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Introdução Bíblica
Professor: Pr. Samuel Moutta
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
EMENTA: Introdução geral à Bíblia. Panorama do processo
de formação do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
Canonização da Bíblia. A história de Israel e do judaísmo
como cenário para o surgimento do Antigo Testamento. O
Mediterrâneo Antigo como cenário para o surgimento do
Novo Testamento. Geografia e Arqueologia do mundo
bíblico.
CONTEÚDO
Unidade I - A natureza do texto bíblico
1. A Estrutura da Bíblia
2. Revelação, Inspiração e Iluminação
3. A Revelação Geral
4. A Revelação Especial
5. Inspiração: a preservação da Revelação
6. Canonicidade: o reconhecimento da Revelação
7. Inerrância: a credibilidade da Revelação
8. Autoridade: o poder da Revelação
Unidade II - A Preservação da Bíblia
1. As línguas e os materiais da Bíblia
2. As traduções da Bíblia
3. A crítica bíblica
Unidade III – Disciplinas de apoio à Bíblia
1. Arqueologia Bíblica
2. Geografia Bíblica
Unidade IV – Panorama geral da Bíblia
1. Esboços bíblicos
2. O Antigo Testamento
Históricos: De Adão a Malaquias
Os livros da Lei
Os livros poéticos
Os livros proféticos
3. O Novo Testamento
Os Evangelhos
Atos
Epistolas Paulinas
Epístolas Gerais
Apocalipse
A Bíblia é uma verdadeira biblioteca,
uma coletânea de livros.
Mas, quantos livros a Bíblia contém?
- 24 livros, para os judeus
- 66 livros, para os protestantes
- 73 livros, para os católicos
- 78 livros, para os ortodoxos
1.189 Capítulos – divisão feita por Stephen Langton, professor da Universidade de Paris, no início do Século XIII.
31.102 Versículos – divisão feita por Robert Stephanus, gráfico e erudido francês, em 1551.
Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8
Histórico: 1 Profético: 1
Novo Testamento: 27
A Bíblia Protestante: 66
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Apocalipse
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Atos
Mateus
Marcos
Lucas
João
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Antigo Testamento: 39
Profetas Epístolas
Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5 Evangelhos: 4
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
Neemias
Ester
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Anteriores: 4 Posteriores: 4 Maiores: 5 Menores: 12
Lei (Torah): 5
1. Bereshit
(no princípio, Gênesis)
2. Welleh Shemôt
(Eis os nomes, Êxodo)
3. Wayyiqra (Chamou,
Levítico)
4. Bemidbar (No deserto,
Números)
5. Helleh haddebatim (eis as
palavras, Deuteronômio)
A Bíblia Hebraica X AT Protestante
Tanak: 24 Antigo Testamento: 39
Pentateuco: 5 Históricos: 12
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Poéticos: 5
Profetas
Salmos
Provérbios
Jó
Cânticos
Rute
Lamentações
Qohelet (Ec)
Ester
Daniel
Esdras-Neemias
Crônicas (1 e 2)
Josué
Juízes
Samuel (1 e 2)
Reis (1 e 2)
Isaías
Jeremias
Ezequiel
Os Doze
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
Neemias
Ester
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Escritos
(Ketubim): 11
Profetas (Nebiim): 8
Mesmo conteúdo,
mas organizado de forma diferente.
Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8
A Bíblia Católica: 73
Antigo Testamento: 46 Novo Testamento: 27
Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5
Profetas
Evangelhos: 4 Histórico: 1
Epístolas
Profético: 1
Apocalipse
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
Neemias
Tobias
Judite
Ester (10.4-
16,24)
1 Macabeus
2 Macabeus
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Sabedoria
Eclesiástico
Isaías
Jeremias
Lamentações
Baruc
Ezequiel
Daniel (3.24-
90; 13-14)
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
 São Jerônimo, o grande tradutor da Vulgata Latina, não inseriu os livros apócrifos.
 Tais livros somente foram oficializados como canônicos pelo Magistério da Igreja Católica durante o concílio de Trento
(1546-1563). Agostini Fernandes, pág. 28.
Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8
Histórico: 1
Epístolas
Profético: 1
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
2 Esdras
Neemias
Tobias
Judite
Ester (10.4-
16,24)
1 Macabeus
2 Macabeus
3 Macabeus
4 Macabeus
Jó
Salmos (151)
Odes (c/ Oração
de Manassés)
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Sabedoria
Eclesiástico
Salmos de
Salomão
Isaías
Jeremias
Lamentações
Baruc
Ezequiel
Daniel (3.24-
90; 13-14)
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Apocalipse
Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5
Profetas
Evangelhos: 4
A Bíblia Ortodoxa: 78
(há muitas variações nos canones das igrejas ortodoxas)
Antigo Testamento: 46 Novo Testamento: 27
Aproximadamente 40 escritores
Diferentes épocas
Diferentes contextos
Diferentes formações culturais, sociais e profissionais
Diferentes lugares
Cerca de 1500 anos para ser escrita, sendo
1000 anos para o AT
400 anos de silêncio
100 anos para o NT
Escrita em três línguas diferentes:
Hebraico, aramaico – AT
Grego (koiné) – NT
É o livro mais perseguido e mais vendido e lido do mundo!
 Unidade do texto bíblico
Apesar de diferentes livros, em diferentes estilos, escritos por diferentes
pessoas, em diferentes lugares, vivendo em diferentes contextos, para
falar de diferentes assuntos, a Bíblia é um todo coerente. Há uma
mensagem central, um fio de ouro que a percorre inteira, desde o
Gênesis até o Apocalipse. É a mensagem de um Deus amoroso que quer
se relacionar com o homem criado, por meio da redenção dos pecados,
para Sua glória, o que alcança o clímax em Jesus Cristo.
 Materiais utilizados para a escrita e preservação dos textos bíblicos
• Tabletes de Argila, ou tabuinhas de barro, que eram usadas na antiga Suméria, já em 3.500 a.C. No AT há
referência delas em Jeremias 17:13 e Ezequiel 4:1;
• Pedras foram usadas na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, por exemplo, o código de Hamurabi as pedras de
Roseta. Na bíblia há citação de seu uso em Êxodo 24:12; 32:15 e Deuteronômio 27:2,3;
• Pedras preciosas, como o ônix, referidos em Êxodo 39:6-14;
• Metal, em lâminas de ouro, cuja referência bíblica encontra-se em Êxodo 28:36;
• Cera foi referida em Isaías 8:1;
• Madeira, tábuas, em Habacuque 2:2.
• Óstracos, pedaços de restos de azulejos e cascas de crustáceos, referidos em Jó 2:8;
• Linho foi usado no Egito, Grécia e Itália, mas não tem referência bíblica.
• Papiro foi usado na antiga Gebal, ou Biblos, e no Egito por volta de 2100 a.C. Era obtido através da prensa de
cascas coladas. Desse material faziam-se rolos.
• Pergaminho, surgiu pela primeira vez em Pérgamo, cidade grega da Mísia, daí a origem do seu nome. O uso desse
material se expandiu devido ao monopólio imposto pelos exportadores de Papiro. Havia dois tipos: o pergaminho
e o velino, o primeiro era feito com o couro de animais menores, como as ovelhas e cabras, e o segundo com bois
e antílopes, o que encarecia o produto, diminuindo a sua utilização. Paulo se refere ao pergaminho em 2Timóteo
4:13;
• Palimpsesto, um pergaminho reutilizado, utilizado para escrever o Códice Efrainita em 345 d.C.
• Os Rolos
• Os Códices (Codex)
 Aprendendo a ler as Escrituras
É importante ler a Bíblia com devoção e critério, ao mesmo tempo.
É preciso deixar que ela fale à mente (razão) e ao coração (alma).
Então ore antes de ler, e leia em oração. Mas pense enquanto lê, situando
o autor no tempo, espaço e contexto, ouvindo o que ele diz aos seus
leitores originais e buscando entender, em oração, como aplicar isso à sua
vida hoje.
Leia a sua Bíblia inteira todos os anos!
Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!
Sl 119.97
REVELAÇÃO
Estamos falando de um Deus Transcendente, Eterno, Criador, Santo,
Majestoso, Grandioso. O homem jamais poderia conhecer a Deus, a
menos que Ele mesmo se revelasse.
Na revelação, portanto, Deus se manifestou aos seres humanos de tal
forma que estes podem conhecê-lo e ter comunhão com Ele (Erickson).
Para John Hammet “revelação é a manifestação de Deus mesmo e da
sua vontade para nós. Não é somente da pessoa de Deus, mas também
sobre a sua vontade, ou a maneira como devemos viver.”
Os homens jamais poderão conhecer plenamente a Deus, dada a
limitação e imperfeição da mente humana, do conhecimento humano,
e a grandiosidade e complexidade de Deus.
Mesmo Deus se revelando, Ele o fez em linguagem humana (usando
expressões, figuras, símbolos e conceitos que a mente humana pode
alcançar), embora isso prejudique o conhecimento pleno de Deus
(impossível ao homem).
Deus quis se revelar, e Ele se fez conhecido pela revelação. Obviamente
que Ele se deu a conhecer naquilo que desejou compartilhar com os
homens.
