SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 42
FLÁVIA ANDRADE
NATÃ AMORIM
STELA MELO
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - HAS
 "Hipertensão arterial é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação
sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg”
 Secundária em 3-5%
 O tratamento da causa pode curar ou melhorar o controle da PA
FATORES DE RISCO
MEDIDA NO CONSULTÓRIO
 PA ≤ 120/80 mmHg: a cada 2 anos
 PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg: anual
 Calibração anualmente
 Manguito de acordo com a circunferência do braço
 Centralizar sobre a artéria braquial
 Estimar PAS pelo pulso radial
 Ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado
 Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar o estetoscópio
 Desinsuflar
 PAS: primeiro som (fase I de Korotkoff)
 PAD: desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)
 Auscultar 20 a 30 mmHg para confirmar
 Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto.
 NÃO arredondar
 Valores de referência para a definição de HA pelas medidas de consultório,
MAPA e MRPA
Medição Residencial da PA (MRPA)
 três medições pela manhã, antes do desjejum e da tomada da medicação, e
três à noite, antes do jantar, durante cinco dias
 duas medições em cada uma dessas duas sessões, durante sete dias
 valores anormais ≥ 135/85 mmHg
Monitorização Ambulatorial da PA
(MAPA)
 registro 24 horas ou mais
 medições durante o sono
 valores anormais as médias de PA de 24 horas ≥ 130/80 mmHg, vigília ≥ 135/85
mmHg e sono ≥ 120/70 mmHg
CLASSIFICAÇÃO
Efeito do avental branco
 diferença igual ou superior a 20 mmHg na PAS e/ou 10 mmHg na PAD entre consultório e fora
dele
 não muda o diagnóstico!
 pode alterar o estágio ou atrapalhar adequação terapêutica
Hipertensão do avental branco
 valores anormais no consultório, porém valores normais pela fora
Hipertensão mascarada
 valores normais no consultório, porém PA elevada pela MAPA ou MRPA
CLASSIFICAÇÃO
FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR
NA AVALIAÇÃO DO RISCO ADICIONAL
NO HIPERTENSO
 sexo masculino
 idade
•homens ≥ 55 anos ou mulheres ≥ 65 anos
 história de DCV prematura em parentes de 1º grau
 tabagismo
 dislipidemia
•colesterol total > 190 mg/dl e/ou
•LDL-colesterol > 115 mg/dl e/ou
•HDL-colesterol < 40 mg/dl nos homens ou < 46 mg/dl nas mulheres e/ou
•triglicerídeos > 150 mg/dl
FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR
NA AVALIAÇÃO
 resistência à insulina
 glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg/dl
 teste oral de tolerância à glicose: 140-199 mg/dl em 2 horas
 hemoglobina glicada: 5,7 –6,4%
 obesidade
 IMC ≥ 30 kg/m2
 CA ≥ 102 cm nos homens ou ≥ 88 cm nas mulheres
LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO
 Hipertrofia ventricular esquerda
 Espessamento Médio Intimal da carótida > 0,9 mm ou placa carotídea
 Velocidade de onda de pulso carótido-femoral > 10 m/s
 ITB < 0,9
 Doença renal crônica estágio 3 (RFG-e 30-60 mL/min/1,73m2)
 Albuminúria e
 Entre 30 e 300 mg/24h ou relação albumina-creatinina urinária 30 a 300 mg/g
DOENÇA CV E RENAL ESTABELECIDA
Doença cerebrovascular
 AVE isquêmico
 hemorragia cerebral
 ataque isquêmico transitório
Doença da artéria coronária
 angina estável ou instável
 infarto do miocárdio
 revascularização do miocárdio: percutânea (angioplastia) ou cirúrgica
 insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida ou preservada
