Este documento discute vários tipos de erros de refração incluindo hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia. Ele fornece detalhes sobre a etiologia, classificação, sintomas e tratamento de cada condição. Além disso, apresenta dois casos clínicos ilustrando o diagnóstico e manejo de pacientes com erros de refração.
1. Universidade Lúrio
Faculdade de Ciências de Saúde
Licenciatura em Optometria
Erros Refractivos e Presbiopia
Autores
Arimane J.B. Mussa
Mussa A. Taibo
3. Ametropia ou erro refractivo é anomalia do poder
refractivo que ocasiona a perda da nitidez da imagem
que teria que ser formada na retina causado assim
um defeito visual pela falta de focagem conveniente
das imagens.
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4. Classificação de ametropias
As ametropias são classificadas em:
• Hipermetropia;
• Miopia;
• Astigmatismo e
• Presbiopia.
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6. Hipermetropia (hyperopia) é um tipo de erro
refractivo na qual os raios luminosos paralelos são
projectadas atrás da retina, quando olho encontra-se
em repouso, é caracterizado pela facilidade de ver
melhor objectos de longe que os objectos que estão
próximos.
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7. Etiologia
• Encurtamento do eixo óptico;
• Diminuição da curvatura normal da córnea;
• Diminuição da curvatura normal de cristalino;
• Diminuição de índice de fracção humor aquoso e
cristalino;
• Aumento de índice de refracção de humor vítreo;
• Distância excessiva entre a córnea e o cristalino.
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8. Classificação da Hipermetropia
Segundo a anatomia:
• Axial;
• Refractiva (índice e curvatura).
Segundo a manifestação clínica
• Latente;
• Manifesta (facultativa e absoluta).
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9. Segundo a relação de comprimento axial e a curvatura da
córnea
• Hipermetropia simples (eixo antero-posterior de globo
ocular encontra-se diminuído);
• Hipermetropia composta (eixo Antero-posterior
diminuída e aplanação da córnea);
• Hipermetropia mista (córnea plana + eixo largo ou
córnea curva + eixo curto).
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10. Quadro clínico
• Visão desfocada;
• Fadiga ocular;
• Cefaleias frontais no período de tarde;
• Desvios endos (forias e tropias).
Tratamento
• Lentes oftálmicas (+)
• Lentes de contactos esféricas (+).
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11. Diagnostico diferencial de hipermetropia
• Presbiopia;
• Astigmatismo hipermetropico;
• Catarata subcapsular;
• Descolamento da retina.
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13. Miopia (braquiometropia) é uma anomalia refractiva
é que o ponto conjugado da retina se encontra num
ponto a frente ou antes da retina, quando a
acomodação está em repouso.
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14. Etiologia
• Esforço visual para perto;
• Predisposição hereditária;
• Relação entre pressão inter-ocular e a debilidade escleral;
• Alongamento do eixo óptico;
• Aumento da curvatura normal da córnea;
• Aumento da curvatura normal de cristalino;
• Diminuição de índice de refracção de humor vítreo.
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15. Classificação da miopia
Segundo anatomia
• Axial;
• Refractiva (índice e curvatura).
Segundo manifestação clínica
• Fisiológica;
• Patologia.
Outras miopias
• Nocturna;
• Pseudomiopia;
• Espacial;
• Instrumental
• Transitória
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16. Quadro clínico
• Visão desfocada de longe;
• Fadiga ocular na visão de perto
• Cefaleias;
• Alteração de musculatura ocular;
• Desvios exos (foria ou tropia);
• Fenda estinopeica palpebral;
• Blefaroconjuntivinte crónica.
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17. Fundo do olho
• No estágio inicial da miopia não existe alterações
importantes no fundo, excepto em miopias severas
(maior de – 6,00D), onde o fundo apresentam
crescente escleral, hemorragias na retina (macula).
Tratamento
• Lentes oftálmicas (-);
• Lentes de contactos esféricas (-).
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18. Fundo do olho miopico
Fonte: www.lookfordiagnosis.com
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21. Astigmatismo é um erro refractivo no qual a imagem
não atinge a retina em um ponto único focal, mas sim
sempre em duas linhas focais, em decorrência da
presencia de meridiano córneas ou de cristalino de
diferentes poder dióptrico, sendo que a medida do
intervalo focal entre ele corresponde grau do
astigmatismo.
