. Os aromatizantes ou aromas po- dem apresentar-se na forma sólida (pó, granulados, tabletes), líquida (soluções, emulsões) e pastosa. Há diversos casos em que o uso de aromatizantes líquidos não é tecnicamente recomendável. Para um grande número de alimentos, notadamente produtos instantâ- neos, os aromatizantes devem ser apresentados na forma de pó seco e fluente. Existem basicamente dois pro- cessos para a preparação de aromas em pó: o de dispersão e o de atomiza- ção. A escolha entre eles será ditada pelo uso final a que se destinam, bem como pela natureza das matérias- primas utilizadas. Os aromas em dispersão (spray on) são preparados pela pulveri- zação de um aroma líquido sobre um veículo ou suporte comestível e inerte, envolvendo agitação me- cânica eficiente durante a fase de incorporação, seguida de passagem por peneiras, para quebrar possíveis aglomerados e garantir o tamanho de partículas desejado e imediata embalagem. Embora seja mais eco- nômico, esse processo apresenta inú- meras desvantagens, destacando-se entre elas o fato de que os princípios ativos concentram-se sobre a super- fície externa das partículas e ficam, portanto, expostos a perdas por eva- poração e degradação oxidativa. Os principais produtos comer- ciais preparados por esse processo são o açúcar-vanilina e as misturas de condimentos utilizadas pelas indústrias de embutidos cárneos e produtos expandidos de cereais (snacks). Entre os suportes mais utilizados destacam-se o amido, o açúcar, o sal e o glutamato monos- sódico. Se a dispersão apresenta tendência a aglomerar, podem ser utilizados agentes para controle de fluidez, como por exemplo, dióxido de silício, fosfato tricálcio e outros, devendo ser incorporados no estágio final da operação da mistura. Os aromas atomizados (spray dried) são preparados por passagem em secador atomizador de uma sus- pensão previamente homogeneizada contendo os princípios aromáticos, água e suporte. A suspensão é forçada na forma de gotículas em uma câmara de secagem contra uma corrente de ar quente; a água evapora-se instantaneamente e um pó fino (partícula de 10 a 200 micra) é coletado em um ciclone anexo. Os princípios aromáticos ficam suspen- sos em um suporte, protegidos de Os aromatizantes aumentam a aceitabilidade dos alimentos, melhorando o seu aroma; desde o século XIX são sintetizados numerosos aromatizantes químicos.
  • 5. 32 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS QUADRO 1 - TIPOS DE AROMAS E SUAS APLICAÇÕES Aditivo Alimentos em que podem ser adicionados Limite máximo g/100g – g/100ml Aroma artificial Creme vegetal. q.s.p. Gorduras para fins industriais. q.s.p. Iogurtes aromatizados. q.s.p. Leites aromatizados, leites gelificados aromatizados. q.s.p. Leites fermentados. q.s.p. Licores. q.s.p. Margarinas. q.s.p. Produtos de frutas, cereais, legumes e outros ingredientes para uso em iogurtes, queijos tipo petit suisse e similares. q.s.p. Aroma natural de fumaça (alimentos aos quais se deseja conferir sabor de defumado) Produtos de pescado defumado (somente nos tipos consagrados). 0,009 Queijos defumados (como reforço nos tipos consagrados). 0,009 Aroma natural, aroma idêntico ao natural Açúcar (somente aroma idêntico ao natural). q.s.p. Aguardentes compostas. q.s.p. Batidas. q.s.p. Bebidas alcoólicas mistas. q.s.p. Chás (preparações para infusões ou decocções). q.s.p. Conhaque. 1,0 Cooler. q.s.p. Creme vegetal. q.s.p. Frutas em conservas. q.s.p. Geléias e doces de frutas. q.s.p. Gorduras e compostos gordurosos. q.s.p. Iogurtes aromatizados. q.s.p. Leites aromatizados, leites gelificados aromatizados. q.s.p. Leites fermentados. q.s.p. Licores. q.s.p. Margarinas. q.s.p. Néctares de frutas (somente aromas naturais). q.s.p. Picles (somente aromas naturais). q.s.p. Produtos de frutas, cereais, legumes e outros ingredientes para uso em iogurtes, queijos tipo petit suisse e similares. q.s.p. Produtos derivados de soja. q.s.p. Queijos aromatizados e/ou condimentados. q.s.p. Sangria. q.s.p. Suco de frutas concentrado (somente aromas naturais). q.s.p. Suco de frutas reprocessado (somente aroma idêntico ao natural). q.s.p. Uísque. 1,0 Vinhos compostos. q.s.p. Etil-vanilina sintética (aroma imitação de baunilha) Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. 0,007 (base seca) Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. 0,007 no p.s.c. Extrato de baunilha Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. q.s.p. Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. q.s.p. Vanilina natural (aroma natural de baunilha) Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. 0,007 (base seca) Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. 0,007 no p.s.c. Vanilina sintética (aroma imitação de baunilha) Alimentos à base de cereais para alimentação infantil. 0,007 (base seca) Alimentos de transição para lactentes e crianças de primeira infância. 0,007 no p.s.c.
