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Capitulo 1.
Cidade - Becos.
Neon, uma cidade feita de ferro e outras incontáveis ligas metálicas, ligada a vapor e
energia, nada de mágico sobre esta cidade, além é claro, de que é a capital do segundo maior reino
do Continente de Kelewan. Nasci e cresci aqui em Neon, o som das fábricas e das locomotivas está
impregnado até nas minhas memórias mais longínquas, aliás, ainda mais para mim que vivo em
baixo da terra, essa cidade parece o inferno.
Não que eu viva em um buraco na terra, mas sim em um porão embaixo do prostíbulo que o
Frojack, meu criador, chama de bordel. Frojack é um negão alto que tem uma cicatriz que corre do
pescoço até o seu queixo e que anda sempre vestido com roupas coloridas, pomposas e de veludo.
Frojack gosta de me vestir bem as vezes para acompanhá-lo em encontros com mulheres de bairros
mais ricos, afinal eu sou um garoto bonito e não aparento ser um pobretão meio órfão que viveu a
vida inteira em Hécate, na verdade usando as roupas pomposas do Frojack eu fico até parecendo um
cavalheiro apresentável, veja bem, meu cabelo tem a cor castanho claro e é um pouco encaracolado,
também tenho olhos verdes bem claros e apesar de eu ser um pouco bronzeado devido a ficar
cozinhando nas ruas da cidade, minha pele é naturalmente muito branca.
passei boa parte da minha infância vendo homens sebosos e mulheres nuas, porém, além de
alguns malditos porcos que me assediavam com palavras, nunca tive maiores problemas naquele
lugar quando criança. Frojack nunca me deu nada, mas me cobrava uma série de coisas, então vivia
ajudando ele a cobrar prostitutas e a mandar recadinhos para as pessoas que ele me indicava,
acabava até conhecendo pessoas úteis nesse processo. Nunca quis ficar lá, mas nunca tive a opção
de ir para um lugar melhor, então continuo por aqui, agora com 17 anos estou independente e até
fazendo alguns trabalhos por fora, como por exemplo cobrando dívidas de alguns manés em nome
de vendedores da região de Hécate, bairro onde só existem pessoas nefastas e homens a procura de
algumas pernas que se abram por dinheiro, aliás, esse é também o bairro onde eu vivo, uma
verdadeira merda.
Nesses trabalhos acabei criando o que eu chamo de Companhia dos biqueiros de Hécate,
que é nada mais que eu e os garotos do bairro que me ajudam a completar meu serviço e para
minha sorte eles me adoram, pois acham que conheço todos os mafiosos e ladrões da região e que
eu tenho alguma moral com eles, o que é uma idiotice, no máximo conheço alguns deles por causa
do Frojack e só. Durante esses anos criei algumas expectativas para meu futuro e também alguns
hobbies, como por exemplo, gostaria de ser um viajante, sim, quero conhecer todos os 7
continentes e os 23 reinos dentro deles e também os 2 impérios de Midkemia e todas as raças que
existem nesses territórios, já que aqui em Neon a maioria da população é de humanos, apesar de
que já conheci alguns anões e elfos e certa vez conheci também um gnomo, que por incrível que
pareça tinha habilidades mágicas, e isto me interessou muito, ser um mago não é grande coisa na
maioria das vezes, entretanto os grandes magos entram para a história, não que eu ligue para entrar
para a história, todavia o que eu quero mesmo é ter o poder que esses magos tinham, mas para isso
teria que ter talento e um bom mestre, o que está completamente fora de mão no momento,
portanto meu foco agora é ganhar dinheiro e dar o fora dessa cidade mecânica. Também costumo
estudar quando não estou ocupado no bordel e sem nenhum bico, uso a biblioteca central para
buscar sobre as coisas que gostaria de saber, além de estudar as línguas de outras raças, até hoje
dominei a escrita élfica e a linguagem geral dos anões, conheço também algumas coisas em rúnico e
espero que um dia tudo isso seja útil em minhas viagens.
