O documento apresenta um plano de curso para uma disciplina de Introdução Bíblica. Ele discute o conteúdo programático e as unidades que compõem o curso, incluindo a natureza do texto bíblico, sua preservação, disciplinas de apoio e um panorama geral da Bíblia. O curso fornecerá uma introdução abrangente à Bíblia, cobrindo sua formação, cânon, história e contextos do Antigo e Novo Testamentos.
3. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
EMENTA: Introdução geral à Bíblia. Panorama do processo
de formação do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
Canonização da Bíblia. A história de Israel e do judaísmo
como cenário para o surgimento do Antigo Testamento. O
Mediterrâneo Antigo como cenário para o surgimento do
Novo Testamento. Geografia e Arqueologia do mundo
bíblico.
4. CONTEÚDO
Unidade I - A natureza do texto bíblico
1. A Estrutura da Bíblia
2. Revelação, Inspiração e Iluminação
3. A Revelação Geral
4. A Revelação Especial
5. Inspiração: a preservação da Revelação
6. Canonicidade: o reconhecimento da Revelação
7. Inerrância: a credibilidade da Revelação
8. Autoridade: o poder da Revelação
Unidade II - A Preservação da Bíblia
1. As línguas e os materiais da Bíblia
2. As traduções da Bíblia
3. A crítica bíblica
Unidade III – Disciplinas de apoio à Bíblia
1. Arqueologia Bíblica
2. Geografia Bíblica
Unidade IV – Panorama geral da Bíblia
1. Esboços bíblicos
2. O Antigo Testamento
Históricos: De Adão a Malaquias
Os livros da Lei
Os livros poéticos
Os livros proféticos
3. O Novo Testamento
Os Evangelhos
Atos
Epistolas Paulinas
Epístolas Gerais
Apocalipse
5. A Bíblia é uma verdadeira biblioteca,
uma coletânea de livros.
Mas, quantos livros a Bíblia contém?
- 24 livros, para os judeus
- 66 livros, para os protestantes
- 73 livros, para os católicos
- 78 livros, para os ortodoxos
6. 1.189 Capítulos – divisão feita por Stephen Langton, professor da Universidade de Paris, no início do Século XIII.
31.102 Versículos – divisão feita por Robert Stephanus, gráfico e erudido francês, em 1551.
Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8
Histórico: 1 Profético: 1
Novo Testamento: 27
A Bíblia Protestante: 66
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Apocalipse
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Atos
Mateus
Marcos
Lucas
João
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Antigo Testamento: 39
Profetas Epístolas
Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5 Evangelhos: 4
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
Neemias
Ester
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
7. Anteriores: 4 Posteriores: 4 Maiores: 5 Menores: 12
Lei (Torah): 5
1. Bereshit
(no princípio, Gênesis)
2. Welleh Shemôt
(Eis os nomes, Êxodo)
3. Wayyiqra (Chamou,
Levítico)
4. Bemidbar (No deserto,
Números)
5. Helleh haddebatim (eis as
palavras, Deuteronômio)
A Bíblia Hebraica X AT Protestante
Tanak: 24 Antigo Testamento: 39
Pentateuco: 5 Históricos: 12
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Poéticos: 5
Profetas
Salmos
Provérbios
Jó
Cânticos
Rute
Lamentações
Qohelet (Ec)
Ester
Daniel
Esdras-Neemias
Crônicas (1 e 2)
Josué
Juízes
Samuel (1 e 2)
Reis (1 e 2)
Isaías
Jeremias
Ezequiel
Os Doze
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
Neemias
Ester
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Escritos
(Ketubim): 11
Profetas (Nebiim): 8
Mesmo conteúdo,
mas organizado de forma diferente.
8. Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8
A Bíblia Católica: 73
Antigo Testamento: 46 Novo Testamento: 27
Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5
Profetas
Evangelhos: 4 Histórico: 1
Epístolas
Profético: 1
Apocalipse
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
Neemias
Tobias
Judite
Ester (10.4-
16,24)
1 Macabeus
2 Macabeus
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Sabedoria
Eclesiástico
Isaías
Jeremias
Lamentações
Baruc
Ezequiel
Daniel (3.24-
90; 13-14)
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
São Jerônimo, o grande tradutor da Vulgata Latina, não inseriu os livros apócrifos.
Tais livros somente foram oficializados como canônicos pelo Magistério da Igreja Católica durante o concílio de Trento
(1546-1563). Agostini Fernandes, pág. 28.
