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O Evangelho Segundo
Mateus
Análise
0 propósito do evangelho de Mateus foi o de testificar que
Jesus era o Messias da promessa do Antigo Testamento, e que
a Sua missão messiânica consistia em trazer o Reino de Deus
até os homens. Esses dois temas — o caráter messiânico de
Jesus e a presença do Reino de Deus — estão inseparavelmen­
te ligados, e cada qual inclui um “mistério” — um novo des­
vendar do propósito remidor divino (vd Rm 16.25,26).
O mistério da missão messiânica é que antes do Messias
vir como o celeste Filho do Homem, entre as nuvens do céu,
a fim de estabelecer o Reino sobre a terra inteira, terá primei­
ramente de vir em humildade entre os homens na qualidade de
Servo sofredor com a finalidade de morrer. Esse era um ensi­
no desconhecido para os judeus do primeiro século de nossa
era. Para o crente de hoje, entretanto, o capítulo 53 de Isaías
prediz claramente os sofrimentos do Messias. Não obstante, o
Messias não é chamado por nome nessa passagem, e o contex­
to (Is 48.20; 49.3) especificamente apresenta a Israel como
Servode Deus. Não é para surpreender, portanto, que osjudeus
não tivessem compreendido que Isaías 53 era trecho que se re­
ferisse ao Messias. Os judeus aguardavam então um Messias
vindo em poder e vitória, e o Antigo Testamento, verdadeira­
mente, prometia um tal Messias.
O Filho de Davi é um Rei divino que governará o Reino
messiânico (Is 9 e 11; Jr 33), quando todo pecado e mal será
tirado e quando a paz e a justiça prevalecerão. O Filho do Ho­
mem é um ser celestial a Quem será entregue o governo de to­
das as nações ereinosdaterra.0 AntigoTestamento não indica
como esses dois conceitos proféticos, do Rei Davídico e do Fi­
lho do Homem celestial, estão relacionados entre si, ou como
qualquer deles pode ser identificado com o Servo Sofredor do
capítulo 53 de Isaías. Por conseguinte, os judeus do primeiro
século esperavam por um Messias Davídico conquistador ou
por um Filho do Homem celestial, e não por um humilde Ser­
vo do Senhor que haveria de sofrer e morrer. O mistério mes­
siânico — o novo desvendamento do propósito divino — é
que o celestial Filho do Homem deve primeiramente sofrer e
morrer em cumprimento de Sua missão redentora e messiâni­
ca na qualidade de Servo sofredor, antes de vir em poder e
grande glória.
O mistério do Reino é semelhante e está intimamente as­
sociado com o mistério messiânico. O segundo capítulode Da­
niel descreve a vinda do Reino de Deus em traços vívidos, em
termosda destruição de todo poderque fizerresistência a Deus
e se opuser à vontade divina. O Reino virá em poder, varren­
do à sua frente todo o mal e todo império hostil, transforman­
do a terra e inaugurando uma nova ordem universal de perfeita
paz e retidão. Entretanto,Jesus não ofereceu tal Reino de imen­
so poder. Por conseguinte, tanto a Sua mensagem como a Sua
pessoa foram inteiramente incompreendidas pelos Seus con­
temporâneos, incluindo os Seus discípulos. Ele era filho de um
carpinteiro; Sua família era conhecida em Nazaré; Ele parecia
pouco mais do que um rabinojudaico. Suas palavras eram fei­
tos gentis de bondade e amor, e no entanto afirmava que em
Suas palavras e ações, bem como em Sua Pessoa, o Reino de
Deus se tinha aproximado. Todavia, os reinos dos homens e
do mundo não foram perturbados, e o odiadodomínio de Roma
sobre o povo terreno de Deus não era desafiado. Como é que
esse poderia ser o Reino de Deus se não partia pelo meio to­
dos os demais reinos e não os pulverizava? Mas a nova reve­
lação sobre o divino propósito é que o Reino haveria de vir em
poder espiritual, antes de vir em glória.
Autor
A tradição do segundo século de nossa era atribui o pri­
meiro evangelho ao apóstolo Mateus.
Esboço
NASCIMENTO E INFÂNCIA DO MESSIAS, 1.1 -2.23
Genealogia, 1.1-12
Narrativas sobre o Nascimento, 1.18—2.18
A Mudança para Nazaré, 2.19-23
PRELUDIO DO MINISTÉRIO DO MESSIAS, 11 4 25
O Ministério Preparatório de João Batista, 3.1-12
O Batismo dOrws. 1 13-17
A lenüçao de |esus, 4 1 11
Sumário do Ministério Galileu. 4.12-25
DISCURSO I lUSTIÇA DO REINO, 5 1-7.29
As Bem-aventuranças, 5.1-16
O Caráter da Justiça do Reino, S.17-48
A Prática da Justiça do Reino, 6.1-7.12
A Escolha do Reino, 7.13-27
O Modo do Ensino de Jesus, 7.28,29
NARRAIIVA I: FFITOS PODEROSOS DO REINO,
8 .1 -9 38
Uma Série de Milagres, 8.1—9.8
O Reinu e a Ordrtn AnUga, 9 9 17
Mais Milaqres, 9 18 38“
DISCURSO II PROlTAMAÇÃO DO REINO, 10 I 42
Os Pregadores e sua Missão, 10.1 -15
A Respostaa Ser Esperada, 10.16-42
NARRAIIVA II A PRESENÇA DO RllNO, I I I - 12 aO
O Desafio à Presente Geração, 11.16-30
O Remo e |oao Batota, 11 I IS
A Oposição ac Reinu 12 I 45
A fninunhdC no Remo. 12 46-50
DISCURSO III: MISTÉRIO DO REINO, 13.1 -58
A Parábola do Semeador, 13 1 9
Explicação do Método das Parábolas, 13.10-23
Outras Parabolas, 13 74 42
Reação às Parábolas de Jesus, 13.S3-58
NARRATIVA III ( RISE DO REINO, 14 1 -1/77
Cnse da Oposição, 14 1— 15 20
Retirada para o Norte. 15 71 39
Mais um Conflito, 16.1-12
Uma Crise de Fé, 16.13-20
MATEUS 1.1 1328
Jesus Prepara Seus Discípulos para Sua própria Morte,
16.21 - 17.27
DISCURSO IV: COMUNHÃO DO REINO, 18.1 -35
Humildade, 18.1-20
Perdão, 18.21-35
NARRATIVA IV' CONFLITO CAUSADO PELO REINO,
1 9 .1 -2 3 39
Ensinos Deixados no Caminho de lerusalém,
19.1 —20.26
Cura em JerícA, 20 29-34
Acontecimentos em lerusalém, 21.1-22 "
Controvérsias com os |udeus, 212 i — 22.46
Denúncias contra os Escribas e Fariseus, 23.1-39
DISCURSO V: FUTURO DO REINO, 24.1 — 25.46
Profecia do Reino Vindouro, 24.1 - 36
Advertências sobre a Vigilância, 24.37— 25.30
Julgamento das Nações, 25.31 -46
A PAIXÃO DO REI, 26.1 — 27.66
Trama para Trair a Jesus, 26.1 -16
A Última Ceia, 26.17-30
Acontecimentos no Celsêmani, 26.31 -56
Os lulgamentos, 2 6 .5 7 -2 7 .2 6
Crucificação e Sepultamento, 27.27-66
Sepultamento, 27.57-66
A RESSURREIÇÃO, 28.1-20
As Mulheres e o Anjo, 28.1-10
O Falso Testemunho dos Guardas, 2 8.11-15
A Ascensão 28.16-20
A genealogia de Jesus Cristo .
Lc 3.23-38
1
Livro da genealogia de Jesus Cristo, fi­
lho de Davi, filho de Abraão.0
2 Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó;
Jacó, a Judá e a seus irmãos;b
3 Judá gerou de Tamar a Perez e a Zera;
Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão;c
4 Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a
Naassom; Naassom, a Salmom;
5 Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de
Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé;
6 Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a
Salomão, da que fora mulher de Urias;d
7 Salomão gerou a Roboão; Roboão, a
Abias; Abias, a Asa;0
8 Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jo-
rão, a Uzias;
9 Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz;
Acaz, a Ezequias;
10 Ezequias gerou a Manassés; Manassés,
a Amom; Amom, a Josias;f
11 Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos,
no tempo do exílios na Babilônia.
12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias
gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel;h
13 Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a
Eliaquim; Eliaquim, a Azor;
1.1 oGn 12.3;
Is 11.1;
Mt 22.42;
|o 7.42; Rm 1.3
1.2 í>Gn 21.2-3
1.3 cGn 38.27;
ICr 2.5,9
1.6°lSm 16.1;
2Sm 12.24
1.7 elCr 3.10
1.10 <2Rs20.21;
ICr 3.13
1.11
92Rs 24.14-15;
2Cr 36.10;
|r 27.20
1.12 MCr 3.17;
Ed 3.2; Ag 1.1
1.18 <Lc1.27
1.19 >Dt 24.1
1.20 *Lc 1.35
14 Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a
Aquim; Aquim, a Eliúde;
15 Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a
Matã; Matã, a Jacó.
16 E Jacó gerou a José, marido de
Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama
o Cristo.
17 De sorte que todas as gerações, desde
Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até
ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exí­
lio na Babilônia até Cristo, catorze.
O nascimento de Jesus Cristo
Lc 2.1-7
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi
assim: estando Maria', sua mãe, desposada
com José, sem que tivessem antes coabitado,
achou-se grávida pelo Espírito Santo.
19 Mas José, seu esposo, sendo justo e
não a querendo infamar, resolveu deixá-la se­
cretamente./
20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis
que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Se­
nhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas
receber Maria, tua mulher, porque o que nela
foi gerado é do Espírito Santo.*
21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o
1.1-17 Considera-se que a genealogia de Mateus cita a li­
nhagem de José (cf Lc 3.23n). Mateus, o evangelho do reino
de Deus, mostra Jesus como o herdeiro legítimo do trono de
Israel; Lucas, o evangelho do Filho do homem, interessa-se
pela descendência humana de nosso Senhor. A genealogia,
como é o costume oriental, se demora apenas nos nomes
mais conhecidos, mencionando 42 gerações num periodo de
c. 2.000 anos. A divisão em três seções de 14 gerações, seria
uma ajuda à memória. O primeiro grupo, de Abraão até Davi,
c. 1.000 anos. O segundo, de Davi até o exílio na Babilônia,
abrange c. 400 anos; o último (com José e Maria, represen­
tando a décima quarta geração), abrange c. 600 anos. Cada
divisão é separada de acordo com as épocas básicas da histó­
ria de Israel: a monarquia, o cativeiro, a vinda do Messias.
Não se deve, aqui, procurar uma lista completa dos antepas­
sados de Jesus; Esdras, por exemplo, omitiu seis gerações no
seu relatório (cfEd 7.1-5 com 1 Cr 6.3-15).
1.18 Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo,
e nasceu de Maria, sendo esta ainda virgem. Sua conceição
foi sobrenatural, não de semente humana, mas divina.
1.21 E lhe porás o nome de jesus. É a forma grega do heb
Josué, yehôshua', que significa "O Senhor (Jeová) é a sal­
vação".
1329 MATEUS 2.13
nome' de Jesus, porque ele salvará o seu
povo dos pecados deles.
22 Ora, tudo isto aconteceu para que se
cumprisse o que fora dito pelo Senhor por
intermédio do profeta:
. 23 Eis que a virgem conceberá e dará à
luz um filho, e ele será chamado pelo
nome de Emanuelm
(£ue quer dizer: Deus conosco).
24 Despertado José do sono, fez como lhe
ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua
mulher.
25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela
não deu à luz um filho, a quem pôs o nome"
de Jesus.
A visita dos magos
2 Tendo Jesus nascido em Belém da Ju-
déia, em dias do rei Herodes, eis que
vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.0
2 E perguntavam: Onde está o recém-nas­
cido Rei dos judeus? Porque vimos a sua es­
trela no Oriente e viemos para adorá-lo.P
3 Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei He­
rodes, e, com ele, toda a Jerusalém;
4 então, convocando todos os principais
sacerdotes e escribas do povo, indagava deles
onde o Cristo deveria nascer. 9
5 Em Belém da Judéia, responderam eles,
porque assim está escrito por intermédio do
profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de
1.21 /Lc 1.31
1.23 m|s 7.14
1.25 nLc 2.21
2.1 oCn 10.30;
1Rs 4.30
2.2 pNm 24.17;
U2.11
2.4 4 20 34.13
2.6 rMq 5.2
modo algum a menor entre as princi­
pais de Judá; porque de ti sairá o Guia
que há de apascentar a meu povo,
Israel.'
7 Com isto, Herodes, tendo chamado se­
cretamente os magos, inquiriu deles com pre­
cisão quanto ao tempo em que a estrela
aparecera.
8 E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide
informar-vos cuidadosamente a respeito do
menino; e, quando o tiverdes encontrado, avi­
sai-me, para eu também ir adorá-lo.
9 Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis
que a estrela que viram no Oriente os prece­
dia, até que, chegando, parou sobre onde es­
tava o menino.
10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se
com grande e intenso júbilo.
11 Entrando na casa, viram o menino com
Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e,
abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas
ofertas: ouro, incenso e mirra.5
12 Sendo por divina advertência preveni­
dos em sonho para não voltarem à presença
de Herodes, regressaram por outro caminho a
sua terra.'
2.11 *SI 72.10
2.12 tM tl.20
A fuga para o Egito
13 Tendo eles partido, eis que apareceu
um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse:
Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge
para o Egito e permanece lá até que eu te
2.1 Belém da judéia. Para distingui-ia da Belém de Zebulom
(Jz 19.15). O nome distintivo ocorre também em Rt 1.1. Rei
Herodes. Chamado o Grande. Era um descendente de Esaú.
Começou a reinar em 37 a .C , e morreu pelo ano 4 a.C. Os
romanos chamaram-no Rei dos judeus. Era um homem cruel,
bárbaro, sanguinário. Uns magos do oriente. Os magos eram
astrólogos ou mágicos; às vezes o termo incluía os que traba­
lhavam em outras ciências, as quais na época tinham pouco
a ver com o fespíríto científico", e incluíam a superstição, a
magia e impostura. -O comentário que os antigos pais da
Igreja fizeram sobre esta cena, é que representa a astrologia e
a magia cürvando-se perante Cristo, reconhecendo que a ilu­
minação de Cristo dissipa as trevas da falsa sabedoria.-As len­
das populares atribuÍFam nomes-a -estes-magos, fazendo deles
três reis orientais; talvez o número de presentes (v 11) e uma
aplicação do SI 72.1 ( M l , levaram a estas conjeturas, porém
o evangelho não se detém nestes assuntos.
2.2 Vimos a sua estrela no Oriente. O astrônomo Kepler cal­
cula que se tratava da conjunção de Júpiter e Saturno na
constelação de Peixes, em 7 a.C. Outros sugerem que se tra­
tava de alguma estrela variável, com seu surgimento e desa­
parecimento periódicos, uma das quais foi notada pelos
chineses em 4 a.C. Os magos, como astrólogos, teriam se
interessado imediatamente. O certo é que Deus concedeu
no tempo apropriado a visão da estrela prometida em
N m 24.17. • N. Hom. A obediência: 1) Dos magos, "vimos
e viemos", 2.2; 2) De José, 1.20,22; 3) De-~ Maria,
Lc 1.26-37,38. -------
2.11 Alguns supõem que Jesus já teria dois anos de flaHè na
época, por causa das crianças que Herodes resolveu matar.
Mas a contagem judaica usaria o termo "de dois anos para
baixo" para as crianças até um ano completo de idade. Hero­
des na sua ansiedade historicamente comprovada, de elimi­
nar qualquer possível pretendente ao trono, não perderia a
garantia de matar esta criancinha só por causa de algum
equívoco de meses. Maria e José só teriam ficado em Belém
até completar os 40 dias da purificação (Lc 2.22 com
Lv 12.2-4). O adoraram. A adoração incluía presentes signifi­
cativos: ouro, simbolizando a realeza; incenso, a divindade;
mirra, o sacrifício. Além do simbolismo, é claro que eram pre­
sentes valiosos, ofertados para aquele que era reconhecido,
no mínimo, como iuturo rei de Israel.
2.13 Tendo eles partido. Tanto os magos como |osé e Maria,
foram desviados do caminho de Herodes, pela mensagem
mandada por Deus.
MATEUS 2.14 1330
avise; porque Herodes há de procurar o me­
nino para o matar.
14 Dispondo-se ele, tomou de noite o me­
nino e sua mãe e partiu para o Egito;
15 e lá ficou até à morte de Herodes, para
que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor,
por intermédio do profeta:
Do Egito chamei o meu Filho".
2.15 "Os 11.1
2.17 "Jr 31.15
2.18 w|r 31.15
2.22 *Mt 3.13
A matança dos inocentes
16 Vendo-se iludido pelos magos, enfure­
ceu-se Herodes grandemente e mandou matar
todos os meninos de Belém e de todos os seus
arredores, de dois anos para baixo, conforme
o tempo do qual com precisão se informara
dos magos.
17 Então, se cumpriu o que fora dito por
intermédio do profeta Jeremias:1
'
18 Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto,
[choro] e grande lamento; era Raquel
chorando por seus filhos e inconsolável
porque nãomais existem.w
2.23 ris 11.1
3.1 ^is 14.10;
Lc 3.2-3
3.2 "Mt4.17;
Mc 1.15
SDn 2.44
3.3 c|s 40.3
A volta do Egito
19 Tendo Herodes morrido, eis que um
anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no
Egito, e disse-lhe:
20 Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e
vai para a terra de Israel; porque já morreram
os que atentavam contra a vida do menino.
21 Dispôs-se ele, tomou o menino e sua
mãe e regressou para a terra de Israel.
22 Tendo, porém, ouvido que Arquelau
3.4 "2Rs 1.8
3.5 *Mc 1.5
3 .6 'At 19.4
3.7 sMt 23.33
reinava na Judéia em lugar de seu pai Hero­
des, temeu ir para lá; e, por divina advertência
prevenido em sonho, retirou-se para as re­
giões da Galiléia.*
23 E foi habitar numa cidade chamada
Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito
por intermédio dos profetas:
Ele será chamado Nazareno^.
A pregação de João Batista
M c 1 .2 -6 ; L c 3 .1 -9
3
Naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judéia e dizia:2
2 Arrependei-vos°, porque está próximo
o reino dos céusb. ’
3 Porque este é o referido por intermédio
do profeta Isaías:
Voz do que clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas
veredas2.
4 Usava João vestes® de pêlos de camelo
e um cinto de couro; a sua alimentação eram
gafanhotos e mel silvestre.
5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém,
toda a Judéia e toda a circunvizinhança do
Jordão;e
6 e eram por ele batizados no rio Jordão,
confessando os seus pecados.f
7 Vendo ele, porém, que muitos fariseus
e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes:
Raça de víboras®, quem vos induziu a fugir
da ira vindoura?
2.15 A téà morte de Herodes. Herodes o Grande; morreu em
c. 4 a .£ ; calcula-se então o nascimento de Cristo para 6 ou
7 a .C , e assim, o máximo que José e Mana podiam ter pas­
sado no fcqito seria um penoao de dois anos, quando então
receberam a ordem divina de voltar.
2.23 Nazareno. A palavra aplica-se a quem mora em Nazaré;
relembra o nazireu, que se consagrava especial e totalmente
à adoração de Deus (Nm 6.1-5); e ainda coincide com a pa­
lavra hebraica nécer, “ renovo" que é um dos títulos do Mes­
sias (Is 11.1). Jesus tornou-se triplamente merecedor do título
"Nazareno".
3.1 lodo Batista. "João", heb yohãnãn, "Deus teve misericór­
dia". A palavra "Batista" refere-se a sua vocação especial de
batizar, assinalando arrependimento em preparação para a
aceitação de Cristo.
3:2 O fén o doscéus.Só Mateus emprega esta expressão, que
nos outros evangelhos é "Reino de Deus",-uma vez que1as
expressões diferentes ocorrem em narrativas iguais, é certo
que significam a mesma coisa. O Batista decerto está pen­
sando numa organização de Deus a ser estabelecida no
mundo, mas, à parte e antes de qualquer manifestação visível
da soberania de Deus, a expressão significa a maneira de vida
dos que se deixam dirigir por Deus em tudo. É o reino dos
céus porque sua origem, seus propósitos, e seu rei, são celes­
tiais. Este conceito abrange várias idéias em conjunto, inclu­
sive a relação e posição que ganhamos ao passar pelo novo
nascimento (Jo 3.3). • N. Hom. A providência de Deus. )e-
sus, apesar de ter nascido numa manjedoura, já possuía meios
para pagar as despesas de seus pais no Egito, através dos
presentes dos magos, e. para preparar a mente do povo para
o ministério de Jesus, tinha a |oão Batista.
3.5 Saíam a ter com. ele. João se estabelece num vau natural
do Jordão conhecido como Betabara ou Betânia do outro
lado do Jordão (Jo 1.28), por onde tinha de passar todo israe­
lita que demandava Jerusalém.
3.7 Batismo. O batismo de João era especificamente um sinal
exterior do arrependimento do pecado confessado pela pes­
soa batizada; o simbolismo do batismo cristão contém muitas
outras realidades espirituais, da união com Cristo, da aceita­
ção da salvação, etc.
1331 MATEUS 4.7
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrepen­
dimento;
9 e não comeceis a dizer entre vós mes­
mos: Temos por pai a Abraãoh; porque eu
vos afirmo que destas pedras Deus pode sus­
citar filhos a Abraão. .
10 Já está posto o machado à raiz das ár­
vores; toda árvore1
, pois, que não produz
bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
3.9 "Jo 8.33
3.10 'Mt 7.19
3.11 /Is 4.4;
Mc 1.8; Jo 1.15,
26,33;
ICo 12.13
3.12 *MI 3.3
16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis
que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito
de Deus descendo como pomba, vindo so­
bre ele.m
17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este
é o meu Filho amado", em quem me com­
prazo0.
A tentação de Jesus
M c 1 .1 2-1 3 ; L c 4 .1-13
João dá testemunho de Cristo
M c 1 .7 -8 ; L c 3 .1 5 -1 7 ; Jo 1.19-28
r 11 Eu vos batizo coma água, parab arre­
pendimento; mas aquele que vem depois de
mim é mais poderoso dp que eu, cujas sandá­
lias não sou digno de levar. Ele vos batizará
coma o Espírito Santo e coma fogo./
12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará
completamente a sua eira; recolherá o seu
trigo no celeiro, mas queimará a palha em
Ifogo inextinguível.*
O batismo de Jesus
M c 1 .9 -1 1 ; L c 3 .2 1 -2 2 ; Jo 1.32-34
13 Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Ga-
üléia para o Jordão, a fim de que João o
batizasse.1
14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é
que preciso ser batizado por ti, e tu vens
a mim?
15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por
enquanto, porque, assim, nos convém cumprir
toda a justiça. Então, ele o admitiu.
3.13 (Mt 2.22;
Lc 3.21
3 .1 6 "i|sll.2 ;
Lc 3.22
3.17 "Mt 12.18;
17.5; Mc 9.7;
Lc 9.35 °ls 42.1
4.1 pHb 2.18;
4.15
4.4 9Dt 8.3
4.5 "Ne 11.1;
Is 48.2; Apl 1.2
4.6 sSI 91.11
tSI 91.12
4
A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito
ao deserto, para ser tentadoP pelo diabo.
2 E, depois de jejuar quarenta dias e qua­
renta noites, teve fome.
3 Então, o tentador, aproximando-se, lhe
disse: Se és Filho de Deus, manda que estas
pedras se transformem em pães.
■4 Jesus, porém, respondeu: Está escrito:
Não só de pão viverá o homem, mas de
toda palavra que procede da boca de
Deus9.
5 Então, o diabo o levou à Cidade Santa,
colocou-o sobre o pináculo do templo"
6 e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te
abaixo, porque está escrito: I
Aos seus anjos ordenará a teu respeito que
te guardem5; e: : '
Eles te susterão nas suas mãos, paia não
tropegarés nalguma pedra*. ’’"
7 Respondeu-lhe Jesus: Também está
escrito:
Não tentarás o Senhor, teu Deus".
