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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
O Fracasso Escolar
Análise dos factores do Fracasso Escolar dos alunos da 10ª classe da Escola
Secundária Francisco Manyanga em 2015 na Cidade de Maputo
The School Failure
Analysis of School Failure factors of students in 10th grade Secondary School
Francisco Manyanga in 2015 in Maputo City
Hélio Amaro Fábio1
Geográfo e Técnico de GIS
amaro.mocuba@gmail.com (258) 826525112/841456962
Resumo
Este artigo surge no contexto de entender as taxas de reprovações resgistadas em 2015 e pela necessidade de
descrever, na sua generalidade os factores do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária
Francisco Manyanga e com objectivo de compreender as reais causas do fracasso escolar desses alunos. Este
estudo apresenta uma abordagem metodológica mista, de caso do tipo exploratório com princípios
quantitativos e qualitativos. Para a concretização deste estudo aplicaram-se instrumentos de recolha de dados,
tais como: análise documental, inquérito por questionário misto e inquérito por entrevista com uma amostra
de 50 alunos e 5 professores através da técnica de entrevista semi-estruturada. Nos resultados obtidos,
verificou-se a existência de uma discordância entre as respostas dos alunos inquiridos e as respostas dos
professores entrevistados, na medida em que 60% dos alunos indicaram, não entender a matéria e não saber
estudar, como principais motivos do seu fracasso escolar, enquanto, 68% dos entrevistados mencionaram o
desinteresse como a principal causa. Contudo concluiu-se que a não existência de colaboração entre os
alunos, pais/encarregados de educação e a escola são as razões centrais do fracasso escolar, por isso é
necessário a articulação e o desenvolvimento de esforços conjuntos no processo de ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: Fracasso escolar; factores do fracasso; desempenho escolar.
Abstract
This article appears in the context of understanding the reproofs reproaches rates register in 2015 and the
need to describe in general the factors of school failure of students in 10th grade Secondary School
Francisco Manyanga and aim to understand the real causes of school failure of these students. This study
presents a mixed methodological approach, in case of exploratory with qualitative and quantitative
principles. To achieve this study applied to data collection tools, such as document analysis, survey mixed
questionnaire and interview survey with a sample of 50 students and 5 teachers through semi-structured
interview technique. The results, it was found that there is a discrepancy between the responses of the
surveyed students and the answers of the interviewed teachers, in that 60% of students indicated, do not
understand the matter and not knowing to study, as the main reasons for its failure school, while 68% of
respondents mentioned the lack of interest as the main cause. However it was concluded that the lack of
collaboration between students, parents / guardians and the school are the central reasons for the school
failure, so the articulation and development of joint efforts in the process of teaching and learning is
required.
Keywords: School failure; factors of failure; school performance.
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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
1. Introdução
Os pais/encarregados de educação, os alunos e os professores, nas significações que atribuem
a princípios educativos e às normas gerais que enquadram a sua aplicação, nunca manifestam
juízos inteiramente consensuias para o desempenho escolar dos alunos. As reprovações
constituem não só um grande desperdício de recursos, quer materiais, financeiros ou
psíquicos, também contribuem para o aumento do desemprego, dos conflitos e exclusões
sociais, e a sua redução continua a ser um dos grandes desafios e constitui uma das prioridades
do Ministério da Educação (MEC Moçambique, 2009 & Ministério da Educação [MINED] –
Moçambique, 2014).
O problema definido para esta investigação é: Que factores estão na origem do fracasso
escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga? Para tal problema
defiiram-se objectos de estudo que forão os professores e os alunos repetentes da 10ª classe.
De modo a responder o problema acima proposto, foi necessário traçar o objectivo geral que é
de compreender as reais causas do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola
Secundária Francisco Manyanga, e subsequentemente os específicos que são: Identificar as
causas do fracasso escolar dos alunos; caracterizar o fracasso escolar e analisar as percepções
dos professores e alunos sobre as causas do fracasso escolar.
Este trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos principais: i) Introdução, onde é feita
uma abordagem inicial do tema, apresenta a sua pertinência, o objecto de estudo e os objetivos
do artigo; ii) Revisão da literatura, na qual se apresenta o conceito do fracasso escolar e as
ideias dos autores sobre o tema em análie tanto quanto as soluções; iii) Metodologia, onde se
caracteriza a amostra e os instrumentos utilizados na recolha e tratamento dos dados; iv)
Apresentação e Discussão dos Resultados, na qual verificam-se os dados obtidos e tenta-lôs
explicar com recurso às referências bibliográficas consultadas, e; v) Conclusões e
recomendações/sugestões, onde é feito um balanço final dos resultados encontrados e medidas
posteriores.
Esta investigação não pretende, nem poderia fazê-lo esgotar as possibilidades de análise das
informações consideradas, e nem validar ou se filiar a nenhuma corrente teórica que trata do
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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
tema. A ideia central é lançar luz sobre uma discussão que ainda pode ser melhor desenvolvida
e adensada.
2. Revisão da Literatura/ Quadro teórico
Os conceitos de sucesso e fracasso são complexos e o significado que lhes é atribuído é
diverso, dependendo dos intervenientes educativos. Tavares & Santiago (2001) referem que o
sucesso é concebido como a razão entre o que se pretende conseguir (objectivos) e o que
efectivamente se conseguiu (os resultados).
O dicionário universal da língua portuguesa (1997) define o insucesso como falta de bom êxito
ou mau resultado ou falta de eficácia ou fracasso ao longo de uma determinada tarefa. No
campo educacional, o termo insucesso ou fracasso escolar é utilizado no âmbito do sistema do
ensino aprendizagem, geralmente, para caracterizar o fraco rendimento escolar dos alunos que,
por razões de várias ordens, não puderem, alcançar resultados satisfatórios no decorrer ou no
final de um determinado período escolar e, por conseguinte, reprovarem1
.
Porot apud Oliveira (1996; P:208) insiste na importância decisiva da família e mais da mãe no
desenvolvimento global da criança, com consequências a nível escolar. Quer a escola, quer a
família podem ser vistas no seu funcionamento interno ou “ab intra”2
, mas também com os
variáveis dependentes da macro sociedade.