  • 6. 33 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS oxidação e evaporação, diz-se que es- tão encapsulados. A grande maioria dos aromas em pó comercializados atualmente é produzida por este processo. O suporte mais eficiente é a goma acácia (goma arábica), que no Brasil, por razões de custo, é substituída por maltodextrina. A biotecnologia dos aromas naturais Os microrganismos são freqüen- temente associados à falta de quali- dade ou à deterioração de alimentos. Entretanto, as biotecnologias de alimentos empíricas, praticadas há milênios, são as raízes da moderna tecnologia de alimentos e bebidas e produtos, como cerveja, vinho, vinagre, queijos, pães e vegetais fermentados, devem seu perfil de aroma típico a capacidade metabó- lica de numerosos microrganismos. Avanços recentes na biotecnologia de plantas e fungos, na tecnologia enzimática, na engenharia genética, no monitoramento de bioprocessos e nas técnicas de recuperação de produtos proporcionaram novas oportunidades em potencial para a biotecnologia de produção de aromas. O primeiro relato publicado sobre a capacidade de bactérias e fungos selecionados produzirem fragrância foi realizado por Ome- lianski, em 1923. Em seu trabalho, o autor destacou as leveduras como um dos grupos mais importantes de microrganismos que produz, em cultura, um forte aroma etéreo, de variada intensidade, que lembra o odor de frutas como morango, abacaxi, maçã, pêra e melão. Os gêneros Mycoderma, Pichia, Willia e Torula e outros isolados de uva, de grãos úmidos de cevada, de suco de abacaxi, de folhas de ruibarbo, de queijo e de kumis foram citados pelo autor como produtores de um agradável e complexo aroma de frutas. Omelianski realizou uma série de experimentos com micror- ganismos isolados do leite, do pão e de algumas frutas, onde variou a composição do meio de cultura e obteve, em diferentes substratos, o que chamou de aroma de morango, aroma de fruta impuro e aroma de queijo. A relação entre a fisiologia micro- biana e a produção de metabólitos com odor, entretanto, só veio a ser identificada em estudos realizados nos anos 50. A partir daí, um número significativo de trabalhos sobre com- postos aromatizantes produzidos por bactérias, fungos filamentosos e leveduras começou a ser publicado. As pesquisas foram inicialmente direcionadas à otimização da bios- síntese e à identificação de com- postos de aromas específicos. Uma primeira lista de compostos voláteis em alimentos compreendia umas poucas centenas de constituintes. Com o advento de modernos instru- mentos de análise, particularmente a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas, o nú- mero de compostos identificados aumentou significativamente e uma compilação recente apontou mais de 10.000 compostos. Tecnologias complementares contribuíram para a caracterização estrutural dos compostos aromatizan- tes, como os ésteres produzidos por Pseudomonas fragi, o aroma de coco detectadoemcultivosdeTrichoderma viride, Myocacia uda, Ischnoderma benzoinum, Trichoderma harzianum e de espécies do gênero Neuros- pora, o agradável aroma de maçã percebido no cultivo da levedura Dipodascus aggregatus, os vinte compostos voláteis, predominante- mente ésteres e terpenos, que foram identificados no meio de cultura de Trichothecium roseum, os monoter- penos citronelol, linalool e geraniol que foram produzidos no cultivo de Kluyveromyces lactis, o aroma de ananás intenso e agradável que foi produzido pela levedura Dipodascus magnusii, os monoterpenos com qualidade sensorial de leve aroma frutal produzido por duas linhagens de Ambrosiozyma monospora, e as notas frutais e florais produzidas por Hansenula anomala. O desenvolvimento de métodos biotecnológicos para a obtenção de aromas específicos pode se tornar bastante árduo porque a maior parte dos aromas naturais é o resultado da mistura de compostos que podem chegar a centenas. Produzidas em baixa concentração, essas misturas podem conter terpenos, aldeídos, ésteres, lactonas, álcoois superiores e outras moléculas complexas que resultam do metabolismo de fungos filamentosos e leveduras. O desafio de produzir compostos químicos do aroma por meio de biossíntese, entretanto, vem sendo vencido com entusiasmo pelas companhias produtoras, que apontam, como vantagens deste método, a produção de múltiplos componentes que con- tribuem para um perfil balanceado do aroma; a obtenção de novos efei- tos de aroma, com características únicas não obtidos com processos tradicionais; a obtenção de perfis de aroma que são considerados naturais pelos consumidores; e a potencialidade para a produção de volumes que atendam ao mercado internacional. Uma análise do custo- benefício da produção de aromas por microrganismos demonstrou que para compostos aromatizantes com A maioria dos aromas consumidos hoje é “idêntico ao natural”, como são classificados os aromas sintéticos que possuem as mesmas moléculas aromáticas dos naturais. A diferença entre um idêntico e um autêntico está no método de obtenção dessas moléculas.