Um dia chuvoso nesta cidade porca, é a pior coisa que você pode imaginar, pois o cheiro do
lixo jogado pelas ruas se levanta e persegue em especial o meu nariz, ou pelo menos é o que me
parece... e hoje está chovendo muito, ainda bem que tive a ótima ideia de decidir vir para a
biblioteca da cidade, costumo vir para cá com frequência, ver aqueles animais analfabetos que
frequentam o bordel do Frojack me motiva a ter cultura.
Hoje estou folheando alguns livros sobre a escrita rúnica e sua importância para os cultos
antigos e o uso dela em magias, e sim, está biblioteca é gigantesca, repleta de sessões e áreas que
eu sequer já explorei, após algumas horas na sessão de livros de línguas, decidi aproveitar que estou
ilhado aqui devido à chuva, e vou explorar toda a biblioteca. Andando pelos salões vazios encontrei
uma entrada de porta dupla, decidi entrar, ao abrir a porta eu notei algo de diferente nessa sessão,
na verdade é uma cúpula com estantes em volta das paredes e uma mesa no meio, e a pintura no
teto lembra uma floresta mística, algo muito estranho, afinal de contas aqui só se vê prédios,
estruturas e fumaça. lendo os livros entendi o porquê de uma sala tão singular para guardá-los,
esses livros se tratavam de histórias e ritos de várias criaturas e raças dos reinos do Leste, onde
vivem seres como elfos, fadas entre outras raças que se abrigam em florestas nativas e com forte
intensidade mágica... tal cúpula deve ter sido criada em homenagem a arquitetura dessas raças,
apesar dos livros serem bem interessantes e singulares, está sessão me parece ser bem esquecida, e
o motivo disso não me parece um segredo, afinal de contas todos os livros aqui estão em dialetos
diferentes dos que são usados normalmente em Neon.
Passei o resto da tarde lendo alguns livros daqui e separei alguns para levar, me dirigi até a
porta e algo me chamou a atenção, do ângulo da porta pude notar um livro todo negro, diferente
dos livros de capas desenhadas que tinha encontrado nesta tarde neste lugar, subi a escada para
pegar mas ele estava bem no topo da prateleira, me estiquei o máximo que pude para pega-lo,
porém, quando alcancei ele eu me desequilibrei e caí de bunda no chão, não me machuquei muito
pois consegui dar uma segurada nas prateleiras mais baixas, acabei me arranhando um pouco nos
braços, mas o pior de tudo é que derrubei vários livros, reparei que dos livros que derrubei, além do
de capa preta outro me chamou a atenção, dessa vez não era a cor da capa, mas sim o fato de eles
estar fechado por uma cinta com um dragão cravejado em sua fivela, peguei ele e o livro de capa
preta e os coloquei na mesa, o livro de capa preta era um livro sobre a história de uma invasão de
elfos negros, criaturas malignas até onde eu sei, aos fortes montanhosos dos anões de alta
montanha, uma grande nação de anões que vivem no continente de Nozkrat, um continente gelado,
cheio de neve e muitas montanhas, assim como o nome sugere, de qualquer forma este livro me
parece interessante apesar de não ter intenção real de lê-lo..., portanto, fui analisar o outro livro e
algo me chamou ainda mais a atenção, quando abri a fivela, embaixo tinha uma runa que simboliza
magia arcana antiga, fiquei pasmo, será que encontrei um exemplar de livro de magia? E o que
caralhos um livro desse está fazendo na biblioteca da cidade? Foda-se, agora é meu! haha, tirei sorte
grande, percebi que deveria sair dali, afinal de contas alguém poderia ter escutado o barulho da
minha queda e estar vindo ver o que aconteceu e eu duvido que deixem eu sair daqui com este
tomo, eu nem sequer abri ele para ver se realmente era o que eu pensava, relacre-i ele com a cinta e
escondi na minha capa de chuva e larguei os livros que queria emprestar da biblioteca ali mesmo,
deixei aquela bagunça e fui direto para o salão principal, onde fica a porta, para não levantar
suspeitas fui para o balcão da secretaria da biblioteca conversar com uma garota que era secretária
ali, ela gostava de mim e eu sabia disso, nunca liguei para ela, mas hoje vou dar bola para que possa
passar por ali sem problemas, chegando no balcão eu a disse:
— Olá, prazer em conhecer você, me desculpa perguntar, mas qual é o seu nome?