9. Maiores: 5 Menores: 12 Paulinas: 13 Gerais: 8
Histórico: 1
Epístolas
Profético: 1
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Cronicas
Edras
2 Esdras
Neemias
Tobias
Judite
Ester (10.4-
16,24)
1 Macabeus
2 Macabeus
3 Macabeus
4 Macabeus
Jó
Salmos (151)
Odes (c/ Oração
de Manassés)
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos de
Salomão
Sabedoria
Eclesiástico
Salmos de
Salomão
Isaías
Jeremias
Lamentações
Baruc
Ezequiel
Daniel (3.24-
90; 13-14)
Oséias
Joel
Amós
Obabias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Apocalipse
Pentateuco: 5 Históricos: 12 Poéticos: 5
Profetas
Evangelhos: 4
A Bíblia Ortodoxa: 78
(há muitas variações nos canones das igrejas ortodoxas)
Antigo Testamento: 46 Novo Testamento: 27
10.
11.
12. Aproximadamente 40 escritores
Diferentes épocas
Diferentes contextos
Diferentes formações culturais, sociais e profissionais
Diferentes lugares
Cerca de 1500 anos para ser escrita, sendo
1000 anos para o AT
400 anos de silêncio
100 anos para o NT
Escrita em três línguas diferentes:
Hebraico, aramaico – AT
Grego (koiné) – NT
É o livro mais perseguido e mais vendido e lido do mundo!
13. Unidade do texto bíblico
Apesar de diferentes livros, em diferentes estilos, escritos por diferentes
pessoas, em diferentes lugares, vivendo em diferentes contextos, para
falar de diferentes assuntos, a Bíblia é um todo coerente. Há uma
mensagem central, um fio de ouro que a percorre inteira, desde o
Gênesis até o Apocalipse. É a mensagem de um Deus amoroso que quer
se relacionar com o homem criado, por meio da redenção dos pecados,
para Sua glória, o que alcança o clímax em Jesus Cristo.
14. Materiais utilizados para a escrita e preservação dos textos bíblicos
• Tabletes de Argila, ou tabuinhas de barro, que eram usadas na antiga Suméria, já em 3.500 a.C. No AT há
referência delas em Jeremias 17:13 e Ezequiel 4:1;
• Pedras foram usadas na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, por exemplo, o código de Hamurabi as pedras de
Roseta. Na bíblia há citação de seu uso em Êxodo 24:12; 32:15 e Deuteronômio 27:2,3;
• Pedras preciosas, como o ônix, referidos em Êxodo 39:6-14;
• Metal, em lâminas de ouro, cuja referência bíblica encontra-se em Êxodo 28:36;
• Cera foi referida em Isaías 8:1;
• Madeira, tábuas, em Habacuque 2:2.
• Óstracos, pedaços de restos de azulejos e cascas de crustáceos, referidos em Jó 2:8;
• Linho foi usado no Egito, Grécia e Itália, mas não tem referência bíblica.
• Papiro foi usado na antiga Gebal, ou Biblos, e no Egito por volta de 2100 a.C. Era obtido através da prensa de
cascas coladas. Desse material faziam-se rolos.
• Pergaminho, surgiu pela primeira vez em Pérgamo, cidade grega da Mísia, daí a origem do seu nome. O uso desse
material se expandiu devido ao monopólio imposto pelos exportadores de Papiro. Havia dois tipos: o pergaminho
e o velino, o primeiro era feito com o couro de animais menores, como as ovelhas e cabras, e o segundo com bois
e antílopes, o que encarecia o produto, diminuindo a sua utilização. Paulo se refere ao pergaminho em 2Timóteo
4:13;
• Palimpsesto, um pergaminho reutilizado, utilizado para escrever o Códice Efrainita em 345 d.C.
• Os Rolos
• Os Códices (Codex)
15. Aprendendo a ler as Escrituras
É importante ler a Bíblia com devoção e critério, ao mesmo tempo.
É preciso deixar que ela fale à mente (razão) e ao coração (alma).
Então ore antes de ler, e leia em oração. Mas pense enquanto lê, situando
o autor no tempo, espaço e contexto, ouvindo o que ele diz aos seus
leitores originais e buscando entender, em oração, como aplicar isso à sua
vida hoje.
Leia a sua Bíblia inteira todos os anos!
16. Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!
Sl 119.97
17. REVELAÇÃO
Estamos falando de um Deus Transcendente, Eterno, Criador, Santo,
Majestoso, Grandioso. O homem jamais poderia conhecer a Deus, a
menos que Ele mesmo se revelasse.
Na revelação, portanto, Deus se manifestou aos seres humanos de tal
forma que estes podem conhecê-lo e ter comunhão com Ele (Erickson).
Para John Hammet “revelação é a manifestação de Deus mesmo e da
sua vontade para nós. Não é somente da pessoa de Deus, mas também
sobre a sua vontade, ou a maneira como devemos viver.”