  • 7. 34 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS valor de mercado a partir de US$ 200 por quilograma a rota microbiana torna-se econômica, enquanto, para aromas com preços inferiores a este valor a produção por biossíntese não é conveniente. Isto quer dizer que o valor de mercado do composto aromatizante e a elasticidade de seu preço irá tornar vantajosa ou não a biossíntese de um aroma. As leveduras e a produção de aromas As leveduras estão amplamente distribuídas na natureza, associa- das a diversos ecossistemas. Estão presentes no solo, na água, no ar e na superfície de insetos como, por exemplo, abelhas, besouros e moscas. Fazem parte, também, da microbiota da pele e do intestino de animais de sangue quente. Poucas espécies de leveduras são patogêni- cas para o ser humano, mas podem ser oportunistas causando doenças cuja gravidade dependerá da resis- tência do indivíduo. As plantas representam o habitat mais importante para uma grande variedade de leveduras. Néctares de flores, folhas e frutos são habitados por grande variedade de leveduras selvagens devido à elevada concen- tração de açúcares simples, baixo pH e intensa visitação de vetores. A casca íntegra dos frutos faz com que esses microrganismos permaneçam na superfície até que ocorram lesões e eles cheguem ao interior do fruto. Inicialmente, as folhas e os frutos imaturos são dominados por levedu- ras não fermentativas, disseminadas, na sua maioria, por correntes de ar. Estas comunidades são compostas, principalmente, por basidiomicetos dos gêneros Cryptococcus e Rho- dotorula e leveduras negras, como Aerobasidium pululans. Frutos ma- duros, especialmente os caídos no chão, são utilizados como alimento e local de ovoposição para numerosos insetos, que transferem leveduras do ambiente ao redor para os frutos. Nestas condições, os frutos passam a ser colonizados por ascomicetos que se multiplicam rapidamente e consomem os açúcares simples existentes nos frutos. Após alguns dias, os açúcares simples começam a se esgotar e são substituídos pelos produtos da fermentação e por molé- culas mais complexas. Em sucessões posteriores, produtos como o etanol e os ácidos orgânicos são utilizados pelas leveduras. Frutos nessas condi- ções possuem, freqüentemente, co- munidades dominadas por leveduras fermentativas e tornam-se, portanto, iscas naturais para o isolamento de leveduras selvagens. Espécies dos gê- neros Issatchenkia, Pichia, Candida e Kloeckera são comumente isoladas de frutos maduros em ambientes tropicais. O Brasil possui uma grande varie- dade de ecossistemas com diferentes populações de microrganismos já estudados. As florestas tropicais, incluindo a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica têm atraído a aten- ção internacional como as maiores fontes de biodiversidade. Dados preliminares têm demonstrado uma extensiva comunidade de leveduras associadas a Drosophila na porção da Mata Atlântica do Rio de Janeiro, em vinte diferentes frutos da Mata Atlântica de São Paulo, e no Amapá, fruto de árvore endêmica da Floresta Amazônica. A biodiversidade de leve- duras vem sendo verificada, também, em frutos de consumo usual, como morango, cacau, coco, maçã, manga, abacaxi, umbu, cajá, banana, goiaba e jaca. A uva é um caso especial. As interações ecológicas que ocorrem na uva, fonte primária de leveduras para o ambiente de vinicultura, vêm despertando grande interesse e, com isso, gerando vários estudos. Na superfície das uvas existem fungos filamentosos, bactérias e, princi- palmente, leveduras, das quais uma pequena porção participa da fermen- tação alcoólica que ocorre durante a elaboração do vinho. Uvas verdes apresentam a predo- minância de espécies dos gêneros Rhodotorula, Cryptococcus e Can- dida. A maior parte dessas espécies é isolada, também, de uvas maduras, mas, nesse estágio, espécies de leveduras apiculadas dos gêneros Hanseniaspora, Kloeckera, Metschni- kowia, Candida, Pichia, Rhodotorula e Kluyveromyces são predominantes. Lesões na superfície da uva aumen- tam a disponibilidade de nutrientes e encorajam o crescimento e a diver- sidade da população de leveduras. Uvas neste estado