No que diz respeito aos professores, se os seus métodos de ensino, os seus recursos didáticos,
as suas técnicas de comunicação forem inadequados às caraterísticas da turma ou de cada
aluno, o sucesso deste estará em causa.
________________________________
1
(http:Www.Stome, Net/Educa/Carate htm)
2
Ab intra – expressão latina que significa estar dentro ou dentro de. Frase retirada do livro psicologia da educação
de Oliveira J. Oliveira (1996), capítulo V Página 214.
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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
Segundo (Lages 2001 apud Macamo, 2015) as famílias podem favorecer ou dificultar a
adaptação dos filhos na escola, bem como, influenciar a aprendizagem deles e,
consequentemente, os seus resultados escolares. Mas os pais informados, que fazem
acompanhamento de seus filhos no desempenho escolar, podem influênciar os aspectos
culturais e familiares no aproveitamento e sucesso escolar com eficácia, independentemente da
sua condição socioeconómica.
Como refere Arroteia (1991) “o meio familiar constitui, apesar de tudo, mais um dos
elementos a ter em conta no rendimento escolar dos indivíduos. E, neste, aflui de forma
decisiva a forma da linguagem”. Como se pode perceber, a família é o alicerce fundamental
para a constituição das sociedades, por ser o marco da cultura de um povo, pelo qual são
exibidas todas manifestações que norteiam a convivência não somente na sociedade no geral
como na escola em particular.
Segundo Bernardes (2004 apud Macamo, 2015) apesar da interação entre a escola e a família
ser importante no processo educativo, muitas vezes, e em muitas situações, a escola e a família
continuam a caminhar cada uma para seu lado. Se a escola e as famílias caminharem para o
mesmo horizonte, que é o sucesso do aluno, logicamente serão obtidos resultados satisfatórios.
A valorização da escola, da educação e dos professores passa pela aproximação da escola às
famílias e às comunidades” (Marques, 1994, p. 18). Uma escola em que a colaboração com as
famílias e comunidades em geral se revela deficitária, não existe correspondência biunívoca
entre as partes e os objectivos dos alunos e os resultados obtidos serão divergentes.
Ainda para (Bernardes 2004, apud Macamo, 2015) a escola beneficiará se encarar os pais
como verdadeiros parceiros educativos. Mas para isso é, “necessário que a acção da escola
seja não só desenvolvida, enriquecida, multiplicada, mais ainda transcendida pela extensão
da função educativa às dimensões de toda a sociedade” (Fraure, 1981, p. 247).
3. Metodologia
Esta abordagem procura entender a estratégia metodológica utilizada, os instrumentos de
recolha de dados, o universo e a sua amostra, tanto como as técnicas de análise de dados.
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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
Contudo tratou-se de uma investigação explicativa, porquanto, procurou explicar as causas do
fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga.
Neste estudo foi utilizado o método hipotético-dedutivo, sobre o qual, Quivy e Campenhoudt
(2008, p. 144) disseram que, “gera, através de um trabalho lógico, hipóteses, conceitos e
indicadores para os quais se terão de procurar correspondentes no real.” Assim, já que cada
uma das formas quer qualitativa ou quantitativa tem seus pontos fracos e fortes, a combinação
das duas formas foi muito útil na medida em que permitiu uma tese mais precisa e
aprofundada, e um estudo mais completo (Reis, 2010).
A escola e o nível em análise funcionou no ano de 2015 com um total de 798 alunos da 10ª
classe e 18 professores, estando distribuídos em 14 turmas. Dos 798 alunos, foram inquiridos
50 alunos repetentes do curso diurno dispersos em 5 turmas, enquanto dos 18 professores,
foram entrevistados 5 professores do curso diurno, onde dentre estes 2 não tem formação
psicopedagógica.
A amostragem para professores foi aleatória ou probabilística, e para os alunos foi o método
por clusters ou por conglomerados, que “é especialmente útil quando o universo estatístico é
formado por populações de grande dimensão e dispersas por vastas áreas” (Sousa & Baptista,
2011, p. 76 apud Rêgo, 2015).
Nesta pesquisa aplicaram-se as técnicas de entrevistas semi-estruturada através de um guião de
perguntas que tiveram uma duração média de 8 minutos e dependeram da disponibilidade de
cada participante, essas entrevistas foram individuais e presenciais. Este tipo de técnica
depende da existência de um guião com um conjunto de perguntas abertas e fechadas, tendo
características próximas de uma conversa do dia-a-dia, mas que se distingue pelo seu carácter
profissional e pela flexibilidade do guião de entrevista que agrupa as questões básicas do
investigador (Sousa & Baptista, 2011 apud Rêgo, 2015).
Para tal foram utilizados formulários de entrevista com 4 perguntas relacionadas com a
investigação e 4 relacionadas com informações pessoais.
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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
A ficha do questionário cuja finalidade era de aprofundar as opiniões dos alunos sobre os
motivos que os levaram a reprovar e entender os resultados que teriam se tivessem a
colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola. Este questionário estava dividido
em 7 perguntas relacionadas com a investigação e 2 relacionadas com informações pessoais.
O questionário misto é um instrumento com vantagens de padronização, autonomia e rapidez
na recolha de informação, que apresenta questões de resposta aberta e fechada (Sousa &
Baptista, 2011 apud Rêgo, 2015).
Para analisar os dados recolhidos utilizou-se análise estatística, que permitiu determinar as
percentagens das opções de resposta em cada item e calcular a moda das variáveis qualitativas
a partir das técnicas estatísticas de análise multivariada e de gráficos dos resultados (Sousa &
Baptista, 2011, p. 114 apud Rêgo, 2015)
De salientar que foi recorrido a aplicação de Microsoft Excel-2013 tanto para o cálculo
percentual dos dados, da moda das variáveis, como para a construção de gráficos de barras, o
recurso ao gráfico de barras deveu-se a suas vantagens, pois, são propícios para as variáveis
qualitativas, fáceis de construir e de lêr (Gilani, 1999).
4. Resultados e discussão
Neste item os dados estão representados em gráficos para facilitar a compreensão e a sua
posterior discussão dos resultados de modo a articular os resultados obtidos com os
fundamentos teóricos à luz do problema e dos objectivos.