Doença arterial periférica sintomática dos membros inferiores
Doença renal crônica estágio 4 (RFG-e < 30 ml/min/1,73m2) ou albuminúria> 300 mg/24h
Retinopatia avançada: hemorragias, exsudatos, papiledema
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NO
PACIENTE HIPERTENSO
EXAMES
 Eletrocardiograma
 Ecocardiograma
 USG carótidas
 Creatinina (clearance) e ureia
 Albumina urinária
 Perfil lipídico
 Glicemia de jejum e hemoglobina glicada
 Proteína C reativa
 Escore de cálcio coronariano
PLANO TERAPÊUTICO
METAS & DECISÕES TERAPÊUTICAS
 Após estratificar o risco, definir
 ੦metas pressóricas
 ੦MEV isolada? Por quanto tempo?
 ੦MEV + medicamentos (imediato)?
 ੦quais medicamentos? Isolados? Associação?
PLANO TERAPÊUTICO
NOVA DIRETRIZ 2017 AHA
 META pressórica <130x80mmHg
 Pacientes alto risco <120x80mmHg
 Decisão de tratamento medicamentoso
TRATAMENTO –BENEFÍCIOS
PLANO TERAPÊUTICO
 HAS estágio 1 (PAS = 140-159, PAD = 90-99)
੦HAS estágio 1 + risco CV baixo = MEV isolado 6m
੦HAS estágio 1 + risco CV moderado = MEV isolado 3m
੦HAS estágio 1 + risco CV alto = MEV + medicamentos
 DECISÕES TERAPÊUTICAS –HAS estágios 2 e 3
 (PA ≥160x100mmHg)
 MEV + medicamentos (imediato)
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO
Redução de 5 a 6mmHg
*redução risco relativo 40%
AVE
*redução risco relativo 25%
DAC
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO
 CONTROLE DE PESO
Manter IMC entre 19 e 24,9kg/m²
circunferência abdominal homens <102cm
circunferência abdominal mulheres <88cm
 ALIMENTAÇÃO
Dieta rica em frutas, vegetais, baixas calorias e baixo teor de gorduras saturadas
DASH (Dietary Approchesto Stop Hypertension)
PAS em 11,4mmHg
PAD em 5,5mmHg
 ATIVIDADE FÍSICA
Atividade física moderada intensidade
caminhar conversando
faixa ideal para prevenção e tratamento da HAS
 REDUÇÃO DO SÓDIO:
Reduzir ingestão Sódio 6g sal/dia
4g sal + 2g de sal dos ppios alimentos.
OBS: treinamento não deve ser feito se PAS >160 e/ou PAD >105mmHg
COMO RECOMENDAR UMA DIETA AO
ESTILO DASH
 Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo,
carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequenas quantidades
 Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é
igual a uma concha média)
 Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia
 Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral
 Comer oleaginosos (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma
porção é igual a 1/3 de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de
sementes, ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas)
 Reduzir a adição de gorduras. Utilizar margarina light e óleos vegetais insaturados (como azeite,
soja, milho, canola).
 Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos
industrializados
 Diminuir ou evitar o consumo de doces e bebidas com açúcar
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
 PLANO TERAPÊUTICO
 DECISÕES TERAPÊUTICAS –HAS estágio 1
HAS estágio 1 + risco CV baixo = MEV isolado 6m
HAS estágio 1 + risco CV moderado = MEV isolado 3m
HAS estágio 1 + risco CV alto = MEV + medicamentos
 DECISÕES TERAPÊUTICAS –HAS estágios 2 e 3
(PA ≥160x100mmHg)
MEV + medicamentos (imediato)
CLASSES DE ANTI-HIPERTENSIVOS
DISPONÍVEIS PARA USO CLÍNICO
 Diuréticos
 Inibidores adrenérgicos
 Ação central –agonistas alfa-2 centrais
 Betabloqueadores –bloqueadores beta-adrenérgicos
 Alfabloqueadores–bloqueadores alfa-1-adrenérgicos
