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 Ana Mae Tavares Bastos Barbosa, é
pesquisadora e educadora,
aposentada da USP, pioneira no campo
da Arte-educação;
 Nasceu no Rio de Janeiro em 1933, fez
curso de direito, mas não exerceu a
advocacia, foi no ensino de arte que se
destacou como pesquisadora e
educadora;
 Fez doutora em Arte-educação na
Universidade de Boston no ano de 1977,
ela foi a primeira no Brasil a possuir
doutorado nesta área;
 Ana Mae possui uma vasta obra
dedicada a Arte-educação, no entanto
sua contribuição mais importante foi a
criação, juntamente com Paulo Freire,
da teoria denominada Proposta
Triangular;
 A proposta da abordagem triangular de Ana
Mae Barbosa, surgiu na década de 1980, na
busca por uma alternativa para a livre
expressão no ensino moderno, que já não
correspondia com a realidade da época.
 Com o enfraquecimento do regime ditatorial
repressor, acontece uma abertura política e
educativa e o surgimento da necessidade de
uma teoria educativa mais crítica. Na década
de 1980 com a redemocratização política, a
movimentação teórica e o anseio por
mudança abrem portas para novas propostas
educativas.
 Com a grande quantidade de mídias inseridas e impostas
na sociedade, Ana Mae Barbosa defendeu a
importância de saber ler imagens e que a educação
deveria atentar para esse discurso visual. Ao preparar
crianças desenvolvendo a consciência para uma melhor
compreensão de todos os tipos de imagens de forma
crítica e avaliativa, Ana Mae Barbosa defendeu o
processo de educação do olhar em todo processo de
ensino/aprendizagem e que a educadora (o) deve
participar na mediação da interpretação,
problematização, contextualização e reflexão visual,
respeitando sempre a individualidade de cada aluno, ou
seja, a educadora (o) deve instigar e incentivar a busca
pela reflexão sobre todo o contexto e realidade em que
essa imagem está inserida, não esquecendo o contexto e
realidade em que os alunos estão inseridos.
 Segundo a autora, sua Proposta Triangular
é interacionista, dialogal e multicuturalista,
é uma proposta que apresenta a
articulação de três Eixos ou Campos
Conceituais que envolvem a Produção, a
Fruição e a Reflexão (Conhecer) no ensino
de Arte.
 Produção: é a produção do aluno e de
produtores de arte em geral, é o fazer, a
criação, é a parte prática. Na
educação, esse fazer diz respeito ao
conhecimento artístico do aluno e está
relacionado com o processo criativo.
 Fruição: a palavra fruir origina-se da
palavra usufruir, isto é, oportunizar o aluno
a ver, ouvir, sentir, assistir a manifestações
artísticas do universo relacionado à arte
(obras de arte, peças teatrais, espetáculos
de danças, concertos musicais e outros), é
a apreciação significativa e essa
apreciação significativa diz respeito ao
conhecimento estético e está relacionado
à apreensão do objeto artístico em seus
aspectos sensíveis e cognitivos.
 Reflexão: é pensar sobre o trabalho artístico
pessoal, sobre o trabalho artístico dos colegas
de sala de aula e sobre o trabalho artístico de
produtores de arte em geral, refletir sobre as
formas encontradas na natureza e em culturas
diversas e também, é a compreensão da arte
como processo cultural e histórico. A reflexão
articula-se com o conhecimento
contextualizado, pois envolve o contexto
histórico (político, econômico e sociocultural)
dos objetos artísticos e contribui para a
compreensão de seus conteúdos explícitos e
implícitos, possibilitando um aprofundamento
na investigação desse objeto.
 Segundo Ana Mae, estes eixos são
processos que necessitam estabelecer
diálogo constante, mantendo uma
relação entre si, são inter-relacionados.
Os educadores precisam compreender
que “não se tratam de fases da
aprendizagem, mas de processos
mentais que se interligam para operar a
rede cognitiva da aprendizagem”
(BARBOSA, 1998, p.40).
 A importância de Ana Mae Barbosa se dá por essa
concepção abrangente e democrática no processo
de ensino/aprendizagem. É preciso partir de uma
abordagem que instigue a reflexão e respeite as
possíveis interpretações dos alunos. A autonomia do
educando deve ser estimulada e respeitada.