4.7 "Dt 6.16 «com; ou em bpara; ou à vista de
3.8 Produzi, pois, frutos. Este sermão foi dirigido às multidões
(Lc 3.7), aos fariseus e saduceus (M t 3.7), aos publicanos
(Lc 3.12), aos soldados (Lc 3.14). João não temia a ninguém
(cf 14.3-4).
3.11 Com o Espírito Santo e com fogo. Refere-se ao ministério
espiritual de Cristo. Sua obra começou acompanhada pela
energia sobrenatural do Espírito Santo, colhendo-se algum
"trigo" (os fiéis), e revelando-se quem seria "palha" para jul­
gamento. A doutrina do batismo no Espírito Santo não recebe
luzes neste trecho, pois o assunto pertence à época posterior
à ressurreição de Jesus (cf 1 Co 12.13).
3.13 Caliléia. A área de Israel da qual Jesus era nativo.
3.13-17 O batismo de Jesus não era para arrependimento.
Era apenas um sinal de que Jesus se colocava do lado da
minoria dos fiéis e que dava Seu apoio à obra de João. Além
disto, era, a unção sacerdotal de Jesus, o cumprimento da
cerimônia descrita em Êx 29.4-7. • N. Hom. A solenidade
do batismo de Jesus: 1) A presença da Trindade; 2) A voz dos
céus; 3) A grande declaração do Pai: "Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo" (17; cf Cn 22.2; Is 42.1).
3.16 O Espírito de Deus. O Espírito, por cuja obra Jesus foi
concebido (1.18) e por cujo poder Jesus operava maravilhas
(Lc4.18). Como pomba. Símbolo da mansidão e do sacrifício.
Veja contraste em At 2.3 quando Ele desceu sobre bs discípu­
los em línguas como que de fogo.
4.1 A tradição aponta o Monte da tentação no sul da Judéia.
Diabo. Cr diabolos, "maldizente", o que lança uma pessoa
contra a outra. Na mesma narrativa, Marcos emprega a pala­
vra Satanás (Mc 1.13), que é uma transliteração da palavra
hebraica sãtãn "adversário", "acusador".
4.2 jejuou. O ministério de Jesus começou corri jejum, uma
preparação espiritual para a luta com o diabo: destacam-se
também as 40 noites, por causa do costume árabe de obser­
var o jejum durante o dia. Teve fome. Na hora do esgota­
mento aparece o tentador, o diabo. A arma usada por Jesus
nesta batalha de três etapas, era à Palavra de Deus: "Está
escrito"; através dessa arma o diabo foi golpeado e vencido.
Cf as narrativas paralelas.________ _________________________ _
_
MATEUS 4.8 1332
8 Levou-o ainda o diabo a um monte
muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do
mundo e a glória deles
9 e lhe disse: Tudo isto te darei se, pros­
trado, me adorares.
10 Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te,
Satanás, porque está escrito:
Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele
darás culto1
'.
11 Com isto, o deixou o diabo, e eis que
vieram anjos e o serviram.w
Jesus voltaparv a Galiléia
M c 1 .1 4-1 5 ; L c 4.14,15
12 Ouvindo, porém, Jesus que João* fora
preso, retirou-se para a Galiléia;
13 e, deixando Nazaré, foi morar em Ça-
famaumr.»situada à beira-mar, nos confins
de Zehulom e Naftali;
14 parà que se cumprisse o que fora dito
pqr intermédio do profeta Isaías:
' 15 Terra de Zebulom, terra de Naftali, ca­
minho do mar, além do Jordão, Gali-
-------léiades gentios
16lt) povo que jazia em trevas viu grande
— luz., e aos que viviam na região e som-
JJjra da morte resplandeceu-lhes a luz.0
—f 7-Daí por diante, passou Jesus a pregar e
a dizer;. Arrependei-vos*’, porque está pró­
ximo o reino dos eéusc. ~
A vocação de discípulos ~~
M c 1 .1 6-2 0 ; L c 5 .1-11
18 Caminhando junto ao mar da Galiléia,
viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e
André, que lançavam as redes ao mar, porque
eram pescadores.d
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vw
farei pescadores de homens.e
20 Então, eles deixaram imediatamente s
redes e o seguiram.*
21 Passando adiante, viu outros dois ir­
mãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, sem
irmão, que estavam no Barco em companhia
de seu pai, consertando as redes; e chamoò-
os.9
22 Então, eles, no mesmo instante, dei­
xando o barco e seu pai, o seguiram.
Jesus prega por toda a Galiléia
e cura muitos enfermos
L c 6 .17-19
23 Percorria Jesus toda a Galiléia*1
, ensi­
nando nas sinagogas, pregando o evangelho
do reino e curando toda sorte de doenças e
enfermidades entre o povo. _
24 E a sua fama correu por toda a Sniac
trouxeram-lhe, então, todos os doentes, aco­
metidos de várias enfermidades e tormentos
endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E
ele os curou.
25 E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém,
Judéia e dalém do Iordão numerosas multi­
dões o seguiam.’
O sermão do monte
As bem-aventuranças
L c 6.20-23
Vendo Jesus as multidões, subiu ao
monte, e, como se assentasse, aproxima­
ram-se os seus discípulos;*
4.iovDt6.i3
4.11 »Hb1.l4
4.12 *Mt 14.3;
Mc 6.17;
Lc 3.19-20
4.13/Jo 2.12
4.15 z|s 9.1-2
4.16o(1J-16)
Is 9.1-2
4.17 l>Mt 3.2
cDn 2.44
4.18
dMc 1.16-18;
Jo 1.42
4.19
«Lc 5.10-11
4.20 ’Mc 10.28
4.21
9Mc 1.19-20
4.23 íiMt 9.35;
Mc 1.39; Lc 4.44
4.25 ’Mc 3.7
5.1/Mc 3.13
4.12 A prisão de João Batista encerra o ministério de Jesus na
Judéia, passando então a exercer Seu ministério na Galiléia,
estabelecendo o centra das Suas atividades messiânicas em
Cafarnaum, importante cidade da Galiléia.
4.13-17 Sob a direção do Espírito, Jesus deixa $eu lar e seus
amigos, iniciando o cumprimento da profèóiá de Isaías
(Is 9.1 -2 ). A duração de sua missão na Terra é calculada para
três anos, de acordo com as informações registradas nos qua­
tro evangelhos. Jesus passa a maior parte do Seu ministério na
humilde Galiléia e não na portentosa Jerusalém. Passou três
vezes por toda Galiléia, sendo que desta vez com quatro pes­
cadores. j
4.16 O povo que jazia em trevas. Sua situação é descrita por '
"trevas", sem iluminação espiritual, e só na expectativa da j
morte. A vida, por mais movimentada que seja, é apenas o j
prelúdio da morte, quando se desconhece o gozo das realida- i
des espirituais que Cristo veio oferecer. I
4.17 Próximo. Gr êqgiken, "chegou", "aproximou-se", "está 1
perto" no tempo ou no espaço. Era o ponto vital na histúã
da redenção, o cumprimento de tudo aquilo que é o reino de
Deus. Agora forma-se um povo especialmente de Deus pek
obra de Cristo. Manifesta-se agora a presença de Deus enbe
os homens, pela pessoa de Jesus. Jesus estende agora o con­
vite aos, homens para aceitar ou rejeitar o senhorio de D e»
em suas vidas. Mas pensa-se também na futura consumação
final, quando o Reino será estabelecido na Terra (Ap 20.461
4.18-22 A chamada dos quatro discípulos: André, Tiago, Pe­
dro e João. Aqui são convidados a seguir a Cristo dedicando-
se ao discipulado (gr mathêtês, aquele que está sendo
ensinado); a vocação à plena conversão se descreve en
Jo 1.35-51; e a missão dos apóstolos (gr apostolas, "en­
viado", "emissário", "missionário"), descreve-se en
Mt 10.1-15, cf At 1.8.
4.23 Percorria. Reflete a ardente paixão do Mestre pelas at-
mas perdidas, em prol das quais: 1) Ensinava nas sinagogas
2) Pregava o evangelho do Reino; 3) Curava enfermidades.
1333 MATEUS 5.21
2 e ele passou a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventurados os humildes de espí­
rito, porque deles 6 o reino dos céusA
4 Bem-aventurados os que choram', por­
que serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos™, porque
herdarão a terra.
6 Bem-aventurados os que têm fome e
sede” de justiça, porque serão fartos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.0
8 Bem-aventurados os limpos de cora-
çãoP, porque verão a Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, por­
que serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os perseguidos? por
causa da justiça, porque deles é o reino dos
céus.
11 Bem-aventuradosr sois quando, por
minha causa, vos injuriarem, e vos persegui­
rem, e, mentindo, disserem todo mal con­
tra vós.
12 Regozijai-vos e exultai, porque é
grande o vosso galardão nos céus; pois assim
perseguiram aos profetas5 que viveram antes
de vós.
Os discípulos, o sal da terra
Mc 9.49-50; Lc 14.34-35
13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier
a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?
Para nada mais presta senão para, lançado
fora, ser pisado pelos homens. <
5 .3 ‘ SI 51.17;
Is 57.15
5.4 M
s61.2
5.5 mSI 37.11
5.6 nls 55.1-2
5.7 oSl 41.1;
Mc 11.25;
2Tm 1.16;
Tg 2.13
5.8 PSI 24.4
Os discípulos, a luz do mundo
14 Vós sois a luz do mundo“. Não se
pode esconder a cidade edificada sobre um
monte;
15 nem se acende uma candeia1
' para co­
locá-la debaixo do alqueire, mas no velador,
e alumia a todos os que se encontram na casa.
16 Assim brilhe também a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obrasw e glorifiquem a vosso Pai que
está nos céus.
5.10 <7lPe 3.14
5.11 ri Pe 4.14
5.12
s2Cr 36.16;
At 7.12
5.13 tMc 9.50
5.14 u)o 8.12;
9.5
5.15 vMc 4.21;
Lc 8.16; 11.33
5.16 *vipe 2.12
5.17 *Rm 3.31
5.18 rLc 16.17
Jesus não veio revogar a Lei, mas cumprir
17 Não penseis que vim revogar a Lei ou
os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir."
18 Porque em verdade vos digo: até que o
céu e a terra)' passem, nem um i ou um til
jyunais passará da Lei, até que tudo se cumpra.
19 Aquele, pois, que violar um destes
mandamentos, posto que dos menores, e as­
sim ensinar aos homens, será considerado mí­
nimo no reino dos céus; aquele, porém, que
os observar e ensinar, esse será considerado
grande no reino dos céus.2 
20 Porque vos digo que, se a vossa justiça
não exceder em muito a dos escribas e fari­
seus, jamais entrareis no reino dos céus.0
5.19 zStg 2.10
Jesus completa o que foi dito aos antigos
Do homicídio
5.20 oRm 9.31 21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não
5.2 Passou a ensiná-los. )esus achava-se em Cafarnaum, cer­
cado por grandes multidões, num lugar que hoje é apontado
como o Monte das Bem-aventuranças. O Sermão inteiro
ocupa os caps 5, 6 e 7, e seus ensinamentos foram repetidos
no decurso da missão ativa de Jesus na terra, como se verifica
nas referências e partes diferentes do Evangelho de Lucas.
5.3-12 Bem-aventurados. Cr makarios, "feliz", "abençoado".
É a felicidade do coração que está em paz com Deus, e es­
tende-se aos seguintes: 1) Humildes de espírito, os verdadeiros
humildes, não sendo a simples falta de bens materiais que
produz a humildade; 2) Os que choram, lamentando seus pró­
prios pecados; 3) Os mansos, que se dobram à vontade de
Deus; 4) Fome e sede de justiça, é o que têm os que buscam
a santidade que vem de Deus; 5) Os misericordiosos, que se
compadecem do seu próximo; 6) Os limpos de coração, têm
uma santidade no íntimo; 7) Os pacificadores, têm paz com
Deus e a semeiam; 8) Os perseguidos, que sofrem qualquer
sacrifício para permanecer dentro da vontade de Cristo.
5.13,14 A influência e a responsabilidade do cristão neste
mundo: o sal preserva e dá sabor, a luz brilha e se opõe às
trevas. “
5.17 Para cumprir. Cr plêrõsai, "encher", "completar". Jesus
não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que Deus ensi­
nara aos fiéis do passado no AT. Veio cumprir plenamente o
propósito de Deus revelado no AT dando à lei e aos profetas
aquilo que faltava: O Espírito Santo para interpretá-lo e poder
para pô-lo em prática, pela sua obra salvadora.
5.18 A letra i (foto) era a menor letra do abecedário grego e
hebraico (yôdh), e o til (gr keraia, lit "chifrezinho", era o sinal
que distinguia certas consoantes hebraicas, o daleth do rêsh,
o bêth do kaph). '
5.19 Aquele, pois, que violar. A Bíblia é a palavra de Deus, e
não deve ser menosprezada, retalhada ou profanada nas
mãos dos homens.
5.20 justiça. Gr dikaiosunê; a qualidade de ser reto ou justo.
Não é suficiente a observância de leis e de costumes; para isto
os fariseus serviam muito bem. Precisa-se certa realidade espi­
ritual produzida pelo relacionamento com Deus pela fé que
resulta numa retidão interna refletida pela expressão externa
(cf Lc 18.14n; Rm 4.3). '
5.21,22 Não matarás. Os judeus valorizavam a letra da lei
que proibia eliminar-se a vida humana (Êx20.13). Jesus, reve-
MATEUS 5.22 1334
matarás6; e: Quem matar estará sujeito a jul­
gamento.
22 Eu, porém, vos digo que todo aquele
que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará
sujeito a julgamento; e quem proferir um in­
sulto a seu irmão estará sujeito a julgamento
do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará
sujeito ao inferno de fogo.c
23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua
oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti,d
24 deixa perante o altar a tua oferta, vai
primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, en­
tão, voltando, faze a tua oferta.e
25 Entra em acordo sem demora com o
teu adversário, enquanto estás com ele a ca­
minho, para que o adversário não te entregue,
ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas
recolhido à prisão/
26 Em verdade te digo que não sairás dalir
enquanto não pagares o último centavo.
D o adultério
27 Ouvistes que foi dito: Não adulte-
rarás9.
C 28 Eu, porém, vos digo: quàlquer que
olhar para uma mulher com intenção impura,
jno coração, já adulterou com ela.6
29 Se o teu olho1
' direito te faz tropeçar,
arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que
se perca um dos teus membros, é hão seja
todo o teu corpo lançado no inferno.
30 E, se a tua mão/ direita te faz tropeçar,
corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se
5.21 ifx20.13;
Dt 5.17
5.22 cStg 2.20;
l)o 3.15
5.23 "Mt 8.4
5.24 e|ó 42.8;
1Tm 2.8;
IPe 3.7
5.25 /SI 32.6;
Is 55.6
5.27 9Êx 20.14;
Dt5.18
5.28 6Gn 34.2;
2Sm 11.2;
Pv6.25
5.29 /Mtl 8.9;
Mc 9.47
5.30 ;Mt 18.8;
Mc 9.43
5.31
*Dt 24.1-4;
Mt 19.7;
Mc 10.4
5.32 /Lc 16.18;
1Co 7.10-11
5.33 mlv 19.12
"Nm 30.2;
Dt 23.21
5.34 oTg 5.12
Pis 66.1;
Mt 23.22
5.35 pis 66.1
'SI 48.2
5.37 sCI 4.6
5.38 íÊx 21.24;
Lv 24.20;
Dt 19.21
5.39 uPv 20,22;
Lm 3.30;
Rm 12.17,19;
ICo 6.7;
ITs 5.15;
1Pe 3.9
perca um dos teus membros, e não vá todo o
teu corpo para o inferno.
31 Também foi dito: Aquele que repudiar
sua mulher*, dê-lhe carta de divórcio.
32 Eu, porém, vos digo: qualquer que re­
pudiar sua mulher, exceto em caso de rela­
ções sexuais ilícitas, a expõe a tomar-se
adúltera; e aquele que casar com a repudiada
comete adultério'.
Dos juramentos
33 Também ouvistes que foi dito aos anti­
gos: Não jurarás falsom, mas cumprirás" ri­
gorosamente para com o Senhor os teus
juramentos.
34 Eu, porém, vos digo: de modo algum
jureis0; nem pelo céuP, por ser o trono de
Deus;
35 nem pela terra<
/, por ser estrado de
seus pés; nem por Jerusalém'', por ser cidade
do grande Rei;
36 nem jures pela tua cabeça, porque não
podes tomar um cabelo branco ou preto.
37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim;
não, não. O que disto passar vem do ma­
ligno.5
Da vingança
L c 6.27-30
38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho,
dente por dente(.
39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao
perverso; mas, a qualquer que te ferir na face
direita, volta-lhe também a outra;"
lando a vontade de Deus, porém, proibiu o ódio e a vingança
que já é assassínio no coração (cf 23-26).
5.22 Inferno. Gr geenna, que translitera o hebraico gê-
hinnõm, "o vale de Hinom"; este vale profundo ficava ao sul
de Jerusalém. Durante o reinado de Manasses alguns judeus
sacrificavam ali aos seus próprios filhos, através do fogo, ao
ídolo Moloque. Finalmente tomou-se o depósito de lixo da
cidade, e inclusive de carcaças de animais e de criminosos
executados. O fogo e a fumaça incessantes criaram o símbolo
do castigo eterno.
5.27,28 Não adulterarás. Adulterar, para o judeu, obser­
vando-se a letra de Êx 20.14, seria deitar-se com a mulher do
seu próximo. Para jesus, é isto e ainda algo mais. Atendendo
ao espírito da lei e à disposição do coração que leva a cobiçar
uma mulher, declara que pensamento impuro é adultério,
embora não se pratique o ato.
5.32 A interpretação que os judeus da época de Jesus chega­
ram a ter da lei, começou a ter aplicação dupla: lenitiva para
com os homens, e severa para com as mulheres. Um homem
podia divorciar-se de sua esposa por qualquer pretexto, e
tinha muita facilidade para tomar uma concubina. Aqui, bem
como em outras questões, jesus revela qual era a verdadeira
intenção da Palavra de Deus, desde os primórdios.
5.33,34 Não jurarás falso. Cf Lv 19.12; Êx20 .7 ; D t5.34. O
juramento era permitido no AT, mas jesus querendo que toda
palavra nossa seja pura e inabalável (37), proíbe o juramento.
• N. Hom. Lugares onde nossa luz não deve ficar: 1) Debaixo
do alqueire, 5.15; 2) Debaixo da cama, Mc 4.21; 3) Debaixo
do vaso, Lc 8.16; 4) Em qualquer lugar escondido, Lc 11.23.
5.38 Olho por olho. A intenção desta lei era de controlar a
vingança da pessoa lesada, não podendo ultrapassar a sim­
ples retribuição justa e exata (Êx 21.24; Dt 19.21; Lv 24.20).
Jesus ultrapassa a justiça com amor, não somente na Sua obra
sacrificial na cruz, pela qual Deus cancela o castigo que Sua
justiça decreta, mas também na Sua vida diária demons­
trando que a justiça pode ser cumprida através de Sua Pessoa
e no Seu ensino.
1335 MATEUS 6.12
40 e, ao que quer demandar contigo e ti­
rar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
41 Se alguém te obrigar a andar uma mi­
lha, vai com ele duas."
42 Dá a quem te pede e não voltes as cos­
tas ao que deseja que lhe emprestes."'
5.41 v-Mt 27.32
5.42 »Dt 15.8;
Lc 6.30,35
5.43 *Lv 19.18
Do amor ao próximo
lc 6.32-36
t" 43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu
próximo* e odiarás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos
inimigos e orai pelos que vos perseguem;)'
45 para que vos tomeis filhos do vosso Pai
celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre
maus e bons e vir chuvas sobre justos e in-
[justos.2
46 Porque, se amardes os que vos amam,
que recompensa tendes? Não fazem os publi-
canos também o mesmo?“
47 E, se saudardes somente os vossos ir­
mãos, que fazeis de mais? Não fazem os gen­
tios também o mesmo?
48 Portanto, sede vós perfeitos* como
perfeito é o vosso Pai celeste.
5.44 /Lc 6.27;
At 7.60;
1Co 4.12-13;
1Pe2.23
5.45 *|ó 25.3
5.46 oLc 6.32
5.48&Dt 18.13
6.1 cMt 23.5
6.2 “ Rm 12.8
6.4 ^Lc 14.14
6.5 fLc 18.10-14
6.6 9Is 26.20
A prática da justiça
6 Guardai-vos de exercer a vossa justiça
diante dos homens, com o fim de serdes
vistos por elesc; doutra sorte, não tereis ga­
lardão junto de vosso Pai celeste.
Como se deve dar esmolas
6.7 “ IRs 18.26;
Ec5.2
6.9 'Lc 11.2
6.10
i S1103.20-21;
At 21.14
2 Quando, pois, deres esmola, não toques
trombeta diante de ti, como fazem os hipócri­
tas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glo-
6.11 *Jó 23.12
6.12 'Mt 18.21
rificados pelos homens. Em verdade vos digo
que eles já receberam a recompensa.*
3 Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a
tua mão esquerda o que faz a tua mão direita;
4 para que a tua esmola fique em secreto;
e teu Pai, que vê em secreto, te recom­
pensará.“
Como se deve orar
5 E, quando orardes, não sereis como os
hipócritas; porque gostam de orar em péf nas
sinagogas e nos cantos das praças, para serem
vistos dos homens. Em verdade vos digo que
eles já receberam a recompensa.
6 Tu, porém, quando orares, entra no teu
quarto9 e, fechada a porta, oraras a teu FüT
que está em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições,
como os gentios; porque presumem que pelo
seu muito falar serão ouvidos.*
8 Não vos assemelheis, pois, a eles; por­
que Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes
necessidade, antes que lho peçais.
A oração dominical
Lc 11.2-4
9 Portanto, vós orareis assim:'
Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
10 venha o teu reino;/
faça-se a tua vontade,
assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de cada dia*
dá-nos hoje;
12 e perdoa-nos as nossas dívidas/
5.43 Odiarás o teu inimigo. Esta expressão pertence à tradição
popular dos judeus, e não ao AT. Os judeus consideravam
que só outros judeus (e prosélitos, ver Lv 19.33-44) eram
vizinhos. Mas jesus ensinou o amor para com todos, conside­
rando-os além disto o sinal pelo qual o mundo reconheceria
os filhos do Pai Celestial ()o 13.35).
5.48 Perfeitos, jesus aponta para a absoluta perfeição do
amor de Deus como alvo do crente (cf 1 Pe 1.15,16). Não se
debate a possibilidade filosófica do absoluto amor perfeito na
terra: quem pertence a Cristo, pratica a verdadeira piedade
(1 Jo 1.6-10), e já tem sua absoluta garantia da transforma­
ção final (1 |o 3.2).
6.1 Guardai-vos de exercer, jesus não condena as esmolas
(2-4), nem a oração (5-8), nem o jejum (16-18). Não de­
vem estes, porém, ser aproveitados para demonstrações pú­
blicas, pois a humildade, e não o orgulho, é a base da
comunhão com Deus. jesus venceu a grande batalha contra
Satanás com jejum (4.2) e recomendou-o aos Seus discípulos
durante Sua ausência, (9.15) reconhecendo-o como útil para
se enfrentar ao diabo (17.21).
6.7 Vãs repetições. Esta era a maneira pagã de "forçar" os
deuses e conceder favores que estava em voga com os adora­
dores de Baal (1 Rs 18.26-28).
6.9 Pai nosso. Cf Lc 11.2n. Nome. O pensamento hebraico
não distinguia claramente entre o nome e a pessoa. Santificar
0 nome de Deus, implica em viver de uma maneira tal que
Sua Santidade se manifeste em Seus filhos.
6.10 Venha o teu reino. O Reino de Deus tem dois aspectos.
No sentido presente, se manifesta onde quer que Ele seja
adorado e seguido, nos corações onde Deus reina. O Reino
virá de modo completo ao mundo quando Deus vencer o
último inimigo, por ocasião da volta de Cristo (2 T s2.8 ;
1 Co 15.23—
28). Só Deus pode estabelecer Seu próprio
Reino.
6.11 De cada dia. Cf Lc 11.3n.
MATEUS 6.13 1336
assim como nós temos perdoado
aos nossos devedores;
13 e não nos deixes cair
em tentação;
mas livra-nos do mal
[pois teu é o reino™, o poder
e a glória para sempre. Amém]!