A revelação que temos, portanto, é tudo aquilo que Deus quis revelar ao
homem, nem mais e nem menos. Querer ir além seria afrontar ao próprio
Deus que não se revelou em alguns aspectos. Ficar aquém é negligenciar o
conhecimento que Deus desejou compartilhar conosco. Devemos nos ater
com temor e tremor ao estudo da revelação de Deus, a fim de conhecê-
lo e ter comunhão com Ele.
Podemos dizer de duas formas básicas de revelação: geral e especial. Na
revelação geral, Deus se mostra indistintamente a todas as pessoas, em
todos os tempos, em todos os lugares. A revelação especial, de outro
modo, abrange comunicações particulares de Deus para pessoas
específicas, em épocas e lugares específicos, e que hoje só é possível
conhecer por meio do registro dessa revelação – as Escrituras Sagradas.
A Revelação Geral
Erickson: “A revelação geral refere-se à automanifestação de Deus por meio da
natureza, da história e da personalidade humana.”
A natureza da revelação - ampla em dois aspectos:
• Disponibilidade universal – acessível a todos
• Conteúdo da mensagem – é o mesmo para todos
Os meios da revelação geral
• a natureza – Sl 19.1, Rm 1.20
• a história – At. 14:15-17
• a constituição do ser humano
A realidade e a eficácia da revelação geral
Seria possível fazer uma teologia natural?
Isto é, o homem pode conhecer verdadeiramente a Deus apenas com a revelação
geral, à parte da Bíblia?
Em conhecendo, poderia ter verdadeira comunhão com Ele? Ser salvo?
Antes da queda, o homem podia conhecer a Deus? Se relacionar e ter comunhão
com Ele? Após a queda, essa revelação geral ficou insuficiente?
A Revelação Especial
O que é revelação especial?
Desde quando há revelação especial?
Por que a revelação especial foi necessária?
Se a revelação geral é insuficiente para a salvação da humanidade, bem como para
um relacionamento de comunhão entre Deus e os homens, Deus se revelou, de
modo especial, manifestando de modo claro, objetivo e direto, em linguagem
humana, as verdade de Si, de Sua vontade e de como ter plena comunhão com Ele.
O estilo da revelação especial
• Pessoal – Ele se revelou de modo pessoal a determinadas pessoas e a
um povo específico.
• Antrópica – Ele se revela em linguagem humana, no tempo e no
espaço, dentro das limitações do entendimento humano.
• Analógica – Ele se revela usando meios (idiomas, palavras,
expressões) para falar de coisas que estão muito além.
Os meios da revelação especial
Hebreus 1.1 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós
falou pelo Filho...” (πολυμερως και πολυτροπως)
• Eventos históricos – o êxodo; a conquista de Canaã nos dias de Josué, o cativeiro
babilônico; o dilúvio, o reino de Israel etc.
• Milagres - Daniel na cova dos leões; a abertura do Mar Vermelho, o maná, Elias e
os profetas de Baal, os milagres de Jesus etc.
• Discursos divinos – Nm 12.6-8; At. 9.4-6; “assim diz o Senhor” ou “veio a mim a
Palavra do Senhor dizendo...”
• Sonhos – Gn 31.24 (Labão); 41.15-16 (Faraó); Mt 2.19-20 (José);
• Visões – Dn 2.19; At 10.3
Os meios da revelação especial
Hebreus 1.2 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós
falou pelo Filho...” (πολυμερως και πολυτροπως)
• Encarnação – Deus se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.1-14).
Quando um profeta ou apóstolo falava, falava em nome de Deus.
Quando Jesus falava, era o próprio Deus falando. Mas a revelação não
foi só na fala, mas no caráter e nas ações, incluindo os atos redentores.
Jesus é a revelação mais completa de Deus, demonstrando os
atributos de Deus, porque ele é Deus (Jo 14.9; 1Jo 1.1; Col. 2:9).
Os meios da revelação especial
A Revelação Especial aconteceu de forma gradual e progressiva. Ou
seja, a revelação posterior desenvolve-se a partir da anterior, ampliando
o conhecimento prévio. Ela é complementar e suplementar, nunca
contraditória.
Assim, os personagens posteriores têm mais luz do que os anteriores.
Veja Lc 7.28 – Rm 15.4 – Hb 11.39-12.1
As Escrituras como Revelação Especial
Se a revelação inclui verdades proposicionais, então ela é de natureza tal
que pode ser preservada, anotada, escriturada, e esse documento
escrito, sendo a reprodução fiel da revelação original, é também um tipo
de revelação, ou seja, um registro inspirado da revelação de Deus.
As Escrituras como Revelação Especial
Podemos chamar a Bíblia de “revelação de Deus” porque ela alega ser a
Palavra de Deus, sendo Deus o próprio autor.
A Bíblia foi escrita por seres humanos, mas eles foram guiados pelo
Espírito Santo de Deus quando anunciavam a mensagem: “Porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2Pe 1:21).
Portanto, a orientação do Espírito (inspiração) nos dá razão para
acreditar que o conteúdo da Bíblia (revelação) é verdadeiro e confiável.
Desde que ela vem de Deus, ela tem autoridade de Deus, e devia ser
aceita como o único padrão para doutrina e conduta, pois é “Deus
falando” ou “Deus se revelando”.
O que diz a Bíblia sobre si mesma?
Ela traz para si o peso de Palavra de Deus?
As declarações do Antigo Testamento sobre o Antigo Testamento.
- O AT se chama “a palavra de Deus” (ver Jr. 1:2-4, 11, 13; Ez. 1:2-3; Os.
1:1, e centenas de vezes mais).
- O AT usa a frase “diz o Senhor” mais de três mil vezes (cerca de 3808),
especialmente nos profetas. Ez 7.5, Zc 1.3, Is 44.6
- Os autores bíblicos alegam que eles escreveram o que Deus lhes
mandou escrever: Ex. 24:3-4, Deut. 31:24-26, (“livro da lei”= Gênesis -
Deuteronômio), Jer. 30:1-4, Am 3.1, 2 Sm 23.1-2, Sl 119
As declarações do NT sobre o AT:
- A Escritura é inspirada por Deus: 2Tim. 3:15-17 e 2Pe. 1:20-21.
- O NT diz que é Deus que está falando no AT: At 4:25-26, 2Co 6:1-2, Hb.
1:4-14, 2:12-13, 3:7-11, At 1.16 (citando Sl 69.25 e 109.8), At 3.18,21
- O testemunho de Jesus sobre as Escrituras. Ele considerou Deus como
a fonte real das Escrituras e o Espírito Santo como o Autor atrás do autor
humano: Mt.15:4-6, Mt 22:41-46. Ele deu ênfase a importância de cada
palavra: Mt. 5:18, Mc 12:24-27.
- Jesus ensina que as palavras devem ser cumpridas porque elas são a
palavra do Deus que não pode mentir: Mt. 26:52-54, Lc 24:44, Jo 10:35.
Ele pôs a sua própria vida debaixo da autoridade das Escrituras: Mt.
4:4,7,10, Lc 24:25-26.
As Declarações do NT sobre o próprio NT.
- Os apóstolos alegaram pregar a palavra de Deus, não suas próprias
ideias: 1Co 14:37, Gl 1:11-12, 1Ts. 2:13, 1Pe. 1:23-25, 2Pe. 1:16-21, Hb
4.12, Apoc. 22:18-19.
- As escrituras do NT foram vistas igual as escrituras do AT: 2Tm 3.15-17,
1Tm. 5:18, 2Pe 3:16.
- Jesus autorizou o NT por meio de nomeação dos apóstolos, que
escreveram e agiram como os representantes oficiais de Jesus e com sua
autoridade: João 16:13, Atos 1:1-2, 2:42, Rom. 1:1, 1Co. 14:37, Efe. 2:20,
2 Ped. 3:2.
Evidências externas de que a Bíblia vem de Deus.
1. A consistência interna. A Bíblia tem muita variedade, mas só uma mensagem:
40 autores, ao longo de 1500 anos, três línguas diferentes, em contexto diferentes,
sobre assuntos diferentes. Mas ela tem uma surpreendente unidade e consistência
da mensagem. A explicação desta unidade é que Deus é o autor real, guiando os
autores humanos.
2. O conteúdo da Bíblia. Ela tem muitas coisas que a mente humana nunca
imaginaria (a crucificação de Cristo, a doutrina da depravação humana, a salvação
pela graça, a exposição de erros dos patriarcas etc.)
3. As profecias cumpridas. É inegável, até para o cético, o cumprimento histórico
das profecias bíblicas, ou seria uma “enorme coincidência”?
Evidências externas de que a Bíblia vem de Deus.
4. O número de manuscritos e as variações entre eles apontam para a veracidade
histórica da Bíblia.
5. As traduções da Bíblia para diferentes línguas em tantos povos e o número de
cópias já produzidas e lidas apontam para sua universalidade e relevância histórica
e social
6. Descobertas arqueológicas e eventos históricos conhecidos e comprovados
apontam para a historicidade e veracidade da Bíblia.
7. Os efeitos da Bíblia. A Bíblia tem transformado povos, culturas e milhões de
vidas. Ela tem sido lida por pessoas através da história e ao redor do mundo, e ela
tem mostrado que tem o poder divino. Vidas Transformadas!