têm a incidência de Hanseniaspora, Kloeckera e Metschnikowia aumentada, assim como as espécies de Saccharomyces e Zygosaccharomyces. O conjunto dessas leveduras não-Saccharomyces - chamadas selvagens, indígenas ou autóctones – durante o esmagamento das uvas, é introduzido no mosto e conduz o primeiro estágio de fermenta- ção espontânea da elaboração do vinho. A qualidade do vinho está estreitamente relacionada com a presença dessas leveduras porque elas utilizam os constituintes da uva, principalmente os açúcares, produzindo compostos voláteis e não-voláteis como produtos finais que contribuem para o aroma e sa- bor característicos do vinho. A manipulação fisiológica, ou seja, a mudança das condições am- bientais e nutricionais do meio de cultivo vem permitindo conhecer a influência de diversos parâmetros sobre a qualidade e a quantidade da produção de compostos voláteis. Pela alteração de parâmetros ambientais - aeração, temperatura e pH - e nu- tricionais - composição do meio de cultura e modo de fornecimento do substrato – objetiva-se obter maiores quantidades de produtos de alto va- lor ou que atendam a preferência do consumidor por produtos naturais, tornando a área de biotecnologia de aromas uma importante área de pesquisa. Os aromas e a legislação Os aditivos são normatizados/re- gulamentados por diversas entidades em todo o mundo. Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), comitê da Nações Unidas que dá diretrizes sobre alimentação e agri- cultura, os aditivos são “substâncias
  • 9. 36 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS não nutritivas, com a finalidade de melhorar a aparência, sabor, textura e tempo de armazenamento”. No entanto, esse comitê esclarece que “em certos casos, as substâncias químicas incluídas para melhorar esta qualidade do produto, poderão elevar sua capacidade nutritiva”. Já segundo o órgão norte-americano Food Protection Comittee da National Academy of Science, eles são ”subs- tâncias ou misturas de substâncias, que não o produto alimentício em si, presentes nos alimentos, como resultado dos meios de produção, processamento, acondicionamento e armazenamento”. No Brasil, o uso de aditivos foi regulamentado pelo decreto n° 55.871 de 23 de março de 1965 e atualizado pelo decreto n° 63.526 de 4 de março de 1968. A especifi- cação e utilização dessas substâncias seguem as normas da FAO e da OMS, sendo controladas, no Brasil, pela ANVISA. Mesmo incorrendo no risco de sermos repetitivos, ressaltamos as definições e diretrizes da ANVISA quanto aos aromas em alimentos. A Resolução nº 104 de 14 de maio de 1999, define aromatizante ou aroma como a substância ou mistura pos- suidora de propriedades odoríferas e/ou sápidas, capaz de conferir e/ ou intensificar o aroma/sabor dos alimentos. Excluem-se desta defi- nição os produtos que apresentam apenas sabor doce, ácido ou salgado, e não podem ser consumidos em seu estado natural. Segundo a ANVISA, essa classe de aditivos é dividida em: Aromas naturais: obtidos ex- clusivamente por métodos físicos, microbiológicos ou enzimáticos, a partir de matérias-primas aromati- zantes naturais, as quais são pro- dutos de origem animal ou vegetal aceitáveis para consumo humano, que contenham substâncias odorífe- ras e/ou sápidas, seja em seu estado natural ou após um tratamento adequado, como torrefação, cocção, fermentação, enriquecimento, trata- mento enzimático ou outros. Aromas sintéticos: compostos quimicamente definidos obtidos por processos químicos, compreen- dendo os aromatizantes idênticos aos naturais e os aromatizantes artificiais. Os aromas idênticos aos naturais são as substâncias quimicamente de- finidas obtidas por síntese e aquelas isoladas por processos químicos a partir de matérias-primas de origem animal, vegetal ou microbiana que apresentam uma estrutura química idêntica às substâncias presentes nas referidas matérias-primas natu- rais (processadas ou não). Os aromas artificiais são os compostos químicos obtidos por síntese, que ainda não tenham sido identificados em produtos de ori- gem animal, vegetal ou microbiana, utilizados em seu estado primário ou preparados para o consumo