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CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
Curso de Ciências Econômicas
Economia Brasileira II
CONJUNTURA ECONÔMICA BRASILEIRA
Prof. Dr. José Caio Racy
André Machado - 31333834
Daniel Cuzzi - 31350992
Danilo Augusto - 31213677
Dayane Santana - 31171354
Felipe Teixeira - 30817005
Gustavo Lima - 31054994
Tarik Kallas - 41324927
Thiago Tadao - 31340512
SÃO PAULO
2016
Sumário
1. Introdução............................................................................................................................. 1
2. Referencial teórico................................................................................................................ 1
2.1. Escola Novo-Clássica ..................................................................................................... 1
2.2. Implicações Para a Análise de Conjuntura.................................................................... 4
3. Cenário Político Interno ........................................................................................................ 5
3.1. Quem é Quem? ............................................................................................................. 5
3.1.1. Câmara Dos Deputados Federais .......................................................................... 6
3.1.2. Senado Federal Do Brasil....................................................................................... 6
3.1.3. O Poder Executivo ................................................................................................. 7
3.2. Distribuição De Partidos................................................................................................ 7
3.3. Jogo De Forças PTxPMDB............................................................................................ 10
3.4. Popularidade Do Governo........................................................................................... 11
3.4.1. Eleições 2014....................................................................................................... 11
3.4.2. Popularidade Do Governo Dilma Rousseff.......................................................... 12
3.5. Impeachment e Governabilidade: Reformas Importantes ......................................... 14
3.6. Crises Na Política......................................................................................................... 15
3.6.1. Operação Lava Jato ............................................................................................. 15
3.6.2. Lula E O Ministério Da Casa Civil......................................................................... 16
4. Cenário Político Internacional............................................................................................. 17
4.1. Estados Unidos da América......................................................................................... 17
4.2. Argentina..................................................................................................................... 18
4.3. China............................................................................................................................ 19
4.4. União Europeia............................................................................................................ 20
4.5. Mercosul...................................................................................................................... 21
4.6. Economia do Petróleo................................................................................................. 22
5. Cenário Econômico Externo................................................................................................ 22
5.1. Cenário Econômico Global .......................................................................................... 22
5.2. Estados Unidos............................................................................................................ 25
5.3. Zona Do Euro............................................................................................................... 29
5.4. China............................................................................................................................ 33
5.5. Commodities ............................................................................................................... 36
5.5.1. Petróleo............................................................................................................... 36
5.5.2. Minério De Ferro................................................................................................. 36
5.5.3. Soja...................................................................................................................... 37
5.5.4. Café...................................................................................................................... 37
5.5.5. Suco de Laranja ................................................................................................... 38
5.5.6. Milho ................................................................................................................... 38
5.5.7. Algodão ............................................................................................................... 39
5.5.8. Açúcar.................................................................................................................. 39
6. Setor Externo....................................................................................................................... 40
6.1. Balanço De Pagamentos.............................................................................................. 40
6.1.1. Conta Corrente.................................................................................................... 40
6.1.2. Conta Capital e Financeira................................................................................... 62
6.2. Reservas Internacionais............................................................................................... 66
6.3. Taxas de Câmbio ......................................................................................................... 67
7. Políticas Econômicas e Inflação........................................................................................... 68
7.1. Política Fiscal ............................................................................................................... 70
7.1.1. Lei de Diretrizes Orçamentarias.......................................................................... 70
7.1.2. Resultado Primário.............................................................................................. 70
7.1.3. Receita do Governo Central ................................................................................ 75
7.1.4. Análise histórica das despesas primárias............................................................ 82
7.1.5. Endividamento .................................................................................................... 86
7.1.6. Ajuste Fiscal......................................................................................................... 95
7.1.7. Carga Tributária................................................................................................. 101
7.2. Política Monetária e Creditícia.................................................................................. 104
7.2.1. Instrumentos de Controle Monetário............................................................... 104
7.2.2. Taxa de Inadimplência....................................................................................... 107
7.2.3. Taxas de Captação............................................................................................. 108
7.2.4. Evolução do Crédito e do Spread...................................................................... 110
7.2.5. Endividamento das Famílias.............................................................................. 112
7.2.6. Oferta de crédito a setores ............................................................................... 113
7.2.7. BNDES................................................................................................................ 113
7.2.8. Agregados Monetários...................................................................................... 114
7.3. Inflação...................................................................................................................... 120
7.3.1. Regime de Metas............................................................................................... 120
7.3.2. Desagregação do IPCA....................................................................................... 122
7.3.3. Índice de Difusão............................................................................................... 127
7.3.4. Preços monitorados .......................................................................................... 128
7.3.5. Evolução dos Preços de Alimentos.................................................................... 131
7.3.6. Serviços.............................................................................................................. 132
7.3.7. Índice de Preços ao Produtor (IPP).................................................................... 133
7.3.8. Núcleos de Inflação ........................................................................................... 135
7.3.9. Perspectivas....................................................................................................... 139
8. Atividade Econômica......................................................................................................... 146
8.1. Consumo Das Famílias............................................................................................... 147
8.1.1. Comércio varejista............................................................................................. 148
8.1.2. Evoluções do Rendimento Médio ..................................................................... 149
8.1.3. Mercado de Trabalho........................................................................................ 150
8.1.4. Confiança do Consumidor................................................................................. 155
8.2. Investimentos............................................................................................................ 156
8.2.1. Confiança da Indústria....................................................................................... 157
8.2.2. Máquinas e Equipamentos................................................................................ 157
8.2.3. Produção de carros, caminhões e ônibus ......................................................... 158
8.2.4. BNDES e TJLP..................................................................................................... 159
8.3. Consumo do Governo ............................................................................................... 160
8.4. Setor Externo............................................................................................................. 162
8.4.1. Exportações....................................................................................................... 162
8.4.2. Importações ...................................................................................................... 164
8.4.3. Termos de troca ................................................................................................ 165
8.5. Oferta da Indústria.................................................................................................... 166
8.6. Serviços ..................................................................................................................... 174
8.6.1. Vendas no Varejo .............................................................................................. 176
8.6.2. Evolução do Emprego........................................................................................ 177
8.7. Hiato do Produto e PIB Potencial.............................................................................. 179
8.7.1. Investimento em infraestrutura........................................................................ 180
8.7.2. Fatores que explicam o baixo crescimento econômico do Brasil ..................... 182
9. Conclusão .......................................................................................................................... 183
9.1. Cenário Político Nacional .......................................................................................... 184
9.1.1. Balanço de Risco................................................................................................ 184
9.2. Cenário Político Internacional................................................................................... 185
9.2.1. Balanço de Risco................................................................................................ 185
9.3. Setor Externo e Cenário Econômico Global .............................................................. 185
9.3.1. Balanço de Risco................................................................................................ 187
9.4. Inflação, Política Monetária e Fiscal.......................................................................... 187
9.4.1. Balanço de Risco................................................................................................ 189
9.5. Atividade Econômica................................................................................................. 189
9.5.1. Balanço de Risco................................................................................................ 190
10. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 191
11. APÊNDICE A................................................................................................................... 199
1. Objetivos do Projeto ......................................................................................................... 201
1.1. Tema.......................................................................................................................... 201
1.2. Delimitação do tema................................................................................................. 201
1.3. Problema de Pesquisa............................................................................................... 201
1.4. Objetivo Geral ........................................................................................................... 201
1.5. Objetivos Específicos................................................................................................. 201
2. Hipótese ............................................................................................................................ 201
3. Justificativa........................................................................................................................ 201
4. Metodologia...................................................................................................................... 202
5. Referencial teórico............................................................................................................ 202
5.1. Escola Novo-Clássica ................................................................................................. 202
5.2. Implicações Para a Análise de Conjuntura................................................................ 205
6. Roteiro Provisório.............................................................................................................. 206
7. Referências bibliográficas ................................................................................................. 206
12. APÊNDICE B ......................................................................................................................... 207
Índice de Figuras
Figura 1: Distribuição das cadeiras no Senado Federal............................................................... 9
Figura 2: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 1º mandato ....................... 13
Figura 3: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 2º mandato ....................... 13
Figura 4: Taxa de variação do PIB global (12 meses)................................................................. 23
Figura 5: Taxa de inflação no mundo, ponderada por participação no PIB global (12 meses) 23
Figura 6: Taxa de desemprego no mundo (%)........................................................................... 25
Figura 7: Alvo da Fed Funds Rate (%)......................................................................................... 25
Figura 8: Juros dos títulos de 10 anos do governo americano (%)............................................ 27
Figura 9: Taxa de variação do PIB real dos EUA (% anual) ........................................................ 28
Figura 10: Taxa de desemprego nos EUA (%) ............................................................................ 28
Figura 11: Inflação acumulada em 12 meses nos EUA (%)........................................................ 29
Figura 12: Taxa de variação do PIB real da Zona do Euro (% anual)......................................... 30
Figura 13: Taxa de inflação na Zona do Euro (% acumulada em 12 meses) ............................. 30
Figura 14: Taxa de desemprego na Zona do Euro (%) ............................................................... 31
Figura 15: Taxa de juros de referência na Zona do Euro (%)..................................................... 31
Figura 16: Juros dos títulos de 10 anos da Alemanha (%)......................................................... 33
Figura 17: Taxa de variação anual do PIB real da China (%) ..................................................... 34
Figura 18: Taxa de inflação na China (% acumulado em 12 meses) ......................................... 34
Figura 19: Taxa de desemprego na China (%)............................................................................ 35
Figura 20: Taxa de juros de referência na China (%) ................................................................. 35
Figura 21: Cotação internacional do petróleo (USD)................................................................. 36
Figura 22: Cotação internacional do minério de ferro (USD).................................................... 37
Figura 23: Cotação internacional da soja (USD) ........................................................................ 37
Figura 24: Cotação internacional do café (USD)........................................................................ 38
Figura 25: Cotação internacional do suco de laranja (USD)...................................................... 38
Figura 26: Cotação internacional do milho (USD) ..................................................................... 39
Figura 27: Cotação internacional do algodão (USD).................................................................. 39
Figura 28: Cotação internacional do açúcar (USD).................................................................... 40
Figura 29: Saldo de Transações Correntes (em US$ milhões)................................................... 41
Figura 30: Necessidade de Financiamento Externo (US$ milhões)........................................... 41
Figura 31: Histórico do balanço comercial brasileiro – anual – US$ milhões........................... 42
Figura 32: Histórico do saldo da balança comercial – anual – US$ milhões............................. 43
Figura 33: Histórico do balanço comercial – mensal –US$ milhões.......................................... 43
Figura 34: Saldo comercial - FOB (em USD bilhões) e variação anual de exportações e
importações (em %).................................................................................................................... 44
Figura 35: Variação anual das exportações (em %)................................................................... 45
Figura 36: Variação anual nas importações (em %). ................................................................. 46
Figura 37: Exportações de commodities, por grupo (em USD bilhões) e variação anual (em %).
..................................................................................................................................................... 47
Figura 38: Exportações das principais commodities (em USD bilhões) e participação nas
exportações totais (em %).......................................................................................................... 48
Figura 39: Balança comercial de petróleo bruto, combustíveis e lubrificantes (em USD bilhões)
e variação anual (em %). ............................................................................................................ 48
Figura 40: Brasil - Produção diária de petróleo (em milhões de barris/dia). ........................... 49
Figura 41: Exportações de minério de ferro (em USD bilhões) e preço médio anual (USD/t). 50
Figura 42: Exportações de soja em grão (em USD bilhões) e preço médio anual (USD/t)....... 50
Figura 43: Commodity price index (FMI, base: 2005 = 100) e índice de preços das exportações
brasileiras (Funcex, base: 2006 = 100)....................................................................................... 51
Figura 44: Principais destinos das exportações (% do total exportado)................................... 52
Figura 45: Principais países de origem das importações (% do total exportado). ................... 52
Figura 46: Balança comercial com a Argentina (em USD bilhões). ........................................... 53
Figura 47: Variação anual das exportações para a Argentina (em %). ..................................... 54
Figura 48: Balança comercial com a China (USD bilhões). ........................................................ 55
Figura 49: Valor adicionado nas cadeias globais de valor - GVC (em %). ................................. 56
Figura 50: Participação do MERCOSUL no comércio global (em %).......................................... 57
Figura 51: Variação anual das importações dos principais itens de pauta, em 2015 (em %).. 58
Figura 52: Histórico do balanço de serviços – anual – US$ milhões ......................................... 59
Figura 53: Histórico do saldo do balanço de serviços – anual – US$ milhões .......................... 59
Figura 54: Histórico recente do saldo do balanço de serviços – mensal – US$........................ 60
Figura 55: Histórico do saldo do balanço de rendas – anual – US$ milhões ............................ 61
Figura 56: Histórico da conta de Renda de Investimento – anual – US$ milhões.................... 61
Figura 57: Histórico da Renda Secundária – anual – US$.......................................................... 62
Figura 58: Histórico da conta financeira – anual – US$ milhões............................................... 63
Figura 59: IED e IBD histórico – anual – US$ (milhões) ............................................................. 64
Figura 60: Investimentos em carteira (US$ milhões) ................................................................ 64
Figura 61: Investimento em Carteira desagregado (US$ milhões) ........................................... 65
Figura 62: Títulos de Renda Fixa (US$ milhões)......................................................................... 66
Figura 63: Histórico das Reservas Internacionais – anual – US$ (milhões) .............................. 66
Figura 64: Taxas de Câmbio nominais (dólar e euro) entre 2000 e 2016 ................................. 67
Figura 65: Índice de taxa de câmbio real baseado na taxa de Junho de 1994, entre 1988 e 2016
..................................................................................................................................................... 68
Figura 66: Evolução do Resultado primário do Governo Central (em milhões de R$) – Valores
correntes..................................................................................................................................... 71
Figura 67: Evolução do Resultado Nominal do Governo Central (em milhões de R$ - Valores
correntes).................................................................................................................................... 72
Figura 68: Resultado Primário anual do Governo Central (em milhões de R$ - Valores
correntes): 2011-2015 ................................................................................................................ 74
Figura 69: Resultado Primário anual do Governo Central (% PIB): 2011-2015 ........................ 74
Figura 70: Evolução das Receitas do Governo Central (em milhões de R$ – valores correntes)
..................................................................................................................................................... 76
Figura 71: Principais Arrecadações do Governo 2014............................................................... 78
Figura 72: Principais Arrecadações do Governo 2015............................................................... 78
Figura 73: Receita líquida em % do PIB do Governo Central anual: 2011-2015....................... 79
Figura 74: Evolução das despesas do Governo Central (em milhões de R$ - Valores correntes)
..................................................................................................................................................... 82
Figura 75: Principais Despesas do Governo em 2014................................................................ 84
Figura 76: Principais Despesas do Governo em 2015................................................................ 84
Figura 77: Despesas primárias em % do PIB do Governo Central anual: 2011-2015 ............... 85
Figura 78: Dívida Mobiliária Federal Interna (em Bilhões de Reais)......................................... 86
Figura 79: Prazo médio da DPMFi (anos)................................................................................... 87
Figura 80: Custo Médio Mensal da DPMFi (%a.a.) .................................................................... 87
Figura 81: Principais determinantes da DBGG em % do PIB..................................................... 93
Figura 82: Determinantes dos Créditos do governo geral em relação ao PIB (%).................... 94
Figura 83: Evolução da dívida pública em relação ao PIB com projeção para 2016 (%) .......... 95
Figura 84: Percentual de Tributos Diretos e Indiretos sobre a Renda.................................... 102
Figura 85: Depósitos compulsórios sobre Meios de pagamento – M2 (em%)....................... 106
Figura 86: Estrutura de vencimentos da DPMFi em poder do público (R$ bi) ....................... 107
Figura 87: Taxa de Inadimplência (90 dias) ............................................................................. 108
Figura 88: Taxa de Juros - Crédito a Pessoas Jurídicas ............................................................ 109
Figura 89: Taxa de Juros - Crédito a Pessoas Físicas................................................................ 109
Figura 90: Evolução do Crédito - Pessoas Jurídicas (R$ bilhões)............................................. 110
Figura 91: Evolução do Crédito - Pessoas Físicas (R$ bilhões) ................................................ 111
Figura 92: Spread bancário das Operações de Crédito ........................................................... 112
Figura 93: Endividamento das Famílias (em % da renda) ....................................................... 113
Figura 94: Porcentagem Relativa de Captação: Setores ......................................................... 113
Figura 95: Crédito com recursos do BNDES - PJ....................................................................... 114
Figura 96: M0 – Base Monetária em relação ao PIB (%) ......................................................... 115
Figura 97: Variação da base monetária (% acumulado em 12 meses) ................................... 116
Figura 98: M1 em relação ao PIB (%) ....................................................................................... 116
Figura 99: variação acumulada em 12 meses (%).................................................................... 117
Figura 100: M2 em relação ao PIB (%) ..................................................................................... 117
Figura 101: M2 – variação acumulada em 12 meses (%) ........................................................ 118
Figura 102: M3 em relação ao PIB (%) ..................................................................................... 118
Figura 103: M3 – variação acumulada em 12 meses (%) ........................................................ 119
Figura 104: M4 em relação ao PIB (%) ..................................................................................... 119
Figura 105: M4 – variação acumulada em 12 meses (%) ........................................................ 120
Figura 106: IPCA x Regime de Metas ....................................................................................... 121
Figura 107: IPCA em 12 meses ................................................................................................. 121
Figura 108: Alimentação e bebidas – inflação acumulada em 12 meses (%) ......................... 122
Figura 109: Transportes – inflação acumulada em 12 meses (%)........................................... 123
Figura 110: Habitação – inflação acumulada em 12 meses (%).............................................. 123
Figura 111: Saúde e cuidados pessoais – inflação acumulada em 12 meses (%) ................... 124
Figura 112: Despesas Pessoais – inflação acumulada em 12 meses (%)................................. 125
Figura 113: Vestuário – inflação acumulada em 12 meses (%)............................................... 125
Figura 114: Educação – inflação acumulada em 12 meses (%) ............................................... 126
Figura 115: Artigos de residência – inflação acumulada em 12 meses (%) ............................ 126
Figura 116: Comunicações – inflação acumulada em 12 meses (%)....................................... 127
Figura 117: Índice de Difusão................................................................................................... 128
Figura 118: Desagregação do IPCA........................................................................................... 129
Figura 119: IPCA x Preços Monitorados (12 meses)................................................................ 130
Figura 120: IPCA mensal de Combustíveis e Energia Elétrica ................................................. 130
Figura 121: IPCA - Alimentos no domicílio............................................................................... 131
Figura 122: Inflação mensal de Alimentos In Natura .............................................................. 132
Figura 123: IPCA - Serviços ....................................................................................................... 133
Figura 124: Serviços (acumulado em 12 meses)...................................................................... 133
Figura 125: IPP - Indústria Geral............................................................................................... 134
Figura 126: IPP acumulado em 12 meses (%) .......................................................................... 135
Figura 127: IPCA x IPCA-EX (mensal)........................................................................................ 136
Figura 128: IPCA x IPCA-MS (mensal)....................................................................................... 137
Figura 129: IPCA x IPCA-DP (Mensal)....................................................................................... 138
Figura 130: IGP-M – variação acumulada em 12 meses (%) ................................................... 138
Figura 131: Taxa básica de juros SELIC (em % a.a) .................................................................. 142
Figura 132: Mediana das previsões de mercado para o IPCA (% a.a)..................................... 143
Figura 133: Inflação implícita (em % a.a)................................................................................. 144
Figura 134: Evolução do swap real de 360 dias (% a.a)........................................................... 145
Figura 135: Taxa SELIC e TJLP (% a.a)....................................................................................... 146
Figura 136: Consumo das Famílias - Trimestral....................................................................... 147
Figura 137: Índice de volume de varejo mensal em 2015....................................................... 149
Figura 138: Rendimento Médio Real das Famílias .................................................................. 149
Figura 139: Pessoas Ocupadas ................................................................................................. 151
Figura 140: População Desocupada......................................................................................... 152
Figura 141: População Economicamente Ativa - em mil pessoas........................................... 152
Figura 142: Taxa de Desemprego (%)....................................................................................... 153
Figura 143: População em Idade Ativa - Em mil pessoas ........................................................ 154
Figura 144: Taxa de Atividade (%)............................................................................................ 154
Figura 145: Índice de Confiança do Consumidor..................................................................... 155
Figura 146: Evolução do consumo do governo - apuração trimestral.................................... 161
Figura 147: Exportações brasileiras em US$ (FOB).................................................................. 163
Figura 148: Importação em comparação ao PIB...................................................................... 165
Figura 149: Saldo da Balança Comercial (em US$) .................................................................. 166
Figura 150: ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial (em pontos)....................... 167
Figura 151: Utilização da Capacidade Industrial (em %) ......................................................... 168
Figura 152: Nível de Emprego na Indústria (2006 = 100) ........................................................ 168
Figura 153: Nível de Vendas da Indústria (2006 = 100)........................................................... 169
Figura 154: Nível Real dos Salários na Indústria (2006 = 100) ................................................ 169
Figura 155: Nível da Quantidade de Horas Trabalhadas na Indústria (2006 = 100)............... 170
Figura 156: Índice de Produção Industrial (em pontos).......................................................... 170
Figura 157: Variação do PIB da indústria (% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior)
................................................................................................................................................... 171
Figura 158: Variação da produção industrial extrativa (% acumulado em 12 meses)........... 171
Figura 159: Exportação de produtos manufaturados (em kg) ................................................ 172
Figura 160: Importação de máquinas para a indústria (em kg).............................................. 172
Figura 161: Nível do PIB da indústria de construção (1995 = 100) ......................................... 173
Figura 162: Produção de veículos ............................................................................................ 173
Figura 163: Valor adicionado bruto dos serviços – Variação (%) em volume – Taxa trimestral
................................................................................................................................................... 175
Figura 164: Valor adicionado bruto dos serviços versus movimentação do PIB – Variação (%)
em volume – Taxa trimestral ................................................................................................... 176
Figura 165: Variação das vendas do varejo – Índice base fixa 100 (2011) – Mensal.............. 177
Figura 166: Hiato do produto (em %) e PIB potencial vs PIB efetivo (base 1995 = 100)........ 180
Figura 167: Brasil: investimento em infraestrutura (em % do PIB) ........................................ 181
Figura 168: Infraestrutura: ranking de competitividade (notas de 01 a 07) .......................... 181
Figura 169: BNDES: investimentos em infraestrutura contratados (em milhões de reais) e
variação anual (em %) .............................................................................................................. 182
Figura 170: Fatores que explicam o baixo crescimento econômico do Brasil........................ 182
Índice de Tabelas
Tabela 1: Atual distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados........................................ 7
Tabela 2: Inflação e taxas de juros para diversos países........................................................... 24
Tabela 3: Probabilidades implícitas do mercado para as taxas de juros dos EUA ................... 26
Tabela 4: Probabilidades implícitas do mercado para as taxas de juros da Zona do Euro...... 32
Tabela 5 – Pauta de exportações (em USD bilhões e em % do total exportado)..................... 46
Tabela 6 - Resultado Primário do Governo Central – Anual: 2011-2015. Valores correntes e %
do PIB.......................................................................................................................................... 73
Tabela 7 - Receitas Primárias do Governo Central – mensal – Janeiro e dezembro de 2015/
Janeiro de 2016 - Em milhões de R$ - Valores correntes .......................................................... 75
Tabela 8 - Receitas primárias do Governo Central – Anual: 2011-2015. Valores correntes e
variação percentual do PIB ........................................................................................................ 77
Tabela 9 - Despesas primárias do Governo Central – mensal – Janeiro e dezembro de 2015/
Janeiro de 2016 - Em milhões de R$ - Valores correntes .......................................................... 81
Tabela 10 - Despesas primárias do Governo Central – Anual: 2011-2015. Valores correntes e
variação percentual do PIB ........................................................................................................ 83
Tabela 11: Composição da DPMFI.............................................................................................. 88
Tabela 12: Dívida bruta do governo geral ................................................................................. 90
Tabela 13: Dívida Líquida e Bruta do Governo Geral (em R$ Milhões) .................................... 92
Tabela 14: Arrecadação das receitas administradas pela RFB................................................ 102
Tabela 15: Tributos, beneficiários e descrição dos tributos diretos e indiretos no Brasil. .... 103
Tabela 16: Crédito a PF e PJ (em % PIB):.................................................................................. 111
Tabela 17: IPCA e seus componentes ...................................................................................... 122
Tabela 18: Inflação dos preços de habitação (em %) .............................................................. 129
Tabela 19: Comportamento recente do IPP ............................................................................ 134
Tabela 20................................................................................................................................... 139
Tabela 21: Variação do consumo das famílias entre 2014 e 2015 observado e dessazonalizado
................................................................................................................................................... 148
Tabela 22: Índice de volume de vendas no varejo dessazonalizado ...................................... 148
Tabela 23: Rendimento Médio Real das Famílias.................................................................... 150
Tabela 24: PME ......................................................................................................................... 155
Tabela 25: Variação percentual trimestral de 2014 a 2015 .................................................... 161
Tabela 26: Evolução do emprego por nível geográfico, segundo setor de atividade econômica.