18. Os homens jamais poderão conhecer plenamente a Deus, dada a
limitação e imperfeição da mente humana, do conhecimento humano,
e a grandiosidade e complexidade de Deus.
Mesmo Deus se revelando, Ele o fez em linguagem humana (usando
expressões, figuras, símbolos e conceitos que a mente humana pode
alcançar), embora isso prejudique o conhecimento pleno de Deus
(impossível ao homem).
Deus quis se revelar, e Ele se fez conhecido pela revelação. Obviamente
que Ele se deu a conhecer naquilo que desejou compartilhar com os
homens.
19. A revelação que temos, portanto, é tudo aquilo que Deus quis revelar ao
homem, nem mais e nem menos. Querer ir além seria afrontar ao próprio
Deus que não se revelou em alguns aspectos. Ficar aquém é negligenciar o
conhecimento que Deus desejou compartilhar conosco. Devemos nos ater
com temor e tremor ao estudo da revelação de Deus, a fim de conhecê-
lo e ter comunhão com Ele.
Podemos dizer de duas formas básicas de revelação: geral e especial. Na
revelação geral, Deus se mostra indistintamente a todas as pessoas, em
todos os tempos, em todos os lugares. A revelação especial, de outro
modo, abrange comunicações particulares de Deus para pessoas
específicas, em épocas e lugares específicos, e que hoje só é possível
conhecer por meio do registro dessa revelação – as Escrituras Sagradas.
20. A Revelação Geral
Erickson: “A revelação geral refere-se à automanifestação de Deus por meio da
natureza, da história e da personalidade humana.”
A natureza da revelação - ampla em dois aspectos:
• Disponibilidade universal – acessível a todos
• Conteúdo da mensagem – é o mesmo para todos
Os meios da revelação geral
• a natureza – Sl 19.1, Rm 1.20
• a história – At. 14:15-17
• a constituição do ser humano
21. A realidade e a eficácia da revelação geral
Seria possível fazer uma teologia natural?
Isto é, o homem pode conhecer verdadeiramente a Deus apenas com a revelação
geral, à parte da Bíblia?
Em conhecendo, poderia ter verdadeira comunhão com Ele? Ser salvo?
Antes da queda, o homem podia conhecer a Deus? Se relacionar e ter comunhão
com Ele? Após a queda, essa revelação geral ficou insuficiente?
22. A Revelação Especial
O que é revelação especial?
Desde quando há revelação especial?
Por que a revelação especial foi necessária?
Se a revelação geral é insuficiente para a salvação da humanidade, bem como para
um relacionamento de comunhão entre Deus e os homens, Deus se revelou, de
modo especial, manifestando de modo claro, objetivo e direto, em linguagem
humana, as verdade de Si, de Sua vontade e de como ter plena comunhão com Ele.
23. O estilo da revelação especial
• Pessoal – Ele se revelou de modo pessoal a determinadas pessoas e a
um povo específico.
• Antrópica – Ele se revela em linguagem humana, no tempo e no
espaço, dentro das limitações do entendimento humano.
• Analógica – Ele se revela usando meios (idiomas, palavras,
expressões) para falar de coisas que estão muito além.
24. Os meios da revelação especial
Hebreus 1.1 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós
falou pelo Filho...” (πολυμερως και πολυτροπως)
• Eventos históricos – o êxodo; a conquista de Canaã nos dias de Josué, o cativeiro
babilônico; o dilúvio, o reino de Israel etc.
• Milagres - Daniel na cova dos leões; a abertura do Mar Vermelho, o maná, Elias e
os profetas de Baal, os milagres de Jesus etc.
• Discursos divinos – Nm 12.6-8; At. 9.4-6; “assim diz o Senhor” ou “veio a mim a
Palavra do Senhor dizendo...”
• Sonhos – Gn 31.24 (Labão); 41.15-16 (Faraó); Mt 2.19-20 (José);
• Visões – Dn 2.19; At 10.3
25. Os meios da revelação especial
Hebreus 1.2 diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós
falou pelo Filho...” (πολυμερως και πολυτροπως)
• Encarnação – Deus se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.1-14).
Quando um profeta ou apóstolo falava, falava em nome de Deus.
Quando Jesus falava, era o próprio Deus falando. Mas a revelação não
foi só na fala, mas no caráter e nas ações, incluindo os atos redentores.
Jesus é a revelação mais completa de Deus, demonstrando os
atributos de Deus, porque ele é Deus (Jo 14.9; 1Jo 1.1; Col. 2:9).
26. Os meios da revelação especial
A Revelação Especial aconteceu de forma gradual e progressiva. Ou
seja, a revelação posterior desenvolve-se a partir da anterior, ampliando
o conhecimento prévio. Ela é complementar e suplementar, nunca
contraditória.