humano. Misturas de aromatizantes: Os aromatizantes podem apresentar-se misturados entre si, seja qual for o número de componentes e tipo de aromatizantes. O aromatizante resultante será considerado: - Natural: quando derivar da mistura de aromatizantes/aromas naturais. - Idêntico ao natural: quando de- rivar da mistura de aromatizantes/ aromas idênticos aos naturais com ou sem a adição de aromatizantes/ aromas naturais. - Artificial: quando na mistura intervier aromatizante/aroma arti- ficial, com ou sem a participação de aromatizantes naturais ou idênticos aos naturais. Aromatizantes/aromas de reação ou de transformação: São produtos obtidos segundo as boas práticas de fabricação, por aquecimento a temperatura não superior a 180ºC, durante um período não superior a 15 minutos (podendo transcorrer períodos mais longos a temperaturas proporcionalmente inferiores). O pH não poderá ser superior a 8. São considerados naturais ou sintéticos de acordo com a natureza de suas matérias-primas e/ou processos de elaboração. Aromatizantes de fumaça: São preparações concentradas utilizadas para conferir aroma/sabor de defu- mado aos alimentos. O Quadro 2 apresenta os prin- cipais aromatizantes utilizados no Brasil. As substâncias utilizadas na elaboração dos aromatizantes ou aromas permitidas pela ANVISA incluem: Diluentes e suportes: são usa- dos para manter a uniformidade e diluição necessárias para facilitar a incorporação e dispersão de aro- mas concentrados nos produtos alimentícios. Alguns suportes po- dem ser utilizados para encapsular os aromatizantes com a finalidade de protegê-los da evaporação e de possíveis alterações durante seu armazenamento. Antioxidantes: são indispensá- veis para a proteção de certos óleos essenciais, especialmente os que contêm terpenos, assim como de outras substâncias aromáticas. Seqüestrantes: impedem a ação catalítica de determinados íons me- tálicos, protegendo o aromatizante da oxidação. QUADRO 2 - PRINCIPAIS AROMATIZANTES UTILIZADOS NO BRASIL Diacetila: biscoitos e produtos de confeitaria. Essências artificiais: balas, biscoitos, geléias, etc. Essências naturais: bombons, balas, biscoitos, geléias, etc. Extrato natural de fumaça: carnes, conservas de pescado, queijos, sopas, molhos, etc. Extrato vegetal aromático: biscoitos, gelatina, licores, refrigerantes, etc. Flavorizantes quimicamente definidos:aguardentes compostas,açúcar,refrigerantes,etc. Óleo fusel: bebidas não alcoólicas. Propenil guatenol: isoladamente ou em misturas com outros flavorizantes. Vanilina: margarina.
  • 10. 37 ADITIVOS&INGREDIENTES AROMAS Conservantes: são necessários para inibir o desenvolvimento mi- crobiano em determinados aro- matizantes, devendo levar-se em consideração o produto ao qual são destinados. Emulsificantes e estabilizantes: Facilitam a homogeneização dos aromas ou sua incorporação nos produtos alimentícios. Corretores de densidade: são utilizados para atingir a densidade pretendida de aromatizante. Óleo ve- getal bromado, exclusivamente para bebidas não alcoólicas, até 15mg/kg em produto terminado. Reguladores de acidez: são usa- dos em alguns aromatizantes para ajustar o seu pH. Antiumectantes/antiaglutinantes: são utilizados para manter, caso ne- cessário, a fluidez dos aromatizantes em pó. Corante: o uso de corante cara- melo é permitido para padronização da cor. Solventes de extração e processa- mento: são utilizados para obtenção de extratos naturais. A quantidade de solvente residual presente em um alimento está limitada a um máximo devido ao princípio ativo de transfe- rência de massa. Pode-se considerar o uso de aromas em três grupos principais, ou seja, onde o aroma faz o produ- to, como refrigerantes, sorvetes, gelatinas, refrescos em pó, etc., os quais não existiriam sem o uso de aromas; onde o aroma identifica o produto, como em refrigerantes, balas e pudins (estes produtos são diferenciados entre si por caracte- rísticas específicas dos aromas neles empregados); e onde o aroma com- plementa o produto, contribuindo para repor as substâncias voláteis que se perderam durante o proces- samento do produto. Os artigos 14, 15, 16 e 17 do Decreto-Lei nº 