1) Existem preocupações sobre a identidade e sobrevivência de embriões congelados por longos períodos e sobre as implicações éticas do armazenamento de "seres humanos em potencial".
2) Novas tecnologias de reprodução alteraram o significado de pais e filhos e levantam questões sobre os direitos dos embriões.
3) Algumas religiões têm restrições sobre certas práticas de fertilização in vitro, mas outras são mais liberais dependendo de fatores como a doação de gâmetas.
1. Social:
1-Como temos a certeza de que os embriões guardados
serão os mesmos quando os quisermos levantar?
2- As novas tecnologias a nível de reprodução e
manipulação de embriões vieram alterar o significado de
“pai” e de “filho”;
3- Doar embriões não é muito difícil de o fazer, quase
qualquer pessoa o pode fazer e quase qualquer pessoa o pode levantar, não devia ser assim
pois o bebé pode nascer sem condições de vida;
4-Muitas clínicas de fertilidade e de manipulação embrionária funcionam como se fossem
fábricas de fazer dinheiro, excluindo a importância das condições para os embriões e futuros
bebés;
5- Recentemente, nasceu um menino saudável a partir de um embrião congelado há 20 anos.
Até agora, nenhum embrião congelado por tanto tempo tinha resultado em um nascimento.(3)
6- A mãe duma criança, com 42 anos, tinha tentado engravidar através de fertilização in vitro
dez anos atrás. O que aconteceu foi que, na época, ela e o marido receberam embriões de um
casal que se tinham submetido a fertilização in vitro. Esse casal conseguiu ter um filho em
1990, e doou anonimamente os embriões que sobraram. Isso significa que a última criança que
nasceu tem um irmão em algum lugar, que foi concebido ao mesmo tempo, mas que é 20 anos
mais velho.
7- Porém, as implicações éticas e práticas de manter “seres humanos em potencial”
congelados estão-se a tornando mais claras. Por exemplo, já é comum casais divorciados
lutarem pelos embriões congelados.(1) Outro fato que ocorreu em 2007 foi que uma mãe
congelou óvulos para sua filha, que nasceu com uma condição que poderia torná-la infértil. O
óvulo da mãe ficou guardado para o caso da filha um dia querer ter um filho, porém, ela daria
à luz ao seu meio-irmão ou meia-irmã.(1)
2. 8- No processo de congelamento e descongelamento, 30% dos embriões morrem . Apesar de
existirem pesquisas que buscam minimizar esse índice de mortalidade , não existe técnica que
garanta 100% a sobrevivência de todos os embriões que passam pelo processo de
criopreservação.
Religioso
Diante desse contexto, analisaremos os aspectos doutrinários relacionados ao tema servindo-
nos das questões de 344 a 360 de “O Livro dos Espíritos”; Se um espírito, de facto, se liga ao
seu futuro corpo no momento da concepção (questão 344) então, desde a primeira divisão da
célula-ovo já temos um ser humano que, mesmo em formação, tem o seu direito à vida
resguardado pela Lei (dos homens e de Deus). Por outro lado, se existem corpos para os quais
nunca houve um espírito ligado (questão 356), isso significa que alguns embriões não possuem
espírito e, portanto, não passam de um amontoado de células. Segundo os espíritos, em
resposta à questão 358, “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem
quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento,
por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo
que se estava formando.” Sabendo disso, como saber se um determinado embrião possui ou
não um espírito ligado?
A infertilidade e a religião
Ao longo dos tempos as três principais religiões, o
cristianismo, o judaísmo e o islamismo, foram adoptando
posturas diferentes face aos tratamentos de infertilidade
e congelamento de gâmetas e embriões. Sendo a
maioria dos casais seguidor de uma religião, o
seguimento dos ideais e crenças defendidos pela religião que praticam, podem, muitas vezes,
ser incompatíveis com a concretização do seu sonho enquanto pais, através do recurso de
técnicas de PMA, criopreservação e doação de embriões e gâmetas. Seguidamente encontra-
se um pequeno resumo referente às diferentes opiniões das três religiões principais, que
representam 50% da população mundial.
3. Para o cristianismo a procriação tem em base laços afectivos profundos entre os progenitores,
sempre de sexo diferente e unidos pelo casamento religioso. Esta é uma religião que segue os
ideais enunciados na bíblia, pelo que, de um modo geral, a mentalidade dos seus seguidores é
conservadora.
Já o judaísmo aceita a maior parte das técnicas de PMA, exceptuando a doação de gâmetas.
Apesar deste liberalismo, quando praticados tratamentos de infertilidade, estes deverão seguir
um ritual feito por um rabino, para que este processo seja religiosamente aceite. Para os
Judeus, a procriação é uma importante fase na vida de um casal, no entanto, recusam
tratamentos com doação por considerarem que estes são uma profanação.
A religião islâmica é considerada a mais liberal das três abordadas, uma vez que só recusa
tratamentos com recurso a gâmetas doados por, tal como no judaísmo, serem considerados
uma introdução de genes estranhos na árvore genealógica. No islamismo um embrião é,
unicamente, considerado ser com vida, após 120 dias de desenvolvimento.
Coito Insemina- Doação de FIV Congelamento de
Prática programado ção embriões/gâ embriões/gâmetas
artificial metas
Religião
Cristianism Sim Não Não Não Não
o
Judaísmo Sim Sim Não Sim Não
Islamismo Sim Sim Não Sim Não