 Vasodilatadores direitos
 Bloqueadores dos canais de cálcio
 Inibidores da enzima conversora da angiotensina
 Bloqueadores do receptor AT, da angiotensina II
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
 DIURÉTICOS
Diuréticos tiazídicos
Hidroclorotiazida, clortalidonae indapamida
*possuem poder diurético fraco e poder anti-hipertensivo forte
*a ação diurética se perde com o tempo, e o efeito anti-hipertensivo ocorre pela
diminuição da resistência vascular periférica
 Hidroclorotiazida
 ANVISA final 2018 alerta para risco de CA de pele não melanoma
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
 DIURÉTICOS
 Diuréticos tiazídicos
 classe de 1ª escolha
 monoterapia ou associação
 indicação: idosos; indivíduos da raça negra (podem ser benéficos em pacientes
com osteoporose, pois inibem a excreção tubular de cálcio)
 EC: aumento ác. úrico
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
 DIURÉTICOS
 Diuréticos de alça
 Furosemida
 possuem poder diurético forte e poder anti-hipertensivo fraco
 indicações: HAS e IC; HAS causa renal
 EC: diminuição K+
 BETABLOQUEADORES
 Classe de 1ª escolha (até o 8 JNC)
 monoterapia ou associação
 indicação: jovens; pct com ICO; IC
 EC: BAVs, asma, DPOC, máscara hipoglicemia e retarda gliconeogênese
 BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
 Não di-hidropiridínicos
 Diltiazeme verapamil
 Di-hidropiridínicos
 Anlodipinoe nifedipino
 classe de 1ª escolha
 monoterapia ou associação
 indicação: raça negra, idosos, pacientes com ICO
 EC: BAVs, piora função ventricular (verapamil)
 INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA)
 Captopril, enalapril, lisinoprile ramipril
 classe de 1ª escolha
 monoterapia ou associação
 indicação: jovens, raça branca, pacientes com DM e pacientes com IC
 EC: aumento k+, tosse e angioedema
 Indicação forte para pacientes com Diabetes Melitus
 Diminui a progressão da nefropatia diabética
 BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II (BRA)
 Valsartana, losartana, candesartana, irbesartanae telmisartana
 classe de 1ª escolha
 monoterapia ou associação
 indicação: jovens, raça branca, pacientes com DM e PC com IC
 EC: ↑ k+
 VASODILATADORES DIRETOS
 Hidralazinae minoxidil
 NÃOsão classe de 1ª escolha
 associação
 indicação: HAS de difícil controle na associação, pacientes com IC e contraindicação ao IECA
 EC: taquicardia reflexa, na suspensão hipertensão rebote
 ALFABLOQUEADORES
 Prazosina
 NÃO são classe de 1ª escolha
 associação
 indicação: pode ser lembrado em PC com HBP
 EC: edema periférico, dispneia e náuseas
 AGENTES CENTRAIS (INIBIDORES ADRENÉRGICOS)
 Clonidina, metildopa e reserpina
 NÃO são classe de 1ª escolha
 associação
 indicação: HAS de difícil controle na associação e pacientes com IRC; alfametildopa1ª escolha em gestantes
 EC: impotência sexual, anemia hemolítica, há risco de HAS de rebote quando suspenso; lesão hepática
HAS RESISTENTE AO TRATAMENTO
 Definição
 ”Paciente com pressão arterial que permanece acima da meta, apesar do uso
simultâneo de 3 agentes anti-hipertensivos de classes diferentes, em doses
otimizadas, sendo 1 diurético.”
 CONDUTA: espironolactona
 Definição parte 2
 ”HAS controlada somente com uso de 4 ou + medicações.”
 OBS 1: a clortalidonaapresenta superioridade a hidroclorotiazida
 OBS 2: se os níveis de K não permitirem entrar com espironolactona, está indicada
amiloridaou clonidina
OBRIGADA PELA SUA ATENÇÃO!