14 Porque, se perdoardes aos homens as
suas ofensas, também vosso Pai celeste vos
perdoará;'’
15 se, porém, não perdoardes aos homens
[as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos per­
doará as vossas ofensas.0
6.15
" K r 29.11
6.14
"Mc 11.25-26;
Cl 3.13
6.1So(14-15)
Mc 11.25-26
6.16 Pis 58.5
Comojejuar 6.17 vRt 3.3
16 Quando jejuardes, não vos mostreis
contristados como os hipócritas; porque desfi­
guram o rosto com o fim de parecer aos ho­
mens que jejuam. Em verdade vos digo que
eles já receberam a recompensa.P
17 Tu, porém, quando jejuares, unge a ca­
beça e lava o rosto,9
18 com o fim de não parecer aos homens
que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu
Pai, que vê em secreto, te recompensará.
6.19 fTg 5.2-3
6.20 >Mt 19.21;
lTm 6.19;
1Pe 1.4
6.22 'Lc 11.34
Os tesouros no céu
19 Não acumuleis' para vós outros tesou­
ros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem
corroem e onde ladrões escavam e roubam;
20 mas ajuntai para vós outros tesouros no
céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam;5
21 porque, onde está o teu tesouro, aí es­
tará também o teu coração.
6.24 uLc 16.13;
ITm 6.17;
Tg 4.4; IJo 2.15
6.25 ‘'SI 55.22;
IPe 5.7
6.26 iv|ó 38.41;
Lc 12.24
A luz e as trevas
Lc 11.34-36
22 São os olhos a lâmpada do corpo. Se os
teus olhos forem bons, todo o teu corpo sera
luminoso;'
23 se, porém, os teus olhos forem maus,
todo o teu corpo estará em trevas. Portanto,
caso a luz que em ti há sejam trevas, que
grandes trevas serão!
Os dois senhores
24 Ninguém pode servir a dois senhores:
porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao
outro, ou se devotará a um e desprezará ao
outro. Não podeis servir a Deus e às ri­
quezas.0
A ansiosa solicitude pela vida
L c 12.22-31
25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos
pela vossa vida, quanto áo que haveis de co­
mer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanco
ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do
que o alimento, e o corpo, mais do que as
vestes?v
26 Observai as aves do céu: não semeiam,
não colhem, nem ajuntam em celeiros; con­
tudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porven­
tura, não valeis vós muito mais do que as
aves?"'
27 Qual de vós, por ansioso que esteja,
pode acrescentar um côvado ao curso da sua
vidac?
28 E por que andais ansiosos quanto ao
cao curso da sua vida; ou à estatura
6.13 Deixes cair (peirasmos "tentação" ou "teste"). A tenta­
ção, que dq ponto de vista do diabo deve derrotar-nos, do
ponto de vista de Deus, deve fortalecer-nos (Lc 22.32). Jesus
deixa bem claro que a vitória somente se consegue vigiando
e orando (26.41; í Co 10.13). Mal. O original pode ser igual­
mente bem traduzido por "maligno", i.e., o diabo.
6.15 S e. . . não perdoardes. A exigência do perdão se baseia
na natureza da oração na igreja. Em 18.15-20, a "onipotên­
cia da oração em nome de Cristo" requer pleno perdão entre
todos os membros.
6.16 Hipócritas. Gr hupokritês, significava originalmente
"ator", aquele que finge ser alguém. Jesus frisa o fingimento
religioso, a busca do louvor dos homens por causa da religio­
sidade externa. O jejum não é condenado se tiver como alvo
o aproximar-se de Deus e a negação de si mesmo.
6.19 Tesouros. Gr thêsauros, "tesouraria". Trata-se de arma­
zenar para si mesmo valores materiais além do necessário
(1 Tm 6.6-10). Estes, por sua vez, vêm a dominar seu próprio
dono, e a deixar desamparados os necessitados. Traça: Parte
dos tesouros orientais consistia em valiosos tecidos e vestidos.
Escavam. Passando pela parede de tijolos de barro e de terra.
6.20 Tesouros no céu ajuntam-se somente convertendo pe­
cadores que viverão eternamente (cf Lc 16.9n).
6.22 Olhos. A luz na qual vivemos é captada pelos olhas
nosso vínculo com o mundo visível; sem eles, o mundo nas
seria escuridão. Nossa visão espiritual é nosso vínculo com a
eternidade.
6.24 Riquezas. Gr mamõn, transliteração da palavra aramaia
que significa "riqueza", mas que Jesus aqui está dando como
nome pessoal, como se fosse um ídolo pagão (ó que, na prá­
tica, tende a ser, pois sua busca exige uma dedicação igud
àquela que uma religião exige).
6.27 Côvado. Medida de comprimento de 46 cm . Aqui é hu­
moristicamente considerada como mais um pedacinho de
vida, pois a palavra, hêlikia, deve ser compreendida mais
como tempo do que como "estatura".
6.28 Os lírios do campo. As anémonas vermelhas que cres-
1337 MATEUS 7.12
vestuário? Considerai como crescem os lírios
do campo: eles não trabalham, nem fiam.
29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salo­
mão*, em toda a sua glória, se vestiu como
qualquer deles.
30 Ora, se Deus veste assim a erva do
campo, que hoje existe e amanhã é lançada no
forno, quanto mais a vós outros, homens de
pequena fé?
31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo:
Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com
que nos vestiremos?
32 Porque os gentios é que procuram to­
das estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe
que necessitais de todas elas;
33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino ê~ã~sua justiça, e todas estas coisàsvos
serão acrescentadas./
34 Portanto, não vos inquieteis com o dia
de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuida­
dos; basta ao dia o seu próprio mal.
O juízo temerário é proibido
Lc 6.37-38,41-42
6.29
*1Rs 10.4-7;
2Cr 9.3-6
6.33 ylRs 3.13;
Mc 10.30;
1Tm 4.8
7.1 zLc 6.37;
1Co 4.3,5;
Tg 4.11-12
7.2 oMc 4.24
7.3 6Lc 6.41-42
7.6 cPv 9.7-8
7.7 °Mt 21.22;
Lc 11.9-10;
Tg 1.5-6;
1|o 3.22
7
Não julgueis, para que não sejais jul­
gados.*
2 Pois, com o critério com que julgardes,
sereis julgados; e, com a medida0 com que
tiverdes medido, vos medirão também.
3 Por que vês tu o argueiro no olho de teu
irmão, porém não reparas na trave que está no
teu próprio?b
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me
7.8ePv8.17
7 .9 'Lc 11.11-13
7.11 sCn6.5
7.12 6Lc 6.31
tirar o argueiro do teu olho, quando tens a
trave no teu?
5 Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu
olho e, então, verás claramente para tirar o
argueiro do olho de teu irmão.
Não deis o que é santo aos cães
6 Não deis aos cães o que é santo, nem
lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para
que não as pisem com os pés e, voltando-se,
vos dilacerem.c
Jesus incita a orar
Lc 11.9-13
7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis;
batei, e abrir-se-vos-T3 '
8 Pois todo o que pede recebe; o que
busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-
á.g ...............
9 Ou qual dentre vós é o homem que, se
porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará
pedra?f
10 Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará
uma cobra?
11 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar
boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais
vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas
aos que lhe pedirem?»
12 Tudo quanto, pois, quereis^ que os ho­
mens vos façam, assim fazei-o vós também a
eles; porque esta é a Lei e os Profetas.
ciam nas encostas dos montes da Palestina, que Jesus via en­
quanto pregava.
6.33 Buscai primeiro. Jesus mostra a verdadeira escala de valo­
res: o corpo vale mais do que seu vestuário, a vida vale mais
do que a comida que a sustenta (w 25-32), e acima destas
coisas terrenas está a comunhão espiritual com Deus. Quem
dá a Deus a posição central em sua vida, gozará do Seu cui­
dado onipotente e eterno (Rm 8.32).
6.34 Mal. Cr kakos, "mal" (do ponto de vista humano), "difi­
culdade".
7.1 Não julgueis. Não se proíbe o uso de critérios sãos. O que
é proibido é o espírito de crítica, que aumenta o erro alheio.
7.3 Argueiro. O cisco que representa o pecado alheio, e que
pode cegar (v 22 e nota), não é de nossa responsabilidade
corrigir, uma vez que nossos pecados são como uma trave
nos impedindo de ver.
7.6 Porcos. Animais considerados imundos pelos judeus
(Lv 11.3). Pérolas. A maior preciosidade, para os orientais. A
parábola pinta o quadro de um rico jogando, a mancheias,
pérolas aos porcos como se fossem ervilhas, irritando aos por­
cos que dariam mais valor a ervilhas "genuínas". A igreja pri­
mitiva interpretou este ditado de Jesus, com relação à ceia do
Senhor. Dar ceia a incrédulos, hereges e até aos não batizados
(os não comprometidos com Cristo) era, para o autor do
Didaquê (c. 120 d .C ), para Tertuliano, para Teodoro e ou­
tros, muito perigoso. Apaga as distinções entre a fé e o paga­
nismo, e enfim, destróit> cristianismo.
7.7 Ás três expressões, em conjunto, ensinam claramente
qual é a disposição amorosa de Deus no que diz respeito a
atenderás orações (cf Jo 14.13-14).
7.9 Um estímulo à oração, destinado àqueles que imaginam
que Deus não responderá, ou mesmo atendendo, não conce­
derá a bênção especificamente pedida. Pedra. Semelhante aos
pães orientais, redondos e achatados. Cobra. Semelhante à
enguia, que é comestível.
7.12 Este versículo, originário de Jesus, chama-se "a regra
áurea". Aqui Jesus se ocupa com o nosso procedimento diá­
rio: devemos agir somente em amor (1 Co 13.4—
8), cedendo
ao próximo o que buscamos para nosso próprio bem. Longe
de pagar o mal com o mal, devemos fazer o bem a todos. Foi
assim que Deus respondeu à rebelião dos homens ofere­
cendo-lhes a salvação pela graça (Ef 2.8,9).
1338
As duas estradas
L c 13.24
13 Entrai pela porta estreita (larga é a
porta, e espaçoso, o caminno que conduz para
a perdição, e sao muitos os que entram'
por ela),1
14 porque estreita é a porta, e apertado, o
caminho que conduz para a vida, e são poucos
os que acertam com ela.
Os falsos profetas
15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que
se vos apresentam disfarçados em ovelhas,
mas por dentro são lobos roubadores./
16 Pelos seus frutos os conhecereis. Co­
lhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou
figos dos abrolhos?*
17 Assim, toda árvore boa produz bons
frutos, porém a árvore má produz frutos
maus.'
18 Não pode a árvore boa produzir frutos
maus, nem a árvore má produzir frutos bons.
19 Toda árvore que não produz bom fruto
é cortada e lançada ao fogo.m
20 Assim, pois, pelos seus frutos os co-
riihecereis.n
21 Nem todo o que me diz: Senhor, Se­
nhor! entrará no reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de meu Pai, que está nos
céus.0
22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me:
Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado ém teu nome, e em teu nome não
expelimos demônios, e em teu nome não fize­
mos muitos milagres?P
MATEUS 7.13
7.13 'Lc 13.24
7.15 (Dt 13.3;
Mq 3.5;
Mc 13.22;
Rm 16.17-18;
Cl 2.8; 2Tm 3.5;
2Pe 2.1-3;
1Jo4.1
7.16 *Mt 7.20
7.17 '|r 11.19
7.19 mMt 3.10;
|o 15.2,6
7.20 "(17-20)
Mt 3.10; 12.33;
Lc 3.9
7.21 »Os 8.2;
Lc 6.46;
Rm2.13
7.22 pNm 24.4;
1Co 13.2
7.23 4SI 6.8
7.24 rLc 6.47
7.28 sMt 13.54;
Lc 4.32
7.29 ((28-29)
Mc 1.22; Lc 4.32
23 Então, lhes direi explicitamente: nunca
vos conheci. Apartai-vos de mim, os que pra-
,ticais a inioüidadeo.
Os dois fundamentos
L c 6 .46-49
24 Todo aquele, pois, que ouve estas mi­
nhas palavras e as pratica será comparado a
um homem prudente que edificou a sua casa
sobre a rocha;r
25 e caiu a chuva, transbordaram os rios,
sopraram os ventos e deram com ímpeto con­
tra aquela casa, que não caiu, porque fora
edificada sobre a rocha.
26 E todo aquele que ouve estas minhas
palavras e não as pratica será comparado a um
homem insensato que edificou a sua casa so­
bre a areia; .................
27 e caiu a chuva, transbordaram os rios,
sopraram os ventos e deram com ímpeto con­
tra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a
sua ruína.
O fim do sermão do monte
28 Quando Jesus acabou de proferir estas
palavras, estavam as multidões maravilhadas
da sua doutrina;5
29 porque ele as ensinava como quem tem
autoridade e não como os escribas.1
A cura de um leproso
M c 1 .4 0-4 4 ; L c 5 .12-14
8
Ora, descendo ele do monte, grandes
multidões o seguiram.
2 E eis que um leproso, tendo-se aproxi-
7.13,14 Porto estreita. jesus chama o caminho para o céu de
"porta estreita" ou "caminho apertado", não porque de Deus
tivesse falta da generosidade de querer salvar a todos
(2 Pe 3.9), mas porque na prática muito poucas pessoas re­
nunciam ao éu-próprio para procurar a Deus. A figura dos
dois caminhos tem sido comum em muitos pensamentos reli­
giosos, desde a época de Sócrates (400 a .C ). Destaca-se em
dois livros cristãos do primeiro século d .C , no Didaquê e na
epístola de Barnabé.
7.15 Acautelai-vos. Não devemos nos impressionar com as
vestes (práticas religiosas) dos falsos profetas (v 15), nem
com aquilo que dizem (21), nem com aquilo que fazem (22);
devem ser julgados apenas pelo critério de jesus, pelos frutos
espirituais se é que realmente os produzem, cf C| 5.22-23. A
marca dos falsos profetas é o interesse egoísta, ao contrário
do Bom Pastor que ama as ovelhas (jo 10.11 -13). No tempo
do NT vieram na forma de judaizantes ou de gnósticos, que
se deduz de, 2 Co 11.13; 1 jo 4.1; 1 Tm 4.1.
7.24,27 A conclusão do Sermão do Monte: 1) Aquele que
ouvè a palavra de jesus e pratica, é como o homem sábio que
edificou a casa (sua vida e suas atividades) sobre a rocha
(Cristo), resistindo assim à ação devastadora do tempo e da
eternidade: as provações, tentaçõesé o julgamento; 2) O que
ouve a palavra de Jesus e não a pratica, é como um insensato
que constrói a casa da sua vida sobre os alicerces humanos do
dinheiro, dá cultura, dos títulos, da fama, da popularidade, os
quais como a areia não resistem à ação demolidora do juízo
final.
7.29 Autoridade. Autoridade cívica e religiosa é justamente o
que os escribas tinham, mas a palavra gr exousia, também
significa "poder sobrenatural" é o que o evangelho tem,
1 Co 2.4-5.
8.1 Descendo. Encerrou-se um dos cinco grandes grupos de
ensinamentos que Mateus ajuntou, nos cap 5 -7 ; os outros
encontram-se nos cap 10,13,18 e 24-25. • N. Hom. A
doença e sua cura, 8.1-4. Os males lamentáveis são físicos e
espirituais. A enfermidade física é uma infelicidade, mas a da
alma envolve pecado, A cura do corpo pode advir de remé-
1339 MATEUS 8.20
mado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quise­
res, podes purificar-me.1
1
3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe,
dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente
ele ficou limpo da sua lepra.
4 Disse-lhe, então, Jesus: Olha, não o di­
gas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacer­
dote e fazer a oferta que Moisés ordenouv,
para servir de testemunho ao povo.
8 .2 " Mc 1.40
8.4 "Lv 14.1-32
8.5 wLc 7.1
8.8 *SI 107.20
A cura do criado de um centurião
L c 7.1-10
5 Tendo Jesus entrado em Cafamaum,
apresentou-se-lhe um centurião, implo­
rando: .
8.11 yCn 12.3;
Ml 1.11;
At 10.45; Ef 3.6
6 Senhor, o meu criado jaz em casa, de
cama, paralítico, sofrendo horrivelmente.
7 Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.
8 Mas o centurião respondeu: Senhor, não
sou digno de que entres em minha casa; mas
apenas manda com uma palavra, e o meu ra­
paz será curado.*
9 Pois também eu sou homem sujeito à
autoridade, tenho soldados às minhas ordens
e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e
ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.
10 Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse
aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo
que nem mesmo em Israel achei fé como esta.
11 Digo-vos que muitos virão do Oriente
e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com
Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus.7
12 Ao passo que os filhos do reino serão
8.12/(11-12)
Mt 22.13;
25.30;
Lc 13.28-29
8.14
"Mc 1.29-31;
1Co 9.5
8.16 6Mc 1.32
8.17 c|s 53.4
8.19
"Lc 9.57-58
lançados para fora, nas trevasz; ali haverá
choro e ranger de dentes.
13 Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te,
e seja feito conforme a tua fé. E, naquela
mesma hora, o servo foi curado.
A cura da sogra de Pedro
M c 1.29-31; L c 4 .38-39
14 Tendo Jesus chegado à casa de Pedro,
viu a sogra deste acamada e ardendo em
febre.0
15 Mas Jesus tomou-a pela mão, e à febre
a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo.
Muitas outras curas ^
Mc 1.32-34; Lc 4.40-41
16 Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos
endemoninhados; e ele meramente com a pa­
lavra expeliu os espíritos e curou todos os que
estavam doentes;b
17 para que se cumprisse o que fora dito
por intermédio do profeta Isaías:
Ele mesmo tomou as nossas enfermidades
e carregou com as nossas doençasc.
Jesus põe à prova os que querem segui-lo
L c 9.57-62
18 Vendo Jesus muita gente ao seu redor,
ordenou que passassem para a outra margem.
19 Então, aproximando-se dele um es­
criba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para
onde quer que fores.d
20 Mas Jesus lhe respondeu: As raposas
têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas
dios ou da intervenção divina, mas os males da alma só po­
dem ser curados pelo sangue de Jesus.
8.4 Moisés ordenou. As leis sobre a lepra (Lv cap 13 e 14)
eram pormenorizadas, e o conceito da quarentena teve seu
início naquela época. A palavra traduzida por "lepra" (heb
çãro'ath) é uma definição genérica de várias desordens na
pele, havendo rara coincidência com o tipo hoje mais cómu-
mente conhecido. Para os hebreus, simbolizava o pecado, por
ser nojento, contagioso e incurável. |esus, ao curá-la, revela
parte da natureza do Seu ministério.
8.5 Um centurião. Oficial do império Romano, comandante
de uma centúria ou destacamento de 100 soldados. O proce­
dimento e a fé que este homem manifestou, provocaram a
admiração de Jesus (10).
8.9 Para o centurião era tão natural Jesus ter plenos poderes
sobre as influências invisíveis do universo, como o era para
um oficial romano ter confiança no cumprimento de suas
ordens.
8.14,15 Esta passagem dos evangelhos indica que Pedro era
casado e que possuía casa, como se vê em Mc 1.29. Paulo
menciona que Pedro levava a esposa nas viagens missionárias
(1 Co 9.5).
8.16 Endemoninhados. Para desafiar o ministério de Jesus, Sa­
tanás lançou uma ofensiva concentrada de forças malignas
(Lc 4.33). Não é valida a idéia que diz que os antigos con­
fundiam doenças com possessão demoníaca, revelando igno­
rância e superstição, A Bíblia define doenças e também é
específica quando se trata de possessão de demônios.
8.17 Para que se cumprisse. Mateus mostra a Jesus Cristo
como o Rei prometido pelas profecias do AT Por isso há tan­
tos textos que vinculam Jesus com as profecias (93 citações).
Isto, porém, não significa que Jesus procurasse profecias do
AT para depois se esforçar para cumpri-las.
8.18-22 Segue-me. A prova de alguém ser discípulo de
Cristo é o fato de segui-IO, procurando executar Sua vontade
(28.20). Sepultar. Cf Lc 9.59,60n.
8.20 O Filho do homem. Título que Jesus aplicou a si mesmo,
cerca de 80 vezes. Não se referia a algum profeta futuro,
como certos judeus imaginavam. A comparação de 16.13-15
com Lc 9.22 mostra que o título pertencia a Jesus. O termo
1340
w
j
t
JÍSÊIB1
8
^ 8:0? . 10 3o
o Filho do Homem não tem onde reclinar a
cabeça.
21 E outro dos discípulos lhe disse: Se­
nhor, permite-me ir primeiro sepultar
meu pai.e
22 Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-
me, e deixa aos mortos o sepultar os seus
próprios mortos.
8.21 e1Rs 19.20
8.24 'Mc 4.37
Jesus acalma uma tempestade
M c 4 .3 5 -4 1 ; L c 8.22-25
23 Então, entrando ele no barco, seus dis­
cípulos o seguiram. ;
. . 24 E eis que sobreveio no mar uma grande
tempestade, de sorte que o barco era varrido
pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia/
25 Mas os discípulos vieram acordá-lo,
clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos!
26 Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que
sois tímidos, homens de pequena fé? E, levan­
tando-se, repreendeu os ventos e o mar; e
fez-se grande bonança.9
27 E maravilharam-se os homens, di­
zendo: Quem é este que até os ventos e o mar
lhe obedecem?
8.28 hMc 5.1
8.34 <
'D
t5.25;
IRs 17.18;
At 16.39
A cura de dois endemoninhados gadarenos
M c 5 .1 -2 0 ; L c 8 .2 6-3 9 ,
9.1 /Mt 4.13
28 Tendo ele chegado à outra margem, à
terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro
dois endemoninhados, saindo dentre os sepul­
cros, e a tal ponto furiosos, que ninguém po­
dia passar por aquele caminho/
29 E eis que gritaram: Que temos nós con­
tigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-
nos antes de tempo?
30 Ora, andava pastando, não longe deles,
uma grande manada de porcos.
9.2 *Mt 8.10;
Lc 5.18
9 .4 /S1139.2;
Mc 12.15
31 Então, os demônios lhe rogavam: Se
nos expeles, manda-nos para a manada de
porcos.
32 Pois ide, ordenou-lhes Jesus. E eles,
saindo, passaram para os porcos; e eis que
toda a manada se precipitou, despenhadeiro
abaixo, para dentro do mar, e nas águas pere­
ceram.
33 Fugiram os porqueiros e, chegando à
cidade, contaram todas estas coisas e o que
acontecera aos endemoninhados.
34 Então, a cidade toda saiu para encon­
trar-se com Jesus; e, vendo-o, lhe rogaram
que se retirasse da terra deles.'
A cura de um paralítico em Cafarnaum
M c 2 .1 -1 2 ; L c 5 .17-26
9 Entrando Jesus mim barco, passou para
o outro lado e foi para a Sua própria
cidade./
• 2 E eis que lhe trouxeram um paralítico
deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus
disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho;
estão perdoados os teus pecados/
3 Mas alguns escribas diziam consigo:
Este blasfema.
4 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pen­
samentos, disse: Por que cogitais o mal no
vosso coração?'
5 Pois qual é mais fácil? Dizer: Estão per­
doados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te
e anda?
6 Ora, para que saibais que o Filho do
Homem tem sobre a terra autoridade para per­
doar pecados — disse, então, ao paralítico:
Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua
casa.
7 E, levantando-se, partiu para sua casa.
pode ter dois sentidos: 1) Possivelmente mostra que Jesus era
plenamente humano, o Homem ideal e representante da raça
humana; 2) Mostra claramente, também, que Jesus é o Mes­
sias eterno, vindo do próprio céu, segundo a profecia de
Dn 7.13-14, a qual Jesus aplicava a Si mesmo (26.64). Os
dois sentidos reúnem-se na missão de Jesus, 12 incluindo-se
a parte final desta missão, a futura segunda vinda na qual
Jesus será Juiz do universo (Jo 5.22,27)
8.23-27 Jesus ia atravessando o lago da Galiléia, saindo de
Cafarnaum e indo para Gadara, uma travessia de lOkm. Jesus
dormia, exausto depois de tanto trabalho. A tempestade sú­
bita era típica daquela região. Os pecadores nada conse­
guiam contra ela e despertaram o Mestre, que demonstrou
Sua autoridade sobre as forças da natureza.