O testemunho de Jesus
A mais forte alegação cristã para a autoridade da Bíblia é o testemunho
de Jesus. Ele aceitou a autoridade do AT e autorizou o NT. Portanto, se
nós aceitarmos Jesus como Senhor e Mestre, devemos aceitar a Bíblia
como verdadeira e plena de autoridade.
Se a Bíblia não fosse verdadeira, então Jesus seria um mentiroso ou um
ignorante. Não há meio termo. É impossível ser verdadeiramente cristão
e não crer na veracidade e autoridade da Bíblia.
Inspiração: a preservação da revelação
Inspiração é a influência sobrenatural do Espírito Santo sobre os autores
das Escrituras, que faz que seus escritos sejam um registro plenamente
fiel da revelação, isto é, sejam realmente a Palavra de Deus.
A revelação é a comunicação da verdade divina. A inspiração é o registro
fiel dessa revelação para transmissão a outras pessoas (tanto da mesma
época quanto de gerações futuras).
Teorias da inspiração
A teoria da intuição – os autores das Escrituras eram gênios religiosos, com alto grau de
percepção, cultura e sensibilidade (como os grandes poetas e músicos);
A teoria da iluminação – houve uma influência do Espírito Santo sobre os autores, mas apenas
um reforço de suas capacidades naturais. A percepção e sensibilidade (teoria da intuição) foi
aumentada pelo Espírito;
A teoria dinâmica – o Espírito Santo dirigiu o escritor aos pensamentos ou conceitos que ele
devia ter. A ideia é inspirada, mas cabe ao escritor escolher as palavras, a forma e até
transparecer seus próprios conceitos e preconceitos;
A teoria plenária-verbal – o Espírito Santo foi além de aflorar a sensibilidade, ou dirigir as ideias,
mas influenciou diretamente o escritor na escolha e selação de cada palavra usada para registrar
a revelação. A inspiração aqui é tão intensa que cada palavra usada, cada til, é aquela desejada
por Deus naquele ponto da mensagem.
A teoria do ditado – Deus ditou cada palavra ao escritor, que não teve nenhuma participação na
escrita.
A Declaração Doutrinária da CBB diz:
“Bíblia é a palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação
que Deus fez de si mesmo aos homens. Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi
escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. Tem por
finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à salvação,
edificar os crentes, e promover a glória de Deus. Seu conteúdo é a verdade,
sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina.
Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os
homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo
qual devem ser aferidas a doutrinas e a conduta dos homens. Ela deve ser
interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo.”
Inspiração é a influência e direção sobrenatural do Espírito Santo sobre
a mente e as emoções dos escritores bíblicos, guiando-os palavra por
palavra, para registrar exatamente aquilo que Ele revelou.
A intensidade da inspiração
Como cremos na inspiração plenária verbal, temos que cada palavra da Escritura é
inspirada. Aquela expressão está ali exatamente porque Deus a escolheu e
inspirou, de modo que a nossa exegese desta palavra é muito significativa. Era
assim que JESUS e os autores do NT fizeram em relação ao AT:
Mt 22.32 faz uma citação de Ex 3.6 e argumenta de acordo com o tempo
presente do verbo.
Mt 22.41-45 cita o Salmo 110 e no verso 44 Jesus baseia seu argumento no
pronome possessivo “meu” e no pronome de tratamento “senhor”.
Mt 19.4,5 Jesus cita Gn 2.24, que não é um oráculo direto, mas um comentário
do escritor. Porém Jesus o cita como sendo palavra do próprio Criador. Isto é, ele
atribui todo o texto a Deus – palavra de Deus.
Lc 16.16-17 Jesus reforça que nada cairá da lei.
A amplitude da Revelação
Toda a Escritura (canon do AT e NT) é inspirada e proveitosa:
• 2 Tm 3.16
• Lc 24.25-27 e 44-45
Não podemos fazer o “canon dentro do canon” ou seja, aceitar
uma parte e negar outra.
Uma questão prática: como tratar a pseudonímia?
1. O caso de Moisés (o Pentateuco)
2. O caso de Paulo (deuteropaulinas)
3. O caso de Pedro (2 Pedro)
4. O caso de João (evangelho, cartas e apocalipse)
O que o Pentateuco diz sobre a autoria de Moisés:
• Então disse o Senhor a Moisés: escreve isto para memória num livro.
Ex 17.14 (ver também Ex 34.27-28)
• Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. Ex 24.4
• Escreveu Moisés as suas saídas, segundo as suas jornadas, conforme
o mandado do Senhor. Nm 33.2
• Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes. Dt 31.9 (também
31.22 e 24)
• Assim Moisés escreveu este cântico naquele dia e o ensinou aos
filhos de Israel. Dt 31.22, 24
O que o Antigo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
• Não te aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e
noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele
está escrito. Js 1.8 (ver também 8.31, 32 e 35)
• Como está escrito no livro da Lei de Moisés, no qual o Senhor deu
ordem dizendo... 2 Re 14.6 (e dezenas de outros textos)
O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Os judeus do tempo de Jesus aceitavam, criam e ensinavam que Moisés
havia escrito o Pentateuco:
• Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e
deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher
dele, e suscitasse descendência a seu irmão. Mc 12.19 e Lc 20.28
• Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem
Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
Jo 1.45
O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco:
• E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça,
quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Lc
20.37
• E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de
Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o
Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Mc 12.26
• Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja
quebrantada, indignais-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um
homem? Jo 7.23
O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco:
• Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao
sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de
testemunho. Mt 8.4 e Mc 1.44 e Lc 5.14
• E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que
convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés,
e nos profetas e nos Salmos. Lc 24.44
• Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? Mc 10.3
• E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se
achava em todas as Escrituras. Lc 24.27
O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco:
• Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu
ele. Jo 5.46
• Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e
repudiá-la? Mt 19.7
• Não vos deu Moisés a lei? e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais
matar-me? Jo 7.19
• Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu
repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Mt 19.8
O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
O que os apóstolos criam e ensinaram sobre a autoria do Pentateuco:
• A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e
juiz? a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe
aparecera na sarça. At 7.35
• E até hoje, quando Moisés é lido, o véu está posto sobre o coração deles. 2 Co
3.15
• Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei
viverá por ela. Rm 10.5
A Formação do Cânon
• Quantos livros fazem parte da Bíblia?
• Há alguma parte da Bíblia que não deveria estar lá?
• Será que ficou algum coisa (escritura inspirada) de fora, que
nós ainda não conhecemos?
Essa é a questão que envolve o fechamento do cânon. A palavra
“cânon” vem do grego κανον (cana, régua), que, por sua vez, se
origina do hebraico kaned, palavra do AT que significa “vara ou
cana de medir” (Ez. 40.3).
A Formação do Cânon
A canonicidade reconhece a inspiração, e não confere ou
outorga inspiração.
Para Geisler: “Os livros da Bíblia não são considerados oriundos
de Deus por se haver descoberto neles algum valor; são valiosos
porque provieram de Deus. (...) É a inspiração de Deus num livro
que determina sua canonicidade. Deus dá autoridade divina a
um livro, e os homens de Deus o acatam. Deus revela, e seu
povo reconhece o que o Senhor revelou. A canonicidade é
determinada por Deus e descoberta pelos homens de Deus.”
Geisler relaciona alguns princípios de descoberta ou reconhecimento da
canonicidade de um livro:
• A autoridade de um livro – ele afirma ser Palavra de Deus?
• A autoria profética – profetas e sacerdotes no AT, apóstolos e comunidade
apostólica no NT. A comunidade imediata recebia os escritos e reconhecia no
autor a autoridade profética ou apostólica. Era um reconhecimento natural,
tanto no AT quanto na maior parte do NT.
• Confiabilidade de um livro – o conteúdo é digno de confiança? Grande parte
dos apócrifos foram rejeitados por este princípio. Suas anomalias históricas e
heresias doutrinárias afastaram o reconhecimento de que eram inspirados.
• A natureza espiritual de um livro – capacidade de transformar vidas, ou impacto
espiritual na vida de pessoas e de uma nação.
• Aceitação do livro por parte da comunidade imediata, bem como dos primeiros
pais da igreja.
A extensão do Cânon
• Homolegoumena – aceito por todos
• Antilegomena – questionados por alguns
AT: Canticos de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios
NT: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas, Apocalipse
• Apócrifos – rejeitados por ampla maioria, aceitos por alguns
• Pseudepígrafos – rejeitados por todos
Inerrância: a credibilidade da Revelação
A questão da inerrância é um tópico ainda muito discutido entre os
cristãos. Para alguns do círculo mais acadêmico, esse é um conceito
antiquado, superado e até irrelevante. Para outros cristãos de linha mais
evangélica, essa é uma questão crucial da fé cristã.
Para Erickson, a inerrância “é a conclusão da doutrina da Escritura, pois
se Deus deu uma revelação especial a respeito de si mesmo e inspirou
seus servos para que a registrassem, queremos ter a garantia de que a
Bíblia é de fato uma fonte fidedigna dessa revelação”.
O conceito de inerrância
Mas o que é inerrância? O que significa, exatamente esse termo? Vejamos
algumas posições:
Inerrância absoluta – afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus, sem
nenhuma mescla de erro em nenhum aspecto, mesmo em termos
científicos e históricos. Dá a impressão de que os escritores bíblicos tinham
a intenção de fornecer uma quantidade considerável de dados científicos e
históricos exatos. As aparentes discrepâncias devem ser explicadas.