4.1. Aproveitamento pedagógico dos alunos
O (Gráfico 1) é notório que no ano de 2013 verificou-se uma taxa de reprovações de 311
alunos e 558 aprovados, em 2014 os alunos reprovados subiu para 544 e os aprovados desceu
para 254 enquanto em 2015 o índice de reprovação dos alunos contínuou subindo para 595 e
as aprovações descendo para 203. Segundo Marques (1994, p. 18) afirma que a não existência
de colaboração biunívoca entre as partes e os objectivos dos alunos e os resultados obtidos
serão divergentes.
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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
Gráfico 1: Aproveitamento pedagógico dos alunos
Fonte: Direcção da Escola Secundária Francisco Manyanga, 2016.
4.2. Estado do aluno após ter reprovado
Dos 50 alunos inquiridos, 5% diz que não fazer diferença a reprovação, 3% disseram que se
sentem alegres quando reprovam numa disciplina escolar, 73% admitiram que após reprovar
se sentem infelizes, enquanto, 19% afirmaram que se sentem frustrados quando reprovam
numa disciplina escolar. Como ilustra o (gráfico 2 abaixo indicado), os alunos não se sentem
bem após a reprovação, na medida em que 92% deles se sentem infelizes e frustrados.
De acordo com Abreu (2013), no sentido de evitarem frustrações e depressões causadas pelo
fracasso escolar que adquirem, alguns alunos adoptam estratégias de realização de actividades
nas quais obtem sucesso e que lhes proporciona prazer, tais como o desporto e a música,
assim, pode ser o mesmo caso para o aluno 5% que dizem não fazer diferença após reprovar e
para os alunos 3% que disseram que se sentem alegres quando reprovam numa disciplina
escolar.
81
Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
Gráfico 2: Estado do aluno após ter reprovado
4.3. Responsavél pela reprovação
O (gráfico 3) que se segue, 24% dos alunos inquiridos afirmaram que a culpa pela reprovação
é de todos eles, 7% lançaram a culpa para as suas famílias, 9% imputaram a escola pelas
reprovações e 60% dos alunos inquiridos culparam-se pela sua reprovação, o que por sua vez
indica que os alunos culpam-se pela sua reprovação, tal facto também foi observado por Abreu
(2013) quando referiu que o primeiro a se culpar é o próprio aluno, depois quem os culpam
são os professores e por último são os seus pais/encarregados de educação.
Gráfico 3: Responsavél pela reprovação
24%
9%
7%
60%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Todos
Escola
Família
Aluno
91
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4.4. Causas da reprovação citados pelos alunos
Essa análise foi fundamental na medida em que permitiu identificar de forma directa as causas
reais do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga.
O (gráfico 4) verifica-se que dos alunos inquiridos, 60% declararam que reprovaram por ‘Não
entender a matéria e não saber estudar’, são alunos que têm respectivamente Dificuldades de
Aprendizagem e falta de acompanhamento familiar (Correia, 2004), 4% referiram ter
reprovado devido ao ‘Elevado número de exames’, 3% indicaram que ‘os capítulos da matriz
para preparação dos exames não estava de encontro com as questões do exame’, 5%
indicaram a ‘mudança do regulamento’, 17% disseram que reprovaram por falta de
acompanhamento familiar’, enquanto 11% mencionaram ter reprovado por falta de ‘dedicação
individual’.
Gráfico 4: Causas da reprovação citados pelos alunos
4.5. Consequências do fracasso escolar
As consequências do fracasso escolar são demasiados drásticos para que possamos cruzar os
braços e deixar que os problemas continuem a multiplicar dizendo que é um problema
económico que existe mesmo nos países mais desenvolvidos do que o nosso. O fracasso
escolar traz consigo a infelicidade do aluno, a falta de confiança em si próprio no presente e
101
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com graves reflexos futuros, a falta de amor pelos livros, o refugio as drogas, a delinquência,
etc.
4.6. Opinião dos alunos se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de educação e a
escola
O (Gráfico 5) indica que 88% dos alunos inquiridos, opinarão que se tivessem a colaboração
dos pais/encarregados de educação e a escola teriam obtido bons resultados, enquanto 12%
citaram que mesmo se tivessem a colaboração teriam maus resultados. Kaztman e Rodriguez
(s/d) apontam que não há dúvidas de que a força dos vínculos entre os pais e entre estes e os
filhos potencializa a capacidade de transmissão do capital humano e social.
Gráfico 5: Opinião dos alunos se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de
educação e a escola
4.7. Opinião dos professores sobre a responsabilidade da reprovação dos alunos
Nessa análise foi possível entender a opinião dos professores entrevistados sobre a
responsabilidade pela reprovação dos seus alunos.
O (gráfico 6) mostra que, 63% dos professores entrevistados referiram a Escola como sendo a
culpada pela reprovação dos seus alunos, tal como Bock et al. (2001), esses professores
111
Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
reconhecem o papel da própria Escola na garantia do sucesso escolar para todos os seus
alunos, 5% mencionaram a família como sendo o culpado pela sua reprovação, 1% admitiram
que todos têm culpa pela reprovação dos alunos, enquanto 31% indicaram os alunos como os
responsaveis pela reprovação.
Gráfico 6: Opinião dos professores sobre a responsabilidade da reprovação dos alunos
4.8. O desinteresse do aluno como principal motivo da sua reprovação
Esse ponto ilustrado no (Gráfico 7 abaixo) foi analisado na perspectiva de entender a opinião
dos professores sobre as reais causas do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola
Secundária Francisco Manyanga. Dos 5 professores entrevistados, 68% indicaram o
desinteresse como sendo o principal motivo da reprovação dos seus alunos, 5% diz não ter
reprovado por falta de desinteresse, enquanto 27% dos entrevistados referenciados outros
motivos.
121
Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
Gráfico 7: Desinteresse do aluno como principal motivo da sua reprovação
4.9. Opinião dos professores sobre o resultado da colaboração dos pais/encarregados de
educação e a escola
O (Gráfico 8) mostra que 97% dos professores opinarão que se os alunos tivessem a
colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola teriam obtido bons resultados
enquanto 3% citaram que mesmo se tivessem a colaboração teriam maus resultados.
