SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 21
GONIOSCOPIA
Daniela Tartarotti Conte
GONIOSCOPIA
 Gônio=ângulo / skopein=observar.
 Melhor método de avaliação do ângulo da câmara
anterior (seio camerular)
 Estruturas identificadas e estudadas:
- Íris
- Faixa Ciliar
- Esporão Escleral
- Malha Trabecular
- Linha de Schwalbe
- Restos Pectíneos (Processos Irianos )
- Vasos Sanguíneos
GONIOSCOPIA
 A gonioscopia é o exame de referência para
avaliação do ângulo irido-corneano.
 O fenômeno óptico de reflexão total na interface
córnea-ar impede a observação direta do ângulo
camerular. Dessa maneira, a observação desta
região do segmento anterior do olho requer o uso
de lentes especiais, para viabilizar o exame
gonioscópico.
TIPOS DE LENTES
 Lentes Diretas:
- Prismas que fornecem visualização direta do
ângulo;
- Dispensam uso da lâmpada de fenda
- Exame: paciente em decúbito dorsal horizontal.
- Exemplos: Lentes de Koeppe e a de Swan Jacob.
- Vantagens: visão direta do ângulo, visão
panorâmica, facilita comparação entre os 2 olhos,
útil para goniotomia
- Desvantagens: paciente deitado
- Pouco utilizado
Gonioscopia direta: raios oriundos do seio camerular passam
pela interface córnea-lente de contato sem desvio e como a
curvatura anterior da lente de contato é maior que a da córnea,
são refratados na interface lente-ar, sem reflexão total
TIPOS DE LENTE
 Lentes indiretas:
- Espelhos: fornecem a imagem refletida do ângulo
oposto.
- Uso da lâmpada de fenda
- Viscoelástico: preenche espaço córnea/lente.
- Exemplo:
* Lentes de Goldmann (1/3): estabiliza o globo ocular; útil
para trabeculoplastia; não permite indentação
* Lentes Zeiss (4), Sussman e Posner: lágrima propicia
material de contato e lubrificação; possuem 4 espelhos;
fazem indentação; não estabiliza globo ocular
LENTE DE GOLDMANN
LENTES ZEISS
GONIOSCOPIA ESTÁTICA (SEM INDENTAÇÃO)
O exame deve ser realizado em sala escura:
1) Orientações ao paciente
2) Anestésico tópico (proximetacaína 0,5%)
3) Posicionar a lente no centro da córnea (paciente: olhos abertos, olhando
para frente). Contato suave para o ângulo não ser artificialmente aberto
4) Iniciar com feixe de luz fino, na direção do ângulo, sem incidir sobre a
pupila (miose).
5) Serão observados 2 feixes de luz (face ant/post da córnea). Encontro
dos feixes = linha de Schwalbe, a partir da qual as outras estruturas do
ângulo serão identificadas;
6) Após avaliar toda a circunferência do ângulo, aumentar a iluminação
para a gonioscopia dinâmica
GONIOSCOPIA DINÂMICA (INDENTAÇÃO)
 Após a gonioscopia estática: pressionar a lente contra a
córnea.
 Passagem forçada do humor aquoso para o ângulo,
direcionando a raiz da íris para trás:
a) Se o ângulo estiver fechado apenas por aposição entre
íris e córnea, ele será forçadamente aberto, permitindo
visualização do ângulo
b) Se o ângulo estiver fechado por aderências entre a
periferia da íris e a córnea (sinéquias anteriores
periféricas), ele permanecerá fechado.
GONIOSCOPIA DINÂMICA (INDENTAÇÃO)
BIBLIOGRAFIA
KANSKI, Jack J. Oftalmologia clínica: uma abordagem
sistemática. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008
Oftalmologia USP. CAPITULO 2 – “Exame Ocular”.
Disponível em:
http://www.oftalmologiausp.com.br/imagens/capitulos/Capi
tulo%202.pdf
Revista brasileira oftalmologia vol 69 nº5. Rio de
Janeiro Outubro de 2010: “Gonioscopia: proposta de
classificação (APIC)”. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S00
34-72802010000500011
OBRIGADO

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Interpreting Visual Fields
Interpreting Visual FieldsInterpreting Visual Fields
Interpreting Visual Fieldspresmedaustralia
 
Taller de lámpara de hendidura
Taller de lámpara de hendiduraTaller de lámpara de hendidura
Taller de lámpara de hendiduraMónica Márquez
 
MAIA microperimetry centervue 100809
MAIA microperimetry centervue 100809MAIA microperimetry centervue 100809
MAIA microperimetry centervue 100809Marco U. Morales
 
Iol power calculation in pediatric patients
Iol power calculation in pediatric patientsIol power calculation in pediatric patients
Iol power calculation in pediatric patientsAnisha Rathod
 