8.28-34. Mateus dá um relatório rápido sobre dois endemo­
ninhados. Lucas, como médico que se interessa pelo lado hu­
mano das coisas, dá um relatório completo de um deles,
descrevendo a história da sua doença, e também sua atitude
depois de curado (Lc 8.26-39n). Os materialistas dos nossos
dias, atribuem os sintomas a alguma perturbação mental,
mas muitos têm visto a operação do mundo dos demônios na
época atual.
8.34 Que se retirasse. Jesus foi expulso de Gadara; talvez o
prejuízo material causado pela morte de dois mil porcos era
considerado mais importante do que uma grandiosa obra es­
piritual de libertação (cf Lc 8.32n).
9.1 Sua própria cidade. Cafarnaum (Mc 2.1, e Mt 4.12n).
9 .2-8 Um paralítico. Nesta cura Jesus vence o pecado junta­
mente com a doença; cumpre um ministério integral
(cf Lc5.18-26n).
1341 MATEUS 9.21
8 Vendo isto, as multidões, possuídas de
temor, glorificaram a Deus, que dera tal auto­
ridade aos homens.
9.9 '"Mc 2.14
A vocação de Mateus
Mc 2.13-14; Lc 5.27-28
9.10 "Mc 2.15
9 Partindo Jesus dali, viu um homem
chamado Mateus sentado na coletoria e
disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o
seguiu.™
9.11 o(IO-ll)
Lc 15.1-2
Jesus come com pecadores
Mc 2.15-17; Lc 5.29-32
10 E sucedeu que, estando ele em casa, à
mesa, muitos publicanos e pecadores vieram
e tomaram lugares com Jesus e seus discí­
pulos.”
11 Ora, vendo isto, os fariseus pergunta­
vam aos discípulos: Por que come o vosso
Mestre com os publicanos e pecadores?0
12 Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não
precisam de médico, e sim os doentes.
13 Ide, porém, e aprendeiP o que sig­
nifica:
Misericórdia quero e não holocaustosR;
pois não vim chamar justos, e sim pe­
cadores [ao arrependimento].
Dojejum
Mc 2.18-22; Lc 5.33-39
9.13 pMt 12.7
4Os 6.6
9.14 "Mc 2.18
9.15 s|o 3.29;
ICo 7.5
9.18 'Mc 5.22
14 Vieram, depois, os discípulos de João e
lhe perguntaram: Por que jejuamos nós, e os 9.20 "Mc 5.25
fariseus [muitas vezes], e teus discípulos não
jejuam?r
15 Respondeu-lhes Jesus: Podem, acaso,
estar tristes os convidados para o casamento,
enquanto o noivo está com eles? Dias virão,
contudo, em que lhes será tirado o noivo, e
nesses dias hão de jejuar.s •
16 Ninguém põe remendo de pano novo
em veste velha; porque o remendo tira parte
da veste, e fica maior a rotura.
17 Nem se põe vinho novo em odres ve­
lhos; do contrário, rompem-se os odres, der­
rama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas
põe-se vinho novo em odres novos, e ambos
se conservam.
O pedido de um chefe
Mc 5.21-24a; Lc 8.40-42a
18 Enquanto estas coisas lhes dizia, eis
que um chefe, aproximando-se, o adorou e
disse: Minha filha faleceu agora mesMo; mas
vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.f
A cura de uma mulher enferma
Mc 5.24b-34; Lc 8.42b-48
19 E Jesus, levantando-se, o seguia, e
também os seus discípulos.
20 E eis que uma mulher, que durante
doze anos vinha padecendo de uma hemorra­
gia, veio por trás dele e lhe tocou na orla da
veste;“
21 porque dizia consigo mesma: Se eu
apenas lhe tocar a veste, ficarei curada.
9.9 Um homem chamado Mateus. Era publicano, isto é, um
cobrador de impostos. Era desprezado e odiado pelos judeus
em virtude da colaboração com os inimigos romanos. Obti­
nha muito lucro exigindo a mais alta taxa possível. Social­
mente, entre os não religiosos, era um emprego rendoso e de
prestígio. Segue-me. Mateus passou do império romano para
o Reino dos Céus.
9.10 Em casa. Era a casa do próprio Mateus, escritor deste
evangelho, conforme se vê em Lc 5.27 (onde aparece seu
nome israelita, Levij. Publicanos e pecadores. O costume israe­
lita destacava as duas palavras talvez para fazer dos publica­
nos uma classe especial de pecadores.
9.11 Por que come. Os empedernidos judeus quiseram insi­
nuar que esta prova de misericórdia de Cristo era sinal que se
sentia em boa companhia com os pecadores. Eles, com tanto
medo de se deixar contaminar, julgaram estas pessoas como
que sendo desprezadas por Deus. Jesus, a Luz do Mundo,
ilumina sem medo de que as trevas prevaleçam (|o 1.5).
• N. Hom. Jesus conhece os pensamentos dos homens, cf 4
com Lc 7.39-50 e Hb4.13 - "Todas as coisas estão desco­
bertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar
contas".
9.13 Deus prefere ser compassivo em lugar do cumprimento
meticuloso da Lei.
9.14,15 E nesses dias hão de jejuar. Enquanto os crentes
aguardam ansiosos pela segunda Vinda de Cristo, o tempo de
jejum continua (6.16n). Os discípulos de |oão jejuavam, na
esperança de que sua devoção apressaria a vinda do Reino.
9.18 Um chefe. Era chefe da sinagoga, e chamava-se jairo
(Lc 9.41). Minha filha faleceu, Estas palavras refletem a situa­
ção que Lucas, como médico, divide çientificamente em duas
partes: jairo vem pedir em favor da filha que está morrendo
(Lc 8.42), e só depois de ter feito seu pedido, ficou sabendo
que ela morrera nesse meio tempo (Lc 8.49). • N. Hom. Os
milagres de Jesus comprovam Seu poder ilimitado e Sua infi­
nita misericórdia, vencendo doenças e demônios (8.3 e 8.16)
e dominando sobre poderes espirituais e inanimados (8.8
e 8.26-27) em resposta à petição da fé.
9.20 Marcos menciona ainda um pormenor, o de que os mé­
dicos tiraram-lhe todo o dinheiro que ela possuía, sem con­
tudo poderem curá-la; a ética profissional de médico, de
Lucas, que normalmente registrava os pormenores clínicos,
talvez o tenha feito omitir uma referência a esta delicada
questão.
MATEUS 9.22 1342
22 E Jesus, voltando-se e vendo-a, disse:
Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou. E,
desde aquele instante, a mulher ficou sã.v
A ressurreição dafilha de Jairo
Mc 5.35-43; Lc 8.49-56
23 Tendo Jesus chegado à casa do chefe e
vendo os tocadores de flauta e o povo em
alvoroço, disse:"'
24 Retirai-vos, porque não está morta a
menina, mas dorme. E riam-se dele."
25 Mas, afastado o povo, entrou Jesus, to­
mou a menina pela mão, e ela se levantou.
26 E a fama deste acontecimento correu
por toda aquela terra.
A cura de dois cegos
Tl Partindo Jesus dali, sèguiram-no dois
cegos, clamando: Tem compaixão de nós, Fi­
lho de Davfiy
28 Tendo ele entrado em casa, aproxi­
maram-se os cegos, e Jesus lhes perguntou:
Credes que eu posso fazer isso? Res-
pondetam-lhe: Sim, Senhor!
29 S ti o , lhes tocou os olhos, dizendo:
Faça-ise-’i'os conforme a vossa fé.
30 E .abriram-se-lhes os olhos. Jesus, po­
rém, os advertiu severamente, dizendo: Acau-
telai-vos de que ninguém o saiba.2
31 Saindo eles, porém, divulgaram-lhe a
fama por toda aquela terra.0
9.22 >tc 7.50
9.23
« 2 0 35.25;
Lc 8.51
9.24 *At 20.10
9.27 rMt 15.22;
Lc 18.38-39
9.30 ^Mt 8.4
A cura de um mudo endemoninhado.
A blasfêmia dosfariseus
32 Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido
um mudo endemoninhado.b
33 E, expelido o demônio, falou o mudo;
e as multidões se admiravam, dizendo: Jamais
se viu tal coisa em Israel!
34 Mas os fariseus murmuravam: Pelo
maioral dos demônios é que expele os de­
mônios.2
9.31 oMc 7.36
Jesus ia por toda partefazendo o bem.
A seara e os trabalhadores
9.32 6Mt 12.22
9.34 c(32-34)
Mt 10.25;
12.22-24;
Mc 3.22;
Lc 11.14-15
9.35 dMt 4.23;
Mc 1.39; Lc 4.44
9.36
«1RS 22.17;
2Cr 18.16;
Mc 6.34
9.37 Ur 10.2
35 E percorriad Jesus todas as cidades e
povoados, ensinando nas sinagogas, pregando
o evangelho do reino e curando toda sorte de
doenças e enfermidades.
36 Vendo ele as multidões, compadeceu-
se delas, porque estavam aflitas é exaustas
como ovelhas que não têm pastore.
37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A
seara, na verdade, é grande, mas os trabalha­
dores são poucos/
38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que
mande trabalhadores para a sua seara.9
A escolha dos doze apóstolos.
Os seus nomes
Mc 3.13-19; Lc 6.12-16
9.38 9(37-38)
Lc10.2
Tendo chamado os seus doze discí­
pulos, deu-lhes Jesus autoridade so-
9.22 A tua fé te salvou. Deus, através de Cristo, está sempre
pronto para agir, restando somente o ser humano crer para
receber. O verbo grego sõzein significa tanto salvar como cu­
rar. É restaurar e restabelecer totalmente. Decerto esta mulher
recebeu também a cura da alma.
9.23 Tocadores de flauta. Estes, juntamente com as carpidei­
ras, eram profissionais que acompanhavam os enterros; essas
lamentações não eram sertão mercenárias, o que se revela
pelo tom de zombaria qué adotaram para com Jesus. Ele res­
suscitou a menina com a mesma ternura com a qual sua mãe
a despertaria cada manhã (Mc 5.41).
9.27-31 Os dois cegos: 1) Seguiram a Jesus; 2) Fizeram-lhe
um pedido; 3) Persistiam no pedido; 4) Creram em Jesus e no
seu poder; 5) Receberam a cura de acordo com a fé indivi­
dual de cada um; 6) Deixaram de obedecer a Jesus numa
coisa. Este último passo é a falta em que muitos incorrem, ao
buscar o auxílio de Jesus.
9.27 Filho de Davi. É um título messiânico (2 Sm 7.12-16;
Lc 1.32; Rm 1.3). ,
9.28 Senhor. Gr kurios, às vezes um termo de cortesia em
relações humanas como em Mt 6.24; 15.27; Ef 6.9; e às vezes
usado como tradução da palavra hebraica yhwh "Senhor",
o nome de Deus aplicado a Jesus (Êx 6.2,3; Mt 22.43-45;
Jn 20.28). Estes cegos, porém, estavam ainda incertos quanto
ao pleno sentido da palavra quando a aplicaram a Jesu
(At 2.21, Rm 10.9,13).
9.32 Mudo. Gr kõphos, que significa "embotado", aplica-s*
às capacidades de falar, ouvir, ver e compreender; o contexto
(cf "falou" v 33), revela a interpretação da palavra. Aqui era
obra de demônios.
9.37 Os trabalhadores sõo poucos. Para todas as carreiras tá
concorrências entre os homens. Há milhares de excedentes
procurando vagas nas universidades, mas para o ministério, a
mais urgente de todas as vocações, poucas pessoas se ofe­
recem.
9.38 Rogai. O assunto do ministério pertence especialmerto
a Deus, e deve ser motivo de muitas orações, pois não baáa
uma pessoa querer, ou gostar. É necessária uma vocação i
vina, e está condicionada à comunhão com Deus pela oração
a qual nenhuma eficiência eclesiástica pode substituir. Mandfc
Gr ekbalein, "lançar para longe", "expulsar", "mandar co »
energia". Dá a idéia da dinâmica e da urgência da m issã
cristã (cf Ef 4.11,12).
10.1 Deu-lhes autoridade. Concedeu algo do Seu poder »■
brenatural para vencer as forças do maligno, cf notas 7 J ft
28.18-20; Lc 9.1.
1343 MATEUS 10.25
bre espíritos imundos para os expelir e para
curar toda sorte de doenças e enfermidades.h
2 Ora, os nomes dos doze apóstolos são
estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro,
e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu,
e João, seu irmão;'
3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o
publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;
4 Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que
foi quem o traiu./
As instruções para os doze
Mc 6.7-11; Lc 9.1-5
5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes
as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos
gentios, nem entreis em cidade de samari-
tanos;*
6 mas, de preferência, procurai as ovelhas
perdidas da casa de Israel;'
7 e, à medida que seguirdes, pregai que
está próximo o reino dos céus.™
8 Curai enfermos, ressuscitai mortos, pu­
rificai leprosos, expeli demônios; de graça re­
cebestes, de graça dai."
9 Não vos provereis de ouro, nem de
prata, nem de cobre nos vossos cintos;0
10 nem de alforje para o caminho, nem de
duas túnicas, nem de sandálias, nem de bor­
dão; porque digno é o trabalhador do seu ali-
mentoP.
11 E, em qualquer cidade ou povoado em
que entrardes, indagai quem neles é digno; e
aí ficai até vos retirardes.<
? ‘
12 Ao entrardes na casa, saudai-a;
13 se, com efeito, a casa for digna, venha
sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for,
tome para vós outros a vossa paz/
14 Se alguém não vos receber, nem ouvir
as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou
daquela cidade, sacudi o pós dos vossos pés.
to .i
SMc 3.13-14
10.2'|o 1.42
10.4/Lc 6.15;
At 1.13
10.5
*2Rs 17.24;
Jo4.9,20
10.6 'Is 53.6;
Ez 34.5-6,16;
At 13.46;
IPe 2.25
10.7 mMt 3.2
10.8 "At 8.18
10.9 o1Sm 9.7;
U9.3
10.10
f>1Co 9.14;
ITm 5.18
10.11 íLclO.8
10.13 'SI 35.13
10.14 sAt 13.51
10.15
(M tl 1.23-24
"Gn 19.24-28
"(5-15)
Lc 10.1-12
10.16 wtx. 10.3;
1Co 14.20;
Ef 5.15
10.17 *Mt 24.9;
Lc 12.11
10.18 yAt 12.1;
2Tm4.16
10.19 zÊx 4.12;
Mc 13.11-13
10.20
°2Sm 23.2;
2Tm4.17
10.21 6Mq 7.6;
Lc 21.16
10.22
cDn 12.12-13;
Mc 13.13
10.23 9Mt 2.13
10.24 «te 6.40
f)o 13.16; 15.20
15 Em Verdade vos digo que menos ri­
gor' haverá para Sodoma e Gomorra“, no
Dia do Juízo, do que para aquela cidade/
16 Eis que eu vos envio como ovelhas
para o meio de lobos; sede, portanto, pruden­
tes como as serpentes e símplices como as
pombas."'
17 E acautelai-vos dos homens; porque
vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão
nas suas sinagogas/
18 por minha causa sereis levados à pre­
sença de governadores e de reis, para lhes
servir de testemunho, a eles e aos gentios/
19 E, quando vos entregarem, não cuideis
em Como ou o que haveis de falar, porque,
naquela hora, vos será concedido o que haveis
de dizer/
20 visto que não sois vós os que falais,
mas o Espírito de vosso Pai, é quem fala
em vós.0
21 Um irmão entregará à morte outro ir­
mão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se
levantarão contra os progenitores e- os
matarão/
22 Sereis odiados de todos por causa do
meu nome; aquele, porém, que perseverar até,
ao fim, esse será salvo.c '
23 Quando, porém, vos perseguirem numa
cidade, fugi para outra; porque em verdade
vos digo que não acabareis de percorrer as
cidades de Israel, até que venha o Filho do
H om em /
Os estímulos
24 O discípulo* não está acima do seu
mestre, nem o servo', acima do seu senhor.
25 Basta ao discípulo ser como o seu mes­
tre, e ao servo, como o seu senhor. Se chama-
10.2 Apóstolos. "Enviados", cf 4.18-22n. É a primeira vez
que esta palavra ocorre na Bíblia. A lista dos doze deve ser
comparada com a dos demais evangelhos, e com At 1.13
para se notar diferenças nos nomes e na ordem dos mesmos.
10.9-11 Estes versículos ensinam o servo de Cristo a tomar
uma atitude de fé com a obra missionária, aceitando as condi­
ções de vida que Cristo e a comunidade dos fiéis lhe ofere­
ceram.
10.14 Sacudi o pó. Os judeus, sob o domínio romano, desen­
volveram um costume de afastar, de maneira mais dramática
e completa, qualquer contato com os não judeus, conside­
rando o próprio pó dos seus pés imundo como a putrefação
da morte, jesus ordena que seus apóstolos usem desse cos­
tume para com os próprios judeus, caso necessário, a fim de
causar impacto aos rebeldes e duros de coração. Seriam, por
isso perseguidos, maltratados, presos e interrogados, porém o
Espírito Santo falaria por eles, e o evangelho causaria grande
revolução, até sair-se vitorioso. A obra a ser feita em meio às
perseguições, éra pregar o reino de Deus, confirmando-o
pela cura de enfermos, ressuscitando os mortos, purificando
leprosos, expulsando demônios, e tudo pela graça de
Cristo (5 -8 ).
10.25 Belzebu. Nome antigo de algum ídolo dos cananeus,
que depois se tornou o nome de um demônio principal, ao
qual os fariseus chegaram a atribuir a obra divina e sobrenatu­
ral de jesus, como se vê em 9.34 e 12.24, cf Lc 10.15n.
MATEUS 10.26 1344
ram BelzebuS ao dono da casa, quanto mais
aos seus domésticos?
26 Portanto, não os temais; pois nada há
encoberto, que não venha a ser reveladoó;
nem oculto, que não venha a ser conhe­
cido.
27 O que vos digo às escuras, dizei-o a
plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, pro­
clamai-o dos eirados.
28 Não temais os que matam o corpo e
não podem matar a alma; temei, antes, aquele
que pode fazer perecer no inferno tanto a
alma como o corpo.'
29 Não se vendem dois pardais por um
asse? E nenhum deles cairá em terra sem o
consentimento de vosso Pai.
30 E, quanto a vós outros, até os cabelos
todos da cabeça estão contados.!
31 Não temais, pois! Bem mais valeis vós
do que muitos pardais.
32 Portanto, todo aquele que me confessar
diante dos homens, também eu o confessarei
diante de meu Pai, que está nos céus;*
33 mas aquele que me negar' diante dos
homens, também eu o negarei diante de meu
Pai, que está nos céus. -
As dificuldades
i 34 Não penseis que vim trazer paz à terra;
não vim trazer paz, mas espada.m
10.25
SMt 9.34;
12.24; Mc 3.22;
Lc 11.15
10.26
!>Mc4.22;
Lc 8.17
10.28
ris 8.12-13;
IPe 3.14
10.30
/ISm 14.45;
2Sm 14.11;
At 27.34
10.32 Hc 12.8;
Ap 3.5
10.33
'2Tm2.12
10.34 .
">Lc 12.49
10.35 "Mq 7.6
10.36 o(35-36)
Mq 7.6
10.37 pLc 14.26
10.38
íMt 16.24;
Lc 9.23
10.39
rLc 17.33;
|o 12.25
J(38-39)
Mt 16.24-25;
Mc 8.34-35;
Lc 9.23-24;
17.33; |o 12.25
10.40
(Lc 10.16;
]o 13.20
oMc9.37;
Lc9.48
35 Pois vim causar divisão entre o homem
e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora
e sua sogra."
36 Assim, os inimigos do homem serão os
da sua própria casa.0
37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do
que a mim não é digno de mim; quem ama
seu filho ou sua filha mais do que a mim não
é digno de mim;P
38 e quem não toma a sua cruz e vem após
mim não é digno de mim.9
39 Quem acha a sua vida perdê-la-ár;
quem, todavia, perde a vida por minha causa
açhá-la-á.5
As recompensas
40 Quem vos recebe a mim me recebe';
e quem me recebe recebe aquele“ que me
enviou.
41 Quem recebe um profeta, no caráter de
profeta, receberá o galardão de profeta; quem
recebe um justo, no caráter de justo, receberá
o galardão de justo.v
42 E quem der a beber, ainda que seja um
copo de água fria, a um destes pequeninos,
por ser este meu discípulo, em verdade vos
digo que de modo algum perderá o seu ga­
lardão."
10.41 v1Rs 17.10; 2Rs4.8 10.42 »Mt 8.5-6; Hb6.10
10.28 Perecer. O castigo eterno; afastado de Deus; a fonte da
vida.
10.29 Pardais. Cr strouthion lit "passarinho", um diminutivo
afetuoso como seria o feminino "pardoca", uma nota de ter­
nura para com algo de mínimo valor comercial; esta compai­
xão divina nos consola muito. Asse, moeda equivalente a
meia hora de serviço baseado no "salário mínimo" da época.
10.30,31 Até os cabelos. Á providência divina valoriza o
homem. ‘
10.32-36 O capítulo inteiro, e este trecho especialmente,
projeta uma nota de urgência na mensagem de Cristo, mos­
trando que é exclusiva na sua situação e nos seus resultados,
que é eterna na sua duração e no seu propósito, e que é
dogmática quanto ao caráter único e insubstituível da pessoa
de Cristo. O cristianismo moderno, como tem sido superficial,
está longe de arcar com as exigências desta mensagem.
10.34 Não vim trazer paz. "Paz" no sentido de comodismo,
ócio e ausência de lutas, jesus não trará, enquanto o mundo
não estiver em comunhão com Deus. A paz verdadeira de
espírito para o crente que está em comunhão com Deus, é
sua herança legada por Cristo ( jo 14.27).
10.35 Nora. Cr numphé, lit "noiva", "esposa", que no caso
seria levada para morar na casa do marido com seus sogros.
Se ela se achega mais a Cristo do que a seus sogros, logo as
relações no lar se deterioram. • N. Hom. Confissão ou nega­
ção de Cristo. Toda pessoa chega a tomar uma atitude ou
outra (Mt 12.20). Há vários modos de confessá-lo, recebendo
dEle uma missão (10.5-7), ajudando os Seus servos (10.11),
testificando publicamente de Cristo (10.32). Para negar a
Cristo, pode-se recusar a aceitação de Seus obreiros (10.14),
persegui-los (17-23), ou falar publicamente contra Ele (33).
10.37 Não é necessário abandonar os parentes para seguir a
jesus, mas se estes forem um empecilho para o crente livre­
mente servi-lo, deve-se dar a Cristo a preeminência.
10.38 Tomo a sua cruz. Não é procurando p sofrimento, mas
é vivendo tão-somente para Cristo ao ponto de se enfrentar
as conseqüências. O criminoso romano carregava a cruz para
o lugar da execução. O crente salvo por Cristo carrega con­
sigo a mesma cruz: a renúncia de si mesmo para servir unica­
mente a Cristo, mesmo até à morte (Gl 2.20),
10.39 Um dos paradoxos de Jesus. Quem se dedica à busca
das vantagens da vida terrestre, perde a vida eterna conce­
dida em Cristo (2 Co 5.17).
10.40-42 Quem vos. recebe, jesus promete recompensar a
todo e qualquer esforço que fizermos em favor do seu Reino,
não se esquecendo dos que assim Q servem (1 Co 15.58;
Cl 6.9; Mt 25.35-36). .
1345 MATEUS 11.21
Jesus prega nas cidades
n
Ora, tendo acabado Jesus de dar estas
instruções a seus doze discípulos,
partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades
deles.
João envia mensageiros a Jesus
L c 7.18-23
2 Quando João ouviu, no cárcere, falar das
obras de Cristo, mandou por seus discípulos
perguntar-lhe:*
3 És tu aquele que estava para vir ou have­
mos de esperar outro?/
4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e
anunciai a João o que estais ouvindo e vendo:
5 os cegos* vêem, os coxos andam, os
leprosos são purificados, os surdos ouvem, os
mortos são ressuscitados, e aos pobres está
sendo pregado o evangelho0.
6 E bem-aventurado é aquele que não
achar em mim motivo de tropeço.b
Jesus dá testemunho de João
L c 7.24-35
7 Então, em partindo eles, passou Jesus a
dizer ao povo a respeito de João: Que saístes
a ver no deserto? Um caniço agitado pelo
vento?*
8 Sim, que saístes a ver? Um homem ves­
tido de roupas finas? Ora, os que vestem rou­
pas finas assistem nos palácios reais.
