1. 21/07/2022 16:24 Movimentos de Resistência Negra na Bahia - Brasil Escola
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MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA NEGRA NA BAHIA
Conheça os movimentos que resistiram contra a escravidão na Bahia.
Os africanos trazidos para a Bahia e para outros estados do Brasil
tentavam manter suas tradições e resistir â escravidão. Os escravos
tinham diferentes formas de se revoltar contra a escravidão ou de
resistir a ela. Todos sentiam muita saudade de seu povo, da sua terra e
da liberdade em que viviam, mas para alguns essa saudade era tão
forte que eles acabavam morrendo porque não se alimentavam e não
reagiam. Esse tipo de saudade era chamada de “banzo”. Havia casos de
suicídio, um ato praticamente desconhecido na costa africana.
No Brasil, os escravos se suicidavam para se livrar da escravidão e dar
prejuízo ao seu senhor. Uma outra forma de resistência se manifestava
por meio das danças e dos rituais praticados pelos africanos nos terreiros, nos canaviais e nas senzalas.
A capoeira, por exemplo, que nasceu como luta e era proibida, recebia acompanhamento musical para simular
uma dança. Houve ainda fugas em massa em que os escravos não hesitavam em arriscar a vida para ter de volta
sua liberdade. A escravidão foi abolida, mas o preconceito e a discriminação contra o negro permanecem em
nossa sociedade.
Quilombos
Os escravos que conseguiam fugir dos engenhos embrenhavam-se pelas matas e se reuniam, formando
quilombos. Quilombo é uma palavra da língua africana ioruba que significa “habitação”.
Os quilombos eram uma espécie de aldeia com uma organização comunitária (composição, estrutura própria de
comunidade, ou seja, de população que vive num dado lugar ou região, geralmente ligada por interesses
comuns). Os moradores dessas aldeias eram chamados de quilombolas. Um dos quilombos mais conhecidos foi
o quilombo dos Palmares, que se localizava em Alagoas e teve como líder Zumbi.
Na Bahia também existiram importantes quilombos, como o do Rio Vermelho, o do Urubu, o de Jacuípe, etc. Os
quilombos hoje Muitos quilombolas continuaram morando nos quilombos depois da abolição da escravatura,
porque era muito difícil conseguir um trabalho assalariado e não havia um plano do governo que apoiasse os
escravos libertos.
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2. 21/07/2022 16:24 Movimentos de Resistência Negra na Bahia - Brasil Escola
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Até hoje há comunidades remanescentes (aqueles que restam; restantes) desses quilombos que lutam para ser
reconhecidas como donas da terra que ocupam há tanto tempo. As leis brasileiras reconheceram recentemente
o direito dos quilombos às terras que eles ocupam. Foi a Constituição de 1988 que reconheceu esse direito.
Na Constituição dizia: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir os títulos respectivos”. A Revolta dos Malê Durante
as primeiras décadas do século XIX ocorreram várias rebeliões de escravos no estado da Bahia.
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A mais importante delas foi a Revolta dos Malê, na cidade de Salvador. Naquela época, mais da metade da
A mais importante delas foi a Revolta dos Malê, na cidade de Salvador. Naquela época, mais da metade da
população de Salvador era composta de africanos e afro descendentes, escravos ou libertos, de diferentes
população de Salvador era composta de africanos e afro descendentes, escravos ou libertos, de diferentes
regiões da África ou nascidos no Brasil.
regiões da África ou nascidos no Brasil.
Entre eles havia os Malê (em árabe, o termo designava “pessoas alfabetizadas”), que professavam a religião
muçulmana. Em janeiro de 1835, um grupo formado por mais de 1500 africanos e descendentes, sendo a maioria
composta de “escravos de ganho” (alguns conseguiam comprar sua liberdade, e os que ainda eram escravizados
tinham certa liberdade para circular pela cidade), planejou libertar os companheiros muçulmanos escravizados e
matar os seus opressores.
Por não ser uma religião exclusiva de um único povo africano, o islamismo conseguiu unir vários grupos africanos
de diferentes culturas, entre escravos e libertos. Isso retirou dos escravistas a vantagem da divisão entre os
africanos. Os Malê acabaram sendo massacrados pelas tropas da guarda nacional, pela policia e por civis
aramados, que estavam apavorados com a possibilidade de sucesso da rebelião.
O ideal de liberdade e as leis A partir do século XI, idéias abolicionistas começaram a ser discutidas
intensamente em vários países. Uma lei de 1850 proibiu o tráfico de escravos no Brasil, mas o comércio de
escravos não cessava. Outras leis foram sendo promulgadas (publicadas, divulgadas), já que a idéia era acabar
aos poucos com a escravidão.
Em 1871 foi assinada a Lei do Ventre, que tornava livres os filhos de escravos nascidos a partir daquela data. Mas
como o bebê teria de ser criado pela mãe, ele acabaria trabalhando com ela assim que fosse possível.
Em 1885 foi promulgada a Lei do Sexagenário, que declarava livres os escravos com mais de 65 anos. Poucos
escravos viviam até essa idade. Além disso, como eles sobreviveriam sem trabalhar?
Em 13 de maio de 1888 a Lei Áurea foi assinada, tornando ilegal a escravidão e possibilitando aos escravos
resgatar a sua dignidade humana. Artigo 5º da Constituição brasileira. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza [...]: XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais; XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
Publicado por: Joyce
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