O documento discute o massacre de 111 detentos na Casa de Detenção de São Paulo em 1992 pela polícia militar durante uma rebelião. Sobreviventes e especialistas afirmam que a maioria dos tiros atingiu os detentos dentro das celas, sugerindo execução em vez de legítima defesa. Até hoje nenhum policial foi condenado pelo massacre. O documento levanta questões sobre segurança pública, direitos humanos e impunidade no Brasil.
1. O massacre do Carandiru
COM BASE NOS TEXTOS MOTIVADORES ABAIXO, REDIJA UMA DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA SOBRE
O TEMA:
SEGURANÇA PÚBLICA E DIREITOS HUMANOS: UMA PROBLEMA SOCIAL?
Texto I
O massacre da Casa de Detenção de São Paulo ou massacre do Carandiru, como foi
popularizado pela imprensa, ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando uma rebelião
causou a morte de cento e onze detentos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.
(Wikipedia)
Texto II
“Os massacres continuarão acontecendo enquanto quem ocupa os cargos competentes não
assumirem seus papéis. [...] o Estado foi omisso” Sidney Sales (ex-presidiário que tem hoje um
centro de reabilitação e desintoxicação de jovens, em Jundiaí)
O massacre do Carandiru completou 20 anos em 02/10/2012 sem nenhum réu condenado à prisão pelo crime de
assassinato.
Onde os PMs atiraram: nenhum policial ficou ferido
Cabeça: 126 tiros Pescoço: 31
Tronco: 223 Membros superiores: 58
Membros inferiores: 77
Depoimento
"Foi um inferno na Terra, estou vivo por um milagre", lembra o ex-presidiário da antiga Casa
de Detenção e sobrevivente do massacre Jacy Lima de Oliveira. "Eu sobrevivi, eu vi a história,
eu pisei em sangue que dava quase na canela, e isso não é exagero, não! Ouvi gritos que até
hoje ecoam na minha mente", contou o atual pastor evangélico ao G1, em uma entrevista feita
no Parque da Juventude, construído após a implosão dos pavilhões do Carandiru e inaugurado
em 2003. "Quando venho aqui eu me sinto livre, feliz de estar vivo. E me sinto também muito
triste por saber que aqui morreu muita gente, e que os crimes estão impunes. Na verdade isso
aqui é um tapete em cima de um grande montão de sujeira."
(Fonte: G1)
Texto III
“Todas as celas que eu examinei tinham muito poucos tiros nos corredores. No corredor, eu
contava dois ou três buracos de balas. Mais de 90% dos tiros estavam dentro das celas. E
sempre da porta para o fundo, ou seja, impossível que tenha sido algum tiro dado pelos presos
em direção aos policiais militares. E, realmente, não tinha nenhum policial ferido por balas.”
Osvaldo Negrini Neto (perito que avaliou o Pavilhão 9)
(Fonte: Uol)
2. Texto IV
“E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos”
Haiti - Caetano Veloso e Gilberto Gil
Texto V
“Cadáveres no poço, no pátio interno.
Adolf Hitler sorri no inferno!
O Robocop do governo é frio, não sente pena.
Só ódio e ri como a hiena.
Rátátátá, Fleury e sua gangue
vão nadar numa piscina de sangue.
Mas quem vai acreditar no meu depoimento?
Dia 3 de outubro, diário de um detento."
Diário de um detento - Mano Brown e Jocenr
Texto VI
“A violência dos policiais brasileiros é bem
Conhecida fora do Brasil, este tipo de
Exterminação é um método que eles usam
Para acabar com o excesso de população nas prisões
A violência dos policiais deixou todo o
Pavilhão destruído após a rebelião”
Trecho traduzido da música Manifest - Sepultura