9 Mas para que saístes? Para ver um pro­
feta? Sim, eu vos digo, e muito mais que
profeta.d
10 Este é de quem está escrito:
11.2*Mt14.3
11.3 rGn 49.10;
Dn 9.24
11.5 zls 35.5-6
ais 61.1
11.6
bis 8.14-15;
Rm9.32-33;
1Co 1.23;
1Pe 2.8
11.7 T c 7.24
11.9 °Mt 14.5
11.10'Ml 3.1
11.12'Lc16.16
11.13 9(12-13)
Lc 16.16
11.146MI 4.5;
Mt 17.10-13;
Mc 9.11-13
11.15 'Mt 13.9;
Ap 2.7,11,17,29
11.16/Lc 7.31
11.19 LMt 9.10
11.20 'Lc 10.13
Eis aí eu envio diante da tua face o meu
mensageiro, o qual preparará o teu ca­
minho diante de tie.
11 Em verdade vos digo: entre os nascidos
de mulher, ninguém apareceu maior do que
João Batista; mas o menor no reino dos céus
é maior do que ele.
12 Desde os dias de João Batista até
agora, o reino dos céus é tomado por esforço,
e os que se esforçam se apoderam dele.f
13 Porque todos os Profetas e a Lei profe­
tizaram até João.9
14 E, se o quereis reconhecer, ele mesmo
é Eliash, que estava para vir.
15 Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.'
16 Mas a quem hei de comparar esta gera­
ção? É semelhante a meninos que, sentados
nas praças, gritam aos companheiros:/
17 Nós vos tocamos flauta,
e não dançastes;
entoamos lamentações,
e não pranteastes.
18 Pois veio João, que não comia nem be­
bia, e dizem: Tem demônio!
19 Veio o Filho do Homem, que come e
bebe, e dizem; Eis aí um glutão e bebedor de
vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas
a sabedoria é justificada por suas obras.k
Ai das cidades impenitentes!
L c 10.13-15
20 Passou, então, Jesus a increpar as cida­
des nas quais ele operara numerosos milagres,
pelo fato de não se terem arrependido:1
21 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!
11.2 No cárcere. |oão Batista estava encarcerado em Maque-
ros, fortaleza inóspita nas proximidades do mar Morto.
11.3 És tu aquele que estava para vir? João quis certificar-se,
antes de morrer, de que Jesus era realmente o Messias. Talvez
a hora da pergunta revele que João conservava uma leve es­
perança que Jesus seria o Messias que o povo esperava, des­
truindo os romanos e libertando os fiéis pela força das armas.
Aliás, Jesus e |oão evitaram usar a palavra "Messias" que os
próprios ouvintes poderiam interpretar como a declaração da
vinda do libertador militar nacionalista.
11.12 Se apoderam. Cf harpazein, "apanhar", "agarrar", "ar­
rebatar", usando também para expressar a ação dos ladrões.
Aqui representa a maneira corajosa e resoluta dos fiéis, de
aceitar para si o Reino que Deus lhes oferece, vencendo, pela
fé e pelo poder de Cristo, qualquer oposição do mundo exte­
rior, ou de tentação íntima (Lc16.16n). Pode-se interpretar
como uma referência à violência de certos judeus que pensa­
ram em estabelecer o reino pela força bélica (como era o caso
dos zelotes).
11.7-19 A respeito de João. Quando os discípulos de João se
retiraram, Jesus começou a descrever a pessoa, a missão e a
obra de |oão: 1) O maior entre todos os mortais; 2) Suas ves­
tes características; 3) Um profeta em termos de Ml 3:1; 4) O
fim de uma época. João tinha chegado ao ponto culminante
dos profetas, pois Jesus, o Alvo das profecias, estava perante
seus olhos. Qualquer crente seria maiór do que |oão, pois
veria a culminação de Cristo, participando nos seus bene­
fícios.
11.20 increpar. Gr oneidisein, lit "Lançar em rosto" ou "re­
preender". Revelou tudo quanto foi feito para estas cidades,
milagres portentosos, que serviam como prova da missão to­
tal de Cristo, a não ser para aqueles que de modo nenhum
queriam ser levados ao arrependimento. • N. Hom. Três ver­
dades do evangelho: 1) Produz revolução no seio das famílias
(10.34-37); 2) Exige plena dedicação dos seus seguidores
(1 0 .9-1 1 ; 22-23,37); 3) Sempre traz sua recompensa
(10 .32 -3 3,4 0 -42 ).
11.21 Corazim.. . Betsaida.. . Cafarnaum. Três cidades locali-
MATEUS 11.22 1346
Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem
operado os milagres que em vós se fizeram,
há muito que elas se teriam arrependido com
pano de saco e cinza.m
22 E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo,
haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que
para vós outras."
23 Tu, Cafamaum, elevar-te-ás, porven­
tura, até ao céu°? Descerás até ao inferno;
porque, se em Sodoma se tivessem operado
os milagres que em ti se fizeram, teria ela
permanecido até ao dia de hoje.
24 Digo-vos, porém, que menos rigor ha­
verá, no Dia do Juízo, para com a terra de
Sodoma do que para contigo.P
Jesus, o Salvador dos humildes
L c 10.21-22
25 Por aquele tempo, exclamou Jesus:
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque ocultaste estas coisas aos sábios e ins­
truídos e as revelaste aos pequeninos.'?
26 Sim, ó Pai, porque assim foi do teu
agrado.
27 Tudo me foi entregue' por meu Pai.
Ninguém conhece o Filho, senão o Pais; e
ninguém conhece o Pai, senão o Filho e
aquele a quem o Filho o quiser revelar.
11.21
mJoh 3.7-8
11.22 "(21-22)
Is 23.1-18;
Ez 26.1-28.26;
Jl 3.4-8;
Am 1.9-10;
Zc 9.2-4
11.23
ols 14.13-15
11.24p(23-24)
Gn 19.24-28;
Mt 10.15;
Lc 10.12
11.25 9SI 8.2;
Lc 10.21;
1Co 1.19,27;
2Co 3.14
11.27 r|o 3.35
sjo 10.15
11.29 íjr 6.16;
Jo 13.15; 1)0 2.6
11.30 uljo 5.3
12.1 *0123.25
12.3
»ISm 21.1-6
12.4 «Lv 24.9
12.5
yNm 28.9-10
Vinde a mim 12.6 *2Cr 6.18
28 Vinde a mim, todos os que estais can­
sados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
12.7 oMt9.l3
t>Os 6.6
29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei
de mim, porque sou manso e humilde de cora­
ção; e achareis descanso para a vossa alma.'
30 Porque o meu jugo é suave, e o meu
fardo é leve."
Jesus é senhor do sábado
M c 2 .2 3 -2 8 ; L c 6 .1 -5
Por aquele tempo, em dia de sábado,
passou Jesus pelas searas. Ora, es­
tando os seus discípulos com fome, entraram
a colher espigasse a comer.
2 Os fariseus, porém, vendo isso, disse­
ram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o
que não é lícito fazer em dia de sábado.
3 Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que
fez Davi”' quando ele e seus companheiros
tiveram fome?
4 Como entrou na Casa de Deus, e come­
ram os pães da proposição, os quais não lhes
era lícito" comer, nem a ele nem aos que com
ele estavam, mas exclusivamente aos sacer­
dotes?
5 Ou não lestes na Lei que, aos sábados,
os sacerdotes no templo violam o sábado/ e
ficam sem culpa? Pois eu vos digo:
6 aqui está quem é maior que o templo."
7 Mas, se vós soubésseis0 o que significa:
Misericórdia quero e não holocaustos*,
não teríeis condenado inocentes.
8 Porque o Filho do Homem é senhor do
<
31:
sábado..
zadas na banda noroeste do mar da Galiléia, sobre as quais
pouco sabemos, a não ser que rejeitaram a mensagem de
Cristo, precedendo, em sua rejeição, à dos judeus.
11.24 Menos rigor. Não que Sodoma fosse menos pecadora
do que as cidades mencionadas: apenas não teve as mesmas
oportunidades que estas. .........
11.25 Graças te dou. Jesus dava graças pela misericórdia de
Deus, em revelar as verdades eternas para os simples, jesus
não condena ao intelecto, mas sim ao orgulho intelectual.
Sem humildade, o evangelho não tem acesso ao coração.
Sábios e instruídos. Seriam os doutores da Lei e os escribas que
orgulhavam-se do seu profundo estudo e conhecimento do
AT, mas que não foram capazes de reconhecer quem era Je­
sus. Pequeninos. São os discípulos que, pela fé, perceberam a
verdade acerca de Cristo (M t 16.16ss). Estas coisas. Referem-
se aos "mistérios do Reino" (13.11).
11.27 Estas palavras de Jesus formam sua maior reivindica­
ção. Ele afirma categoricamente que só Ele conhece verdadei­
ramente a Deus, e Ele é o único que pode revelá-lo (Jo 1.18;
14.9s).
11.28-30 Sobrecarregados. Os que levam o fardo dos fari­
seus, as exigências da lei e as tradições para serem salvos
(Mt 23.4). jugo. Os rabinos fariseus usaram a metáfora do
"jugo da lei". • N. Hom. "Vinde a mim". 1 )0 convite é para
todos; 2) O convite é para vir a |esus sem intermediários;
3) O convite é para os aflitos; 4) O convite oferece alívio à
alma; 5) O convite é para se rejeitar o jugo cruel do mundo
e do pecado, e para receber o suave de Cristo (é suave por­
que Cristo carrega o peso por nós); 6) O convite oferece-nos
descanso espiritual num Mestre verdadeiramente misericor­
dioso. • N. Hom. As maravilhas de Jesus: 1) O convite de
Jesus; 2) O alívio de Jesus; 3) O descanso de jesus; 4 ) O jugo
de Jesus; 5) O fardo de Jesus; 6) A paz de Jesus. Assim como
a pomba de Noé encontrou, na arca, o descanso que não
existia fora, assim o crente encontra, no Senhor Jesus, des­
canso e paz para o seu coração (Rm 5.1).
12.1-8 Entraram a colher, espigas. Seguindo a Jesus pelos
campos de trigo, os discípulos usufruíram do mesmo direito
que os transeuntes, comendo para satisfazer a fome, sem le­
var nada consigo (Dt 23.25). Segundo os fariseus, debulhar
era um tipo de trabalho proibido no sábado (Lc 6.1). Jesus
mostra, por exemplo histórico, que fazer o serviço de Deus
supera as regras religiosas. Jesus declara Sua igualdade a Deus
quando reivindica ser o Senhor do sábado (8; cf Jo 5.17). O
sábado foi dado ao homem para seu bem e não para preju­
dicá-lo (12). Veja Lc 6.4n.
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O nascimento do Messias Jesus segundo Mateus

  • 1.
  • 2. O Evangelho Segundo Mateus Análise 0 propósito do evangelho de Mateus foi o de testificar que Jesus era o Messias da promessa do Antigo Testamento, e que a Sua missão messiânica consistia em trazer o Reino de Deus até os homens. Esses dois temas — o caráter messiânico de Jesus e a presença do Reino de Deus — estão inseparavelmen­ te ligados, e cada qual inclui um “mistério” — um novo des­ vendar do propósito remidor divino (vd Rm 16.25,26). O mistério da missão messiânica é que antes do Messias vir como o celeste Filho do Homem, entre as nuvens do céu, a fim de estabelecer o Reino sobre a terra inteira, terá primei­ ramente de vir em humildade entre os homens na qualidade de Servo sofredor com a finalidade de morrer. Esse era um ensi­ no desconhecido para os judeus do primeiro século de nossa era. Para o crente de hoje, entretanto, o capítulo 53 de Isaías prediz claramente os sofrimentos do Messias. Não obstante, o Messias não é chamado por nome nessa passagem, e o contex­ to (Is 48.20; 49.3) especificamente apresenta a Israel como Servode Deus. Não é para surpreender, portanto, que osjudeus não tivessem compreendido que Isaías 53 era trecho que se re­ ferisse ao Messias. Os judeus aguardavam então um Messias vindo em poder e vitória, e o Antigo Testamento, verdadeira­ mente, prometia um tal Messias. O Filho de Davi é um Rei divino que governará o Reino messiânico (Is 9 e 11; Jr 33), quando todo pecado e mal será tirado e quando a paz e a justiça prevalecerão. O Filho do Ho­ mem é um ser celestial a Quem será entregue o governo de to­ das as nações ereinosdaterra.0 AntigoTestamento não indica como esses dois conceitos proféticos, do Rei Davídico e do Fi­ lho do Homem celestial, estão relacionados entre si, ou como qualquer deles pode ser identificado com o Servo Sofredor do capítulo 53 de Isaías. Por conseguinte, os judeus do primeiro século esperavam por um Messias Davídico conquistador ou por um Filho do Homem celestial, e não por um humilde Ser­ vo do Senhor que haveria de sofrer e morrer. O mistério mes­ siânico — o novo desvendamento do propósito divino — é que o celestial Filho do Homem deve primeiramente sofrer e morrer em cumprimento de Sua missão redentora e messiâni­ ca na qualidade de Servo sofredor, antes de vir em poder e grande glória. O mistério do Reino é semelhante e está intimamente as­ sociado com o mistério messiânico. O segundo capítulode Da­ niel descreve a vinda do Reino de Deus em traços vívidos, em termosda destruição de todo poderque fizerresistência a Deus e se opuser à vontade divina. O Reino virá em poder, varren­ do à sua frente todo o mal e todo império hostil, transforman­ do a terra e inaugurando uma nova ordem universal de perfeita paz e retidão. Entretanto,Jesus não ofereceu tal Reino de imen­ so poder. Por conseguinte, tanto a Sua mensagem como a Sua pessoa foram inteiramente incompreendidas pelos Seus con­ temporâneos, incluindo os Seus discípulos. Ele era filho de um carpinteiro; Sua família era conhecida em Nazaré; Ele parecia pouco mais do que um rabinojudaico. Suas palavras eram fei­ tos gentis de bondade e amor, e no entanto afirmava que em Suas palavras e ações, bem como em Sua Pessoa, o Reino de Deus se tinha aproximado. Todavia, os reinos dos homens e do mundo não foram perturbados, e o odiadodomínio de Roma sobre o povo terreno de Deus não era desafiado. Como é que esse poderia ser o Reino de Deus se não partia pelo meio to­ dos os demais reinos e não os pulverizava? Mas a nova reve­ lação sobre o divino propósito é que o Reino haveria de vir em poder espiritual, antes de vir em glória. Autor A tradição do segundo século de nossa era atribui o pri­ meiro evangelho ao apóstolo Mateus. Esboço NASCIMENTO E INFÂNCIA DO MESSIAS, 1.1 -2.23 Genealogia, 1.1-12 Narrativas sobre o Nascimento, 1.18—2.18 A Mudança para Nazaré, 2.19-23 PRELUDIO DO MINISTÉRIO DO MESSIAS, 11 4 25 O Ministério Preparatório de João Batista, 3.1-12 O Batismo dOrws. 1 13-17 A lenüçao de |esus, 4 1 11 Sumário do Ministério Galileu. 4.12-25 DISCURSO I lUSTIÇA DO REINO, 5 1-7.29 As Bem-aventuranças, 5.1-16 O Caráter da Justiça do Reino, S.17-48 A Prática da Justiça do Reino, 6.1-7.12 A Escolha do Reino, 7.13-27 O Modo do Ensino de Jesus, 7.28,29 NARRAIIVA I: FFITOS PODEROSOS DO REINO, 8 .1 -9 38 Uma Série de Milagres, 8.1—9.8 O Reinu e a Ordrtn AnUga, 9 9 17 Mais Milaqres, 9 18 38“ DISCURSO II PROlTAMAÇÃO DO REINO, 10 I 42 Os Pregadores e sua Missão, 10.1 -15 A Respostaa Ser Esperada, 10.16-42 NARRAIIVA II A PRESENÇA DO RllNO, I I I - 12 aO O Desafio à Presente Geração, 11.16-30 O Remo e |oao Batota, 11 I IS A Oposição ac Reinu 12 I 45 A fninunhdC no Remo. 12 46-50 DISCURSO III: MISTÉRIO DO REINO, 13.1 -58 A Parábola do Semeador, 13 1 9 Explicação do Método das Parábolas, 13.10-23 Outras Parabolas, 13 74 42 Reação às Parábolas de Jesus, 13.S3-58 NARRATIVA III ( RISE DO REINO, 14 1 -1/77 Cnse da Oposição, 14 1— 15 20 Retirada para o Norte. 15 71 39 Mais um Conflito, 16.1-12 Uma Crise de Fé, 16.13-20
  • 3. MATEUS 1.1 1328 Jesus Prepara Seus Discípulos para Sua própria Morte, 16.21 - 17.27 DISCURSO IV: COMUNHÃO DO REINO, 18.1 -35 Humildade, 18.1-20 Perdão, 18.21-35 NARRATIVA IV' CONFLITO CAUSADO PELO REINO, 1 9 .1 -2 3 39 Ensinos Deixados no Caminho de lerusalém, 19.1 —20.26 Cura em JerícA, 20 29-34 Acontecimentos em lerusalém, 21.1-22 " Controvérsias com os |udeus, 212 i — 22.46 Denúncias contra os Escribas e Fariseus, 23.1-39 DISCURSO V: FUTURO DO REINO, 24.1 — 25.46 Profecia do Reino Vindouro, 24.1 - 36 Advertências sobre a Vigilância, 24.37— 25.30 Julgamento das Nações, 25.31 -46 A PAIXÃO DO REI, 26.1 — 27.66 Trama para Trair a Jesus, 26.1 -16 A Última Ceia, 26.17-30 Acontecimentos no Celsêmani, 26.31 -56 Os lulgamentos, 2 6 .5 7 -2 7 .2 6 Crucificação e Sepultamento, 27.27-66 Sepultamento, 27.57-66 A RESSURREIÇÃO, 28.1-20 As Mulheres e o Anjo, 28.1-10 O Falso Testemunho dos Guardas, 2 8.11-15 A Ascensão 28.16-20 A genealogia de Jesus Cristo . Lc 3.23-38 1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, fi­ lho de Davi, filho de Abraão.0 2 Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos;b 3 Judá gerou de Tamar a Perez e a Zera; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão;c 4 Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Naassom; Naassom, a Salmom; 5 Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; 6 Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias;d 7 Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa;0 8 Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jo- rão, a Uzias; 9 Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias; 10 Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom; Amom, a Josias;f 11 Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílios na Babilônia. 12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel;h 13 Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; 1.1 oGn 12.3; Is 11.1; Mt 22.42; |o 7.42; Rm 1.3 1.2 í>Gn 21.2-3 1.3 cGn 38.27; ICr 2.5,9 1.6°lSm 16.1; 2Sm 12.24 1.7 elCr 3.10 1.10 <2Rs20.21; ICr 3.13 1.11 92Rs 24.14-15; 2Cr 36.10; |r 27.20 1.12 MCr 3.17; Ed 3.2; Ag 1.1 1.18 <Lc1.27 1.19 >Dt 24.1 1.20 *Lc 1.35 14 Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde; 15 Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a Jacó. 16 E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo. 17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exí­ lio na Babilônia até Cristo, catorze. O nascimento de Jesus Cristo Lc 2.1-7 18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria', sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. 19 Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la se­ cretamente./ 20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Se­ nhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.* 21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o 1.1-17 Considera-se que a genealogia de Mateus cita a li­ nhagem de José (cf Lc 3.23n). Mateus, o evangelho do reino de Deus, mostra Jesus como o herdeiro legítimo do trono de Israel; Lucas, o evangelho do Filho do homem, interessa-se pela descendência humana de nosso Senhor. A genealogia, como é o costume oriental, se demora apenas nos nomes mais conhecidos, mencionando 42 gerações num periodo de c. 2.000 anos. A divisão em três seções de 14 gerações, seria uma ajuda à memória. O primeiro grupo, de Abraão até Davi, c. 1.000 anos. O segundo, de Davi até o exílio na Babilônia, abrange c. 400 anos; o último (com José e Maria, represen­ tando a décima quarta geração), abrange c. 600 anos. Cada divisão é separada de acordo com as épocas básicas da histó­ ria de Israel: a monarquia, o cativeiro, a vinda do Messias. Não se deve, aqui, procurar uma lista completa dos antepas­ sados de Jesus; Esdras, por exemplo, omitiu seis gerações no seu relatório (cfEd 7.1-5 com 1 Cr 6.3-15). 1.18 Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo, e nasceu de Maria, sendo esta ainda virgem. Sua conceição foi sobrenatural, não de semente humana, mas divina. 1.21 E lhe porás o nome de jesus. É a forma grega do heb Josué, yehôshua', que significa "O Senhor (Jeová) é a sal­ vação".
  • 4. 1329 MATEUS 2.13 nome' de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. 22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: . 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuelm (£ue quer dizer: Deus conosco). 24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome" de Jesus. A visita dos magos 2 Tendo Jesus nascido em Belém da Ju- déia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.0 2 E perguntavam: Onde está o recém-nas­ cido Rei dos judeus? Porque vimos a sua es­ trela no Oriente e viemos para adorá-lo.P 3 Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei He­ rodes, e, com ele, toda a Jerusalém; 4 então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. 9 5 Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: 6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de 1.21 /Lc 1.31 1.23 m|s 7.14 1.25 nLc 2.21 2.1 oCn 10.30; 1Rs 4.30 2.2 pNm 24.17; U2.11 2.4 4 20 34.13 2.6 rMq 5.2 modo algum a menor entre as princi­ pais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.' 7 Com isto, Herodes, tendo chamado se­ cretamente os magos, inquiriu deles com pre­ cisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. 8 E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avi­ sai-me, para eu também ir adorá-lo. 9 Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os prece­ dia, até que, chegando, parou sobre onde es­ tava o menino. 10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. 11 Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.5 12 Sendo por divina advertência preveni­ dos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.' 2.11 *SI 72.10 2.12 tM tl.20 A fuga para o Egito 13 Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te 2.1 Belém da judéia. Para distingui-ia da Belém de Zebulom (Jz 19.15). O nome distintivo ocorre também em Rt 1.1. Rei Herodes. Chamado o Grande. Era um descendente de Esaú. Começou a reinar em 37 a .C , e morreu pelo ano 4 a.C. Os romanos chamaram-no Rei dos judeus. Era um homem cruel, bárbaro, sanguinário. Uns magos do oriente. Os magos eram astrólogos ou mágicos; às vezes o termo incluía os que traba­ lhavam em outras ciências, as quais na época tinham pouco a ver com o fespíríto científico", e incluíam a superstição, a magia e impostura. -O comentário que os antigos pais da Igreja fizeram sobre esta cena, é que representa a astrologia e a magia cürvando-se perante Cristo, reconhecendo que a ilu­ minação de Cristo dissipa as trevas da falsa sabedoria.-As len­ das populares atribuÍFam nomes-a -estes-magos, fazendo deles três reis orientais; talvez o número de presentes (v 11) e uma aplicação do SI 72.1 ( M l , levaram a estas conjeturas, porém o evangelho não se detém nestes assuntos. 2.2 Vimos a sua estrela no Oriente. O astrônomo Kepler cal­ cula que se tratava da conjunção de Júpiter e Saturno na constelação de Peixes, em 7 a.C. Outros sugerem que se tra­ tava de alguma estrela variável, com seu surgimento e desa­ parecimento periódicos, uma das quais foi notada pelos chineses em 4 a.C. Os magos, como astrólogos, teriam se interessado imediatamente. O certo é que Deus concedeu no tempo apropriado a visão da estrela prometida em N m 24.17. • N. Hom. A obediência: 1) Dos magos, "vimos e viemos", 2.2; 2) De José, 1.20,22; 3) De-~ Maria, Lc 1.26-37,38. ------- 2.11 Alguns supõem que Jesus já teria dois anos de flaHè na época, por causa das crianças que Herodes resolveu matar. Mas a contagem judaica usaria o termo "de dois anos para baixo" para as crianças até um ano completo de idade. Hero­ des na sua ansiedade historicamente comprovada, de elimi­ nar qualquer possível pretendente ao trono, não perderia a garantia de matar esta criancinha só por causa de algum equívoco de meses. Maria e José só teriam ficado em Belém até completar os 40 dias da purificação (Lc 2.22 com Lv 12.2-4). O adoraram. A adoração incluía presentes signifi­ cativos: ouro, simbolizando a realeza; incenso, a divindade; mirra, o sacrifício. Além do simbolismo, é claro que eram pre­ sentes valiosos, ofertados para aquele que era reconhecido, no mínimo, como iuturo rei de Israel. 2.13 Tendo eles partido. Tanto os magos como |osé e Maria, foram desviados do caminho de Herodes, pela mensagem mandada por Deus.