Ela se virou para mim e tomou uma espécie de susto, notei que ela ficou nervosa, e então ela disse
com uma voz desajeitada:
— Ah, oi, é... m-meu nome é Carline. — Sorrindo, ela disse. — E o seu?
— Que nome lindo. — Eu pontuei — Meu nome é Medívi.
— AH que legal, o que deseja? — disse ela desviando o olhar.
— Então, eu sempre te vejo quando venho aqui na biblioteca, e sempre te achei muito
bonita e tal... então queria te perguntar se quer sair comigo qualquer dia desses? — disse eu me
aproximando dela.
— Sim, gostaria muito, também já tinha reparado em você por aqui, quando você quer sair?
— disse ela com um sorriso largo no rosto.
— Bom, não sabia se você aceitaria, então não tinha preparado nada. — Sorri e diminui o
tom. — Mas amanhã eu venho aqui e combino tudo com você, tudo bem?
— Sim, não tem problema. — disse ela, que aparentava estar voltando a ficar com vergonha.
— Então está feito! Amanhã a gente se fala. — Eu afirmei
— Feito! até amanhã. — disse ela.
— Até! — completei.
e então eu sai do balcão e fui direto até a porta principal, e quando sai da biblioteca me senti
aliviado, notei que a chuva tinha cessado, passei ao menos umas 12 horas na biblioteca hoje,
cheguei as 7 da manhã e estou saindo daqui às 19 horas, foi o meu dia mais lucrativo neste lugar, e
se esse livro se trata do que eu imagino, nunca mais vou voltar! Estou pouco me fodendo para
aquela menina, ela nem é tão bonita, e as pessoas do bairro central costumam ser imbecis de tão
ingênuas. Apertei o passo em direção ao metrô para Hécate, que por sinal é o em pior estado de
toda a cidade, parece mais um monte de contêineres enfileirados e movidos por trilhos velhos... de
qualquer forma é melhor do que atravessar a cidade inteira andando. Entrando no trem fiquei
calado a viagem inteira, só observando as pessoas que entravam e saiam, afinal tendo em vista o
que eu posso estar carregando, ficar meio paranóico é quase instintivo.
Chegando na estação de Hécate, desci do vagão e peguei caminho direto para o bordel.
Chegando no bordel notei que não estava aberto, achei estranho, mas não hesitei, eu tenho minha
própria chave, portanto usei ela para entrar. Já dentro do estabelecimento, estava o Frojack e alguns
caras conversando em uma das mesas redondas que ficam na lateral deste puteiro, eles estavam
rindo muito, porém notaram minha entrada, eu acenei com a cabeça e quando já ia começar a ir
para meu quarto, Frojack assobiou para mim, quando virei a cabeça para olhar ele acenou com a
mão para eu ir lá, achei estranho pois raramente fico presente quando Frojack tem conversas de
negócio, como me parecia ser o caso, mas de qualquer forma eu fui até lá e perguntei:
— Tudo bem com os Senhores?
— Qual é medívi, pode cortar as formalidades cara. Esses são meus amigos Quartzo e
Nohand — Disse Frojack em um tom debochado.
— Eae Quartzo, Eae Nohand. Me chamo Medívi, como estão vocês? — Disse isso enquanto
eu os cumprimentava com um aperto de mão.
— Eae Medívi, estamos numa boa aqui, cata uma bebida pra você e se senta aí. — falou
Nohand.
— É isso aí. — Disse Quartzo.
