O documento resume um capítulo sobre a importância da comunicação entre professores e pais. Discute que professores devem estar atentos às necessidades e opiniões dos pais, que não formam um grupo homogêneo, durante reuniões. Também orienta os professores a se prepararem para entrevistas individuais com os pais dos alunos, levando em conta o histórico e influência familiar de cada estudante.
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
10 competências para ensinar - Informar e envolver os pais
1. Phillipe Perrenoud – 10 competências para ensinar
Fichamento e resumo do capítulo sete – Informar e envolver os pais
Bolsista: Pedro Filipe de Lima
No começo do capítulo, Perrenoud faz um recorte histórico com o intuito de mostrar para os
leitores que, como instituição social que se desenvolveu apenas após o avanço de determinadas
sociedades, as escolas, bem como os professores, nunca foram agentes naturais na aquisição de
conhecimento de crianças e adolescentes. Dessa forma, ainda que as escolas sejam altamente
valorizadas nos dias atuais, é natural que haja um grande tensionamento entre pais e professores: de
um lado, os pais, que geraram e/ou criaram seus filhos desde a mais tenra idade e lhes provem
financeiramente, desejando portanto que eles sejam educados conforme as suas vontades e
necessidades. Do outro, os docentes, que estudaram de forma mais sistematizada e pragmatizada a
educação e aquisição de diferentes saberes, tendo, pois, uma noção de educação que frequentemente
se confronta com o que os pais esperavam de início. Ainda que Perrenoud reconheça que é
fundamental dar aos professores autonomia na formação de seus alunos, ele vê esse choque como
algo que deve ser resolvido, e de forma alguma crê que os pais também não devam atuar na
formação intelectual de seus filhos, pelo contrário, acredita que eles devem performar um papel de
suma importância nessa etapa da vida deles.
Para ilustrar como deve ser o relacionamento ideal entre pais e professores, Perrenoud
divide o capítulo aqui estudado em diferentes subtítulos, para que determinadas ideias sejam melhor
explicadas e articuladas. No primeiro deles, “dirigir reuniões de informação e de debate”, o teórico
orienta que os professores estejam atentos às possíveis indiretas que pais deem nas reuniões e que
eles provavelmente o farão com receio de expor seus filhos. Por conseguinte, é importante que o
professor esteja atento a essas ocasiões e não haja de modo a também querer transformar
abertamente a situação numa questão individual e agir com mais diplomacia. Para impedir que tais
situações aconteçam, Perrenoud também orienta que essas reuniões aconteçam somente no início do
ano ou quando os professores já tiverem tido a oportunidade de conversar com a maioria dos pais
individualmente, de modo que as reuniões possam se ater a questões realmente coletivas. Será
nessas reuniões, também, que o professor perceberá que os pais não são uma categoria homogênea,
como muitos docentes pressupõem, mas sim um grupo diverso e com opiniões divergentes, fazendo
com que o professor também tenha que ser um agente conciliador entre eles. Outro cuidado que o
professor deve ter é não tratar essas reuniões como uma aula ou ver os pais como seus próprios
alunos.
No subtítulo seguinte, “Fazer entrevistas”, Perrenoud orienta os professores a irem
preparados para essas reuniões individuais tendo em mente todos os possíveis desdobramentos que
elas venham a ter. Ao ter em mente que conversará com um determinado pai de aluno, por exemplo,
2. o professor deve considerar não somente o histórico desse discente e sua postura em sala de aula,
mas também que ambas as questões supracitadas são o resultado de uma trajetória vivenciada ao
lado desses pais e influenciada por eles. Sendo assim, o professor poderá traçar como abordar
possíveis assuntos delicados e, dessa maneira, sanar possíveis conflitos de forma mais amistosa.
No último subtítulo, “Envolver os pais na construção dos saberes”, Perrenoud discute
justamente a posição dos pais diante da formação intelectual de seus filhos. Ele aponta que, muitas
vezes, os pais podem acabar sendo um obstáculo quanto a esse quesito, justamente por quererem
livrar os seus filhos de eventuais dificuldades ou nutrirem a crença de que um determinado
conhecimento é distante de suas realidades. Dessa maneira, caberá ao professor explicar-lhe a
importância desses obstáculos na vida de seus filhos, além de tentar convencer os pais de que a sua
metodologia de ensino é eficaz e de fato atinge bons resultados.
Há, ainda, um outro subtítulo chamado “Enrolar”, em que Perrenoud destaca eventuais
desculpas que professores dão para não desenvolverem bem os pontos aqui destacados, como negar
fatos ou minimizá-los ou, ainda, invocar contradições ou possíveis falhas nas autoridades políticas.