1. 2022
EDIÇÃO
Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros
Página 1
1. Material do Exame
A Parte Escrita compõe-se de um Caderno de Questões, que contém os enunciados dasTarefas
e uma folha de rascunho para cada Tarefa, e de um Caderno de Respostas. Verifique se eles
estão completos. Ao concluir a Parte Escrita, devolva os dois cadernos aos aplicadores.
2. Identificação
Confira seus dados e assine seu nome apenas na capa do Caderno de Respostas.
Atenção: as demais páginas não podem conter nem seu nome nem sua assinatura.
3. Tempo
A duração da Parte Escrita do Exame é de 3 horas, assim distribuídas:
Tarefa 1 (vídeo): 30 minutos, incluída a exibição do vídeo;
Tarefas 2 (áudio), 3 e 4 (textos escritos): 2 horas e 30 minutos, incluídos o áudio da Tarefa 2
e a leitura dos textos escritos das Tarefas 3 e 4.
SevocênãoterminaraTarefa1notempoindicado,poderávoltaraelanodecorrerdaParteEscrita.
4. Instrumentos de escrita
Os textos devem ser escritos com caneta de tinta preta. Rasuras só serão aceitas se não
dificultarem a leitura do texto. Os textos que apresentarem uso de corretivo ou que tiverem
sido escritos a lápis serão anulados.
5. Rascunhos
Os rascunhos deverão ser feitos nas páginas 3-5-7-9 do Caderno de Questões.
6. Legibilidade dos textos
Os textos devem ser escritos com letra legível.
7. Espaço para os textos
Os textos deverão se limitar aos respectivos espaços reservados no Caderno de Respostas.
Textos escritos no Caderno de Questões, em folhas trocadas do Caderno de Respostas ou no
verso dos espaços reservados no Caderno de Respostas não serão avaliados.
2. 2022
EDIÇÃO
Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros
Página 2
Tarefa 1 | Brasilidade - Mandioca
Anotações
Você é responsável pelo site de uma Associação de Produtores Rurais. Com base no vídeo,
elabore uma postagem a ser divulgada no site para promover a mandioca. Em seu texto, aborde
a história da mandioca, os pratos que podem ser feitos a partir dela e sua importância para a
cultura brasileira.
Você vai assistir duas vezes ao vídeo, podendo fazer anotações enquanto assiste.
Disponível em: https://www.camara.leg.br/tv/148-brasilidade/ (adaptado).
4. 2022
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Página 4
Tarefa 2 | Paraíso na Terra
Anotações
Você trabalha em uma agência de viagens de Brasília. Escreva um panfleto para divulgar o
“Paraíso na Terra” aos clientes da agência, apresentando os principais atrativos do local e
incentivando-os a passarem o dia lá.
Você vai ouvir duas vezes o áudio, podendo fazer anotações enquanto ouve.
Disponível em: https://audioglobo.globo.com/cbn/podcast/feed/839/barbara-lins-partiu-cerrado (adaptado).
6. 2022
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Página 6
Tarefa 3 | Boneca Indígena
Você é Diretor de Marketing de uma loja de brinquedos. Com base na reportagem sobre as bonecas
We’e’ena Tikuna, elabore um e-mail à diretoria de vendas sugerindo a inclusão das bonecas
indígenas no catálogo de produtos da loja. Em seu texto, apresente as características das bonecas,
o que elas representam, e as vantagens que elas podem trazer para a imagem da empresa.
Linguagem lúdica para reconstruir a
história não contada nos livros e repre-
sentar a pluralidade de códigos culturais
dos povos indígenas. Esses foram os fa-
tores que motivaram a ativista, designer
e empresária We’e’ena Tikuna a criar
uma linha de bonecas em homenagem
à sua aldeia de origem, a Umariaçu, no
Amazonas, território da nação Tikuna.
Com produção de três a cinco dias, os
grafismos, o algodão cru e a fibra vegetal
retirada do pé de Tururi - espécie local e
milenar - são os materiais que dão vida
às pequenas.
Em entrevista para a Alma Pre-
ta Jornalismo, We’e’ena, que na língua
Tikuna significa “a onça que nada para o
outro lado do rio”, conta que o desejo de
criarasminiaturassurgiuapósumconvi-
te feito em 2019 para desfilar outros pro-
dutos da sua marca no Brasil Eco Fashion
Week. Dona da primeira marca de moda
contemporânea projetada inteiramente
Disponívelem:<http://pinacoteca.org.br/programacao/
enciclopedia-negra/>.
Acessoem:26jun.2021(adaptado).
Por Victor Lacerda / Edição: Lenne Ferreira / Imagem: Divulgação/Brasil Eco Fashion Week
por uma indígena, sem intermediários,
We’e’ena conta que seu intuito sempre
foi informar sobre a sua origem através
das suas expressões artísticas. Com as
miniaturas não foi diferente. “Desde o
princípio, trabalhei com grafismos sagra-
dos do meu povo, com estamparia colori-
da e com materiais que representassem
o nosso dia a dia. A intenção sempre foi
reafirmar que o consumidor não estava
ali levando apenas uma boneca de pano,
mas, sim, uma história, que vai contra
o preconceito e o não conhecimento da
verdadeira história do meu povo”.