986/69 determinam a obrigatoriedade da indicação do uso de aroma na rotulagem dos alimentos que utilizem estas substâncias. Este Decreto prevê a indicação de aromas naturais e ar- tificiais. A Resolução RDC nº 2 de 15 de janeiro de 2007, que aprova o Regulamento Técnico sobre Aditivos Aromatizantes, classifica os aromas em duas categorias: os naturais e os sintéticos, cujas definições foram dadas mais acima. As informações que devem constar no rótulo dos alimentos que contêm aroma em sua formulação para conferir, reforçar ou reconstituir o sabor ou, ainda, conferir sabor não específico devem ser padronizadas, considerando-se em tais procedimentos a obriga- toriedade da indicação do uso de aroma na rotulagem dos alimentos que utilizem estas substâncias, con- forme determinam os artigos 14, 15, 16 e 17 do Decreto-Lei nº. 986/69; as classificações e definições cons- tantes na Resolução RDC nº 2 de 15 de janeiro de 2007, que aprova o Regulamento Técnico sobre Aditivos Aromatizantes; a demanda do setor produtivo sobre como indicar o uso de aromas nos rótulos dos produtos; e a necessidade de disponibilizar no rótulo dos alimentos a informação correta ao consumidor quanto à composição dos mesmos. Segundo a Gerência Geral de Alimentos (GGALI/ANVISA) a indi- cação do uso de aromas nos rótulos dos alimentos deve ser feita confor- me descrito no Quadro 3, a partir da finalidade do aroma no alimento. No caso de mistura de aromas, para indicação do aroma na rotula- gem do alimento deve ser seguida a orientação do item 2.4 da Resolução RDC nº 2/2007. Finalmente, no que tange a toxicidade dos aromatizantes con- vêm salientar que a mesma reside principalmente na quantidade em que estes são adicionados aos alimentos. Muitas vezes para se originar um aroma, é necessária a interação de centenas de com- postos químicos. Cada fabricante possui suas próprias composições e métodos de fabricação, o que dificulta a caracterização precisa e genérica de quais compostos pode- riam ser nocivos à saúde. Sabe-se que a quantidade de aroma empregada na formulação de um alimento é bastante pequena (inclusive chega a ser cerca de 100 vezes menor que um conservante). A restrição de uso, portanto, é geralmente vinculada a raros casos de alergias a tais compo- nentes e sua privação seria restrita a este grupo sensível, sem esquecer que o grau de pureza e o efeito não cumulativo no organismo também devem ser considerados. QUADRO 3 - INDICAÇÃO DO USO DE AROMAS NAS ROTULAGENS Finalidade do aroma no produto Classificação do aroma Designação ou Painel Principal Painel Principal Definir/conferir sabor a um alimento Natural Sabor Contém aromatizante Artificial Sabor artificial de Aromatizado artificialmente Idêntico ao natural Sabor Contém aromatizante sintético idêntico ao natural Reforçar ou reconstituir sabor de um alimento Natural Nome do produto Contém aromatizante Artificial Nome do produto Aromatizado artificialmente Idêntico ao natural Nome do produto Contém aromatizante sintético idêntico ao natural Conferir sabor não específico A indicação do uso de aroma deve constar na lista de ingredientes conforme determina o item 6.2.4 da Resolução RDC nº 259/2002.
  • 11. Tel.: +86 512 68081008 Contato: wuchen@aland.com.cn www.aland.com.cn Visite-nos na CPHI SOUTH AMERICA 2009, stand CC34 e na Hi South America Summit 2009, stand 20. As flutuações de preço da Vitamina C continuam perturbando seus negócios? A JSPC oferece tabletes de Vitamina C customizados para ajudá-lo a continuar sendo competitivo Primeira empresa no mundo com produção de Vitamina C totalmente integrada, oferecendo Vitamina C tanto como matéria-prima como produto final, em dosagens específicas Ácido ascórbico com certificado COS Processo de produção obedecendo as Boas Práticas de Fabricação (GMP Standard) Tabletes de Vitamina C Os melhores preços do mundo! Em diferentes formulações: Vitamina C com Rose Hips Vitamina C Pura Vitamina C Mastigável Vitamina C com Bioflavonóides Vitamina C Revestida Temos também disponível: Tabletes multivitamínicos Tabletes de glucosamina Tabletes de cálcio Tabletes de Vitaminas do Complexo B Fabricante Terceirizado de Tabletes