Eu fui no Bar que ficava no outro lado do bordel e peguei um copo para mim, além de uma garrafa
de whisky lacrada, pois Frojack havia me pedido isso quando sai da mesa. Voltei para a mesa e me
sentei, então Frojack disse:
— Abre a garrafa aí Medívi.
— Sobre o que vocês estão tratando? — Perguntei enquanto abria a garrafa.
— Conheço esses caras a muito tempo. — disse Frojack enquanto olhava rindo para seus
amigos. — Quartzo e Nohand são os donos de uma comitiva de artistas viajantes.
— Exatamente! — exclamou Nohand. — EU SOU O BARDO MAIS TALENTOSO DOS 7
CONTINENTES! — disse Nohando gritando com euforia.
Todos gargalhamos enquanto Quartzo exclamava em tom jocoso:
— Todos brindemos ao MAIOR e mais TALENTOSO bardo dos 7 continentes!
Nós viramos os copos com whisky e voltamos a rir muito novamente e em meio a isso Frojack disse:
— Esses putos vão fazer uma apresentação aqui, o que você acha disso Medívi?
— Acho que vai ser o maior evento de Neon! Aliás, minha presença já está confirmada. —
Afirmei.
— O garoto tem bom gosto! — disse Nohand.
— E não é que tem! — disse Quartzo enquanto enchia nossos copos.
A noite continuou e nós continuamos bebendo e rindo das conversas. Depois de horas ali, Frojack e
eles começaram a tratar de assuntos de cunho político da região, e então eu agradeci a companhia e
me recolhi para o meu quarto, tendo em vista que já eram quase 24:00 horas, decidi averiguar o
suposto tomo no dia seguinte.
Acordei por volta das 7 da manhã, meu "quarto" estava uma zona, eu guardo tudo que é
meu aqui, ferramentas, algumas armas e bugigangas globínicas que compro no mercado das pulgas
no bairro de Conogramo, que é um bairro vizinho à o bairro de Hécate. Peguei o possível tomo e o
coloquei na escrivaninha, analisei melhor a cinta que o prende com meu minerum analitc's, um
equipamento goblínico que identifica minérios conhecidos, o material que compõe o dragão
cravejado na fivela é hematita rubra, vale uma grana e como está polido e moldado o valor deve
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  • 1. Capitulo 1. Cidade - Becos. Neon, uma cidade feita de ferro e outras incontáveis ligas metálicas, ligada a vapor e energia, nada de mágico sobre esta cidade, além é claro, de que é a capital do segundo maior reino do Continente de Kelewan. Nasci e cresci aqui em Neon, o som das fábricas e das locomotivas está impregnado até nas minhas memórias mais longínquas, aliás, ainda mais para mim que vivo em baixo da terra, essa cidade parece o inferno. Não que eu viva em um buraco na terra, mas sim em um porão embaixo do prostíbulo que o Frojack, meu criador, chama de bordel. Frojack é um negão alto que tem uma cicatriz que corre do pescoço até o seu queixo e que anda sempre vestido com roupas coloridas, pomposas e de veludo. Frojack gosta de me vestir bem as vezes para acompanhá-lo em encontros com mulheres de bairros mais ricos, afinal eu sou um garoto bonito e não aparento ser um pobretão meio órfão que viveu a vida inteira em Hécate, na verdade usando as roupas pomposas do Frojack eu fico até parecendo um cavalheiro apresentável, veja bem, meu cabelo tem a cor castanho claro e é um pouco encaracolado, também tenho olhos verdes bem claros e apesar de eu ser um pouco bronzeado devido a ficar cozinhando nas ruas da cidade, minha pele é naturalmente muito branca. passei boa parte da minha infância vendo homens sebosos e mulheres nuas, porém, além de alguns malditos porcos que me assediavam com palavras, nunca tive maiores problemas naquele lugar quando criança. Frojack nunca me deu nada, mas me cobrava uma série de coisas, então vivia ajudando ele a cobrar prostitutas e a mandar recadinhos para as pessoas que ele me indicava, acabava até conhecendo pessoas úteis nesse processo. Nunca quis ficar lá, mas nunca tive a