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RESUMO
Introdução: A detecção precoce de disfunção nas fístulas arteriovenosas (FAVs) para hemodiálise (HD) auxilia na otimização da patência do acesso vascular.
Segundo as diretrizes de acesso vascular da National Kidney Foundation, diversos métodos podem ser usados na detecção precoce de estenose, apesar de ainda
não haver evidência estabelecida para todos os métodos em FAVs. Objetivo: Avaliar a acurácia do Exame Físico (EF) no diagnóstico de estenose das FAVs em
comparação ao diagnóstico estabelecido pelo Ultra-som Doppler (UD). Material e Método: O estudo foi realizado em uma única unidade de HD. Um total de 84
pacientes participou do estudo (54% homens, idade média de 50,7 ± 12,7 anos, 24,9 ± 7,8 meses de idade das FAVs, 52% Radiocefálicas). A suspeita diagnóstica
de estenose foi considerada como positiva quando no EF, à palpação, foi detectado: 1- frêmito de baixa intensidade na anastomose; 2- ou quando o frêmito
apresentou apenas o componente sistólico (não-contínuo); 3- ou quando foi observado surgimento de novo frêmito no segmento venoso; 4- ou quando o pulso
não foi suave e não colapsou com a elevação do braço; 5- ou quando o segmento venoso não se tornou hiperpulsátil com a oclusão manual do pulso. O EF foi
realizado por um único médico nefrologista. O UD e o diagnóstico de estenose foram realizados por um único radiologista. A medida do Volume do Fluxo Sanguíneo
(VFS) foi a primeira etapa do exame (UD), sendo mensurada em um ponto da veia que apresentava fluxo laminar. O diagnóstico de estenose foi considerado
presente quando havia uma redução do lúmen maior que 50% e quando o valor do pico de velocidade sistólica na área da estenose duplicava em relação ao pico
de velocidade sistólica da área adjacente normal. Foram calculadas sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP), valor preditivo negativo
(VPN) e acurácia para o EF. Resultados: Pelo UD, 50 (59%) FAVs foram consideradas positivas para a presença de estenose. O VFS médio para as FAVs com
diagnóstico normal foi de 1684 ± 641ml/min e para as FAVs com diagnóstico de estenose foi de 509 ± 151ml/min (p<0,0001). Foram consideradas positivas 56
(66%) FAVs pelo EF. A S, E, VPP e VPN para o EF foram respectivamente de 96%, 76%, 86% e 93%. A acurácia encontrada para o EF foi de 88%. Conclusão:
O EF mostrou ser um método acurado na suspeita diagnóstica de estenose e deve fazer parte de todo protocolo de detecção de estenose nas FAVs.
Descritores: Fístulas arteriovenosas. Estenose. Exame físico.
ABSTRACT
Introduction: early detection of arteriovenous fistula (AVF) dysfunction aids in optimizing vascular access patency in hemodialysis (HD) patients. Although there is
no established evidence for all methods of surveillance in AVFs, the Vascular Access Guidelines of National Kidney Foundation recommends these methods for
the detection of stenosis in AVFs. Objective: To evaluate the accuracy of Physical Examination (PE) in the diagnosis of stenosis in AVFs compared to the diagnosis
established by Doppler Ultrasound (DU). Materials and Methods: The study was performed in one HD unit. A total of 84 patients (54% male, 50.7 ± 12.7 years
old, 24.9 ± 7.8 months of AVFs age, 52% Radiocephalics) were allocated. The diagnosis of stenosis was considered to be positive when in PE evaluation was
observed: 1- a low intensity thrill at the anastomosis; 2- a thrill with only systolic component; 3- the presence of a new thrill in the venous segment; 4- a non-soft
pulse which did not collapse with arm elevation; or 5- a pulse which did not present hyper-pulsation with total occlusion of venous segment. The PE was performed
by a single nephrologist and the DU exam by a radiologist. The measurement of blood flow volume (BFV) was the first stage of DU evaluation and was carried out
in a location with laminar flow in the venous segment. The diagnosis of stenosis was positive by DU if a reduction in internal vessel diameter was higher than 50%
and an increased systolic peak velocity was greater than 100% in the location of stenosis compared with the normal adjacent area. The sensitivity (S), specificity
(E), positive predictive value (PPV), negative predictive value (NPV) and accuracy were calculated for PE. Results: The diagnosis of stenosis was made in 50
(59%) AVFs by DU. The mean BFV was 1684 ± 641ml/min for normal AVFs and 509 ± 151ml/min for AVFs with stenosis (p<0.0001). The suspected diagnosis
was positive in 56 (66%) AVFs by PE. The S, E, PPV, and NPV for PE were, respectively, 96%, 76%, 86% and 93%. The accuracy found for PE was 88%.
Conclusion: The PE achieved a great accuracy in detecting AVFs with suspicion of stenosis. The PE should be part of every AVFs surveillance protocol.
Keywords: Arteriovenous fistulas. Stenosis. Physical examination.
O Exame Físico como Método de Detecção de Estenose da
Fístula Arteriovenosa
The Physical Examination as a Method of Arteriovenous
Fistula Stenosis Detection
Rodrigo Peixoto Campos1, Domingos Candiota Chula1, Miguel Carlos Riella2 e Marcelo Mazza do
Nascimento3
1Setor de Nefrologia Intensiva e Intervencionista do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba; 2Faculdade
Evangélica do Paraná e Pontifícia Universidade Católica do Paraná; 3Faculdade Evangélica do Paraná e Programa
de Pós-Graduação em Princípios da Cirurgia da Faculdade Evangélica do Paraná.
Trabalho realizado com auxílio da Fundação Pró-Renal e baseado em dissertação de mestrado de 2006.
Artigo Original
Recebido em 16/02/07 / Aprovado em 26/03/07
Endereço para correspondência:
Rodrigo Peixoto Campos
Fundação Pró-Renal.
Av. Vicente Machado, 2190
CEP 80440-020, Batel, Curitiba-PR
Tel.: 41 3312-5400
E-mail: rpeixotocampos@yahoo.com.br
65J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007
INTRODUÇÃO
A manutenção do acesso vascular para hemo-
diálise (HD) é um dos maiores desafios no cuidado do pa-
ciente com doença renal crônica terminal (DRCT) em diá-
lise. Os problemas relacionados ao acesso são uma das
mais freqüentes razões para hospitalização desta popula-
ção. O custo anual da confecção dos acessos vasculares e
correção das complicações nos Estados Unidos da Amé-
rica (EUA) atingiu um bilhão de dólares em 19951. Em
2001, o acesso vascular foi responsável por 7,5% (aproxi-
madamente 1 bilhão por ano) dos 14 bilhões de dólares
gastos pelo “Medicare” com o programa de HD para os
pacientes com DRCT nos EUA2.
A fístula arteriovenosa (FAV) é considerada como
o acesso vascular de escolha para HD devido à sua
prolongada patência e menor taxa de complicações. Na
Europa, a prevalência de fistulas arteriovenosas (FAVs)
em unidades de HD gira em torno de 70%3. Em um estudo
multicêntrico com 11 unidades de HD no Brasil, 30% dos
pacientes iniciavam em diálise com um cateter venoso4.
Em outro estudo multicêntrico com 23 unidades de diálise
no Brasil, foi encontrada uma prevalência de pacientes
com cateteres de 6,6%, com próteses vasculares de 3,4%
e com FAVs de 90%5. Em um inquérito realizado pela
Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2000, 90% dos
pacientes possuíam fístula arteriovenosa, 8% possuíam
cateteres e apenas 2% próteses vasculares6. O censo de
2006 da Sociedade Brasileira de Nefrologia demonstra
uma prevalência de pacientes com cateteres venosos em
HD de 10%7.
