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BB Assessoramento Econômico 1
#Pública
Panorama
Trimestral
Setor Externo
BB Assessoramento Econômico
#Pública
Março/2023
BB Assessoramento Econômico 2
#Pública
Economia
Internacional
BB Assessoramento Econômico
#Pública
BB Assessoramento Econômico 3
#Pública
Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Mundo
Cenário global mais resiliente enfraquece os riscos de forte recessão
Em contexto global, 2023 iniciou relativamente
melhor do que o esperado até o final do ano
passado. Nos primeiros meses do ano tem sido
observada uma melhora no sentimento econômico,
sobretudo em relação aos riscos de uma recessão
global, apesar das taxas de juros restritivas, da
manutenção de incertezas geopolíticas e do aperto
das condições financeiras.
Corroboram para essa melhora nas perspectivas:
i. Resiliência da atividade econômica dos EUA, com
destaque para o mercado de trabalho fortalecido
(criação líquida de mais de 800 mil vagas no 1º
bimestre);
ii. Redução dos riscos associados à crise energética na
Europa, em linha com um maior nível de estoques e
inverno menos intenso;
iii. Visão mais construtiva para economia da China,
refletindo o fim das restrições sanitárias na região,
com o governo chinês tendo definido meta de
crescimento do PIB ao redor de 5% em 2023.
Diante desse quadro, destacamos que nossa projeção
de crescimento do PIB global em 2023 (2,0%) se
encontra um pouco acima do esperado no fim de
2022 (1,5%).
Highlights
EUA
- Mercado de trabalho
resiliente
- Inflação persistente
- Política monetária
restritiva em curso
- Expectativas quanto à
intensidade da perda de
força da atividade
econômica a frente
China
- Fim das restrições sanitárias
- Fragilidades no setor imobiliário
- Estímulos governamentais (fiscal / creditício)
- Expectativas quanto ao maior ritmo de recuperação da
atividade econômica
Zona do Euro
- Inflação persistente
- Política monetária restritiva em curso
- Menor pressão do setor energético
- Conflito geopolítico segue em impasse
BB Assessoramento Econômico 4
#Pública
Fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics, Eurostat. Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Mundo
Inflação em patamar elevado segue como ponto de alerta
Apesar de uma certa moderação nas últimas leituras,
a inflação nas principais economias segue resiliente no
início deste ano. No caso dos EUA e da Área do Euro,
ao permanecer bem acima da meta de 2,0% a.a.
almejada pelos respectivos bancos centrais, a inflação
impõe um viés de continuidade de aumento dos juros
e prolongamento das condições financeiras em
terreno restritivo.
Nos EUA, enquanto tem sido observado
recentemente certo alívio nos preços de bens e
energia, a resiliência do mercado de trabalho tem
contribuído para manter pressionada a inflação,
especialmente do lado de serviços. Além disso, a
melhor perspectiva para a atividade global é fator
que pode inflar os preços, via aumento de consumo
de commodities.
Na área do Euro, apesar do arrefecimento das
preocupações em termos de oferta e consumo de
energia e do alívio das interrupções na cadeia de
suprimentos, a inflação de serviços também tende a
ser mais rígida e reforça uma trajetória em que o
núcleo da inflação deve cair apenas de forma
gradual.
Inflação ao Consumidor dos Estados Unidos
Variação acumulada em 12 meses (%)
Inflação ao Consumidor da Área do Euro
Variação acumulada em 12 meses (%)
8,6
2,0
5,3
jul/20 out/20 jan/21 abr/21 jul/21 out/21 jan/22 abr/22 jul/22 out/22 jan/23
Inflação CPI
Meta de inflação
Núcleo da inflação CPI
5,5
6,4
out/20 jan/21 abr/21 jul/21 out/21 jan/22 abr/22 jul/22 out/22 jan/23
Núcleo de Inflação*
Inflação ao Consumidor - CPI
2,0
Meta de inflação
BB Assessoramento Econômico 5
#Pública
Fonte: Bloomberg. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Posição de 10/03/2023.
Commodities
Cenário para commodities ainda é de moderação para 2023
Após o segundo semestre de 2022 ter marcado uma
trajetória de desaceleração dos preços das principais
commodities, como observado no gráfico ao lado, o
patamar ainda segue bem acima do nível observado
no período pré-pandemia.
Desde meados de dezembro do ano passado, vemos
uma tendência mais clara de retomada das
commodities metálicas, sobretudo do minério de
ferro. Entre os fatores que podem explicar, em certa
medida, este movimento está o fim das restrições
sanitárias na China e a consequente melhora das
expectativas em relação ao ritmo de atividade em
2023.
Apesar da conjuntura global estar relativamente
melhor para commodities em 2023 do que no
segundo semestre do ano passado, avaliamos que o
patamar atingido no auge do conflito geopolítico
entre Rússia e Ucrânia não deve se repetir neste ano.
O enfraquecimento da demanda global, reflexo da
desaceleração da atividade econômica, ainda favorece
uma trajetória menos elevada dos preços de bens no
mercado internacional, devendo apresentar
intensidade maior no decorrer do próximo ano.
Índice Commodity Research Bureau (CRB)
Índice 1967 = 100
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
250
300
350
400
450
500
550
600
650
mar/19 set/19 mar/20 set/20 mar/21 set/21 mar/22 set/22 mar/23
CRB Total (Eixo Esquerdo) CRB Alimentos (Eixo Esquerdo)
CRB Metais (eixo direito)
BB Assessoramento Econômico 6
#Pública
Fonte: Oxford Economics. Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Perspectivas de Commodities
O quarto trimestre de 2022 marcou o início da
mudança de perspectiva para o preço dos grãos,
com a confirmação de safras robustas no hemisfério
norte, implementação de acordo para escoamento
de grãos da Ucrânia pelo Mar Negro, além de
previsões de safras recordes no hemisfério sul,
apesar das perdas registradas na Argentina por
conta da seca.
Nesse contexto e com temores de desaceleração
global, os preços passaram a seguir trajetória
baixista.
Para o primeiro semestre de 2023 esta tendência
deve permanecer, embora a retomada econômica
da China após fim da política “Covid-zero” e
incerteza sobre a extensão do acordo do Mar Negro
possam limitar as quedas.
Commodities Agrícolas
Com o fim da política “Covid-zero” na China no
início de dezembro de 2022, especulações de que a
retomada econômica do país provocaria impulso ao
sofrido setor imobiliário passaram a estimular a
recuperação dos preços do minério, que chegaram
a ultrapassar os US$ 130/t, após a forte
desaceleração ocorrida ao longo de 2022, quando
chegou a operar abaixo dos US$ 100/t.
Apesar de os preços estarem sustentando a alta
neste primeiro trimestre de 2023, analistas do setor
alertam para os elevados estoques e para o limitado
potencial de retomada do setor imobiliário, que não
deve voltar a ter a importância que teve no passado
para o crescimento da economia chinesa.