O conceito de inerrância
Inerrância plena – também afirma que a Bíblia é plenamente verdadeira.
Apesar de não ser o seu objetivo principal prestar informações científicas e
históricas, tais declarações são completamente verdadeiras. Mas esta
corrente entende que tais informações científicas e históricas são
referências fenomenais, ou seja, registradas da maneira que os escritores
bíblicos tinham acesso àquela época. Muitas vezes seriam referências
gerais ou aproximações (uma vez que não é o objetivo principal) mas
mesmo assim são corretas.
O conceito de inerrância
Inerrância limitada – igualmente afirma que a Bíblia é verdadeira e infalível
em seus ensinamentos doutrinários à salvação, mas os assuntos científicos
e históricos refletem o entendimento corrente da época em que foram
escritos. Os escritores bíblicos estavam limitados ao seu tempo e a
revelação não foi de assuntos científicos ou históricos, mas teológicos e
doutrinários. Nestas áreas, portanto, a Bíblia até poderia conter alguns
“erros”, que seriam conclusões a partir de pontos de vista diferentes, com
visões limitadas, mas sem consequência alguma para a fé, para a
mensagem do evangelho. Dentro de seus objetivos, a Bíblia é plenamente
verdadeira e inerrante.
A importância da inerrância
Será que vale a pena gastar tempo para discutir aspectos aparentemente
pequenos de possíveis “discrepâncias” ou “erros” contidos na Bíblia? Não
deveríamos nos deter nas grandes verdades reveladas sobre a salvação? Isso
não poderia nos distrair do foco de buscar uma plena comunhão com Deus?
Ao contrário do que pode parecer, esse não é um assunto irrelevante. A
questão é: aquilo que a Bíblia diz é confiável? Podemos acreditar nela? Se há
partes que não são confiáveis, como defini-las? Isso não gera um precedente
perigoso?
Saber que a Bíblia é plenamente verdadeira é uma questão importante para
nós no aspecto teológico, histórico e epistemológico.
 Importância teológica – se Deus é onisciente, não pode inspirar uma mensagem errada
(mesmo em detalhes históricos ou científicos). E se ele é onipotente, pode influenciar os
escritores bíblicos a escreverem apenas o que é correto, de modo que o produto final seja
sem erro.
Além do mais, se cremos na inspiração verbal plena, cada palavra foi inspirada por Deus, de
modo que não pode ter erro. Se a Bíblia não for plenamente confiável, o conceito de
inspiração fica prejudicado.
 Importância histórica – a igreja ao longo dos milênios sempre creu na inerrância da Bíblia
(embora não houvesse esse termo). E ao contrário, quando algum teólogo, escola ou igreja se
afastou desta doutrina, achando-a irrelevante, sempre caiu em outro erros mais graves ao
negar doutrinas fundamentais do cristianismo, como a deidade de Cristo ou a Trindade.
 Importância epistemológica – como podemos saber? Se o fundamento da fé cristã é a Bíblia,
sua credibilidade é o pressuposto para todas as outras afirmações. Caso concluíssemos que
certas pressuposições (históricas ou científicas) ensinadas pela Bíblia não são verdadeiras, as
implicações para as pressuposições teológicas seriam vastas.
A inerrância e os fenômenos
Erickson abraça o conceito de inerrância plena e assim a define: “A Bíblia, quando corretamente
interpretada, de acordo com o nível a que a cultura e os meios de comunicação haviam chegado
na época em que foi escrita e de acordo com os propósitos a que foi destinada, é plenamente
fidedigna em tudo que afirma.”
Erickson ainda faz algumas afirmações bastante interessantes (pág. 84-87)
 A inerrância diz respeito ao que é afirmado ou declarado, não ao que é apenas registrado;
 Precisamos julgar a fidedignidade da Escritura de acordo com aquilo que as afirmações
significam no ambiente cultural em que foram expressos; queremos dizer que as afirmações
da Bíblia são plenamente verdadeiras dentro da cultura de sua época;
 As afirmações da Bíblia são plenamente verdadeiras quando julgadas de acordo com o
propósito para o qual foram escritas.
 Os registros dos acontecimentos históricos e assuntos científicos estão mais em linguagem
fenomenológica do que técnica (nascer do sol, por exemplo, ou as aproximações de números)
 As dificuldades para explicar o texto bíblico não devem ser prejulgadas como indícios de erro.
Fontes de Autoridade: Quadrilátero Wesleyano
Experiência – Tradição – Razão (lógica/ciência) – Escrituras
1. Experiência
2. Tradição
3. Razão (lógica/ciência)
4. Escrituras
1. Escrituras
... Experiência
... Tradição
... Razão (lógica/ciência)
Autoridade: o poder da Revelação
Autoridade religiosa
Por autoridade, entendemos o direito de comandar a fé e/ou a ação. (Erickson).
Quem ou o que tem essa autoridade? Existe alguma pessoa, instituição ou
documento que possua o direito de prescrever a crença e a ação em matéria
religiosa?
Deus é a autoridade final em matéria de religião. Ele é o Criador supremo.
A revelação é Deus dando a conhecer sua verdade e sua vontade à humanidade.
Logo, a inspiração garante que a Bíblia diz justamente o que Deus diria se nos
falasse diretamente.
Autoridade: o poder da Revelação
O trabalho interno do Espírito Santo
Para que a Bíblia funcione como se Deus estivesse falando
para nós, o leitor precisa compreender o significado das
Escrituras e estar convencido de sua origem e autoria divinas.
Isso se realiza pela obra interna do Espírito Santo, que ilumina
o entendimento do ouvinte ou leitor da Bíblia, fazendo que ele
entenda seu significado e creia na sua mensagem, como sendo
verdadeiramente a Palavra de Deus.
Erickson aponta algumas razões para a necessidade deste trabalho interno do
Espírito Santo:
 Há uma diferença ontológica entre Deus e o homem, entre o Criador e a
criatura. Sem a ajuda do Espírito, o homem jamais poderia entender Deus e
sua vontade, haja vista sua limitação óbvia.
 Há a necessidade de uma certeza, que a razão humana jamais poderia
conceder. Em matéria do destino eterno de sua alma, não se pode jogar com
probabilidades.
 Há uma tendência pecaminosa na raça humana desde a queda, que a afasta
de Deus e cega o entendimento dos incrédulos. Somente com a ajuda do
Espírito Santo é que o homem pode entender a Deus (1 Co 2.14). É o Espírito
Santo quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.
O padrão de autoridade é a Palavra inspirada e escrita, corretamente interpretada.
Deus Espírito Santo
Revelação Iluminação
Escritores bíblicos Interpretação Cristão
Por que é importante estudar teologia? (Erickson)
• Crenças corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus
• Deve haver uma ligação entre a verdade e a experiência de vida do teólogo
• Uma compreensão correta da verdade formará convicções inalienáveis
num tempo de muitos sistemas de pensamento religiosos e seculares que
disputam devoção.
• Deve haver uma coerência entre a teologia e a pregação/ministério do
teólogo.
Teologia
Prática
Teologia
Sistemática
Teologia Histórica
Teologia Bíblica
Como devemos viver?
No que cremos?
O que pensaram outros crentes?
O que diz a Bíblia?
Teologia Sistemática X Ética Cristã
Grudem diz que: “A ênfase da teologia sistemática está no que Deus quer que
creiamos e conheçamos, enquanto a ênfase da ética cristã está no que Deus quer
que façamos e nas atitudes que Ele deseja que tenhamos”
e continua: “a teologia nos diz como devemos pensar enquanto a ética nos diz
como devemos viver”.
Obviamente que ambas se comunicam o tempo todo pois a teologia deve ser
aplicada à vida (teologia prática) enquanto a ética deve ser baseada em
conhecimentos adequados sobre Deus e seu relacionamento com o mundo.
Eternidade
com Deus
Eternidade
sem Deus
VIDA
MORTE



JESUS
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CRIAÇÃO
QUEDA REDENÇÃO
RESTAURAÇÃO
Gn 1.1 / 2.15
1.26-28 / Cl 1.16
Rm 11.36
Gn 3.6
Jo 3.16 / Rm 5.8 / Ef 2.4-7
1 Co 15.3-4 / Rm 10.9
Jo 1.12 / 2 Co 5.17
Ef 2.10 / Cl 3.17
1 Co 10.31 / Sl
16.11
Rm 3.23 / 6.23
Ef 2.1-3 / 2.8-9
Qual a solução
para você?
Notícia
RUIM
BOA
Notíca
“A Palavra do Senhor é poderosa a minha não.”
VERDADE POSICIONAL – São as VERDADES que Deus declarou e não faz
diferença se eu sinto ou penso que é ou não verdade.
JARDIM:
1.Adorar.
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  • 1.
  • 3. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO EMENTA: Introdução geral à Bíblia. Panorama do processo de formação do Antigo Testamento e do Novo Testamento. Canonização da Bíblia. A história de Israel e do judaísmo como cenário para o surgimento do Antigo Testamento. O Mediterrâneo Antigo como cenário para o surgimento do Novo Testamento. Geografia e Arqueologia do mundo bíblico.