................................................................................................................................................... 178
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1. Introdução
Uma análise de conjuntura, é um trabalho retrospectivo e prospectivo, com o objetivo de
explicar o atual cenário político e econômico de um país, mostrando as relações de causa
e efeito com relação as variáveis macroeconômicas e/ou políticas, para que assim, possam
ser feitas projeções, e, ao final, considerações sobre o que pode impactar de forma
significativa as projeções, com o balanço de risco.
Neste trabalho, incluímos uma análise crítica sobre a condução da política econômica, e
buscamos inferir se o Banco Central será capaz de retomar o controle da inflação, pelo
menos ao ponto de que seja possível, ao final de 2016, a mesma estar no teto da meta
estipulada, ou seja, no máximo em 6,5%. Desta forma analisaremos todos os fatores
relevantes para sustentar a hipótese de que não será possível ter, ao final de 2016, a
inflação abaixo ou igual a 6,5%.
Para nos auxiliar neste trabalho, faremos uso do referencial teórico novo-clássico,
trazendo maior embasamento teórico nos argumentos propostos, que será examinado na
próxima seção.
Os alicerces com os quais nosso trabalho é fundamentado são o de controle da inflação,
e ajuste fiscal. Ambos são empecilhos para qualquer objetivo de crescimento e
desenvolvimento sustentável no longo prazo e, portanto, caracterizam de forma
significativa o atual panorama conjuntural brasileiro, tanto o problema inflacionário como
o desequilíbrio fiscal, precisam ser discutidos e serão melhor desenvolvidos em suas
respectivas seções.
Iniciamos o trabalho de conjuntura com uma análise do cenário político interno trazendo
a discussão da atual crise política no Brasil, para que então pudesse ser tratado o cenário
político internacional, o cenário econômico internacional e suas possíveis implicações
para o Brasil.
Com essas avalições feitas, passamos a analisar a situações macroeconômica em si,
iniciando com a relação do Brasil com o exterior, no cenário externo e a política cambial,
as políticas fiscal e monetária, para então fazermos a análise da inflação, principal foco
de nossa análise.
Ao final foram feitas conclusões e projeções sobre cada tópico específico, um balanço de
riscos para que sejam incluídas possibilidades relativamente improváveis, mas que
precisam ser levadas em consideração, e por último, uma conclusão sobre a hipótese, ou
seja, se o Banco Central realmente não conseguirá trazer a inflação para abaixo ou igual
a 6,5%.
2. Referencial teórico
2.1.Escola Novo-Clássica
2
A escola novo-clássica, como todas do mainstream fazem o uso do individualismo
metodológico como meio para a análise. Através de um agente representativo são feitas
as proposições e suas consequências são analisadas e testadas em busca de evidencia. As
premissas fundamentais da escola novo-clássica são que os agentes são racionais. No
sentido microeconômico, o consumidor maximiza sua utilidade dada sua preferência e
renda, e empresas maximizam lucro sob restrição de custos. No sentido macroeconômico
os agentes possuem expectativas que se baseiam nas informações passadas e nas
informações presentes.
Em termos do consumidor a racionalidade acaba sendo, na realidade, consequência de
dois pressupostos: a completude, ideia que os agentes são capazes de diferenciar dois bens
(ou situações), desejando um ao outro ou sendo indiferente entre eles; e a transitividade,
implicando que a escolha seja coerente. Existem outros pressupostos da microeconomia
neoclássica, mas são desejáveis em termos de modelagem, e não necessários para
racionalidade.
Uma consequência dessa hipótese, que parte da microeconomia, é que com consumidor
e produtor maximizando utilidade e lucro, a economia estará sempre tendendo ao
equilíbrio, tanto em um mercado especifico, quanto entre todos os mercados. Ou seja, o
mercado possui um mecanismo de auto regulação, chamado de Equilíbrio Geral. Deixar
os agentes livres é a melhor forma de alocar os recursos, mas isso não impõe papel nulo
ao governo, existe uma justificativa para a atuação governamental, sendo como regulador
ou provedor, que são chamadas falhas de mercado. Estas falhas são quando o custo
marginal social é menor que o benefício marginal social, tornando-se desejável uma
intervenção. Falhas de mercado são: poder de mercado, bens públicos, externalidades e
assimetria de informação.
Resulta do Equilíbrio Geral, uma crítica feita às intervenções do governo que não sejam
motivadas por falhas de mercado. Esta crítica é que essas intervenções distorcem os
preços relativos e induzem a situações que não são ótimas do ponto de vista de mercado,
ou seja, são ineficientes.
Neste trabalho é adotado a hipótese fraca de expectativas racionais, trazendo a ideia de
que o agente faz escolhas da melhor forma possível com as informações presentes e
passadas, diferentemente da hipótese forte que defende que os agentes se comportam
como se tivessem modelos macroeconômicos guiando suas escolhas adivinhando com
muita precisão o futuro, com exceção das situações em que não tenham capacidade de
prever, ou seja, quando forem “enganados” por políticas econômicas. Em suma, sempre
que for citado expectativas racionais neste trabalho é com relação a hipótese fraca.
Como consequência da hipótese de expectativas racionais em termos de política
econômica é que as políticas do governo só têm possibilidade de ter efeito real na
economia, se os agentes forem pegos de surpresa, caso contrário efeito real seria nulo (no
curtíssimo prazo é possível ter algum efeito porque os contratos trazem alguma lentidão
aos reajustes, mas com os reajustes as políticas perdem o efeito, ou seja existe uma certa
rigidez nos preços). Dessa forma, caso o governo aumente a oferta de moeda, a demanda
irá aumentar, passa a existir uma maior expectativa de inflação, assim os agentes nos
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próximos reajustes de preços incluirão informações passadas, como por exemplo essa
inflação passada, acrescentando sua expectativa de inflação futura por causa da política
monetária. Com a hipótese de expectativas racionais, os agentes vão reajustar, mas não
necessariamente irão saber a priori a inflação futura, podem errar para cima ou para
baixo, mas o efeito desta política expansionista será próximo de nulo nas variáveis reais.
Para a escola novo-clássica, as variáveis são ergódicas. Em economia ergodicidade
significa que as variáveis possuem uma distribuição probabilística, sendo possível assim,
ao menos saber com precisão o cenário futuro, podendo fazer uso de estatística e da
econometria para inferir em qual a situação das variáveis nos períodos seguintes e fazer
melhores escolhas. Assim sendo mesmo sem saber exatamente o PIB do próximo ano, o
cenário de tendência do PIB é certamente possível de ser feito.
Desta forma a escola novo-clássica critica a escola keynesiana e pós-keynesiana, que
defendem que as variáveis são impossíveis de serem previstas, e que a economia é levada
pela incerteza: conhecida como “incerteza keynesiana”. Para essas escolas as variáveis
são não-ergódicas. Além disso também critica a ação de estimulo a demanda agregada
apoiada pelos keynesianos como políticas anticíclicas do governo porque os agentes,
dotados de expectativas racionais irão reagir de forma a anular a medida do governo. Se
o Governo em um momento de baixo crescimento econômico decide aumentar os gastos
para estimular a demanda agregada, existem duas formas de financiamento: através de
impostos ou incorrendo em dívida. Se for através de impostos, o governo está diminuindo
a renda dos consumidores e das empresas, para consumir ou investir. O efeito gerado em
termos de PIB real dessa política é menor ou igual do que se os agentes estivessem livres
tomarem sua própria decisão, porque os gastos e investimentos do governo são
ineficientes e o mercado, pelo contrário, como dito anteriormente aloca da melhor forma
possível os recursos. Se o financiamento for através de endividamento, acarretaria em um
aumento da taxa de juros e os agentes saberiam que em um momento futuro os impostos
seriam aumentados para que esta dívida seja paga. Então, há uma redução do consumo e
do investimento. Além disso o aumento dos gastos por si só já exerce um aumento da
demanda que exerce pressão sobre os preços e aumenta a taxa de juros expulsando o
investimento privado, efeito conhecido como crowding-out, então existem vários fatores
que fariam com que a medida seria próxima de nula, caso os agentes não sejam
surpreendidos.
A oferta agregada é compreendida como inelástica no curto prazo, isso implica que
qualquer situação de desajuste, um choque na economia, tenha que ser controlado a partir
de políticas que partam do ponto de vista da demanda. Assim, mesmo um choque exógeno
de oferta deve ser ajustado pelo lado da demanda, dado que qualquer incentivo para a
retomada da oferta, ocorreria apenas no longo prazo.
Com relação ao comércio externo a visão que norteia a escola novo-clássica está
fortemente baseada na teoria das vantagens comparativas de David Ricardo. A ideia é que
todas as economias são melhores na produção de algum bem comparativamente as outras,
e nessas atividades, ou setores, são os que a economia deve se especializar. A
especialização traz maior produção absoluta, e o comercio redistribui a produção
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deixando todos os países em situação melhor do que se quisessem tentar produzir tudo.
Desta forma, não é benéfico para os brasileiros uma decisão governamental de fechar o
país para o comercio internacional. Os consumidores terão de comprar produtos caros e
de baixa qualidade aqui, sendo que poderia ter acesso a um bem de melhor qualidade e
preço menor com a importação. Existe no debate macroeconômico entre os economistas
que seguem essa escola que quando um país está em desenvolvimento, tende a ter os
termos de troca desfavoráveis, sem perspectiva de mudança. Mas é consenso que mesmo
considerando alguma proteção para estimular a produção nacional, em um momento
posterior a abertura é necessária para estimular a produtividade, forçar investimentos das
empresas nacionais e abaixar os preços, e dessa forma melhorar o bem-estar social.
O crescimento econômico de longo prazo é dado pelo modelo de Solow. O modelo de
Solow explica o crescimento do produto no tempo, em função do estoque de capital no
tempo, quantidade de trabalho no tempo e do conhecimento tecnológico no tempo, este
último também pode ser compreendido como um acréscimo de produtividade na
economia. Apesar de chegar à conclusão de que o equilíbrio de longo prazo é único e
independe do ponto de partida, cabe introduzir outra premissa da escola novo-clássica, a
poupança como geradora do investimento, dessa forma para um nível sustentável de
crescimento no longo prazo, é desejável um nível alto de poupança para que o
investimento seja estimulado e o crescimento ocorra de forma mais estável.
Com relação ao emprego, outra implicação do Equilíbrio Geral, é que existe uma taxa
natural de desemprego, na qual todo trabalhador estaria empregado caso aceitasse o
salário de mercado, ou seja, o desemprego, termo atribuído a quem procura emprego e
não consegue, e não simplesmente a quem não trabalha, seria friccional. Mas algumas
políticas praticadas pelo Governo, mesmo que visando o aumento do bem-estar dos
trabalhadores, como a política de salário mínimo, acaba beneficiando quem se mantém
empregado, com salários maiores, e prejudicando quem acaba sendo excluído, passando
a ter maiores dificuldades para se empregar.
Todos os tipos de intervenção governamental considerados aqui estão sob uma premissa
de boa intenção do Estado. A crítica feita é sob a consideração de que as políticas
discricionárias do Governo são motivadas pela crença de que haveria uma melhora na
economia, de que a escolha na arbitragem é baseada em algum método objetivo de análise
com pura intenção de melhora na economia (tais efeitos, que seriam nulos ou negativos,
já foram expostos acima). Apesar disso existem várias áreas de pesquisa como Rent-
seeking (Rentismo) e Public Choice (Teoria da Escolha Pública), que levam em
consideração uma parte oculta da teoria econômica. A primeira mostra como o Estado é
cooptado, para interesses de grupos específicos, que buscam alta renda sem ou com baixo
risco; e a segunda, mostra que da mesma forma que existem falhas de mercado, existem
falhas de Governo. Quanto maior for o Estado, maior é o espaço para que estas falhas do
aparelho estatal ganhem peso significativo, capaz de fazer com que uma economia com
muito potencial, como a brasileira, fique à espera de que esses mesmos grupos façam as
reformas que são necessárias.
2.2. Implicações Para a Análise de Conjuntura
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Uma vez estabelecidos todos esses pontos, a sugestão de política monetária é seguir as
metas de inflação definindo números factíveis para que os agentes adquiram maior
confiança nas autoridades monetárias. Uma discussão que sempre está no centro do
debate é a independência do Banco Central. E do ponto de vista do sucesso do controle
monetário a independência é desejável, porque a autonomia operacional está se
mostrando insuficiente para atingir as metas. A sugestão de política fiscal é enxugar os
gastos e obter no mínimo superávit primário, para que possam ser pagos juros da dívida
e também, tal como na política monetária, diminuir as especulações sobre a condição
financeira do governo, especulação essa que faz com que os juros negociados sejam
maiores. As despesas obrigatórias legais, que serão abordadas na seção devida, podem
diminuir dependendo da capacidade do governo de aprovar medidas, e essas
possibilidades serão avaliadas, mas o ajuste fiscal é necessário, porque a tendência do
aumento dos gastos obrigatórios é crescente e maior que as perspectivas de arrecadação.
Estas são as bases da avaliação conjuntural que será feita.
3. Cenário Político Interno
O cenário político no Brasil se mantem rachado desde a reeleição de Dilma Rousseff para
o seu segundo mandato, levando em conta que o modo de governo adotado pelo partido
da presidente é o modelo de coalizão, modelo esse que só funciona de maneira satisfatória
quando a coalizão formada pelo governo e base aliada obtém a vitória tanto nas eleições
para o executivo como para o legislativo. O partido hegemônico que coordena a coalizão
no executivo deve vencer as eleições legislativas de forma a reproduzir a coalizão de
governo também no legislativo, e é imprescindível que a coalizão controle o executivo
para que possa formar maioria absoluta no legislativo a fim de defender a agenda do
governo e definir a pauta de votação, fator determinante para manter sob controle a
governabilidade do país.
Além disso, o presidencialismo de coalizão baseia-se na formação de uma base do
governo com vários partidos que controlam ministérios, cargos e verbas em troca de apoio
ao governo no legislativo. Na tentativa de manter-se relevante, o governo PT distribuiu
cadeiras em diversos ministérios de forma a garantir a formação de uma base aliada
sólida, além de ter se aliado a partidos historicamente classificados como centro-direita
ou direita, mostrando nesse ponto que já havia perdido sua principal característica, que
era ser o baluarte de uma esquerda forte, rendendo-se aos interesses da “elite” que tanto
criticou em nome da governabilidade.