Assim, os personagens posteriores têm mais luz do que os anteriores.
Veja Lc 7.28 – Rm 15.4 – Hb 11.39-12.1
27. As Escrituras como Revelação Especial
Se a revelação inclui verdades proposicionais, então ela é de natureza tal
que pode ser preservada, anotada, escriturada, e esse documento
escrito, sendo a reprodução fiel da revelação original, é também um tipo
de revelação, ou seja, um registro inspirado da revelação de Deus.
28. As Escrituras como Revelação Especial
Podemos chamar a Bíblia de “revelação de Deus” porque ela alega ser a
Palavra de Deus, sendo Deus o próprio autor.
A Bíblia foi escrita por seres humanos, mas eles foram guiados pelo
Espírito Santo de Deus quando anunciavam a mensagem: “Porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2Pe 1:21).
Portanto, a orientação do Espírito (inspiração) nos dá razão para
acreditar que o conteúdo da Bíblia (revelação) é verdadeiro e confiável.
Desde que ela vem de Deus, ela tem autoridade de Deus, e devia ser
aceita como o único padrão para doutrina e conduta, pois é “Deus
falando” ou “Deus se revelando”.
29. O que diz a Bíblia sobre si mesma?
Ela traz para si o peso de Palavra de Deus?
As declarações do Antigo Testamento sobre o Antigo Testamento.
- O AT se chama “a palavra de Deus” (ver Jr. 1:2-4, 11, 13; Ez. 1:2-3; Os.
1:1, e centenas de vezes mais).
- O AT usa a frase “diz o Senhor” mais de três mil vezes (cerca de 3808),
especialmente nos profetas. Ez 7.5, Zc 1.3, Is 44.6
- Os autores bíblicos alegam que eles escreveram o que Deus lhes
mandou escrever: Ex. 24:3-4, Deut. 31:24-26, (“livro da lei”= Gênesis -
Deuteronômio), Jer. 30:1-4, Am 3.1, 2 Sm 23.1-2, Sl 119
30. As declarações do NT sobre o AT:
- A Escritura é inspirada por Deus: 2Tim. 3:15-17 e 2Pe. 1:20-21.
- O NT diz que é Deus que está falando no AT: At 4:25-26, 2Co 6:1-2, Hb.
1:4-14, 2:12-13, 3:7-11, At 1.16 (citando Sl 69.25 e 109.8), At 3.18,21
- O testemunho de Jesus sobre as Escrituras. Ele considerou Deus como
a fonte real das Escrituras e o Espírito Santo como o Autor atrás do autor
humano: Mt.15:4-6, Mt 22:41-46. Ele deu ênfase a importância de cada
palavra: Mt. 5:18, Mc 12:24-27.
- Jesus ensina que as palavras devem ser cumpridas porque elas são a
palavra do Deus que não pode mentir: Mt. 26:52-54, Lc 24:44, Jo 10:35.
Ele pôs a sua própria vida debaixo da autoridade das Escrituras: Mt.
4:4,7,10, Lc 24:25-26.
31. As Declarações do NT sobre o próprio NT.
- Os apóstolos alegaram pregar a palavra de Deus, não suas próprias
ideias: 1Co 14:37, Gl 1:11-12, 1Ts. 2:13, 1Pe. 1:23-25, 2Pe. 1:16-21, Hb
4.12, Apoc. 22:18-19.
- As escrituras do NT foram vistas igual as escrituras do AT: 2Tm 3.15-17,
1Tm. 5:18, 2Pe 3:16.
- Jesus autorizou o NT por meio de nomeação dos apóstolos, que
escreveram e agiram como os representantes oficiais de Jesus e com sua
autoridade: João 16:13, Atos 1:1-2, 2:42, Rom. 1:1, 1Co. 14:37, Efe. 2:20,
2 Ped. 3:2.
32. Evidências externas de que a Bíblia vem de Deus.
1. A consistência interna. A Bíblia tem muita variedade, mas só uma mensagem:
40 autores, ao longo de 1500 anos, três línguas diferentes, em contexto diferentes,
sobre assuntos diferentes. Mas ela tem uma surpreendente unidade e consistência
da mensagem. A explicação desta unidade é que Deus é o autor real, guiando os
autores humanos.
2. O conteúdo da Bíblia. Ela tem muitas coisas que a mente humana nunca
imaginaria (a crucificação de Cristo, a doutrina da depravação humana, a salvação
pela graça, a exposição de erros dos patriarcas etc.)
3. As profecias cumpridas. É inegável, até para o cético, o cumprimento histórico
das profecias bíblicas, ou seria uma “enorme coincidência”?
33. Evidências externas de que a Bíblia vem de Deus.
4. O número de manuscritos e as variações entre eles apontam para a veracidade
histórica da Bíblia.