  • 4. CONTEÚDO Unidade I - A natureza do texto bíblico 1. A Estrutura da Bíblia 2. Revelação, Inspiração e Iluminação 3. A Revelação Geral 4. A Revelação Especial 5. Inspiração: a preservação da Revelação 6. Canonicidade: o reconhecimento da Revelação 7. Inerrância: a credibilidade da Revelação 8. Autoridade: o poder da Revelação Unidade II - A Preservação da Bíblia 1. As línguas e os materiais da Bíblia 2. As traduções da Bíblia 3. A crítica bíblica Unidade III – Disciplinas de apoio à Bíblia 1. Arqueologia Bíblica 2. Geografia Bíblica Unidade IV – Panorama geral da Bíblia 1. Esboços bíblicos 2. O Antigo Testamento Históricos: De Adão a Malaquias Os livros da Lei Os livros poéticos Os livros proféticos 3. O Novo Testamento Os Evangelhos Atos Epistolas Paulinas Epístolas Gerais Apocalipse
  • 5. A Bíblia é uma verdadeira biblioteca, uma coletânea de livros. Mas, quantos livros a Bíblia contém? - 24 livros, para os judeus - 66 livros, para os protestantes - 73 livros, para os católicos - 78 livros, para os ortodoxos
  • 6. 1.189 Capítulos – divisão feita por Stephen Langton, professor da Universidade de Paris, no início do Século XIII. 31.102 Versículos – divisão feita por Robert Stephanus, gráfico e erudido francês, em 1551. Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8 Histórico: 1 Profético: 1 Novo Testamento: 27 A Bíblia Protestante: 66 Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Apocalipse Hebreus Tiago 1 Pedro 2 Pedro 1 João 2 João 3 João Judas Atos Mateus Marcos Lucas João Romanos 1 Coríntios 2 Coríntios Gálatas Efésios Filipenses Colossenses 1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses 1 Timóteo 2 Timóteo Tito Filemon Antigo Testamento: 39 Profetas Epístolas Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5 Evangelhos: 4 Jó Salmos Provérbios Eclesiastes Cânticos de Salomão Josué Juízes Rute 1 Samuel 2 Samuel 1 Reis 2 Reis 1 Crônicas 2 Cronicas Edras Neemias Ester Isaías Jeremias Lamentações Ezequiel Daniel Oséias Joel Amós Obabias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias
  • 7. Anteriores: 4 Posteriores: 4 Maiores: 5 Menores: 12 Lei (Torah): 5 1. Bereshit (no princípio, Gênesis) 2. Welleh Shemôt (Eis os nomes, Êxodo) 3. Wayyiqra (Chamou, Levítico) 4. Bemidbar (No deserto, Números) 5. Helleh haddebatim (eis as palavras, Deuteronômio) A Bíblia Hebraica X AT Protestante Tanak: 24 Antigo Testamento: 39 Pentateuco: 5 Históricos: 12 Isaías Jeremias Lamentações Ezequiel Daniel Oséias Joel Amós Obabias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias Poéticos: 5 Profetas Salmos Provérbios Jó Cânticos Rute Lamentações Qohelet (Ec) Ester Daniel Esdras-Neemias Crônicas (1 e 2) Josué Juízes Samuel (1 e 2) Reis (1 e 2) Isaías Jeremias Ezequiel Os Doze Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Josué Juízes Rute 1 Samuel 2 Samuel 1 Reis 2 Reis 1 Crônicas 2 Cronicas Edras Neemias Ester Jó Salmos Provérbios Eclesiastes Cânticos de Salomão Escritos (Ketubim): 11 Profetas (Nebiim): 8 Mesmo conteúdo, mas organizado de forma diferente.
  • 8. Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8 A Bíblia Católica: 73 Antigo Testamento: 46 Novo Testamento: 27 Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5 Profetas Evangelhos: 4 Histórico: 1 Epístolas Profético: 1 Apocalipse Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Josué Juízes Rute 1 Samuel 2 Samuel 1 Reis 2 Reis 1 Crônicas 2 Cronicas Edras Neemias Tobias Judite Ester (10.4- 16,24) 1 Macabeus 2 Macabeus Jó Salmos Provérbios Eclesiastes Cânticos de Salomão Sabedoria Eclesiástico Isaías Jeremias Lamentações Baruc Ezequiel Daniel (3.24- 90; 13-14) Oséias Joel Amós Obabias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias Mateus Marcos Lucas João Atos Romanos 1 Coríntios 2 Coríntios Gálatas Efésios Filipenses Colossenses 1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses 1 Timóteo 2 Timóteo Tito Filemon Hebreus Tiago 1 Pedro 2 Pedro 1 João 2 João 3 João Judas  São Jerônimo, o grande tradutor da Vulgata Latina, não inseriu os livros apócrifos.  Tais livros somente foram oficializados como canônicos pelo Magistério da Igreja Católica durante o concílio de Trento (1546-1563). Agostini Fernandes, pág. 28.
  • 9. Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8 Histórico: 1 Epístolas Profético: 1 Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Josué Juízes Rute 1 Samuel 2 Samuel 1 Reis 2 Reis 1 Crônicas 2 Cronicas Edras 2 Esdras Neemias Tobias Judite Ester (10.4- 16,24) 1 Macabeus 2 Macabeus 3 Macabeus 4 Macabeus Jó Salmos (151) Odes (c/ Oração de Manassés) Provérbios Eclesiastes Cânticos de Salomão Sabedoria Eclesiástico Salmos de Salomão Isaías Jeremias Lamentações Baruc Ezequiel Daniel (3.24- 90; 13-14) Oséias Joel Amós Obabias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias Mateus Marcos Lucas João Atos Romanos 1 Coríntios 2 Coríntios Gálatas Efésios Filipenses Colossenses 1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses 1 Timóteo 2 Timóteo Tito Filemon Hebreus Tiago 1 Pedro 2 Pedro 1 João 2 João 3 João Judas Apocalipse Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5 Profetas Evangelhos: 4 A Bíblia Ortodoxa: 78 (há muitas variações nos canones das igrejas ortodoxas) Antigo Testamento: 46 Novo Testamento: 27
  • 10.
  • 11.
  • 12. Aproximadamente 40 escritores Diferentes épocas Diferentes contextos Diferentes formações culturais, sociais e profissionais Diferentes lugares Cerca de 1500 anos para ser escrita, sendo 1000 anos para o AT 400 anos de silêncio 100 anos para o NT Escrita em três línguas diferentes: Hebraico, aramaico – AT Grego (koiné) – NT É o livro mais perseguido e mais vendido e lido do mundo!
  • 13.  Unidade do texto bíblico Apesar de diferentes livros, em diferentes estilos, escritos por diferentes pessoas, em diferentes lugares, vivendo em diferentes contextos, para falar de diferentes assuntos, a Bíblia é um todo coerente. Há uma mensagem central, um fio de ouro que a percorre inteira, desde o Gênesis até o Apocalipse. É a mensagem de um Deus amoroso que quer se relacionar com o homem criado, por meio da redenção dos pecados, para Sua glória, o que alcança o clímax em Jesus Cristo.
  • 14.  Materiais utilizados para a escrita e preservação dos textos bíblicos • Tabletes de Argila, ou tabuinhas de barro, que eram usadas na antiga Suméria, já em 3.500 a.C. No AT há referência delas em Jeremias 17:13 e Ezequiel 4:1; • Pedras foram usadas na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, por exemplo, o código de Hamurabi as pedras de Roseta. Na bíblia há citação de seu uso em Êxodo 24:12; 32:15 e Deuteronômio 27:2,3; • Pedras preciosas, como o ônix, referidos em Êxodo 39:6-14; • Metal, em lâminas de ouro, cuja referência bíblica encontra-se em Êxodo 28:36; • Cera foi referida em Isaías 8:1; • Madeira, tábuas, em Habacuque 2:2. • Óstracos, pedaços de restos de azulejos e cascas de crustáceos, referidos em Jó 2:8; • Linho foi usado no Egito, Grécia e Itália, mas não tem referência bíblica. • Papiro foi usado na antiga Gebal, ou Biblos, e no Egito por volta de 2100 a.C. Era obtido através da prensa de cascas coladas. Desse material faziam-se rolos. • Pergaminho, surgiu pela primeira vez em Pérgamo, cidade grega da Mísia, daí a origem do seu nome. O uso desse material se expandiu devido ao monopólio imposto pelos exportadores de Papiro. Havia dois tipos: o pergaminho e o velino, o primeiro era feito com o couro de animais menores, como as ovelhas e cabras, e o segundo com bois e antílopes, o que encarecia o produto, diminuindo a sua utilização. Paulo se refere ao pergaminho em 2Timóteo 4:13; • Palimpsesto, um pergaminho reutilizado, utilizado para escrever o Códice Efrainita em 345 d.C. • Os Rolos • Os Códices (Codex)
  • 15.  Aprendendo a ler as Escrituras É importante ler a Bíblia com devoção e critério, ao mesmo tempo. É preciso deixar que ela fale à mente (razão) e ao coração (alma). Então ore antes de ler, e leia em oração. Mas pense enquanto lê, situando o autor no tempo, espaço e contexto, ouvindo o que ele diz aos seus leitores originais e buscando entender, em oração, como aplicar isso à sua vida hoje. Leia a sua Bíblia inteira todos os anos!