Assim, os preços do minério de ferro podem se
sustentar no curto prazo, com risco de
desaceleração mais para o fim deste ano.
Minério de Ferro
A correção das cotações iniciada em maio de 2022,
quando o barril ficou ao redor de US$ 120, de fato
se esgotou, mesmo após a OPEP+ projetar um
corte de produção na ordem de 2 milhões de bpd.
Perspectiva de desaceleração global continua
pesando nos preços, embora a retomada da
economia chinesa em fins de 2022 alimente
esperanças de aumento da demanda e ainda haja
incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia.
Dessa forma, esses fatores dicotômicos tendem a
continuar sustentando uma faixa de oscilação do
petróleo entre US$ 80 e US$ 100,0 o barril no
primeiro semestre de 2023.
Petróleo
BB Assessoramento Econômico 7
#Pública
*Considera uma cesta de preços agrícolas (milho, arroz, trigo, soja, cevada, açúcar, entre outros) agrupada em um índice de preços.
Fonte: Oxford Economics. Elaboração/Projeções: BB Assessoramento Econômico.
Cenário Base de Commodities
145,4
250,0
219,1
212,1
203,7
1T2020
2T2020
3T2020
4T2020
1T2021
2T2021
3T2021
4T2021
1T2022
2T
2022
3T
2022
4T
2022
1T
2023
2T
2023
3T
2023
4T
2023
1T
2024
2T
2024
3T
2024
4T
2024
50,4
29,3
113,5
88,6
98,8
87,2
1T2020
2T2020
3T2020
4T2020
1T2021
2T2021
3T2021
4T2021
1T2022
2T
2022
3T
2022
4T
2022
1T
2023
2T
2023
3T
2023
4T
2023
1T
2024
2T
2024
3T
2024
4T
2024
Petróleo Brent
(US$/barril)
Commodities Agrícolas*
(Índice de preços = 100)
90,8
200,7
99,2
108,5
90,0
1T2020
2T2020
3T2020
4T2020
1T2021
2T2021
3T2021
1T2022
2T
2022
3T
2022
4T
2022
1T
2023
2T
2023
3T
2023
4T
2023
1T
2024
2T
2024
3T
2024
4T
2024
Minério de Ferro
(US$/tonelada)
BB Assessoramento Econômico 8
#Pública
Fonte: Bloomberg. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Posição de 10/03/2023.
Câmbio
Fundamentos apontam para câmbio doméstico mas valorizado, no entanto incertezas têm pressionado a
cotação
Apesar dos bons resultados das contas externas e do
aumento dos fluxos de recursos para países emergentes
em um contexto recente de melhores perspectivas para
a atividade econômica global, a cotação do real frente
ao dólar americano permanece em terreno de forte
volatilidade. Dentre as incertezas, seguem as
expectativas quanto ao nível de aperto monetário que
será atingido pelo Fed na condução da política
monetária nos EUA, que contribui para fortalecer o
dólar em nível global. Já no contexto doméstico,
predominam as expectativas do mercado quanto ao
novo arcabouço fiscal.
Importante frisar que nossos exercícios de estimação de
câmbio de equilíbrio, baseados em fundamentos
econômicos vigentes, seguem sugerindo um câmbio
abaixo do patamar atual, reforçando a perspectiva de
um excesso de desvalorização na cotação atual.
Ademais, uma recuperação mais forte por parte da
China deve favorecer as economias exportadoras de
commodities, sobretudo no primeiro semestre deste
ano, reforçando a avaliação de que há espaço para a
apreciação do real no curto prazo. Para o segundo
semestre, entretanto, entendemos que o esgotamento
desses potenciais efeitos da recuperação chinesa pode
favorecer uma tendencia de depreciação. Nesse sentido,
nossa projeção de taxa de câmbio para 2023 segue em
R$/US$ 5,20.
Câmbio: Brasil x Emergentes
R$/US$
5,19
4,01
3,8
4,3
4,8
5,3
5,8
jan/20 mai/20 set/20 jan/21 mai/21 set/21 jan/22 mai/22 set/22 jan/23
Real Real evoluindo como Emergentes
Câmbio de Equilíbrio
Estimativas abaixo de R$/US$ 5,00
(na média)
BB Assessoramento Econômico 9
#Pública
Contas
Externas
BB Assessoramento Econômico
#Pública
BB Assessoramento Econômico 10
#Pública
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Balança Comercial
Desaceleração da atividade econômica deve limitar o desempenho da balança comercial em 2023
A balança comercial (BC) registrou superávit de US$ 2,8
bilhões em fevereiro, resultado 7,7% abaixo do
observado em igual período do ano anterior. No
primeiro bimestre de 2023, a BC acumulou saldo de
US$ 5,1 bilhões, alta de 11,9% em relação ao mesmo
período do ano passado. Ainda na visão interanual,
enquanto as exportações avançaram 0,2% no período,
as importações foram negativas em 1,2% nos dois
primeiros meses do ano.
Apesar de manutenção da perspectiva positiva para as
commodities em 2023, o padrão de preços deve seguir
abaixo do patamar de 2022, sobretudo na segunda
metade do ano. Adicionalmente, a perspectiva de
menor crescimento global e da atividade doméstica são
vetores predominantes para que o desempenho da BC
seja menor que o observado em 2022.
Diante dos elementos apontados, para este ano, nosso
cenário base é de que as importações apresentem
retração de 12,2% em relação ao ano passado, ritmo
mais intenso que as exportações, que projetamos queda
de 10,8%. Destacamos que nossa estimativa para o
desempenho da BC em 2023 é de superávit de
US$ 58,7 bilhões, 4,6% abaixo do observado em 2022.
Trajetória da Balança Comercial e Projeções
US$ bilhões
43,3
-38,7
4,6
43,4
-38,3
5,1
298,2
-239,2
58,7
Exportações Importações Saldo
Jan-fev/ 2022 Jan-fev / 2023 Projeção anual (2023)
BB Assessoramento Econômico 11
#Pública
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Exportações
Exportações iniciam 2023 em ritmo lento
Petróleo e
derivados
Minério
de Ferro
Soja
US$ 4,3 US$ 3,8 US$ 3,4
10,0% 8,7% 7,8%
O resultado das exportações no mês de fevereiro foi
9,9% inferior ao observado em janeiro deste ano. Esse
movimento de contração foi puxado pelo desempenho
da Indústria Extrativa e da Agropecuária, que
registraram queda de 38,2% e 5,0% no mês,
respectivamente, considerando a média diária. Entre os
produtos, o destaque foi a retração de 100% das
exportações de minérios de níquel e seus concentrados,
café não torrado (-44,3%) e algodão bruto (-73,1%).
