2. CRIAÇÃO E USO DE DESCRITORES
Foto: Campo de Arachis spp., IAC.
“O MUNDO DA FUNDAG”
Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola
01/12/2023
Em primeiro lugar desejamos a vocês e suas famílias FELIZES FESTAS DE FIM DE ANO!
Prosseguimos com nossa aula mensal “O MUNDO DA ”, apresentando o décimo segundo e último Power
Point do ano de 2023.
Nosso principal objetivo é fortalecer a integração entre os e os Conselhos , e da
Fundação, conforme estabelecido em seu Plano Diretor. Isso é realizado por meio da transmissão de conhecimentos
relacionados aos projetos cadastrados, sempre dentro das áreas de , por meio de
alguns poucos slides por mês.
Como Tema geral da série de aulas do semestre, tratamos das “ATIVIDADES BOTÂNICAS EM RECURSOS
FITOGENÉTICOS”, concluindo nesta aula com o Lema a “CRIAÇÃO E USO DE DESCRITORES”. Ressaltamos
que não temos a pretensão de abordar integralmente o assunto, apenas esclarecer a temática e algumas definições.
Lembramos que as aulas são programadas para seguir automaticamente após o tempo de leitura, então é só assistir!
Caso deseje mais informações, pode obtê-las clicando nos links.
Com isto, também queremos despertar sua curiosidade em relação aos Projetos da Fundag, onde o Conselho Diretor,
através do seu Diretor Administrativo continua sendo o seu contato para tirar
dúvidas e aprender com vocês. Por isto QUESTIONE-SE, questione-me e leia mais sobre o assunto!
3. A CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA NO CAMPO
“Hummm! É simples Renato, passeio entre as plantas! Vou namorando cada
uma, e se alguma me chamar a atenção, vou ver qual o detalhe que a torna
interessante! Às vezes é sua altura, seu formato, sua cor, seu brilho, etc. Este
dado se torna o meu descritor, e a seguir vou aprimorando-o. Depois publico o
trabalho das raças, por país, na revista .”
Krapovickas Pietrarelli & Vanni
Arachis hypogaea L., INTA – Manfredi – AR.
- Krapo, como
você começa o
seu trabalho de
caracterização
no campo?
Quando acompanhei o trabalho de do Banco Ativo de Germoplasma ( de Amendoim do INTA- -AR (que
consistia na caracterização de raças coletadas ao redor do mundo por Krapovickas, Simpson e Gregory’s – USA, e equipe) o qual era conservado
e plantado sob a responsabilidade do saudoso Téc. Agr. Renato Pietrarelli ( ), eu viajei para a ARGENTINA em diversas
oportunidades na década de 1980, ‘como convidado’ pelos também já saudosos Dr. e Dr. (
) [fotos acima]. Saíamos de caminhonete de para , em uma jornada de 8 horas. Minha primeira lição veio em
resposta à uma pergunta que fiz ao meu “guru”, carinhosamente chamado pelos amigos de “Krapo”:
4. POR QUE PREPARAR DESCRITORES?
Foto: BAG-Paspalum spp., Embrapa Pecuária Sudeste
Assim, os descrevem as características de cada acesso de um BAG. São, portanto, uma ferramenta
crucial para detectar tanto a quanto as duplicatas dos acessos conservados ou preservados, seja
das espécies de plantas cultivadas, seja de suas (VEIGA, R.F.A., 2023).
Os de coleções de e os Melhoristas Genéticos (com auxílio de especialistas de áreas
diversas) utilizam descritores para avaliar e descrever as características de um grande número de acessos ou de
cultivares de forma uniforme e ágil. Atualmente, dispomos de “descritores completos” prontos para a maioria dos
(Ex.: Abacaxi), bem como de “descritores mínimos” para as cultivares destinadas ao seu
(Ex.: Caqui). No entanto, em ambos casos, comumente precisamos adaptá-los à variabilidade específica de cada BAG,
ou de cada cv. lançada (VEIGA, R.F.A., 2023).
INDRANIL
Segundo Indranil (2017), é óbvio que os foram e continuam
sendo coletados e conservados, mas sempre com o objetivo final de seu . Para tanto, há necessidade de se
visando disponibilizar esses dados aos usuários, principalmente aos .