Gráfico 8: Opinião dos professores sobre o resultado da colaboração dos
pais/encarregados de educação e a escola
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5. Conclusões
Concluiu-se que 80% dos estudantes repetentes da 10ª classe reprovaram as duas secções, nas
disciplinas de Matemática, Física e Química (Ciências) História e Português (Letras), tendo
como consequência o total estado de infelicidade, embora na sua maioria já tenha uma
previsão do resultado devido a falta de empenho individual. Porém a falta de dedicação por
parte dos alunos, o regulamento introduzido pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento
Humano (MINEDH) no ano tranzato, não entender a matéria e não saber estudar, desinteresse
e a falta de acompanhamento escolar e familiar são as principais causas que ocasionaram as
reprovações dos alunos.
Os alunos assumem que se tivessem o devido acompanhamento quer por parte da escola assim
como por parte dos seus pais/encarregados de educação teriam obtido bom desempenho
escolar, remetendo-nos em uma situação de coordenação entre a Comunidade-Escola e ou
vice-versa. Por outro lado, os alunos contestam o critério usado na introdução do regulamento,
sendo a revisão do mesmo, uma das medidas a serem tomadas para a redução das reprovações
ou por outra criarem-se meios de fortificação dos laços entre os pais/encarregados de
educação, o aluno e a escola, de modo que o aluno seja o centro das atenções.
Durante a recolha dos dados verificou-se que a escola deu um tratamento diferencial aos
alunos, sendo que os repetentes estão colocados nas mesmas turmas, ou seja, há turmas
específicas de repetentes. Essa forma de tratamento não é visto de bom agrado por parte dos
alunos, porque segundo os inquiridos é uma forma de isolamento e conotação.
Há que referir que no período do ensino e aprendizagem, existem professores que dão
tratamento preferencial aos alunos que mais rápido assimilam a matéria em detrimento dos
que não assimilam a materia rapidamente, fazendo com que a interação das aulas seja um
dialógo de apenas duas pessoas. Esse factor deve-se a falta de formação psicopedagógica por
parte dos professores.
Por fim a participação da família na escola tende a tornar o ambiente escolar menos hostil,
mais receptivo e mais propício ao desenvolvimento de práticas que facilitem e estimulem o
aprendizado dos alunos.
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Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
Recomendações/sugestões
O conselho pedagógico da escola deve criar e discutir as metodologias e as estratégias
para o combate ao fracasso escolar;
Os pais/encarregados de educação devem ajudar aos filhos com os deveres de casa, é
um bom exemplo de que quanto mais tempo os pais poderem dedicar aos filhos, mais
probabilidades tem de obterem bom desempenho escolar;
A Escola devia/deve ser rigorosa no processo de motivação, esclarecimento e
aconselhamento dos pais/encarregados de educação e aos alunos e da garantia de uma
maior integração e participação destes na vida da escola;
Os pais/encarregados de educação deviam ter o hábito de ter livros em casa, assim
como seu consumo desde a primeira infância determinam condições de aprendizagem
e de comportamentos em relação à escola e aos estudos;
Devia adoptar-se o modelo da classe cooperativa de Freinet, o método da
aprendizagem por descoberta guiada e o professor devia também ensinar os seus
alunos a estudar a matéria da sua disciplina.
Referências bibliográficas
ABREU, Marlene Aparecida Viana. (2013). Analisando as razões do fracasso escolar no
ensino fundamental.
ARROTEIA, J. (1991). Análise Social da Educação. Leiria: Roble Edições.
BOCK, A.M.B., FURTADO, O.,& TEIXEIRA, M. L. T. (2001). Psicologias uma introdução
ao estudo de psicologia. (13ª ed.). São Paulo: Editora Saraiva.BRITO, D.R. (s/d).
Distúrbios,transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem.
CORREIA, L. M. (2004). Problematização das dificuldades de aprendizagem nas necessidades
educativas especiais. Análise Psicológica (2004), 2 (XXII): 369-376.
151
Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane
DICIONÁRIO Universal da Língua Portuguesa (1997), Lisboa, Portugal
FRAURE, Edgar (1981). Aprender a ser. Lisboa: Livraria Bertrand.
GILANI, Natasha. (1999). As vantagens de um gráfico de barras. Brasil. Recuperado a 24 de
Outubro, 2014, de: http://www.ehow.com.br/vantagens-grafico-barras lista_68384/&sa=U&ei
KAZTMAN, Ruben; RODRIGUEZ, Federico. “Las formas de constituición de las familias
pobres urbanas em Uruguay: consecuencias sobre el rendimiento educativo de los ninõs”.In:
Revista Prisma ,s/d.
MACAMO, Ernesto Mário (2015). Insucesso Escolar em Moçambique. Estudo de caso na
Escola Secundária Graça Machel. Lisboa. Dissertação apresentada para a obtenção de Grau de
Mestre em Administração e Gestão Educacional.
MARQUES, R. (1994). Colaboração Escola - Famílias: um conceito para melhorar a
Educação. Revista ESES, n.º 5, 4-11. Mendonça, A. (2007). Era uma vez… a reforma
educativa dos adultos. Conferência apresentada no III Colóquio DCE-UMa, subordinado ao
tema Educação em Tempo de Mudança. Funchal, Madeira: Tecnopólo.
MINED (2014). Guião do professor 2014. Moçambique: Maputo.
NETO (http://WWW.Stome.net/educa/tese/neto), 4 horas de 15/3/06 Rádio Educativa.
OLIVEIRA, Oliveira J (1996). Psicologia da educação. capítulo V Página 214.
QUIVY, R. & CAMPENHOUDT, L.V. (2008). Manual de investigação em ciências sociais.
(5ª ed.). Lisboa: Gradiva.
RÊGO, Amâncio Maurício Xavier. (2015). Análise dos factores do insucesso escolar dos
alunos do 2° ciclo na escola secundária da vila nova na cidade de chimoio. Chimoio. Tese
apresentado para o obtenção do grau de Mestre em Gestão e Administração Educacional.
REIS, F.L. (2010). Como elaborar uma dissertação de mestrado. Lisboa: Lidel.
TAVARES, J. & Santiago, R. (2001). Ensino Superior – (In)Sucesso Académico. Porto: Porto
Editora.