Por outro lado, a alta bimestral de 0,2% na comparação
com igual período do ano anterior foi sustentada pelo
desempenho positivo da Indústria de Transformação
(+7,4%), haja vista a contração de 12,9% da Indústria
Extrativa e de 2,9% na Agropecuária.
Em relação aos principais produtos, no primeiro
bimestre de 2023 nossa pauta exportadora seguiu
sendo liderada por petróleo e derivados, representando
10,0% de nossas exportações, porém, em termos
comparativos, apresentou desempenho 29,0% abaixo
do verificado no primeiro bimestre de 2022. A
participação do minério de ferro teve variação positiva
de 2,5% no período, enquanto a participação da soja
recuou 23,0% no primeiro bimestre.
Volume e Participação dos Principais Produtos no Total de Exportações no acumulado em 2023
Em US$ bilhões
BB Assessoramento Econômico 12
#Pública
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Exportações
China segue como principal parceiro comercial do Brasil
A China segue na liderança entre os principais destinos
das exportações brasileiras, que somou US$ 43,6
bilhões nos dois primeiros meses de 2023. No
acumulado do primeiro bimestre, a China
foi responsável por 23,4% do total exportado pelo
Brasil (US$ 10,1 bilhões). Vale ressaltar que o fim da
política de zero Covid na China é um importante vetor
de desempenho para as commodities durante este ano,
o que deve seguir mantendo o país como o principal
destino de nossas exportações.
Os EUA segue como o segundo principal parceiro
comercial, tendo importado US$ 5,0 bilhões até o mês
de fevereiro (11,7%) e a Argentina (US$ 2,3 bilhões)
ocupou a terceira posição entre os principais destinos
das exportações brasileiras, com participação de 5,4%.
Apesar da perspectiva de importante desaceleração
da atividade econômica global, o quadro de composição
dos parceiros comerciais do Brasil não deve
sofrer alterações importantes no decorrer do ano. A
perspectiva é que a China siga na liderança, sendo
acompanhada pelos EUA.
Ranking dos 10 Principais Parceiros Comerciais de Exportação
Participação %
24,7
10,8
4,6
2,9
3,7
2,3 1,8 2,1
2,9
2,2
23,4
11,7
5,4
3,8 3,2 2,9 2,6 2,5 2,5 2,0
0
5
10
15
20
25
30
China Estados
Unidos
Argentina Países
Baixos
(Holanda)
Singapura Espanha México Japão Chile Alemanha
1º bimestre 2022 1º bimestre 2023
BB Assessoramento Econômico 13
#Pública
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Importações
Atividade doméstica deve limitar o crescimento das importações em 2023
O bom desempenho das importações observado em
2022 seguiu no primeiro bimestre deste ano (Gráfico),
porém o movimento não foi disseminado em todos os
grupos que compõem a pauta importadora.
Destaque para as importações de bens intermediários e
de combustíveis e lubrificantes, que registraram
retração de 3,8% e 16,7%, respectivamente, na
comparação com o acumulado no primeiro bimestre de
2022. Por outro lado, bens de consumo (+26,2%) e
bens de capital (+14,7%) avançaram na mesma base de
comparação.
Em linha com a desaceleração da atividade doméstica,
em que projetamos crescimento de 1,2% do PIB, para
2023 a tendência é de que as importações brasileiras
sofram redução comparativamente ao observado em
2022, em que projetamos saldo de US$ 239,4 bilhões.
Importações Totais
US$ bilhões, acumulado em 12 meses
31,7 32,7 29,5 23,3 18,4 16,9 23,8 25,7 24,2 24,4 28,1 28,6
123,0 131,7 126,9
99,4
84,9 99,4
112,0 113,1
99,4
144,9
172,5 171,5
33,4
34,7
33,1
26,8
21,7
23,4
25,6 24,8
21,2
24,0
27,9 28,9
37,1
42,4
41,2
23,4
14,1
19,2
23,7 22,2
13,9
26,1
44,0 42,9
225,17
241,50
230,82
173,10
139,32
158,95
185,32 185,93
158,79
219,41
272,61 272,15
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Combustíveis e lubrificantes Bens de consumo Bens intermediários
Bens de capital Importações - Total
fev/23
BB Assessoramento Econômico 14
#Pública
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Importações
Participação dos principais parceiros inicia 2023 abaixo do observado no ano passado
O Brasil importou US$ 38,3 bilhões entre janeiro e
fevereiro de 2023, aqui também destaca-se a
participação da China (21,7%) e EUA (15,6%).
Entretanto, como observado no gráfico, a participação
nos dois primeiros meses deste ano foi abaixo do
observado em 2022.
Em boa parte, o menor ritmo da atividade doméstica e
do menor patamar de preços de commodities
são fatores que explicam o menor crescimento das
importações e a consequente redução na
representatividade dos principais parceiros na
composição total de nossas importações.
Ranking dos 10 Principais Parceiros Comerciais de Importação
Participação %
25,0
19,7
4,3 4,1
3,0 2,6
1,7 2,0 1,5 2,1
21,7
15,6
5,4
4,6
2,9 2,7 2,4 2,4 2,3 2,0
China Estados
Unidos
Alemanha Argentina Índia Rússia Bélgica Itália México Japão
1º bimestre 2022 1º bimestre 2023
BB Assessoramento Econômico 15
#Pública
Transações Correntes
Brasil inicia 2023 com déficit de na conta corrente
As transações correntes (TC) referente ao mês de
janeiro mostraram um déficit acumulado de US$ 55,4
bilhões em 12 meses (2,87% do PIB), resultado superior
ao observado no mesmo período de 2022 quando
somou US$ 47,1 bilhões em 12 meses e 2,85% do PIB.
Já no mês de janeiro de 2023, as TC foram deficitárias
em US$ 8,8 bilhões, retração de US$ 604 milhões ante
o déficit de US$ 9,4 bilhões em janeiro de 2022.
No resultado do mês, destaque para a contribuição da
balança comercial (BC) que foi superavitária em US$ 1,2
bilhão em janeiro (exportações de US$ 23,3 bilhões e
importações de US$ 22,1 bilhões). Já na conta de
serviços, observou-se déficit de US$ 2,3 bilhões,
redução de 11,3% na comparação interanual. Esse
movimento refletiu, entre outros, as despesas líquidas
com transportes, que totalizaram US$ 1,3 bilhão,
redução de 15,5% na mesma base de comparação, e as
despesas líquidas com viagens internacionais, que segue
se aproximando do patamar pré-pandemia ao registrar
alta de 138,6%.
Com influência da perspectiva positiva observada na BC,
em grande medida pelo patamar dos preços de
commodities, estimamos déficit de US$ 50,0 bilhões das
TC para este ano, resultado equivalente a 2,5% do PIB.