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Hipertensão arterial sistêmica: classificação, fatores de risco e tratamento

Hipertensão Arterial Sistêmica
Hipertensão Arterial SistêmicaHipertensão Arterial Sistêmica
Hipertensão Arterial SistêmicaMarco Aguiar
 
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICATratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICAMarco Aguiar
 
Aula antihipertensivos
Aula  antihipertensivosAula  antihipertensivos
Aula antihipertensivosRenato Santos
 
Protocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Protocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppProtocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Protocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação pptvf
 
Crise Hipertensiva
Crise HipertensivaCrise Hipertensiva
Crise HipertensivaAndre Kayano
 
Aula sobre Hipertensão arterial sistêmica
Aula sobre Hipertensão arterial sistêmicaAula sobre Hipertensão arterial sistêmica
Aula sobre Hipertensão arterial sistêmicaDieslleyAmorim1
 
SINDROME CORONARIANA AGUDA atualizada
SINDROME CORONARIANA AGUDA atualizadaSINDROME CORONARIANA AGUDA atualizada
SINDROME CORONARIANA AGUDA atualizadaFabio Nunes NUNES
 
Pressão Arterial Alta - Professor Robson
Pressão Arterial Alta - Professor RobsonPressão Arterial Alta - Professor Robson
Pressão Arterial Alta - Professor RobsonProfessor Robson
 
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppManejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pptvf
 
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppManejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pptvf
 
Diabetes tipo 2 e coração.pdf
Diabetes tipo 2 e coração.pdfDiabetes tipo 2 e coração.pdf
Diabetes tipo 2 e coração.pdfssuserb705471
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosRodrigo Biondi
 

Semelhante a Hipertensão arterial sistêmica: classificação, fatores de risco e tratamento (20)

Nash 2013 liliana
Nash 2013 lilianaNash 2013 liliana
Nash 2013 liliana
 
Hipertensão Arterial Sistêmica
Hipertensão Arterial SistêmicaHipertensão Arterial Sistêmica
Hipertensão Arterial Sistêmica
 
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICATratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
Tratamento da HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA
 
Enfcardio02
Enfcardio02Enfcardio02
Enfcardio02
 
Aula antihipertensivos
Aula  antihipertensivosAula  antihipertensivos
Aula antihipertensivos
 
hipertensao
hipertensaohipertensao
hipertensao
 
Protocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Protocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppProtocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Protocolo manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
 
Crise Hipertensiva
Crise HipertensivaCrise Hipertensiva
Crise Hipertensiva
 
Aula sobre Hipertensão arterial sistêmica
Aula sobre Hipertensão arterial sistêmicaAula sobre Hipertensão arterial sistêmica
Aula sobre Hipertensão arterial sistêmica
 
SINDROME CORONARIANA AGUDA atualizada
SINDROME CORONARIANA AGUDA atualizadaSINDROME CORONARIANA AGUDA atualizada
SINDROME CORONARIANA AGUDA atualizada
 
Pressão Arterial Alta - Professor Robson
Pressão Arterial Alta - Professor RobsonPressão Arterial Alta - Professor Robson
Pressão Arterial Alta - Professor Robson
 
Hipertensão Arterial Sistêmica Secundária
Hipertensão Arterial Sistêmica SecundáriaHipertensão Arterial Sistêmica Secundária
Hipertensão Arterial Sistêmica Secundária
 
AVC Isquemico
AVC IsquemicoAVC Isquemico
AVC Isquemico
 
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppManejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
 
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação ppManejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
Manejo dos quadros hipertensivos na gestação pp
 
Diabetes tipo 2 e coração.pdf
Diabetes tipo 2 e coração.pdfDiabetes tipo 2 e coração.pdf
Diabetes tipo 2 e coração.pdf
 
Condutas em AVE
Condutas em AVECondutas em AVE
Condutas em AVE
 
Farmacos anti hipertensivos
Farmacos anti hipertensivosFarmacos anti hipertensivos
Farmacos anti hipertensivos
 