Mesmo sendo consideradas o acesso vascular
ideal, as FAVs são propensas à trombose, quase que inva-
riavelmente devido ao desenvolvimento de estenoses.
Quando desenvolvidas corretamente, ou seja, na ausência
de falha precoce, sua taxa de trombose varia em torno de
4% a 18% ao ano na ausência de um programa específico
para a detecção precoce de estenose8-14.
Apesar dessa baixa taxa de tromboses encontrada
nas FAVs, o III. NKF-K/DOQI Clinical Practice Gui-
delines for Vascular Access: update 2000 (K/DOQI) reco-
menda programas de vigilância para a detecção precoce
de estenose e conseqüente correção da mesma, no intuito
de reduzir o evento trombose15. Diversos métodos são re-
comendados para a detecção precoce de estenose: exame
físico, medida da pressão intra-acesso estática, medida da
pressão venosa dinâmica, medida da recirculação e me-
dida do volume de fluxo sanguíneo. Entretanto a maioria
dos estudos sobre a avaliação desses métodos de vigilân-
cia foi realizada em próteses vasculares.
Diversos estudos têm demonstrado que a medida
do volume de fluxo sanguíneo em FAVs é um método
eficaz no diagnóstico de estenose venosa e redução na
taxa de tromboses com tratamento precoce8,9,11,13,16-18.
Existe uma falta de estudos na avaliação de FAVs com
outros métodos de vigilância. Beathard relatou que o exa-
me físico (EF) é uma ferramenta importante para o nefro-
logista na detecção de estenose, seja ela arterial ou veno-
sa, e destacou a sua importância na detecção precoce da
disfunção dos acessos vasculares19,20. Não temos notícia
de um único estudo que tenha avaliado a acurácia do EF
na detecção de estenose, especificamente em FAVs de-
senvolvidas.
Seguindo essa falta de informações com o uso do
EF na detecção de estenose especificamente em FAVs,
conduzimos um estudo com o intuito de determinar a uti-
lidade desse método na identificação de estenose da FAV.
MÉTODO
Estudo transversal para avaliação de método diagnós-
tico, em que foi avaliado o EF. Esse método foi comparado ao
diagnóstico pelo Ultra-som Doppler (UD). O estudo foi iniciado
após aprovação pelo Comitê de Ética Médica da Faculdade
Evangélica do Paraná, tendo sido realizado durante o período de
julho de 2005 a fevereiro de 2006.
Seleção dos Pacientes
Todos os pacientes com FAV de uma única unidade de
HD, Clínica de Doenças Renais do Novo Mundo (Curitiba,
Paraná), foram inicialmente incluídos no estudo. Na época de
início do estudo, 180 pacientes estavam sendo tratados nessa
unidade. Foram excluídos os pacientes com prótese vascular,
com FAV utilizada em menos de seis sessões de HD, com
diagnóstico suspeito ou estabelecido de estenose em alguns dos
componentes da FAV (artéria, anastomose, segmento venoso ou
veias centrais), com tratamento prévio de correção de estenose
ou outra disfunção na FAV, tanto cirurgicamente quanto por
angioplastia transluminal percutânea, com presença de aneuris-
ma que já estivesse dificultando a punção da FAV, pacientes
com idade menor que 18 anos e os que não assinaram o termo
de consentimento.
De um total de 104 pacientes que iniciaram o estudo, 20
não conseguiram completar todas as etapas da avaliação e foram
excluídos. As causas de exclusão foram: óbito em um paciente,
transferência para outro método de terapia renal substitutiva em
seis (dois para transplante renal e quatro para diálise peritoneal),
internamento hospitalar em dois, trombose da FAV em dois e não
comparecimento no dia da realização do UD em nove.
Dos 84 pacientes que fizeram parte da análise final, 45
(53,5%) eram do sexo masculino. Apresentaram média de idade
de 50,7 ± 12,7 anos, mediana de tempo em hemodiálise de 22,7
(0,9-177,3) meses, mediana de idade da fístula arteriovenosa de
21,1 (1,7-151,2) meses. As causas da IRCT encontradas foram:
nefropatia diabética em 20 (24%) pacientes, nefroesclerose
Exame Físico da Fístula Arteriovenosa66
hipertensiva em 30 (36%), glomerulonefrite em 15 (18%), doença
renal policística em seis (7%), uropatia obstrutiva em cinco (6%),
pielonefrite crônica em dois (2%) e outras causas não identifi-
cadas em seis pacientes (7%). Em relação ao tipo das fístulas
arteriovenosas, 44 (52%) eram Radiocefálicas, 27 (33%)
Braquiocefálicas e 13 (15%) Braquiobasílicas (tabela 1).
Exame físico
O exame físico foi realizado antes da sessão de HD por
um único médico nefrologista (RPC). Todos os dados referentes
à identificação, características clínicas da FAV e dos achados no
exame físico foram registrados no prontuário de HD do
paciente. O EF foi dividido em três etapas e nelas foram
avaliadas o pulso e o frêmito, seguindo o que foi idealizado por
Beathard19-21. Para o EF ser considerado positivo para a suspei-
ta diagnóstica de estenose, foi necessário o achado de apenas um
dos sinais sugestivos de estenose, independente da etapa reali-
zada (tabela 2). A presença de edema e circulação colateral no
tronco ou dorso indicava o diagnóstico de estenose.
Realização do ultra-som doppler
O UD foi realizado em um tempo máximo de 15 dias após
a realização do EF. Se o UD não fosse realizado nesse tempo, o EF
era repetido. Todos os exames foram realizados por um único
examinador em clínica privada, já com experiência nessa área. O
equipamento utilizado foi o Megas GPX (ESAOTE S.p.A.,
Gênova, Itália), com transdutores de 5 a 10MHz. Todos os exames
foram gravados para avaliação posterior. O examinador recebia
apenas a informação do tipo da FAV, se Radiocefálica,
Braquiocefálica ou Braquiobasílica, não tendo acesso ao resultado
do EF. O exame era realizado com o paciente deitado e com o braço
da FAV em repouso confortavelmente no leito.
A primeira etapa do exame consistia na medida do
volume de fluxo sanguíneo da FAV, detalhada a seguir. A
segunda etapa era a avaliação da fístula quanto à procura de
estenose significativa. Todos os componentes da fístula eram
avaliados: a porção arterial, no caso a artéria braquial para
fístulas Braquiocefálicas e Braquiobasílicas e artéria radial para
Radiocefálicas; a anastomose e todo o trajeto venoso, incluindo
as veias axilares, braquiais e subclávias. O exame foi
considerado positivo para estenose arterial, da anastomose ou
venosa significativa se, em algum local desses componentes,
fosse encontrado uma redução do diâmetro interno do vaso
maior que 50% em relação ao diâmetro da porção
imediatamente anterior e com uma velocidade de pico sistólico
(cm/s) que duplicava em relação ao valor da área normal
adjacente22,23. Quando essa redução não foi maior que 50% ou
não atingiu uma velocidade de pico sistólico aumentada, o
exame não foi considerado positivo para a presença de estenose
significativa em algum dos componentes da FAV.
Foram calculados o Kt/V, como medida de adequação
da sessão de hemodiálise pela fórmula de Daugirdas24, de todos
os pacientes na mesma semana da realização do ultra-som
Doppler, na tentativa de correlacionar baixa adequação dialítica
com a presença de estenose na FAV.