Transações Correntes
Acumulado em 12 meses e % do PIB
Fonte: BCB. Elaboração/Projeções: BB Assessoramento Econômico.
-25,3
-54,8
-68,0
-28,2
-46,4
-56,0 -55,4
-1,2
-2,9
-3,6
-2,0
-2,8 -2,9 -2,9
-5
-4
-3
-2
-1
0
-120
-105
-90
-75
-60
-45
-30
-15
2017 2018 2019 2020 2021 2022 jan/23
Transações Correntes (US$ bilhões) Transações Correntes (%PIB)
BB Assessoramento Econômico 16
#Pública
Fonte: BCB. Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Investimento Direto no País
Investimento Direto no País (IDP) consolida a trajetória de recuperação
Na conta financeira, o fluxo de Investimento Direto no
País (IDP) foi de US$ 6,9 bilhões em janeiro deste ano,
ficando 35,3% acima do verificado no mesmo período
de 2022, quando somou um montante de US$ 5,1
bilhões. Este movimento reforça a tendência de
recuperação consistente do IDP, haja vista que o
resultado (US$ 92,3 bilhões) acumulado em 12
meses representa o melhor desempenho desde janeiro
de 2001.
Entre os vetores que têm contribuído desde o ano
passado para o processo de recuperação do IDP
destaca-se o desempenho da atividade
econômica doméstica acima das expectativas iniciais ao
longo de 2022, além do efeito positivo proveniente do
setor de commodities. Nesse sentido, o IDP se mantém
como a principal fonte de financiamento do balanço de
pagamentos brasileiro, sendo suficiente para cobrir o
resultado deficitário das transações correntes em 12
meses.
Investimento Direto no País
Acumulado em 12 meses (em US$ bilhões)
68,9
78,2
69,2
37,8
46,4
90,6
92,3
30
40
50
60
70
80
90
100
2017 2018 2019 2020 2021 2022 jan/23
BB Assessoramento Econômico 17
#Pública
BB Assessoramento Econômico
Economias em
destaque
Highlights
#Pública
BB Assessoramento Econômico 18
#Pública
Fonte: Projeções: Oxford Economics / * BB Assessoramento Econômico.
Projeções
EUA
2023
PIB (Var. % a.a.)* 0,9
Desemprego (% da PEA) 4,0
Inflação (média do ano) 4,4
Taxa de Juros (% a.a.)* 5,5
Transações correntes % PIB -3,5
China
2023
PIB (Var. % a.a.)* 5,5
Desemprego (% da PEA) 3,5
Inflação (média do ano) 2,4
Taxa de Juros (% a.a.) 2,8
Transações correntes % PIB 0,7
Área do Euro
2023
PIB (Var. % a.a.)* 0,4
Desemprego (% da PEA) 7,0
Inflação (média do ano) 4,9
Taxa de Juros (% a.a.) 3,5
Transações correntes % PIB 1,3
Argentina
2023
PIB (Var. % a.a.) -1,2
Desemprego (% da PEA) 8,7
Inflação (média do ano) 97,4
Taxa de Juros (% a.a.) 75,0
Transações correntes % PIB 1,1
BB Assessoramento Econômico 19
#Pública
Fonte: Oxford Economics. Elaboração: BB Assessoramento Econômico.
Perspectivas
A relação entre inflação e a politica monetária deve
seguir como tema central nas discussões sobre a
economia dos EUA em 2023. Paralelamente, a
resiliência da atividade econômica tem sido um
limitador para que o FED tenha sucesso em
convergir a inflação para próximo de sua meta
média de 2,0% a.a.
Destaque para o sólido desempenho do mercado
de trabalho e para os gastos dos consumidores, o
que tem contribuído para manter pressionada a
inflação de serviços.
Apesar do FED seguir promovendo aperto das
condições financeiras, os sinais de uma atividade
mais forte apontam para um aumento dos riscos de
que a política monetária pode ser ainda mais
restritiva. Nesse sentido, nosso cenário para a taxa
de juros básica nos EUA é de 5,50% ao final deste
ano. Avaliamos que apenas maio de 2024 o FED
deve iniciar um novo ciclo de cortes dos juros.
Porém, sinais como o colapso do Silicon Valley Bank
(SVB), o que amplia os riscos para a estabilidade
financeira, podem alterar a rota do FED.
Estados Unidos
Na região do euro, o controle da inflação também é
o assunto dominante. Após os choques altistas
provenientes da pandemia de Covid e do conflito
entre Rússia e Ucrânia, os números recentes têm
mostrado que a inflação está arrefecendo, em linha
com o abrandamento dos preços de energia.
Contudo, o desafio ainda é significante, haja vista
que a inflação de alimentos está em patamar
historicamente elevado e os custos com energia
ainda pesam sobre os orçamentos familiares. Assim,
o Banco Central Europeu (BCE) também tem
estímulos para aplicar altas adicionais na taxa de
juros básica da economia.
Do lado da atividade econômica, indicadores de alta
frequência sugerem resiliência da economia e reduz
as apostas de que o PIB anual da região apresentará
contração em 2023. Contudo, as perspectivas de
desaceleração do PIB seguem prevalecendo.
Área do Euro
Diante da perspectiva relativamente mais positiva
para a recuperação do consumo das famílias –
favorecendo o setor de serviços -, o que reflete o
fim das restrições sanitárias, a atividade econômica
da China deve caminhar para um crescimento
próximo da meta do governo chinês que é de
expansão de 5,0 do PIB em 2023.
Entendemos que a evolução da confiança do
consumidor, o aumento da renda das famílias e o
nível de poupança excedente são vetores
preponderantes por trás de uma trajetória de
recuperação sólida da economia chinesa com base
no consumo privado.
Por outro lado, ainda permanecem os riscos
associados à fraqueza do setor imobiliário da China,
em que não esperamos evolução positiva em 2023,
e as limitações do ponto de vista de estímulos
através da política fiscal.