Farmacologia dos anti-hipertensivos
Farmacologia dos anti-hipertensivosFarmacologia dos anti-hipertensivos
Farmacologia dos anti-hipertensivos
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
 

Hipertensão arterial sistêmica: classificação, fatores de risco e tratamento

  • 1. FLÁVIA ANDRADE NATÃ AMORIM STELA MELO HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - HAS
  • 2.  "Hipertensão arterial é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg”  Secundária em 3-5%  O tratamento da causa pode curar ou melhorar o controle da PA
  • 4. MEDIDA NO CONSULTÓRIO  PA ≤ 120/80 mmHg: a cada 2 anos  PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg: anual  Calibração anualmente  Manguito de acordo com a circunferência do braço
  • 5.
  • 6.
  • 7.  Centralizar sobre a artéria braquial  Estimar PAS pelo pulso radial  Ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado  Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar o estetoscópio  Desinsuflar  PAS: primeiro som (fase I de Korotkoff)  PAD: desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)  Auscultar 20 a 30 mmHg para confirmar  Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto.  NÃO arredondar
  • 8.  Valores de referência para a definição de HA pelas medidas de consultório, MAPA e MRPA
  • 9. Medição Residencial da PA (MRPA)  três medições pela manhã, antes do desjejum e da tomada da medicação, e três à noite, antes do jantar, durante cinco dias  duas medições em cada uma dessas duas sessões, durante sete dias  valores anormais ≥ 135/85 mmHg
  • 10. Monitorização Ambulatorial da PA (MAPA)  registro 24 horas ou mais  medições durante o sono  valores anormais as médias de PA de 24 horas ≥ 130/80 mmHg, vigília ≥ 135/85 mmHg e sono ≥ 120/70 mmHg
  • 11. CLASSIFICAÇÃO Efeito do avental branco  diferença igual ou superior a 20 mmHg na PAS e/ou 10 mmHg na PAD entre consultório e fora dele  não muda o diagnóstico!  pode alterar o estágio ou atrapalhar adequação terapêutica Hipertensão do avental branco  valores anormais no consultório, porém valores normais pela fora Hipertensão mascarada  valores normais no consultório, porém PA elevada pela MAPA ou MRPA
  • 13.
  • 14. FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA AVALIAÇÃO DO RISCO ADICIONAL NO HIPERTENSO  sexo masculino  idade •homens ≥ 55 anos ou mulheres ≥ 65 anos  história de DCV prematura em parentes de 1º grau  tabagismo  dislipidemia •colesterol total > 190 mg/dl e/ou •LDL-colesterol > 115 mg/dl e/ou •HDL-colesterol < 40 mg/dl nos homens ou < 46 mg/dl nas mulheres e/ou •triglicerídeos > 150 mg/dl
  • 15. FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA AVALIAÇÃO  resistência à insulina  glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg/dl  teste oral de tolerância à glicose: 140-199 mg/dl em 2 horas  hemoglobina glicada: 5,7 –6,4%  obesidade  IMC ≥ 30 kg/m2  CA ≥ 102 cm nos homens ou ≥ 88 cm nas mulheres
  • 16. LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO  Hipertrofia ventricular esquerda  Espessamento Médio Intimal da carótida > 0,9 mm ou placa carotídea  Velocidade de onda de pulso carótido-femoral > 10 m/s  ITB < 0,9  Doença renal crônica estágio 3 (RFG-e 30-60 mL/min/1,73m2)  Albuminúria e  Entre 30 e 300 mg/24h ou relação albumina-creatinina urinária 30 a 300 mg/g