3.1.Quem é Quem?
Dentro desse cenário de formação de um governo de coalizão, três peças são chaves para
se estabelecer uma condição de plena governabilidade para o governo federal: as figuras
do Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado e o Presidente eleito.
Havendo alinhamento do executivo com o Congresso e o Senado, a agenda proposta pelos
parlamentares segue as demandas requeridas pelo executivo, tornando a atividade do
executivo mais fácil e fluida.
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3.1.1. Câmara Dos Deputados Federais
O Presidente da Câmara dos Deputados é um deputado eleito entre os parlamentares para,
principalmente, exercer a função de supervisor das atividades da casa sendo de sua
responsabilidade definir a pauta a ser votada em cada uma das sessões da câmara, além
de acumular outras responsabilidades. É o segundo na ordem de sucessão presidencial,
vindo logo após o vice-presidente, além de integrar o Conselho da República e o Conselho
de Defesa Nacional. Eleito em primeiro de fevereiro de 2015, Eduardo Cunha é o atual
presidente da câmara, e derrotou Arlindo Chinaglia do PT ainda no primeiro turno
obtendo voto da maioria absoluta dos deputados.
À época de sua eleição, Cunha disse que essa situação não prejudicaria a governabilidade
do governo Dilma, declarando que “O governo tem direito à governabilidade, e o fato de
colocarmos em pauta matérias que são anseio da Casa não significa que estaremos indo
contra essa governabilidade”. Essa declaração pode ser tomada como uma prévia do que
seria o mandato de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, onde vem impondo grande
dificuldade à manutenção da dita governabilidade ao estar sempre em confronto com as
demandas que o Executivo deseja votar. Eduardo Cunha vem sendo investigado pelo
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, acusado de quebra do decoro parlamentar e
ocultação de contas bancárias no exterior, todavia a acusação de recebimento de propina
foi retirada do parecer, o que pode vir a abrandar sua pena, talvez o livrando da cassação.
3.1.2. Senado Federal Do Brasil
O Presidente do Senado é eleito pelos senadores por meio de voto secreto, bastando
atender ao critério de obter maioria simples. O eleito, além de presidir o Senado Federal,
torna-se Presidente do Congresso Nacional, sendo este formado por duas casas, o Senado
e a Câmara dos Deputados. O Presidente da Câmara dos Deputados passa a integrar a
linha sucessória à presidência, sendo o terceiro, logo após o vice-presidente. Em seguida,
quem assume é o presidente do Senado. Renan Calheiros do PMDB é hoje o presidente
eleito do Senado, com o mandato previsto de dois anos deverá exercer a função até
fevereiro de 2017 quando haverá nova eleição. Responsável por definir a lista dos projetos
que irão para votação em plenário, tem total controle sobre a agenda do Senado Federal,
além de ser responsável pelo encaminhamento das conclusões das CPI aos órgãos
competentes, também faz parte do Conselho da República e do Conselho de Defesa
Nacional.
Na atual conjuntura o alinhamento entre os interesses das duas casas, tornou o Executivo
bastante dependente de sua relação com o PMDB. A bancada Governista apesar de ser a
maior não compõe maioria absoluta sendo assim incapaz de aprovar qualquer projeto sem
que tenha apoio dos partidos independentes, situação semelhante enfrenta a Oposição. O
PMDB apesar de ser o partido do vice-presidente se declara independente no cenário
político atual, apoiando tanto situação quanto oposição, de acordo com o seu interesse
momentâneo. Recentemente o partido que comanda o Congresso Nacional se mostrou
bastante inclinado em manobrar as agendas em benefício próprio, isolando a presidente
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Dilma, tornando especialmente difícil sua reação frente ao clamor pela sua saída que ecoa
desde o início de seu segundo mandato.
3.1.3. O Poder Executivo
Escolhido pelo povo, através do voto direto como representante do Poder Executivo para
um mandato de quatro anos, o Presidente da República exerce as funções de chefe de
estado, chefe de governo e chefe da Administração Pública. No formato atual o Executivo
trabalha em conjunto com Legislativo e Judiciário, formando o que se chama de Os Três
Poderes. Dentre suas diversas atribuições, algumas se destacam, como a nomeação dos
ministros de Estado e também o seu papel no veto, sanção ou promulgação dos projetos
de lei votados pelo Congresso Nacional. A única ferramenta que permite ao Presidente
da República legislar de maneira independente é a Medida Provisória, que tem força
imediata de lei independendo da participação do Legislativo, entretanto em um momento
posterior será levado ao crivo do Congresso Nacional. Atualmente, Dilma Vana Rousseff
é a primeira mulher eleita como presidente da República do Brasil, assumindo o seu
primeiro mandato em primeiro de janeiro de 2011 e sendo reeleita para o segundo
mandato em outubro de 2014.
Sendo fortemente dependente da formação de uma base aliada sólida, para que haja
governabilidade é necessário haver alinhamento entre o presidente da República e os
presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Desse modo o partido da presidente
Dilma, assolado por diversos escândalos que vem se acumulando nos últimos 14 anos, se
enfraqueceu e hoje sofre para garantir as mínimas condições de governabilidade para a
presidente. No episódio mais recente, o ex-presidente Lula, acusado de envolvimento em
extenso esquema de pagamento de propinas e favorecimento de empresários, tornou-se o
ponto focal da operação Lava-Jato, que vem sendo conduzida para se limpar a política
nacional. O PMDB que compõe a liderança, tanto do Senado quanto da Câmara dos
Deputados além do próprio vice-presidente da República, vem se posicionando de
maneira esquiva, hora apoiando a situação e hora apoiando a oposição.
3.2.Distribuição De Partidos
Segundo dados do site oficial da câmara legislativa, as cadeiras no congresso nacional
estão distribuídas conforme as tabelas abaixo:
Tabela 1: Atual distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados
Partido / Bloco Bancada
Bloco PR, PSD, PROS 80
Bloco PP, PTB, PSC, PHS 80
Bloco PMDB, PEN 69
PT 58
8
PSDB 51
Bloco PRB, PTN, PTC, PTdoB, PSL 40
PSB 33
DEM 23
PDT 18
SD 16
PCdoB 12
PPS 10
PV 6
PSOL 5
REDE 5
PMB 4
S.PART. 3
Total 513
Fonte: Site oficial da Câmara dos Deputados – elaboração própria.
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Figura 1: Distribuição das cadeiras no Senado Federal
Fonte: Site oficial do Senado Federal
Base aliada em política é quando alguns partidos ou políticos individuais apoiam uns aos
outros. Após as eleições de 2014, quando a presidente Dilma foi reeleita, o PT perdeu
algumas cadeiras na bancada dos deputados, deixando a atual presidente mais dependente
de votos dos outros partidos para apoiar os seus projetos na Câmara. Os partidos que
apoiaram a presidente em sua eleição, logo, sua base aliada, foram: PT, PMDB, PSD, PP,
PR, Pros, PDT, PCdoB e PRB. O governo de Dilma estava em vantagem no sentido de
que o segundo maior partido com cadeiras no Congresso Nacional, o PMDB, apoiava o
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seu governo - apesar das divergências de opinião dentro do próprio partido, onde 42 %
foram contra a aliança.
Atualmente, o PMDB, apesar de estar em terceiro lugar na relação de distribuição de
partidos, é o que tem mais força no Congresso, pois o seu bloco conta apenas com um
partido - o Nanico PEN -, e os blocos com mais cadeiras são formados por três ou mais
partidos.
Após a reforma ministerial realizada pela presidente no último trimestre de 2015, como
estratégia para assegurar sua governabilidade e conseguir maior aprovação no Congresso
– foi feita uma redução de 39 para 31 ministérios e mudanças de dirigentes dos ministérios
com o objetivo de formar uma base aliada mais sólida -, os outros quatro partidos que
formavam um bloco junto ao PMDB se desvencilharam e formaram seu próprio bloco (o
segundo bloco da tabela de distribuição de partidos acima: PP, PTB, PSC, PHS). O intuito
da separação por parte dos líderes destes partidos era mostrar ao governo que essa reforma
não o fortaleceu. Além de se mostrarem insatisfeitos com a decisão da presidente, também
ficaram com o líder Leonardo Picciani (PMDB). Alegando ter beneficiado apenas o seu
próprio partido na reforma ministerial, essas duas razões levaram o afastamento do bloco.
O conflito envolvendo o líder peemedebista começou quando a presidente ofereceu
cargos de ministros ao seu partido para selar uma aliança e reforçar a base aliada no
contingente da reforma ministerial. E continuou até dezembro de 2015 quando parte da
bancada do PMDB, que eram a favor do processo de impeachment da presidente, tentou
afastar Picciani do cargo elegendo um novo líder por votação da maioria; o deputado
Leonardo Quintão - que durou apenas oito dias na liderança, pois os apoiadores de
Picciani do PMDB e o Planalto conseguiram reverter a situação.
Essa disputa acirrada, dentro do próprio PMDB, entre apoiar ou não as decisões do
Governo dentro do Congresso, evidencia indícios de como a base aliada está rachada
desde a reeleição da Dilma Rousseff e permanece até hoje. Esta falta de apoio à presidente
juntamente com a crise econômica, é a razão pela qual o processo de impeachment contra
a presidente, que será discutido com maior relevância mais à frente, está se configurando
cada vez mais provável. Os conflitos de interesse que são percebidos dentro da política
do Brasil hoje mudam a todo o momento, o que mostra como os interesses individuais
dos políticos e partidos estão afetando o cenário e refletindo a crise política.
3.3.Jogo De Forças PTxPMDB
“Sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a
mim e ao PMDB", assim começa a carta endereçada à presidente Dilma, escrita pelo vice-
presidente Michel Temer em tom de desabafo e mágoa em um momento delicado para o
governo, o conteúdo da carta é visto como um golpe nas já frágeis relações entre PT e
PMDB. Desde o início do segundo mandato da presidente Dilma observou-se que o
PMDB enxergava o fim do ciclo iniciado no primeiro governo Lula, ainda na eleição para
o segundo mandato, a vitória apertada e a reação tanto dos eleitores quanto da oposição
que passou a pressionar pelo impeachment, quanto da deterioração da imagem da base
governista causada por diversos escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores, o
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baixo índice de crescimento, aumento na taxa de inflação e descontrole sobre o câmbio
levou a um início já bastante conturbado de segundo mandato e uma imagem de que o PT
estava por ruir.
Em primeiro de fevereiro do mesmo ano, na eleição do presidente da Câmara dos
Deputados, uma vitória retumbante de Eduardo Cunha do PMDB sobre Arlindo Chinaglia
do PMDB, ainda em primeiro turno, e a vitória de Renan Calheiros como presidente do
Senado, não deixou dúvidas de que o Congresso capitaneado pelo até então aliado do
Governo havia crescido em poder e feito alianças que se distanciavam dos interesses do
PT. De caráter mais habilidoso enquanto situação do que o PT, o PMDB formou alianças
com partidos ideologicamente distantes e mostrou destreza em manobrar o Congresso
conforme seus interesses, o PT, no entanto, apesar de ser bastante eficaz enquanto
oposição mostrou que quando a pauta pede diplomacia peca, e viu-se isolado no cenário
político atual sem nem mesmo ter representante na mesa diretora, tornando a tarefa do
Executivo de governar o país muito difícil tendo em vista a baixíssima possibilidade de
aprovar qualquer uma de suas propostas.
O que se vê é o PT em uma situação que para retomar a governabilidade deve se abrir
cada vez mais ao PMDB, que tem por característica se manter independente, formando
alianças com situação e oposição e sem concorrer diretamente a cargos eletivos do
executivo. Focando-se no legislativo o PMDB tem a capacidade de formar grandes
bancadas e se manter relevante no cenário nacional, sendo sempre o fiel da balança no
Congresso Nacional, caso o governo resolva bater de frente com o PMDB é possível que
o partido se vire para a oposição e é quase certo que no caso de um impeachment da
presidente Dilma que o PMDB se afastaria do Governo de modo a não prejudicar sua
imagem. Não há hoje a possibilidade de plena governabilidade sem o apoio do PMDB.
3.4.Popularidade Do Governo
3.4.1. Eleições 2014
Nas eleições presidenciais de 2014, os principais candidatos a presidente da república
foram Dilma Rousseff do PT (partido dos trabalhadores) se reelegendo ao cargo, Aécio
Neves do PSDB (Partido da Social democracia brasileira), Marina Silva do PSB (Partido
socialista brasileiro), Luciana Genro do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Pastor
Everaldo do PSC (Partido social Cristão), Eduardo Jorge do PV (Partido Verde) e Levy
Fidélix do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro).
Depois de uma acirrada competição, onde Aécio e Dilma foram disputar o cargo no
segundo turno, Dilma Rousseff foi eleita com 51,64 % dos votos válidos. Com esse
resultado, pôde-se perceber uma divisão nos eleitores brasileiros. Desde então, foi
possível prever que neste segundo mandato da presidente Dilma, ela teria que ser mais
cautelosa no seu governo, pois grande parte da população brasileira não estava confiante
em seu segundo mandato. É importante ressaltar que foi a terceira vez na história do Brasil
que a população reelegeu um presidente, mesmo com uma competição extremamente
dividida. Além disso, em seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff não
12
apresentou resultados favoráveis à economia brasileira; queda na balança comercial,
aumento da taxa de inflação (parte explicado por fatores exógenos, como choque de oferta
no setor de alimentos) e baixo crescimento do PIB esperado.
3.4.2. Popularidade Do Governo Dilma Rousseff
Desde o primeiro mandato da presidente Dilma, a população já se mostrava insatisfeita
com os resultados da economia brasileira. Um fato importante que aconteceu e vem
acontecendo com muita frequência em nosso país, são as manifestações populares. Desde
a manifestação de junho de 2013, em protesto ao “aumento dos 0,20 centavos nas
passagens de ônibus e metro”, a população demonstra estar cada vez mais indignada e
intolerante aos problemas políticos e econômicos do Brasil. Atualmente, as manifestações
e protestos têm focado no impeachment da presidente e contra as corrupções políticas.
Por essa razão, esse tópico tem como objetivo mostrar, através de dados, a popularidade
do governo Dilma. Os dados que foram apurados são da pesquisa: Avaliação da
presidente Dilma Rousseff, realizada em Fevereiro de 2016 pelo Datafolha. O
levantamento para a pesquisa foi feito em 24 e 25 de fevereiro de 2016, foram feitas 2.768
entrevistas em 171 municípios brasileiros; a margem de erro da pesquisa é de mais ou
menos 2 pontos percentuais com nível de confiança de 95%.
O índice de reprovação da presidente Dilma, daqueles que consideram sua gestão
econômica ruim ou péssima, é de 64 % dos brasileiros. Já o índice de aprovação é de 11
% e 25 % dos entrevistados consideram sua gestão regular. A nota média dada, numa
avaliação de 0 a 10, foi de 3,5. Com os gráficos abaixo, é possível comparar a
popularidade da Dilma em seu primeiro e segundo mandato, desde o seu segundo
mandato o índice de reprovação vem crescendo gradualmente.
13
Figura 2: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 1º mandato
Fonte: Datafolha
Figura 3: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 2º mandato
Fonte: Datafolha
14
A insatisfação da população com o governo é compreendida em razão a todos os
problemas que a economia brasileira vem enfrentando, como a recessão do PIB, as altas
taxas de inflação, a desvalorização do real e até ou principalmente, os problemas de
corrupção dentro do governo. Ainda segundo a pesquisa, considerando todos os governos
desde o do presidente José Sarney, o governo da Dilma Rousseff é visto como o que teve
mais casos de corrupção.
A população brasileira se encontra hoje num momento de insegurança, falta de confiança
no governo e na sua gestão e com medo dessa crise que vem se encorpando desde meados
de 2014. Os agentes econômicos estão se adaptando à crise e exigindo mudanças
governamentais, tendo como exemplo o atual processo de impeachment, os protestos
contra a corrupção e as diversas investigações por crimes de responsabilidade, na
esperança que a situação econômica do país possa melhorar.
3.5.Impeachment e Governabilidade: Reformas Importantes
Apesar da total impossibilidade de se instaurar um processo firme de impeachment até o
atual momento, mesmo com a flagrante dificuldade em gerir o país a presidente Dilma
Rousseff não cometeu nenhum crime e sim, erros. A principal consequência dessa
possibilidade de impeachment é a fragmentação da base do governo que minou ainda
mais a sua governabilidade que vem arrastada desde o final de seu primeiro mandato.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, já sinalizou que por enquanto
não vai levar à votação os pedidos que recebeu de impeachment, em aparente espera para
utilizar tal medida como moeda de troca, haja vista que Cunha, conhecido por manobrar
habilidosamente em favor próprio, foi flagrado em quebra de decoro parlamentar e
ocultação de contas no exterior, mantem-se fiel a um governo que ele mesmo sabota
sistematicamente.
A operação Lava Jato envolve cada vez mais as peças em atividade no cenário político
atual, Eduardo Cunha e Renan Calheiros são alguns dos investigados em casos de
corrupção. A sociedade civil no dia treze de março de 2016 foi às ruas e mostrou que quer
mudanças, pedindo que a corrupção seja extirpada da máquina do governo e o contexto
desta vez foi menos partidário, tendo PT como principal problema, mas não se
esquecendo de PSDB, PMDB e diversos outros partidos que tem membros sendo
investigados na Lava Jato, Zelotes e outras operações atuais, sociedade essa que cada vez
menos acredita na capacidade do governo resolver os problemas e já tem refletido na
postura de governantes atuais que falam em “Pacto Nacional pela Governabilidade” para
atender à voz das ruas. Este ambiente político conturbado afetou a imagem do país no
exterior, levando a agências de rating retirar o grau de investimento do Brasil, encolhendo
uma fonte de financiamento que poderia ser usada pelo governo para voltar a crescer.
Portanto, dado o clima de antipatia frente ao governo Dilma tanto por parte da população
como por parte dos políticos da base aliada e dos oposicionistas, as disputas políticas, o
clima de especulação tanto política como financeira, leva a crer que a economia passará
por um período de recessão no ano de 2016, pois não há perspectivas de que o governo
consiga o apoio necessário para emplacar as reformas e ajustes que serão necessários para
15
que a economia volte a prosperar, principalmente porque deverá se voltar para dentro para
crescer e, isso significa dizer que o governo teria de aumentar sua participação no
ambiente econômico, mas com a falta de apoio político, não se pode esperar que isto, de
fato acontecerá, pois o consenso entre os políticos é que o governo deve ser mais austero
e mesmo assim, o ambiente político dificulta que o ajuste fiscal seja realizado
integralmente.
Essa quebra velada entre Executivo e Legislativo nos leva a crer que a economia
continuará em recessão pelo ano de 2016 já que há uma inflexão no sistema de governo
de coalizão adotado no momento. O governo não tem perspectiva de conseguir aprovar
as reformas e ajustes que ele julga necessárias para retomar o crescimento, muito em parte
porque há a necessidade se voltar para dentro para crescer e por consequência o governo
deveria aumentar sua participação na esfera econômica, mas sem apoio político não será
possível realizar estas ações pois o consenso é que o governo deve ser mais austero e
mesmo assim, o ambiente político dificulta que o ajuste fiscal seja realizado
integralmente.
3.6.Crises Na Política
3.6.1. Operação Lava Jato
A operação lava jato se desencadeou a partir de investigações realizadas desde 1997. Tais
investigações começaram com uma suspeita de corrupção e movimentação de recursos
ilegais, que usava como disfarce um posto de gasolina e lava jato de automóveis; e por
esta razão, se dá a operação o nome de lava jato.