China
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  • 1. BB Assessoramento Econômico 1 #Pública Panorama Trimestral Setor Externo BB Assessoramento Econômico #Pública Março/2023
  • 2. BB Assessoramento Econômico 2 #Pública Economia Internacional BB Assessoramento Econômico #Pública
  • 3. BB Assessoramento Econômico 3 #Pública Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Mundo Cenário global mais resiliente enfraquece os riscos de forte recessão Em contexto global, 2023 iniciou relativamente melhor do que o esperado até o final do ano passado. Nos primeiros meses do ano tem sido observada uma melhora no sentimento econômico, sobretudo em relação aos riscos de uma recessão global, apesar das taxas de juros restritivas, da manutenção de incertezas geopolíticas e do aperto das condições financeiras. Corroboram para essa melhora nas perspectivas: i. Resiliência da atividade econômica dos EUA, com destaque para o mercado de trabalho fortalecido (criação líquida de mais de 800 mil vagas no 1º bimestre); ii. Redução dos riscos associados à crise energética na Europa, em linha com um maior nível de estoques e inverno menos intenso; iii. Visão mais construtiva para economia da China, refletindo o fim das restrições sanitárias na região, com o governo chinês tendo definido meta de crescimento do PIB ao redor de 5% em 2023. Diante desse quadro, destacamos que nossa projeção de crescimento do PIB global em 2023 (2,0%) se encontra um pouco acima do esperado no fim de 2022 (1,5%). Highlights EUA - Mercado de trabalho resiliente - Inflação persistente - Política monetária restritiva em curso - Expectativas quanto à intensidade da perda de força da atividade econômica a frente China - Fim das restrições sanitárias - Fragilidades no setor imobiliário - Estímulos governamentais (fiscal / creditício) - Expectativas quanto ao maior ritmo de recuperação da atividade econômica Zona do Euro - Inflação persistente - Política monetária restritiva em curso - Menor pressão do setor energético - Conflito geopolítico segue em impasse
  • 4. BB Assessoramento Econômico 4 #Pública Fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics, Eurostat. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Mundo Inflação em patamar elevado segue como ponto de alerta Apesar de uma certa moderação nas últimas leituras, a inflação nas principais economias segue resiliente no início deste ano. No caso dos EUA e da Área do Euro, ao permanecer bem acima da meta de 2,0% a.a. almejada pelos respectivos bancos centrais, a inflação impõe um viés de continuidade de aumento dos juros e prolongamento das condições financeiras em terreno restritivo. Nos EUA, enquanto tem sido observado recentemente certo alívio nos preços de bens e energia, a resiliência do mercado de trabalho tem contribuído para manter pressionada a inflação, especialmente do lado de serviços. Além disso, a melhor perspectiva para a atividade global é fator que pode inflar os preços, via aumento de consumo de commodities. Na área do Euro, apesar do arrefecimento das preocupações em termos de oferta e consumo de energia e do alívio das interrupções na cadeia de suprimentos, a inflação de serviços também tende a ser mais rígida e reforça uma trajetória em que o núcleo da inflação deve cair apenas de forma gradual. Inflação ao Consumidor dos Estados Unidos Variação acumulada em 12 meses (%) Inflação ao Consumidor da Área do Euro Variação acumulada em 12 meses (%) 8,6 2,0 5,3 jul/20 out/20 jan/21 abr/21 jul/21 out/21 jan/22 abr/22 jul/22 out/22 jan/23 Inflação CPI Meta de inflação Núcleo da inflação CPI 5,5 6,4 out/20 jan/21 abr/21 jul/21 out/21 jan/22 abr/22 jul/22 out/22 jan/23 Núcleo de Inflação* Inflação ao Consumidor - CPI 2,0 Meta de inflação
  • 5. BB Assessoramento Econômico 5 #Pública Fonte: Bloomberg. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Posição de 10/03/2023. Commodities Cenário para commodities ainda é de moderação para 2023 Após o segundo semestre de 2022 ter marcado uma trajetória de desaceleração dos preços das principais commodities, como observado no gráfico ao lado, o patamar ainda segue bem acima do nível observado no período pré-pandemia. Desde meados de dezembro do ano passado, vemos uma tendência mais clara de retomada das commodities metálicas, sobretudo do minério de ferro. Entre os fatores que podem explicar, em certa medida, este movimento está o fim das restrições sanitárias na China e a consequente melhora das expectativas em relação ao ritmo de atividade em 2023. Apesar da conjuntura global estar relativamente melhor para commodities em 2023 do que no segundo semestre do ano passado, avaliamos que o patamar atingido no auge do conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia não deve se repetir neste ano. O enfraquecimento da demanda global, reflexo da desaceleração da atividade econômica, ainda favorece uma trajetória menos elevada dos preços de bens no mercado internacional, devendo apresentar intensidade maior no decorrer do próximo ano. Índice Commodity Research Bureau (CRB) Índice 1967 = 100 0 200 400 600 800 1.000 1.200 1.400 1.600 250 300 350 400 450 500 550 600 650 mar/19 set/19 mar/20 set/20 mar/21 set/21 mar/22 set/22 mar/23 CRB Total (Eixo Esquerdo) CRB Alimentos (Eixo Esquerdo) CRB Metais (eixo direito)
  • 6. BB Assessoramento Econômico 6 #Pública Fonte: Oxford Economics. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Perspectivas de Commodities O quarto trimestre de 2022 marcou o início da mudança de perspectiva para o preço dos grãos, com a confirmação de safras robustas no hemisfério norte, implementação de acordo para escoamento de grãos da Ucrânia pelo Mar Negro, além de previsões de safras recordes no hemisfério sul, apesar das perdas registradas na Argentina por conta da seca. Nesse contexto e com temores de desaceleração global, os preços passaram a seguir trajetória baixista. Para o primeiro semestre de 2023 esta tendência deve permanecer, embora a retomada econômica da China após fim da política “Covid-zero” e incerteza sobre a extensão do acordo do Mar Negro possam limitar as quedas. Commodities Agrícolas Com o fim da política “Covid-zero” na China no início de dezembro de 2022, especulações de que a retomada econômica do país provocaria impulso ao sofrido setor imobiliário passaram a estimular a recuperação dos preços do minério, que chegaram a ultrapassar os US$ 130/t, após a forte desaceleração ocorrida ao longo de 2022, quando chegou a operar abaixo dos US$ 100/t. Apesar de os preços estarem sustentando a alta neste primeiro trimestre de 2023, analistas do setor alertam para os elevados estoques e para o limitado potencial de retomada do setor imobiliário, que não deve voltar a ter a importância que teve no passado para o crescimento da economia chinesa. Assim, os preços do minério de ferro podem se sustentar no curto prazo, com risco de desaceleração mais para o fim deste ano. Minério de Ferro A correção das cotações iniciada em maio de 2022, quando o barril ficou ao redor de US$ 120, de fato se esgotou, mesmo após a OPEP+ projetar um corte de produção na ordem de 2 milhões de bpd. Perspectiva de desaceleração global continua pesando nos preços, embora a retomada da economia chinesa em fins de 2022 alimente esperanças de aumento da demanda e ainda haja incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia. Dessa forma, esses fatores dicotômicos tendem a continuar sustentando uma faixa de oscilação do petróleo entre US$ 80 e US$ 100,0 o barril no primeiro semestre de 2023. Petróleo