5. As traduções da Bíblia para diferentes línguas em tantos povos e o número de
cópias já produzidas e lidas apontam para sua universalidade e relevância histórica
e social
6. Descobertas arqueológicas e eventos históricos conhecidos e comprovados
apontam para a historicidade e veracidade da Bíblia.
7. Os efeitos da Bíblia. A Bíblia tem transformado povos, culturas e milhões de
vidas. Ela tem sido lida por pessoas através da história e ao redor do mundo, e ela
tem mostrado que tem o poder divino. Vidas Transformadas!
34. O testemunho de Jesus
A mais forte alegação cristã para a autoridade da Bíblia é o testemunho
de Jesus. Ele aceitou a autoridade do AT e autorizou o NT. Portanto, se
nós aceitarmos Jesus como Senhor e Mestre, devemos aceitar a Bíblia
como verdadeira e plena de autoridade.
Se a Bíblia não fosse verdadeira, então Jesus seria um mentiroso ou um
ignorante. Não há meio termo. É impossível ser verdadeiramente cristão
e não crer na veracidade e autoridade da Bíblia.
35. Inspiração: a preservação da revelação
Inspiração é a influência sobrenatural do Espírito Santo sobre os autores
das Escrituras, que faz que seus escritos sejam um registro plenamente
fiel da revelação, isto é, sejam realmente a Palavra de Deus.
A revelação é a comunicação da verdade divina. A inspiração é o registro
fiel dessa revelação para transmissão a outras pessoas (tanto da mesma
época quanto de gerações futuras).
36. Teorias da inspiração
A teoria da intuição – os autores das Escrituras eram gênios religiosos, com alto grau de
percepção, cultura e sensibilidade (como os grandes poetas e músicos);
A teoria da iluminação – houve uma influência do Espírito Santo sobre os autores, mas apenas
um reforço de suas capacidades naturais. A percepção e sensibilidade (teoria da intuição) foi
aumentada pelo Espírito;
A teoria dinâmica – o Espírito Santo dirigiu o escritor aos pensamentos ou conceitos que ele
devia ter. A ideia é inspirada, mas cabe ao escritor escolher as palavras, a forma e até
transparecer seus próprios conceitos e preconceitos;
A teoria plenária-verbal – o Espírito Santo foi além de aflorar a sensibilidade, ou dirigir as ideias,
mas influenciou diretamente o escritor na escolha e selação de cada palavra usada para registrar
a revelação. A inspiração aqui é tão intensa que cada palavra usada, cada til, é aquela desejada
por Deus naquele ponto da mensagem.
A teoria do ditado – Deus ditou cada palavra ao escritor, que não teve nenhuma participação na
escrita.
37. A Declaração Doutrinária da CBB diz:
“Bíblia é a palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação
que Deus fez de si mesmo aos homens. Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi
escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. Tem por
finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à salvação,
edificar os crentes, e promover a glória de Deus. Seu conteúdo é a verdade,
sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina.
Revela o destino final do mundo e os critérios pelo qual Deus julgará todos os
homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo
qual devem ser aferidas a doutrinas e a conduta dos homens. Ela deve ser
interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo.”
38. Inspiração é a influência e direção sobrenatural do Espírito Santo sobre
a mente e as emoções dos escritores bíblicos, guiando-os palavra por
palavra, para registrar exatamente aquilo que Ele revelou.
39. A intensidade da inspiração
Como cremos na inspiração plenária verbal, temos que cada palavra da Escritura é
inspirada. Aquela expressão está ali exatamente porque Deus a escolheu e
inspirou, de modo que a nossa exegese desta palavra é muito significativa. Era
assim que JESUS e os autores do NT fizeram em relação ao AT:
Mt 22.32 faz uma citação de Ex 3.6 e argumenta de acordo com o tempo
presente do verbo.
Mt 22.41-45 cita o Salmo 110 e no verso 44 Jesus baseia seu argumento no
pronome possessivo “meu” e no pronome de tratamento “senhor”.
Mt 19.4,5 Jesus cita Gn 2.24, que não é um oráculo direto, mas um comentário
do escritor. Porém Jesus o cita como sendo palavra do próprio Criador. Isto é, ele
atribui todo o texto a Deus – palavra de Deus.
Lc 16.16-17 Jesus reforça que nada cairá da lei.
40. A amplitude da Revelação
Toda a Escritura (canon do AT e NT) é inspirada e proveitosa:
• 2 Tm 3.16
• Lc 24.25-27 e 44-45
Não podemos fazer o “canon dentro do canon” ou seja, aceitar
uma parte e negar outra.