Medida do Volume de Fluxo Sanguíneo
A medida do fluxo sanguíneo foi a primeira etapa da
realização do UD e foi feita com o mesmo transdutor usado no
restante do exame para avaliação da FAV. O local da veia
utilizado para se fazer o cálculo do fluxo sanguíneo situava-se
em algum ponto que apresentasse fluxo laminar. Geralmente se
escolhia um ponto entre os locais de punção. Se, porventura, no
ponto escolhido fosse encontrada uma estenose, determinava-se
outro ponto para a medida do fluxo. Para avaliação do fluxo, o
diâmetro da veia era determinado por ultra-sonografia (modo-B)
em um plano transverso de uma margem interna à outra, para,
assim, determinar a área de secção transversa, sendo esta última
Tabela 1. Características clínicas dos pacientes
Pacientes n. 84
Sexo masculino n. (%) 45 (53,5%)
Idade média (anos) a 50,7 ± 12,7
Tempo de HD (meses) b 22,7 (0,9-177,3)
Idade da FAV (meses) b 21,1(1,7-151,2)
Etiologia da insuficiência
renal crônica n. (%)
Nefropatia diabética 20 (24%)
Nefroesclerose hipertensiva 30 (36%)
Glomerulonefrites 15 (18%)
Doença renal policística 6 (7%)
Uropatia obstrutiva 5 (6%)
Pielonefrite crônica 2 (2%)
Causas não identificadas 6 (7%)
Tipo de FAV n. (%)
Radiocefálicas 44 (52%)
Braquiocefálicas 27 (33%)
Braquiobasílicas 13 (15%)
a Valores expressos em media ± desvio padrão; b Valores
expressos em mediana e intervalo.
Tabela 2. Achados no exame físico que sugeriram o diagnóstico
de estenose na FAV.
Etapas Sinais Clínicos que determinaram
a suspeita diagnóstica de
estenose na FAV
Avaliação da anastomose - Frêmito reduzido na anastomose
- Frêmito apenas com componente
sistólico
- Pulso resistente e de difícil
compressão
Avaliação do segmento - Presença de novo frêmito
venoso - Pulso resistente e de difícil
compressão
- Ausência de colapso de alguma
porção do segmento venoso
com elevação do braço
Avaliação do aumento - Ausência de aumento da
de pulso intensidade do pulso
67J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007
calculada automaticamente pelo software do equipamento. Na
mesma localização, era mensurada a velocidade média de fluxo
pelo Doppler em um ângulo de 60 graus ao longo do eixo da veia.
O fluxo da FAV, em ml/min, era determinado automaticamente
pelo software do equipamento, usando a fórmula: velocidade
média de fluxo (cm . s-1). área de secção transversa (cm2). 6025.
Análise estatística
Para o EF, foram determinadas a acurácia, sensibilidade,
especificidade, assim como o valor preditivo positivo e negativo
em relação ao diagnóstico determinado pelo UD. Os dados estão
apresentados como média ± desvio padrão (DP), mediana e
intervalos, taxas percentuais, obedecendo a um intervalo de
confiança de 95%. Foi utilizado o teste-t de Student para
comparação entre as variáveis de distribuição normal, enquanto
que, para as variáveis com distribuição anormal, foi utilizado o
teste-U de Mann-Whitney. A análise de variáveis categóricas foi
realizada através da análise de tabelas de contigência (Qui-
quadrado). Um valor de p menor que 0,05 foi considerado sig-
nificativo. A análise estatística foi realizada utilizando o
software NCSS 2001 e PASS 2002 (Hintze J. NCSS & PASS
statistical system, Kaysville, EUA).
RESULTADOS
No EF, foram identificados 56 (66%) pacientes
como caso suspeito de estenose na FAV. O gráfico 1
mostra a distribuição dos pacientes suspeitos de estenose
para cada achado do exame físico. O UD evidenciou a
presença de estenose significativa em 50 pacientes, deter-
minando, assim, uma prevalência de 59,5%. Entre todas
as FAVs, duas apresentaram estenose arterial (artéria
radial) e nenhuma na anastomose. Todas as outras este-
noses encontradas foram no segmento venoso, incluindo
três na veia Subclávia. As características dos pacientes de
acordo com o diagnóstico de estenose pelo ultra-som
Doppler encontram-se na tabela 3.
O valor médio do volume de fluxo sanguíneo entre
os pacientes com diagnóstico positivo para estenose pelo
ultra-som Doppler (509 ± 151ml/min) foi significativa-
mente menor em relação àqueles com diagnóstico nega-
tivo (1.684 ± 541ml/min) (p<0,0001). Quando analisamos
as FAVs de acordo com sua localização, observamos que
as proximais (Braquiocefálicas e Braquiobasílicas) sem
estenose apresentaram um volume de fluxo sanguíneo
significativamente mais elevado (2.035 ± 508 ml/min) em
relação às proximais com estenose (606 ± 118 ml/min)
(p<0,01). As FAVs distais (Radiocefálicas) sem estenose
também apresentaram um volume de fluxo sanguíneo signi-
ficativamente mais elevado (1.467 ± 358 ml/min) que as
distais com estenose (412 ± 87 ml/min) (p<0,01) (gráfico 2).
Ao se compararem os pacientes com diagnóstico
positivo e negativo de estenose na FAV pelo Ultra-som
Doppler, constatou-se que a única variável que apresen-
tou diferença estatística entre os dois grupos foi o valor do
Kt/V. Os pacientes com diagnóstico positivo de estenose
apresentaram um Kt/V médio de 1,15 ± 0,20 contra 1,33
± 0,16 daqueles com diagnóstico negativo (p<0,0001).
A avaliação da FAV pelo EF obteve acurácia de
88% (intervalo de confiança de 95%, 80% a 93%). Sua
sensibilidade e especificidade foram respectivamente de
96% (intervalo de confiança de 95%, 88% a 99%) e 76%
(intervalo da confiança de 95%, 60% a 87%). Os
resultados de acurácia, sensibilidade, especificidade, va-
lor preditivo positivo e valor preditivo negativo para o EF
são apresentados na tabela 4.
50%
32%
68% 68%
18%
Frêmito alterado na
anastomose
Aparecimento de novo
frêmio
Pulso resistente
Sem colapso na veia
Manobra de aumento
do pulso negativa
Gráfico 1. Alterações no EF nos pacientes com suspeita de
estenose na FAV.
Gráfico 2. Comparação do volume de fluxo sanguíneo dos
grupos FAV proximal e distal em relação ao diagnóstico de
estenose pelo ultra-som Doppler.
p <0,05 em relação ao grupo FAV proximal sem estenose. ∆ p
<0,05 em
Relação ao grupo FAV distal sem estenose. FAV= fístula
arteriovenosa.
Fluxosanguíneo(ml/min)
FAV
proxim
alsem
estenose
FAV
proxim
alcom
estenose
FAV
distalsem
estenose
FAV
distalcom
estenose
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Exame Físico da Fístula Arteriovenosa68
DISCUSSÃO
Já é sabido que a FAV é o melhor acesso para os
pacientes em HD devido a um menor número de
complicações. A prótese vascular apresenta um risco de
trombose e infecção sete e dez vezes maior que a FAV
respectivamente21. Além do mais, Manns e cols26 mostraram
que, desde a instalação até o manejo das complicações, o
custo de manutenção da FAV em um ano chega a ser quase
a metade do custo de uma prótese vascular. Outro dado
importante é que o número de pacientes que entraram em
HD nos EUA com FAV não atingiu 15% em 200227.
No Brasil, estima-se que as próteses vasculares e as
FAVs, estas em maior número, estão presentes em 90% dos
pacientes em programa de HD7. Mesmo assim, é
necessário um melhor cuidado na monitorização e vigi-
lância dos acessos vasculares, para reduzir morbidade e
mortalidade na população em HD. Na nossa população, a
prevalência de estenose significativa nas FAVs estudadas
foi de 59%. Diversos estudos realizados apenas com FAVs
mostraram uma prevalência semelhante16,17,24,28,29, suge-
rindo que a população em estudo não difere dos demais
centros onde a FAV é o acesso mais prevalente.