  • 7. BB Assessoramento Econômico 7 #Pública *Considera uma cesta de preços agrícolas (milho, arroz, trigo, soja, cevada, açúcar, entre outros) agrupada em um índice de preços. Fonte: Oxford Economics. Elaboração/Projeções: BB Assessoramento Econômico. Cenário Base de Commodities 145,4 250,0 219,1 212,1 203,7 1T2020 2T2020 3T2020 4T2020 1T2021 2T2021 3T2021 4T2021 1T2022 2T 2022 3T 2022 4T 2022 1T 2023 2T 2023 3T 2023 4T 2023 1T 2024 2T 2024 3T 2024 4T 2024 50,4 29,3 113,5 88,6 98,8 87,2 1T2020 2T2020 3T2020 4T2020 1T2021 2T2021 3T2021 4T2021 1T2022 2T 2022 3T 2022 4T 2022 1T 2023 2T 2023 3T 2023 4T 2023 1T 2024 2T 2024 3T 2024 4T 2024 Petróleo Brent (US$/barril) Commodities Agrícolas* (Índice de preços = 100) 90,8 200,7 99,2 108,5 90,0 1T2020 2T2020 3T2020 4T2020 1T2021 2T2021 3T2021 1T2022 2T 2022 3T 2022 4T 2022 1T 2023 2T 2023 3T 2023 4T 2023 1T 2024 2T 2024 3T 2024 4T 2024 Minério de Ferro (US$/tonelada)
  • 8. BB Assessoramento Econômico 8 #Pública Fonte: Bloomberg. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Posição de 10/03/2023. Câmbio Fundamentos apontam para câmbio doméstico mas valorizado, no entanto incertezas têm pressionado a cotação Apesar dos bons resultados das contas externas e do aumento dos fluxos de recursos para países emergentes em um contexto recente de melhores perspectivas para a atividade econômica global, a cotação do real frente ao dólar americano permanece em terreno de forte volatilidade. Dentre as incertezas, seguem as expectativas quanto ao nível de aperto monetário que será atingido pelo Fed na condução da política monetária nos EUA, que contribui para fortalecer o dólar em nível global. Já no contexto doméstico, predominam as expectativas do mercado quanto ao novo arcabouço fiscal. Importante frisar que nossos exercícios de estimação de câmbio de equilíbrio, baseados em fundamentos econômicos vigentes, seguem sugerindo um câmbio abaixo do patamar atual, reforçando a perspectiva de um excesso de desvalorização na cotação atual. Ademais, uma recuperação mais forte por parte da China deve favorecer as economias exportadoras de commodities, sobretudo no primeiro semestre deste ano, reforçando a avaliação de que há espaço para a apreciação do real no curto prazo. Para o segundo semestre, entretanto, entendemos que o esgotamento desses potenciais efeitos da recuperação chinesa pode favorecer uma tendencia de depreciação. Nesse sentido, nossa projeção de taxa de câmbio para 2023 segue em R$/US$ 5,20. Câmbio: Brasil x Emergentes R$/US$ 5,19 4,01 3,8 4,3 4,8 5,3 5,8 jan/20 mai/20 set/20 jan/21 mai/21 set/21 jan/22 mai/22 set/22 jan/23 Real Real evoluindo como Emergentes Câmbio de Equilíbrio Estimativas abaixo de R$/US$ 5,00 (na média)
  • 9. BB Assessoramento Econômico 9 #Pública Contas Externas BB Assessoramento Econômico #Pública
  • 10. BB Assessoramento Econômico 10 #Pública Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Balança Comercial Desaceleração da atividade econômica deve limitar o desempenho da balança comercial em 2023 A balança comercial (BC) registrou superávit de US$ 2,8 bilhões em fevereiro, resultado 7,7% abaixo do observado em igual período do ano anterior. No primeiro bimestre de 2023, a BC acumulou saldo de US$ 5,1 bilhões, alta de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda na visão interanual, enquanto as exportações avançaram 0,2% no período, as importações foram negativas em 1,2% nos dois primeiros meses do ano. Apesar de manutenção da perspectiva positiva para as commodities em 2023, o padrão de preços deve seguir abaixo do patamar de 2022, sobretudo na segunda metade do ano. Adicionalmente, a perspectiva de menor crescimento global e da atividade doméstica são vetores predominantes para que o desempenho da BC seja menor que o observado em 2022. Diante dos elementos apontados, para este ano, nosso cenário base é de que as importações apresentem retração de 12,2% em relação ao ano passado, ritmo mais intenso que as exportações, que projetamos queda de 10,8%. Destacamos que nossa estimativa para o desempenho da BC em 2023 é de superávit de US$ 58,7 bilhões, 4,6% abaixo do observado em 2022. Trajetória da Balança Comercial e Projeções US$ bilhões 43,3 -38,7 4,6 43,4 -38,3 5,1 298,2 -239,2 58,7 Exportações Importações Saldo Jan-fev/ 2022 Jan-fev / 2023 Projeção anual (2023)
  • 11. BB Assessoramento Econômico 11 #Pública Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Exportações Exportações iniciam 2023 em ritmo lento Petróleo e derivados Minério de Ferro Soja US$ 4,3 US$ 3,8 US$ 3,4 10,0% 8,7% 7,8% O resultado das exportações no mês de fevereiro foi 9,9% inferior ao observado em janeiro deste ano. Esse movimento de contração foi puxado pelo desempenho da Indústria Extrativa e da Agropecuária, que registraram queda de 38,2% e 5,0% no mês, respectivamente, considerando a média diária. Entre os produtos, o destaque foi a retração de 100% das exportações de minérios de níquel e seus concentrados, café não torrado (-44,3%) e algodão bruto (-73,1%). Por outro lado, a alta bimestral de 0,2% na comparação com igual período do ano anterior foi sustentada pelo desempenho positivo da Indústria de Transformação (+7,4%), haja vista a contração de 12,9% da Indústria Extrativa e de 2,9% na Agropecuária. Em relação aos principais produtos, no primeiro bimestre de 2023 nossa pauta exportadora seguiu sendo liderada por petróleo e derivados, representando 10,0% de nossas exportações, porém, em termos comparativos, apresentou desempenho 29,0% abaixo do verificado no primeiro bimestre de 2022. A participação do minério de ferro teve variação positiva de 2,5% no período, enquanto a participação da soja recuou 23,0% no primeiro bimestre. Volume e Participação dos Principais Produtos no Total de Exportações no acumulado em 2023 Em US$ bilhões