NOTA:
Artigo recebido em Agosto de 2016 e Aceito para apresentação nas
Vª Jornadas de Educação do Ministério da Educação e
Desenvolvimento Humano (MINEDH) e o Instituto Nacional do
Desenvolvimento da Educação (INDE) nos dias 21 à 23 de Setembro
de 2016. Maputo – Moçambique.

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  • 1. 11 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane O Fracasso Escolar Análise dos factores do Fracasso Escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga em 2015 na Cidade de Maputo The School Failure Analysis of School Failure factors of students in 10th grade Secondary School Francisco Manyanga in 2015 in Maputo City Hélio Amaro Fábio1 Geográfo e Técnico de GIS amaro.mocuba@gmail.com (258) 826525112/841456962 Resumo Este artigo surge no contexto de entender as taxas de reprovações resgistadas em 2015 e pela necessidade de descrever, na sua generalidade os factores do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga e com objectivo de compreender as reais causas do fracasso escolar desses alunos. Este estudo apresenta uma abordagem metodológica mista, de caso do tipo exploratório com princípios quantitativos e qualitativos. Para a concretização deste estudo aplicaram-se instrumentos de recolha de dados, tais como: análise documental, inquérito por questionário misto e inquérito por entrevista com uma amostra de 50 alunos e 5 professores através da técnica de entrevista semi-estruturada. Nos resultados obtidos, verificou-se a existência de uma discordância entre as respostas dos alunos inquiridos e as respostas dos professores entrevistados, na medida em que 60% dos alunos indicaram, não entender a matéria e não saber estudar, como principais motivos do seu fracasso escolar, enquanto, 68% dos entrevistados mencionaram o desinteresse como a principal causa. Contudo concluiu-se que a não existência de colaboração entre os alunos, pais/encarregados de educação e a escola são as razões centrais do fracasso escolar, por isso é necessário a articulação e o desenvolvimento de esforços conjuntos no processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Fracasso escolar; factores do fracasso; desempenho escolar. Abstract This article appears in the context of understanding the reproofs reproaches rates register in 2015 and the need to describe in general the factors of school failure of students in 10th grade Secondary School Francisco Manyanga and aim to understand the real causes of school failure of these students. This study presents a mixed methodological approach, in case of exploratory with qualitative and quantitative principles. To achieve this study applied to data collection tools, such as document analysis, survey mixed questionnaire and interview survey with a sample of 50 students and 5 teachers through semi-structured interview technique. The results, it was found that there is a discrepancy between the responses of the surveyed students and the answers of the interviewed teachers, in that 60% of students indicated, do not understand the matter and not knowing to study, as the main reasons for its failure school, while 68% of respondents mentioned the lack of interest as the main cause. However it was concluded that the lack of collaboration between students, parents / guardians and the school are the central reasons for the school failure, so the articulation and development of joint efforts in the process of teaching and learning is required. Keywords: School failure; factors of failure; school performance.
  • 2. 21 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 1. Introdução Os pais/encarregados de educação, os alunos e os professores, nas significações que atribuem a princípios educativos e às normas gerais que enquadram a sua aplicação, nunca manifestam juízos inteiramente consensuias para o desempenho escolar dos alunos. As reprovações constituem não só um grande desperdício de recursos, quer materiais, financeiros ou psíquicos, também contribuem para o aumento do desemprego, dos conflitos e exclusões sociais, e a sua redução continua a ser um dos grandes desafios e constitui uma das prioridades do Ministério da Educação (MEC Moçambique, 2009 & Ministério da Educação [MINED] – Moçambique, 2014). O problema definido para esta investigação é: Que factores estão na origem do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga? Para tal problema defiiram-se objectos de estudo que forão os professores e os alunos repetentes da 10ª classe. De modo a responder o problema acima proposto, foi necessário traçar o objectivo geral que é de compreender as reais causas do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga, e subsequentemente os específicos que são: Identificar as causas do fracasso escolar dos alunos; caracterizar o fracasso escolar e analisar as percepções dos professores e alunos sobre as causas do fracasso escolar. Este trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos principais: i) Introdução, onde é feita uma abordagem inicial do tema, apresenta a sua pertinência, o objecto de estudo e os objetivos do artigo; ii) Revisão da literatura, na qual se apresenta o conceito do fracasso escolar e as ideias dos autores sobre o tema em análie tanto quanto as soluções; iii) Metodologia, onde se caracteriza a amostra e os instrumentos utilizados na recolha e tratamento dos dados; iv) Apresentação e Discussão dos Resultados, na qual verificam-se os dados obtidos e tenta-lôs explicar com recurso às referências bibliográficas consultadas, e; v) Conclusões e recomendações/sugestões, onde é feito um balanço final dos resultados encontrados e medidas posteriores. Esta investigação não pretende, nem poderia fazê-lo esgotar as possibilidades de análise das informações consideradas, e nem validar ou se filiar a nenhuma corrente teórica que trata do
  • 3. 31 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane tema. A ideia central é lançar luz sobre uma discussão que ainda pode ser melhor desenvolvida e adensada. 2. Revisão da Literatura/ Quadro teórico Os conceitos de sucesso e fracasso são complexos e o significado que lhes é atribuído é diverso, dependendo dos intervenientes educativos. Tavares & Santiago (2001) referem que o sucesso é concebido como a razão entre o que se pretende conseguir (objectivos) e o que efectivamente se conseguiu (os resultados). O dicionário universal da língua portuguesa (1997) define o insucesso como falta de bom êxito ou mau resultado ou falta de eficácia ou fracasso ao longo de uma determinada tarefa. No campo educacional, o termo insucesso ou fracasso escolar é utilizado no âmbito do sistema do ensino aprendizagem, geralmente, para caracterizar o fraco rendimento escolar dos alunos que, por razões de várias ordens, não puderem, alcançar resultados satisfatórios no decorrer ou no final de um determinado período escolar e, por conseguinte, reprovarem1 . Porot apud Oliveira (1996; P:208) insiste na importância decisiva da família e mais da mãe no desenvolvimento global da criança, com consequências a nível escolar. Quer a escola, quer a família podem ser vistas no seu funcionamento interno ou “ab intra”2 , mas também com os variáveis dependentes da macro sociedade. No que diz respeito aos professores, se os seus métodos de ensino, os seus recursos didáticos, as suas técnicas de comunicação forem inadequados às caraterísticas da turma ou de cada aluno, o sucesso deste estará em causa. ________________________________ 1 (http:Www.Stome, Net/Educa/Carate htm) 2 Ab intra – expressão latina que significa estar dentro ou dentro de. Frase retirada do livro psicologia da educação de Oliveira J. Oliveira (1996), capítulo V Página 214.