Apesar de a fistulografia ser definida como o
exame padrão-ouro no diagnóstico das estenoses dos
acessos vasculares15, a decisão de utilizar o UD no nosso
estudo como o método padrão para o diagnóstico de
estenose se baseou em algumas evidências. Gadallah e
cols23, em um estudo que comparou o diagnóstico feito
pelo UD com o da fistulografia em 38 pacientes, deter-
minaram uma acurácia diagnóstica de 100%. Em outro
estudo, a sensibilidade, a especificidade e a acurácia do UD
em determinar uma estenose significativa foram de 93%,
94% e 97% respectivamente28. Nonnast-Daniel e cols30,
quando avaliaram 51 FAVs com suspeita de disfunção,
encontraram um valor preditivo positivo do UD de 100%.
Um outro estudo prospectivo que avaliou 81 acessos
vasculares com suspeita de disfunção, dos quais 49 eram
FAVs, encontrou uma sensibilidade para o UD de 92% e a
uma especificidade de 97%31. Todos esses dados sugerem
que a acurácia do UD chega próxima à da fistulografia.
Outro motivo que nos levou a utilizar o UD, em vez
da fistulografia, vem do fato de que este último é um exame
invasivo e não isento de riscos. Além do mais, estudamos
apenas os pacientes com FAV sem suspeita de disfunção
e não justificava realizar um exame invasivo em todos os
pacientes. Outro dado é que existe uma hipótese de que o
contraste endovenoso utilizado na fistulografia poderia
reduzir a função renal residual e isso seria extramente
prejudicial aos pacientes em HD, já que a mesma é um
importante preditor de sobrevida nesses pacientes32.
Entre todas as variáveis clínicas analisadas, a
única que apresentou significância estatística entre o gru-
po de pacientes com diagnóstico significativo de estenose
e os que não apresentaram foi a medida do Kt/V (1,33 ±
0,16 versus 1,15± 0,20). O K/DOQI15 recomenda que o
Kt/V pode ser utilizado como método de vigilância, mas
é sabido que ele é passível de influência de diversos ou-
tros fatores, tornando-o menos acurado que outros méto-
dos. Apesar de não termos avaliado o Kt/V como método
Tabela 3. Características clínicas dos pacientes e das FAVs de acordo com o resultado do
Ultra-som Doppler.
Variáveis Sem estenose Com estenose Valor de p*
(n.=34) (n.=50)
Sexo masculino n.(%) 18 (52,9%) 27 (54,0%) NS
Idade (anos) a 48,6 ± 9,5 52,2 ± 8,7 NS
Diabetes Mellitus n.(%) 7 (20,6%) 13 (26,0%) NS
Idade da FAV (meses) b 18,9 (1,7 - 151,2) 21,5 (3,4 - 149,7) NS
Tempo de HD (meses) b 21,7 (2,7 - 177,3) 24,2 (0,8 - 175,2) NS
Kt/V a 1,33 ± 0,16 1,15 ± 0,20 <0,0001
Tipo de FAV n.(%)
Radiocefálica 18 (52,9%) 26 (52,0%) NS
Braquiocefálica 11 (32,4%) 16 (32,0%) NS
Braquiobasílica 05 (14,7%) 08 (16,0%) NS
O valor de p menor que 0,05 foi considerado significativo. NS= não significativo; n.= número de pacientes.
a Valores expressos em média ± desvio padrão; b Valores expressos em mediana e intervalo.
Tabela 4. Acurácia diagnóstica do exame físico na detecção de
estenose significativa na FAV.
Variáveis Exame físico
Nº de verdadeiros negativos 26
Nº de verdadeiros positivos 48
Nº de falsos negativos 02
Nº de falsos positivos 08
Sensibilidade (%)* 96 (88-99)
Especificidade (%)* 76 (60-87)
Acurácia (%)* 88 (80-93)
Valor preditivo positivo (%)* 86 (74-92)
Valor preditivo negativo (%)* 93 (77-98)
*Os valores entre parênteses são para um intervalo de confiança
de 95%.
69J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007
de vigilância, seu valor foi significativamente maior nos
pacientes sem diagnóstico de estenose significativa.
Anderson e cols33 observaram que o fluxo san-
guíneo nas fistulas proximais é maior que o das fístulas
distais. No nosso estudo, encontramos dado semelhante.
Em concordância com o K/DOQI15, o qual não faz dis-
tinção do valor de volume do fluxo sanguíneo entre as
FAVs proximais e distais para suspeita de estenose,
demonstramos que não houve diferença estatística entre a
localização da fístula e o fluxo sanguíneo, naquelas com
diagnóstico de estenose.
Beathard20 já tinha publicado que esse é um mé-
todo esquecido pelos nefrologistas. Não encontramos na
literatura um único estudo que tenha avaliado a sensi-
bilidade e a especificidade exclusivamente do EF como
método de vigilância, especificamente em FAVs desen-
volvidas. Ainda assim, são poucos os estudos utilizando o
EF na avaliação das FAVs. Em um estudo que utilizou um
protocolo de detecção de estenoses para próteses vascu-
lares e FAVs, o qual incluía o EF como um dos métodos,
obtive-se uma especificidade isolada para o EF de 95%34.
Não foi possível a determinação da sensibilidade nesse
estudo. Houve redução de tromboses, com tratamento por
angioplastia transluminal percutânea, de 48% para 17%,
após a instituição do protocolo. Nesse estudo, apenas 18%
dos acessos eram FAVs.
Também em outro relato utilizando um protocolo
para FAVs e próteses vasculares, a especificidade para
todo o protocolo foi elevada (92,8%), mas com baixa sensi-
bilidade (35,8%). Esse estudo não identificou a sensibili-
dade e a especificidade isolada do EF35. Em outro relato,
foi encontrada uma acurácia no diagnóstico de estenose
em próteses vasculares de 91,8% utilizando-se o EF36.
Quando se avaliou o papel do exame físico realizado após
a angioplastia, foi identificado que a presença de frêmito
na porção venosa da prótese vascular foi melhor preditor
de sobrevida do acesso em comparação à medida da
pressão intra-acesso37. Trerotola e cols38 tentaram com-
parar os achados do EF em próteses vasculares com o volu-
me de fluxo sanguíneo determinado pelo UD. Todos os
pacientes com achados normais ao exame físico apresenta-
vam volume de fluxo maior que 450ml/min. Quanto à
avaliação da maturidade da FAV em dois estudos, o EF
foi capaz de identificar as FAVs que não iriam se desen-
volver em 80%39 e em 100%40 dos casos. O nosso estudo
é o primeiro a ser realizado utilizando exclusivamente o EF
na suspeita do diagnóstico de estenose apenas em FAVs.
Concluímos que o EF mostrou ser um método
acurado na suspeita diagnóstica de estenose nas FAVs.
Recomendamos o uso de um protocolo que inclua o EF,
sendo este realizado mensalmente por um profissional
treinado, seguindo as novas diretrizes do K/DOQI 200641.
AGRADECIMENTOS
À Drª Sônia Perreto pela realização de todas as
avaliações com o ultra-som Doppler e à Fundação Pró-
Renal pelo auxílio concedido.