A operação em si começou a ser investigada em março de 2014 e a priori foram
identificados quatro doleiros que lideravam as organizações criminosas, com essa
descoberta o Ministério Público desvendou que mais a fundo a Petrobras estava envolvida
também nestes processos de corrupção. O esquema era realizado secretamente onde as
grandes empreiteiras ao invés de concorrem através de licitações e ganhar o contrato da
Petrobras a que tivesse o menor preço, elas formaram um cartel onde decidiam quem iria
ficar com o contrato e estabeleciam o preço deste; as escolhas eram regulamentadas no
cartel na forma de revezamento. Os agentes envolvidos na operação eram: as
empreiteiras; os funcionários da Petrobras, responsáveis por esquematizar as reuniões a
favor do cartel; os operadores financeiros, responsáveis pelo pagamento e disfarce das
propinas; e os agentes políticos, responsáveis pela indicação dos diretores da Petrobras.
Segundo o site do Ministério Público Federal (MPF), até a data desta conjuntura, foram
expedidos 732 mandados, sendo 64 de prisões preventivas, 69 de prisões temporárias,
117 de condução coercitiva e 482 de busca e apreensão. Assim como 97 pedidos de
cooperação internacional, sendo 85 pedidos ativos para 28 países e 12 pedidos passivos
em 11 países, 37 acusações criminais contra 179 pessoas, sendo que em 17 já houve
sentença, pelos seguintes crimes: corrupção, crimes contra o sistema financeiro
internacional, tráfico transnacional de drogas, formação de organização criminosa,
lavagem de ativos, entre outros.
16
Os casos de corrupção na política, assim como a divulgação dos delatores protegidos por
foro privilegiado, o abuso de poder dos agentes políticos, os crimes de responsabilidade
cometidos pelo governo; tiveram impacto social levando a indignação da população, que
por falta de confiança no governo e no poder legislativo, com apelo veemente por uma
figura capaz de solucionar os problemas de corrupção no país, apoiaram o poder judiciário
e em especial o juiz federal Sérgio Moro, que ficou conhecido como o principal
protagonista das ações da operação Lava Jato. O descontentamento da população com o
governo resultou nas muitas manifestações recentes, notadamente a do dia 13 de março
de 2016, com o intuito de pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff e também
o pedido de prisão do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
As repercussões de uma crise política como esta trazem consequências negativas para a
economia e para os agentes econômicos. Uma crise dessa dimensão no governo de um
país, com uma democracia tão nova e crises econômicas e políticas tão recentes na história
da economia brasileira, resulta em uma insegurança política por parte dos agentes. A falta
de credibilidade de um governo gera oscilações no mercado financeiro, diminuição do
rating do país, queda no índice de confiança dos investidores e empresas nacionais e
internacionais e queda no índice de confiança das famílias.
3.6.2. Lula E O Ministério Da Casa Civil
Marcado por clamor popular, o atual cenário político interno está passando por momentos
conturbados com crises significativas, como já foi citado anteriormente, entre estes estão
os pedidos de impeachment a atual presidente e os pedidos de prisão do ex presidente
Luís Inácio Lula da Silva por motivos de corrupção, entre outros acontecimentos.
No dia 15 de março de 2016, o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou a delação
premiada do senador Delcídio do Amaral, que decidiu colaborar com a operação Lava
Jato e em seu depoimento citou a atual presidente Dilma Rousseff, o ex presidente Lula,
o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, três ministros, nove senadores e três
deputados. É importante destacar que nas condições de delação premiada, não é
considerado verídico todas as informações, cabe ao Ministério Público apurar as
informações e confrontar se realmente houve irregularidades.
Segundo o depoimento de Delcídio, sobre o ex-presidente Lula, ele afirmou que este teve
conhecimento de um pagamento feito ao publicitário Marcos Valério, para que ele não
contasse tudo o que sabia sobre o escândalo do mensalão, entre outras afirmações. Sobre
o vice-presidente, Michel Temer, no depoimento Delcídio afirmou que este patrocinou a
nomeação de executivos da Petrobras (que estavam sendo condenados por operações da
Lava Jato).
Estando correlacionados ou não, após os eventos da manifestação popular de 13 de março
e a confirmação da colaboração do senador Delcídio do Amaral; no dia 16 de março a
presidente Dilma Rousseff informou publicamente que o ex-presidente Lula seria
nomeado novo Ministro da Casa Civil. As críticas a este cenário é que Lula estaria
buscando proteção, através do foro privilegiado, das acusações e possíveis decisões do
juiz Sérgio Moro.
17
Ainda na mesma semana a polícia federal grampeou uma conversa telefônica entre o ex-
presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, onde revelava indícios que a presidente
estaria enviando um documento de Termo de Posse do Ministério da Casa Civil para o
ex-presidente usar como argumento de foro privilegiado. A decisão de tornar esse diálogo
público foi do Juiz Sérgio Moro, que em seu contra-argumento de quebrar o sigilo da
operação Lava-Jato, disse: “O levantamento (do sigilo) propiciará assim não só o
exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público
sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal. A democracia em
uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo
quando estes buscam agir protegidos pelas sombras.” - segundo palavras extraídas do
Jornal Estadão.
Na Cerimônia de Posse de Novos Ministros de Estado, a presidente Dilma Rousseff se
revelou indignada com a ação do Juiz Moro e declarou que o caso será investigado. Em
algumas palavras de seu discurso, a presidente discursou: "Nós estamos diante de um
fato grave, uma agressão não à minha pessoa, mas à cidadania, à democracia e à nossa
Constituição" (...) "Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de dados
escusos, de práticas criticáveis viola princípios e garantias constitucionais, os direitos dos
cidadãos e abre precedentes gravíssimos"(...) E ainda prosseguiu: "os golpes começam
assim". - segundo informações extraídas do Jornal Uol. Não muito depois da cerimônia,
acatando a aclamação popular, o Juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, concedeu uma
liminar que suspende o Cargo de Ministro da Casa Civil para o Lula. Essa liminar teve
como pressuposto indícios de crime de responsabilidade por parte da presidente Dilma
Rousseff, que teria possíveis intenções de dar foro privilegiado ao ex-presidente que está
sendo investigado pela operação Lava Jato, nomeando ele ministro. No documento oficial
expedido pelo Juiz, declara-se que essa ação da presidente implica em uma intervenção
direta do poder executivo nas ações do poder judiciário.
A estratégia do governo da Dilma para proteger o ex-presidente, acabou por conceder
mais força para a oposição instaurar e efetivar o processo de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff. Além de outras razões para o Congresso prosseguir com o
processo, esta ação do governo deu razão para a base aliada se afastar ainda mais e as
chances do processo ser aprovado no Congresso passaram a ser mais altas.
4. Cenário Político Internacional
4.1.Estados Unidos da América
Atualmente os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Neste ano serão
realizadas as eleições presidenciais. Entre os principais candidatos na disputa, temos pelo
Partido Democrata: Hillary Clinton (Secretária de Estado), e Bernie Sanders (Senador por
Vermont); e pelo Partido Republicano: Donald Trump (Empresário de Nova York) e Ted
Cruz (Senador pelo Texas).
Harold Trinkunas, diretor de América Latina da Brookings Institution, um dos principais
centros de debate e pesquisa em Washington, diz que políticos democratas tendem a ser
18
mais abertos ao multilateralismo, o que em tese favorece as aspirações do Brasil por mais
espaço em organismos e negociações internacionais. "Essa seria uma diferença
importante para o Brasil entre termos de um presidente democrata ou republicano",
afirma.
Já o professor de relações internacionais da American University Matthew Taylor diz que
o partido do presidente americano não tem feito muita diferença nas relações bilaterais.
Para Taylor, "lamentavelmente, as campanhas americanas têm historicamente se
preocupado muito pouco com o Brasil, e ainda menos com a América Latina".
Essa disputa política pode fazer com a votação pelo Congresso da Parceria Transpacífica
(acordo entre o Estados Unidos e mais 11 países do Pacífico) fique adiada para 2017.
Lembrando que a aprovação desse acordo, segundo analistas, pode deixar o Brasil ainda
mais isolado no Comércio Internacional. Tanto Hillary Clinton, quanto Donald Trump,
aqueles que lideram as pesquisas de intenção de voto em seus respectivos países se
disseram contra essa parceria. Contudo para analistas entrevistados pela BBC, o Brasil
deverá ficar à margem da campanha presidencial principalmente por causa da crise
política e econômica que atravessa.
Em relação aos empregos os indicadores dos Estados Unidos mostram que a economia
americana, está conseguindo superar o trauma da crise de 2008. Hoje, somente 5% dos
americanos acima dos 16 anos estão desempregados, metade do nível de 2009, no auge
da recessão.
De acordo com o professor Jan Rivkin, da Harvard Business School, o país não tem tanto
a comemorar. Num artigo recente, ele mostra que a geração de postos de trabalho pelo
setor privado está em um ritmo inferior à média histórica, de 2% ao ano, e o desemprego
cai porque menos pessoas estão buscando trabalho.
Além disso, a renda das famílias americanas não acompanhou os ganhos no emprego dos
últimos anos. Depois de constantes quedas desde o pico em 1999, a renda familiar é a
mesma de duas décadas atrás. Para Rivkin, esses indicadores são um sinal de que a atual
fase de prosperidade das empresas não está se refletindo em benefícios para a população
de classe média como no passado.
O presidente do Federal Reserve Bank de Boston, Eric Rosengren, advertiu os mercados,
ao dizer que traders e investidores estão subestimando seriamente o nível das altas nos
juros que o banco central americano (Federal Reserve, o Fed) vai entregar ao longo dos
próximos anos. Como esperado, as taxas serão elevadas entre 0,25% a 0,50%. E esse
aumento afeta o Brasil sobremaneira, visto que gera fuga de capitais em países
emergentes.
4.2.Argentina
A Argentina é um dos principais parceiros políticos e econômicos do Brasil. As relações
bilaterais são estratégicas para a inserção do Brasil na região e no mundo. A construção
de uma relação política de confiança e cooperação com a Argentina contribui para a
constituição de um espaço regional de paz e de cooperação.
19
Segundo o Itamaraty, a forte dinâmica comercial bilateral, marcada pelo elevado
percentual de produtos de alto valor agregado, tem importantes impactos em setores
estratégicos das duas economias, sobretudo na indústria. Ressalta-se, entre as áreas
beneficiadas pela parceira bilateral, o setor automotivo, que tem efeitos diretos e indiretos
sobre o conjunto da economia brasileira, em campos tão diversos como mineração,
siderurgia, metalurgia, química, petróleo e gás, além do setor de serviços (engenharia,
mecânica, administração, propaganda e marketing etc.).
Atualmente o país é comandado pelo presidente Maurício Macri. Ex-presidente de um
clube de futebol e líder de uma frente centro-direita que foi opositora ao kirchnerismo, se
tornou o primeiro candidato civil que não é do Partido Peronista, nem da radical social-
democracia; as duas principais forças do país.
Entre tantos desafios, herdou o país com sinais de crescimento frágil, inflação superior a
20% e reservas reduzidas no Banco Central. Seguindo a linha conservadora, Macri
defende a diminuição da inflação para um dígito em dois anos, abertura de investimentos
estrangeiros, e o levantamento dos limites das exportações do sistema agropecuário.
Por outro lado, Macri faz um início de ano positivo ao se desfazer de mais uma década
de políticas macroeconômicas populistas que deixaram a Argentina com uma taxa de
câmbio sobrevalorizada, inflação galopante e reservas estrangeiras baixas. Mesmo com
uma forte desvalorização do peso argentino, há pouca sensação de pânico no mercado,
porque é algo entendido como um movimento-chave (embora doloroso) para Macri
reformar a economia em crise do país.
4.3.China
A China é o maior parceiro comercial brasileiro. No ano passado o governo do Brasil
assinou 35 contratos milionários com empresas chinesas, para projetos de infraestruturas
e energia: são investimentos de mais de 160 milhões de reais (47 milhões de euros) nos
sectores da construção, mineração, agricultura e energia. Esse investimento chinês veio
em um momento ruim para a economia brasileira e por isso se mostrou tão importante.
A desaceleração que país vem tendo no início de 2016, mais os sucessivos tombos que a
Bolsa de Xangai tem levado junto ao seu mercado de ações; estão fazendo com que as
bolsas de valores do mundo inteiro tenham queda. No caso do Brasil, esse reflexo tem
sido ainda maior, com investidores preocupados com as incertezas políticas e
econômicas. A grande preocupação do mundo em relação ao ritmo mais fraco da
atividade econômica chinesa, é que isso levaria a diminuição da demanda por importação.
Nas duas primeiras semanas de janeiro, a bolsa de Shangai caiu 18% por preocupações
sobre o crescimento chinês. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 8,2% no mesmo
período. Na Europa, o índice que reúne as principais ações do continente, o FTSEurofirst
300, recuou 9,7%.
No Brasil, a baixa foi maior, de 11% no mesmo intervalo. O recuo é mais forte que o de
outros índices de ações da América Latina, como o IPC, do México (-4,95%), o IPSA, no
20
Chile (-5,27%) e Colcap, na Colômbia (-4,33%). Já na Argentina, a bolsa de Buenos
Aires, a Merval, caiu 14%.
A economia chinesa está em processo de estabilização, mas ainda não se encontra
estabilizada — disse o economista chefe do Citic Bank International em Hong Kong, Liao
Qun.
As autoridades chinesas, que projetavam um avanço "por volta de 7%", atribuem a
desaceleração de uma economia que há pouco tempo ostentava crescimentos de dois
dígitos à "nova normalidade" de um crescimento menor, porém mais estável, baseado no
consumo interno, inovação e serviços, em detrimento das indústrias pesadas, dos
investimentos estimulados pelo endividamento e as exportações.
A situação em 2016 continuará sendo mais ou menos a mesma de 2015, e o crescimento
econômico da China seguirá confrontado a uma situação internacional complexa e volátil.
Alguns setores devem continuar sofrendo com o excesso de capacidade produtiva, mas
novos elementos, como o comércio eletrônico e as energias renováveis, manterão o
dinamismo, destacou Boan. Pensamos que o crescimento econômico em 2016
permanecerá estável. Confiamos nisso — declarou.
Para o Partido Comunista da China, haverá redução das previsões para este ano, conforme
analistas, que recordam que o presidente Xi Jinping já afirmou que uma expansão do PIB
de 6,5% deveria ser suficiente para responder às necessidades do país.
4.4.União Europeia
Composta de muitos países, apenas alguns deles tem relevância nas relações econômicas
com o Brasil. Entre os quais destacam-se: Holanda; Itália; Reino Unido e a Alemanha,
que em 2015, foi o quarto maior parceiro comercial do Brasil, após China, EUA e
Argentina. Ainda em relação a Alemanha, aproximadamente 1.600 empresas estão
instaladas no Brasil. Estima-se que a contribuição dessas empresas para a formação do
PIB industrial brasileiro gire em torno de 10%. Só em São Paulo há mais de 800
subsidiarias de empresas alemãs, que geram mais do que 250 mil empregos diretos.
Em sua última visita ao Brasil, a chanceler alemã Angela Merkel fortaleceu a relação
entre os dois países. As áreas prioritárias que tiveram suas relações reforçadas são:
comércio exterior, agricultura, educação, trabalho, energia, saúde, meio ambiente,
previdência e ciência e tecnologia. Isso nos leva a esperar um maior fluxo de comércio
entre os dois países a médio e longo prazo.
Segundo a Comissão Europeia para assuntos econômicos e financeiros, as economias
europeias têm vindo a beneficiar da conjugação em simultâneo de inúmeros fatores
favoráveis. Os preços do petróleo mantêm-se a níveis relativamente baixos, o crescimento
mundial é estável, o euro continua a desvalorizar-se e prosseguem as políticas económicas
de apoio na UE.
Quanto à vertente monetária, as medidas de flexibilização quantitativa adotadas pelo
Banco Central Europeu têm tido um impacto significativo nos mercados, tendo
21
contribuído para a descida das taxas de juro e a criação de expectativas quanto à melhoria
das condições de concessão de crédito. Dada a neutralidade geral da orientação
orçamental da UE no seu conjunto - nem restritiva, nem expansionista – a política
orçamental apoia igualmente o crescimento. A prossecução das reformas estruturais e o
Plano de Investimento para a Europa deverão igualmente surtir efeito ao longo do tempo.
A Alemanha e os países nórdicos elevarão seu gasto público em 2016 com a chegada de
milhares de refugiados. A França aumentará o orçamento em defesa e segurança após os
atentados de Paris, e Itália e Espanha acabam de aprovar reduções de impostos. Bruxelas
prevê “acomodar” sua política fiscal para permitir esse conjunto de medidas, que em
conjunto constituirão o primeiro mini estímulo para a zona do euro desde o início da crise
de dívida, em 2010, segundo fontes da União Europeia. Esse tímido incentivo pode ser
suficiente para compensar riscos como a instabilidade política e, sobretudo, os problemas
da China e dos emergentes.
A superposição de crises alheias à economia (de asilo e de segurança) aponta que
Bruxelas permitirá, segundo as fontes consultadas, um maior gasto relacionado à crise
migratória em Berlim e companhia, assim como os esforços orçamentários em Paris para
enfrentar a crise de segurança.
Todas essas medidas constituirão, em conjunto, o primeiro mini estímulo fiscal na zona
do euro desde o início da crise da dívida. Ao final permitirá assentar um pouco mais a
reativação da zona do euro e melhorará a efetividade do multimilionário programa de
compra de ativos do BCE, que junto com a queda dos preços do petróleo sustenta há
meses a frágil, tímida e desigual recuperação europeia.
O maior problema de 2016 é a China e a desaceleração cíclica na Europa e nos Estados
Unidos. Bruxelas prevê que o PIB do euro crescerá 1,8% este ano.
4.5.Mercosul
Bloco econômico criado em março de 1991 e composto por Brasil, Argentina, Uruguai,
Paraguai, Venezuela. Lembrando que a Bolívia está aguardando para entrar. Tem como
objetivo facilitar o comércio entre os países membros, criando uma livre circulação de
bens, serviços e capital e também o estabelecimento de uma tarifa externa comum. Alguns
outros objetivos são: a adoção de políticas comerciais comuns com outros blocos ou
países e a coordenação conjunta de políticas macroeconômicas e setoriais entre os
Estados.
No primeiro semestre do ano passado o Mercosul já respondia pelo maior superávit
comercial do Brasil, com um movimento financeiro que superou a marca de US$ 2
bilhões, sendo o principal mercado para as exportações brasileiras de manufaturados. De
acordo com o Ministério das Relações Exteriores, um quarto dos produtos vendidos para
o exterior tem o Mercosul como destino.
O bloco é, também, o maior mercado para as sete mil micros, pequenas e médias empresas
exportadoras brasileiras: 20% das exportações dessas empresas vendem seus produtos
para os membros do bloco. Um dos pontos de destaque dentro do histórico do Mercosul
22
é a integração da cadeia produtiva de automóveis entre Brasil e Argentina. Em conjunto,
os dois são o terceiro maior mercado de automóveis no mundo, perdendo apenas de China
e Estados Unidos.
Há também um estudo para acordo de livre comércio com os países da União Europeia.
Os blocos buscam negociar os produtos que poderão ter a tarifa zerada. A apresentação
de propostas é considerada condição fundamental para que seja finalizado um acordo de
abertura comercial entre os dois lados.
4.6.Economia do Petróleo
A Arábia Saudita é considerada um dos maiores produtores de petróleo e também lidera
a OPEP (Organização dos países exportadores de petróleo), tendo grande influência sobre
o preço do barril praticado no mercado mundial. O comportamento do preço do petróleo
tem grande volatilidade e sensibilidade a eventos como os conflitos no Oriente Médio e
crises econômicas nas potencias produtoras.