41. Uma questão prática: como tratar a pseudonímia?
1. O caso de Moisés (o Pentateuco)
2. O caso de Paulo (deuteropaulinas)
3. O caso de Pedro (2 Pedro)
4. O caso de João (evangelho, cartas e apocalipse)
42. O que o Pentateuco diz sobre a autoria de Moisés:
• Então disse o Senhor a Moisés: escreve isto para memória num livro.
Ex 17.14 (ver também Ex 34.27-28)
• Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. Ex 24.4
• Escreveu Moisés as suas saídas, segundo as suas jornadas, conforme
o mandado do Senhor. Nm 33.2
• Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes. Dt 31.9 (também
31.22 e 24)
• Assim Moisés escreveu este cântico naquele dia e o ensinou aos
filhos de Israel. Dt 31.22, 24
43. O que o Antigo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
• Não te aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e
noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele
está escrito. Js 1.8 (ver também 8.31, 32 e 35)
• Como está escrito no livro da Lei de Moisés, no qual o Senhor deu
ordem dizendo... 2 Re 14.6 (e dezenas de outros textos)
44. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Os judeus do tempo de Jesus aceitavam, criam e ensinavam que Moisés
havia escrito o Pentateuco:
• Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e
deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher
dele, e suscitasse descendência a seu irmão. Mc 12.19 e Lc 20.28
• Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem
Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
Jo 1.45
45. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco:
• E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça,
quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Lc
20.37
• E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de
Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o
Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Mc 12.26
• Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja
quebrantada, indignais-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um
homem? Jo 7.23
46. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco:
• Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao
sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de
testemunho. Mt 8.4 e Mc 1.44 e Lc 5.14
• E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que
convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés,
e nos profetas e nos Salmos. Lc 24.44
• Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? Mc 10.3
• E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se
achava em todas as Escrituras. Lc 24.27
47. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
Jesus reafirmou e ensinou que Moisés escreveu o Pentateuco:
• Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu
ele. Jo 5.46
• Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e
repudiá-la? Mt 19.7
• Não vos deu Moisés a lei? e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais
matar-me? Jo 7.19
• Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu
repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Mt 19.8
48. O que o Novo Testamento diz sobre a autoria de Moisés:
O que os apóstolos criam e ensinaram sobre a autoria do Pentateuco:
• A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e
juiz? a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe
aparecera na sarça. At 7.35
• E até hoje, quando Moisés é lido, o véu está posto sobre o coração deles. 2 Co
3.15
• Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei
viverá por ela. Rm 10.5
49. A Formação do Cânon
• Quantos livros fazem parte da Bíblia?
• Há alguma parte da Bíblia que não deveria estar lá?
• Será que ficou algum coisa (escritura inspirada) de fora, que
nós ainda não conhecemos?
Essa é a questão que envolve o fechamento do cânon. A palavra
“cânon” vem do grego κανον (cana, régua), que, por sua vez, se
origina do hebraico kaned, palavra do AT que significa “vara ou
cana de medir” (Ez. 40.3).
50. A Formação do Cânon
A canonicidade reconhece a inspiração, e não confere ou
outorga inspiração.
Para Geisler: “Os livros da Bíblia não são considerados oriundos
de Deus por se haver descoberto neles algum valor; são valiosos
porque provieram de Deus. (...) É a inspiração de Deus num livro
que determina sua canonicidade. Deus dá autoridade divina a
um livro, e os homens de Deus o acatam. Deus revela, e seu
povo reconhece o que o Senhor revelou. A canonicidade é
determinada por Deus e descoberta pelos homens de Deus.”
51. Geisler relaciona alguns princípios de descoberta ou reconhecimento da
canonicidade de um livro:
• A autoridade de um livro – ele afirma ser Palavra de Deus?
• A autoria profética – profetas e sacerdotes no AT, apóstolos e comunidade
apostólica no NT. A comunidade imediata recebia os escritos e reconhecia no
autor a autoridade profética ou apostólica. Era um reconhecimento natural,
tanto no AT quanto na maior parte do NT.
• Confiabilidade de um livro – o conteúdo é digno de confiança? Grande parte
dos apócrifos foram rejeitados por este princípio. Suas anomalias históricas e
heresias doutrinárias afastaram o reconhecimento de que eram inspirados.
• A natureza espiritual de um livro – capacidade de transformar vidas, ou impacto
espiritual na vida de pessoas e de uma nação.
• Aceitação do livro por parte da comunidade imediata, bem como dos primeiros
pais da igreja.
52. A extensão do Cânon
• Homolegoumena – aceito por todos
• Antilegomena – questionados por alguns
AT: Canticos de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios
NT: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas, Apocalipse
• Apócrifos – rejeitados por ampla maioria, aceitos por alguns
• Pseudepígrafos – rejeitados por todos
53. Inerrância: a credibilidade da Revelação
A questão da inerrância é um tópico ainda muito discutido entre os
cristãos. Para alguns do círculo mais acadêmico, esse é um conceito
antiquado, superado e até irrelevante. Para outros cristãos de linha mais
evangélica, essa é uma questão crucial da fé cristã.