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Avaliação da acurácia do exame físico na detecção de estenose de fístula arteriovenosa

  • 1. RESUMO Introdução: A detecção precoce de disfunção nas fístulas arteriovenosas (FAVs) para hemodiálise (HD) auxilia na otimização da patência do acesso vascular. Segundo as diretrizes de acesso vascular da National Kidney Foundation, diversos métodos podem ser usados na detecção precoce de estenose, apesar de ainda não haver evidência estabelecida para todos os métodos em FAVs. Objetivo: Avaliar a acurácia do Exame Físico (EF) no diagnóstico de estenose das FAVs em comparação ao diagnóstico estabelecido pelo Ultra-som Doppler (UD). Material e Método: O estudo foi realizado em uma única unidade de HD. Um total de 84 pacientes participou do estudo (54% homens, idade média de 50,7 ± 12,7 anos, 24,9 ± 7,8 meses de idade das FAVs, 52% Radiocefálicas). A suspeita diagnóstica de estenose foi considerada como positiva quando no EF, à palpação, foi detectado: 1- frêmito de baixa intensidade na anastomose; 2- ou quando o frêmito apresentou apenas o componente sistólico (não-contínuo); 3- ou quando foi observado surgimento de novo frêmito no segmento venoso; 4- ou quando o pulso não foi suave e não colapsou com a elevação do braço; 5- ou quando o segmento venoso não se tornou hiperpulsátil com a oclusão manual do pulso. O EF foi realizado por um único médico nefrologista. O UD e o diagnóstico de estenose foram realizados por um único radiologista. A medida do Volume do Fluxo Sanguíneo (VFS) foi a primeira etapa do exame (UD), sendo mensurada em um ponto da veia que apresentava fluxo laminar. O diagnóstico de estenose foi considerado presente quando havia uma redução do lúmen maior que 50% e quando o valor do pico de velocidade sistólica na área da estenose duplicava em relação ao pico de velocidade sistólica da área adjacente normal. Foram calculadas sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP), valor preditivo negativo (VPN) e acurácia para o EF. Resultados: Pelo UD, 50 (59%) FAVs foram consideradas positivas para a presença de estenose. O VFS médio para as FAVs com diagnóstico normal foi de 1684 ± 641ml/min e para as FAVs com diagnóstico de estenose foi de 509 ± 151ml/min (p<0,0001). Foram consideradas positivas 56 (66%) FAVs pelo EF. A S, E, VPP e VPN para o EF foram respectivamente de 96%, 76%, 86% e 93%. A acurácia encontrada para o EF foi de 88%. Conclusão: O EF mostrou ser um método acurado na suspeita diagnóstica de estenose e deve fazer parte de todo protocolo de detecção de estenose nas FAVs. Descritores: Fístulas arteriovenosas. Estenose. Exame físico. ABSTRACT Introduction: early detection of arteriovenous fistula (AVF) dysfunction aids in optimizing vascular access patency in hemodialysis (HD) patients. Although there is no established evidence for all methods of surveillance in AVFs, the Vascular Access Guidelines of National Kidney Foundation recommends these methods for the detection of stenosis in AVFs. Objective: To evaluate the accuracy of Physical Examination (PE) in the diagnosis of stenosis in AVFs compared to the diagnosis established by Doppler Ultrasound (DU). Materials and Methods: The study was performed in one HD unit. A total of 84 patients (54% male, 50.7 ± 12.7 years old, 24.9 ± 7.8 months of AVFs age, 52% Radiocephalics) were allocated. The diagnosis of stenosis was considered to be positive when in PE evaluation was observed: 1- a low intensity thrill at the anastomosis; 2- a thrill with only systolic component; 3- the presence of a new thrill in the venous segment; 4- a non-soft pulse which did not collapse with arm elevation; or 5- a pulse which did not present hyper-pulsation with total occlusion of venous segment. The PE was performed by a single nephrologist and the DU exam by a radiologist. The measurement of blood flow volume (BFV) was the first stage of DU evaluation and was carried out in a location with laminar flow in the venous segment. The diagnosis of stenosis was positive by DU if a reduction in internal vessel diameter was higher than 50% and an increased systolic peak velocity was greater than 100% in the location of stenosis compared with the normal adjacent area. The sensitivity (S), specificity (E), positive predictive value (PPV), negative predictive value (NPV) and accuracy were calculated for PE. Results: The diagnosis of stenosis was made in 50 (59%) AVFs by DU. The mean BFV was 1684 ± 641ml/min for normal AVFs and 509 ± 151ml/min for AVFs with stenosis (p<0.0001). The suspected diagnosis was positive in 56 (66%) AVFs by PE. The S, E, PPV, and NPV for PE were, respectively, 96%, 76%, 86% and 93%. The accuracy found for PE was 88%. Conclusion: The PE achieved a great accuracy in detecting AVFs with suspicion of stenosis. The PE should be part of every AVFs surveillance protocol. Keywords: Arteriovenous fistulas. Stenosis. Physical examination. O Exame Físico como Método de Detecção de Estenose da Fístula Arteriovenosa The Physical Examination as a Method of Arteriovenous Fistula Stenosis Detection Rodrigo Peixoto Campos1, Domingos Candiota Chula1, Miguel Carlos Riella2 e Marcelo Mazza do Nascimento3 1Setor de Nefrologia Intensiva e Intervencionista do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba; 2Faculdade Evangélica do Paraná e Pontifícia Universidade Católica do Paraná; 3Faculdade Evangélica do Paraná e Programa de Pós-Graduação em Princípios da Cirurgia da Faculdade Evangélica do Paraná. Trabalho realizado com auxílio da Fundação Pró-Renal e baseado em dissertação de mestrado de 2006. Artigo Original Recebido em 16/02/07 / Aprovado em 26/03/07 Endereço para correspondência: Rodrigo Peixoto Campos Fundação Pró-Renal. Av. Vicente Machado, 2190 CEP 80440-020, Batel, Curitiba-PR Tel.: 41 3312-5400 E-mail: rpeixotocampos@yahoo.com.br
  • 2. 65J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007 INTRODUÇÃO A manutenção do acesso vascular para hemo- diálise (HD) é um dos maiores desafios no cuidado do pa- ciente com doença renal crônica terminal (DRCT) em diá- lise. Os problemas relacionados ao acesso são uma das mais freqüentes razões para hospitalização desta popula- ção. O custo anual da confecção dos acessos vasculares e correção das complicações nos Estados Unidos da Amé- rica (EUA) atingiu um bilhão de dólares em 19951. Em 2001, o acesso vascular foi responsável por 7,5% (aproxi- madamente 1 bilhão por ano) dos 14 bilhões de dólares gastos pelo “Medicare” com o programa de HD para os pacientes com DRCT nos EUA2. A fístula arteriovenosa (FAV) é considerada como o acesso vascular de escolha para HD devido à sua prolongada patência e menor taxa de complicações. Na Europa, a prevalência de fistulas arteriovenosas (FAVs) em unidades de HD gira em torno de 70%3. Em um estudo multicêntrico com 11 unidades de HD no Brasil, 30% dos pacientes iniciavam em diálise com um cateter venoso4. Em outro estudo multicêntrico com 23 unidades de diálise no Brasil, foi encontrada uma prevalência de pacientes com cateteres de 6,6%, com próteses vasculares de 3,4% e com FAVs de 90%5. Em um inquérito realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2000, 90% dos pacientes possuíam fístula arteriovenosa, 8% possuíam cateteres e apenas 2% próteses vasculares6. O censo de 2006 da Sociedade Brasileira de Nefrologia demonstra uma prevalência de pacientes com cateteres venosos