O petróleo e seus derivados representam aproximadamente 70% das importações
brasileiras com o Oriente Médio. No último ano o preço do petróleo obteve uma queda
no mercado mundial, um dos possíveis motivos é a decisão tomada pela OPEP, liderada
pela Arábia Súdita, de não reduzir a extração de petróleo e sim aumentar.
Neste ano exportadores membros e não membros da Opep (Organização dos Países
Exportadores do Petróleo) irão se encontrar, para discutir um acordo de congelamento da
produção.
A decisão do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) de manter inalterada
a taxa de juros também ajuda as cotações, uma vez que a alta dos juros tornaria o dólar
mais forte e faria o barril de petróleo ficar mais caro para compradores de outras moedas.
5. Cenário Econômico Externo
5.1.Cenário Econômico Global
CONJUNTURA ECONÔMICA BRASILEIRA
CONJUNTURA ECONÔMICA BRASILEIRA
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CONJUNTURA ECONÔMICA BRASILEIRA

  • 1. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS Curso de Ciências Econômicas Economia Brasileira II CONJUNTURA ECONÔMICA BRASILEIRA Prof. Dr. José Caio Racy André Machado - 31333834 Daniel Cuzzi - 31350992 Danilo Augusto - 31213677 Dayane Santana - 31171354 Felipe Teixeira - 30817005 Gustavo Lima - 31054994 Tarik Kallas - 41324927 Thiago Tadao - 31340512 SÃO PAULO 2016
  • 2. Sumário 1. Introdução............................................................................................................................. 1 2. Referencial teórico................................................................................................................ 1 2.1. Escola Novo-Clássica ..................................................................................................... 1 2.2. Implicações Para a Análise de Conjuntura.................................................................... 4 3. Cenário Político Interno ........................................................................................................ 5 3.1. Quem é Quem? ............................................................................................................. 5 3.1.1. Câmara Dos Deputados Federais .......................................................................... 6 3.1.2. Senado Federal Do Brasil....................................................................................... 6 3.1.3. O Poder Executivo ................................................................................................. 7 3.2. Distribuição De Partidos................................................................................................ 7 3.3. Jogo De Forças PTxPMDB............................................................................................ 10 3.4. Popularidade Do Governo........................................................................................... 11 3.4.1. Eleições 2014....................................................................................................... 11 3.4.2. Popularidade Do Governo Dilma Rousseff.......................................................... 12 3.5. Impeachment e Governabilidade: Reformas Importantes ......................................... 14 3.6. Crises Na Política......................................................................................................... 15 3.6.1. Operação Lava Jato ............................................................................................. 15 3.6.2. Lula E O Ministério Da Casa Civil......................................................................... 16 4. Cenário Político Internacional............................................................................................. 17 4.1. Estados Unidos da América......................................................................................... 17 4.2. Argentina..................................................................................................................... 18 4.3. China............................................................................................................................ 19 4.4. União Europeia............................................................................................................ 20 4.5. Mercosul...................................................................................................................... 21 4.6. Economia do Petróleo................................................................................................. 22 5. Cenário Econômico Externo................................................................................................ 22 5.1. Cenário Econômico Global .......................................................................................... 22 5.2. Estados Unidos............................................................................................................ 25 5.3. Zona Do Euro............................................................................................................... 29 5.4. China............................................................................................................................ 33 5.5. Commodities ............................................................................................................... 36 5.5.1. Petróleo............................................................................................................... 36
  • 3. 5.5.2. Minério De Ferro................................................................................................. 36 5.5.3. Soja...................................................................................................................... 37 5.5.4. Café...................................................................................................................... 37 5.5.5. Suco de Laranja ................................................................................................... 38 5.5.6. Milho ................................................................................................................... 38 5.5.7. Algodão ............................................................................................................... 39 5.5.8. Açúcar.................................................................................................................. 39 6. Setor Externo....................................................................................................................... 40 6.1. Balanço De Pagamentos.............................................................................................. 40 6.1.1. Conta Corrente.................................................................................................... 40 6.1.2. Conta Capital e Financeira................................................................................... 62 6.2. Reservas Internacionais............................................................................................... 66 6.3. Taxas de Câmbio ......................................................................................................... 67 7. Políticas Econômicas e Inflação........................................................................................... 68 7.1. Política Fiscal ............................................................................................................... 70 7.1.1. Lei de Diretrizes Orçamentarias.......................................................................... 70 7.1.2. Resultado Primário.............................................................................................. 70 7.1.3. Receita do Governo Central ................................................................................ 75 7.1.4. Análise histórica das despesas primárias............................................................ 82 7.1.5. Endividamento .................................................................................................... 86 7.1.6. Ajuste Fiscal......................................................................................................... 95 7.1.7. Carga Tributária................................................................................................. 101 7.2. Política Monetária e Creditícia.................................................................................. 104 7.2.1. Instrumentos de Controle Monetário............................................................... 104 7.2.2. Taxa de Inadimplência....................................................................................... 107 7.2.3. Taxas de Captação............................................................................................. 108 7.2.4. Evolução do Crédito e do Spread...................................................................... 110 7.2.5. Endividamento das Famílias.............................................................................. 112 7.2.6. Oferta de crédito a setores ............................................................................... 113 7.2.7. BNDES................................................................................................................ 113 7.2.8. Agregados Monetários...................................................................................... 114 7.3. Inflação...................................................................................................................... 120 7.3.1. Regime de Metas............................................................................................... 120 7.3.2. Desagregação do IPCA....................................................................................... 122
  • 4. 7.3.3. Índice de Difusão............................................................................................... 127 7.3.4. Preços monitorados .......................................................................................... 128 7.3.5. Evolução dos Preços de Alimentos.................................................................... 131 7.3.6. Serviços.............................................................................................................. 132 7.3.7. Índice de Preços ao Produtor (IPP).................................................................... 133 7.3.8. Núcleos de Inflação ........................................................................................... 135 7.3.9. Perspectivas....................................................................................................... 139 8. Atividade Econômica......................................................................................................... 146 8.1. Consumo Das Famílias............................................................................................... 147 8.1.1. Comércio varejista............................................................................................. 148 8.1.2. Evoluções do Rendimento Médio ..................................................................... 149 8.1.3. Mercado de Trabalho........................................................................................ 150 8.1.4. Confiança do Consumidor................................................................................. 155 8.2. Investimentos............................................................................................................ 156 8.2.1. Confiança da Indústria....................................................................................... 157 8.2.2. Máquinas e Equipamentos................................................................................ 157 8.2.3. Produção de carros, caminhões e ônibus ......................................................... 158 8.2.4. BNDES e TJLP..................................................................................................... 159 8.3. Consumo do Governo ............................................................................................... 160 8.4. Setor Externo............................................................................................................. 162 8.4.1. Exportações....................................................................................................... 162 8.4.2. Importações ...................................................................................................... 164 8.4.3. Termos de troca ................................................................................................ 165 8.5. Oferta da Indústria.................................................................................................... 166 8.6. Serviços ..................................................................................................................... 174 8.6.1. Vendas no Varejo .............................................................................................. 176 8.6.2. Evolução do Emprego........................................................................................ 177 8.7. Hiato do Produto e PIB Potencial.............................................................................. 179 8.7.1. Investimento em infraestrutura........................................................................ 180 8.7.2. Fatores que explicam o baixo crescimento econômico do Brasil ..................... 182 9. Conclusão .......................................................................................................................... 183 9.1. Cenário Político Nacional .......................................................................................... 184 9.1.1. Balanço de Risco................................................................................................ 184 9.2. Cenário Político Internacional................................................................................... 185
  • 5. 9.2.1. Balanço de Risco................................................................................................ 185 9.3. Setor Externo e Cenário Econômico Global .............................................................. 185 9.3.1. Balanço de Risco................................................................................................ 187 9.4. Inflação, Política Monetária e Fiscal.......................................................................... 187 9.4.1. Balanço de Risco................................................................................................ 189 9.5. Atividade Econômica................................................................................................. 189 9.5.1. Balanço de Risco................................................................................................ 190 10. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 191 11. APÊNDICE A................................................................................................................... 199 1. Objetivos do Projeto ......................................................................................................... 201 1.1. Tema.......................................................................................................................... 201 1.2. Delimitação do tema................................................................................................. 201 1.3. Problema de Pesquisa............................................................................................... 201 1.4. Objetivo Geral ........................................................................................................... 201 1.5. Objetivos Específicos................................................................................................. 201 2. Hipótese ............................................................................................................................ 201 3. Justificativa........................................................................................................................ 201 4. Metodologia...................................................................................................................... 202 5. Referencial teórico............................................................................................................ 202 5.1. Escola Novo-Clássica ................................................................................................. 202 5.2. Implicações Para a Análise de Conjuntura................................................................ 205 6. Roteiro Provisório.............................................................................................................. 206 7. Referências bibliográficas ................................................................................................. 206 12. APÊNDICE B ......................................................................................................................... 207
  • 6. Índice de Figuras Figura 1: Distribuição das cadeiras no Senado Federal............................................................... 9 Figura 2: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 1º mandato ....................... 13 Figura 3: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 2º mandato ....................... 13 Figura 4: Taxa de variação do PIB global (12 meses)................................................................. 23 Figura 5: Taxa de inflação no mundo, ponderada por participação no PIB global (12 meses) 23 Figura 6: Taxa de desemprego no mundo (%)........................................................................... 25 Figura 7: Alvo da Fed Funds Rate (%)......................................................................................... 25 Figura 8: Juros dos títulos de 10 anos do governo americano (%)............................................ 27 Figura 9: Taxa de variação do PIB real dos EUA (% anual) ........................................................ 28 Figura 10: Taxa de desemprego nos EUA (%) ............................................................................ 28 Figura 11: Inflação acumulada em 12 meses nos EUA (%)........................................................ 29 Figura 12: Taxa de variação do PIB real da Zona do Euro (% anual)......................................... 30 Figura 13: Taxa de inflação na Zona do Euro (% acumulada em 12 meses) ............................. 30 Figura 14: Taxa de desemprego na Zona do Euro (%) ............................................................... 31 Figura 15: Taxa de juros de referência na Zona do Euro (%)..................................................... 31 Figura 16: Juros dos títulos de 10 anos da Alemanha (%)......................................................... 33 Figura 17: Taxa de variação anual do PIB real da China (%) ..................................................... 34 Figura 18: Taxa de inflação na China (% acumulado em 12 meses) ......................................... 34 Figura 19: Taxa de desemprego na China (%)............................................................................ 35 Figura 20: Taxa de juros de referência na China (%) ................................................................. 35 Figura 21: Cotação internacional do petróleo (USD)................................................................. 36 Figura 22: Cotação internacional do minério de ferro (USD).................................................... 37 Figura 23: Cotação internacional da soja (USD) ........................................................................ 37 Figura 24: Cotação internacional do café (USD)........................................................................ 38 Figura 25: Cotação internacional do suco de laranja (USD)...................................................... 38 Figura 26: Cotação internacional do milho (USD) ..................................................................... 39 Figura 27: Cotação internacional do algodão (USD).................................................................. 39 Figura 28: Cotação internacional do açúcar (USD).................................................................... 40 Figura 29: Saldo de Transações Correntes (em US$ milhões)................................................... 41 Figura 30: Necessidade de Financiamento Externo (US$ milhões)........................................... 41 Figura 31: Histórico do balanço comercial brasileiro – anual – US$ milhões........................... 42 Figura 32: Histórico do saldo da balança comercial – anual – US$ milhões............................. 43 Figura 33: Histórico do balanço comercial – mensal –US$ milhões.......................................... 43 Figura 34: Saldo comercial - FOB (em USD bilhões) e variação anual de exportações e importações (em %).................................................................................................................... 44 Figura 35: Variação anual das exportações (em %)................................................................... 45 Figura 36: Variação anual nas importações (em %). ................................................................. 46 Figura 37: Exportações de commodities, por grupo (em USD bilhões) e variação anual (em %). ..................................................................................................................................................... 47 Figura 38: Exportações das principais commodities (em USD bilhões) e participação nas exportações totais (em %).......................................................................................................... 48 Figura 39: Balança comercial de petróleo bruto, combustíveis e lubrificantes (em USD bilhões) e variação anual (em %). ............................................................................................................ 48
  • 7. Figura 40: Brasil - Produção diária de petróleo (em milhões de barris/dia). ........................... 49 Figura 41: Exportações de minério de ferro (em USD bilhões) e preço médio anual (USD/t). 50 Figura 42: Exportações de soja em grão (em USD bilhões) e preço médio anual (USD/t)....... 50 Figura 43: Commodity price index (FMI, base: 2005 = 100) e índice de preços das exportações brasileiras (Funcex, base: 2006 = 100)....................................................................................... 51 Figura 44: Principais destinos das exportações (% do total exportado)................................... 52 Figura 45: Principais países de origem das importações (% do total exportado). ................... 52 Figura 46: Balança comercial com a Argentina (em USD bilhões). ........................................... 53 Figura 47: Variação anual das exportações para a Argentina (em %). ..................................... 54 Figura 48: Balança comercial com a China (USD bilhões). ........................................................ 55 Figura 49: Valor adicionado nas cadeias globais de valor - GVC (em %). ................................. 56 Figura 50: Participação do MERCOSUL no comércio global (em %).......................................... 57 Figura 51: Variação anual das importações dos principais itens de pauta, em 2015 (em %).. 58 Figura 52: Histórico do balanço de serviços – anual – US$ milhões ......................................... 59 Figura 53: Histórico do saldo do balanço de serviços – anual – US$ milhões .......................... 59 Figura 54: Histórico recente do saldo do balanço de serviços – mensal – US$........................ 60 Figura 55: Histórico do saldo do balanço de rendas – anual – US$ milhões ............................ 61 Figura 56: Histórico da conta de Renda de Investimento – anual – US$ milhões.................... 61 Figura 57: Histórico da Renda Secundária – anual – US$.......................................................... 62 Figura 58: Histórico da conta financeira – anual – US$ milhões............................................... 63 Figura 59: IED e IBD histórico – anual – US$ (milhões) ............................................................. 64 Figura 60: Investimentos em carteira (US$ milhões) ................................................................ 64 Figura 61: Investimento em Carteira desagregado (US$ milhões) ........................................... 65 Figura 62: Títulos de Renda Fixa (US$ milhões)......................................................................... 66 Figura 63: Histórico das Reservas Internacionais – anual – US$ (milhões) .............................. 66 Figura 64: Taxas de Câmbio nominais (dólar e euro) entre 2000 e 2016 ................................. 67 Figura 65: Índice de taxa de câmbio real baseado na taxa de Junho de 1994, entre 1988 e 2016 ..................................................................................................................................................... 68 Figura 66: Evolução do Resultado primário do Governo Central (em milhões de R$) – Valores correntes..................................................................................................................................... 71 Figura 67: Evolução do Resultado Nominal do Governo Central (em milhões de R$ - Valores correntes).................................................................................................................................... 72 Figura 68: Resultado Primário anual do Governo Central (em milhões de R$ - Valores correntes): 2011-2015 ................................................................................................................ 74 Figura 69: Resultado Primário anual do Governo Central (% PIB): 2011-2015 ........................ 74 Figura 70: Evolução das Receitas do Governo Central (em milhões de R$ – valores correntes) ..................................................................................................................................................... 76 Figura 71: Principais Arrecadações do Governo 2014............................................................... 78 Figura 72: Principais Arrecadações do Governo 2015............................................................... 78 Figura 73: Receita líquida em % do PIB do Governo Central anual: 2011-2015....................... 79 Figura 74: Evolução das despesas do Governo Central (em milhões de R$ - Valores correntes) ..................................................................................................................................................... 82 Figura 75: Principais Despesas do Governo em 2014................................................................ 84 Figura 76: Principais Despesas do Governo em 2015................................................................ 84 Figura 77: Despesas primárias em % do PIB do Governo Central anual: 2011-2015 ............... 85