A preocupação em educar as novas
gerações por meio dos brinquedos aces-
sa um lugar íntimo da memória da ideali-
zadora. “Foi uma situação difícil quando
ainda era jovem. Tive que repetir o cole-
gial várias vezes por não entender o por-
tuguês. Até os 12 anos, só tinha contato
com a língua Tikuna, minha língua-mãe.
Isso foi motivo de preconceito na escola”.
A empresária relata ainda que “Até nas
visitas que fazia nas escolas, quando pa-
ramentada com minhas roupas tradicio-
nais, as crianças fugiam, choravam e eu
não conseguia compreender as reações.
Depois entendi que aquilo era resultado
da associação da figura passada pelos
livros, uma visão que coloca o indígena
como alguém que flecha, que mata e que
assusta. Um retrato errado de quem so-
mos”.
We’e’ena traz uma pluralidade de
modelos de bonecas em miniatura com
seu próprio nome, mas com roupas e for-
mas diferentes. A ideia central é não re-
produzir o que já existe no mercado, nem
na representação do povo de sua origem,
nem na estética como um todo. “As bo-
necas We’e’ena Tikuna também chegam
como forma de representar o corpo real,
sem cintura fina, sem traços lidos como
padrões da sociedade. Quis trazer com
elas o que é ser nativa e as possibilidades
que um corpo brasileiro pode ter. Tudo
para gerar identificação e exercitar um
olhar de amor a quem somos desde pe-
quenos. Uma tentativa de exercício que
fala, também, sobre aceitação”, explica.
história do povo Tikuna
Indígena cria linha de bonecas para promover
Mais informações podem ser
encontradas no Instagram da marca.
8. 2022
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Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros
Página 8
Tarefa 4 | O fantasma da varíola
Como cidadão consciente, e após a leitura do artigo, escreva uma mensagem para o autor a ser
divulgada em seu site. Em seu texto, posicione-se sobre a destruição dos estoques do vírus da varíola,
defendendo seu ponto de vista.
O fantasma da varíola
O vírus da varíola conviveu com a
humanidade por milênios. Teria surgi-
do nos primeiros agrupamentos agrí-
colas, no nordeste da África, há 10 mil
anos. A múmia de Ramsés 5º —morto
em 1.156 a.C.— trazia na pele as cicatri-
zes das lesões características da varíola.
Há evidências de que a doença já estava
presente na China naquele tempo.
Introduzido na Europa no tempo
dos romanos, o vírus provocou epi-
demias que coincidiram com os pri-
meiros estágios da decadência do im-
pério. A que se disseminou na época
de Antonino teria provocado milhões
de mortes. Altamente transmissível, a
varíola ficou limitada à Euro-Ásia até
o século 15, com taxas de mortalidade
que chegavam a 90%.
As Cruzadas levaram o vírus ao
Oriente Médio, e os navegadores às
Américas, ao Caribe e à África —por
meio do tráfico de escravizados. A doen-
ça chegou ao século 18 com índices de
mortalidade que variavam de 20% a
60%.Ascriançasforammaiscastigadas:
80% de mortalidade em Londres e 98%
em Berlim. Então, em 1776, o inglês
Edward Jenner imunizou um menino
com uma preparação obtida por escari-
ficação das lesões de varíola presentes
numa vaca. Estava descoberta a primei-
ra vacina com vírus atenuado, que, em
dois séculos, erradicaria a doença.
O último óbito aconteceu em
1978, na cidade de Birmingham, no
Reino Unido. A fotógrafa médica Janet
Parker adquiriu a infecção no labora-
tório da faculdade em que trabalhava,
e faleceu um mês mais tarde. Em 1980,
a OMS declarou extinta a doença. Ape-
sar da erradicação, amostras do vírus
permaneceram armazenadas em dois
laboratórios de segurança máxima.
Um deles, em Atlanta, no Centers for
Disease Control; o outro, no laborató-
rio Vector, em Novosibirsk, na Rússia.
Há anos, os especialistas discu-
tem a conveniência de destruir esses
estoques. Os favoráveis argumentam
que a preservação traz a possibilida-
de de um acidente laboratorial ou de
o vírus cair nas mãos de bioterroristas
que o disseminariam em populações
não imunizadas. Os contrários dizem
que as pesquisas devem prosseguir
porque não há como ter certeza abso-
luta de que a doença jamais retornará.
Muitos estão preocupados que o dege-
lo no Ártico traga à tona corpos com o
vírus ainda viável. Se partículas virais
foram isoladas em múmias egípcias
mantidas à temperatura ambiente, a
preocupação não seria descabida.
Em pleno século 21, apesar de
ainda existirem patrulhas de defen-
sores de ideologias esdrúxulas con-
trárias às vacinações, a vacina desen-
volvida por Jenner é considerada a
descoberta de maior impacto na his-
tória da saúde pública mundial. Em
20 anos, evitou centenas de milhões
de mortes, o sofrimento que as prece-
de, as desfigurações da face e da alma
dos sobreviventes.
Por Redação
Disponívelem:VARELLA,Drauzio.Ofantasmadavaríola.Disponível
em:http://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/o-fantasma-
da-variola-artigo/.Acessoem13jun.20211(adaptado).
Amostras do vírus permaneceram armazenadas em dois laboratórios