Case presentation
Case presentation   Case presentation
Case presentation JESLIN JOSE
 
IOL power calculation special situations
IOL power calculation special situations IOL power calculation special situations
IOL power calculation special situations Laxmi Eye Institute
 
BASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHY
BASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHYBASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHY
BASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHYNalin Nayan
 
Diabetic retinopathy Trials
Diabetic retinopathy TrialsDiabetic retinopathy Trials
Diabetic retinopathy TrialsKaran Bhatia
 
Necrosis retiniana externa progresiva porn
Necrosis retiniana externa progresiva pornNecrosis retiniana externa progresiva porn
Necrosis retiniana externa progresiva pornMontemorelos
 
IOL power calculation formulae
IOL power calculation formulaeIOL power calculation formulae
IOL power calculation formulaepujarai
 
Embryology of angle of anterior chamber
Embryology of angle of anterior chamberEmbryology of angle of anterior chamber
Embryology of angle of anterior chamberMahendar Bathina
 
Interpretation of visual fields with special reference to octopus
Interpretation of visual fields with special reference to octopusInterpretation of visual fields with special reference to octopus
Interpretation of visual fields with special reference to octopusHaitham Al Mahrouqi
 
laser lenses for retinal diseases
 laser lenses for retinal diseases laser lenses for retinal diseases
laser lenses for retinal diseasesnalini2218
 
Anomalies of vergence and their management
Anomalies of vergence and their managementAnomalies of vergence and their management
Anomalies of vergence and their managementMero Eye
 

Mais procurados (20)

Interpreting Visual Fields
Interpreting Visual FieldsInterpreting Visual Fields
Interpreting Visual Fields
 
Taller de lámpara de hendidura
Taller de lámpara de hendiduraTaller de lámpara de hendidura
Taller de lámpara de hendidura
 
Target IOP
Target IOPTarget IOP
Target IOP
 
MAIA microperimetry centervue 100809
MAIA microperimetry centervue 100809MAIA microperimetry centervue 100809
MAIA microperimetry centervue 100809
 
Holladay2
Holladay2Holladay2
Holladay2
 
Iol power calculation in pediatric patients
Iol power calculation in pediatric patientsIol power calculation in pediatric patients
Iol power calculation in pediatric patients
 
Kinetic perimetry
Kinetic perimetryKinetic perimetry
Kinetic perimetry
 
Case presentation
Case presentation   Case presentation
Case presentation
 
IOL power calculation special situations
IOL power calculation special situations IOL power calculation special situations
IOL power calculation special situations
 
BASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHY
BASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHYBASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHY
BASIC INFO ON FUDUS FLORESCENCE ANGIOGRAPHY
 
Diabetic retinopathy Trials
Diabetic retinopathy TrialsDiabetic retinopathy Trials
Diabetic retinopathy Trials
 
DSAEK
DSAEKDSAEK
DSAEK
 
Fasolino oct fag icg
Fasolino  oct fag icgFasolino  oct fag icg
Fasolino oct fag icg
 
2017 Basic Motility Examination
2017 Basic Motility Examination2017 Basic Motility Examination
2017 Basic Motility Examination
 
Necrosis retiniana externa progresiva porn
Necrosis retiniana externa progresiva pornNecrosis retiniana externa progresiva porn
Necrosis retiniana externa progresiva porn
 
IOL power calculation formulae
IOL power calculation formulaeIOL power calculation formulae
IOL power calculation formulae
 
Embryology of angle of anterior chamber
Embryology of angle of anterior chamberEmbryology of angle of anterior chamber
Embryology of angle of anterior chamber
 
Interpretation of visual fields with special reference to octopus
Interpretation of visual fields with special reference to octopusInterpretation of visual fields with special reference to octopus
Interpretation of visual fields with special reference to octopus
 
laser lenses for retinal diseases
 laser lenses for retinal diseases laser lenses for retinal diseases
laser lenses for retinal diseases
 
Anomalies of vergence and their management
Anomalies of vergence and their managementAnomalies of vergence and their management
Anomalies of vergence and their management
 

Destaque

Destaque (6)

Gonioscopia
GonioscopiaGonioscopia
Gonioscopia
 
Gonioscopy: gonioscopic lenses, principle and clinical aspects
Gonioscopy: gonioscopic lenses, principle and clinical aspectsGonioscopy: gonioscopic lenses, principle and clinical aspects
Gonioscopy: gonioscopic lenses, principle and clinical aspects
 
3. gonioscopia
3. gonioscopia3. gonioscopia
3. gonioscopia
 
Presión intraocular
Presión intraocularPresión intraocular
Presión intraocular
 
Glaucoma
GlaucomaGlaucoma
Glaucoma
 
Gonioscopy
GonioscopyGonioscopy
Gonioscopy
 

Semelhante a Gonioscopia

Semelhante a Gonioscopia (8)