Para Erickson, a inerrância “é a conclusão da doutrina da Escritura, pois
se Deus deu uma revelação especial a respeito de si mesmo e inspirou
seus servos para que a registrassem, queremos ter a garantia de que a
Bíblia é de fato uma fonte fidedigna dessa revelação”.
54. O conceito de inerrância
Mas o que é inerrância? O que significa, exatamente esse termo? Vejamos
algumas posições:
Inerrância absoluta – afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus, sem
nenhuma mescla de erro em nenhum aspecto, mesmo em termos
científicos e históricos. Dá a impressão de que os escritores bíblicos tinham
a intenção de fornecer uma quantidade considerável de dados científicos e
históricos exatos. As aparentes discrepâncias devem ser explicadas.
55. O conceito de inerrância
Inerrância plena – também afirma que a Bíblia é plenamente verdadeira.
Apesar de não ser o seu objetivo principal prestar informações científicas e
históricas, tais declarações são completamente verdadeiras. Mas esta
corrente entende que tais informações científicas e históricas são
referências fenomenais, ou seja, registradas da maneira que os escritores
bíblicos tinham acesso àquela época. Muitas vezes seriam referências
gerais ou aproximações (uma vez que não é o objetivo principal) mas
mesmo assim são corretas.
56. O conceito de inerrância
Inerrância limitada – igualmente afirma que a Bíblia é verdadeira e infalível
em seus ensinamentos doutrinários à salvação, mas os assuntos científicos
e históricos refletem o entendimento corrente da época em que foram
escritos. Os escritores bíblicos estavam limitados ao seu tempo e a
revelação não foi de assuntos científicos ou históricos, mas teológicos e
doutrinários. Nestas áreas, portanto, a Bíblia até poderia conter alguns
“erros”, que seriam conclusões a partir de pontos de vista diferentes, com
visões limitadas, mas sem consequência alguma para a fé, para a
mensagem do evangelho. Dentro de seus objetivos, a Bíblia é plenamente
verdadeira e inerrante.
57. A importância da inerrância
Será que vale a pena gastar tempo para discutir aspectos aparentemente
pequenos de possíveis “discrepâncias” ou “erros” contidos na Bíblia? Não
deveríamos nos deter nas grandes verdades reveladas sobre a salvação? Isso
não poderia nos distrair do foco de buscar uma plena comunhão com Deus?
Ao contrário do que pode parecer, esse não é um assunto irrelevante. A
questão é: aquilo que a Bíblia diz é confiável? Podemos acreditar nela? Se há
partes que não são confiáveis, como defini-las? Isso não gera um precedente
perigoso?
Saber que a Bíblia é plenamente verdadeira é uma questão importante para
nós no aspecto teológico, histórico e epistemológico.
58. Importância teológica – se Deus é onisciente, não pode inspirar uma mensagem errada
(mesmo em detalhes históricos ou científicos). E se ele é onipotente, pode influenciar os
escritores bíblicos a escreverem apenas o que é correto, de modo que o produto final seja
sem erro.
Além do mais, se cremos na inspiração verbal plena, cada palavra foi inspirada por Deus, de
modo que não pode ter erro. Se a Bíblia não for plenamente confiável, o conceito de
inspiração fica prejudicado.
Importância histórica – a igreja ao longo dos milênios sempre creu na inerrância da Bíblia
(embora não houvesse esse termo). E ao contrário, quando algum teólogo, escola ou igreja se
afastou desta doutrina, achando-a irrelevante, sempre caiu em outro erros mais graves ao
negar doutrinas fundamentais do cristianismo, como a deidade de Cristo ou a Trindade.
Importância epistemológica – como podemos saber? Se o fundamento da fé cristã é a Bíblia,
sua credibilidade é o pressuposto para todas as outras afirmações. Caso concluíssemos que
certas pressuposições (históricas ou científicas) ensinadas pela Bíblia não são verdadeiras, as
implicações para as pressuposições teológicas seriam vastas.
60. Erickson abraça o conceito de inerrância plena e assim a define: “A Bíblia, quando corretamente
interpretada, de acordo com o nível a que a cultura e os meios de comunicação haviam chegado
na época em que foi escrita e de acordo com os propósitos a que foi destinada, é plenamente
fidedigna em tudo que afirma.”