  • 16. Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia! Sl 119.97
  • 17. REVELAÇÃO Estamos falando de um Deus Transcendente, Eterno, Criador, Santo, Majestoso, Grandioso. O homem jamais poderia conhecer a Deus, a menos que Ele mesmo se revelasse. Na revelação, portanto, Deus se manifestou aos seres humanos de tal forma que estes podem conhecê-lo e ter comunhão com Ele (Erickson). Para John Hammet “revelação é a manifestação de Deus mesmo e da sua vontade para nós. Não é somente da pessoa de Deus, mas também sobre a sua vontade, ou a maneira como devemos viver.”
  • 18. Os homens jamais poderão conhecer plenamente a Deus, dada a limitação e imperfeição da mente humana, do conhecimento humano, e a grandiosidade e complexidade de Deus. Mesmo Deus se revelando, Ele o fez em linguagem humana (usando expressões, figuras, símbolos e conceitos que a mente humana pode alcançar), embora isso prejudique o conhecimento pleno de Deus (impossível ao homem). Deus quis se revelar, e Ele se fez conhecido pela revelação. Obviamente que Ele se deu a conhecer naquilo que desejou compartilhar com os homens.
  • 19. A revelação que temos, portanto, é tudo aquilo que Deus quis revelar ao homem, nem mais e nem menos. Querer ir além seria afrontar ao próprio Deus que não se revelou em alguns aspectos. Ficar aquém é negligenciar o conhecimento que Deus desejou compartilhar conosco. Devemos nos ater com temor e tremor ao estudo da revelação de Deus, a fim de conhecê- lo e ter comunhão com Ele. Podemos dizer de duas formas básicas de revelação: geral e especial. Na revelação geral, Deus se mostra indistintamente a todas as pessoas, em todos os tempos, em todos os lugares. A revelação especial, de outro modo, abrange comunicações particulares de Deus para pessoas específicas, em épocas e lugares específicos, e que hoje só é possível conhecer por meio do registro dessa revelação – as Escrituras Sagradas.
  • 20. A Revelação Geral Erickson: “A revelação geral refere-se à automanifestação de Deus por meio da natureza, da história e da personalidade humana.” A natureza da revelação - ampla em dois aspectos: • Disponibilidade universal – acessível a todos • Conteúdo da mensagem – é o mesmo para todos Os meios da revelação geral • a natureza – Sl 19.1, Rm 1.20 • a história – At. 14:15-17 • a constituição do ser humano
  • 21. A realidade e a eficácia da revelação geral Seria possível fazer uma teologia natural? Isto é, o homem pode conhecer verdadeiramente a Deus apenas com a revelação geral, à parte da Bíblia? Em conhecendo, poderia ter verdadeira comunhão com Ele? Ser salvo? Antes da queda, o homem podia conhecer a Deus? Se relacionar e ter comunhão com Ele? Após a queda, essa revelação geral ficou insuficiente?
  • 22. A Revelação Especial O que é revelação especial? Desde quando há revelação especial? Por que a revelação especial foi necessária? Se a revelação geral é insuficiente para a salvação da humanidade, bem como para um relacionamento de comunhão entre Deus e os homens, Deus se revelou, de modo especial, manifestando de modo claro, objetivo e direto, em linguagem humana, as verdade de Si, de Sua vontade e de como ter plena comunhão com Ele.
  • 23. O estilo da revelação especial • Pessoal – Ele se revelou de modo pessoal a determinadas pessoas e a um povo específico. • Antrópica – Ele se revela em linguagem humana, no tempo e no espaço, dentro das limitações do entendimento humano. • Analógica – Ele se revela usando meios (idiomas, palavras, expressões) para falar de coisas que estão muito além.
  • 24. Os meios da revelação especial Hebreus 1.1 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós falou pelo Filho...” (πολυμερως και πολυτροπως) • Eventos históricos – o êxodo; a conquista de Canaã nos dias de Josué, o cativeiro babilônico; o dilúvio, o reino de Israel etc. • Milagres - Daniel na cova dos leões; a abertura do Mar Vermelho, o maná, Elias e os profetas de Baal, os milagres de Jesus etc. • Discursos divinos – Nm 12.6-8; At. 9.4-6; “assim diz o Senhor” ou “veio a mim a Palavra do Senhor dizendo...” • Sonhos – Gn 31.24 (Labão); 41.15-16 (Faraó); Mt 2.19-20 (José); • Visões – Dn 2.19; At 10.3
  • 25. Os meios da revelação especial Hebreus 1.2 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós falou pelo Filho...” (πολυμερως και πολυτροπως) • Encarnação – Deus se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.1-14). Quando um profeta ou apóstolo falava, falava em nome de Deus. Quando Jesus falava, era o próprio Deus falando. Mas a revelação não foi só na fala, mas no caráter e nas ações, incluindo os atos redentores. Jesus é a revelação mais completa de Deus, demonstrando os atributos de Deus, porque ele é Deus (Jo 14.9; 1Jo 1.1; Col. 2:9).
  • 26. Os meios da revelação especial A Revelação Especial aconteceu de forma gradual e progressiva. Ou seja, a revelação posterior desenvolve-se a partir da anterior, ampliando o conhecimento prévio. Ela é complementar e suplementar, nunca contraditória. Assim, os personagens posteriores têm mais luz do que os anteriores. Veja Lc 7.28 – Rm 15.4 – Hb 11.39-12.1
  • 27. As Escrituras como Revelação Especial Se a revelação inclui verdades proposicionais, então ela é de natureza tal que pode ser preservada, anotada, escriturada, e esse documento escrito, sendo a reprodução fiel da revelação original, é também um tipo de revelação, ou seja, um registro inspirado da revelação de Deus.
  • 28. As Escrituras como Revelação Especial Podemos chamar a Bíblia de “revelação de Deus” porque ela alega ser a Palavra de Deus, sendo Deus o próprio autor. A Bíblia foi escrita por seres humanos, mas eles foram guiados pelo Espírito Santo de Deus quando anunciavam a mensagem: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2Pe 1:21). Portanto, a orientação do Espírito (inspiração) nos dá razão para acreditar que o conteúdo da Bíblia (revelação) é verdadeiro e confiável. Desde que ela vem de Deus, ela tem autoridade de Deus, e devia ser aceita como o único padrão para doutrina e conduta, pois é “Deus falando” ou “Deus se revelando”.
  • 29. O que diz a Bíblia sobre si mesma? Ela traz para si o peso de Palavra de Deus? As declarações do Antigo Testamento sobre o Antigo Testamento. - O AT se chama “a palavra de Deus” (ver Jr. 1:2-4, 11, 13; Ez. 1:2-3; Os. 1:1, e centenas de vezes mais). - O AT usa a frase “diz o Senhor” mais de três mil vezes (cerca de 3808), especialmente nos profetas. Ez 7.5, Zc 1.3, Is 44.6 - Os autores bíblicos alegam que eles escreveram o que Deus lhes mandou escrever: Ex. 24:3-4, Deut. 31:24-26, (“livro da lei”= Gênesis - Deuteronômio), Jer. 30:1-4, Am 3.1, 2 Sm 23.1-2, Sl 119
  • 30. As declarações do NT sobre o AT: - A Escritura é inspirada por Deus: 2Tim. 3:15-17 e 2Pe. 1:20-21. - O NT diz que é Deus que está falando no AT: At 4:25-26, 2Co 6:1-2, Hb. 1:4-14, 2:12-13, 3:7-11, At 1.16 (citando Sl 69.25 e 109.8), At 3.18,21 - O testemunho de Jesus sobre as Escrituras. Ele considerou Deus como a fonte real das Escrituras e o Espírito Santo como o Autor atrás do autor humano: Mt.15:4-6, Mt 22:41-46. Ele deu ênfase a importância de cada palavra: Mt. 5:18, Mc 12:24-27. - Jesus ensina que as palavras devem ser cumpridas porque elas são a palavra do Deus que não pode mentir: Mt. 26:52-54, Lc 24:44, Jo 10:35. Ele pôs a sua própria vida debaixo da autoridade das Escrituras: Mt. 4:4,7,10, Lc 24:25-26.
  • 31. As Declarações do NT sobre o próprio NT. - Os apóstolos alegaram pregar a palavra de Deus, não suas próprias ideias: 1Co 14:37, Gl 1:11-12, 1Ts. 2:13, 1Pe. 1:23-25, 2Pe. 1:16-21, Hb 4.12, Apoc. 22:18-19. - As escrituras do NT foram vistas igual as escrituras do AT: 2Tm 3.15-17, 1Tm. 5:18, 2Pe 3:16. - Jesus autorizou o NT por meio de nomeação dos apóstolos, que escreveram e agiram como os representantes oficiais de Jesus e com sua autoridade: João 16:13, Atos 1:1-2, 2:42, Rom. 1:1, 1Co. 14:37, Efe. 2:20, 2 Ped. 3:2.
  • 32. Evidências externas de que a Bíblia vem de Deus. 1. A consistência interna. A Bíblia tem muita variedade, mas só uma mensagem: 40 autores, ao longo de 1500 anos, três línguas diferentes, em contexto diferentes, sobre assuntos diferentes. Mas ela tem uma surpreendente unidade e consistência da mensagem. A explicação desta unidade é que Deus é o autor real, guiando os autores humanos. 2. O conteúdo da Bíblia. Ela tem muitas coisas que a mente humana nunca imaginaria (a crucificação de Cristo, a doutrina da depravação humana, a salvação pela graça, a exposição de erros dos patriarcas etc.) 3. As profecias cumpridas. É inegável, até para o cético, o cumprimento histórico das profecias bíblicas, ou seria uma “enorme coincidência”?