em HD de 10%7. Mesmo sendo consideradas o acesso vascular ideal, as FAVs são propensas à trombose, quase que inva- riavelmente devido ao desenvolvimento de estenoses. Quando desenvolvidas corretamente, ou seja, na ausência de falha precoce, sua taxa de trombose varia em torno de 4% a 18% ao ano na ausência de um programa específico para a detecção precoce de estenose8-14. Apesar dessa baixa taxa de tromboses encontrada nas FAVs, o III. NKF-K/DOQI Clinical Practice Gui- delines for Vascular Access: update 2000 (K/DOQI) reco- menda programas de vigilância para a detecção precoce de estenose e conseqüente correção da mesma, no intuito de reduzir o evento trombose15. Diversos métodos são re- comendados para a detecção precoce de estenose: exame físico, medida da pressão intra-acesso estática, medida da pressão venosa dinâmica, medida da recirculação e me- dida do volume de fluxo sanguíneo. Entretanto a maioria dos estudos sobre a avaliação desses métodos de vigilân- cia foi realizada em próteses vasculares. Diversos estudos têm demonstrado que a medida do volume de fluxo sanguíneo em FAVs é um método eficaz no diagnóstico de estenose venosa e redução na taxa de tromboses com tratamento precoce8,9,11,13,16-18. Existe uma falta de estudos na avaliação de FAVs com outros métodos de vigilância. Beathard relatou que o exa- me físico (EF) é uma ferramenta importante para o nefro- logista na detecção de estenose, seja ela arterial ou veno- sa, e destacou a sua importância na detecção precoce da disfunção dos acessos vasculares19,20. Não temos notícia de um único estudo que tenha avaliado a acurácia do EF na detecção de estenose, especificamente em FAVs de- senvolvidas. Seguindo essa falta de informações com o uso do EF na detecção de estenose especificamente em FAVs, conduzimos um estudo com o intuito de determinar a uti- lidade desse método na identificação de estenose da FAV. MÉTODO Estudo transversal para avaliação de método diagnós- tico, em que foi avaliado o EF. Esse método foi comparado ao diagnóstico pelo Ultra-som Doppler (UD). O estudo foi iniciado após aprovação pelo Comitê de Ética Médica da Faculdade Evangélica do Paraná, tendo sido realizado durante o período de julho de 2005 a fevereiro de 2006. Seleção dos Pacientes Todos os pacientes com FAV de uma única unidade de HD, Clínica de Doenças Renais do Novo Mundo (Curitiba, Paraná), foram inicialmente incluídos no estudo. Na época de início do estudo, 180 pacientes estavam sendo tratados nessa unidade. Foram excluídos os pacientes com prótese vascular, com FAV utilizada em menos de seis sessões de HD, com diagnóstico suspeito ou estabelecido de estenose em alguns dos componentes da FAV (artéria, anastomose, segmento venoso ou veias centrais), com tratamento prévio de correção de estenose ou outra disfunção na FAV, tanto cirurgicamente quanto por angioplastia transluminal percutânea, com presença de aneuris- ma que já estivesse dificultando a punção da FAV, pacientes com idade menor que 18 anos e os que não assinaram o termo de consentimento. De um total de 104 pacientes que iniciaram o estudo, 20 não conseguiram completar todas as etapas da avaliação e foram excluídos. As causas de exclusão foram: óbito em um paciente, transferência para outro método de terapia renal substitutiva em seis (dois para transplante renal e quatro para diálise peritoneal), internamento hospitalar em dois, trombose da FAV em dois e não comparecimento no dia da realização do UD em nove. Dos 84 pacientes que fizeram parte da análise final, 45 (53,5%) eram do sexo masculino. Apresentaram média de idade de 50,7 ± 12,7 anos, mediana de tempo em hemodiálise de 22,7 (0,9-177,3) meses, mediana de idade da fístula arteriovenosa de 21,1 (1,7-151,2) meses. As causas da IRCT encontradas foram: nefropatia diabética em 20 (24%) pacientes, nefroesclerose
  • 3. Exame Físico da Fístula Arteriovenosa66 hipertensiva em 30 (36%), glomerulonefrite em 15 (18%), doença renal policística em seis (7%), uropatia obstrutiva em cinco (6%), pielonefrite crônica em dois (2%) e outras causas não identifi- cadas em seis pacientes (7%). Em relação ao tipo das fístulas arteriovenosas, 44 (52%) eram Radiocefálicas, 27 (33%) Braquiocefálicas e 13 (15%) Braquiobasílicas (tabela 1). Exame físico O exame físico foi realizado antes da sessão de HD por um único médico nefrologista (RPC). Todos os dados referentes à identificação, características clínicas da FAV e dos achados no exame físico foram registrados no prontuário de HD do paciente. O EF foi dividido em três etapas e nelas foram avaliadas o pulso e o frêmito, seguindo o que foi idealizado por Beathard19-21. Para o EF ser considerado positivo para a suspei- ta diagnóstica de estenose, foi necessário o achado de apenas um dos sinais sugestivos de estenose, independente da etapa reali- zada (tabela 2). A presença de edema e circulação colateral no tronco ou dorso indicava o diagnóstico de estenose. Realização do ultra-som doppler O UD foi realizado em um tempo máximo de 15 dias após a realização do EF. Se o UD não fosse realizado nesse tempo, o EF era repetido. Todos os exames foram realizados por um único examinador em clínica privada, já com experiência nessa área. O equipamento utilizado foi o Megas GPX (ESAOTE S.p.A., Gênova, Itália), com transdutores de 5 a 10MHz. Todos os exames foram gravados para avaliação posterior. O examinador recebia apenas a informação do tipo da FAV, se Radiocefálica, Braquiocefálica ou Braquiobasílica, não tendo acesso ao resultado do EF. O exame era realizado com o paciente deitado e com o braço da FAV em repouso confortavelmente no leito. A primeira etapa do exame consistia na medida do volume de fluxo sanguíneo da FAV, detalhada a seguir. A segunda etapa era a avaliação da fístula quanto à procura de estenose significativa. Todos os componentes da fístula eram avaliados: a porção arterial, no caso a artéria braquial para fístulas Braquiocefálicas e Braquiobasílicas e artéria radial para Radiocefálicas; a anastomose e todo o trajeto venoso, incluindo as veias axilares, braquiais e subclávias. O exame foi considerado positivo para estenose arterial, da anastomose ou venosa significativa se, em algum local desses componentes, fosse encontrado uma redução do diâmetro interno do vaso maior que 50% em relação ao diâmetro da porção imediatamente anterior e com uma velocidade de pico sistólico (cm/s) que duplicava em relação ao valor da área normal adjacente22,23. Quando essa redução não foi maior que 50% ou não atingiu uma velocidade de pico sistólico aumentada, o exame não foi considerado positivo para a presença de estenose significativa em algum dos componentes da FAV. Foram calculados o Kt/V, como medida de adequação da sessão de hemodiálise pela fórmula de Daugirdas24, de todos os pacientes na mesma semana da realização do ultra-som Doppler, na tentativa de correlacionar baixa adequação dialítica com a presença de estenose na FAV. Medida do Volume de Fluxo Sanguíneo A medida do fluxo sanguíneo foi a primeira etapa da realização do UD e foi feita com o mesmo transdutor usado no restante do exame para avaliação da FAV. O local da veia utilizado para se fazer o cálculo do fluxo sanguíneo situava-se em algum ponto que apresentasse fluxo laminar. Geralmente se escolhia um ponto entre os locais de punção. Se, porventura, no ponto escolhido fosse encontrada uma estenose, determinava-se outro ponto para