 A abordagem triangular tem uma influência
concreta no campo da arte educação. O tema em
si é abordado em diversas teses, monografias e
artigos visando não apenas destrinchar o conceito
mas também viabilizando novas discussões e novas
maneiras de repensar o ensino da arte no Brasil.
 O artigo de Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo e
Clarissa Martins de Araújo intitulado "Abordagem
Triangular: leitura de imagens de diferentes códigos
estéticos e culturais" publicado em 2015 trata da
abordagem triangular por um viés crítico relacionando-a
a teoria pós-colonial. Destaca também suas
transformações no campo da arte-educação e por fim
defende sua posição ao descolonizar e democratizar o
ensino da arte no Brasil.
 A dissertação de Mauricio da Silva intitulada "A
contribuição da Abordagem Triangular do Ensino das
Artes e Culturas Visuais para o desenvolvimento da
epistemologia da Educomunicação " publicada em 2016
identifica e analisa as inter-relações teóricas da arte-
educação no viés da abordagem triangular buscando
refletir sobre os pontos em comum com a
Educomunicação.
 O ConFAEB vem se configurando ao longo da história do
ensino das artes no Brasil como um dos espaços de
produção de conhecimento científico, artístico e
educacional na difusão e fomento de pesquisas que
fundamentam e fortalecem as ações político-conceituais
nas quatro áreas que compõem essa área de
conhecimento. Congrega professores, pesquisadores,
artistas e estudantes, que respondem pela docência na
educação básica, na graduação e na pós-graduação,
na pesquisa e na extensão universitárias. Com caráter
permanente e itinerante, os Congressos vêm percorrendo
diferentes cidades e capitais do território nacional, sendo
acolhidos nesse percurso por diversas instituições de
ensino superior em parceria com a FAEB, Associações
Estaduais, Secretarias de Educação e de Cultura
Estaduais e Municipais dentre outras instituições
 De uma maneira geral, o ConFAEB tem por objetivo:
 Propiciar a visibilidade da pesquisa sobre arte, educação e
tecnologias, ampliando as possibilidades de surgimento de
novas abordagens relacionando a arte educação aos
seguintes temas: histórias de ensino de arte, formação de
professores, métodos e abordagens e teorias metodológicas;
educação, arte e tecnologias da informação e da informação
e da comunicação; recepção e mediação cultural; educação,
arte e gênero e trânsitos nas estéticas do corpo; confluências
inter e trans disciplinares, pedagogias de culturas visuais, etc.
 Definir estratégias de possíveis caminhos e as metas que
permitam avançar na construção de saberes didáticos,
investigativos e de políticas públicas nos setores de arte-
educação e cultura no Brasil e na América Latina;
 Gerar propostas de fomento ao ensino da arte consolidando
trocas e redes de informação e comunicação para a
apropriação, criação e pesquisa nos diversos campos artísticos,
pedagógicos e culturais.
"Em nossa vida diária, estamos
rodeados por imagens impostas
pela mídia, vendendo produtos,
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slogans políticos etc. Como
resultado de nossa incapacidade
de ler essas imagens, nós
aprendemos por meio delas
inconscientemente. A educação
deveria prestar atenção ao discurso
visual. Ensinar a gramática visual e
sua sintaxe através da arte e tornar as crianças
conscientes da produção humana de
alta qualidade é uma forma de prepará-las
para compreender e avaliar todo tipo de
imagem, conscientizando-as de que estão aprendendo
com estas imagens. (BARBOSA, 1998, p. 17).”
 IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte:sala de aula e formação de
professores. Porto Alegre. Artmed., 2003.Arte Educação no Brasil: do modernismo ao
pós-modernismo.
 Disponível em: <http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2013/04/a-trajetoria-de-
ana-mae-e-o-entusiasmo-pela-arte-educacao/> Acesso em: 27 mar. 2018.
 Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Mae_Barbosa> Acesso em: 27 mar.
2018.
 Disponível em: <http://andersonbenelli.blogspot.com.br/2011/02/reflexoes-sobre-
abordagem-triangular.html> Acesso em: 27 mar. 2018.
 Disponível em: https://www.faeb.com.br/confaebs-historico/> Acesso em: 03 abr. 2018.
 Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/gearte/article/view/53833> Acesso em:
03 abr. 2018.
 Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-03022017-
163215/pt-br.php. Acesso em: 03 abr. 2018.