  • 5. MATEUS 2.14 1330 avise; porque Herodes há de procurar o me­ nino para o matar. 14 Dispondo-se ele, tomou de noite o me­ nino e sua mãe e partiu para o Egito; 15 e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito chamei o meu Filho". 2.15 "Os 11.1 2.17 "Jr 31.15 2.18 w|r 31.15 2.22 *Mt 3.13 A matança dos inocentes 16 Vendo-se iludido pelos magos, enfure­ ceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos. 17 Então, se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias:1 ' 18 Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto, [choro] e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque nãomais existem.w 2.23 ris 11.1 3.1 ^is 14.10; Lc 3.2-3 3.2 "Mt4.17; Mc 1.15 SDn 2.44 3.3 c|s 40.3 A volta do Egito 19 Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: 20 Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. 21 Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. 22 Tendo, porém, ouvido que Arquelau 3.4 "2Rs 1.8 3.5 *Mc 1.5 3 .6 'At 19.4 3.7 sMt 23.33 reinava na Judéia em lugar de seu pai Hero­ des, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as re­ giões da Galiléia.* 23 E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno^. A pregação de João Batista M c 1 .2 -6 ; L c 3 .1 -9 3 Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia:2 2 Arrependei-vos°, porque está próximo o reino dos céusb. ’ 3 Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas2. 4 Usava João vestes® de pêlos de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel silvestre. 5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão;e 6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.f 7 Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras®, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? 2.15 A téà morte de Herodes. Herodes o Grande; morreu em c. 4 a .£ ; calcula-se então o nascimento de Cristo para 6 ou 7 a .C , e assim, o máximo que José e Mana podiam ter pas­ sado no fcqito seria um penoao de dois anos, quando então receberam a ordem divina de voltar. 2.23 Nazareno. A palavra aplica-se a quem mora em Nazaré; relembra o nazireu, que se consagrava especial e totalmente à adoração de Deus (Nm 6.1-5); e ainda coincide com a pa­ lavra hebraica nécer, “ renovo" que é um dos títulos do Mes­ sias (Is 11.1). Jesus tornou-se triplamente merecedor do título "Nazareno". 3.1 lodo Batista. "João", heb yohãnãn, "Deus teve misericór­ dia". A palavra "Batista" refere-se a sua vocação especial de batizar, assinalando arrependimento em preparação para a aceitação de Cristo. 3:2 O fén o doscéus.Só Mateus emprega esta expressão, que nos outros evangelhos é "Reino de Deus",-uma vez que1as expressões diferentes ocorrem em narrativas iguais, é certo que significam a mesma coisa. O Batista decerto está pen­ sando numa organização de Deus a ser estabelecida no mundo, mas, à parte e antes de qualquer manifestação visível da soberania de Deus, a expressão significa a maneira de vida dos que se deixam dirigir por Deus em tudo. É o reino dos céus porque sua origem, seus propósitos, e seu rei, são celes­ tiais. Este conceito abrange várias idéias em conjunto, inclu­ sive a relação e posição que ganhamos ao passar pelo novo nascimento (Jo 3.3). • N. Hom. A providência de Deus. )e- sus, apesar de ter nascido numa manjedoura, já possuía meios para pagar as despesas de seus pais no Egito, através dos presentes dos magos, e. para preparar a mente do povo para o ministério de Jesus, tinha a |oão Batista. 3.5 Saíam a ter com. ele. João se estabelece num vau natural do Jordão conhecido como Betabara ou Betânia do outro lado do Jordão (Jo 1.28), por onde tinha de passar todo israe­ lita que demandava Jerusalém. 3.7 Batismo. O batismo de João era especificamente um sinal exterior do arrependimento do pecado confessado pela pes­ soa batizada; o simbolismo do batismo cristão contém muitas outras realidades espirituais, da união com Cristo, da aceita­ ção da salvação, etc.
  • 6. 1331 MATEUS 4.7 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrepen­ dimento; 9 e não comeceis a dizer entre vós mes­ mos: Temos por pai a Abraãoh; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode sus­ citar filhos a Abraão. . 10 Já está posto o machado à raiz das ár­ vores; toda árvore1 , pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 3.9 "Jo 8.33 3.10 'Mt 7.19 3.11 /Is 4.4; Mc 1.8; Jo 1.15, 26,33; ICo 12.13 3.12 *MI 3.3 16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo so­ bre ele.m 17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado", em quem me com­ prazo0. A tentação de Jesus M c 1 .1 2-1 3 ; L c 4 .1-13 João dá testemunho de Cristo M c 1 .7 -8 ; L c 3 .1 5 -1 7 ; Jo 1.19-28 r 11 Eu vos batizo coma água, parab arre­ pendimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso dp que eu, cujas sandá­ lias não sou digno de levar. Ele vos batizará coma o Espírito Santo e coma fogo./ 12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em Ifogo inextinguível.* O batismo de Jesus M c 1 .9 -1 1 ; L c 3 .2 1 -2 2 ; Jo 1.32-34 13 Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Ga- üléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse.1 14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? 15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. 3.13 (Mt 2.22; Lc 3.21 3 .1 6 "i|sll.2 ; Lc 3.22 3.17 "Mt 12.18; 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35 °ls 42.1 4.1 pHb 2.18; 4.15 4.4 9Dt 8.3 4.5 "Ne 11.1; Is 48.2; Apl 1.2 4.6 sSI 91.11 tSI 91.12 4 A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentadoP pelo diabo. 2 E, depois de jejuar quarenta dias e qua­ renta noites, teve fome. 3 Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. ■4 Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus9. 5 Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo" 6 e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: I Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem5; e: : ' Eles te susterão nas suas mãos, paia não tropegarés nalguma pedra*. ’’" 7 Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus". 4.7 "Dt 6.16 «com; ou em bpara; ou à vista de 3.8 Produzi, pois, frutos. Este sermão foi dirigido às multidões (Lc 3.7), aos fariseus e saduceus (M t 3.7), aos publicanos (Lc 3.12), aos soldados (Lc 3.14). João não temia a ninguém (cf 14.3-4). 3.11 Com o Espírito Santo e com fogo. Refere-se ao ministério espiritual de Cristo. Sua obra começou acompanhada pela energia sobrenatural do Espírito Santo, colhendo-se algum "trigo" (os fiéis), e revelando-se quem seria "palha" para jul­ gamento. A doutrina do batismo no Espírito Santo não recebe luzes neste trecho, pois o assunto pertence à época posterior à ressurreição de Jesus (cf 1 Co 12.13). 3.13 Caliléia. A área de Israel da qual Jesus era nativo. 3.13-17 O batismo de Jesus não era para arrependimento. Era apenas um sinal de que Jesus se colocava do lado da minoria dos fiéis e que dava Seu apoio à obra de João. Além disto, era, a unção sacerdotal de Jesus, o cumprimento da cerimônia descrita em Êx 29.4-7. • N. Hom. A solenidade do batismo de Jesus: 1) A presença da Trindade; 2) A voz dos céus; 3) A grande declaração do Pai: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (17; cf Cn 22.2; Is 42.1). 3.16 O Espírito de Deus. O Espírito, por cuja obra Jesus foi concebido (1.18) e por cujo poder Jesus operava maravilhas (Lc4.18). Como pomba. Símbolo da mansidão e do sacrifício. Veja contraste em At 2.3 quando Ele desceu sobre bs discípu­ los em línguas como que de fogo. 4.1 A tradição aponta o Monte da tentação no sul da Judéia. Diabo. Cr diabolos, "maldizente", o que lança uma pessoa contra a outra. Na mesma narrativa, Marcos emprega a pala­ vra Satanás (Mc 1.13), que é uma transliteração da palavra hebraica sãtãn "adversário", "acusador". 4.2 jejuou. O ministério de Jesus começou corri jejum, uma preparação espiritual para a luta com o diabo: destacam-se também as 40 noites, por causa do costume árabe de obser­ var o jejum durante o dia. Teve fome. Na hora do esgota­ mento aparece o tentador, o diabo. A arma usada por Jesus nesta batalha de três etapas, era à Palavra de Deus: "Está escrito"; através dessa arma o diabo foi golpeado e vencido. Cf as narrativas paralelas.________ _________________________ _ _
  • 7. MATEUS 4.8 1332 8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles 9 e lhe disse: Tudo isto te darei se, pros­ trado, me adorares. 10 Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto1 '. 11 Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.w Jesus voltaparv a Galiléia M c 1 .1 4-1 5 ; L c 4.14,15 12 Ouvindo, porém, Jesus que João* fora preso, retirou-se para a Galiléia; 13 e, deixando Nazaré, foi morar em Ça- famaumr.»situada à beira-mar, nos confins de Zehulom e Naftali; 14 parà que se cumprisse o que fora dito pqr intermédio do profeta Isaías: ' 15 Terra de Zebulom, terra de Naftali, ca­ minho do mar, além do Jordão, Gali- -------léiades gentios 16lt) povo que jazia em trevas viu grande — luz., e aos que viviam na região e som- JJjra da morte resplandeceu-lhes a luz.0 —f 7-Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer;. Arrependei-vos*’, porque está pró­ ximo o reino dos eéusc. ~ A vocação de discípulos ~~ M c 1 .1 6-2 0 ; L c 5 .1-11 18 Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.d 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vw farei pescadores de homens.e 20 Então, eles deixaram imediatamente s redes e o seguiram.* 21 Passando adiante, viu outros dois ir­ mãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, sem irmão, que estavam no Barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamoò- os.9 22 Então, eles, no mesmo instante, dei­ xando o barco e seu pai, o seguiram. Jesus prega por toda a Galiléia e cura muitos enfermos L c 6 .17-19 23 Percorria Jesus toda a Galiléia*1 , ensi­ nando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. _ 24 E a sua fama correu por toda a Sniac trouxeram-lhe, então, todos os doentes, aco­ metidos de várias enfermidades e tormentos endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou. 25 E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Iordão numerosas multi­ dões o seguiam.’ O sermão do monte As bem-aventuranças L c 6.20-23 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproxima­ ram-se os seus discípulos;* 4.iovDt6.i3 4.11 »Hb1.l4 4.12 *Mt 14.3; Mc 6.17; Lc 3.19-20 4.13/Jo 2.12 4.15 z|s 9.1-2 4.16o(1J-16) Is 9.1-2 4.17 l>Mt 3.2 cDn 2.44 4.18 dMc 1.16-18; Jo 1.42 4.19 «Lc 5.10-11 4.20 ’Mc 10.28 4.21 9Mc 1.19-20 4.23 íiMt 9.35; Mc 1.39; Lc 4.44 4.25 ’Mc 3.7 5.1/Mc 3.13 4.12 A prisão de João Batista encerra o ministério de Jesus na Judéia, passando então a exercer Seu ministério na Galiléia, estabelecendo o centra das Suas atividades messiânicas em Cafarnaum, importante cidade da Galiléia. 4.13-17 Sob a direção do Espírito, Jesus deixa $eu lar e seus amigos, iniciando o cumprimento da profèóiá de Isaías (Is 9.1 -2 ). A duração de sua missão na Terra é calculada para três anos, de acordo com as informações registradas nos qua­ tro evangelhos. Jesus passa a maior parte do Seu ministério na humilde Galiléia e não na portentosa Jerusalém. Passou três vezes por toda Galiléia, sendo que desta vez com quatro pes­ cadores. j 4.16 O povo que jazia em trevas. Sua situação é descrita por ' "trevas", sem iluminação espiritual, e só na expectativa da j morte. A vida, por mais movimentada que seja, é apenas o j prelúdio da morte, quando se desconhece o gozo das realida- i des espirituais que Cristo veio oferecer. I 4.17 Próximo. Gr êqgiken, "chegou", "aproximou-se", "está 1 perto" no tempo ou no espaço. Era o ponto vital na histúã da redenção, o cumprimento de tudo aquilo que é o reino de Deus. Agora forma-se um povo especialmente de Deus pek obra de Cristo. Manifesta-se agora a presença de Deus enbe os homens, pela pessoa de Jesus. Jesus estende agora o con­ vite aos, homens para aceitar ou rejeitar o senhorio de D e» em suas vidas. Mas pensa-se também na futura consumação final, quando o Reino será estabelecido na Terra (Ap 20.461 4.18-22 A chamada dos quatro discípulos: André, Tiago, Pe­ dro e João. Aqui são convidados a seguir a Cristo dedicando- se ao discipulado (gr mathêtês, aquele que está sendo ensinado); a vocação à plena conversão se descreve en Jo 1.35-51; e a missão dos apóstolos (gr apostolas, "en­ viado", "emissário", "missionário"), descreve-se en Mt 10.1-15, cf At 1.8. 4.23 Percorria. Reflete a ardente paixão do Mestre pelas at- mas perdidas, em prol das quais: 1) Ensinava nas sinagogas 2) Pregava o evangelho do Reino; 3) Curava enfermidades.
  • 8. 1333 MATEUS 5.21 2 e ele passou a ensiná-los, dizendo: 3 Bem-aventurados os humildes de espí­ rito, porque deles 6 o reino dos céusA 4 Bem-aventurados os que choram', por­ que serão consolados. 5 Bem-aventurados os mansos™, porque herdarão a terra. 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede” de justiça, porque serão fartos. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.0 8 Bem-aventurados os limpos de cora- çãoP, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os pacificadores, por­ que serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os perseguidos? por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11 Bem-aventuradosr sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos persegui­ rem, e, mentindo, disserem todo mal con­ tra vós. 12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas5 que viveram antes de vós. Os discípulos, o sal da terra Mc 9.49-50; Lc 14.34-35 13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. < 5 .3 ‘ SI 51.17; Is 57.15 5.4 M s61.2 5.5 mSI 37.11 5.6 nls 55.1-2 5.7 oSl 41.1; Mc 11.25; 2Tm 1.16; Tg 2.13 5.8 PSI 24.4 Os discípulos, a luz do mundo 14 Vós sois a luz do mundo“. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 nem se acende uma candeia1 ' para co­ locá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obrasw e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. 5.10 <7lPe 3.14 5.11 ri Pe 4.14 5.12 s2Cr 36.16; At 7.12 5.13 tMc 9.50 5.14 u)o 8.12; 9.5 5.15 vMc 4.21; Lc 8.16; 11.33 5.16 *vipe 2.12 5.17 *Rm 3.31 5.18 rLc 16.17 Jesus não veio revogar a Lei, mas cumprir 17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir." 18 Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra)' passem, nem um i ou um til jyunais passará da Lei, até que tudo se cumpra. 19 Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e as­ sim ensinar aos homens, será considerado mí­ nimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.2 20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fari­ seus, jamais entrareis no reino dos céus.0 5.19 zStg 2.10 Jesus completa o que foi dito aos antigos Do homicídio 5.20 oRm 9.31 21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não 5.2 Passou a ensiná-los. )esus achava-se em Cafarnaum, cer­ cado por grandes multidões, num lugar que hoje é apontado como o Monte das Bem-aventuranças. O Sermão inteiro ocupa os caps 5, 6 e 7, e seus ensinamentos foram repetidos no decurso da missão ativa de Jesus na terra, como se verifica nas referências e partes diferentes do Evangelho de Lucas. 5.3-12 Bem-aventurados. Cr makarios, "feliz", "abençoado". É a felicidade do coração que está em paz com Deus, e es­ tende-se aos seguintes: 1) Humildes de espírito, os verdadeiros humildes, não sendo a simples falta de bens materiais que produz a humildade; 2) Os que choram, lamentando seus pró­ prios pecados; 3) Os mansos, que se dobram à vontade de Deus; 4) Fome e sede de justiça, é o que têm os que buscam a santidade que vem de Deus; 5) Os misericordiosos, que se compadecem do seu próximo; 6) Os limpos de coração, têm uma santidade no íntimo; 7) Os pacificadores, têm paz com Deus e a semeiam; 8) Os perseguidos, que sofrem qualquer sacrifício para permanecer dentro da vontade de Cristo. 5.13,14 A influência e a responsabilidade do cristão neste mundo: o sal preserva e dá sabor, a luz brilha e se opõe às trevas. “ 5.17 Para cumprir. Cr plêrõsai, "encher", "completar". Jesus não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que Deus ensi­ nara aos fiéis do passado no AT. Veio cumprir plenamente o propósito de Deus revelado no AT dando à lei e aos profetas aquilo que faltava: O Espírito Santo para interpretá-lo e poder para pô-lo em prática, pela sua obra salvadora. 5.18 A letra i (foto) era a menor letra do abecedário grego e hebraico (yôdh), e o til (gr keraia, lit "chifrezinho", era o sinal que distinguia certas consoantes hebraicas, o daleth do rêsh, o bêth do kaph). ' 5.19 Aquele, pois, que violar. A Bíblia é a palavra de Deus, e não deve ser menosprezada, retalhada ou profanada nas mãos dos homens. 5.20 justiça. Gr dikaiosunê; a qualidade de ser reto ou justo. Não é suficiente a observância de leis e de costumes; para isto os fariseus serviam muito bem. Precisa-se certa realidade espi­ ritual produzida pelo relacionamento com Deus pela fé que resulta numa retidão interna refletida pela expressão externa (cf Lc 18.14n; Rm 4.3). ' 5.21,22 Não matarás. Os judeus valorizavam a letra da lei que proibia eliminar-se a vida humana (Êx20.13). Jesus, reve-
  • 9. MATEUS 5.22 1334 matarás6; e: Quem matar estará sujeito a jul­ gamento. 22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um in­ sulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.c 23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,d 24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, en­ tão, voltando, faze a tua oferta.e 25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a ca­ minho, para que o adversário não te entregue, ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão/ 26 Em verdade te digo que não sairás dalir enquanto não pagares o último centavo. D o adultério 27 Ouvistes que foi dito: Não adulte- rarás9. C 28 Eu, porém, vos digo: quàlquer que olhar para uma mulher com intenção impura, jno coração, já adulterou com ela.6 29 Se o teu olho1 ' direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, é hão seja todo o teu corpo lançado no inferno. 30 E, se a tua mão/ direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se 5.21 ifx20.13; Dt 5.17 5.22 cStg 2.20; l)o 3.15 5.23 "Mt 8.4 5.24 e|ó 42.8; 1Tm 2.8; IPe 3.7 5.25 /SI 32.6; Is 55.6 5.27 9Êx 20.14; Dt5.18 5.28 6Gn 34.2; 2Sm 11.2; Pv6.25 5.29 /Mtl 8.9; Mc 9.47 5.30 ;Mt 18.8; Mc 9.43 5.31 *Dt 24.1-4; Mt 19.7; Mc 10.4 5.32 /Lc 16.18; 1Co 7.10-11 5.33 mlv 19.12 "Nm 30.2; Dt 23.21 5.34 oTg 5.12 Pis 66.1; Mt 23.22 5.35 pis 66.1 'SI 48.2 5.37 sCI 4.6 5.38 íÊx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21 5.39 uPv 20,22; Lm 3.30; Rm 12.17,19; ICo 6.7; ITs 5.15; 1Pe 3.9 perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno. 31 Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher*, dê-lhe carta de divórcio. 32 Eu, porém, vos digo: qualquer que re­ pudiar sua mulher, exceto em caso de rela­ ções sexuais ilícitas, a expõe a tomar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério'. Dos juramentos 33 Também ouvistes que foi dito aos anti­ gos: Não jurarás falsom, mas cumprirás" ri­ gorosamente para com o Senhor os teus juramentos. 34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis0; nem pelo céuP, por ser o trono de Deus; 35 nem pela terra< /, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém'', por ser cidade do grande Rei; 36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes tomar um cabelo branco ou preto. 37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do ma­ ligno.5 Da vingança L c 6.27-30 38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente(. 39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;" lando a vontade de Deus, porém, proibiu o ódio e a vingança que já é assassínio no coração (cf 23-26). 5.22 Inferno. Gr geenna, que translitera o hebraico gê- hinnõm, "o vale de Hinom"; este vale profundo ficava ao sul de Jerusalém. Durante o reinado de Manasses alguns judeus sacrificavam ali aos seus próprios filhos, através do fogo, ao ídolo Moloque. Finalmente tomou-se o depósito de lixo da cidade, e inclusive de carcaças de animais e de criminosos executados. O fogo e a fumaça incessantes criaram o símbolo do castigo eterno. 5.27,28 Não adulterarás. Adulterar, para o judeu, obser­ vando-se a letra de Êx 20.14, seria deitar-se com a mulher do seu próximo. Para jesus, é isto e ainda algo mais. Atendendo ao espírito da lei e à disposição do coração que leva a cobiçar uma mulher, declara que pensamento impuro é adultério, embora não se pratique o ato. 5.32 A interpretação que os judeus da época de Jesus chega­ ram a ter da lei, começou a ter aplicação dupla: lenitiva para com os homens, e severa para com as mulheres. Um homem podia divorciar-se de sua esposa por qualquer pretexto, e tinha muita facilidade para tomar uma concubina. Aqui, bem como em outras questões, jesus revela qual era a verdadeira intenção da Palavra de Deus, desde os primórdios. 5.33,34 Não jurarás falso. Cf Lv 19.12; Êx20 .7 ; D t5.34. O juramento era permitido no AT, mas jesus querendo que toda palavra nossa seja pura e inabalável (37), proíbe o juramento. • N. Hom. Lugares onde nossa luz não deve ficar: 1) Debaixo do alqueire, 5.15; 2) Debaixo da cama, Mc 4.21; 3) Debaixo do vaso, Lc 8.16; 4) Em qualquer lugar escondido, Lc 11.23. 5.38 Olho por olho. A intenção desta lei era de controlar a vingança da pessoa lesada, não podendo ultrapassar a sim­ ples retribuição justa e exata (Êx 21.24; Dt 19.21; Lv 24.20). Jesus ultrapassa a justiça com amor, não somente na Sua obra sacrificial na cruz, pela qual Deus cancela o castigo que Sua justiça decreta, mas também na Sua vida diária demons­ trando que a justiça pode ser cumprida através de Sua Pessoa e no Seu ensino.