a medida do fluxo. Para avaliação do fluxo, o diâmetro da veia era determinado por ultra-sonografia (modo-B) em um plano transverso de uma margem interna à outra, para, assim, determinar a área de secção transversa, sendo esta última Tabela 1. Características clínicas dos pacientes Pacientes n. 84 Sexo masculino n. (%) 45 (53,5%) Idade média (anos) a 50,7 ± 12,7 Tempo de HD (meses) b 22,7 (0,9-177,3) Idade da FAV (meses) b 21,1(1,7-151,2) Etiologia da insuficiência renal crônica n. (%) Nefropatia diabética 20 (24%) Nefroesclerose hipertensiva 30 (36%) Glomerulonefrites 15 (18%) Doença renal policística 6 (7%) Uropatia obstrutiva 5 (6%) Pielonefrite crônica 2 (2%) Causas não identificadas 6 (7%) Tipo de FAV n. (%) Radiocefálicas 44 (52%) Braquiocefálicas 27 (33%) Braquiobasílicas 13 (15%) a Valores expressos em media ± desvio padrão; b Valores expressos em mediana e intervalo. Tabela 2. Achados no exame físico que sugeriram o diagnóstico de estenose na FAV. Etapas Sinais Clínicos que determinaram a suspeita diagnóstica de estenose na FAV Avaliação da anastomose - Frêmito reduzido na anastomose - Frêmito apenas com componente sistólico - Pulso resistente e de difícil compressão Avaliação do segmento - Presença de novo frêmito venoso - Pulso resistente e de difícil compressão - Ausência de colapso de alguma porção do segmento venoso com elevação do braço Avaliação do aumento - Ausência de aumento da de pulso intensidade do pulso
  • 4. 67J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007 calculada automaticamente pelo software do equipamento. Na mesma localização, era mensurada a velocidade média de fluxo pelo Doppler em um ângulo de 60 graus ao longo do eixo da veia. O fluxo da FAV, em ml/min, era determinado automaticamente pelo software do equipamento, usando a fórmula: velocidade média de fluxo (cm . s-1). área de secção transversa (cm2). 6025. Análise estatística Para o EF, foram determinadas a acurácia, sensibilidade, especificidade, assim como o valor preditivo positivo e negativo em relação ao diagnóstico determinado pelo UD. Os dados estão apresentados como média ± desvio padrão (DP), mediana e intervalos, taxas percentuais, obedecendo a um intervalo de confiança de 95%. Foi utilizado o teste-t de Student para comparação entre as variáveis de distribuição normal, enquanto que, para as variáveis com distribuição anormal, foi utilizado o teste-U de Mann-Whitney. A análise de variáveis categóricas foi realizada através da análise de tabelas de contigência (Qui- quadrado). Um valor de p menor que 0,05 foi considerado sig- nificativo. A análise estatística foi realizada utilizando o software NCSS 2001 e PASS 2002 (Hintze J. NCSS & PASS statistical system, Kaysville, EUA). RESULTADOS No EF, foram identificados 56 (66%) pacientes como caso suspeito de estenose na FAV. O gráfico 1 mostra a distribuição dos pacientes suspeitos de estenose para cada achado do exame físico. O UD evidenciou a presença de estenose significativa em 50 pacientes, deter- minando, assim, uma prevalência de 59,5%. Entre todas as FAVs, duas apresentaram estenose arterial (artéria radial) e nenhuma na anastomose. Todas as outras este- noses encontradas foram no segmento venoso, incluindo três na veia Subclávia. As características dos pacientes de acordo com o diagnóstico de estenose pelo ultra-som Doppler encontram-se na tabela 3. O valor médio do volume de fluxo sanguíneo entre os pacientes com diagnóstico positivo para estenose pelo ultra-som Doppler (509 ± 151ml/min) foi significativa- mente menor em relação àqueles com diagnóstico nega- tivo (1.684 ± 541ml/min) (p<0,0001). Quando analisamos as FAVs de acordo com sua localização, observamos que as proximais (Braquiocefálicas e Braquiobasílicas) sem estenose apresentaram um volume de fluxo sanguíneo significativamente mais elevado (2.035 ± 508 ml/min) em relação às proximais com estenose (606 ± 118 ml/min) (p<0,01). As FAVs distais (Radiocefálicas) sem estenose também apresentaram um volume de fluxo sanguíneo signi- ficativamente mais elevado (1.467 ± 358 ml/min) que as distais com estenose (412 ± 87 ml/min) (p<0,01) (gráfico 2). Ao se compararem os pacientes com diagnóstico positivo e negativo de estenose na FAV pelo Ultra-som Doppler, constatou-se que a única variável que apresen- tou diferença estatística entre os dois grupos foi o valor do Kt/V. Os pacientes com diagnóstico positivo de estenose apresentaram um Kt/V médio de 1,15 ± 0,20 contra 1,33 ± 0,16 daqueles com diagnóstico negativo (p<0,0001). A avaliação da FAV pelo EF obteve acurácia de 88% (intervalo de confiança de 95%, 80% a 93%). Sua sensibilidade e especificidade foram respectivamente de 96% (intervalo de confiança de 95%, 88% a 99%) e 76% (intervalo da confiança de 95%, 60% a 87%). Os resultados de acurácia, sensibilidade, especificidade, va- lor preditivo positivo e valor preditivo negativo para o EF são apresentados na tabela 4. 50% 32% 68% 68% 18% Frêmito alterado na anastomose Aparecimento de novo frêmio Pulso resistente Sem colapso na veia Manobra de aumento do pulso negativa Gráfico 1. Alterações no EF nos pacientes com suspeita de estenose na FAV. Gráfico 2. Comparação do volume de fluxo sanguíneo dos grupos FAV proximal e distal em relação ao diagnóstico de estenose pelo ultra-som Doppler. p <0,05 em relação ao grupo FAV proximal sem estenose. ∆ p <0,05 em Relação ao grupo FAV distal sem estenose. FAV= fístula arteriovenosa. Fluxosanguíneo(ml/min) FAV proxim alsem estenose FAV proxim alcom estenose FAV distalsem estenose FAV distalcom estenose 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
  • 5. Exame Físico da Fístula Arteriovenosa68 DISCUSSÃO Já é sabido que a FAV é o melhor acesso para os pacientes em HD devido a um menor número de complicações. A prótese vascular apresenta um risco de trombose e infecção sete e dez vezes maior que a FAV respectivamente21. Além do mais, Manns e cols26 mostraram que, desde a instalação até o manejo das complicações, o custo de manutenção da FAV em um ano chega a ser quase a metade do custo de uma prótese vascular. Outro dado importante é que o número de pacientes que entraram em HD nos EUA com FAV não atingiu 15% em 200227. No Brasil, estima-se que as próteses vasculares e as FAVs, estas em maior número, estão presentes em 90% dos pacientes em programa de HD7. Mesmo assim, é necessário um melhor cuidado na monitorização e vigi- lância dos acessos vasculares, para reduzir morbidade e mortalidade na população em HD. Na nossa população, a prevalência de estenose significativa nas FAVs estudadas foi de 59%. Diversos estudos realizados apenas com FAVs mostraram uma prevalência semelhante16,17,24,28,29, suge- rindo que a população em estudo não difere dos demais centros onde a FAV é o acesso mais prevalente. Apesar de a fistulografia ser definida como o exame padrão-ouro no diagnóstico das estenoses dos acessos vasculares15, a decisão de utilizar o UD no nosso estudo como o método padrão para o diagnóstico de estenose se baseou em algumas evidências. Gadallah e cols23, em um estudo que comparou o diagnóstico feito pelo UD com o da fistulografia em 38 pacientes, deter- minaram uma acurácia diagnóstica de 100%. Em outro estudo, a sensibilidade, a especificidade e a acurácia do UD em determinar uma estenose significativa foram de 93%, 94% e 97% respectivamente28. Nonnast-Daniel e cols30, quando avaliaram 51 FAVs com suspeita de