  • 33. Evidências externas de que a Bíblia vem de Deus. 4. O número de manuscritos e as variações entre eles apontam para a veracidade histórica da Bíblia. 5. As traduções da Bíblia para diferentes línguas em tantos povos e o número de cópias já produzidas e lidas apontam para sua universalidade e relevância histórica e social 6. Descobertas arqueológicas e eventos históricos conhecidos e comprovados apontam para a historicidade e veracidade da Bíblia. 7. Os efeitos da Bíblia. A Bíblia tem transformado povos, culturas e milhões de vidas. Ela tem sido lida por pessoas através da história e ao redor do mundo, e ela tem mostrado que tem o poder divino. Vidas Transformadas!
  • 34. O testemunho de Jesus A mais forte alegação cristã para a autoridade da Bíblia é o testemunho de Jesus. Ele aceitou a autoridade do AT e autorizou o NT. Portanto, se nós aceitarmos Jesus como Senhor e Mestre, devemos aceitar a Bíblia como verdadeira e plena de autoridade. Se a Bíblia não fosse verdadeira, então Jesus seria um mentiroso ou um ignorante. Não há meio termo. É impossível ser verdadeiramente cristão e não crer na veracidade e autoridade da Bíblia.
  • 35. Inspiração: a preservação da revelação Inspiração é a influência sobrenatural do Espírito Santo sobre os autores das Escrituras, que faz que seus escritos sejam um registro plenamente fiel da revelação, isto é, sejam realmente a Palavra de Deus. A revelação é a comunicação da verdade divina. A inspiração é o registro fiel dessa revelação para transmissão a outras pessoas (tanto da mesma época quanto de gerações futuras).
  • 36. Teorias da inspiração A teoria da intuição – os autores das Escrituras eram gênios religiosos, com alto grau de percepção, cultura e sensibilidade (como os grandes poetas e músicos); A teoria da iluminação – houve uma influência do Espírito Santo sobre os autores, mas apenas um reforço de suas capacidades naturais. A percepção e sensibilidade (teoria da intuição) foi aumentada pelo Espírito; A teoria dinâmica – o Espírito Santo dirigiu o escritor aos pensamentos ou conceitos que ele devia ter. A ideia é inspirada, mas cabe ao escritor escolher as palavras, a forma e até transparecer seus próprios conceitos e preconceitos; A teoria plenária-verbal – o Espírito Santo foi além de aflorar a sensibilidade, ou dirigir as ideias, mas influenciou diretamente o escritor na escolha e selação de cada palavra usada para registrar a revelação. A inspiração aqui é tão intensa que cada palavra usada, cada til, é aquela desejada por Deus naquele ponto da mensagem. A teoria do ditado – Deus ditou cada palavra ao escritor, que não teve nenhuma participação na escrita.
  • 37. A Declaração Doutrinária da CBB diz: “Bíblia é a palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens. Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à salvação, edificar os crentes, e promover a glória de Deus. Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina. Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas a doutrinas e a conduta dos homens. Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo.”
  • 38. Inspiração é a influência e direção sobrenatural do Espírito Santo sobre a mente e as emoções dos escritores bíblicos, guiando-os palavra por palavra, para registrar exatamente aquilo que Ele revelou.
  • 39. A intensidade da inspiração Como cremos na inspiração plenária verbal, temos que cada palavra da Escritura é inspirada. Aquela expressão está ali exatamente porque Deus a escolheu e inspirou, de modo que a nossa exegese desta palavra é muito significativa. Era assim que JESUS e os autores do NT fizeram em relação ao AT: Mt 22.32 faz uma citação de Ex 3.6 e argumenta de acordo com o tempo presente do verbo. Mt 22.41-45 cita o Salmo 110 e no verso 44 Jesus baseia seu argumento no pronome possessivo “meu” e no pronome de tratamento “senhor”. Mt 19.4,5 Jesus cita Gn 2.24, que não é um oráculo direto, mas um comentário do escritor. Porém Jesus o cita como sendo palavra do próprio Criador. Isto é, ele atribui todo o texto a Deus – palavra de Deus. Lc 16.16-17 Jesus reforça que nada cairá da lei.
  • 40. A amplitude da Revelação Toda a Escritura (canon do AT e NT) é inspirada e proveitosa: • 2 Tm 3.16 • Lc 24.25-27 e 44-45 Não podemos fazer o “canon dentro do canon” ou seja, aceitar uma parte e negar outra.
  • 41. Uma questão prática: como tratar a pseudonímia? 1. O caso de Moisés (o Pentateuco) 2. O caso de Paulo (deuteropaulinas) 3. O caso de Pedro (2 Pedro) 4. O caso de João (evangelho, cartas e apocalipse)
  • 42. O que o Pentateuco diz sobre a autoria de Moisés: • Então disse o Senhor a Moisés: escreve isto para memória num livro. Ex 17.14 (ver também Ex 34.27-28) • Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. Ex 24.4 • Escreveu Moisés as suas saídas, segundo as suas jornadas, conforme o mandado do Senhor. Nm 33.2 • Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes. Dt 31.9 (também 31.22 e 24) • Assim Moisés escreveu este cântico naquele dia e o ensinou aos filhos de Israel. Dt 31.22, 24
  • 43. O que o Antigo Testamento diz sobre a autoria de Moisés: • Não te aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito. Js 1.8 (ver também 8.31, 32 e 35) • Como está escrito no livro da Lei de Moisés, no qual o Senhor deu ordem dizendo... 2 Re 14.6 (e dezenas de outros textos)
  • 44. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés: Os judeus do tempo de Jesus aceitavam, criam e ensinavam que Moisés havia escrito o Pentateuco: • Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão. Mc 12.19 e Lc 20.28 • Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. Jo 1.45
  • 45. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés: Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco: • E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Lc 20.37 • E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Mc 12.26 • Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um homem? Jo 7.23
  • 46. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés: Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco: • Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. Mt 8.4 e Mc 1.44 e Lc 5.14 • E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Lc 24.44 • Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? Mc 10.3 • E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. Lc 24.27
  • 47. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés: Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco: • Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Jo 5.46 • Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Mt 19.7 • Não vos deu Moisés a lei? e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me? Jo 7.19 • Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Mt 19.8
  • 48. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés: O que os apóstolos criam e ensinaram sobre a autoria do Pentateuco: • A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça. At 7.35 • E até hoje, quando Moisés é lido, o véu está posto sobre o coração deles. 2 Co 3.15 • Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela. Rm 10.5
  • 49. A Formação do Cânon • Quantos livros fazem parte da Bíblia? • Há alguma parte da Bíblia que não deveria estar lá? • Será que ficou algum coisa (escritura inspirada) de fora, que nós ainda não conhecemos? Essa é a questão que envolve o fechamento do cânon. A palavra “cânon” vem do grego κανον (cana, régua), que, por sua vez, se origina do hebraico kaned, palavra do AT que significa “vara ou cana de medir” (Ez. 40.3).
  • 50. A Formação do Cânon A canonicidade reconhece a inspiração, e não confere ou outorga inspiração. Para Geisler: “Os livros da Bíblia não são considerados oriundos de Deus por se haver descoberto neles algum valor; são valiosos porque provieram de Deus. (...) É a inspiração de Deus num livro que determina sua canonicidade. Deus dá autoridade divina a um livro, e os homens de Deus o acatam. Deus revela, e seu povo reconhece o que o Senhor revelou. A canonicidade é determinada por Deus e descoberta pelos homens de Deus.”
  • 51. Geisler relaciona alguns princípios de descoberta ou reconhecimento da canonicidade de um livro: • A autoridade de um livro – ele afirma ser Palavra de Deus? • A autoria profética – profetas e sacerdotes no AT, apóstolos e comunidade apostólica no NT. A comunidade imediata recebia os escritos e reconhecia no autor a autoridade profética ou apostólica. Era um reconhecimento natural, tanto no AT quanto na maior parte do NT. • Confiabilidade de um livro – o conteúdo é digno de confiança? Grande parte dos apócrifos foram rejeitados por este princípio. Suas anomalias históricas e heresias doutrinárias afastaram o reconhecimento de que eram inspirados. • A natureza espiritual de um livro – capacidade de transformar vidas, ou impacto espiritual na vida de pessoas e de uma nação. • Aceitação do livro por parte da comunidade imediata, bem como dos primeiros pais da igreja.
  • 52. A extensão do Cânon • Homolegoumena – aceito por todos • Antilegomena – questionados por alguns AT: Canticos de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios NT: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas, Apocalipse • Apócrifos – rejeitados por ampla maioria, aceitos por alguns • Pseudepígrafos – rejeitados por todos
  • 53. Inerrância: a credibilidade da Revelação A questão da inerrância é um tópico ainda muito discutido entre os cristãos. Para alguns do círculo mais acadêmico, esse é um conceito antiquado, superado e até irrelevante. Para outros cristãos de linha mais evangélica, essa é uma questão crucial da fé cristã. Para Erickson, a inerrância “é a conclusão da doutrina da Escritura, pois se Deus deu uma revelação especial a respeito de si mesmo e inspirou seus servos para que a registrassem, queremos ter a garantia de que a Bíblia é de fato uma fonte fidedigna dessa revelação”.