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22. Etiologia
• Curvatura da córnea anormal (ovolada);
• Curvatura do cristalino anormal;
• A diferença de índice de refracção.
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23. Classificação de astigmatismo
Segundo a perpendicularidade dos meridianos
principais
• Regular e
• Irregular
Segundo a orientação dos meridianos principais
• A favor da regra (WR);
• Contra a regra (AR) e
• Obliquo.
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24. Segundo ao erro refractivo e projecção de foco
• Astigmatismo hipermetropico (simples, composto);
• Astigmatismo miopico (simples, composto);
• Misto.
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25. Quadro clínico
• Astenopia;
• Visão desfocada de longe e perto;
• Cefaleias;
• Blefaro - conjuntivite crónica;
• Vertigem;
• Posição compensadora da cabeça
• Salto de letras e linha durante a leitura.
Tratamento
• Lentes oftálmicas cilíndrica, côncava ou convexa
• Lentes de contacto cilíndrico. 25
28. Prebiosbia é uma evolução natural da visão, que se
manifesta a partir dos 40 anos devido ao facto de
cristalino perder a elasticidade na medida em que se
envelhece. Esta anomalia tem a tendência de se agravar
ao longo dos anos e geralmente estabiliza-se a partir
dos 60 anos.
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30. Quadro clínico
• Impossibilidade de realizar trabalhos prolongado de
visão próxima;
• Afastamento de plano de leitura;
• Visão desfocada;
• Fadiga ocular.
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31. Diagnostico diferencial de Presbiopia
• Hipermetropia
• Insuficiência de acomodação
• Tratamento
• Lentes oftálmicas mono focais bifocais,
trifocais multifocais ou progressivas.
• Lentes de contacto mono focais bifocais,
multifocais.
• Sistema de mono visão
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32. Anisometropia
• Anisometropia é a diferença de estado de Refração igual
ou superior a 1,00D.
• Esta diferença pode ocorrer num meridiano principal ou
em ambos.
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35. • Paciente jovem, estudante de instituto de ciências de
saúde (Lugenda), 19 anos de idade, género
masculino, etnia africana, pela primeira vez que faz
exame visual.
• QP: “ sinto dores de cabeça ao redor dos meus olhos,
depois de uma leitura e as dores são mais intensas
no final do dia com progressão de +/- 6 meses”.
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37. • HORp: nunca usou óculos
• HOp: (-);
• HSGp: (-);
• HSOf: o pai usa óculos para leitura à 5 anos;
• HSGf: avô paterno hipertenso.
• Medicação: (-)
• Alergia: irrelevante.
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38. • LVCR= 4m; DT = 3m
• AVsc longe: OD: 20/16; OE: 20/16
• AVsc perto: OD: 20/20; OE: 20/20
• CT longe à 3m: Ortoforico;
• Perto à 40 cm: 2^ XF e Perto à 20 cm 6^ XF.
• PPC: acc: 6 cm, luz 9cm, filtro 11cm.
• MEOs
• Duções: normais; versões: normais
• Pupilas: normais.
• DIP: 62/60
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39. • Queratometria Retinoscopia
• OD: 42,75 X 0o // 43,25X 90º OD: + 0,75- 0,25 X 90o 20/20
• OE: 42,75 X 0o // 43,25X 90º OE: + 0,75- 0,25 X 90o 20/20
• Subjectivo
• OD: + 0,50 20/12,5
• OE: + 0,50 20/12,5
• Oftalmoscópia: normal AO.
• Biomicroscopia: papilas de grau 1
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40. Diagnostico:
• Refractivo: hipermetropia facultativa sintomática AO.
• Motor: exoforia fisiológica.
• Patológico: conjuntivite alérgica grau 1.
Tratamento:
• Refractivo: óculos para actividades de perto (+ 0,50 AO)
• Motor: irrelevante,
• Patológico: Cromoglicato de sódio em colírio 4% oftálmico,
aplicar 1gota a cada olho, 4 vezes ao dia (6 em 6 horas),
durante uma semana.