 Disponível em: < http://andersonbenelli.blogspot.com.br/2011/02/reflexoes-sobre-
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Abordagem triangular de Ana Mae Barbosa

  • 1.
  • 2.  Ana Mae Tavares Bastos Barbosa, é pesquisadora e educadora, aposentada da USP, pioneira no campo da Arte-educação;  Nasceu no Rio de Janeiro em 1933, fez curso de direito, mas não exerceu a advocacia, foi no ensino de arte que se destacou como pesquisadora e educadora;
  • 3.  Fez doutora em Arte-educação na Universidade de Boston no ano de 1977, ela foi a primeira no Brasil a possuir doutorado nesta área;  Ana Mae possui uma vasta obra dedicada a Arte-educação, no entanto sua contribuição mais importante foi a criação, juntamente com Paulo Freire, da teoria denominada Proposta Triangular;
  • 4.
  • 5.  A proposta da abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, surgiu na década de 1980, na busca por uma alternativa para a livre expressão no ensino moderno, que já não correspondia com a realidade da época.  Com o enfraquecimento do regime ditatorial repressor, acontece uma abertura política e educativa e o surgimento da necessidade de uma teoria educativa mais crítica. Na década de 1980 com a redemocratização política, a movimentação teórica e o anseio por mudança abrem portas para novas propostas educativas.
  • 6.  Com a grande quantidade de mídias inseridas e impostas na sociedade, Ana Mae Barbosa defendeu a importância de saber ler imagens e que a educação deveria atentar para esse discurso visual. Ao preparar crianças desenvolvendo a consciência para uma melhor compreensão de todos os tipos de imagens de forma crítica e avaliativa, Ana Mae Barbosa defendeu o processo de educação do olhar em todo processo de ensino/aprendizagem e que a educadora (o) deve participar na mediação da interpretação, problematização, contextualização e reflexão visual, respeitando sempre a individualidade de cada aluno, ou seja, a educadora (o) deve instigar e incentivar a busca pela reflexão sobre todo o contexto e realidade em que essa imagem está inserida, não esquecendo o contexto e realidade em que os alunos estão inseridos.
  • 7.
  • 8.  Segundo a autora, sua Proposta Triangular é interacionista, dialogal e multicuturalista, é uma proposta que apresenta a articulação de três Eixos ou Campos Conceituais que envolvem a Produção, a Fruição e a Reflexão (Conhecer) no ensino de Arte.
  • 9.  Produção: é a produção do aluno e de produtores de arte em geral, é o fazer, a criação, é a parte prática. Na educação, esse fazer diz respeito ao conhecimento artístico do aluno e está relacionado com o processo criativo.
  • 10.  Fruição: a palavra fruir origina-se da palavra usufruir, isto é, oportunizar o aluno a ver, ouvir, sentir, assistir a manifestações artísticas do universo relacionado à arte (obras de arte, peças teatrais, espetáculos de danças, concertos musicais e outros), é a apreciação significativa e essa apreciação significativa diz respeito ao conhecimento estético e está relacionado à apreensão do objeto artístico em seus aspectos sensíveis e cognitivos.
  • 11.  Reflexão: é pensar sobre o trabalho artístico pessoal, sobre o trabalho artístico dos colegas de sala de aula e sobre o trabalho artístico de produtores de arte em geral, refletir sobre as formas encontradas na natureza e em culturas diversas e também, é a compreensão da arte como processo cultural e histórico. A reflexão articula-se com o conhecimento contextualizado, pois envolve o contexto histórico (político, econômico e sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a compreensão de seus conteúdos explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na investigação desse objeto.
  • 12.  Segundo Ana Mae, estes eixos são processos que necessitam estabelecer diálogo constante, mantendo uma relação entre si, são inter-relacionados. Os educadores precisam compreender que “não se tratam de fases da aprendizagem, mas de processos mentais que se interligam para operar a rede cognitiva da aprendizagem” (BARBOSA, 1998, p.40).
  • 13.  A importância de Ana Mae Barbosa se dá por essa concepção abrangente e democrática no processo de ensino/aprendizagem. É preciso partir de uma abordagem que instigue a reflexão e respeite as possíveis interpretações dos alunos. A autonomia do educando deve ser estimulada e respeitada.  A abordagem triangular tem uma influência concreta no campo da arte educação. O tema em si é abordado em diversas teses, monografias e artigos visando não apenas destrinchar o conceito mas também viabilizando novas discussões e novas maneiras de repensar o ensino da arte no Brasil.