  • 12. BB Assessoramento Econômico 12 #Pública Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Exportações China segue como principal parceiro comercial do Brasil A China segue na liderança entre os principais destinos das exportações brasileiras, que somou US$ 43,6 bilhões nos dois primeiros meses de 2023. No acumulado do primeiro bimestre, a China foi responsável por 23,4% do total exportado pelo Brasil (US$ 10,1 bilhões). Vale ressaltar que o fim da política de zero Covid na China é um importante vetor de desempenho para as commodities durante este ano, o que deve seguir mantendo o país como o principal destino de nossas exportações. Os EUA segue como o segundo principal parceiro comercial, tendo importado US$ 5,0 bilhões até o mês de fevereiro (11,7%) e a Argentina (US$ 2,3 bilhões) ocupou a terceira posição entre os principais destinos das exportações brasileiras, com participação de 5,4%. Apesar da perspectiva de importante desaceleração da atividade econômica global, o quadro de composição dos parceiros comerciais do Brasil não deve sofrer alterações importantes no decorrer do ano. A perspectiva é que a China siga na liderança, sendo acompanhada pelos EUA. Ranking dos 10 Principais Parceiros Comerciais de Exportação Participação % 24,7 10,8 4,6 2,9 3,7 2,3 1,8 2,1 2,9 2,2 23,4 11,7 5,4 3,8 3,2 2,9 2,6 2,5 2,5 2,0 0 5 10 15 20 25 30 China Estados Unidos Argentina Países Baixos (Holanda) Singapura Espanha México Japão Chile Alemanha 1º bimestre 2022 1º bimestre 2023
  • 13. BB Assessoramento Econômico 13 #Pública Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Importações Atividade doméstica deve limitar o crescimento das importações em 2023 O bom desempenho das importações observado em 2022 seguiu no primeiro bimestre deste ano (Gráfico), porém o movimento não foi disseminado em todos os grupos que compõem a pauta importadora. Destaque para as importações de bens intermediários e de combustíveis e lubrificantes, que registraram retração de 3,8% e 16,7%, respectivamente, na comparação com o acumulado no primeiro bimestre de 2022. Por outro lado, bens de consumo (+26,2%) e bens de capital (+14,7%) avançaram na mesma base de comparação. Em linha com a desaceleração da atividade doméstica, em que projetamos crescimento de 1,2% do PIB, para 2023 a tendência é de que as importações brasileiras sofram redução comparativamente ao observado em 2022, em que projetamos saldo de US$ 239,4 bilhões. Importações Totais US$ bilhões, acumulado em 12 meses 31,7 32,7 29,5 23,3 18,4 16,9 23,8 25,7 24,2 24,4 28,1 28,6 123,0 131,7 126,9 99,4 84,9 99,4 112,0 113,1 99,4 144,9 172,5 171,5 33,4 34,7 33,1 26,8 21,7 23,4 25,6 24,8 21,2 24,0 27,9 28,9 37,1 42,4 41,2 23,4 14,1 19,2 23,7 22,2 13,9 26,1 44,0 42,9 225,17 241,50 230,82 173,10 139,32 158,95 185,32 185,93 158,79 219,41 272,61 272,15 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 Combustíveis e lubrificantes Bens de consumo Bens intermediários Bens de capital Importações - Total fev/23
  • 14. BB Assessoramento Econômico 14 #Pública Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços (MDIC). Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Importações Participação dos principais parceiros inicia 2023 abaixo do observado no ano passado O Brasil importou US$ 38,3 bilhões entre janeiro e fevereiro de 2023, aqui também destaca-se a participação da China (21,7%) e EUA (15,6%). Entretanto, como observado no gráfico, a participação nos dois primeiros meses deste ano foi abaixo do observado em 2022. Em boa parte, o menor ritmo da atividade doméstica e do menor patamar de preços de commodities são fatores que explicam o menor crescimento das importações e a consequente redução na representatividade dos principais parceiros na composição total de nossas importações. Ranking dos 10 Principais Parceiros Comerciais de Importação Participação % 25,0 19,7 4,3 4,1 3,0 2,6 1,7 2,0 1,5 2,1 21,7 15,6 5,4 4,6 2,9 2,7 2,4 2,4 2,3 2,0 China Estados Unidos Alemanha Argentina Índia Rússia Bélgica Itália México Japão 1º bimestre 2022 1º bimestre 2023
  • 15. BB Assessoramento Econômico 15 #Pública Transações Correntes Brasil inicia 2023 com déficit de na conta corrente As transações correntes (TC) referente ao mês de janeiro mostraram um déficit acumulado de US$ 55,4 bilhões em 12 meses (2,87% do PIB), resultado superior ao observado no mesmo período de 2022 quando somou US$ 47,1 bilhões em 12 meses e 2,85% do PIB. Já no mês de janeiro de 2023, as TC foram deficitárias em US$ 8,8 bilhões, retração de US$ 604 milhões ante o déficit de US$ 9,4 bilhões em janeiro de 2022. No resultado do mês, destaque para a contribuição da balança comercial (BC) que foi superavitária em US$ 1,2 bilhão em janeiro (exportações de US$ 23,3 bilhões e importações de US$ 22,1 bilhões). Já na conta de serviços, observou-se déficit de US$ 2,3 bilhões, redução de 11,3% na comparação interanual. Esse movimento refletiu, entre outros, as despesas líquidas com transportes, que totalizaram US$ 1,3 bilhão, redução de 15,5% na mesma base de comparação, e as despesas líquidas com viagens internacionais, que segue se aproximando do patamar pré-pandemia ao registrar alta de 138,6%. Com influência da perspectiva positiva observada na BC, em grande medida pelo patamar dos preços de commodities, estimamos déficit de US$ 50,0 bilhões das TC para este ano, resultado equivalente a 2,5% do PIB. Transações Correntes Acumulado em 12 meses e % do PIB Fonte: BCB. Elaboração/Projeções: BB Assessoramento Econômico. -25,3 -54,8 -68,0 -28,2 -46,4 -56,0 -55,4 -1,2 -2,9 -3,6 -2,0 -2,8 -2,9 -2,9 -5 -4 -3 -2 -1 0 -120 -105 -90 -75 -60 -45 -30 -15 2017 2018 2019 2020 2021 2022 jan/23 Transações Correntes (US$ bilhões) Transações Correntes (%PIB)
  • 16. BB Assessoramento Econômico 16 #Pública Fonte: BCB. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Investimento Direto no País Investimento Direto no País (IDP) consolida a trajetória de recuperação Na conta financeira, o fluxo de Investimento Direto no País (IDP) foi de US$ 6,9 bilhões em janeiro deste ano, ficando 35,3% acima do verificado no mesmo período de 2022, quando somou um montante de US$ 5,1 bilhões. Este movimento reforça a tendência de recuperação consistente do IDP, haja vista que o resultado (US$ 92,3 bilhões) acumulado em 12 meses representa o melhor desempenho desde janeiro de 2001. Entre os vetores que têm contribuído desde o ano passado para o processo de recuperação do IDP destaca-se o desempenho da atividade econômica doméstica acima das expectativas iniciais ao longo de 2022, além do efeito positivo proveniente do setor de commodities. Nesse sentido, o IDP se mantém como a principal fonte de financiamento do balanço de pagamentos brasileiro, sendo suficiente para cobrir o resultado deficitário das transações correntes em 12 meses. Investimento Direto no País Acumulado em 12 meses (em US$ bilhões) 68,9 78,2 69,2 37,8 46,4 90,6 92,3 30 40 50 60 70 80 90 100 2017 2018 2019 2020 2021 2022 jan/23