  • 17. DOENÇA CV E RENAL ESTABELECIDA Doença cerebrovascular  AVE isquêmico  hemorragia cerebral  ataque isquêmico transitório Doença da artéria coronária  angina estável ou instável  infarto do miocárdio  revascularização do miocárdio: percutânea (angioplastia) ou cirúrgica  insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida ou preservada Doença arterial periférica sintomática dos membros inferiores Doença renal crônica estágio 4 (RFG-e < 30 ml/min/1,73m2) ou albuminúria> 300 mg/24h Retinopatia avançada: hemorragias, exsudatos, papiledema
  • 18. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NO PACIENTE HIPERTENSO
  • 19. EXAMES  Eletrocardiograma  Ecocardiograma  USG carótidas  Creatinina (clearance) e ureia  Albumina urinária  Perfil lipídico  Glicemia de jejum e hemoglobina glicada  Proteína C reativa  Escore de cálcio coronariano
  • 20. PLANO TERAPÊUTICO METAS & DECISÕES TERAPÊUTICAS  Após estratificar o risco, definir  ੦metas pressóricas  ੦MEV isolada? Por quanto tempo?  ੦MEV + medicamentos (imediato)?  ੦quais medicamentos? Isolados? Associação?
  • 22. NOVA DIRETRIZ 2017 AHA  META pressórica <130x80mmHg  Pacientes alto risco <120x80mmHg  Decisão de tratamento medicamentoso
  • 24. PLANO TERAPÊUTICO  HAS estágio 1 (PAS = 140-159, PAD = 90-99) ੦HAS estágio 1 + risco CV baixo = MEV isolado 6m ੦HAS estágio 1 + risco CV moderado = MEV isolado 3m ੦HAS estágio 1 + risco CV alto = MEV + medicamentos  DECISÕES TERAPÊUTICAS –HAS estágios 2 e 3  (PA ≥160x100mmHg)  MEV + medicamentos (imediato)
  • 26. Redução de 5 a 6mmHg *redução risco relativo 40% AVE *redução risco relativo 25% DAC
  • 27. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO  CONTROLE DE PESO Manter IMC entre 19 e 24,9kg/m² circunferência abdominal homens <102cm circunferência abdominal mulheres <88cm  ALIMENTAÇÃO Dieta rica em frutas, vegetais, baixas calorias e baixo teor de gorduras saturadas DASH (Dietary Approchesto Stop Hypertension) PAS em 11,4mmHg PAD em 5,5mmHg  ATIVIDADE FÍSICA Atividade física moderada intensidade caminhar conversando faixa ideal para prevenção e tratamento da HAS  REDUÇÃO DO SÓDIO: Reduzir ingestão Sódio 6g sal/dia 4g sal + 2g de sal dos ppios alimentos. OBS: treinamento não deve ser feito se PAS >160 e/ou PAD >105mmHg
  • 28. COMO RECOMENDAR UMA DIETA AO ESTILO DASH  Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequenas quantidades  Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média)  Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia  Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral  Comer oleaginosos (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a 1/3 de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas)  Reduzir a adição de gorduras. Utilizar margarina light e óleos vegetais insaturados (como azeite, soja, milho, canola).  Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados  Diminuir ou evitar o consumo de doces e bebidas com açúcar
  • 29. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO  PLANO TERAPÊUTICO  DECISÕES TERAPÊUTICAS –HAS estágio 1 HAS estágio 1 + risco CV baixo = MEV isolado 6m HAS estágio 1 + risco CV moderado = MEV isolado 3m HAS estágio 1 + risco CV alto = MEV + medicamentos  DECISÕES TERAPÊUTICAS –HAS estágios 2 e 3 (PA ≥160x100mmHg) MEV + medicamentos (imediato)
  • 30. CLASSES DE ANTI-HIPERTENSIVOS DISPONÍVEIS PARA USO CLÍNICO  Diuréticos  Inibidores adrenérgicos  Ação central –agonistas alfa-2 centrais  Betabloqueadores –bloqueadores beta-adrenérgicos  Alfabloqueadores–bloqueadores alfa-1-adrenérgicos  Vasodilatadores direitos  Bloqueadores dos canais de cálcio  Inibidores da enzima conversora da angiotensina  Bloqueadores do receptor AT, da angiotensina II