  • 4. 41 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane Segundo (Lages 2001 apud Macamo, 2015) as famílias podem favorecer ou dificultar a adaptação dos filhos na escola, bem como, influenciar a aprendizagem deles e, consequentemente, os seus resultados escolares. Mas os pais informados, que fazem acompanhamento de seus filhos no desempenho escolar, podem influênciar os aspectos culturais e familiares no aproveitamento e sucesso escolar com eficácia, independentemente da sua condição socioeconómica. Como refere Arroteia (1991) “o meio familiar constitui, apesar de tudo, mais um dos elementos a ter em conta no rendimento escolar dos indivíduos. E, neste, aflui de forma decisiva a forma da linguagem”. Como se pode perceber, a família é o alicerce fundamental para a constituição das sociedades, por ser o marco da cultura de um povo, pelo qual são exibidas todas manifestações que norteiam a convivência não somente na sociedade no geral como na escola em particular. Segundo Bernardes (2004 apud Macamo, 2015) apesar da interação entre a escola e a família ser importante no processo educativo, muitas vezes, e em muitas situações, a escola e a família continuam a caminhar cada uma para seu lado. Se a escola e as famílias caminharem para o mesmo horizonte, que é o sucesso do aluno, logicamente serão obtidos resultados satisfatórios. A valorização da escola, da educação e dos professores passa pela aproximação da escola às famílias e às comunidades” (Marques, 1994, p. 18). Uma escola em que a colaboração com as famílias e comunidades em geral se revela deficitária, não existe correspondência biunívoca entre as partes e os objectivos dos alunos e os resultados obtidos serão divergentes. Ainda para (Bernardes 2004, apud Macamo, 2015) a escola beneficiará se encarar os pais como verdadeiros parceiros educativos. Mas para isso é, “necessário que a acção da escola seja não só desenvolvida, enriquecida, multiplicada, mais ainda transcendida pela extensão da função educativa às dimensões de toda a sociedade” (Fraure, 1981, p. 247). 3. Metodologia Esta abordagem procura entender a estratégia metodológica utilizada, os instrumentos de recolha de dados, o universo e a sua amostra, tanto como as técnicas de análise de dados.
  • 5. 51 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane Contudo tratou-se de uma investigação explicativa, porquanto, procurou explicar as causas do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga. Neste estudo foi utilizado o método hipotético-dedutivo, sobre o qual, Quivy e Campenhoudt (2008, p. 144) disseram que, “gera, através de um trabalho lógico, hipóteses, conceitos e indicadores para os quais se terão de procurar correspondentes no real.” Assim, já que cada uma das formas quer qualitativa ou quantitativa tem seus pontos fracos e fortes, a combinação das duas formas foi muito útil na medida em que permitiu uma tese mais precisa e aprofundada, e um estudo mais completo (Reis, 2010). A escola e o nível em análise funcionou no ano de 2015 com um total de 798 alunos da 10ª classe e 18 professores, estando distribuídos em 14 turmas. Dos 798 alunos, foram inquiridos 50 alunos repetentes do curso diurno dispersos em 5 turmas, enquanto dos 18 professores, foram entrevistados 5 professores do curso diurno, onde dentre estes 2 não tem formação psicopedagógica. A amostragem para professores foi aleatória ou probabilística, e para os alunos foi o método por clusters ou por conglomerados, que “é especialmente útil quando o universo estatístico é formado por populações de grande dimensão e dispersas por vastas áreas” (Sousa & Baptista, 2011, p. 76 apud Rêgo, 2015). Nesta pesquisa aplicaram-se as técnicas de entrevistas semi-estruturada através de um guião de perguntas que tiveram uma duração média de 8 minutos e dependeram da disponibilidade de cada participante, essas entrevistas foram individuais e presenciais. Este tipo de técnica depende da existência de um guião com um conjunto de perguntas abertas e fechadas, tendo características próximas de uma conversa do dia-a-dia, mas que se distingue pelo seu carácter profissional e pela flexibilidade do guião de entrevista que agrupa as questões básicas do investigador (Sousa & Baptista, 2011 apud Rêgo, 2015). Para tal foram utilizados formulários de entrevista com 4 perguntas relacionadas com a investigação e 4 relacionadas com informações pessoais.
  • 6. 61 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane A ficha do questionário cuja finalidade era de aprofundar as opiniões dos alunos sobre os motivos que os levaram a reprovar e entender os resultados que teriam se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola. Este questionário estava dividido em 7 perguntas relacionadas com a investigação e 2 relacionadas com informações pessoais. O questionário misto é um instrumento com vantagens de padronização, autonomia e rapidez na recolha de informação, que apresenta questões de resposta aberta e fechada (Sousa & Baptista, 2011 apud Rêgo, 2015). Para analisar os dados recolhidos utilizou-se análise estatística, que permitiu determinar as percentagens das opções de resposta em cada item e calcular a moda das variáveis qualitativas a partir das técnicas estatísticas de análise multivariada e de gráficos dos resultados (Sousa & Baptista, 2011, p. 114 apud Rêgo, 2015) De salientar que foi recorrido a aplicação de Microsoft Excel-2013 tanto para o cálculo percentual dos dados, da moda das variáveis, como para a construção de gráficos de barras, o recurso ao gráfico de barras deveu-se a suas vantagens, pois, são propícios para as variáveis qualitativas, fáceis de construir e de lêr (Gilani, 1999). 4. Resultados e discussão Neste item os dados estão representados em gráficos para facilitar a compreensão e a sua posterior discussão dos resultados de modo a articular os resultados obtidos com os fundamentos teóricos à luz do problema e dos objectivos. 4.1. Aproveitamento pedagógico dos alunos O (Gráfico 1) é notório que no ano de 2013 verificou-se uma taxa de reprovações de 311 alunos e 558 aprovados, em 2014 os alunos reprovados subiu para 544 e os aprovados desceu para 254 enquanto em 2015 o índice de reprovação dos alunos contínuou subindo para 595 e as aprovações descendo para 203. Segundo Marques (1994, p. 18) afirma que a não existência de colaboração biunívoca entre as partes e os objectivos dos alunos e os resultados obtidos serão divergentes.