Estrabismo
EstrabismoEstrabismo
Estrabismo
 
Pares cranianos
Pares cranianosPares cranianos
Pares cranianos
 
Desvio estrabismo
Desvio estrabismoDesvio estrabismo
Desvio estrabismo
 
Lentes marista parte 2
Lentes marista parte 2Lentes marista parte 2
Lentes marista parte 2
 
Ultrassom do olho
Ultrassom do olhoUltrassom do olho
Ultrassom do olho
 
Nervos cranianos
Nervos cranianosNervos cranianos
Nervos cranianos
 
Nervos Cranianos
Nervos CranianosNervos Cranianos
Nervos Cranianos
 
SISTEMA SENSORIAL (olho e visão)
SISTEMA SENSORIAL (olho e visão)SISTEMA SENSORIAL (olho e visão)
SISTEMA SENSORIAL (olho e visão)
 

Gonioscopia

  • 2. GONIOSCOPIA  Gônio=ângulo / skopein=observar.  Melhor método de avaliação do ângulo da câmara anterior (seio camerular)  Estruturas identificadas e estudadas: - Íris - Faixa Ciliar - Esporão Escleral - Malha Trabecular - Linha de Schwalbe - Restos Pectíneos (Processos Irianos ) - Vasos Sanguíneos
  • 3.
  • 4.
  • 5. GONIOSCOPIA  A gonioscopia é o exame de referência para avaliação do ângulo irido-corneano.  O fenômeno óptico de reflexão total na interface córnea-ar impede a observação direta do ângulo camerular. Dessa maneira, a observação desta região do segmento anterior do olho requer o uso de lentes especiais, para viabilizar o exame gonioscópico.
  • 6.
  • 7. TIPOS DE LENTES  Lentes Diretas: - Prismas que fornecem visualização direta do ângulo; - Dispensam uso da lâmpada de fenda - Exame: paciente em decúbito dorsal horizontal. - Exemplos: Lentes de Koeppe e a de Swan Jacob. - Vantagens: visão direta do ângulo, visão panorâmica, facilita comparação entre os 2 olhos, útil para goniotomia - Desvantagens: paciente deitado - Pouco utilizado
  • 8. Gonioscopia direta: raios oriundos do seio camerular passam pela interface córnea-lente de contato sem desvio e como a curvatura anterior da lente de contato é maior que a da córnea, são refratados na interface lente-ar, sem reflexão total
  • 9. TIPOS DE LENTE  Lentes indiretas: - Espelhos: fornecem a imagem refletida do ângulo oposto. - Uso da lâmpada de fenda - Viscoelástico: preenche espaço córnea/lente. - Exemplo: * Lentes de Goldmann (1/3): estabiliza o globo ocular; útil para trabeculoplastia; não permite indentação * Lentes Zeiss (4), Sussman e Posner: lágrima propicia material de contato e lubrificação; possuem 4 espelhos; fazem indentação; não estabiliza globo ocular
  • 10.
  • 12.
  • 14. GONIOSCOPIA ESTÁTICA (SEM INDENTAÇÃO) O exame deve ser realizado em sala escura: 1) Orientações ao paciente 2) Anestésico tópico (proximetacaína 0,5%) 3) Posicionar a lente no centro da córnea (paciente: olhos abertos, olhando para frente). Contato suave para o ângulo não ser artificialmente aberto 4) Iniciar com feixe de luz fino, na direção do ângulo, sem incidir sobre a pupila (miose). 5) Serão observados 2 feixes de luz (face ant/post da córnea). Encontro dos feixes = linha de Schwalbe, a partir da qual as outras estruturas do ângulo serão identificadas; 6) Após avaliar toda a circunferência do ângulo, aumentar a iluminação para a gonioscopia dinâmica
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. GONIOSCOPIA DINÂMICA (INDENTAÇÃO)  Após a gonioscopia estática: pressionar a lente contra a córnea.  Passagem forçada do humor aquoso para o ângulo, direcionando a raiz da íris para trás: a) Se o ângulo estiver fechado apenas por aposição entre íris e córnea, ele será forçadamente aberto, permitindo visualização do ângulo b) Se o ângulo estiver fechado por aderências entre a periferia da íris e a córnea (sinéquias anteriores periféricas), ele permanecerá fechado.
  • 20. BIBLIOGRAFIA KANSKI, Jack J. Oftalmologia clínica: uma abordagem sistemática. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 Oftalmologia USP. CAPITULO 2 – “Exame Ocular”. Disponível em: http://www.oftalmologiausp.com.br/imagens/capitulos/Capi tulo%202.pdf Revista brasileira oftalmologia vol 69 nº5. Rio de Janeiro Outubro de 2010: “Gonioscopia: proposta de classificação (APIC)”. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S00 34-72802010000500011