opção de ir para um lugar melhor, então continuo por aqui, agora com 17 anos estou independente e até fazendo alguns trabalhos por fora, como por exemplo cobrando dívidas de alguns manés em nome de vendedores da região de Hécate, bairro onde só existem pessoas nefastas e homens a procura de algumas pernas que se abram por dinheiro, aliás, esse é também o bairro onde eu vivo, uma verdadeira merda. Nesses trabalhos acabei criando o que eu chamo de Companhia dos biqueiros de Hécate, que é nada mais que eu e os garotos do bairro que me ajudam a completar meu serviço e para minha sorte eles me adoram, pois acham que conheço todos os mafiosos e ladrões da região e que eu tenho alguma moral com eles, o que é uma idiotice, no máximo conheço alguns deles por causa do Frojack e só. Durante esses anos criei algumas expectativas para meu futuro e também alguns hobbies, como por exemplo, gostaria de ser um viajante, sim, quero conhecer todos os 7 continentes e os 23 reinos dentro deles e também os 2 impérios de Midkemia e todas as raças que existem nesses territórios, já que aqui em Neon a maioria da população é de humanos, apesar de que já conheci alguns anões e elfos e certa vez conheci também um gnomo, que por incrível que pareça tinha habilidades mágicas, e isto me interessou muito, ser um mago não é grande coisa na maioria das vezes, entretanto os grandes magos entram para a história, não que eu ligue para entrar para a história, todavia o que eu quero mesmo é ter o poder que esses magos tinham, mas para isso teria que ter talento e um bom mestre, o que está completamente fora de mão no momento, portanto meu foco agora é ganhar dinheiro e dar o fora dessa cidade mecânica. Também costumo estudar quando não estou ocupado no bordel e sem nenhum bico, uso a biblioteca central para buscar sobre as coisas que gostaria de saber, além de estudar as línguas de outras raças, até hoje dominei a escrita élfica e a linguagem geral dos anões, conheço também algumas coisas em rúnico e espero que um dia tudo isso seja útil em minhas viagens.
  • 2. Um dia chuvoso nesta cidade porca, é a pior coisa que você pode imaginar, pois o cheiro do lixo jogado pelas ruas se levanta e persegue em especial o meu nariz, ou pelo menos é o que me parece... e hoje está chovendo muito, ainda bem que tive a ótima ideia de decidir vir para a biblioteca da cidade, costumo vir para cá com frequência, ver aqueles animais analfabetos que frequentam o bordel do Frojack me motiva a ter cultura. Hoje estou folheando alguns livros sobre a escrita rúnica e sua importância para os cultos antigos e o uso dela em magias, e sim, está biblioteca é gigantesca, repleta de sessões e áreas que eu sequer já explorei, após algumas horas na sessão de livros de línguas, decidi aproveitar que estou ilhado aqui devido à chuva, e vou explorar toda a biblioteca. Andando pelos salões vazios encontrei uma entrada de porta dupla, decidi entrar, ao abrir a porta eu notei algo de diferente nessa sessão, na verdade é uma cúpula com estantes em volta das paredes e uma mesa no meio, e a pintura no teto lembra uma floresta mística, algo muito estranho, afinal de contas aqui só se vê prédios, estruturas e fumaça. lendo os livros entendi o porquê de uma sala tão singular para guardá-los, esses livros se tratavam de histórias e ritos de várias criaturas e raças dos reinos do Leste, onde vivem seres como elfos, fadas entre outras raças que se abrigam em florestas nativas e com forte intensidade mágica... tal cúpula deve ter sido criada em homenagem a arquitetura dessas raças, apesar dos livros serem bem interessantes e singulares, está sessão me parece ser bem esquecida, e o motivo disso não me parece um segredo, afinal de contas todos os livros aqui estão em dialetos diferentes dos que são usados