  • 14.  O artigo de Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo e Clarissa Martins de Araújo intitulado "Abordagem Triangular: leitura de imagens de diferentes códigos estéticos e culturais" publicado em 2015 trata da abordagem triangular por um viés crítico relacionando-a a teoria pós-colonial. Destaca também suas transformações no campo da arte-educação e por fim defende sua posição ao descolonizar e democratizar o ensino da arte no Brasil.  A dissertação de Mauricio da Silva intitulada "A contribuição da Abordagem Triangular do Ensino das Artes e Culturas Visuais para o desenvolvimento da epistemologia da Educomunicação " publicada em 2016 identifica e analisa as inter-relações teóricas da arte- educação no viés da abordagem triangular buscando refletir sobre os pontos em comum com a Educomunicação.
  • 15.  O ConFAEB vem se configurando ao longo da história do ensino das artes no Brasil como um dos espaços de produção de conhecimento científico, artístico e educacional na difusão e fomento de pesquisas que fundamentam e fortalecem as ações político-conceituais nas quatro áreas que compõem essa área de conhecimento. Congrega professores, pesquisadores, artistas e estudantes, que respondem pela docência na educação básica, na graduação e na pós-graduação, na pesquisa e na extensão universitárias. Com caráter permanente e itinerante, os Congressos vêm percorrendo diferentes cidades e capitais do território nacional, sendo acolhidos nesse percurso por diversas instituições de ensino superior em parceria com a FAEB, Associações Estaduais, Secretarias de Educação e de Cultura Estaduais e Municipais dentre outras instituições
  • 16.  De uma maneira geral, o ConFAEB tem por objetivo:  Propiciar a visibilidade da pesquisa sobre arte, educação e tecnologias, ampliando as possibilidades de surgimento de novas abordagens relacionando a arte educação aos seguintes temas: histórias de ensino de arte, formação de professores, métodos e abordagens e teorias metodológicas; educação, arte e tecnologias da informação e da informação e da comunicação; recepção e mediação cultural; educação, arte e gênero e trânsitos nas estéticas do corpo; confluências inter e trans disciplinares, pedagogias de culturas visuais, etc.  Definir estratégias de possíveis caminhos e as metas que permitam avançar na construção de saberes didáticos, investigativos e de políticas públicas nos setores de arte- educação e cultura no Brasil e na América Latina;  Gerar propostas de fomento ao ensino da arte consolidando trocas e redes de informação e comunicação para a apropriação, criação e pesquisa nos diversos campos artísticos, pedagógicos e culturais.
  • 17. "Em nossa vida diária, estamos rodeados por imagens impostas pela mídia, vendendo produtos, idéias, conceitos, comportamentos, slogans políticos etc. Como resultado de nossa incapacidade de ler essas imagens, nós aprendemos por meio delas inconscientemente. A educação deveria prestar atenção ao discurso visual. Ensinar a gramática visual e sua sintaxe através da arte e tornar as crianças conscientes da produção humana de alta qualidade é uma forma de prepará-las para compreender e avaliar todo tipo de imagem, conscientizando-as de que estão aprendendo com estas imagens. (BARBOSA, 1998, p. 17).”
  • 18.  IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte:sala de aula e formação de professores. Porto Alegre. Artmed., 2003.Arte Educação no Brasil: do modernismo ao pós-modernismo.  Disponível em: <http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2013/04/a-trajetoria-de- ana-mae-e-o-entusiasmo-pela-arte-educacao/> Acesso em: 27 mar. 2018.  Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Mae_Barbosa> Acesso em: 27 mar. 2018.  Disponível em: <http://andersonbenelli.blogspot.com.br/2011/02/reflexoes-sobre- abordagem-triangular.html> Acesso em: 27 mar. 2018.  Disponível em: https://www.faeb.com.br/confaebs-historico/> Acesso em: 03 abr. 2018.  Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/gearte/article/view/53833> Acesso em: 03 abr. 2018.  Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-03022017- 163215/pt-br.php. Acesso em: 03 abr. 2018.  Disponível em: < http://andersonbenelli.blogspot.com.br/2011/02/reflexoes-sobre- abordagem-triangular.html>. Acesso em: 03 abr. 2018.