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41. Conduta:
• O paciente deve fazer os dois tratamentos em
simultâneo; uma vez que não tem interferência, os
óculos vai relaxar a sua visão minimizando a
sintomatologia, depois de tratamento patológico pode
voltar para fazer controlo de conjuntivite alérgica
(papilas).
• A luz usada durante a leitura não deve ser superior da luz
diária, depois de 1h de leitura o paciente deve relaxar a
sua visão reparando objectos distantes durante 2 à 3
minutos.
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43. • Paciente jovem, estudante de psicologia clínica 1º
ano, 25 anos de idade, feminino, etnia africana, já
usava óculos perdeu, não sabia da graduação
porque tinha comprado com vendedor
ambulante.
• QP: “Não vejo bem de longe incomoda-me mais
quando estou na sala de aula, dificulta ver as
letras mais pequena no quadro, com progressão
de +/- 1 anos”
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44. Sintomas:
• Cefaleias frontal normalmente após a aula
• Visão desfocado de longe;
• Fadiga ocular.
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45. • HORp: usava óculos à 1 anos atrás e não recorda a
graduação
• HOp: (-) ;
• HSGp: (-) ;
• HSOf: o pai e os dois irmãos usam óculos para todas as
actividades;
• HSGf: a mãe diabética.
• Medicação: (-)
• Alergia: irrelevante.
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47. • Queratometria Retinoscopia
• OD: 47,50 X 0o // 44,00X 90º OD: - 4,25- 4,50 X 65o 20/25
• OE: 47,50 X 0o // 44,00X 90º OE: - 5,25- 4,50 X 70o 20/25
• Subjectivo
• OD: - 4,50- 4,50 X 95o 20/20
• OE: - 5,25- 4,50 X 105o 20/20
• Oftalmoscópia: normal AO.
• Biomicroscopia: normal.
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48. Diagnostico:
• Refractivo: OD: AMC AR; OE: AMC AR
• Motor: orto.
• Patológico: negativo.
Tratamento:
• Refractivo: óculos para todas actividades OD: - 4,50-
4,50 X 95o OE: - 5,25- 4,50 X 105o respectivamente
• Px poderia experimentar lentes de contacto asfericas
hidrofilicas (-)
• Motor: irrelevante,
• Patológico: negativo.
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49. Conduta:
• O paciente deve usar óculos para todas as
suas actividades e reavaliação 1 ano depois.
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50. Bibliografia
• 1. Zanoni L Z, Biberg-Salum T G, Espíndola Y D, Carlos
Cônsolo C E Z. Prevalência da baixa acuidade visual em
alunos do primeiro ano do ensino fundamental de uma
escola pública. Revista da AMRIGS, Porto Alegre. 2010 jan-
mar; 54(1): 19-24.
• 2. Benjamin W J. Borish’s Clinical Refraction. Second
Edition. St. Louis: Butterworth-Heinemann; 2006.
• 3. Serra M A, Junyent L Q. Alteraciones en el
processamento de la información visual (I). Ver y Oir. 2009
2º trimestre; 26(233): 95-99.
• 4. Toledo C T, Paiva A P G, Camilo G B, Maior M R S, Leite I C
G, Guerra M R. Detecção precoce de deficiência visual e sua
relação com o rendimento escolar. Rev Assoc Med Bras.
2010; 56(4): 415-9.
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51. Continuação
• 5. Hogan MJ, Alvarado JA, Weddell je, editors. Histology of the
human eye. 1st ed. v. 1.
• Philadelfia: Saunders, 1971.
• 6. Duke-elder, editor. System of ophthalmology - The physiology of
the eye and of
• vision. 1st ed. v. IV. Londres: Kimpton, 1968.
• 7. Duke-elder S, editor. System of Ophthalmology. – Ophthalmic
Optics and Refraction
• 1st ed. v. V. Londres: Kimpton, 1970.
• 8. Duane TD, editor. Clinical ophthalmology. 2nd ed. v. 2.
Hagerstown: Harper, 1978.
• 9. Albert DM, Jakobiec FA, editors. Principles and practice of
ophthalmology: Basic
• Sciences. 1st ed. v. 6. Philadelfia: Saunders, 1994.
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