  • 31.
  • 32. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO  DIURÉTICOS Diuréticos tiazídicos Hidroclorotiazida, clortalidonae indapamida *possuem poder diurético fraco e poder anti-hipertensivo forte *a ação diurética se perde com o tempo, e o efeito anti-hipertensivo ocorre pela diminuição da resistência vascular periférica  Hidroclorotiazida  ANVISA final 2018 alerta para risco de CA de pele não melanoma
  • 33. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO  DIURÉTICOS  Diuréticos tiazídicos  classe de 1ª escolha  monoterapia ou associação  indicação: idosos; indivíduos da raça negra (podem ser benéficos em pacientes com osteoporose, pois inibem a excreção tubular de cálcio)  EC: aumento ác. úrico
  • 34. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO  DIURÉTICOS  Diuréticos de alça  Furosemida  possuem poder diurético forte e poder anti-hipertensivo fraco  indicações: HAS e IC; HAS causa renal  EC: diminuição K+  BETABLOQUEADORES  Classe de 1ª escolha (até o 8 JNC)  monoterapia ou associação  indicação: jovens; pct com ICO; IC  EC: BAVs, asma, DPOC, máscara hipoglicemia e retarda gliconeogênese
  • 35.  BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO  Não di-hidropiridínicos  Diltiazeme verapamil  Di-hidropiridínicos  Anlodipinoe nifedipino  classe de 1ª escolha  monoterapia ou associação  indicação: raça negra, idosos, pacientes com ICO  EC: BAVs, piora função ventricular (verapamil)
  • 36.  INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA)  Captopril, enalapril, lisinoprile ramipril  classe de 1ª escolha  monoterapia ou associação  indicação: jovens, raça branca, pacientes com DM e pacientes com IC  EC: aumento k+, tosse e angioedema  Indicação forte para pacientes com Diabetes Melitus  Diminui a progressão da nefropatia diabética
  • 37.
  • 38.  BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II (BRA)  Valsartana, losartana, candesartana, irbesartanae telmisartana  classe de 1ª escolha  monoterapia ou associação  indicação: jovens, raça branca, pacientes com DM e PC com IC  EC: ↑ k+  VASODILATADORES DIRETOS  Hidralazinae minoxidil  NÃOsão classe de 1ª escolha  associação  indicação: HAS de difícil controle na associação, pacientes com IC e contraindicação ao IECA  EC: taquicardia reflexa, na suspensão hipertensão rebote
  • 39.  ALFABLOQUEADORES  Prazosina  NÃO são classe de 1ª escolha  associação  indicação: pode ser lembrado em PC com HBP  EC: edema periférico, dispneia e náuseas  AGENTES CENTRAIS (INIBIDORES ADRENÉRGICOS)  Clonidina, metildopa e reserpina  NÃO são classe de 1ª escolha  associação  indicação: HAS de difícil controle na associação e pacientes com IRC; alfametildopa1ª escolha em gestantes  EC: impotência sexual, anemia hemolítica, há risco de HAS de rebote quando suspenso; lesão hepática
  • 40. HAS RESISTENTE AO TRATAMENTO  Definição  ”Paciente com pressão arterial que permanece acima da meta, apesar do uso simultâneo de 3 agentes anti-hipertensivos de classes diferentes, em doses otimizadas, sendo 1 diurético.”  CONDUTA: espironolactona  Definição parte 2  ”HAS controlada somente com uso de 4 ou + medicações.”  OBS 1: a clortalidonaapresenta superioridade a hidroclorotiazida  OBS 2: se os níveis de K não permitirem entrar com espironolactona, está indicada amiloridaou clonidina
  • 41.
  • 42. OBRIGADA PELA SUA ATENÇÃO!