disfunção, encontraram um valor preditivo positivo do UD de 100%. Um outro estudo prospectivo que avaliou 81 acessos vasculares com suspeita de disfunção, dos quais 49 eram FAVs, encontrou uma sensibilidade para o UD de 92% e a uma especificidade de 97%31. Todos esses dados sugerem que a acurácia do UD chega próxima à da fistulografia. Outro motivo que nos levou a utilizar o UD, em vez da fistulografia, vem do fato de que este último é um exame invasivo e não isento de riscos. Além do mais, estudamos apenas os pacientes com FAV sem suspeita de disfunção e não justificava realizar um exame invasivo em todos os pacientes. Outro dado é que existe uma hipótese de que o contraste endovenoso utilizado na fistulografia poderia reduzir a função renal residual e isso seria extramente prejudicial aos pacientes em HD, já que a mesma é um importante preditor de sobrevida nesses pacientes32. Entre todas as variáveis clínicas analisadas, a única que apresentou significância estatística entre o gru- po de pacientes com diagnóstico significativo de estenose e os que não apresentaram foi a medida do Kt/V (1,33 ± 0,16 versus 1,15± 0,20). O K/DOQI15 recomenda que o Kt/V pode ser utilizado como método de vigilância, mas é sabido que ele é passível de influência de diversos ou- tros fatores, tornando-o menos acurado que outros méto- dos. Apesar de não termos avaliado o Kt/V como método Tabela 3. Características clínicas dos pacientes e das FAVs de acordo com o resultado do Ultra-som Doppler. Variáveis Sem estenose Com estenose Valor de p* (n.=34) (n.=50) Sexo masculino n.(%) 18 (52,9%) 27 (54,0%) NS Idade (anos) a 48,6 ± 9,5 52,2 ± 8,7 NS Diabetes Mellitus n.(%) 7 (20,6%) 13 (26,0%) NS Idade da FAV (meses) b 18,9 (1,7 - 151,2) 21,5 (3,4 - 149,7) NS Tempo de HD (meses) b 21,7 (2,7 - 177,3) 24,2 (0,8 - 175,2) NS Kt/V a 1,33 ± 0,16 1,15 ± 0,20 <0,0001 Tipo de FAV n.(%) Radiocefálica 18 (52,9%) 26 (52,0%) NS Braquiocefálica 11 (32,4%) 16 (32,0%) NS Braquiobasílica 05 (14,7%) 08 (16,0%) NS O valor de p menor que 0,05 foi considerado significativo. NS= não significativo; n.= número de pacientes. a Valores expressos em média ± desvio padrão; b Valores expressos em mediana e intervalo. Tabela 4. Acurácia diagnóstica do exame físico na detecção de estenose significativa na FAV. Variáveis Exame físico Nº de verdadeiros negativos 26 Nº de verdadeiros positivos 48 Nº de falsos negativos 02 Nº de falsos positivos 08 Sensibilidade (%)* 96 (88-99) Especificidade (%)* 76 (60-87) Acurácia (%)* 88 (80-93) Valor preditivo positivo (%)* 86 (74-92) Valor preditivo negativo (%)* 93 (77-98) *Os valores entre parênteses são para um intervalo de confiança de 95%.
  • 6. 69J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007 de vigilância, seu valor foi significativamente maior nos pacientes sem diagnóstico de estenose significativa. Anderson e cols33 observaram que o fluxo san- guíneo nas fistulas proximais é maior que o das fístulas distais. No nosso estudo, encontramos dado semelhante. Em concordância com o K/DOQI15, o qual não faz dis- tinção do valor de volume do fluxo sanguíneo entre as FAVs proximais e distais para suspeita de estenose, demonstramos que não houve diferença estatística entre a localização da fístula e o fluxo sanguíneo, naquelas com diagnóstico de estenose. Beathard20 já tinha publicado que esse é um mé- todo esquecido pelos nefrologistas. Não encontramos na literatura um único estudo que tenha avaliado a sensi- bilidade e a especificidade exclusivamente do EF como método de vigilância, especificamente em FAVs desen- volvidas. Ainda assim, são poucos os estudos utilizando o EF na avaliação das FAVs. Em um estudo que utilizou um protocolo de detecção de estenoses para próteses vascu- lares e FAVs, o qual incluía o EF como um dos métodos, obtive-se uma especificidade isolada para o EF de 95%34. Não foi possível a determinação da sensibilidade nesse estudo. Houve redução de tromboses, com tratamento por angioplastia transluminal percutânea, de 48% para 17%, após a instituição do protocolo. Nesse estudo, apenas 18% dos acessos eram FAVs. Também em outro relato utilizando um protocolo para FAVs e próteses vasculares, a especificidade para todo o protocolo foi elevada (92,8%), mas com baixa sensi- bilidade (35,8%). Esse estudo não identificou a sensibili- dade e a especificidade isolada do EF35. Em outro relato, foi encontrada uma acurácia no diagnóstico de estenose em próteses vasculares de 91,8% utilizando-se o EF36. Quando se avaliou o papel do exame físico realizado após a angioplastia, foi identificado que a presença de frêmito na porção venosa da prótese vascular foi melhor preditor de sobrevida do acesso em comparação à medida da pressão intra-acesso37. Trerotola e cols38 tentaram com- parar os achados do EF em próteses vasculares com o volu- me de fluxo sanguíneo determinado pelo UD. Todos os pacientes com achados normais ao exame físico apresenta- vam volume de fluxo maior que 450ml/min. Quanto à avaliação da maturidade da FAV em dois estudos, o EF foi capaz de identificar as FAVs que não iriam se desen- volver em 80%39 e em 100%40 dos casos. O nosso estudo é o primeiro a ser realizado utilizando exclusivamente o EF na suspeita do diagnóstico de estenose apenas em FAVs. Concluímos que o EF mostrou ser um método acurado na suspeita diagnóstica de estenose nas FAVs. Recomendamos o uso de um protocolo que inclua o EF, sendo este realizado mensalmente por um profissional treinado, seguindo as novas diretrizes do K/DOQI 200641. AGRADECIMENTOS À Drª Sônia Perreto pela realização de todas as avaliações com o ultra-som Doppler e à Fundação Pró- Renal pelo auxílio concedido. REFERÊNCIAS 1. Feldman HI, Kobrin S, Wasserstein A. Hemodialysis vascular access morbidity. J Am Soc Nephrol 1996;7:523-35. 2. Egger P. Trends in Medicare Expenditure for Vascular Access. In: Cincinnati Hemodialysis Vascular Access Symposium; 2004. 3. Rayner HC, Pisoni RL, Gillespie BW, Goodkin DA, Akiba T, Akizawa T, et al. Creation, cannulation and survival of arteriovenous fistulae: data from the Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study. Kidney Int 2003;63:323-30. 4. Nascimento MM, Riella MC. Avaliação de acesso vascular em hemodiálise: um estudo multicêntrico. J Bras Nefrol 1999;21:22-9. 5. Linardi F, Linardi FF, Bevilacqua JL, Morad JFM, Costa JA, Júnior FM. 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  • 7. Exame Físico da Fístula Arteriovenosa70 15. III. NKF-K/DOQI Clinical Practice Guidelines for Vascular Access: update 2000. Am J Kidney Dis 2001;37(1): S137-81. 16. Tonelli M, Jindal K, Hirsch D, Taylor S, Kane C, Henbrey S. Screening for subclinical stenosis in native vessel arteriovenous fistulae. J Am Soc Nephrol 2001;12:1729-33. 17. Tessitore N, Lipari G, Poli A, Bedogna V, Baggio E, Loschiavo C, et al. Can blood flow surveillance and pre- emptive repair of subclinical stenosis prolong the useful life of arteriovenous fistulae? A randomized controlled study. Nephrol Dial Transplant 2004;19:2325-33. 18. Tessitore N, Mansueto G, Bedogna V, Lipari G, Poli A, Gammaro L, et al. A prospective controlled trial on effect of percutaneous transluminal angioplasty on functioning arteriovenous fistulae survival. J Am Soc Nephrol 2003;14:1623-7. 19. Beathard GA. Physical examination of the dialysis vascular access. Semin Dial 1998;11:231-6. 20. Beathard GA. 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