  • 8. Figura 78: Dívida Mobiliária Federal Interna (em Bilhões de Reais)......................................... 86 Figura 79: Prazo médio da DPMFi (anos)................................................................................... 87 Figura 80: Custo Médio Mensal da DPMFi (%a.a.) .................................................................... 87 Figura 81: Principais determinantes da DBGG em % do PIB..................................................... 93 Figura 82: Determinantes dos Créditos do governo geral em relação ao PIB (%).................... 94 Figura 83: Evolução da dívida pública em relação ao PIB com projeção para 2016 (%) .......... 95 Figura 84: Percentual de Tributos Diretos e Indiretos sobre a Renda.................................... 102 Figura 85: Depósitos compulsórios sobre Meios de pagamento – M2 (em%)....................... 106 Figura 86: Estrutura de vencimentos da DPMFi em poder do público (R$ bi) ....................... 107 Figura 87: Taxa de Inadimplência (90 dias) ............................................................................. 108 Figura 88: Taxa de Juros - Crédito a Pessoas Jurídicas ............................................................ 109 Figura 89: Taxa de Juros - Crédito a Pessoas Físicas................................................................ 109 Figura 90: Evolução do Crédito - Pessoas Jurídicas (R$ bilhões)............................................. 110 Figura 91: Evolução do Crédito - Pessoas Físicas (R$ bilhões) ................................................ 111 Figura 92: Spread bancário das Operações de Crédito ........................................................... 112 Figura 93: Endividamento das Famílias (em % da renda) ....................................................... 113 Figura 94: Porcentagem Relativa de Captação: Setores ......................................................... 113 Figura 95: Crédito com recursos do BNDES - PJ....................................................................... 114 Figura 96: M0 – Base Monetária em relação ao PIB (%) ......................................................... 115 Figura 97: Variação da base monetária (% acumulado em 12 meses) ................................... 116 Figura 98: M1 em relação ao PIB (%) ....................................................................................... 116 Figura 99: variação acumulada em 12 meses (%).................................................................... 117 Figura 100: M2 em relação ao PIB (%) ..................................................................................... 117 Figura 101: M2 – variação acumulada em 12 meses (%) ........................................................ 118 Figura 102: M3 em relação ao PIB (%) ..................................................................................... 118 Figura 103: M3 – variação acumulada em 12 meses (%) ........................................................ 119 Figura 104: M4 em relação ao PIB (%) ..................................................................................... 119 Figura 105: M4 – variação acumulada em 12 meses (%) ........................................................ 120 Figura 106: IPCA x Regime de Metas ....................................................................................... 121 Figura 107: IPCA em 12 meses ................................................................................................. 121 Figura 108: Alimentação e bebidas – inflação acumulada em 12 meses (%) ......................... 122 Figura 109: Transportes – inflação acumulada em 12 meses (%)........................................... 123 Figura 110: Habitação – inflação acumulada em 12 meses (%).............................................. 123 Figura 111: Saúde e cuidados pessoais – inflação acumulada em 12 meses (%) ................... 124 Figura 112: Despesas Pessoais – inflação acumulada em 12 meses (%)................................. 125 Figura 113: Vestuário – inflação acumulada em 12 meses (%)............................................... 125 Figura 114: Educação – inflação acumulada em 12 meses (%) ............................................... 126 Figura 115: Artigos de residência – inflação acumulada em 12 meses (%) ............................ 126 Figura 116: Comunicações – inflação acumulada em 12 meses (%)....................................... 127 Figura 117: Índice de Difusão................................................................................................... 128 Figura 118: Desagregação do IPCA........................................................................................... 129 Figura 119: IPCA x Preços Monitorados (12 meses)................................................................ 130 Figura 120: IPCA mensal de Combustíveis e Energia Elétrica ................................................. 130 Figura 121: IPCA - Alimentos no domicílio............................................................................... 131 Figura 122: Inflação mensal de Alimentos In Natura .............................................................. 132
  • 9. Figura 123: IPCA - Serviços ....................................................................................................... 133 Figura 124: Serviços (acumulado em 12 meses)...................................................................... 133 Figura 125: IPP - Indústria Geral............................................................................................... 134 Figura 126: IPP acumulado em 12 meses (%) .......................................................................... 135 Figura 127: IPCA x IPCA-EX (mensal)........................................................................................ 136 Figura 128: IPCA x IPCA-MS (mensal)....................................................................................... 137 Figura 129: IPCA x IPCA-DP (Mensal)....................................................................................... 138 Figura 130: IGP-M – variação acumulada em 12 meses (%) ................................................... 138 Figura 131: Taxa básica de juros SELIC (em % a.a) .................................................................. 142 Figura 132: Mediana das previsões de mercado para o IPCA (% a.a)..................................... 143 Figura 133: Inflação implícita (em % a.a)................................................................................. 144 Figura 134: Evolução do swap real de 360 dias (% a.a)........................................................... 145 Figura 135: Taxa SELIC e TJLP (% a.a)....................................................................................... 146 Figura 136: Consumo das Famílias - Trimestral....................................................................... 147 Figura 137: Índice de volume de varejo mensal em 2015....................................................... 149 Figura 138: Rendimento Médio Real das Famílias .................................................................. 149 Figura 139: Pessoas Ocupadas ................................................................................................. 151 Figura 140: População Desocupada......................................................................................... 152 Figura 141: População Economicamente Ativa - em mil pessoas........................................... 152 Figura 142: Taxa de Desemprego (%)....................................................................................... 153 Figura 143: População em Idade Ativa - Em mil pessoas ........................................................ 154 Figura 144: Taxa de Atividade (%)............................................................................................ 154 Figura 145: Índice de Confiança do Consumidor..................................................................... 155 Figura 146: Evolução do consumo do governo - apuração trimestral.................................... 161 Figura 147: Exportações brasileiras em US$ (FOB).................................................................. 163 Figura 148: Importação em comparação ao PIB...................................................................... 165 Figura 149: Saldo da Balança Comercial (em US$) .................................................................. 166 Figura 150: ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial (em pontos)....................... 167 Figura 151: Utilização da Capacidade Industrial (em %) ......................................................... 168 Figura 152: Nível de Emprego na Indústria (2006 = 100) ........................................................ 168 Figura 153: Nível de Vendas da Indústria (2006 = 100)........................................................... 169 Figura 154: Nível Real dos Salários na Indústria (2006 = 100) ................................................ 169 Figura 155: Nível da Quantidade de Horas Trabalhadas na Indústria (2006 = 100)............... 170 Figura 156: Índice de Produção Industrial (em pontos).......................................................... 170 Figura 157: Variação do PIB da indústria (% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior) ................................................................................................................................................... 171 Figura 158: Variação da produção industrial extrativa (% acumulado em 12 meses)........... 171 Figura 159: Exportação de produtos manufaturados (em kg) ................................................ 172 Figura 160: Importação de máquinas para a indústria (em kg).............................................. 172 Figura 161: Nível do PIB da indústria de construção (1995 = 100) ......................................... 173 Figura 162: Produção de veículos ............................................................................................ 173 Figura 163: Valor adicionado bruto dos serviços – Variação (%) em volume – Taxa trimestral ................................................................................................................................................... 175 Figura 164: Valor adicionado bruto dos serviços versus movimentação do PIB – Variação (%) em volume – Taxa trimestral ................................................................................................... 176
  • 10. Figura 165: Variação das vendas do varejo – Índice base fixa 100 (2011) – Mensal.............. 177 Figura 166: Hiato do produto (em %) e PIB potencial vs PIB efetivo (base 1995 = 100)........ 180 Figura 167: Brasil: investimento em infraestrutura (em % do PIB) ........................................ 181 Figura 168: Infraestrutura: ranking de competitividade (notas de 01 a 07) .......................... 181 Figura 169: BNDES: investimentos em infraestrutura contratados (em milhões de reais) e variação anual (em %) .............................................................................................................. 182 Figura 170: Fatores que explicam o baixo crescimento econômico do Brasil........................ 182 Índice de Tabelas Tabela 1: Atual distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados........................................ 7 Tabela 2: Inflação e taxas de juros para diversos países........................................................... 24 Tabela 3: Probabilidades implícitas do mercado para as taxas de juros dos EUA ................... 26 Tabela 4: Probabilidades implícitas do mercado para as taxas de juros da Zona do Euro...... 32 Tabela 5 – Pauta de exportações (em USD bilhões e em % do total exportado)..................... 46 Tabela 6 - Resultado Primário do Governo Central – Anual: 2011-2015. Valores correntes e % do PIB.......................................................................................................................................... 73 Tabela 7 - Receitas Primárias do Governo Central – mensal – Janeiro e dezembro de 2015/ Janeiro de 2016 - Em milhões de R$ - Valores correntes .......................................................... 75 Tabela 8 - Receitas primárias do Governo Central – Anual: 2011-2015. Valores correntes e variação percentual do PIB ........................................................................................................ 77 Tabela 9 - Despesas primárias do Governo Central – mensal – Janeiro e dezembro de 2015/ Janeiro de 2016 - Em milhões de R$ - Valores correntes .......................................................... 81 Tabela 10 - Despesas primárias do Governo Central – Anual: 2011-2015. Valores correntes e variação percentual do PIB ........................................................................................................ 83 Tabela 11: Composição da DPMFI.............................................................................................. 88 Tabela 12: Dívida bruta do governo geral ................................................................................. 90 Tabela 13: Dívida Líquida e Bruta do Governo Geral (em R$ Milhões) .................................... 92 Tabela 14: Arrecadação das receitas administradas pela RFB................................................ 102 Tabela 15: Tributos, beneficiários e descrição dos tributos diretos e indiretos no Brasil. .... 103 Tabela 16: Crédito a PF e PJ (em % PIB):.................................................................................. 111 Tabela 17: IPCA e seus componentes ...................................................................................... 122 Tabela 18: Inflação dos preços de habitação (em %) .............................................................. 129 Tabela 19: Comportamento recente do IPP ............................................................................ 134 Tabela 20................................................................................................................................... 139 Tabela 21: Variação do consumo das famílias entre 2014 e 2015 observado e dessazonalizado ................................................................................................................................................... 148 Tabela 22: Índice de volume de vendas no varejo dessazonalizado ...................................... 148 Tabela 23: Rendimento Médio Real das Famílias.................................................................... 150 Tabela 24: PME ......................................................................................................................... 155 Tabela 25: Variação percentual trimestral de 2014 a 2015 .................................................... 161 Tabela 26: Evolução do emprego por nível geográfico, segundo setor de atividade econômica. ................................................................................................................................................... 178
  • 11. 1 1. Introdução Uma análise de conjuntura, é um trabalho retrospectivo e prospectivo, com o objetivo de explicar o atual cenário político e econômico de um país, mostrando as relações de causa e efeito com relação as variáveis macroeconômicas e/ou políticas, para que assim, possam ser feitas projeções, e, ao final, considerações sobre o que pode impactar de forma significativa as projeções, com o balanço de risco. Neste trabalho, incluímos uma análise crítica sobre a condução da política econômica, e buscamos inferir se o Banco Central será capaz de retomar o controle da inflação, pelo menos ao ponto de que seja possível, ao final de 2016, a mesma estar no teto da meta estipulada, ou seja, no máximo em 6,5%. Desta forma analisaremos todos os fatores relevantes para sustentar a hipótese de que não será possível ter, ao final de 2016, a inflação abaixo ou igual a 6,5%. Para nos auxiliar neste trabalho, faremos uso do referencial teórico novo-clássico, trazendo maior embasamento teórico nos argumentos propostos, que será examinado na próxima seção. Os alicerces com os quais nosso trabalho é fundamentado são o de controle da inflação, e ajuste fiscal. Ambos são empecilhos para qualquer objetivo de crescimento e desenvolvimento sustentável no longo prazo e, portanto, caracterizam de forma significativa o atual panorama conjuntural brasileiro, tanto o problema inflacionário como o desequilíbrio fiscal, precisam ser discutidos e serão melhor desenvolvidos em suas respectivas seções. Iniciamos o trabalho de conjuntura com uma análise do cenário político interno trazendo a discussão da atual crise política no Brasil, para que então pudesse ser tratado o cenário político internacional, o cenário econômico internacional e suas possíveis implicações para o Brasil. Com essas avalições feitas, passamos a analisar a situações macroeconômica em si, iniciando com a relação do Brasil com o exterior, no cenário externo e a política cambial, as políticas fiscal e monetária, para então fazermos a análise da inflação, principal foco de nossa análise. Ao final foram feitas conclusões e projeções sobre cada tópico específico, um balanço de riscos para que sejam incluídas possibilidades relativamente improváveis, mas que precisam ser levadas em consideração, e por último, uma conclusão sobre a hipótese, ou seja, se o Banco Central realmente não conseguirá trazer a inflação para abaixo ou igual a 6,5%. 2. Referencial teórico 2.1.Escola Novo-Clássica
  • 12. 2 A escola novo-clássica, como todas do mainstream fazem o uso do individualismo metodológico como meio para a análise. Através de um agente representativo são feitas as proposições e suas consequências são analisadas e testadas em busca de evidencia. As premissas fundamentais da escola novo-clássica são que os agentes são racionais. No sentido microeconômico, o consumidor maximiza sua utilidade dada sua preferência e renda, e empresas maximizam lucro sob restrição de custos. No sentido macroeconômico os agentes possuem expectativas que se baseiam nas informações passadas e nas informações presentes. Em termos do consumidor a racionalidade acaba sendo, na realidade, consequência de dois pressupostos: a completude, ideia que os agentes são capazes de diferenciar dois bens (ou situações), desejando um ao outro ou sendo indiferente entre eles; e a transitividade, implicando que a escolha seja coerente. Existem outros pressupostos da microeconomia neoclássica, mas são desejáveis em termos de modelagem, e não necessários para racionalidade. Uma consequência dessa hipótese, que parte da microeconomia, é que com consumidor e produtor maximizando utilidade e lucro, a economia estará sempre tendendo ao equilíbrio, tanto em um mercado especifico, quanto entre todos os mercados. Ou seja, o mercado possui um mecanismo de auto regulação, chamado de Equilíbrio Geral. Deixar os agentes livres é a melhor forma de alocar os recursos, mas isso não impõe papel nulo ao governo, existe uma justificativa para a atuação governamental, sendo como regulador ou provedor, que são chamadas falhas de mercado. Estas falhas são quando o custo marginal social é menor que o benefício marginal social, tornando-se desejável uma intervenção. Falhas de mercado são: poder de mercado, bens públicos, externalidades e assimetria de informação. Resulta do Equilíbrio Geral, uma crítica feita às intervenções do governo que não sejam motivadas por falhas de mercado. Esta crítica é que essas intervenções distorcem os preços relativos e induzem a situações que não são ótimas do ponto de vista de mercado, ou seja, são ineficientes. Neste trabalho é adotado a hipótese fraca de expectativas racionais, trazendo a ideia de que o agente faz escolhas da melhor forma possível com as informações presentes e passadas, diferentemente da hipótese forte que defende que os agentes se comportam como se tivessem modelos macroeconômicos guiando suas escolhas adivinhando com muita precisão o futuro, com exceção das situações em que não tenham capacidade de prever, ou seja, quando forem “enganados” por políticas econômicas. Em suma, sempre que for citado expectativas racionais neste trabalho é com relação a hipótese fraca. Como consequência da hipótese de expectativas racionais em termos de política econômica é que as políticas do governo só têm possibilidade de ter efeito real na economia, se os agentes forem pegos de surpresa, caso contrário efeito real seria nulo (no curtíssimo prazo é possível ter algum efeito porque os contratos trazem alguma lentidão aos reajustes, mas com os reajustes as políticas perdem o efeito, ou seja existe uma certa rigidez nos preços). Dessa forma, caso o governo aumente a oferta de moeda, a demanda irá aumentar, passa a existir uma maior expectativa de inflação, assim os agentes nos
  • 13. 3 próximos reajustes de preços incluirão informações passadas, como por exemplo essa inflação passada, acrescentando sua expectativa de inflação futura por causa da política monetária. Com a hipótese de expectativas racionais, os agentes vão reajustar, mas não necessariamente irão saber a priori a inflação futura, podem errar para cima ou para baixo, mas o efeito desta política expansionista será próximo de nulo nas variáveis reais. Para a escola novo-clássica, as variáveis são ergódicas. Em economia ergodicidade significa que as variáveis possuem uma distribuição probabilística, sendo possível assim, ao menos saber com precisão o cenário futuro, podendo fazer uso de estatística e da econometria para inferir em qual a situação das variáveis nos períodos seguintes e fazer melhores escolhas. Assim sendo mesmo sem saber exatamente o PIB do próximo ano, o cenário de tendência do PIB é certamente possível de ser feito. Desta forma a escola novo-clássica critica a escola keynesiana e pós-keynesiana, que defendem que as variáveis são impossíveis de serem previstas, e que a economia é levada pela incerteza: conhecida como “incerteza keynesiana”. Para essas escolas as variáveis são não-ergódicas. Além disso também critica a ação de estimulo a demanda agregada apoiada pelos keynesianos como políticas anticíclicas do governo porque os agentes, dotados de expectativas racionais irão reagir de forma a anular a medida do governo. Se o Governo em um momento de baixo crescimento econômico decide aumentar os gastos para estimular a demanda agregada, existem duas formas de financiamento: através de impostos ou incorrendo em dívida. Se for através de impostos, o governo está diminuindo a renda dos consumidores e das empresas, para consumir ou investir. O efeito gerado em termos de PIB real dessa política é menor ou igual do que se os agentes estivessem livres tomarem sua própria decisão, porque os gastos e investimentos do governo são ineficientes e o mercado, pelo contrário, como dito anteriormente aloca da melhor forma possível os recursos. Se o financiamento for através de endividamento, acarretaria em um aumento da taxa de juros e os agentes saberiam que em um momento futuro os impostos seriam aumentados para que esta dívida seja paga. Então, há uma redução do consumo e do investimento. Além disso o aumento dos gastos por si só já exerce um aumento da demanda que exerce pressão sobre os preços e aumenta a taxa de juros expulsando o investimento privado, efeito conhecido como crowding-out, então existem vários fatores que fariam com que a medida seria próxima de nula, caso os agentes não sejam surpreendidos. A oferta agregada é compreendida como inelástica no curto prazo, isso implica que qualquer situação de desajuste, um choque na economia, tenha que ser controlado a partir de políticas que partam do ponto de vista da demanda. Assim, mesmo um choque exógeno de oferta deve ser ajustado pelo lado da demanda, dado que qualquer incentivo para a retomada da oferta, ocorreria apenas no longo prazo. Com relação ao comércio externo a visão que norteia a escola novo-clássica está fortemente baseada na teoria das vantagens comparativas de David Ricardo. A ideia é que todas as economias são melhores na produção de algum bem comparativamente as outras, e nessas atividades, ou setores, são os que a economia deve se especializar. A especialização traz maior produção absoluta, e o comercio redistribui a produção
  • 14. 4 deixando todos os países em situação melhor do que se quisessem tentar produzir tudo. Desta forma, não é benéfico para os brasileiros uma decisão governamental de fechar o país para o comercio internacional. Os consumidores terão de comprar produtos caros e de baixa qualidade aqui, sendo que poderia ter acesso a um bem de melhor qualidade e preço menor com a importação. Existe no debate macroeconômico entre os economistas que seguem essa escola que quando um país está em desenvolvimento, tende a ter os termos de troca desfavoráveis, sem perspectiva de mudança. Mas é consenso que mesmo considerando alguma proteção para estimular a produção nacional, em um momento posterior a abertura é necessária para estimular a produtividade, forçar investimentos das empresas nacionais e abaixar os preços, e dessa forma melhorar o bem-estar social. O crescimento econômico de longo prazo é dado pelo modelo de Solow. O modelo de Solow explica o crescimento do produto no tempo, em função do estoque de capital no tempo, quantidade de trabalho no tempo e do conhecimento tecnológico no tempo, este último também pode ser compreendido como um acréscimo de produtividade na economia. Apesar de chegar à conclusão de que o equilíbrio de longo prazo é único e independe do ponto de partida, cabe introduzir outra premissa da escola novo-clássica, a poupança como geradora do investimento, dessa forma para um nível sustentável de crescimento no longo prazo, é desejável um nível alto de poupança para que o investimento seja estimulado e o crescimento ocorra de forma mais estável. Com relação ao emprego, outra implicação do Equilíbrio Geral, é que existe uma taxa natural de desemprego, na qual todo trabalhador estaria empregado caso aceitasse o salário de mercado, ou seja, o desemprego, termo atribuído a quem procura emprego e não consegue, e não simplesmente a quem não trabalha, seria friccional. Mas algumas políticas praticadas pelo Governo, mesmo que visando o aumento do bem-estar dos trabalhadores, como a política de salário mínimo, acaba beneficiando quem se mantém empregado, com salários maiores, e prejudicando quem acaba sendo excluído, passando a ter maiores dificuldades para se empregar. Todos os tipos de intervenção governamental considerados aqui estão sob uma premissa de boa intenção do Estado. A crítica feita é sob a consideração de que as políticas discricionárias do Governo são motivadas pela crença de que haveria uma melhora na economia, de que a escolha na arbitragem é baseada em algum método objetivo de análise com pura intenção de melhora na economia (tais efeitos, que seriam nulos ou negativos, já foram expostos acima). Apesar disso existem várias áreas de pesquisa como Rent- seeking (Rentismo) e Public Choice (Teoria da Escolha Pública), que levam em consideração uma parte oculta da teoria econômica. A primeira mostra como o Estado é cooptado, para interesses de grupos específicos, que buscam alta renda sem ou com baixo risco; e a segunda, mostra que da mesma forma que existem falhas de mercado, existem falhas de Governo. Quanto maior for o Estado, maior é o espaço para que estas falhas do aparelho estatal ganhem peso significativo, capaz de fazer com que uma economia com muito potencial, como a brasileira, fique à espera de que esses mesmos grupos façam as reformas que são necessárias. 2.2. Implicações Para a Análise de Conjuntura
  • 15. 5 Uma vez estabelecidos todos esses pontos, a sugestão de política monetária é seguir as metas de inflação definindo números factíveis para que os agentes adquiram maior confiança nas autoridades monetárias. Uma discussão que sempre está no centro do debate é a independência do Banco Central. E do ponto de vista do sucesso do controle monetário a independência é desejável, porque a autonomia operacional está se mostrando insuficiente para atingir as metas. A sugestão de política fiscal é enxugar os gastos e obter no mínimo superávit primário, para que possam ser pagos juros da dívida e também, tal como na política monetária, diminuir as especulações sobre a condição financeira do governo, especulação essa que faz com que os juros negociados sejam maiores. As despesas obrigatórias legais, que serão abordadas na seção devida, podem diminuir dependendo da capacidade do governo de aprovar medidas, e essas possibilidades serão avaliadas, mas o ajuste fiscal é necessário, porque a tendência do aumento dos gastos obrigatórios é crescente e maior que as perspectivas de arrecadação. Estas são as bases da avaliação conjuntural que será feita. 3. Cenário Político Interno O cenário político no Brasil se mantem rachado desde a reeleição de Dilma Rousseff para o seu segundo mandato, levando em conta que o modo de governo adotado pelo partido da presidente é o modelo de coalizão, modelo esse que só funciona de maneira satisfatória quando a coalizão formada pelo governo e base aliada obtém a vitória tanto nas eleições para o executivo como para o legislativo. O partido hegemônico que coordena a coalizão no executivo deve vencer as eleições legislativas de forma a reproduzir a coalizão de governo também no legislativo, e é imprescindível que a coalizão controle o executivo para que possa formar maioria absoluta no legislativo a fim de defender a agenda do governo e definir a pauta de votação, fator determinante para manter sob controle a governabilidade do país. Além disso, o presidencialismo de coalizão baseia-se na formação de uma base do governo com vários partidos que controlam ministérios, cargos e verbas em troca de apoio ao governo no legislativo. Na tentativa de manter-se relevante, o governo PT distribuiu cadeiras em diversos ministérios de forma a garantir a formação de uma base aliada sólida, além de ter se aliado a partidos historicamente classificados como centro-direita ou direita, mostrando nesse ponto que já havia perdido sua principal característica, que era ser o baluarte de uma esquerda forte, rendendo-se aos interesses da “elite” que tanto criticou em nome da governabilidade. 3.1.Quem é Quem? Dentro desse cenário de formação de um governo de coalizão, três peças são chaves para se estabelecer uma condição de plena governabilidade para o governo federal: as figuras do Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado e o Presidente eleito. Havendo alinhamento do executivo com o Congresso e o Senado, a agenda proposta pelos parlamentares segue as demandas requeridas pelo executivo, tornando a atividade do executivo mais fácil e fluida.