  • 10. 1335 MATEUS 6.12 40 e, ao que quer demandar contigo e ti­ rar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. 41 Se alguém te obrigar a andar uma mi­ lha, vai com ele duas." 42 Dá a quem te pede e não voltes as cos­ tas ao que deseja que lhe emprestes."' 5.41 v-Mt 27.32 5.42 »Dt 15.8; Lc 6.30,35 5.43 *Lv 19.18 Do amor ao próximo lc 6.32-36 t" 43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo* e odiarás o teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;)' 45 para que vos tomeis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e in- [justos.2 46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publi- canos também o mesmo?“ 47 E, se saudardes somente os vossos ir­ mãos, que fazeis de mais? Não fazem os gen­ tios também o mesmo? 48 Portanto, sede vós perfeitos* como perfeito é o vosso Pai celeste. 5.44 /Lc 6.27; At 7.60; 1Co 4.12-13; 1Pe2.23 5.45 *|ó 25.3 5.46 oLc 6.32 5.48&Dt 18.13 6.1 cMt 23.5 6.2 “ Rm 12.8 6.4 ^Lc 14.14 6.5 fLc 18.10-14 6.6 9Is 26.20 A prática da justiça 6 Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por elesc; doutra sorte, não tereis ga­ lardão junto de vosso Pai celeste. Como se deve dar esmolas 6.7 “ IRs 18.26; Ec5.2 6.9 'Lc 11.2 6.10 i S1103.20-21; At 21.14 2 Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócri­ tas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glo- 6.11 *Jó 23.12 6.12 'Mt 18.21 rificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.* 3 Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; 4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recom­ pensará.“ Como se deve orar 5 E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em péf nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. 6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto9 e, fechada a porta, oraras a teu FüT que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. 7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.* 8 Não vos assemelheis, pois, a eles; por­ que Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. A oração dominical Lc 11.2-4 9 Portanto, vós orareis assim:' Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu reino;/ faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o pão nosso de cada dia* dá-nos hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas/ 5.43 Odiarás o teu inimigo. Esta expressão pertence à tradição popular dos judeus, e não ao AT. Os judeus consideravam que só outros judeus (e prosélitos, ver Lv 19.33-44) eram vizinhos. Mas jesus ensinou o amor para com todos, conside­ rando-os além disto o sinal pelo qual o mundo reconheceria os filhos do Pai Celestial ()o 13.35). 5.48 Perfeitos, jesus aponta para a absoluta perfeição do amor de Deus como alvo do crente (cf 1 Pe 1.15,16). Não se debate a possibilidade filosófica do absoluto amor perfeito na terra: quem pertence a Cristo, pratica a verdadeira piedade (1 Jo 1.6-10), e já tem sua absoluta garantia da transforma­ ção final (1 |o 3.2). 6.1 Guardai-vos de exercer, jesus não condena as esmolas (2-4), nem a oração (5-8), nem o jejum (16-18). Não de­ vem estes, porém, ser aproveitados para demonstrações pú­ blicas, pois a humildade, e não o orgulho, é a base da comunhão com Deus. jesus venceu a grande batalha contra Satanás com jejum (4.2) e recomendou-o aos Seus discípulos durante Sua ausência, (9.15) reconhecendo-o como útil para se enfrentar ao diabo (17.21). 6.7 Vãs repetições. Esta era a maneira pagã de "forçar" os deuses e conceder favores que estava em voga com os adora­ dores de Baal (1 Rs 18.26-28). 6.9 Pai nosso. Cf Lc 11.2n. Nome. O pensamento hebraico não distinguia claramente entre o nome e a pessoa. Santificar 0 nome de Deus, implica em viver de uma maneira tal que Sua Santidade se manifeste em Seus filhos. 6.10 Venha o teu reino. O Reino de Deus tem dois aspectos. No sentido presente, se manifesta onde quer que Ele seja adorado e seguido, nos corações onde Deus reina. O Reino virá de modo completo ao mundo quando Deus vencer o último inimigo, por ocasião da volta de Cristo (2 T s2.8 ; 1 Co 15.23— 28). Só Deus pode estabelecer Seu próprio Reino. 6.11 De cada dia. Cf Lc 11.3n.
  • 11. MATEUS 6.13 1336 assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; 13 e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino™, o poder e a glória para sempre. Amém]! 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;'’ 15 se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos per­ doará as vossas ofensas.0 6.15 " K r 29.11 6.14 "Mc 11.25-26; Cl 3.13 6.1So(14-15) Mc 11.25-26 6.16 Pis 58.5 Comojejuar 6.17 vRt 3.3 16 Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfi­ guram o rosto com o fim de parecer aos ho­ mens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.P 17 Tu, porém, quando jejuares, unge a ca­ beça e lava o rosto,9 18 com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. 6.19 fTg 5.2-3 6.20 >Mt 19.21; lTm 6.19; 1Pe 1.4 6.22 'Lc 11.34 Os tesouros no céu 19 Não acumuleis' para vós outros tesou­ ros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;5 21 porque, onde está o teu tesouro, aí es­ tará também o teu coração. 6.24 uLc 16.13; ITm 6.17; Tg 4.4; IJo 2.15 6.25 ‘'SI 55.22; IPe 5.7 6.26 iv|ó 38.41; Lc 12.24 A luz e as trevas Lc 11.34-36 22 São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo sera luminoso;' 23 se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Os dois senhores 24 Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às ri­ quezas.0 A ansiosa solicitude pela vida L c 12.22-31 25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto áo que haveis de co­ mer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanco ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?v 26 Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; con­ tudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porven­ tura, não valeis vós muito mais do que as aves?"' 27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vidac? 28 E por que andais ansiosos quanto ao cao curso da sua vida; ou à estatura 6.13 Deixes cair (peirasmos "tentação" ou "teste"). A tenta­ ção, que dq ponto de vista do diabo deve derrotar-nos, do ponto de vista de Deus, deve fortalecer-nos (Lc 22.32). Jesus deixa bem claro que a vitória somente se consegue vigiando e orando (26.41; í Co 10.13). Mal. O original pode ser igual­ mente bem traduzido por "maligno", i.e., o diabo. 6.15 S e. . . não perdoardes. A exigência do perdão se baseia na natureza da oração na igreja. Em 18.15-20, a "onipotên­ cia da oração em nome de Cristo" requer pleno perdão entre todos os membros. 6.16 Hipócritas. Gr hupokritês, significava originalmente "ator", aquele que finge ser alguém. Jesus frisa o fingimento religioso, a busca do louvor dos homens por causa da religio­ sidade externa. O jejum não é condenado se tiver como alvo o aproximar-se de Deus e a negação de si mesmo. 6.19 Tesouros. Gr thêsauros, "tesouraria". Trata-se de arma­ zenar para si mesmo valores materiais além do necessário (1 Tm 6.6-10). Estes, por sua vez, vêm a dominar seu próprio dono, e a deixar desamparados os necessitados. Traça: Parte dos tesouros orientais consistia em valiosos tecidos e vestidos. Escavam. Passando pela parede de tijolos de barro e de terra. 6.20 Tesouros no céu ajuntam-se somente convertendo pe­ cadores que viverão eternamente (cf Lc 16.9n). 6.22 Olhos. A luz na qual vivemos é captada pelos olhas nosso vínculo com o mundo visível; sem eles, o mundo nas seria escuridão. Nossa visão espiritual é nosso vínculo com a eternidade. 6.24 Riquezas. Gr mamõn, transliteração da palavra aramaia que significa "riqueza", mas que Jesus aqui está dando como nome pessoal, como se fosse um ídolo pagão (ó que, na prá­ tica, tende a ser, pois sua busca exige uma dedicação igud àquela que uma religião exige). 6.27 Côvado. Medida de comprimento de 46 cm . Aqui é hu­ moristicamente considerada como mais um pedacinho de vida, pois a palavra, hêlikia, deve ser compreendida mais como tempo do que como "estatura". 6.28 Os lírios do campo. As anémonas vermelhas que cres-
  • 12. 1337 MATEUS 7.12 vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. 29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salo­ mão*, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? 31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? 32 Porque os gentios é que procuram to­ das estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; 33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino ê~ã~sua justiça, e todas estas coisàsvos serão acrescentadas./ 34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuida­ dos; basta ao dia o seu próprio mal. O juízo temerário é proibido Lc 6.37-38,41-42 6.29 *1Rs 10.4-7; 2Cr 9.3-6 6.33 ylRs 3.13; Mc 10.30; 1Tm 4.8 7.1 zLc 6.37; 1Co 4.3,5; Tg 4.11-12 7.2 oMc 4.24 7.3 6Lc 6.41-42 7.6 cPv 9.7-8 7.7 °Mt 21.22; Lc 11.9-10; Tg 1.5-6; 1|o 3.22 7 Não julgueis, para que não sejais jul­ gados.* 2 Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida0 com que tiverdes medido, vos medirão também. 3 Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?b 4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me 7.8ePv8.17 7 .9 'Lc 11.11-13 7.11 sCn6.5 7.12 6Lc 6.31 tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? 5 Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. Não deis o que é santo aos cães 6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.c Jesus incita a orar Lc 11.9-13 7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-T3 ' 8 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe- á.g ............... 9 Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?f 10 Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 11 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?» 12 Tudo quanto, pois, quereis^ que os ho­ mens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas. ciam nas encostas dos montes da Palestina, que Jesus via en­ quanto pregava. 6.33 Buscai primeiro. Jesus mostra a verdadeira escala de valo­ res: o corpo vale mais do que seu vestuário, a vida vale mais do que a comida que a sustenta (w 25-32), e acima destas coisas terrenas está a comunhão espiritual com Deus. Quem dá a Deus a posição central em sua vida, gozará do Seu cui­ dado onipotente e eterno (Rm 8.32). 6.34 Mal. Cr kakos, "mal" (do ponto de vista humano), "difi­ culdade". 7.1 Não julgueis. Não se proíbe o uso de critérios sãos. O que é proibido é o espírito de crítica, que aumenta o erro alheio. 7.3 Argueiro. O cisco que representa o pecado alheio, e que pode cegar (v 22 e nota), não é de nossa responsabilidade corrigir, uma vez que nossos pecados são como uma trave nos impedindo de ver. 7.6 Porcos. Animais considerados imundos pelos judeus (Lv 11.3). Pérolas. A maior preciosidade, para os orientais. A parábola pinta o quadro de um rico jogando, a mancheias, pérolas aos porcos como se fossem ervilhas, irritando aos por­ cos que dariam mais valor a ervilhas "genuínas". A igreja pri­ mitiva interpretou este ditado de Jesus, com relação à ceia do Senhor. Dar ceia a incrédulos, hereges e até aos não batizados (os não comprometidos com Cristo) era, para o autor do Didaquê (c. 120 d .C ), para Tertuliano, para Teodoro e ou­ tros, muito perigoso. Apaga as distinções entre a fé e o paga­ nismo, e enfim, destróit> cristianismo. 7.7 Ás três expressões, em conjunto, ensinam claramente qual é a disposição amorosa de Deus no que diz respeito a atenderás orações (cf Jo 14.13-14). 7.9 Um estímulo à oração, destinado àqueles que imaginam que Deus não responderá, ou mesmo atendendo, não conce­ derá a bênção especificamente pedida. Pedra. Semelhante aos pães orientais, redondos e achatados. Cobra. Semelhante à enguia, que é comestível. 7.12 Este versículo, originário de Jesus, chama-se "a regra áurea". Aqui Jesus se ocupa com o nosso procedimento diá­ rio: devemos agir somente em amor (1 Co 13.4— 8), cedendo ao próximo o que buscamos para nosso próprio bem. Longe de pagar o mal com o mal, devemos fazer o bem a todos. Foi assim que Deus respondeu à rebelião dos homens ofere­ cendo-lhes a salvação pela graça (Ef 2.8,9).
  • 13. 1338 As duas estradas L c 13.24 13 Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminno que conduz para a perdição, e sao muitos os que entram' por ela),1 14 porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. Os falsos profetas 15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores./ 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Co­ lhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?* 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.' 18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.m 20 Assim, pois, pelos seus frutos os co- riihecereis.n 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Se­ nhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.0 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado ém teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fize­ mos muitos milagres?P MATEUS 7.13 7.13 'Lc 13.24 7.15 (Dt 13.3; Mq 3.5; Mc 13.22; Rm 16.17-18; Cl 2.8; 2Tm 3.5; 2Pe 2.1-3; 1Jo4.1 7.16 *Mt 7.20 7.17 '|r 11.19 7.19 mMt 3.10; |o 15.2,6 7.20 "(17-20) Mt 3.10; 12.33; Lc 3.9 7.21 »Os 8.2; Lc 6.46; Rm2.13 7.22 pNm 24.4; 1Co 13.2 7.23 4SI 6.8 7.24 rLc 6.47 7.28 sMt 13.54; Lc 4.32 7.29 ((28-29) Mc 1.22; Lc 4.32 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que pra- ,ticais a inioüidadeo. Os dois fundamentos L c 6 .46-49 24 Todo aquele, pois, que ouve estas mi­ nhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;r 25 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto con­ tra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. 26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa so­ bre a areia; ................. 27 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto con­ tra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína. O fim do sermão do monte 28 Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina;5 29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.1 A cura de um leproso M c 1 .4 0-4 4 ; L c 5 .12-14 8 Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. 2 E eis que um leproso, tendo-se aproxi- 7.13,14 Porto estreita. jesus chama o caminho para o céu de "porta estreita" ou "caminho apertado", não porque de Deus tivesse falta da generosidade de querer salvar a todos (2 Pe 3.9), mas porque na prática muito poucas pessoas re­ nunciam ao éu-próprio para procurar a Deus. A figura dos dois caminhos tem sido comum em muitos pensamentos reli­ giosos, desde a época de Sócrates (400 a .C ). Destaca-se em dois livros cristãos do primeiro século d .C , no Didaquê e na epístola de Barnabé. 7.15 Acautelai-vos. Não devemos nos impressionar com as vestes (práticas religiosas) dos falsos profetas (v 15), nem com aquilo que dizem (21), nem com aquilo que fazem (22); devem ser julgados apenas pelo critério de jesus, pelos frutos espirituais se é que realmente os produzem, cf C| 5.22-23. A marca dos falsos profetas é o interesse egoísta, ao contrário do Bom Pastor que ama as ovelhas (jo 10.11 -13). No tempo do NT vieram na forma de judaizantes ou de gnósticos, que se deduz de, 2 Co 11.13; 1 jo 4.1; 1 Tm 4.1. 7.24,27 A conclusão do Sermão do Monte: 1) Aquele que ouvè a palavra de jesus e pratica, é como o homem sábio que edificou a casa (sua vida e suas atividades) sobre a rocha (Cristo), resistindo assim à ação devastadora do tempo e da eternidade: as provações, tentaçõesé o julgamento; 2) O que ouve a palavra de Jesus e não a pratica, é como um insensato que constrói a casa da sua vida sobre os alicerces humanos do dinheiro, dá cultura, dos títulos, da fama, da popularidade, os quais como a areia não resistem à ação demolidora do juízo final. 7.29 Autoridade. Autoridade cívica e religiosa é justamente o que os escribas tinham, mas a palavra gr exousia, também significa "poder sobrenatural" é o que o evangelho tem, 1 Co 2.4-5. 8.1 Descendo. Encerrou-se um dos cinco grandes grupos de ensinamentos que Mateus ajuntou, nos cap 5 -7 ; os outros encontram-se nos cap 10,13,18 e 24-25. • N. Hom. A doença e sua cura, 8.1-4. Os males lamentáveis são físicos e espirituais. A enfermidade física é uma infelicidade, mas a da alma envolve pecado, A cura do corpo pode advir de remé-
  • 14. 1339 MATEUS 8.20 mado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quise­ res, podes purificar-me.1 1 3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra. 4 Disse-lhe, então, Jesus: Olha, não o di­ gas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacer­ dote e fazer a oferta que Moisés ordenouv, para servir de testemunho ao povo. 8 .2 " Mc 1.40 8.4 "Lv 14.1-32 8.5 wLc 7.1 8.8 *SI 107.20 A cura do criado de um centurião L c 7.1-10 5 Tendo Jesus entrado em Cafamaum, apresentou-se-lhe um centurião, implo­ rando: . 8.11 yCn 12.3; Ml 1.11; At 10.45; Ef 3.6 6 Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. 7 Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. 8 Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu ra­ paz será curado.* 9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. 10 Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta. 11 Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus.7 12 Ao passo que os filhos do reino serão 8.12/(11-12) Mt 22.13; 25.30; Lc 13.28-29 8.14 "Mc 1.29-31; 1Co 9.5 8.16 6Mc 1.32 8.17 c|s 53.4 8.19 "Lc 9.57-58 lançados para fora, nas trevasz; ali haverá choro e ranger de dentes. 13 Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado. A cura da sogra de Pedro M c 1.29-31; L c 4 .38-39 14 Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre.0 15 Mas Jesus tomou-a pela mão, e à febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo. Muitas outras curas ^ Mc 1.32-34; Lc 4.40-41 16 Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a pa­ lavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes;b 17 para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doençasc. Jesus põe à prova os que querem segui-lo L c 9.57-62 18 Vendo Jesus muita gente ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem. 19 Então, aproximando-se dele um es­ criba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.d 20 Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas dios ou da intervenção divina, mas os males da alma só po­ dem ser curados pelo sangue de Jesus. 8.4 Moisés ordenou. As leis sobre a lepra (Lv cap 13 e 14) eram pormenorizadas, e o conceito da quarentena teve seu início naquela época. A palavra traduzida por "lepra" (heb çãro'ath) é uma definição genérica de várias desordens na pele, havendo rara coincidência com o tipo hoje mais cómu- mente conhecido. Para os hebreus, simbolizava o pecado, por ser nojento, contagioso e incurável. |esus, ao curá-la, revela parte da natureza do Seu ministério. 8.5 Um centurião. Oficial do império Romano, comandante de uma centúria ou destacamento de 100 soldados. O proce­ dimento e a fé que este homem manifestou, provocaram a admiração de Jesus (10). 8.9 Para o centurião era tão natural Jesus ter plenos poderes sobre as influências invisíveis do universo, como o era para um oficial romano ter confiança no cumprimento de suas ordens. 8.14,15 Esta passagem dos evangelhos indica que Pedro era casado e que possuía casa, como se vê em Mc 1.29. Paulo menciona que Pedro levava a esposa nas viagens missionárias (1 Co 9.5). 8.16 Endemoninhados. Para desafiar o ministério de Jesus, Sa­ tanás lançou uma ofensiva concentrada de forças malignas (Lc 4.33). Não é valida a idéia que diz que os antigos con­ fundiam doenças com possessão demoníaca, revelando igno­ rância e superstição, A Bíblia define doenças e também é específica quando se trata de possessão de demônios. 8.17 Para que se cumprisse. Mateus mostra a Jesus Cristo como o Rei prometido pelas profecias do AT Por isso há tan­ tos textos que vinculam Jesus com as profecias (93 citações). Isto, porém, não significa que Jesus procurasse profecias do AT para depois se esforçar para cumpri-las. 8.18-22 Segue-me. A prova de alguém ser discípulo de Cristo é o fato de segui-IO, procurando executar Sua vontade (28.20). Sepultar. Cf Lc 9.59,60n. 8.20 O Filho do homem. Título que Jesus aplicou a si mesmo, cerca de 80 vezes. Não se referia a algum profeta futuro, como certos judeus imaginavam. A comparação de 16.13-15 com Lc 9.22 mostra que o título pertencia a Jesus. O termo
  • 15. 1340 w j t JÍSÊIB1 8 ^ 8:0? . 10 3o o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. 21 E outro dos discípulos lhe disse: Se­ nhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai.e 22 Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue- me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. 8.21 e1Rs 19.20 8.24 'Mc 4.37 Jesus acalma uma tempestade M c 4 .3 5 -4 1 ; L c 8.22-25 23 Então, entrando ele no barco, seus dis­ cípulos o seguiram. ; . . 24 E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia/ 25 Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! 26 Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levan­ tando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança.9 27 E maravilharam-se os homens, di­ zendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem? 8.28 hMc 5.1 8.34 < 'D t5.25; IRs 17.18; At 16.39 A cura de dois endemoninhados gadarenos M c 5 .1 -2 0 ; L c 8 .2 6-3 9 , 9.1 /Mt 4.13 28 Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepul­ cros, e a tal ponto furiosos, que ninguém po­ dia passar por aquele caminho/ 29 E eis que gritaram: Que temos nós con­ tigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar- nos antes de tempo? 30 Ora, andava pastando, não longe deles, uma grande manada de porcos. 9.2 *Mt 8.10; Lc 5.18 9 .4 /S1139.2; Mc 12.15 31 Então, os demônios lhe rogavam: Se nos expeles, manda-nos para a manada de porcos. 32 Pois ide, ordenou-lhes Jesus. E eles, saindo, passaram para os porcos; e eis que toda a manada se precipitou, despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, e nas águas pere­ ceram. 33 Fugiram os porqueiros e, chegando à cidade, contaram todas estas coisas e o que acontecera aos endemoninhados. 34 Então, a cidade toda saiu para encon­ trar-se com Jesus; e, vendo-o, lhe rogaram que se retirasse da terra deles.' A cura de um paralítico em Cafarnaum M c 2 .1 -1 2 ; L c 5 .17-26 9 Entrando Jesus mim barco, passou para o outro lado e foi para a Sua própria cidade./ • 2 E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados/ 3 Mas alguns escribas diziam consigo: Este blasfema. 4 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pen­ samentos, disse: Por que cogitais o mal no vosso coração?' 5 Pois qual é mais fácil? Dizer: Estão per­ doados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda? 6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para per­ doar pecados — disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. 7 E, levantando-se, partiu para sua casa. pode ter dois sentidos: 1) Possivelmente mostra que Jesus era plenamente humano, o Homem ideal e representante da raça humana; 2) Mostra claramente, também, que Jesus é o Mes­ sias eterno, vindo do próprio céu, segundo a profecia de Dn 7.13-14, a qual Jesus aplicava a Si mesmo (26.64). Os dois sentidos reúnem-se na missão de Jesus, 12 incluindo-se a parte final desta missão, a futura segunda vinda na qual Jesus será Juiz do universo (Jo 5.22,27) 8.23-27 Jesus ia atravessando o lago da Galiléia, saindo de Cafarnaum e indo para Gadara, uma travessia de lOkm. Jesus dormia, exausto depois de tanto trabalho. A tempestade sú­ bita era típica daquela região. Os pecadores nada conse­ guiam contra ela e despertaram o Mestre, que demonstrou Sua autoridade sobre as forças da natureza. 8.28-34. Mateus dá um relatório rápido sobre dois endemo­ ninhados. Lucas, como médico que se interessa pelo lado hu­ mano das coisas, dá um relatório completo de um deles, descrevendo a história da sua doença, e também sua atitude depois de curado (Lc 8.26-39n). Os materialistas dos nossos dias, atribuem os sintomas a alguma perturbação mental, mas muitos têm visto a operação do mundo dos demônios na época atual. 8.34 Que se retirasse. Jesus foi expulso de Gadara; talvez o prejuízo material causado pela morte de dois mil porcos era considerado mais importante do que uma grandiosa obra es­ piritual de libertação (cf Lc 8.32n). 9.1 Sua própria cidade. Cafarnaum (Mc 2.1, e Mt 4.12n). 9 .2-8 Um paralítico. Nesta cura Jesus vence o pecado junta­ mente com a doença; cumpre um ministério integral (cf Lc5.18-26n).
  • 16. 1341 MATEUS 9.21 8 Vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera tal auto­ ridade aos homens. 9.9 '"Mc 2.14 A vocação de Mateus Mc 2.13-14; Lc 5.27-28 9.10 "Mc 2.15 9 Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.™ 9.11 o(IO-ll) Lc 15.1-2 Jesus come com pecadores Mc 2.15-17; Lc 5.29-32 10 E sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discí­ pulos.” 11 Ora, vendo isto, os fariseus pergunta­ vam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?0 12 Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. 13 Ide, porém, e aprendeiP o que sig­ nifica: Misericórdia quero e não holocaustosR; pois não vim chamar justos, e sim pe­ cadores [ao arrependimento]. Dojejum Mc 2.18-22; Lc 5.33-39 9.13 pMt 12.7 4Os 6.6 9.14 "Mc 2.18 9.15 s|o 3.29; ICo 7.5 9.18 'Mc 5.22 14 Vieram, depois, os discípulos de João e lhe perguntaram: Por que jejuamos nós, e os 9.20 "Mc 5.25 fariseus [muitas vezes], e teus discípulos não jejuam?r 15 Respondeu-lhes Jesus: Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar.s • 16 Ninguém põe remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo tira parte da veste, e fica maior a rotura. 17 Nem se põe vinho novo em odres ve­ lhos; do contrário, rompem-se os odres, der­ rama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam. O pedido de um chefe Mc 5.21-24a; Lc 8.40-42a 18 Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou e disse: Minha filha faleceu agora mesMo; mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.f A cura de uma mulher enferma Mc 5.24b-34; Lc 8.42b-48 19 E Jesus, levantando-se, o seguia, e também os seus discípulos. 20 E eis que uma mulher, que durante doze anos vinha padecendo de uma hemorra­ gia, veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste;“ 21 porque dizia consigo mesma: Se eu apenas lhe tocar a veste, ficarei curada. 9.9 Um homem chamado Mateus. Era publicano, isto é, um cobrador de impostos. Era desprezado e odiado pelos judeus em virtude da colaboração com os inimigos romanos. Obti­ nha muito lucro exigindo a mais alta taxa possível. Social­ mente, entre os não religiosos, era um emprego rendoso e de prestígio. Segue-me. Mateus passou do império romano para o Reino dos Céus. 9.10 Em casa. Era a casa do próprio Mateus, escritor deste evangelho, conforme se vê em Lc 5.27 (onde aparece seu nome israelita, Levij. Publicanos e pecadores. O costume israe­ lita destacava as duas palavras talvez para fazer dos publica­ nos uma classe especial de pecadores. 9.11 Por que come. Os empedernidos judeus quiseram insi­ nuar que esta prova de misericórdia de Cristo era sinal que se sentia em boa companhia com os pecadores. Eles, com tanto medo de se deixar contaminar, julgaram estas pessoas como que sendo desprezadas por Deus. Jesus, a Luz do Mundo, ilumina sem medo de que as trevas prevaleçam (|o 1.5). • N. Hom. Jesus conhece os pensamentos dos homens, cf 4 com Lc 7.39-50 e Hb4.13 - "Todas as coisas estão desco­ bertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas". 9.13 Deus prefere ser compassivo em lugar do cumprimento meticuloso da Lei. 9.14,15 E nesses dias hão de jejuar. Enquanto os crentes aguardam ansiosos pela segunda Vinda de Cristo, o tempo de jejum continua (6.16n). Os discípulos de |oão jejuavam, na esperança de que sua devoção apressaria a vinda do Reino. 9.18 Um chefe. Era chefe da sinagoga, e chamava-se jairo (Lc 9.41). Minha filha faleceu, Estas palavras refletem a situa­ ção que Lucas, como médico, divide çientificamente em duas partes: jairo vem pedir em favor da filha que está morrendo (Lc 8.42), e só depois de ter feito seu pedido, ficou sabendo que ela morrera nesse meio tempo (Lc 8.49). • N. Hom. Os milagres de Jesus comprovam Seu poder ilimitado e Sua infi­ nita misericórdia, vencendo doenças e demônios (8.3 e 8.16) e dominando sobre poderes espirituais e inanimados (8.8 e 8.26-27) em resposta à petição da fé. 9.20 Marcos menciona ainda um pormenor, o de que os mé­ dicos tiraram-lhe todo o dinheiro que ela possuía, sem con­ tudo poderem curá-la; a ética profissional de médico, de Lucas, que normalmente registrava os pormenores clínicos, talvez o tenha feito omitir uma referência a esta delicada questão.