CAROLINE
ROSA
Embora o tenha sido criado em 1974, a primeira publicação contendo uma só foi
disponibilizada em 1977. No entanto, D. H. Van em 1987, ainda defendia a ideia da priorização da
formulação e publicação das listas de descritores para todas culturas agrícolas, desde que reconhecidas pela
comunidade científica internacional. Tal ação foi liderada pelo IBPGR que posteriormente passou a se chamar
e, em seguida, , atualmente agregado ao . Ressalte-se que a ( também disponibilizou
listas de descritores (Ex.: Leguminosas Forragieras e Noz de Pili). No Brasil, em 1997, os descritores passaram ser
relevantes também para o processo de proteção de cultivares (Rosa Lia & Caroline Marques ,
2015).
5. O QUE SÃO OS DESCRITORES ?
Foto: Valter Lino Sandi e Sebastião Lopes (in memorian), do Centro de Recursos Genéticos e Jardim Botânico, com experimento de Arachis spp., em 1995, na Fazenda Santa Elisa do IAC.
DISTINÇÕES
1 = muito curto
2 = dúvida
3 = curto
4 = dúvida
5 = médio
6 = dúvida
7 = grande
8 = dúvida
9 = muito grande
Segundo o (2007) o termo “descritor” refere-se a um atributo ou característica mensurável que é observado
em um acesso de um banco de germoplasma. A palavra “DESCRITOR” tem origem no latim descriptore, indicando aquele que
descreve. Os Descritores possibilitam a DISTINÇÃO entre os acessos dos Bancos Ativos de Germoplasma (BAG), Bancos Base de
Germoplasma ( ) ou Coleções de Trabalho ( ), e até mesmo entre CULTIVARES de uma mesma espécie, por meio dos
caracteres DIFERENCIAIS de um indivíduo ou grupo de indivíduos. Segundo ( ), os
descritores incluem características botânicas que são altamente herdáveis, facilmente visíveis e se expressam de maneira uniforme em
qualquer ambiente.
Enfim, os descritores são compostos por quantitativas (Ex.: dimensões) e/ou qualitativas (Ex.:
coloração) das características ou atributos que distinguem os acessos (Agronômicos, Botânicos, Genéticos,
etc.). Nas observações de plantas anuais no campo, os são plantados em linhas de 20 plantas, e as
amostras são efetuadas com uma média de 10 medidas/ano, mesmo quando realizadas em laboratório. Utiliza-
se uma numeração de até 9 distinções, inclusive os números intermediários são para dirimir dúvidas. No caso
simples de apenas duas opções, como para presença, utiliza-se a nota 1 (um), e para a ausência, a nota 0 (zero)
(VEIGA, R.F.A., 2023).
EXEMPLO DE CATEGORIAS DE DESCRITORES:
: Ciclo de maturação, produção por planta, pólen, produtividade, resistência a fatores adversos, ... ;
: Organografia e anatomia (partes subterrâneas, caule, ramos, folhas, flores, frutos e sementes, ...);
: Estações, precipitação pluviométrica, temp. média anual, umidade relativa do ar, variações sazonais, ...;
: Água, altitude, habitat, latitude, longitude, relevo, solo, ... ;
: Eficiência no uso de água, taxas de crescimento e de fotossíntese, ...;
: Citologia, isoenzimas, DNA, ...;
: Metabólitos secundários, ...;
: Aroma, açúcares, acidez, grau de conservação, sabor, teor de nutrientes, ....
6. Foto: Meu mestre e “irmão” Dr. José Francisco Montenegro Valls, EMBRAPA Recursos
Genéticos e Biotecnologia, BAG – Curador do BAG-Arachis spp. – DF (2008).
TIPO DE DESCRITORES
TIPO DE DESCRITORES
1. MÍNIMOS
Para avaliação de pequeno grupo de acessos, como
de cultivares para o SNPC. (Exemplos: Mamona,
Alface e Caqui – do IAC).
2. COMPLETOS
Para separação de grande número de
como de um BAG (Exemplos: Amendoim – IAC,
Cherimoya e Mangostão – IPGRI
DANIEL
Para Daniel QUEROL (1993), a coleta de dados envolve duas fases distintas: 1) Caracterização (fenotípica, genotípica,
fitoquímica, etc.), e 2) Avaliação Agronômica (produtividade, homogeneidade e estabilidade, e outros dados conforme o
objetivo, seja para alimentação, para óleo, etc.). Ele destaca que, em relação aos , o número de dados
teoricamente é infinito, mas que uma descrição adequada e útil não é determinada pelo número, e sim pela utilidade
prática e precisão.