  • 7. 71 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane Gráfico 1: Aproveitamento pedagógico dos alunos Fonte: Direcção da Escola Secundária Francisco Manyanga, 2016. 4.2. Estado do aluno após ter reprovado Dos 50 alunos inquiridos, 5% diz que não fazer diferença a reprovação, 3% disseram que se sentem alegres quando reprovam numa disciplina escolar, 73% admitiram que após reprovar se sentem infelizes, enquanto, 19% afirmaram que se sentem frustrados quando reprovam numa disciplina escolar. Como ilustra o (gráfico 2 abaixo indicado), os alunos não se sentem bem após a reprovação, na medida em que 92% deles se sentem infelizes e frustrados. De acordo com Abreu (2013), no sentido de evitarem frustrações e depressões causadas pelo fracasso escolar que adquirem, alguns alunos adoptam estratégias de realização de actividades nas quais obtem sucesso e que lhes proporciona prazer, tais como o desporto e a música, assim, pode ser o mesmo caso para o aluno 5% que dizem não fazer diferença após reprovar e para os alunos 3% que disseram que se sentem alegres quando reprovam numa disciplina escolar.
  • 8. 81 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane Gráfico 2: Estado do aluno após ter reprovado 4.3. Responsavél pela reprovação O (gráfico 3) que se segue, 24% dos alunos inquiridos afirmaram que a culpa pela reprovação é de todos eles, 7% lançaram a culpa para as suas famílias, 9% imputaram a escola pelas reprovações e 60% dos alunos inquiridos culparam-se pela sua reprovação, o que por sua vez indica que os alunos culpam-se pela sua reprovação, tal facto também foi observado por Abreu (2013) quando referiu que o primeiro a se culpar é o próprio aluno, depois quem os culpam são os professores e por último são os seus pais/encarregados de educação. Gráfico 3: Responsavél pela reprovação 24% 9% 7% 60% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Todos Escola Família Aluno
  • 9. 91 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 4.4. Causas da reprovação citados pelos alunos Essa análise foi fundamental na medida em que permitiu identificar de forma directa as causas reais do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga. O (gráfico 4) verifica-se que dos alunos inquiridos, 60% declararam que reprovaram por ‘Não entender a matéria e não saber estudar’, são alunos que têm respectivamente Dificuldades de Aprendizagem e falta de acompanhamento familiar (Correia, 2004), 4% referiram ter reprovado devido ao ‘Elevado número de exames’, 3% indicaram que ‘os capítulos da matriz para preparação dos exames não estava de encontro com as questões do exame’, 5% indicaram a ‘mudança do regulamento’, 17% disseram que reprovaram por falta de acompanhamento familiar’, enquanto 11% mencionaram ter reprovado por falta de ‘dedicação individual’. Gráfico 4: Causas da reprovação citados pelos alunos 4.5. Consequências do fracasso escolar As consequências do fracasso escolar são demasiados drásticos para que possamos cruzar os braços e deixar que os problemas continuem a multiplicar dizendo que é um problema económico que existe mesmo nos países mais desenvolvidos do que o nosso. O fracasso escolar traz consigo a infelicidade do aluno, a falta de confiança em si próprio no presente e
  • 10. 101 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane com graves reflexos futuros, a falta de amor pelos livros, o refugio as drogas, a delinquência, etc. 4.6. Opinião dos alunos se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola O (Gráfico 5) indica que 88% dos alunos inquiridos, opinarão que se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola teriam obtido bons resultados, enquanto 12% citaram que mesmo se tivessem a colaboração teriam maus resultados. Kaztman e Rodriguez (s/d) apontam que não há dúvidas de que a força dos vínculos entre os pais e entre estes e os filhos potencializa a capacidade de transmissão do capital humano e social. Gráfico 5: Opinião dos alunos se tivessem a colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola 4.7. Opinião dos professores sobre a responsabilidade da reprovação dos alunos Nessa análise foi possível entender a opinião dos professores entrevistados sobre a responsabilidade pela reprovação dos seus alunos. O (gráfico 6) mostra que, 63% dos professores entrevistados referiram a Escola como sendo a culpada pela reprovação dos seus alunos, tal como Bock et al. (2001), esses professores
  • 11. 111 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane reconhecem o papel da própria Escola na garantia do sucesso escolar para todos os seus alunos, 5% mencionaram a família como sendo o culpado pela sua reprovação, 1% admitiram que todos têm culpa pela reprovação dos alunos, enquanto 31% indicaram os alunos como os responsaveis pela reprovação. Gráfico 6: Opinião dos professores sobre a responsabilidade da reprovação dos alunos 4.8. O desinteresse do aluno como principal motivo da sua reprovação Esse ponto ilustrado no (Gráfico 7 abaixo) foi analisado na perspectiva de entender a opinião dos professores sobre as reais causas do fracasso escolar dos alunos da 10ª classe da Escola Secundária Francisco Manyanga. Dos 5 professores entrevistados, 68% indicaram o desinteresse como sendo o principal motivo da reprovação dos seus alunos, 5% diz não ter reprovado por falta de desinteresse, enquanto 27% dos entrevistados referenciados outros motivos.