  • 17. MATEUS 9.22 1342 22 E Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou. E, desde aquele instante, a mulher ficou sã.v A ressurreição dafilha de Jairo Mc 5.35-43; Lc 8.49-56 23 Tendo Jesus chegado à casa do chefe e vendo os tocadores de flauta e o povo em alvoroço, disse:"' 24 Retirai-vos, porque não está morta a menina, mas dorme. E riam-se dele." 25 Mas, afastado o povo, entrou Jesus, to­ mou a menina pela mão, e ela se levantou. 26 E a fama deste acontecimento correu por toda aquela terra. A cura de dois cegos Tl Partindo Jesus dali, sèguiram-no dois cegos, clamando: Tem compaixão de nós, Fi­ lho de Davfiy 28 Tendo ele entrado em casa, aproxi­ maram-se os cegos, e Jesus lhes perguntou: Credes que eu posso fazer isso? Res- pondetam-lhe: Sim, Senhor! 29 S ti o , lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-ise-’i'os conforme a vossa fé. 30 E .abriram-se-lhes os olhos. Jesus, po­ rém, os advertiu severamente, dizendo: Acau- telai-vos de que ninguém o saiba.2 31 Saindo eles, porém, divulgaram-lhe a fama por toda aquela terra.0 9.22 >tc 7.50 9.23 « 2 0 35.25; Lc 8.51 9.24 *At 20.10 9.27 rMt 15.22; Lc 18.38-39 9.30 ^Mt 8.4 A cura de um mudo endemoninhado. A blasfêmia dosfariseus 32 Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoninhado.b 33 E, expelido o demônio, falou o mudo; e as multidões se admiravam, dizendo: Jamais se viu tal coisa em Israel! 34 Mas os fariseus murmuravam: Pelo maioral dos demônios é que expele os de­ mônios.2 9.31 oMc 7.36 Jesus ia por toda partefazendo o bem. A seara e os trabalhadores 9.32 6Mt 12.22 9.34 c(32-34) Mt 10.25; 12.22-24; Mc 3.22; Lc 11.14-15 9.35 dMt 4.23; Mc 1.39; Lc 4.44 9.36 «1RS 22.17; 2Cr 18.16; Mc 6.34 9.37 Ur 10.2 35 E percorriad Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. 36 Vendo ele as multidões, compadeceu- se delas, porque estavam aflitas é exaustas como ovelhas que não têm pastore. 37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalha­ dores são poucos/ 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.9 A escolha dos doze apóstolos. Os seus nomes Mc 3.13-19; Lc 6.12-16 9.38 9(37-38) Lc10.2 Tendo chamado os seus doze discí­ pulos, deu-lhes Jesus autoridade so- 9.22 A tua fé te salvou. Deus, através de Cristo, está sempre pronto para agir, restando somente o ser humano crer para receber. O verbo grego sõzein significa tanto salvar como cu­ rar. É restaurar e restabelecer totalmente. Decerto esta mulher recebeu também a cura da alma. 9.23 Tocadores de flauta. Estes, juntamente com as carpidei­ ras, eram profissionais que acompanhavam os enterros; essas lamentações não eram sertão mercenárias, o que se revela pelo tom de zombaria qué adotaram para com Jesus. Ele res­ suscitou a menina com a mesma ternura com a qual sua mãe a despertaria cada manhã (Mc 5.41). 9.27-31 Os dois cegos: 1) Seguiram a Jesus; 2) Fizeram-lhe um pedido; 3) Persistiam no pedido; 4) Creram em Jesus e no seu poder; 5) Receberam a cura de acordo com a fé indivi­ dual de cada um; 6) Deixaram de obedecer a Jesus numa coisa. Este último passo é a falta em que muitos incorrem, ao buscar o auxílio de Jesus. 9.27 Filho de Davi. É um título messiânico (2 Sm 7.12-16; Lc 1.32; Rm 1.3). , 9.28 Senhor. Gr kurios, às vezes um termo de cortesia em relações humanas como em Mt 6.24; 15.27; Ef 6.9; e às vezes usado como tradução da palavra hebraica yhwh "Senhor", o nome de Deus aplicado a Jesus (Êx 6.2,3; Mt 22.43-45; Jn 20.28). Estes cegos, porém, estavam ainda incertos quanto ao pleno sentido da palavra quando a aplicaram a Jesu (At 2.21, Rm 10.9,13). 9.32 Mudo. Gr kõphos, que significa "embotado", aplica-s* às capacidades de falar, ouvir, ver e compreender; o contexto (cf "falou" v 33), revela a interpretação da palavra. Aqui era obra de demônios. 9.37 Os trabalhadores sõo poucos. Para todas as carreiras tá concorrências entre os homens. Há milhares de excedentes procurando vagas nas universidades, mas para o ministério, a mais urgente de todas as vocações, poucas pessoas se ofe­ recem. 9.38 Rogai. O assunto do ministério pertence especialmerto a Deus, e deve ser motivo de muitas orações, pois não baáa uma pessoa querer, ou gostar. É necessária uma vocação i vina, e está condicionada à comunhão com Deus pela oração a qual nenhuma eficiência eclesiástica pode substituir. Mandfc Gr ekbalein, "lançar para longe", "expulsar", "mandar co » energia". Dá a idéia da dinâmica e da urgência da m issã cristã (cf Ef 4.11,12). 10.1 Deu-lhes autoridade. Concedeu algo do Seu poder »■ brenatural para vencer as forças do maligno, cf notas 7 J ft 28.18-20; Lc 9.1.
  • 18. 1343 MATEUS 10.25 bre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades.h 2 Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;' 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu./ As instruções para os doze Mc 6.7-11; Lc 9.1-5 5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samari- tanos;* 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel;' 7 e, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus.™ 8 Curai enfermos, ressuscitai mortos, pu­ rificai leprosos, expeli demônios; de graça re­ cebestes, de graça dai." 9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos;0 10 nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bor­ dão; porque digno é o trabalhador do seu ali- mentoP. 11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes.< ? ‘ 12 Ao entrardes na casa, saudai-a; 13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, tome para vós outros a vossa paz/ 14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pós dos vossos pés. to .i SMc 3.13-14 10.2'|o 1.42 10.4/Lc 6.15; At 1.13 10.5 *2Rs 17.24; Jo4.9,20 10.6 'Is 53.6; Ez 34.5-6,16; At 13.46; IPe 2.25 10.7 mMt 3.2 10.8 "At 8.18 10.9 o1Sm 9.7; U9.3 10.10 f>1Co 9.14; ITm 5.18 10.11 íLclO.8 10.13 'SI 35.13 10.14 sAt 13.51 10.15 (M tl 1.23-24 "Gn 19.24-28 "(5-15) Lc 10.1-12 10.16 wtx. 10.3; 1Co 14.20; Ef 5.15 10.17 *Mt 24.9; Lc 12.11 10.18 yAt 12.1; 2Tm4.16 10.19 zÊx 4.12; Mc 13.11-13 10.20 °2Sm 23.2; 2Tm4.17 10.21 6Mq 7.6; Lc 21.16 10.22 cDn 12.12-13; Mc 13.13 10.23 9Mt 2.13 10.24 «te 6.40 f)o 13.16; 15.20 15 Em Verdade vos digo que menos ri­ gor' haverá para Sodoma e Gomorra“, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade/ 16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, pruden­ tes como as serpentes e símplices como as pombas."' 17 E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas/ 18 por minha causa sereis levados à pre­ sença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios/ 19 E, quando vos entregarem, não cuideis em Como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer/ 20 visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai, é quem fala em vós.0 21 Um irmão entregará à morte outro ir­ mão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e- os matarão/ 22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até, ao fim, esse será salvo.c ' 23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do H om em / Os estímulos 24 O discípulo* não está acima do seu mestre, nem o servo', acima do seu senhor. 25 Basta ao discípulo ser como o seu mes­ tre, e ao servo, como o seu senhor. Se chama- 10.2 Apóstolos. "Enviados", cf 4.18-22n. É a primeira vez que esta palavra ocorre na Bíblia. A lista dos doze deve ser comparada com a dos demais evangelhos, e com At 1.13 para se notar diferenças nos nomes e na ordem dos mesmos. 10.9-11 Estes versículos ensinam o servo de Cristo a tomar uma atitude de fé com a obra missionária, aceitando as condi­ ções de vida que Cristo e a comunidade dos fiéis lhe ofere­ ceram. 10.14 Sacudi o pó. Os judeus, sob o domínio romano, desen­ volveram um costume de afastar, de maneira mais dramática e completa, qualquer contato com os não judeus, conside­ rando o próprio pó dos seus pés imundo como a putrefação da morte, jesus ordena que seus apóstolos usem desse cos­ tume para com os próprios judeus, caso necessário, a fim de causar impacto aos rebeldes e duros de coração. Seriam, por isso perseguidos, maltratados, presos e interrogados, porém o Espírito Santo falaria por eles, e o evangelho causaria grande revolução, até sair-se vitorioso. A obra a ser feita em meio às perseguições, éra pregar o reino de Deus, confirmando-o pela cura de enfermos, ressuscitando os mortos, purificando leprosos, expulsando demônios, e tudo pela graça de Cristo (5 -8 ). 10.25 Belzebu. Nome antigo de algum ídolo dos cananeus, que depois se tornou o nome de um demônio principal, ao qual os fariseus chegaram a atribuir a obra divina e sobrenatu­ ral de jesus, como se vê em 9.34 e 12.24, cf Lc 10.15n.
  • 19. MATEUS 10.26 1344 ram BelzebuS ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos? 26 Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser reveladoó; nem oculto, que não venha a ser conhe­ cido. 27 O que vos digo às escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, pro­ clamai-o dos eirados. 28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.' 29 Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. 30 E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados.! 31 Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais. 32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus;* 33 mas aquele que me negar' diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus. - As dificuldades i 34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.m 10.25 SMt 9.34; 12.24; Mc 3.22; Lc 11.15 10.26 !>Mc4.22; Lc 8.17 10.28 ris 8.12-13; IPe 3.14 10.30 /ISm 14.45; 2Sm 14.11; At 27.34 10.32 Hc 12.8; Ap 3.5 10.33 '2Tm2.12 10.34 . ">Lc 12.49 10.35 "Mq 7.6 10.36 o(35-36) Mq 7.6 10.37 pLc 14.26 10.38 íMt 16.24; Lc 9.23 10.39 rLc 17.33; |o 12.25 J(38-39) Mt 16.24-25; Mc 8.34-35; Lc 9.23-24; 17.33; |o 12.25 10.40 (Lc 10.16; ]o 13.20 oMc9.37; Lc9.48 35 Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra." 36 Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.0 37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;P 38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.9 39 Quem acha a sua vida perdê-la-ár; quem, todavia, perde a vida por minha causa açhá-la-á.5 As recompensas 40 Quem vos recebe a mim me recebe'; e quem me recebe recebe aquele“ que me enviou. 41 Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta; quem recebe um justo, no caráter de justo, receberá o galardão de justo.v 42 E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu ga­ lardão." 10.41 v1Rs 17.10; 2Rs4.8 10.42 »Mt 8.5-6; Hb6.10 10.28 Perecer. O castigo eterno; afastado de Deus; a fonte da vida. 10.29 Pardais. Cr strouthion lit "passarinho", um diminutivo afetuoso como seria o feminino "pardoca", uma nota de ter­ nura para com algo de mínimo valor comercial; esta compai­ xão divina nos consola muito. Asse, moeda equivalente a meia hora de serviço baseado no "salário mínimo" da época. 10.30,31 Até os cabelos. Á providência divina valoriza o homem. ‘ 10.32-36 O capítulo inteiro, e este trecho especialmente, projeta uma nota de urgência na mensagem de Cristo, mos­ trando que é exclusiva na sua situação e nos seus resultados, que é eterna na sua duração e no seu propósito, e que é dogmática quanto ao caráter único e insubstituível da pessoa de Cristo. O cristianismo moderno, como tem sido superficial, está longe de arcar com as exigências desta mensagem. 10.34 Não vim trazer paz. "Paz" no sentido de comodismo, ócio e ausência de lutas, jesus não trará, enquanto o mundo não estiver em comunhão com Deus. A paz verdadeira de espírito para o crente que está em comunhão com Deus, é sua herança legada por Cristo ( jo 14.27). 10.35 Nora. Cr numphé, lit "noiva", "esposa", que no caso seria levada para morar na casa do marido com seus sogros. Se ela se achega mais a Cristo do que a seus sogros, logo as relações no lar se deterioram. • N. Hom. Confissão ou nega­ ção de Cristo. Toda pessoa chega a tomar uma atitude ou outra (Mt 12.20). Há vários modos de confessá-lo, recebendo dEle uma missão (10.5-7), ajudando os Seus servos (10.11), testificando publicamente de Cristo (10.32). Para negar a Cristo, pode-se recusar a aceitação de Seus obreiros (10.14), persegui-los (17-23), ou falar publicamente contra Ele (33). 10.37 Não é necessário abandonar os parentes para seguir a jesus, mas se estes forem um empecilho para o crente livre­ mente servi-lo, deve-se dar a Cristo a preeminência. 10.38 Tomo a sua cruz. Não é procurando p sofrimento, mas é vivendo tão-somente para Cristo ao ponto de se enfrentar as conseqüências. O criminoso romano carregava a cruz para o lugar da execução. O crente salvo por Cristo carrega con­ sigo a mesma cruz: a renúncia de si mesmo para servir unica­ mente a Cristo, mesmo até à morte (Gl 2.20), 10.39 Um dos paradoxos de Jesus. Quem se dedica à busca das vantagens da vida terrestre, perde a vida eterna conce­ dida em Cristo (2 Co 5.17). 10.40-42 Quem vos. recebe, jesus promete recompensar a todo e qualquer esforço que fizermos em favor do seu Reino, não se esquecendo dos que assim Q servem (1 Co 15.58; Cl 6.9; Mt 25.35-36). .
  • 20. 1345 MATEUS 11.21 Jesus prega nas cidades n Ora, tendo acabado Jesus de dar estas instruções a seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. João envia mensageiros a Jesus L c 7.18-23 2 Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe:* 3 És tu aquele que estava para vir ou have­ mos de esperar outro?/ 4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: 5 os cegos* vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho0. 6 E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.b Jesus dá testemunho de João L c 7.24-35 7 Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?* 8 Sim, que saístes a ver? Um homem ves­ tido de roupas finas? Ora, os que vestem rou­ pas finas assistem nos palácios reais. 9 Mas para que saístes? Para ver um pro­ feta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta.d 10 Este é de quem está escrito: 11.2*Mt14.3 11.3 rGn 49.10; Dn 9.24 11.5 zls 35.5-6 ais 61.1 11.6 bis 8.14-15; Rm9.32-33; 1Co 1.23; 1Pe 2.8 11.7 T c 7.24 11.9 °Mt 14.5 11.10'Ml 3.1 11.12'Lc16.16 11.13 9(12-13) Lc 16.16 11.146MI 4.5; Mt 17.10-13; Mc 9.11-13 11.15 'Mt 13.9; Ap 2.7,11,17,29 11.16/Lc 7.31 11.19 LMt 9.10 11.20 'Lc 10.13 Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu ca­ minho diante de tie. 11 Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele. 12 Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.f 13 Porque todos os Profetas e a Lei profe­ tizaram até João.9 14 E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Eliash, que estava para vir. 15 Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.' 16 Mas a quem hei de comparar esta gera­ ção? É semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros:/ 17 Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes. 18 Pois veio João, que não comia nem be­ bia, e dizem: Tem demônio! 19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem; Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras.k Ai das cidades impenitentes! L c 10.13-15 20 Passou, então, Jesus a increpar as cida­ des nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de não se terem arrependido:1 21 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! 11.2 No cárcere. |oão Batista estava encarcerado em Maque- ros, fortaleza inóspita nas proximidades do mar Morto. 11.3 És tu aquele que estava para vir? João quis certificar-se, antes de morrer, de que Jesus era realmente o Messias. Talvez a hora da pergunta revele que João conservava uma leve es­ perança que Jesus seria o Messias que o povo esperava, des­ truindo os romanos e libertando os fiéis pela força das armas. Aliás, Jesus e |oão evitaram usar a palavra "Messias" que os próprios ouvintes poderiam interpretar como a declaração da vinda do libertador militar nacionalista. 11.12 Se apoderam. Cf harpazein, "apanhar", "agarrar", "ar­ rebatar", usando também para expressar a ação dos ladrões. Aqui representa a maneira corajosa e resoluta dos fiéis, de aceitar para si o Reino que Deus lhes oferece, vencendo, pela fé e pelo poder de Cristo, qualquer oposição do mundo exte­ rior, ou de tentação íntima (Lc16.16n). Pode-se interpretar como uma referência à violência de certos judeus que pensa­ ram em estabelecer o reino pela força bélica (como era o caso dos zelotes). 11.7-19 A respeito de João. Quando os discípulos de João se retiraram, Jesus começou a descrever a pessoa, a missão e a obra de |oão: 1) O maior entre todos os mortais; 2) Suas ves­ tes características; 3) Um profeta em termos de Ml 3:1; 4) O fim de uma época. João tinha chegado ao ponto culminante dos profetas, pois Jesus, o Alvo das profecias, estava perante seus olhos. Qualquer crente seria maiór do que |oão, pois veria a culminação de Cristo, participando nos seus bene­ fícios. 11.20 increpar. Gr oneidisein, lit "Lançar em rosto" ou "re­ preender". Revelou tudo quanto foi feito para estas cidades, milagres portentosos, que serviam como prova da missão to­ tal de Cristo, a não ser para aqueles que de modo nenhum queriam ser levados ao arrependimento. • N. Hom. Três ver­ dades do evangelho: 1) Produz revolução no seio das famílias (10.34-37); 2) Exige plena dedicação dos seus seguidores (1 0 .9-1 1 ; 22-23,37); 3) Sempre traz sua recompensa (10 .32 -3 3,4 0 -42 ). 11.21 Corazim.. . Betsaida.. . Cafarnaum. Três cidades locali-
  • 21. MATEUS 11.22 1346 Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza.m 22 E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras." 23 Tu, Cafamaum, elevar-te-ás, porven­ tura, até ao céu°? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. 24 Digo-vos, porém, que menos rigor ha­ verá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo.P Jesus, o Salvador dos humildes L c 10.21-22 25 Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e ins­ truídos e as revelaste aos pequeninos.'? 26 Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. 27 Tudo me foi entregue' por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pais; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 11.21 mJoh 3.7-8 11.22 "(21-22) Is 23.1-18; Ez 26.1-28.26; Jl 3.4-8; Am 1.9-10; Zc 9.2-4 11.23 ols 14.13-15 11.24p(23-24) Gn 19.24-28; Mt 10.15; Lc 10.12 11.25 9SI 8.2; Lc 10.21; 1Co 1.19,27; 2Co 3.14 11.27 r|o 3.35 sjo 10.15 11.29 íjr 6.16; Jo 13.15; 1)0 2.6 11.30 uljo 5.3 12.1 *0123.25 12.3 »ISm 21.1-6 12.4 «Lv 24.9 12.5 yNm 28.9-10 Vinde a mim 12.6 *2Cr 6.18 28 Vinde a mim, todos os que estais can­ sados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. 12.7 oMt9.l3 t>Os 6.6 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de cora­ ção; e achareis descanso para a vossa alma.' 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." Jesus é senhor do sábado M c 2 .2 3 -2 8 ; L c 6 .1 -5 Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, es­ tando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigasse a comer. 2 Os fariseus, porém, vendo isso, disse­ ram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. 3 Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi”' quando ele e seus companheiros tiveram fome? 4 Como entrou na Casa de Deus, e come­ ram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito" comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacer­ dotes? 5 Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado/ e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: 6 aqui está quem é maior que o templo." 7 Mas, se vós soubésseis0 o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos*, não teríeis condenado inocentes. 8 Porque o Filho do Homem é senhor do < 31: sábado.. zadas na banda noroeste do mar da Galiléia, sobre as quais pouco sabemos, a não ser que rejeitaram a mensagem de Cristo, precedendo, em sua rejeição, à dos judeus. 11.24 Menos rigor. Não que Sodoma fosse menos pecadora do que as cidades mencionadas: apenas não teve as mesmas oportunidades que estas. ......... 11.25 Graças te dou. Jesus dava graças pela misericórdia de Deus, em revelar as verdades eternas para os simples, jesus não condena ao intelecto, mas sim ao orgulho intelectual. Sem humildade, o evangelho não tem acesso ao coração. Sábios e instruídos. Seriam os doutores da Lei e os escribas que orgulhavam-se do seu profundo estudo e conhecimento do AT, mas que não foram capazes de reconhecer quem era Je­ sus. Pequeninos. São os discípulos que, pela fé, perceberam a verdade acerca de Cristo (M t 16.16ss). Estas coisas. Referem- se aos "mistérios do Reino" (13.11). 11.27 Estas palavras de Jesus formam sua maior reivindica­ ção. Ele afirma categoricamente que só Ele conhece verdadei­ ramente a Deus, e Ele é o único que pode revelá-lo (Jo 1.18; 14.9s). 11.28-30 Sobrecarregados. Os que levam o fardo dos fari­ seus, as exigências da lei e as tradições para serem salvos (Mt 23.4). jugo. Os rabinos fariseus usaram a metáfora do "jugo da lei". • N. Hom. "Vinde a mim". 1 )0 convite é para todos; 2) O convite é para vir a |esus sem intermediários; 3) O convite é para os aflitos; 4) O convite oferece alívio à alma; 5) O convite é para se rejeitar o jugo cruel do mundo e do pecado, e para receber o suave de Cristo (é suave por­ que Cristo carrega o peso por nós); 6) O convite oferece-nos descanso espiritual num Mestre verdadeiramente misericor­ dioso. • N. Hom. As maravilhas de Jesus: 1) O convite de Jesus; 2) O alívio de Jesus; 3) O descanso de jesus; 4 ) O jugo de Jesus; 5) O fardo de Jesus; 6) A paz de Jesus. Assim como a pomba de Noé encontrou, na arca, o descanso que não existia fora, assim o crente encontra, no Senhor Jesus, des­ canso e paz para o seu coração (Rm 5.1). 12.1-8 Entraram a colher, espigas. Seguindo a Jesus pelos campos de trigo, os discípulos usufruíram do mesmo direito que os transeuntes, comendo para satisfazer a fome, sem le­ var nada consigo (Dt 23.25). Segundo os fariseus, debulhar era um tipo de trabalho proibido no sábado (Lc 6.1). Jesus mostra, por exemplo histórico, que fazer o serviço de Deus supera as regras religiosas. Jesus declara Sua igualdade a Deus quando reivindica ser o Senhor do sábado (8; cf Jo 5.17). O sábado foi dado ao homem para seu bem e não para preju­ dicá-lo (12). Veja Lc 6.4n.