normalmente em Neon. Passei o resto da tarde lendo alguns livros daqui e separei alguns para levar, me dirigi até a porta e algo me chamou a atenção, do ângulo da porta pude notar um livro todo negro, diferente dos livros de capas desenhadas que tinha encontrado nesta tarde neste lugar, subi a escada para pegar mas ele estava bem no topo da prateleira, me estiquei o máximo que pude para pega-lo, porém, quando alcancei ele eu me desequilibrei e caí de bunda no chão, não me machuquei muito pois consegui dar uma segurada nas prateleiras mais baixas, acabei me arranhando um pouco nos braços, mas o pior de tudo é que derrubei vários livros, reparei que dos livros que derrubei, além do de capa preta outro me chamou a atenção, dessa vez não era a cor da capa, mas sim o fato de eles estar fechado por uma cinta com um dragão cravejado em sua fivela, peguei ele e o livro de capa preta e os coloquei na mesa, o livro de capa preta era um livro sobre a história de uma invasão de elfos negros, criaturas malignas até onde eu sei, aos fortes montanhosos dos anões de alta montanha, uma grande nação de anões que vivem no continente de Nozkrat, um continente gelado, cheio de neve e muitas montanhas, assim como o nome sugere, de qualquer forma este livro me parece interessante apesar de não ter intenção real de lê-lo..., portanto, fui analisar o outro livro e algo me chamou ainda mais a atenção, quando abri a fivela, embaixo tinha uma runa que simboliza magia arcana antiga, fiquei pasmo, será que encontrei um exemplar de livro de magia? E o que caralhos um livro desse está fazendo na biblioteca da cidade? Foda-se, agora é meu! haha, tirei sorte grande, percebi que deveria sair dali, afinal de contas alguém poderia ter escutado o barulho da minha queda e estar vindo ver o que aconteceu e eu duvido que deixem eu sair daqui com este tomo, eu nem sequer abri ele para ver se realmente era o que eu pensava, relacre-i ele com a cinta e escondi na minha capa de chuva e larguei os livros que queria emprestar da biblioteca ali mesmo, deixei aquela bagunça e fui direto para o salão principal, onde fica a porta, para não levantar suspeitas fui para o balcão da secretaria da biblioteca conversar com uma garota que era secretária ali, ela gostava de mim e eu sabia disso, nunca liguei para ela, mas hoje vou dar bola para que possa passar por ali sem problemas, chegando no balcão eu a disse: — Olá, prazer em conhecer você, me desculpa perguntar, mas qual é o seu nome?
  • 3. Ela se virou para mim e tomou uma espécie de susto, notei que ela ficou nervosa, e então ela disse com uma voz desajeitada: — Ah, oi, é... m-meu nome é Carline. — Sorrindo, ela disse. — E o seu? — Que nome lindo. — Eu pontuei — Meu nome é Medívi. — AH que legal, o que deseja? — disse ela desviando o olhar. — Então, eu sempre te vejo quando venho aqui na biblioteca, e sempre te achei muito bonita e tal... então queria te perguntar se quer sair comigo qualquer dia desses? — disse eu me aproximando dela. — Sim, gostaria muito, também já tinha reparado em você por aqui, quando você quer sair? — disse ela com um sorriso largo no rosto. — Bom, não sabia se você aceitaria, então não tinha preparado nada. — Sorri e diminui o tom. — Mas amanhã eu venho aqui e combino tudo com você, tudo bem? — Sim, não tem problema. — disse ela, que aparentava estar voltando a ficar com vergonha. — Então está feito! Amanhã a gente se fala. — Eu afirmei — Feito! até amanhã. — disse ela. — Até! — completei. e então eu sai do balcão e fui direto até a porta principal, e quando sai da biblioteca me senti aliviado, notei que a chuva tinha cessado, passei ao menos umas 12 horas na biblioteca hoje, cheguei as 7 da manhã e estou saindo daqui às 19 horas, foi o meu dia mais lucrativo neste lugar, e se esse livro se trata