  • 12. 121 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane Gráfico 7: Desinteresse do aluno como principal motivo da sua reprovação 4.9. Opinião dos professores sobre o resultado da colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola O (Gráfico 8) mostra que 97% dos professores opinarão que se os alunos tivessem a colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola teriam obtido bons resultados enquanto 3% citaram que mesmo se tivessem a colaboração teriam maus resultados. Gráfico 8: Opinião dos professores sobre o resultado da colaboração dos pais/encarregados de educação e a escola
  • 13. 131 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane 5. Conclusões Concluiu-se que 80% dos estudantes repetentes da 10ª classe reprovaram as duas secções, nas disciplinas de Matemática, Física e Química (Ciências) História e Português (Letras), tendo como consequência o total estado de infelicidade, embora na sua maioria já tenha uma previsão do resultado devido a falta de empenho individual. Porém a falta de dedicação por parte dos alunos, o regulamento introduzido pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) no ano tranzato, não entender a matéria e não saber estudar, desinteresse e a falta de acompanhamento escolar e familiar são as principais causas que ocasionaram as reprovações dos alunos. Os alunos assumem que se tivessem o devido acompanhamento quer por parte da escola assim como por parte dos seus pais/encarregados de educação teriam obtido bom desempenho escolar, remetendo-nos em uma situação de coordenação entre a Comunidade-Escola e ou vice-versa. Por outro lado, os alunos contestam o critério usado na introdução do regulamento, sendo a revisão do mesmo, uma das medidas a serem tomadas para a redução das reprovações ou por outra criarem-se meios de fortificação dos laços entre os pais/encarregados de educação, o aluno e a escola, de modo que o aluno seja o centro das atenções. Durante a recolha dos dados verificou-se que a escola deu um tratamento diferencial aos alunos, sendo que os repetentes estão colocados nas mesmas turmas, ou seja, há turmas específicas de repetentes. Essa forma de tratamento não é visto de bom agrado por parte dos alunos, porque segundo os inquiridos é uma forma de isolamento e conotação. Há que referir que no período do ensino e aprendizagem, existem professores que dão tratamento preferencial aos alunos que mais rápido assimilam a matéria em detrimento dos que não assimilam a materia rapidamente, fazendo com que a interação das aulas seja um dialógo de apenas duas pessoas. Esse factor deve-se a falta de formação psicopedagógica por parte dos professores. Por fim a participação da família na escola tende a tornar o ambiente escolar menos hostil, mais receptivo e mais propício ao desenvolvimento de práticas que facilitem e estimulem o aprendizado dos alunos.
  • 14. 141 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane Recomendações/sugestões O conselho pedagógico da escola deve criar e discutir as metodologias e as estratégias para o combate ao fracasso escolar; Os pais/encarregados de educação devem ajudar aos filhos com os deveres de casa, é um bom exemplo de que quanto mais tempo os pais poderem dedicar aos filhos, mais probabilidades tem de obterem bom desempenho escolar; A Escola devia/deve ser rigorosa no processo de motivação, esclarecimento e aconselhamento dos pais/encarregados de educação e aos alunos e da garantia de uma maior integração e participação destes na vida da escola; Os pais/encarregados de educação deviam ter o hábito de ter livros em casa, assim como seu consumo desde a primeira infância determinam condições de aprendizagem e de comportamentos em relação à escola e aos estudos; Devia adoptar-se o modelo da classe cooperativa de Freinet, o método da aprendizagem por descoberta guiada e o professor devia também ensinar os seus alunos a estudar a matéria da sua disciplina. Referências bibliográficas ABREU, Marlene Aparecida Viana. (2013). Analisando as razões do fracasso escolar no ensino fundamental. ARROTEIA, J. (1991). Análise Social da Educação. Leiria: Roble Edições. BOCK, A.M.B., FURTADO, O.,& TEIXEIRA, M. L. T. (2001). Psicologias uma introdução ao estudo de psicologia. (13ª ed.). São Paulo: Editora Saraiva.BRITO, D.R. (s/d). Distúrbios,transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem. CORREIA, L. M. (2004). Problematização das dificuldades de aprendizagem nas necessidades educativas especiais. Análise Psicológica (2004), 2 (XXII): 369-376.
  • 15. 151 Licenciado em Geografia na Especialidade de Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Eduardo Mondlane DICIONÁRIO Universal da Língua Portuguesa (1997), Lisboa, Portugal FRAURE, Edgar (1981). Aprender a ser. Lisboa: Livraria Bertrand. GILANI, Natasha. (1999). As vantagens de um gráfico de barras. Brasil. Recuperado a 24 de Outubro, 2014, de: http://www.ehow.com.br/vantagens-grafico-barras lista_68384/&sa=U&ei KAZTMAN, Ruben; RODRIGUEZ, Federico. “Las formas de constituición de las familias pobres urbanas em Uruguay: consecuencias sobre el rendimiento educativo de los ninõs”.In: Revista Prisma ,s/d. MACAMO, Ernesto Mário (2015). Insucesso Escolar em Moçambique. Estudo de caso na Escola Secundária Graça Machel. Lisboa. Dissertação apresentada para a obtenção de Grau de Mestre em Administração e Gestão Educacional. MARQUES, R. (1994). Colaboração Escola - Famílias: um conceito para melhorar a Educação. Revista ESES, n.º 5, 4-11. Mendonça, A. (2007). Era uma vez… a reforma educativa dos adultos. Conferência apresentada no III Colóquio DCE-UMa, subordinado ao tema Educação em Tempo de Mudança. Funchal, Madeira: Tecnopólo. MINED (2014). Guião do professor 2014. Moçambique: Maputo. NETO (http://WWW.Stome.net/educa/tese/neto), 4 horas de 15/3/06 Rádio Educativa. OLIVEIRA, Oliveira J (1996). Psicologia da educação. capítulo V Página 214. QUIVY, R. & CAMPENHOUDT, L.V. (2008). Manual de investigação em ciências sociais. (5ª ed.). Lisboa: Gradiva. RÊGO, Amâncio Maurício Xavier. (2015). Análise dos factores do insucesso escolar dos alunos do 2° ciclo na escola secundária da vila nova na cidade de chimoio. Chimoio. Tese apresentado para o obtenção do grau de Mestre em Gestão e Administração Educacional. REIS, F.L. (2010). Como elaborar uma dissertação de mestrado. Lisboa: Lidel. TAVARES, J. & Santiago, R. (2001). Ensino Superior – (In)Sucesso Académico. Porto: Porto Editora. NOTA: Artigo recebido em Agosto de 2016 e Aceito para apresentação nas Vª Jornadas de Educação do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e o Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação (INDE) nos dias 21 à 23 de Setembro de 2016. Maputo – Moçambique.