As redes sociais são, cada vez mais, um meio de os jovens contactarem entre si. À procura de convívio lúdico, isento de quaisquer preocupações, os mais jovens – 13 aos 17 anos - interligam o mundo virtual e o mundo real. Pelo menos, assim o julgamos. Mas será que para estes jovens, há realmente 2 mundos? Ou haverá somente um que constantemente se conecta?
Os meets: encontros de socialização entre jovens nas redes sociais
1. Meets
As redes sociais são, cada vez mais, um meio de os jovens contactarem entre si.
À procura de convívio lúdico, isento de quaisquer preocupações, os mais jovens – 13
aos 17 anos - interligam o mundo virtual e o mundo real. Pelo menos, assim o julgamos.
Mas será que para estes jovens, há realmente 2 mundos? Ou haverá somente um que
constantemente se conecta?
Considerando esta perspetiva e respetiva necessidade de sociaização, a criação dos
meets, através das redes sociais, permitem unir as fronteiras destes mundos, criando
encontros gigantescos entre jovens das mesmas faixas etárias. Basta pensar que um
amigo traz outro amigo, e outro amigo traz mais outro, e assim sucessivamente,
fazendo um efeito bola de neve. Deste modo, um encontro que num passado recente
teria meia dúzia de pessoas, hoje, através da propagação fulminante de informação nas
redes sociais, terá centenas ou até milhares de frequentadores. Por isso, serão os meets
assim tão distintos dos encontros que se fazem entre jovens de uma paróquia ou entre
colegas da faculdade? Ou serão somente encontros com mais gente com pontos de
interesse em comum?
O surgimento destes encontros, que ocorrem a nível mundial e muitas vezes
comparados aos flashmobs, são relatados por alguns especialistas como ensaios em que
os jovens procuram visibilidade aos olhos da sociedade, tal como refere o psicólogo e
investigador Luís Fernandes ao jornal Público. Compreende-se assim porque os locais
escolhidos são centros comerciais; afinal não são estes espaços portadores de grande
visibilidade e frequentados, por si só, por um elevado número de pessoas? E não são
estes um ponto de encontro em comum entre os jovens?
Todavia, o aumento exponencial de meets tem sido relatado por alguns jovens como
negativo, por tornar os meets mais vulgarizados, uma vez que o espaço temporal
diminuiu para 3 dias e todas as pessoas os frequentam e organizam.
Assim, devido à grande quantidade de pessoas nestes encontros, se o objetivo central
do meets se pode atenuar, podemos anuir que mesmo sem objetivar levar a cabo ações
violentas, estas poderão surgir "não de forma intencional e planeada" mas decorrente
"de efeitos perversos do próprio encontro”, tal como refere o antropólogo Daniel
Seabra, ao Semanário Sol.
2. Em suma, podemos considerar os meets como encontros de socialização e não
encrustar uma imagem depreciativa aos mesmos, pois são o resultado de um mundo
mais aberto e conectado.