Foto: No primeiro plano os principais taxonomistas do gênero Arachis L. do mundo, Dr.
Antonio Krapovickas, Dr. José Francisco Montenegro Valls e Dr. Charles Simpson (fotógrafo).
7. APLICAÇÃO DOS DESCRITORES EM RFG
Foto: BAG – Alface USDA-ARS National Plant Germplasm System
DESCRITORES são atributos ou caracteres observados nos acessos de um BAG (Ex.: Inhame) que, segundo Otto H.
(1987), devem ser praticáveis, úteis e sem redundância.
OTTO
Para o saudoso amigo et al. ( ), os descritores são o cerne do
trabalho também para o .
ROSA
DALMO
O também saudoso (1988) citou que o uso dos Descritores Para RFG no Brasil teve
início com a publicação dos da EMBRAPA em 1982, começando com a Soja. Já os
foram introduzidos com a edição da (N0. 9.456, de
25 de abril de 1997), que exige que uma , para ser protegida, atenda aos requisitos de
Distingüibilidade, Homogeneidade e Estabilidade, por meio de “descritores mínimos” (Ex.: A. pintoi).
Segundo &
(2015), os descritores são
adotados como padrões na do
germoplasma, desempenhando um papel
primordial no compartilhamento de
informações sobre com o
objetivo de facilitar o seu e .
8. A CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA
Foto: Descritores morfológicos de frutos de Tomate, Maria R. FIGÀS et al., .
Figura: Glossário morfológico das folhas – Wikipedia, 2023.
O termo “Caracterização ” está diretamente relacionado às características físicas e estruturais de um
organismo (organografia e anatomia). Por outro lado, o termo “Caracterização ” refere-se ao resultado da
soma dos efeitos do com os do . Esta noção remete de certa forma ao trabalho do francês Jean-
Baptiste (1799), que antecipou a ênfase na influência do meio ambiente na expressão das características dos
organismos. Os termos genótipo e foram cunhados pelo alemão Wilhelm em 1909.
Relembrando que esses descritores têm por objetivo DESCREVER A FORMA interna e externa das plantas, a fim de separar os
acessos com base em suas características diferenciais. Eles podem ser classificados de acordo com o tipo de dados, sendo
QUANTITATIVOS para contagens, medições, etc., ou QUALITATIVOS, para características como coloração, brilho, aroma, etc.
COMO CHEGAMOS NOS VALORES PARA CADA CARÁTER? – Para chegar aos valores de cada caráter, inicialmente realizamos uma
avaliação preliminar de todo o BAG. Com base nas medidas efetuadas, procedemos a um ordenamento dos números, considerando a maioria dos
acessos como o "médio/normal". A partir dessa avaliação, determinamos os valores "baixo" e "alto", além de outros intermediários, se necessário,
dentro da escala de 0 a 9. Essa definição leva em consideração a estatística avaliada (Ex.: abaixo, fichas de campo, definidas após uma avaliação
preliminar, para avaliação de populações de
9. COM OS DESCRITORES PRONTOS
RAO (1985), meu mestre e amigo indiano, costumava enfatizar que, no caso do amendoim, uma
vez que os descritores já estejam prontos, deve-se preparar as para uso no campo no próximo ano
agrícola. Essas planilhas abrangem características como coloração e pilosidade das folhas e ramos, dimensões de
folhas e ramos, entre outros. Além disso, são elaboradas planilhas para uso em laboratório (dimensões, formato e
coloração dos frutos e sementes, etc.). Tais planilhas são projetadas para caracterizar um grande número de
acessos de forma adequada, de modo a serem inseridos nos bancos de dados dos programas computacionais,
utilizados para o registro e documentação dos dados resultantes (VEIGA, R.F.A., 2023).
RAO
Segundo , os dados públicos do , da Embrapa, relacionados aos recursos fitogenéticos para a
alimentação e agricultura, que são mantidos pela Embrapa, agora integram o acervo global (
/) coordenado pelo Fundo Global para a Diversidade de Cultivos ( ). GILBERTO
10. “O MUNDODA FUNDAG”
Foto: Área in vitro do Quarentenário IAC, 2011.
LEIA MAIS
QUESTIONE-SE
Foto: Germoplasma de Sorgo, e servidoras do ICRISAT – Índia
Você concorda ou discorda
do que lhe foi apresentado?