  • 54. O conceito de inerrância Mas o que é inerrância? O que significa, exatamente esse termo? Vejamos algumas posições: Inerrância absoluta – afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus, sem nenhuma mescla de erro em nenhum aspecto, mesmo em termos científicos e históricos. Dá a impressão de que os escritores bíblicos tinham a intenção de fornecer uma quantidade considerável de dados científicos e históricos exatos. As aparentes discrepâncias devem ser explicadas.
  • 55. O conceito de inerrância Inerrância plena – também afirma que a Bíblia é plenamente verdadeira. Apesar de não ser o seu objetivo principal prestar informações científicas e históricas, tais declarações são completamente verdadeiras. Mas esta corrente entende que tais informações científicas e históricas são referências fenomenais, ou seja, registradas da maneira que os escritores bíblicos tinham acesso àquela época. Muitas vezes seriam referências gerais ou aproximações (uma vez que não é o objetivo principal) mas mesmo assim são corretas.
  • 56. O conceito de inerrância Inerrância limitada – igualmente afirma que a Bíblia é verdadeira e infalível em seus ensinamentos doutrinários à salvação, mas os assuntos científicos e históricos refletem o entendimento corrente da época em que foram escritos. Os escritores bíblicos estavam limitados ao seu tempo e a revelação não foi de assuntos científicos ou históricos, mas teológicos e doutrinários. Nestas áreas, portanto, a Bíblia até poderia conter alguns “erros”, que seriam conclusões a partir de pontos de vista diferentes, com visões limitadas, mas sem consequência alguma para a fé, para a mensagem do evangelho. Dentro de seus objetivos, a Bíblia é plenamente verdadeira e inerrante.
  • 57. A importância da inerrância Será que vale a pena gastar tempo para discutir aspectos aparentemente pequenos de possíveis “discrepâncias” ou “erros” contidos na Bíblia? Não deveríamos nos deter nas grandes verdades reveladas sobre a salvação? Isso não poderia nos distrair do foco de buscar uma plena comunhão com Deus? Ao contrário do que pode parecer, esse não é um assunto irrelevante. A questão é: aquilo que a Bíblia diz é confiável? Podemos acreditar nela? Se há partes que não são confiáveis, como defini-las? Isso não gera um precedente perigoso? Saber que a Bíblia é plenamente verdadeira é uma questão importante para nós no aspecto teológico, histórico e epistemológico.
  • 58.  Importância teológica – se Deus é onisciente, não pode inspirar uma mensagem errada (mesmo em detalhes históricos ou científicos). E se ele é onipotente, pode influenciar os escritores bíblicos a escreverem apenas o que é correto, de modo que o produto final seja sem erro. Além do mais, se cremos na inspiração verbal plena, cada palavra foi inspirada por Deus, de modo que não pode ter erro. Se a Bíblia não for plenamente confiável, o conceito de inspiração fica prejudicado.  Importância histórica – a igreja ao longo dos milênios sempre creu na inerrância da Bíblia (embora não houvesse esse termo). E ao contrário, quando algum teólogo, escola ou igreja se afastou desta doutrina, achando-a irrelevante, sempre caiu em outro erros mais graves ao negar doutrinas fundamentais do cristianismo, como a deidade de Cristo ou a Trindade.  Importância epistemológica – como podemos saber? Se o fundamento da fé cristã é a Bíblia, sua credibilidade é o pressuposto para todas as outras afirmações. Caso concluíssemos que certas pressuposições (históricas ou científicas) ensinadas pela Bíblia não são verdadeiras, as implicações para as pressuposições teológicas seriam vastas.
  • 59. A inerrância e os fenômenos
  • 60. Erickson abraça o conceito de inerrância plena e assim a define: “A Bíblia, quando corretamente interpretada, de acordo com o nível a que a cultura e os meios de comunicação haviam chegado na época em que foi escrita e de acordo com os propósitos a que foi destinada, é plenamente fidedigna em tudo que afirma.” Erickson ainda faz algumas afirmações bastante interessantes (pág. 84-87)  A inerrância diz respeito ao que é afirmado ou declarado, não ao que é apenas registrado;  Precisamos julgar a fidedignidade da Escritura de acordo com aquilo que as afirmações significam no ambiente cultural em que foram expressos; queremos dizer que as afirmações da Bíblia são plenamente verdadeiras dentro da cultura de sua época;  As afirmações da Bíblia são plenamente verdadeiras quando julgadas de acordo com o propósito para o qual foram escritas.  Os registros dos acontecimentos históricos e assuntos científicos estão mais em linguagem fenomenológica do que técnica (nascer do sol, por exemplo, ou as aproximações de números)  As dificuldades para explicar o texto bíblico não devem ser prejulgadas como indícios de erro.
  • 61. Fontes de Autoridade: Quadrilátero Wesleyano Experiência – Tradição – Razão (lógica/ciência) – Escrituras 1. Experiência 2. Tradição 3. Razão (lógica/ciência) 4. Escrituras 1. Escrituras ... Experiência ... Tradição ... Razão (lógica/ciência)
  • 62. Autoridade: o poder da Revelação Autoridade religiosa Por autoridade, entendemos o direito de comandar a fé e/ou a ação. (Erickson). Quem ou o que tem essa autoridade? Existe alguma pessoa, instituição ou documento que possua o direito de prescrever a crença e a ação em matéria religiosa? Deus é a autoridade final em matéria de religião. Ele é o Criador supremo. A revelação é Deus dando a conhecer sua verdade e sua vontade à humanidade. Logo, a inspiração garante que a Bíblia diz justamente o que Deus diria se nos falasse diretamente.
  • 63. Autoridade: o poder da Revelação O trabalho interno do Espírito Santo Para que a Bíblia funcione como se Deus estivesse falando para nós, o leitor precisa compreender o significado das Escrituras e estar convencido de sua origem e autoria divinas. Isso se realiza pela obra interna do Espírito Santo, que ilumina o entendimento do ouvinte ou leitor da Bíblia, fazendo que ele entenda seu significado e creia na sua mensagem, como sendo verdadeiramente a Palavra de Deus.
  • 64. Erickson aponta algumas razões para a necessidade deste trabalho interno do Espírito Santo:  Há uma diferença ontológica entre Deus e o homem, entre o Criador e a criatura. Sem a ajuda do Espírito, o homem jamais poderia entender Deus e sua vontade, haja vista sua limitação óbvia.  Há a necessidade de uma certeza, que a razão humana jamais poderia conceder. Em matéria do destino eterno de sua alma, não se pode jogar com probabilidades.  Há uma tendência pecaminosa na raça humana desde a queda, que a afasta de Deus e cega o entendimento dos incrédulos. Somente com a ajuda do Espírito Santo é que o homem pode entender a Deus (1 Co 2.14). É o Espírito Santo quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.
  • 65. O padrão de autoridade é a Palavra inspirada e escrita, corretamente interpretada. Deus Espírito Santo Revelação Iluminação Escritores bíblicos Interpretação Cristão
  • 66. Por que é importante estudar teologia? (Erickson) • Crenças corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus • Deve haver uma ligação entre a verdade e a experiência de vida do teólogo • Uma compreensão correta da verdade formará convicções inalienáveis num tempo de muitos sistemas de pensamento religiosos e seculares que disputam devoção. • Deve haver uma coerência entre a teologia e a pregação/ministério do teólogo.
  • 67. Teologia Prática Teologia Sistemática Teologia Histórica Teologia Bíblica Como devemos viver? No que cremos? O que pensaram outros crentes? O que diz a Bíblia?
  • 68. Teologia Sistemática X Ética Cristã Grudem diz que: “A ênfase da teologia sistemática está no que Deus quer que creiamos e conheçamos, enquanto a ênfase da ética cristã está no que Deus quer que façamos e nas atitudes que Ele deseja que tenhamos” e continua: “a teologia nos diz como devemos pensar enquanto a ética nos diz como devemos viver”. Obviamente que ambas se comunicam o tempo todo pois a teologia deve ser aplicada à vida (teologia prática) enquanto a ética deve ser baseada em conhecimentos adequados sobre Deus e seu relacionamento com o mundo.
  • 69. Eternidade com Deus Eternidade sem Deus VIDA MORTE    JESUS R E LI G I Ã O M O R A LI D A D E     CRIAÇÃO QUEDA REDENÇÃO RESTAURAÇÃO Gn 1.1 / 2.15 1.26-28 / Cl 1.16 Rm 11.36 Gn 3.6 Jo 3.16 / Rm 5.8 / Ef 2.4-7 1 Co 15.3-4 / Rm 10.9 Jo 1.12 / 2 Co 5.17 Ef 2.10 / Cl 3.17 1 Co 10.31 / Sl 16.11 Rm 3.23 / 6.23 Ef 2.1-3 / 2.8-9 Qual a solução para você? Notícia RUIM BOA Notíca “A Palavra do Senhor é poderosa a minha não.” VERDADE POSICIONAL – São as VERDADES que Deus declarou e não faz diferença se eu sinto ou penso que é ou não verdade. JARDIM: 1.Adorar. 2. Guardar