  • 16. 6 3.1.1. Câmara Dos Deputados Federais O Presidente da Câmara dos Deputados é um deputado eleito entre os parlamentares para, principalmente, exercer a função de supervisor das atividades da casa sendo de sua responsabilidade definir a pauta a ser votada em cada uma das sessões da câmara, além de acumular outras responsabilidades. É o segundo na ordem de sucessão presidencial, vindo logo após o vice-presidente, além de integrar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. Eleito em primeiro de fevereiro de 2015, Eduardo Cunha é o atual presidente da câmara, e derrotou Arlindo Chinaglia do PT ainda no primeiro turno obtendo voto da maioria absoluta dos deputados. À época de sua eleição, Cunha disse que essa situação não prejudicaria a governabilidade do governo Dilma, declarando que “O governo tem direito à governabilidade, e o fato de colocarmos em pauta matérias que são anseio da Casa não significa que estaremos indo contra essa governabilidade”. Essa declaração pode ser tomada como uma prévia do que seria o mandato de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, onde vem impondo grande dificuldade à manutenção da dita governabilidade ao estar sempre em confronto com as demandas que o Executivo deseja votar. Eduardo Cunha vem sendo investigado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, acusado de quebra do decoro parlamentar e ocultação de contas bancárias no exterior, todavia a acusação de recebimento de propina foi retirada do parecer, o que pode vir a abrandar sua pena, talvez o livrando da cassação. 3.1.2. Senado Federal Do Brasil O Presidente do Senado é eleito pelos senadores por meio de voto secreto, bastando atender ao critério de obter maioria simples. O eleito, além de presidir o Senado Federal, torna-se Presidente do Congresso Nacional, sendo este formado por duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados. O Presidente da Câmara dos Deputados passa a integrar a linha sucessória à presidência, sendo o terceiro, logo após o vice-presidente. Em seguida, quem assume é o presidente do Senado. Renan Calheiros do PMDB é hoje o presidente eleito do Senado, com o mandato previsto de dois anos deverá exercer a função até fevereiro de 2017 quando haverá nova eleição. Responsável por definir a lista dos projetos que irão para votação em plenário, tem total controle sobre a agenda do Senado Federal, além de ser responsável pelo encaminhamento das conclusões das CPI aos órgãos competentes, também faz parte do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional. Na atual conjuntura o alinhamento entre os interesses das duas casas, tornou o Executivo bastante dependente de sua relação com o PMDB. A bancada Governista apesar de ser a maior não compõe maioria absoluta sendo assim incapaz de aprovar qualquer projeto sem que tenha apoio dos partidos independentes, situação semelhante enfrenta a Oposição. O PMDB apesar de ser o partido do vice-presidente se declara independente no cenário político atual, apoiando tanto situação quanto oposição, de acordo com o seu interesse momentâneo. Recentemente o partido que comanda o Congresso Nacional se mostrou bastante inclinado em manobrar as agendas em benefício próprio, isolando a presidente
  • 17. 7 Dilma, tornando especialmente difícil sua reação frente ao clamor pela sua saída que ecoa desde o início de seu segundo mandato. 3.1.3. O Poder Executivo Escolhido pelo povo, através do voto direto como representante do Poder Executivo para um mandato de quatro anos, o Presidente da República exerce as funções de chefe de estado, chefe de governo e chefe da Administração Pública. No formato atual o Executivo trabalha em conjunto com Legislativo e Judiciário, formando o que se chama de Os Três Poderes. Dentre suas diversas atribuições, algumas se destacam, como a nomeação dos ministros de Estado e também o seu papel no veto, sanção ou promulgação dos projetos de lei votados pelo Congresso Nacional. A única ferramenta que permite ao Presidente da República legislar de maneira independente é a Medida Provisória, que tem força imediata de lei independendo da participação do Legislativo, entretanto em um momento posterior será levado ao crivo do Congresso Nacional. Atualmente, Dilma Vana Rousseff é a primeira mulher eleita como presidente da República do Brasil, assumindo o seu primeiro mandato em primeiro de janeiro de 2011 e sendo reeleita para o segundo mandato em outubro de 2014. Sendo fortemente dependente da formação de uma base aliada sólida, para que haja governabilidade é necessário haver alinhamento entre o presidente da República e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Desse modo o partido da presidente Dilma, assolado por diversos escândalos que vem se acumulando nos últimos 14 anos, se enfraqueceu e hoje sofre para garantir as mínimas condições de governabilidade para a presidente. No episódio mais recente, o ex-presidente Lula, acusado de envolvimento em extenso esquema de pagamento de propinas e favorecimento de empresários, tornou-se o ponto focal da operação Lava-Jato, que vem sendo conduzida para se limpar a política nacional. O PMDB que compõe a liderança, tanto do Senado quanto da Câmara dos Deputados além do próprio vice-presidente da República, vem se posicionando de maneira esquiva, hora apoiando a situação e hora apoiando a oposição. 3.2.Distribuição De Partidos Segundo dados do site oficial da câmara legislativa, as cadeiras no congresso nacional estão distribuídas conforme as tabelas abaixo: Tabela 1: Atual distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados Partido / Bloco Bancada Bloco PR, PSD, PROS 80 Bloco PP, PTB, PSC, PHS 80 Bloco PMDB, PEN 69 PT 58
  • 18. 8 PSDB 51 Bloco PRB, PTN, PTC, PTdoB, PSL 40 PSB 33 DEM 23 PDT 18 SD 16 PCdoB 12 PPS 10 PV 6 PSOL 5 REDE 5 PMB 4 S.PART. 3 Total 513 Fonte: Site oficial da Câmara dos Deputados – elaboração própria.
  • 19. 9 Figura 1: Distribuição das cadeiras no Senado Federal Fonte: Site oficial do Senado Federal Base aliada em política é quando alguns partidos ou políticos individuais apoiam uns aos outros. Após as eleições de 2014, quando a presidente Dilma foi reeleita, o PT perdeu algumas cadeiras na bancada dos deputados, deixando a atual presidente mais dependente de votos dos outros partidos para apoiar os seus projetos na Câmara. Os partidos que apoiaram a presidente em sua eleição, logo, sua base aliada, foram: PT, PMDB, PSD, PP, PR, Pros, PDT, PCdoB e PRB. O governo de Dilma estava em vantagem no sentido de que o segundo maior partido com cadeiras no Congresso Nacional, o PMDB, apoiava o
  • 20. 10 seu governo - apesar das divergências de opinião dentro do próprio partido, onde 42 % foram contra a aliança. Atualmente, o PMDB, apesar de estar em terceiro lugar na relação de distribuição de partidos, é o que tem mais força no Congresso, pois o seu bloco conta apenas com um partido - o Nanico PEN -, e os blocos com mais cadeiras são formados por três ou mais partidos. Após a reforma ministerial realizada pela presidente no último trimestre de 2015, como estratégia para assegurar sua governabilidade e conseguir maior aprovação no Congresso – foi feita uma redução de 39 para 31 ministérios e mudanças de dirigentes dos ministérios com o objetivo de formar uma base aliada mais sólida -, os outros quatro partidos que formavam um bloco junto ao PMDB se desvencilharam e formaram seu próprio bloco (o segundo bloco da tabela de distribuição de partidos acima: PP, PTB, PSC, PHS). O intuito da separação por parte dos líderes destes partidos era mostrar ao governo que essa reforma não o fortaleceu. Além de se mostrarem insatisfeitos com a decisão da presidente, também ficaram com o líder Leonardo Picciani (PMDB). Alegando ter beneficiado apenas o seu próprio partido na reforma ministerial, essas duas razões levaram o afastamento do bloco. O conflito envolvendo o líder peemedebista começou quando a presidente ofereceu cargos de ministros ao seu partido para selar uma aliança e reforçar a base aliada no contingente da reforma ministerial. E continuou até dezembro de 2015 quando parte da bancada do PMDB, que eram a favor do processo de impeachment da presidente, tentou afastar Picciani do cargo elegendo um novo líder por votação da maioria; o deputado Leonardo Quintão - que durou apenas oito dias na liderança, pois os apoiadores de Picciani do PMDB e o Planalto conseguiram reverter a situação. Essa disputa acirrada, dentro do próprio PMDB, entre apoiar ou não as decisões do Governo dentro do Congresso, evidencia indícios de como a base aliada está rachada desde a reeleição da Dilma Rousseff e permanece até hoje. Esta falta de apoio à presidente juntamente com a crise econômica, é a razão pela qual o processo de impeachment contra a presidente, que será discutido com maior relevância mais à frente, está se configurando cada vez mais provável. Os conflitos de interesse que são percebidos dentro da política do Brasil hoje mudam a todo o momento, o que mostra como os interesses individuais dos políticos e partidos estão afetando o cenário e refletindo a crise política. 3.3.Jogo De Forças PTxPMDB “Sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB", assim começa a carta endereçada à presidente Dilma, escrita pelo vice- presidente Michel Temer em tom de desabafo e mágoa em um momento delicado para o governo, o conteúdo da carta é visto como um golpe nas já frágeis relações entre PT e PMDB. Desde o início do segundo mandato da presidente Dilma observou-se que o PMDB enxergava o fim do ciclo iniciado no primeiro governo Lula, ainda na eleição para o segundo mandato, a vitória apertada e a reação tanto dos eleitores quanto da oposição que passou a pressionar pelo impeachment, quanto da deterioração da imagem da base governista causada por diversos escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores, o
  • 21. 11 baixo índice de crescimento, aumento na taxa de inflação e descontrole sobre o câmbio levou a um início já bastante conturbado de segundo mandato e uma imagem de que o PT estava por ruir. Em primeiro de fevereiro do mesmo ano, na eleição do presidente da Câmara dos Deputados, uma vitória retumbante de Eduardo Cunha do PMDB sobre Arlindo Chinaglia do PMDB, ainda em primeiro turno, e a vitória de Renan Calheiros como presidente do Senado, não deixou dúvidas de que o Congresso capitaneado pelo até então aliado do Governo havia crescido em poder e feito alianças que se distanciavam dos interesses do PT. De caráter mais habilidoso enquanto situação do que o PT, o PMDB formou alianças com partidos ideologicamente distantes e mostrou destreza em manobrar o Congresso conforme seus interesses, o PT, no entanto, apesar de ser bastante eficaz enquanto oposição mostrou que quando a pauta pede diplomacia peca, e viu-se isolado no cenário político atual sem nem mesmo ter representante na mesa diretora, tornando a tarefa do Executivo de governar o país muito difícil tendo em vista a baixíssima possibilidade de aprovar qualquer uma de suas propostas. O que se vê é o PT em uma situação que para retomar a governabilidade deve se abrir cada vez mais ao PMDB, que tem por característica se manter independente, formando alianças com situação e oposição e sem concorrer diretamente a cargos eletivos do executivo. Focando-se no legislativo o PMDB tem a capacidade de formar grandes bancadas e se manter relevante no cenário nacional, sendo sempre o fiel da balança no Congresso Nacional, caso o governo resolva bater de frente com o PMDB é possível que o partido se vire para a oposição e é quase certo que no caso de um impeachment da presidente Dilma que o PMDB se afastaria do Governo de modo a não prejudicar sua imagem. Não há hoje a possibilidade de plena governabilidade sem o apoio do PMDB. 3.4.Popularidade Do Governo 3.4.1. Eleições 2014 Nas eleições presidenciais de 2014, os principais candidatos a presidente da república foram Dilma Rousseff do PT (partido dos trabalhadores) se reelegendo ao cargo, Aécio Neves do PSDB (Partido da Social democracia brasileira), Marina Silva do PSB (Partido socialista brasileiro), Luciana Genro do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Pastor Everaldo do PSC (Partido social Cristão), Eduardo Jorge do PV (Partido Verde) e Levy Fidélix do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro). Depois de uma acirrada competição, onde Aécio e Dilma foram disputar o cargo no segundo turno, Dilma Rousseff foi eleita com 51,64 % dos votos válidos. Com esse resultado, pôde-se perceber uma divisão nos eleitores brasileiros. Desde então, foi possível prever que neste segundo mandato da presidente Dilma, ela teria que ser mais cautelosa no seu governo, pois grande parte da população brasileira não estava confiante em seu segundo mandato. É importante ressaltar que foi a terceira vez na história do Brasil que a população reelegeu um presidente, mesmo com uma competição extremamente dividida. Além disso, em seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff não
  • 22. 12 apresentou resultados favoráveis à economia brasileira; queda na balança comercial, aumento da taxa de inflação (parte explicado por fatores exógenos, como choque de oferta no setor de alimentos) e baixo crescimento do PIB esperado. 3.4.2. Popularidade Do Governo Dilma Rousseff Desde o primeiro mandato da presidente Dilma, a população já se mostrava insatisfeita com os resultados da economia brasileira. Um fato importante que aconteceu e vem acontecendo com muita frequência em nosso país, são as manifestações populares. Desde a manifestação de junho de 2013, em protesto ao “aumento dos 0,20 centavos nas passagens de ônibus e metro”, a população demonstra estar cada vez mais indignada e intolerante aos problemas políticos e econômicos do Brasil. Atualmente, as manifestações e protestos têm focado no impeachment da presidente e contra as corrupções políticas. Por essa razão, esse tópico tem como objetivo mostrar, através de dados, a popularidade do governo Dilma. Os dados que foram apurados são da pesquisa: Avaliação da presidente Dilma Rousseff, realizada em Fevereiro de 2016 pelo Datafolha. O levantamento para a pesquisa foi feito em 24 e 25 de fevereiro de 2016, foram feitas 2.768 entrevistas em 171 municípios brasileiros; a margem de erro da pesquisa é de mais ou menos 2 pontos percentuais com nível de confiança de 95%. O índice de reprovação da presidente Dilma, daqueles que consideram sua gestão econômica ruim ou péssima, é de 64 % dos brasileiros. Já o índice de aprovação é de 11 % e 25 % dos entrevistados consideram sua gestão regular. A nota média dada, numa avaliação de 0 a 10, foi de 3,5. Com os gráficos abaixo, é possível comparar a popularidade da Dilma em seu primeiro e segundo mandato, desde o seu segundo mandato o índice de reprovação vem crescendo gradualmente.
  • 23. 13 Figura 2: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 1º mandato Fonte: Datafolha Figura 3: Evolução da avaliação do governo de Dilma Rousseff – 2º mandato Fonte: Datafolha
  • 24. 14 A insatisfação da população com o governo é compreendida em razão a todos os problemas que a economia brasileira vem enfrentando, como a recessão do PIB, as altas taxas de inflação, a desvalorização do real e até ou principalmente, os problemas de corrupção dentro do governo. Ainda segundo a pesquisa, considerando todos os governos desde o do presidente José Sarney, o governo da Dilma Rousseff é visto como o que teve mais casos de corrupção. A população brasileira se encontra hoje num momento de insegurança, falta de confiança no governo e na sua gestão e com medo dessa crise que vem se encorpando desde meados de 2014. Os agentes econômicos estão se adaptando à crise e exigindo mudanças governamentais, tendo como exemplo o atual processo de impeachment, os protestos contra a corrupção e as diversas investigações por crimes de responsabilidade, na esperança que a situação econômica do país possa melhorar. 3.5.Impeachment e Governabilidade: Reformas Importantes Apesar da total impossibilidade de se instaurar um processo firme de impeachment até o atual momento, mesmo com a flagrante dificuldade em gerir o país a presidente Dilma Rousseff não cometeu nenhum crime e sim, erros. A principal consequência dessa possibilidade de impeachment é a fragmentação da base do governo que minou ainda mais a sua governabilidade que vem arrastada desde o final de seu primeiro mandato. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, já sinalizou que por enquanto não vai levar à votação os pedidos que recebeu de impeachment, em aparente espera para utilizar tal medida como moeda de troca, haja vista que Cunha, conhecido por manobrar habilidosamente em favor próprio, foi flagrado em quebra de decoro parlamentar e ocultação de contas no exterior, mantem-se fiel a um governo que ele mesmo sabota sistematicamente. A operação Lava Jato envolve cada vez mais as peças em atividade no cenário político atual, Eduardo Cunha e Renan Calheiros são alguns dos investigados em casos de corrupção. A sociedade civil no dia treze de março de 2016 foi às ruas e mostrou que quer mudanças, pedindo que a corrupção seja extirpada da máquina do governo e o contexto desta vez foi menos partidário, tendo PT como principal problema, mas não se esquecendo de PSDB, PMDB e diversos outros partidos que tem membros sendo investigados na Lava Jato, Zelotes e outras operações atuais, sociedade essa que cada vez menos acredita na capacidade do governo resolver os problemas e já tem refletido na postura de governantes atuais que falam em “Pacto Nacional pela Governabilidade” para atender à voz das ruas. Este ambiente político conturbado afetou a imagem do país no exterior, levando a agências de rating retirar o grau de investimento do Brasil, encolhendo uma fonte de financiamento que poderia ser usada pelo governo para voltar a crescer. Portanto, dado o clima de antipatia frente ao governo Dilma tanto por parte da população como por parte dos políticos da base aliada e dos oposicionistas, as disputas políticas, o clima de especulação tanto política como financeira, leva a crer que a economia passará por um período de recessão no ano de 2016, pois não há perspectivas de que o governo consiga o apoio necessário para emplacar as reformas e ajustes que serão necessários para
  • 25. 15 que a economia volte a prosperar, principalmente porque deverá se voltar para dentro para crescer e, isso significa dizer que o governo teria de aumentar sua participação no ambiente econômico, mas com a falta de apoio político, não se pode esperar que isto, de fato acontecerá, pois o consenso entre os políticos é que o governo deve ser mais austero e mesmo assim, o ambiente político dificulta que o ajuste fiscal seja realizado integralmente. Essa quebra velada entre Executivo e Legislativo nos leva a crer que a economia continuará em recessão pelo ano de 2016 já que há uma inflexão no sistema de governo de coalizão adotado no momento. O governo não tem perspectiva de conseguir aprovar as reformas e ajustes que ele julga necessárias para retomar o crescimento, muito em parte porque há a necessidade se voltar para dentro para crescer e por consequência o governo deveria aumentar sua participação na esfera econômica, mas sem apoio político não será possível realizar estas ações pois o consenso é que o governo deve ser mais austero e mesmo assim, o ambiente político dificulta que o ajuste fiscal seja realizado integralmente. 3.6.Crises Na Política 3.6.1. Operação Lava Jato A operação lava jato se desencadeou a partir de investigações realizadas desde 1997. Tais investigações começaram com uma suspeita de corrupção e movimentação de recursos ilegais, que usava como disfarce um posto de gasolina e lava jato de automóveis; e por esta razão, se dá a operação o nome de lava jato. A operação em si começou a ser investigada em março de 2014 e a priori foram identificados quatro doleiros que lideravam as organizações criminosas, com essa descoberta o Ministério Público desvendou que mais a fundo a Petrobras estava envolvida também nestes processos de corrupção. O esquema era realizado secretamente onde as grandes empreiteiras ao invés de concorrem através de licitações e ganhar o contrato da Petrobras a que tivesse o menor preço, elas formaram um cartel onde decidiam quem iria ficar com o contrato e estabeleciam o preço deste; as escolhas eram regulamentadas no cartel na forma de revezamento. Os agentes envolvidos na operação eram: as empreiteiras; os funcionários da Petrobras, responsáveis por esquematizar as reuniões a favor do cartel; os operadores financeiros, responsáveis pelo pagamento e disfarce das propinas; e os agentes políticos, responsáveis pela indicação dos diretores da Petrobras. Segundo o site do Ministério Público Federal (MPF), até a data desta conjuntura, foram expedidos 732 mandados, sendo 64 de prisões preventivas, 69 de prisões temporárias, 117 de condução coercitiva e 482 de busca e apreensão. Assim como 97 pedidos de cooperação internacional, sendo 85 pedidos ativos para 28 países e 12 pedidos passivos em 11 países, 37 acusações criminais contra 179 pessoas, sendo que em 17 já houve sentença, pelos seguintes crimes: corrupção, crimes contra o sistema financeiro internacional, tráfico transnacional de drogas, formação de organização criminosa, lavagem de ativos, entre outros.