do que eu imagino, nunca mais vou voltar! Estou pouco me fodendo para aquela menina, ela nem é tão bonita, e as pessoas do bairro central costumam ser imbecis de tão ingênuas. Apertei o passo em direção ao metrô para Hécate, que por sinal é o em pior estado de toda a cidade, parece mais um monte de contêineres enfileirados e movidos por trilhos velhos... de qualquer forma é melhor do que atravessar a cidade inteira andando. Entrando no trem fiquei calado a viagem inteira, só observando as pessoas que entravam e saiam, afinal tendo em vista o que eu posso estar carregando, ficar meio paranóico é quase instintivo. Chegando na estação de Hécate, desci do vagão e peguei caminho direto para o bordel. Chegando no bordel notei que não estava aberto, achei estranho, mas não hesitei, eu tenho minha própria chave, portanto usei ela para entrar. Já dentro do estabelecimento, estava o Frojack e alguns caras conversando em uma das mesas redondas que ficam na lateral deste puteiro, eles estavam rindo muito, porém notaram minha entrada, eu acenei com a cabeça e quando já ia começar a ir para meu quarto, Frojack assobiou para mim, quando virei a cabeça para olhar ele acenou com a mão para eu ir lá, achei estranho pois raramente fico presente quando Frojack tem conversas de negócio, como me parecia ser o caso, mas de qualquer forma eu fui até lá e perguntei: — Tudo bem com os Senhores? — Qual é medívi, pode cortar as formalidades cara. Esses são meus amigos Quartzo e Nohand — Disse Frojack em um tom debochado. — Eae Quartzo, Eae Nohand. Me chamo Medívi, como estão vocês? — Disse isso enquanto eu os cumprimentava com um aperto de mão.
  • 4. — Eae Medívi, estamos numa boa aqui, cata uma bebida pra você e se senta aí. — falou Nohand. — É isso aí. — Disse Quartzo. Eu fui no Bar que ficava no outro lado do bordel e peguei um copo para mim, além de uma garrafa de whisky lacrada, pois Frojack havia me pedido isso quando sai da mesa. Voltei para a mesa e me sentei, então Frojack disse: — Abre a garrafa aí Medívi. — Sobre o que vocês estão tratando? — Perguntei enquanto abria a garrafa. — Conheço esses caras a muito tempo. — disse Frojack enquanto olhava rindo para seus amigos. — Quartzo e Nohand são os donos de uma comitiva de artistas viajantes. — Exatamente! — exclamou Nohand. — EU SOU O BARDO MAIS TALENTOSO DOS 7 CONTINENTES! — disse Nohando gritando com euforia. Todos gargalhamos enquanto Quartzo exclamava em tom jocoso: — Todos brindemos ao MAIOR e mais TALENTOSO bardo dos 7 continentes! Nós viramos os copos com whisky e voltamos a rir muito novamente e em meio a isso Frojack disse: — Esses putos vão fazer uma apresentação aqui, o que você acha disso Medívi? — Acho que vai ser o maior evento de Neon! Aliás, minha presença já está confirmada. — Afirmei. — O garoto tem bom gosto! — disse Nohand. — E não é que tem! — disse Quartzo enquanto enchia nossos copos. A noite continuou e nós continuamos bebendo e rindo das conversas. Depois de horas ali, Frojack e eles começaram a tratar de assuntos de cunho político da região, e então eu agradeci a companhia e me recolhi para o meu quarto, tendo em vista que já eram quase 24:00 horas, decidi averiguar o suposto tomo no dia seguinte. Acordei por volta das 7 da manhã, meu "quarto" estava uma zona, eu guardo tudo que é meu aqui, ferramentas, algumas armas e bugigangas globínicas que compro no mercado das pulgas no bairro de Conogramo, que é um bairro vizinho à o bairro de Hécate. Peguei o possível tomo e o coloquei na escrivaninha, analisei melhor a cinta que o prende com meu minerum analitc's, um equipamento goblínico que identifica minérios conhecidos, o material que compõe o dragão cravejado na fivela é hematita rubra, vale uma grana e como está polido e moldado o valor deve subir ainda mais...