  • 17. BB Assessoramento Econômico 17 #Pública BB Assessoramento Econômico Economias em destaque Highlights #Pública
  • 18. BB Assessoramento Econômico 18 #Pública Fonte: Projeções: Oxford Economics / * BB Assessoramento Econômico. Projeções EUA 2023 PIB (Var. % a.a.)* 0,9 Desemprego (% da PEA) 4,0 Inflação (média do ano) 4,4 Taxa de Juros (% a.a.)* 5,5 Transações correntes % PIB -3,5 China 2023 PIB (Var. % a.a.)* 5,5 Desemprego (% da PEA) 3,5 Inflação (média do ano) 2,4 Taxa de Juros (% a.a.) 2,8 Transações correntes % PIB 0,7 Área do Euro 2023 PIB (Var. % a.a.)* 0,4 Desemprego (% da PEA) 7,0 Inflação (média do ano) 4,9 Taxa de Juros (% a.a.) 3,5 Transações correntes % PIB 1,3 Argentina 2023 PIB (Var. % a.a.) -1,2 Desemprego (% da PEA) 8,7 Inflação (média do ano) 97,4 Taxa de Juros (% a.a.) 75,0 Transações correntes % PIB 1,1
  • 19. BB Assessoramento Econômico 19 #Pública Fonte: Oxford Economics. Elaboração: BB Assessoramento Econômico. Perspectivas A relação entre inflação e a politica monetária deve seguir como tema central nas discussões sobre a economia dos EUA em 2023. Paralelamente, a resiliência da atividade econômica tem sido um limitador para que o FED tenha sucesso em convergir a inflação para próximo de sua meta média de 2,0% a.a. Destaque para o sólido desempenho do mercado de trabalho e para os gastos dos consumidores, o que tem contribuído para manter pressionada a inflação de serviços. Apesar do FED seguir promovendo aperto das condições financeiras, os sinais de uma atividade mais forte apontam para um aumento dos riscos de que a política monetária pode ser ainda mais restritiva. Nesse sentido, nosso cenário para a taxa de juros básica nos EUA é de 5,50% ao final deste ano. Avaliamos que apenas maio de 2024 o FED deve iniciar um novo ciclo de cortes dos juros. Porém, sinais como o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), o que amplia os riscos para a estabilidade financeira, podem alterar a rota do FED. Estados Unidos Na região do euro, o controle da inflação também é o assunto dominante. Após os choques altistas provenientes da pandemia de Covid e do conflito entre Rússia e Ucrânia, os números recentes têm mostrado que a inflação está arrefecendo, em linha com o abrandamento dos preços de energia. Contudo, o desafio ainda é significante, haja vista que a inflação de alimentos está em patamar historicamente elevado e os custos com energia ainda pesam sobre os orçamentos familiares. Assim, o Banco Central Europeu (BCE) também tem estímulos para aplicar altas adicionais na taxa de juros básica da economia. Do lado da atividade econômica, indicadores de alta frequência sugerem resiliência da economia e reduz as apostas de que o PIB anual da região apresentará contração em 2023. Contudo, as perspectivas de desaceleração do PIB seguem prevalecendo. Área do Euro Diante da perspectiva relativamente mais positiva para a recuperação do consumo das famílias – favorecendo o setor de serviços -, o que reflete o fim das restrições sanitárias, a atividade econômica da China deve caminhar para um crescimento próximo da meta do governo chinês que é de expansão de 5,0 do PIB em 2023. Entendemos que a evolução da confiança do consumidor, o aumento da renda das famílias e o nível de poupança excedente são vetores preponderantes por trás de uma trajetória de recuperação sólida da economia chinesa com base no consumo privado. Por outro lado, ainda permanecem os riscos associados à fraqueza do setor imobiliário da China, em que não esperamos evolução positiva em 2023, e as limitações do ponto de vista de estímulos através da política fiscal. China
  • 20. BB Assessoramento Econômico 20 #Pública Disclaimer Informações relevantes Esta publicação contém análises/avaliações que refletem as visões de profissionais da área de Assessoramento Econômico do Banco do Brasil S. A. (“BB”). As análises/avaliações aqui publicadas: i. eventualmente, podem não expressar o posicionamento do Conglomerado BB sobre os temas aqui tratados; ii. é possível que divirjam substancialmente das visões de outras áreas correlatas do BB, mesmo que faça referências a recomendações publicadas por essas respectivas Áreas; iii. podem ou não ser seguidas pela gestão da Carteira Proprietária do BB. As informações, opiniões, análises e avaliações contidas nesta publicação: i. contém dados e projeções informativos que são dependentes das hipóteses adotadas. Nessa medida, não devem ser tomados como base, balizamento, guia ou norma para quaisquer documentos, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal; ii. foram fornecidas apenas como comentários gerais de mercado e não constituem quaisquer formas de aconselhamento pessoal, jurídico, tributário ou outro serviço financeiro regulamentado; iii. não contém toda a informação desejável, ou seja, fornecem apenas uma visão limitada de classes de ativos no mercado, como Juros, Câmbio e Índice de Bolsas, de forma geral “Macro”, não avaliando valores mobiliários específicos e emissores determinados; iv. não são uma pesquisa ou recomendação de investimento para fins regulatórios e não constitui uma análise substantiva; v. não são uma recomendação personalizada ou uma consultoria de investimento. Desse modo, todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises são assumidas exclusivamente por quem as utiliza, eximindo o BB de todas as ações decorrentes do uso deste material. Desse modo, todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises são assumidas exclusivamente por quem as utiliza, eximindo o BB de todas as ações decorrentes do uso deste material. Ressalte-se que o BB não se responsabiliza por atualizar qualquer estimativa contida nesta publicação. O BB recomenda aos leitores da publicação que: i. antes de entrar em qualquer transação, certifiquem-se de que entende os potenciais riscos e retornos e verifique a compatibilidade com seus objetivos e experiência, recursos operacionais e financeiros e outras circunstâncias relevantes; ii. procurem consultores para verificar limitações tributárias, legais e contábeis, sempre que necessário. Por fim, o BB esclarece que o acesso a esta publicação implica na total aceitação deste termo de responsabilidade e uso, não sendo permitido a reprodução, retransmissão e distribuição do todo ou de qualquer parte deste material sem a sua prévia e expressa autorização. Consultas, sugestões, reclamações, críticas, elogios e denúncias: SAC 0800 729 0722 Atendimento a Deficientes Auditivos ou de Fala 0800 729 0088 Ouvidoria 0800 729 5678
  • 21. BB Assessoramento Econômico 21 #Pública Acompanhe nossas análises e estudos no portal BB bb.com.br/analises #Pública BB Assessoramento Econômico