  • 26. 16 Os casos de corrupção na política, assim como a divulgação dos delatores protegidos por foro privilegiado, o abuso de poder dos agentes políticos, os crimes de responsabilidade cometidos pelo governo; tiveram impacto social levando a indignação da população, que por falta de confiança no governo e no poder legislativo, com apelo veemente por uma figura capaz de solucionar os problemas de corrupção no país, apoiaram o poder judiciário e em especial o juiz federal Sérgio Moro, que ficou conhecido como o principal protagonista das ações da operação Lava Jato. O descontentamento da população com o governo resultou nas muitas manifestações recentes, notadamente a do dia 13 de março de 2016, com o intuito de pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff e também o pedido de prisão do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. As repercussões de uma crise política como esta trazem consequências negativas para a economia e para os agentes econômicos. Uma crise dessa dimensão no governo de um país, com uma democracia tão nova e crises econômicas e políticas tão recentes na história da economia brasileira, resulta em uma insegurança política por parte dos agentes. A falta de credibilidade de um governo gera oscilações no mercado financeiro, diminuição do rating do país, queda no índice de confiança dos investidores e empresas nacionais e internacionais e queda no índice de confiança das famílias. 3.6.2. Lula E O Ministério Da Casa Civil Marcado por clamor popular, o atual cenário político interno está passando por momentos conturbados com crises significativas, como já foi citado anteriormente, entre estes estão os pedidos de impeachment a atual presidente e os pedidos de prisão do ex presidente Luís Inácio Lula da Silva por motivos de corrupção, entre outros acontecimentos. No dia 15 de março de 2016, o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que decidiu colaborar com a operação Lava Jato e em seu depoimento citou a atual presidente Dilma Rousseff, o ex presidente Lula, o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, três ministros, nove senadores e três deputados. É importante destacar que nas condições de delação premiada, não é considerado verídico todas as informações, cabe ao Ministério Público apurar as informações e confrontar se realmente houve irregularidades. Segundo o depoimento de Delcídio, sobre o ex-presidente Lula, ele afirmou que este teve conhecimento de um pagamento feito ao publicitário Marcos Valério, para que ele não contasse tudo o que sabia sobre o escândalo do mensalão, entre outras afirmações. Sobre o vice-presidente, Michel Temer, no depoimento Delcídio afirmou que este patrocinou a nomeação de executivos da Petrobras (que estavam sendo condenados por operações da Lava Jato). Estando correlacionados ou não, após os eventos da manifestação popular de 13 de março e a confirmação da colaboração do senador Delcídio do Amaral; no dia 16 de março a presidente Dilma Rousseff informou publicamente que o ex-presidente Lula seria nomeado novo Ministro da Casa Civil. As críticas a este cenário é que Lula estaria buscando proteção, através do foro privilegiado, das acusações e possíveis decisões do juiz Sérgio Moro.
  • 27. 17 Ainda na mesma semana a polícia federal grampeou uma conversa telefônica entre o ex- presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, onde revelava indícios que a presidente estaria enviando um documento de Termo de Posse do Ministério da Casa Civil para o ex-presidente usar como argumento de foro privilegiado. A decisão de tornar esse diálogo público foi do Juiz Sérgio Moro, que em seu contra-argumento de quebrar o sigilo da operação Lava-Jato, disse: “O levantamento (do sigilo) propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal. A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras.” - segundo palavras extraídas do Jornal Estadão. Na Cerimônia de Posse de Novos Ministros de Estado, a presidente Dilma Rousseff se revelou indignada com a ação do Juiz Moro e declarou que o caso será investigado. Em algumas palavras de seu discurso, a presidente discursou: "Nós estamos diante de um fato grave, uma agressão não à minha pessoa, mas à cidadania, à democracia e à nossa Constituição" (...) "Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de dados escusos, de práticas criticáveis viola princípios e garantias constitucionais, os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos"(...) E ainda prosseguiu: "os golpes começam assim". - segundo informações extraídas do Jornal Uol. Não muito depois da cerimônia, acatando a aclamação popular, o Juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, concedeu uma liminar que suspende o Cargo de Ministro da Casa Civil para o Lula. Essa liminar teve como pressuposto indícios de crime de responsabilidade por parte da presidente Dilma Rousseff, que teria possíveis intenções de dar foro privilegiado ao ex-presidente que está sendo investigado pela operação Lava Jato, nomeando ele ministro. No documento oficial expedido pelo Juiz, declara-se que essa ação da presidente implica em uma intervenção direta do poder executivo nas ações do poder judiciário. A estratégia do governo da Dilma para proteger o ex-presidente, acabou por conceder mais força para a oposição instaurar e efetivar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Além de outras razões para o Congresso prosseguir com o processo, esta ação do governo deu razão para a base aliada se afastar ainda mais e as chances do processo ser aprovado no Congresso passaram a ser mais altas. 4. Cenário Político Internacional 4.1.Estados Unidos da América Atualmente os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Neste ano serão realizadas as eleições presidenciais. Entre os principais candidatos na disputa, temos pelo Partido Democrata: Hillary Clinton (Secretária de Estado), e Bernie Sanders (Senador por Vermont); e pelo Partido Republicano: Donald Trump (Empresário de Nova York) e Ted Cruz (Senador pelo Texas). Harold Trinkunas, diretor de América Latina da Brookings Institution, um dos principais centros de debate e pesquisa em Washington, diz que políticos democratas tendem a ser
  • 28. 18 mais abertos ao multilateralismo, o que em tese favorece as aspirações do Brasil por mais espaço em organismos e negociações internacionais. "Essa seria uma diferença importante para o Brasil entre termos de um presidente democrata ou republicano", afirma. Já o professor de relações internacionais da American University Matthew Taylor diz que o partido do presidente americano não tem feito muita diferença nas relações bilaterais. Para Taylor, "lamentavelmente, as campanhas americanas têm historicamente se preocupado muito pouco com o Brasil, e ainda menos com a América Latina". Essa disputa política pode fazer com a votação pelo Congresso da Parceria Transpacífica (acordo entre o Estados Unidos e mais 11 países do Pacífico) fique adiada para 2017. Lembrando que a aprovação desse acordo, segundo analistas, pode deixar o Brasil ainda mais isolado no Comércio Internacional. Tanto Hillary Clinton, quanto Donald Trump, aqueles que lideram as pesquisas de intenção de voto em seus respectivos países se disseram contra essa parceria. Contudo para analistas entrevistados pela BBC, o Brasil deverá ficar à margem da campanha presidencial principalmente por causa da crise política e econômica que atravessa. Em relação aos empregos os indicadores dos Estados Unidos mostram que a economia americana, está conseguindo superar o trauma da crise de 2008. Hoje, somente 5% dos americanos acima dos 16 anos estão desempregados, metade do nível de 2009, no auge da recessão. De acordo com o professor Jan Rivkin, da Harvard Business School, o país não tem tanto a comemorar. Num artigo recente, ele mostra que a geração de postos de trabalho pelo setor privado está em um ritmo inferior à média histórica, de 2% ao ano, e o desemprego cai porque menos pessoas estão buscando trabalho. Além disso, a renda das famílias americanas não acompanhou os ganhos no emprego dos últimos anos. Depois de constantes quedas desde o pico em 1999, a renda familiar é a mesma de duas décadas atrás. Para Rivkin, esses indicadores são um sinal de que a atual fase de prosperidade das empresas não está se refletindo em benefícios para a população de classe média como no passado. O presidente do Federal Reserve Bank de Boston, Eric Rosengren, advertiu os mercados, ao dizer que traders e investidores estão subestimando seriamente o nível das altas nos juros que o banco central americano (Federal Reserve, o Fed) vai entregar ao longo dos próximos anos. Como esperado, as taxas serão elevadas entre 0,25% a 0,50%. E esse aumento afeta o Brasil sobremaneira, visto que gera fuga de capitais em países emergentes. 4.2.Argentina A Argentina é um dos principais parceiros políticos e econômicos do Brasil. As relações bilaterais são estratégicas para a inserção do Brasil na região e no mundo. A construção de uma relação política de confiança e cooperação com a Argentina contribui para a constituição de um espaço regional de paz e de cooperação.
  • 29. 19 Segundo o Itamaraty, a forte dinâmica comercial bilateral, marcada pelo elevado percentual de produtos de alto valor agregado, tem importantes impactos em setores estratégicos das duas economias, sobretudo na indústria. Ressalta-se, entre as áreas beneficiadas pela parceira bilateral, o setor automotivo, que tem efeitos diretos e indiretos sobre o conjunto da economia brasileira, em campos tão diversos como mineração, siderurgia, metalurgia, química, petróleo e gás, além do setor de serviços (engenharia, mecânica, administração, propaganda e marketing etc.). Atualmente o país é comandado pelo presidente Maurício Macri. Ex-presidente de um clube de futebol e líder de uma frente centro-direita que foi opositora ao kirchnerismo, se tornou o primeiro candidato civil que não é do Partido Peronista, nem da radical social- democracia; as duas principais forças do país. Entre tantos desafios, herdou o país com sinais de crescimento frágil, inflação superior a 20% e reservas reduzidas no Banco Central. Seguindo a linha conservadora, Macri defende a diminuição da inflação para um dígito em dois anos, abertura de investimentos estrangeiros, e o levantamento dos limites das exportações do sistema agropecuário. Por outro lado, Macri faz um início de ano positivo ao se desfazer de mais uma década de políticas macroeconômicas populistas que deixaram a Argentina com uma taxa de câmbio sobrevalorizada, inflação galopante e reservas estrangeiras baixas. Mesmo com uma forte desvalorização do peso argentino, há pouca sensação de pânico no mercado, porque é algo entendido como um movimento-chave (embora doloroso) para Macri reformar a economia em crise do país. 4.3.China A China é o maior parceiro comercial brasileiro. No ano passado o governo do Brasil assinou 35 contratos milionários com empresas chinesas, para projetos de infraestruturas e energia: são investimentos de mais de 160 milhões de reais (47 milhões de euros) nos sectores da construção, mineração, agricultura e energia. Esse investimento chinês veio em um momento ruim para a economia brasileira e por isso se mostrou tão importante. A desaceleração que país vem tendo no início de 2016, mais os sucessivos tombos que a Bolsa de Xangai tem levado junto ao seu mercado de ações; estão fazendo com que as bolsas de valores do mundo inteiro tenham queda. No caso do Brasil, esse reflexo tem sido ainda maior, com investidores preocupados com as incertezas políticas e econômicas. A grande preocupação do mundo em relação ao ritmo mais fraco da atividade econômica chinesa, é que isso levaria a diminuição da demanda por importação. Nas duas primeiras semanas de janeiro, a bolsa de Shangai caiu 18% por preocupações sobre o crescimento chinês. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 8,2% no mesmo período. Na Europa, o índice que reúne as principais ações do continente, o FTSEurofirst 300, recuou 9,7%. No Brasil, a baixa foi maior, de 11% no mesmo intervalo. O recuo é mais forte que o de outros índices de ações da América Latina, como o IPC, do México (-4,95%), o IPSA, no
  • 30. 20 Chile (-5,27%) e Colcap, na Colômbia (-4,33%). Já na Argentina, a bolsa de Buenos Aires, a Merval, caiu 14%. A economia chinesa está em processo de estabilização, mas ainda não se encontra estabilizada — disse o economista chefe do Citic Bank International em Hong Kong, Liao Qun. As autoridades chinesas, que projetavam um avanço "por volta de 7%", atribuem a desaceleração de uma economia que há pouco tempo ostentava crescimentos de dois dígitos à "nova normalidade" de um crescimento menor, porém mais estável, baseado no consumo interno, inovação e serviços, em detrimento das indústrias pesadas, dos investimentos estimulados pelo endividamento e as exportações. A situação em 2016 continuará sendo mais ou menos a mesma de 2015, e o crescimento econômico da China seguirá confrontado a uma situação internacional complexa e volátil. Alguns setores devem continuar sofrendo com o excesso de capacidade produtiva, mas novos elementos, como o comércio eletrônico e as energias renováveis, manterão o dinamismo, destacou Boan. Pensamos que o crescimento econômico em 2016 permanecerá estável. Confiamos nisso — declarou. Para o Partido Comunista da China, haverá redução das previsões para este ano, conforme analistas, que recordam que o presidente Xi Jinping já afirmou que uma expansão do PIB de 6,5% deveria ser suficiente para responder às necessidades do país. 4.4.União Europeia Composta de muitos países, apenas alguns deles tem relevância nas relações econômicas com o Brasil. Entre os quais destacam-se: Holanda; Itália; Reino Unido e a Alemanha, que em 2015, foi o quarto maior parceiro comercial do Brasil, após China, EUA e Argentina. Ainda em relação a Alemanha, aproximadamente 1.600 empresas estão instaladas no Brasil. Estima-se que a contribuição dessas empresas para a formação do PIB industrial brasileiro gire em torno de 10%. Só em São Paulo há mais de 800 subsidiarias de empresas alemãs, que geram mais do que 250 mil empregos diretos. Em sua última visita ao Brasil, a chanceler alemã Angela Merkel fortaleceu a relação entre os dois países. As áreas prioritárias que tiveram suas relações reforçadas são: comércio exterior, agricultura, educação, trabalho, energia, saúde, meio ambiente, previdência e ciência e tecnologia. Isso nos leva a esperar um maior fluxo de comércio entre os dois países a médio e longo prazo. Segundo a Comissão Europeia para assuntos econômicos e financeiros, as economias europeias têm vindo a beneficiar da conjugação em simultâneo de inúmeros fatores favoráveis. Os preços do petróleo mantêm-se a níveis relativamente baixos, o crescimento mundial é estável, o euro continua a desvalorizar-se e prosseguem as políticas económicas de apoio na UE. Quanto à vertente monetária, as medidas de flexibilização quantitativa adotadas pelo Banco Central Europeu têm tido um impacto significativo nos mercados, tendo
  • 31. 21 contribuído para a descida das taxas de juro e a criação de expectativas quanto à melhoria das condições de concessão de crédito. Dada a neutralidade geral da orientação orçamental da UE no seu conjunto - nem restritiva, nem expansionista – a política orçamental apoia igualmente o crescimento. A prossecução das reformas estruturais e o Plano de Investimento para a Europa deverão igualmente surtir efeito ao longo do tempo. A Alemanha e os países nórdicos elevarão seu gasto público em 2016 com a chegada de milhares de refugiados. A França aumentará o orçamento em defesa e segurança após os atentados de Paris, e Itália e Espanha acabam de aprovar reduções de impostos. Bruxelas prevê “acomodar” sua política fiscal para permitir esse conjunto de medidas, que em conjunto constituirão o primeiro mini estímulo para a zona do euro desde o início da crise de dívida, em 2010, segundo fontes da União Europeia. Esse tímido incentivo pode ser suficiente para compensar riscos como a instabilidade política e, sobretudo, os problemas da China e dos emergentes. A superposição de crises alheias à economia (de asilo e de segurança) aponta que Bruxelas permitirá, segundo as fontes consultadas, um maior gasto relacionado à crise migratória em Berlim e companhia, assim como os esforços orçamentários em Paris para enfrentar a crise de segurança. Todas essas medidas constituirão, em conjunto, o primeiro mini estímulo fiscal na zona do euro desde o início da crise da dívida. Ao final permitirá assentar um pouco mais a reativação da zona do euro e melhorará a efetividade do multimilionário programa de compra de ativos do BCE, que junto com a queda dos preços do petróleo sustenta há meses a frágil, tímida e desigual recuperação europeia. O maior problema de 2016 é a China e a desaceleração cíclica na Europa e nos Estados Unidos. Bruxelas prevê que o PIB do euro crescerá 1,8% este ano. 4.5.Mercosul Bloco econômico criado em março de 1991 e composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela. Lembrando que a Bolívia está aguardando para entrar. Tem como objetivo facilitar o comércio entre os países membros, criando uma livre circulação de bens, serviços e capital e também o estabelecimento de uma tarifa externa comum. Alguns outros objetivos são: a adoção de políticas comerciais comuns com outros blocos ou países e a coordenação conjunta de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados. No primeiro semestre do ano passado o Mercosul já respondia pelo maior superávit comercial do Brasil, com um movimento financeiro que superou a marca de US$ 2 bilhões, sendo o principal mercado para as exportações brasileiras de manufaturados. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, um quarto dos produtos vendidos para o exterior tem o Mercosul como destino. O bloco é, também, o maior mercado para as sete mil micros, pequenas e médias empresas exportadoras brasileiras: 20% das exportações dessas empresas vendem seus produtos para os membros do bloco. Um dos pontos de destaque dentro do histórico do Mercosul
  • 32. 22 é a integração da cadeia produtiva de automóveis entre Brasil e Argentina. Em conjunto, os dois são o terceiro maior mercado de automóveis no mundo, perdendo apenas de China e Estados Unidos. Há também um estudo para acordo de livre comércio com os países da União Europeia. Os blocos buscam negociar os produtos que poderão ter a tarifa zerada. A apresentação de propostas é considerada condição fundamental para que seja finalizado um acordo de abertura comercial entre os dois lados. 4.6.Economia do Petróleo A Arábia Saudita é considerada um dos maiores produtores de petróleo e também lidera a OPEP (Organização dos países exportadores de petróleo), tendo grande influência sobre o preço do barril praticado no mercado mundial. O comportamento do preço do petróleo tem grande volatilidade e sensibilidade a eventos como os conflitos no Oriente Médio e crises econômicas nas potencias produtoras. O petróleo e seus derivados representam aproximadamente 70% das importações brasileiras com o Oriente Médio. No último ano o preço do petróleo obteve uma queda no mercado mundial, um dos possíveis motivos é a decisão tomada pela OPEP, liderada pela Arábia Súdita, de não reduzir a extração de petróleo e sim aumentar. Neste ano exportadores membros e não membros da Opep (Organização dos Países Exportadores do Petróleo) irão se encontrar, para discutir um acordo de congelamento da produção. A decisão do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) de manter inalterada a taxa de juros também ajuda as cotações, uma vez que a alta dos juros tornaria o dólar mais forte e faria o barril de petróleo ficar mais caro para compradores de outras moedas. 5. Cenário Econômico Externo 5.1.Cenário Econômico Global