Erickson ainda faz algumas afirmações bastante interessantes (pág. 84-87)
A inerrância diz respeito ao que é afirmado ou declarado, não ao que é apenas registrado;
Precisamos julgar a fidedignidade da Escritura de acordo com aquilo que as afirmações
significam no ambiente cultural em que foram expressos; queremos dizer que as afirmações
da Bíblia são plenamente verdadeiras dentro da cultura de sua época;
As afirmações da Bíblia são plenamente verdadeiras quando julgadas de acordo com o
propósito para o qual foram escritas.
Os registros dos acontecimentos históricos e assuntos científicos estão mais em linguagem
fenomenológica do que técnica (nascer do sol, por exemplo, ou as aproximações de números)
As dificuldades para explicar o texto bíblico não devem ser prejulgadas como indícios de erro.
62. Autoridade: o poder da Revelação
Autoridade religiosa
Por autoridade, entendemos o direito de comandar a fé e/ou a ação. (Erickson).
Quem ou o que tem essa autoridade? Existe alguma pessoa, instituição ou
documento que possua o direito de prescrever a crença e a ação em matéria
religiosa?
Deus é a autoridade final em matéria de religião. Ele é o Criador supremo.
A revelação é Deus dando a conhecer sua verdade e sua vontade à humanidade.
Logo, a inspiração garante que a Bíblia diz justamente o que Deus diria se nos
falasse diretamente.
63. Autoridade: o poder da Revelação
O trabalho interno do Espírito Santo
Para que a Bíblia funcione como se Deus estivesse falando
para nós, o leitor precisa compreender o significado das
Escrituras e estar convencido de sua origem e autoria divinas.
Isso se realiza pela obra interna do Espírito Santo, que ilumina
o entendimento do ouvinte ou leitor da Bíblia, fazendo que ele
entenda seu significado e creia na sua mensagem, como sendo
verdadeiramente a Palavra de Deus.
64. Erickson aponta algumas razões para a necessidade deste trabalho interno do
Espírito Santo:
Há uma diferença ontológica entre Deus e o homem, entre o Criador e a
criatura. Sem a ajuda do Espírito, o homem jamais poderia entender Deus e
sua vontade, haja vista sua limitação óbvia.
Há a necessidade de uma certeza, que a razão humana jamais poderia
conceder. Em matéria do destino eterno de sua alma, não se pode jogar com
probabilidades.
Há uma tendência pecaminosa na raça humana desde a queda, que a afasta
de Deus e cega o entendimento dos incrédulos. Somente com a ajuda do
Espírito Santo é que o homem pode entender a Deus (1 Co 2.14). É o Espírito
Santo quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.
65. O padrão de autoridade é a Palavra inspirada e escrita, corretamente interpretada.
Deus Espírito Santo
Revelação Iluminação
Escritores bíblicos Interpretação Cristão
66. Por que é importante estudar teologia? (Erickson)
• Crenças corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus
• Deve haver uma ligação entre a verdade e a experiência de vida do teólogo
• Uma compreensão correta da verdade formará convicções inalienáveis
num tempo de muitos sistemas de pensamento religiosos e seculares que
disputam devoção.
• Deve haver uma coerência entre a teologia e a pregação/ministério do
teólogo.
68. Teologia Sistemática X Ética Cristã
Grudem diz que: “A ênfase da teologia sistemática está no que Deus quer que
creiamos e conheçamos, enquanto a ênfase da ética cristã está no que Deus quer
que façamos e nas atitudes que Ele deseja que tenhamos”
e continua: “a teologia nos diz como devemos pensar enquanto a ética nos diz
como devemos viver”.
Obviamente que ambas se comunicam o tempo todo pois a teologia deve ser
aplicada à vida (teologia prática) enquanto a ética deve ser baseada em
conhecimentos adequados sobre Deus e seu relacionamento com o mundo.
69. Eternidade
com Deus
Eternidade
sem Deus
VIDA
MORTE
JESUS
R
E
LI
G
I
Ã
O
M
O
R
A
LI
D
A
D
E
CRIAÇÃO
QUEDA REDENÇÃO
RESTAURAÇÃO
Gn 1.1 / 2.15
1.26-28 / Cl 1.16
Rm 11.36
Gn 3.6
Jo 3.16 / Rm 5.8 / Ef 2.4-7
1 Co 15.3-4 / Rm 10.9
Jo 1.12 / 2 Co 5.17
Ef 2.10 / Cl 3.17
1 Co 10.31 / Sl
16.11
Rm 3.23 / 6.23
Ef 2.1-3 / 2.8-9
Qual a solução
para você?
Notícia
RUIM
BOA
Notíca
“A Palavra do Senhor é poderosa a minha não.”
VERDADE POSICIONAL – São as VERDADES que Deus declarou e não faz
diferença se eu sinto ou penso que é ou não verdade.
JARDIM:
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